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GRUPO DE ECOSSISTEMAS: 
 
MANGUEZAL, MARISMA E APICUM 
 
 
 
 
YARA SCHAEFFER-NOVELLI 
Consultora 
 
 
 
 
São Paulo, Brasil 
 
 2
SITUAÇÃO ATUAL DO GRUPO DE ECOSSISTEMAS: 
“MANGUEZAL, MARISMA E APICUM” 
INCLUINDO OS PRINCIPAIS VETORES DE PRESSÃO E 
AS PERSPECTIVAS PARA SUA CONSERVAÇÃO E USOS SUSTENTÁVEL 
 
 
 
Yara Schaeffer-Novelli 
 
 
CONTEÚDO 
 
 
RESUMO 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
1.0 INTRODUÇÃO....................................................................................08 
1.1. Descrição geral do grupo de ecossistemas 
1.2. Identificação das principais unidades físico-ambientais com 
ocorrências significativas 
1.3. Tendências sócio-econômicas 
1.4. Políticas públicas e legislação que afetam o grupo de ecossistemas 
1.5. Aspectos gerais do esforço conservacionista 
 
2.0. RESULTADOS....................................................................................18 
2.1. Características gerais das unidades físico-ambientais e importância 
ecológica da região 
2.2. Avaliação do conhecimento da diversidade biológica para o grupo de 
ecossistemas 
2.3. Conhecimento da diversidade biológica 
2.4. Aplicabilidade da informação existente, visando a gestão da 
diversidade biológica 
2.5. Listagem com dados existentes de diversidade/riqueza de espécies 
2.6. Intensidade de utilização da diversidade biológica para o grupo de 
ecossistemas 
2.7. Vetores de pressão sobre a diversidade 
2.8. Impactos de origem natural 
2.9. Pressões antrópicas gerais da unidade físico-ambiental e para o 
grupo de ecossistemas 
 2.9.1. Derivadas do uso direto 
 2.9.2. Derivadas do uso indireto 
 
3.0 – ANÁLISE DOS RESULTADOS.........................................................38 
3.1. Tendências sócio-econômicas e políticas públicas 
3.2. Tendências sócio-econômicas 
3.3. Políticas públicas que influem na diversidade biológica, na unidade 
físico-ambiental 
3.4. Esforço conservacionista 
3.5. Dispositivos legais de conservação 
 3
3.6. Existência e avaliação de programas de educação ambiental e/ou de 
informação pública 
3.7. Grau de comprometimento do ecossistema manguezal na costa 
brasileira 
3.8. Espécies mais vulneráveis aos processos de degradação em curso 
 
4.0 – RECOMENDAÇÕES.........................................................................42 
4.1. Recomendações de projetos prioritários para pesquisa, conservação 
e uso sustentável 
4.2. Recomendações de áreas prioritárias para inventário biológico 
4.3. Recomendações para a conservação do grupo de ecossistemas na 
unidade físico-ambiental 
4.4. Recomendações relativas ao uso sustentável e à repartição eqüitativa 
dos produtos da diversidade biológica 
4.5. Recomendações relativas a políticas públicas em nível nacional, 
regional e local 
 
5.0 - SÍNTESE DAS RECOMENDAÇÕES.................................................52 
 
6.0 - BIBLIOGRAFIA.................................................................................57 
 
7.0 - GLOSSÁRIO DE TERMOS..............................................................61 
 
8.0 - ACRÔNIMOS....................................................................................65 
 
ANEXO, FIGURAS E TABELAS...............................................................66 
 4
Anexo, Figuras e Tabelas 
 
Anexo - Carta de Santos em Defesa dos Manguezais 
 
Figura I – Unidades fisiográficas e complexos de manguezais na América 
Latina e no Caribe, segundo Olson et al. (1996), figura 1. 
 
Figura II – Localização das figuras 3 e 4, onde aparecem assinalados os 
manguezais mais extensos da América Latina e no Caribe, 
segundo Olson et al. (1996), figura 2. 
 
Figura III – Manguezais mais extensos da costa Atlântica do sudeste da 
América do Sul, segundo Olson et al. (1996), figura 7. 
 
Figura IV – Manguezais mais extensos da costa Atlântica do nordeste da 
América do Sul, segundo Olson et al. (1996), figura 8. 
 
Figura V – Síntese do estado dos manguezais na América Latina e no Caribe, 
segundo Olson et al. (1996), figura 13. 
 
Figura VI – Nível de ameaças sobre os manguezais na América Latina e no 
Caribe, segundo Olson et al. (1996), figura 14. 
 
Figura VII – Estado de conservação das diversas unidades fisiográficas dos 
manguezais na América Latina e no Caribe, segundo Olson et al. 
(1996), figura 15. 
 
Figura VIII – Atividades conservacionistas sugeridas para os manguezais das 
diferentes unidades fisiográficas da América Latina e no Caribe, 
segundo Olson et al. (1996), figura 16. 
 
Figura IX – Unidades fisiográficas com manguezais, identificadas como de 
maior prioridade para adoção de medidas de conservação, 
segundo Olson et al. (1996), figura 17. 
 
Tabela I - Unidades físico-ambientais, segundo critérios adotados pela 
Coordenação Nacional da “Zona Costeira”, e sua correspondência 
com as unidades fisiográficas de Schaeffer-Novelli et al. (1990). 
 
Tabela II – Legislação ambiental brasileira incidente sobre o manguezal 
(organização: Yara Schaeffer Novelli). 
 
Tabela III – Lista de espécies para o grupo de ecossistemas: manguezal, 
marisma e apicum, por unidade físico-natural, organizada pela 
consultora do grupo de ecossistemas. 
 
Tabela IV – Lista de espécies de peixes associadas ao ecossistema 
manguezal, retira de Cintrón & Schaeffer-Novelli (1983). 
 
 5
Tabela V – Diagnóstico da situação atual dos manguezais no Estados do 
Nordeste, retirado de CPRH (1991). 
 
Tabela VI – Graus de comprometimento da biodiversidade para o grupo de 
ecossistemas: manguezal, marisma e apicum, segundo critérios 
sugeridos pela Coordenação Nacional da “Zona Costeira” e 
aqueles adotados por Dinerstein et al. (1995) e Olson et al. (1996). 
 
 6
SITUAÇÃO ATUAL DO GRUPO DE ECOSSISTEMAS: 
“MANGUEZAL, MARISMA E APICUM” 
INCLUINDO OS PRINCIPAIS VETORES DE PRESSÃO E AS PERSPECTIVAS PARA 
SUA CONSERVAÇÃO E USOS SUSTENTÁVEL 
 
Yara Schaeffer-Novelli 
novelliy@usp.br 
 
RESUMO 
 
Manguezais e marismas encontram-se distribuídos ao longo de 
praticamente todo litoral brasileiro. Os manguezais dominam a zona tropical 
enquanto as marismas constituem o ecossistema homólogo para a zona 
temperada. Os apicuns associam-se aos manguezais, formando na realidade 
um estádio sucessional natural do ecossistema. Tanto manguezal como 
marisma são ecossistemas complexos, altamente resilientes e resistentes. 
Manguezais são inquestionavelmente considerados como um dos 
ecossistemas mais produtivos do planeta. 
Os ecossistemas manguezal, marisma e apicum encontram-se entre as 
zonas úmidas de importância internacional no contexto da Convenção de 
Ramsar (1971). A situação atual desse grupo de ecossistemas e as 
considerações sobre os principais vetores de pressões e perspectivas de 
conservação e uso sustentável são analisadas sob a égide das oito unidades 
fisiográficas descritas por Schaeffer-Novelli et al. (1990), equiparadas aos 46 
compartimentos físico-ambientais adotados pelo Sub-projeto “Biodiversidade 
da Zona Costeira e Marinha do Brasil” e as classificações e categorizações 
segundo Dinerstein et al. (1995) e Olson et al. (1996). 
Coletânea dos diplomas legais com incidência sobre o ecossistema 
manguezal é comentada no texto e apresentada como anexo, da mesma forma 
que a tabulação das informações sobre o diagnóstico da situação atual dos 
manguezais dos estados do Nordeste e a listagem das espécies típicas e 
associadas ao grupo de ecossistemas aqui tratados, entre elas aquelas 
enquadradas nas diferentes categorias de conservação (ameaçadas, 
vulneráveis, raras). 
Com a elaboração dessas tabulações e listagens torna-se clara a falta de 
conhecimento sobre o número total das espécies de toda Zona Costeira 
Brasileira, das funções desempenhadas pelos diversos ecossistemas, assim 
como dos respectivosestados de conservação das espécies. 
São discutidos os tensores mais comuns que incidem sobre o grupo de 
ecossistemas e suas conseqüências. 
O relatório é finalizado com recomendações de projetos prioritários para 
pesquisa, conservação, restauração, inventários biológicos, monitoramento 
ambiental e políticas públicas para o grupo de ecossistemas manguezal, 
marisma e apicum. 
Como um item a parte, oferta-se glossário com os principais termos 
técnicos empregados no corpo do relatório. 
 7
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
O presente diagnóstico da situação atual do grupo de ecossistemas 
manguezal, marisma e apicum, fundamentou-se em alguns documentos 
considerados como de referência obrigatória (Schaeffer-Novelli, 1989; 
Schaeffer-Novelli et al., 1990; CIMA, 1991; CPRH, 1991; Schaeffer-Novelli, 
1994; Dinerstein et al., 1995; Olson et al., 1996; CNIO, 1998). Trechos foram 
transcritos, procurando-se alterar o mínimo possível dos respectivos conteúdos 
quando da edição do documento final. Além destes e dos demais documentos 
citados quando do atendimento aos quesitos apresentados pela Coordenação 
Geral do Sub-Projeto Biodiversidade da Zona Costeira e Marinha, merecem 
especial referência os nomes de profissionais que contribuíram decisivamente 
ao nosso entendimento dos ecossistemas costeiros brasileiros, são eles, por 
ordem alfabética: Andrea Spörl, Claudia Câmara do Vale, Clemente Coelho 
Junior, Cristiane Spörl, Marcos Souto Alves, Marília Cunha Lignon, Mário Luiz 
Gomes Soares e Paula Maria Gênova de Castro, pós-graduandos da 
Universidade de São Paulo. Especial agradecimento a bióloga Sarah Andrade 
Santos, pelo auxílio na elaboração da lista de espécies apresentada no 
relatório. 
 
 
1.0 – INTRODUÇÃO 
 
1.1. Descrição geral do grupo de ecossistemas 
 
O litoral brasileiro tem uma extensão de 7.408 km, diversificando-se entre 
a desembocadura do Rio Oiapoque (04o52’45”N) e o Arroio Chuí (33o45’10”S) 
com uma gama de ecossistemas, que varia entre campos de dunas, ilhas, 
recifes, costões rochosos, baías, estuários, brejos, falésias e baixios. Muitos 
deles, como praias, restingas, lagunas e manguezais, embora tenham 
ocorrência constante, apresentam tal variedade biótica que a aparente 
homogeneidade em suas fácies ecológicas apenas oculta especificidades 
florísticas e faunísticas vinculadas às gêneses diferenciadas dos ambientes em 
tão longo trecho litorâneo (CIMA, 1991). 
 
As terras brasileiras são pouco elevadas, distribuindo-se em 41 % de 
terras baixas, de 0 a 200m, 58,5 % de terras altas, de 200 a 1.200m e 0,5 % de 
áreas culminantes, com mais de 1.200m de elevação sobre o nível do mar. O 
país é banhado pelo Oceano Atlântico ao longo de uma linha costeira de 7.408 
km, e faz limites com dez países ao longo de uma linha divisória de 15.719 km 
(CIMA, 1991). 
 
Os ecossistemas manguezal e marisma geralmente estão associados às 
margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e 
reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou 
diretamente expostos à linha da costa. São sistemas funcionalmente 
complexos, altamente resilientes e resistentes e, portanto, estáveis. A 
cobertura vegetal, ao contrário do que acontece nas praias arenosas e nas 
dunas, se instala em substratos de vasa de formação recente, de pequena 
 8
declividade, sob a ação diária das marés de água salgada ou, pelo menos, 
salobra. 
 
A zona do apicum, segundo Bigarella (1947), faz parte da sucessão 
natural do manguezal para outras comunidades vegetais, sendo resultado da 
deposição de areias finas por ocasião da preamar. Manguezais são, 
geralmente, sistemas jovens uma vez que a dinâmica das marés nas áreas 
onde se localizam produz constante modificação na topografia desses terrenos, 
resultando numa seqüência de avanços e recuos da cobertura vegetal. 
 
A riqueza biológica dos ecossistemas costeiros, faz com que essas áreas 
sejam os grandes “berçários” naturais, tanto para as espécies características 
desses ambientes, como para peixes anádromos e catádromos e outros 
animais que migram para as áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase do 
ciclo de vida. 
 
A fauna e a flora de áreas litorâneas, representam significativa fonte de 
alimentos para as populações humanas. Os estoques de peixes, moluscos e 
crustáceos apresentam expressiva biomassa, constituindo excelentes fontes de 
proteína animal de alto valor nutricional. Os recursos pesqueiros são 
considerados como indispensáveis à subsistência das populações tradicionais 
da zona costeira, além de alcançarem altos preços no mercado internacional, 
caracterizando-se como importante fonte de divisas para o País. 
 
MANGUEZAL - sistema ecológico costeiro tropical, dominado por espécies 
vegetais típicas, às quais se associam outros componentes da flora e da fauna, 
microscópicos e macroscópicos, adaptados a um substrato periodicamente 
inundado pelas marés, com grandes variações de salinidade. Os limites 
verticais do manguezal, no médio litoral, são estabelecidos pelo nível médio 
das preamares de quadratura e pelo nível das preamares de sizígia (Maciel, 
1991). 
 
MARISMAS - são comunidades dominadas principalmente por vegetação 
herbácea perene ou “anual”, podendo estar ainda associada a alguns arbustos, 
contrastando com o manguezal que é dominado por espécies vegetais 
arbóreas (Costa & Davy, 1992). 
 
Nas latitudes tropicais marismas e manguezais podem coexistir, tanto em 
ambientes naturais quanto nos modificados pelo homem. A maioria das 
marismas é dominada por poucas ou por uma única espécie, servindo esta 
característica para denominar cada uma das comunidades. As espécies 
vegetais das marismas suportam temperaturas do ar e da água bem inferiores 
às suportadas pelas plantas típicas do manguezal, principalmente quando se 
trata de geadas, ou de temperaturas abaixo de 0oC e, da elevada freqüência de 
recorrência desses eventos (Costa & Davy, op. cit.). 
 
As espécies vegetais das marismas dominam a zona costeira do 
entremarés das regiões temperadas, enquanto que nos trópicos e subtrópicos 
elas tendem a se comportar como pioneiras, colonizando terrenos recém-
depositados e pouco consolidados, ou onde as taxas de evapotranspiração são 
 9
elevadas demais para as plantas de mangue. Marismas ocorrem, na América 
Latina, entre as latitudes de 32oN aos 52oS (Costa & Davy, 1992). 
 
APICUM - salgado, ecótono, zona de transição, areal, são denominações 
utilizadas para designar uma zona de solo geralmente arenoso, ensolarada, 
desprovida de cobertura vegetal ou abrigando uma vegetação herbácea. 
Aparentemente desprovida de fauna, ou seja, praticamente um deserto, apesar 
de estar cercada por um ecossistema pululante de vida – o manguezal 
(Nascimento, 1993). 
 
 
 
O apicum como parte do ecossistema manguezal 
 
Apicum ou salgado, ocorre na porção mais interna do manguezal, na 
interface médio/supra litoral, raramente em pleno interior do bosque. Seu limite 
é estabelecido pelo nível médio das preamares de sizígia e o nível das 
preamares equinociais (Maciel, 1991). 
 
Amostras de sedimento coletadas por Nascimento (1993), ao longo de 
uma transversal da linha d’água até o apicum, apresentaram os seguintes 
resultados para o teor de matéria orgânica: 
 
¾ na superfície, há um decréscimo em direção ao apicum, à 20 e aos 40cm de 
profundidade; 
¾ a partir dos 60 cm de profundidade, as concentrações de matéria orgânica 
no apicum foram mais elevadas que aquelas da superfície do manguezal. 
Na estação chuvosa ocorre uma inversão em relação à estação seca; 
¾ as camadas inferiores do sedimento do apicum são tipicamente de 
manguezal, inclusive com restos de material botânico e valvas de ostras, 
denotando claramente sua origem à partir de um bosque de mangue 
assoreado naturalmente,caracterizando o apicum como área sucessional. 
 
A salinidade influencia a distribuição dos organismos no apicum, atuando 
como fator limitante (Nascimento, op. cit.). A salinidade intersticial, nos meses 
de verão (estação seca), apresentou valores crescentes da margem do rio para 
o apicum, ocorrendo o inverso no inverno (estação chuvosa), enquanto no 
manguezal foi mantido o equilíbrio da salinidade, registrando-se um decréscimo 
acentuado desses valores no apicum. 
 
Ao revolver constantemente o sedimento das galerias no inverno, os 
caranguejos Uca como outros animais escavadores estão enriquecendo a 
superfície com nutrientes retirados das camadas mais inferiores da vasa, 
desempenhando função vital na ecologia do manguezal. Esses nutrientes são 
carreados pelas águas da chuva para o manguezal, contribuindo para o 
equilíbrio orgânico-mineral do ecossistema (Nascimento, 1993). 
 
Esses resultados caracterizam a região do apicum como um reservatório 
de nutrientes, no contexto do ecossistema manguezal, mantendo em equilíbrio 
os níveis de salinidade e a constância da mineralomassa (Nascimento, op. cit.). 
 10
 
 
1.2. Identificação das principais unidades físico-ambientais com 
ocorrências significativas 
 
O Brasil é o segundo país em extensão na América Latina, ocupando 
gradiente latitudinal que vai dos 04o52’45” N aos 33o45’10” S e uma superfície 
de 8.511.996 km2, possuindo a maior extensão de zonas úmidas do continente. 
Para efeitos da Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional 
(Ramsar, 1971), da qual o Brasil é signatário, as zonas úmidas são áreas de 
pântanos, charco, turfa ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, 
com água estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo áreas de 
água marítima com menos de seis metros de profundidade na maré baixa (art. 
1o, Convenção de Ramsar, 1971). 
 
Todos os manguezais da América Tropical, na qualidade de zonas 
úmidas, são reconhecidos como “ecossistema-chave”, cuja preservação é 
crítica para o funcionamento de outros ecossistemas maiores e mais diversos 
que se estendem além dos limites de um bosque de mangue (Dinerstein et al., 
1995). Os manguezais da América Latina e do Caribe estão compreendidos 
dentro de unidades/segmentos, segundo classificação aprovada por estudos 
desenvolvidos pelo Banco Mundial, com apoio do Fundo Mundial para a 
Natureza – WWF (Dinerstein et al., op. cit.). Cada segmento ou unidade 
corresponde a uma divisão da costa com condições ambientais e fisiográficas 
comparáveis, caracterizado por formas de relevo e por processos específicos. 
 
Esse critério, adotado pelo Banco Mundial em sua publicação sobre a 
avaliação do estado de conservação das eco-regiões terrestres da América 
Latina e do Caribe (Dinerstein et al., 1995), proporciona uma visão bio-regional 
com grande potencial para identificar prioridades de conservação e estratégias 
para o manejo dos manguezais. Cada um desses segmentos de manguezal: 
(a) ocupa um determinado lugar no contexto do relevo, típico de cada regime 
energético; (b) desenvolve sistemas com produtos e características similares 
(níveis de desenvolvimento e produtividade); (c) exibe vulnerabilidade e 
respostas similares às perturbações; e (d) são igualmente sensíveis a um 
determinado tipo de atividades de conservação. 
 
O enfoque adotado pelo Banco Mundial – BIRD (Dinerstein et al., 1995), 
havia sido empregado anteriormente por Schaeffer-Novelli et al. (1990) para 
caracterizar os ambientes de manguezal do litoral brasileiro. 
 
Para essa compartimentação foram selecionadas algumas variáveis que 
caracterizam o sistema de forças atuantes sobre o litoral, modelando sua 
fisiografia. Assim, associando-se as feições do litoral (relevo, tipo de 
sedimento, cobertura vegetal) aos valores das temperaturas médias anuais, 
evapotranspiração potencial, amplitude de marés médias e de sizígia, foi 
possível identificar oito unidades do litoral para o Brasil (Schaeffer-Novelli, 
1989). 
 
 11
Manguezais e apicuns são encontrados ao longo de praticamente toda a 
costa, do Cabo Orange (04o52’N) até Laguna (28o30’S), enquanto que as 
ocorrências das marismas passam a ser mais significativas a partir dos 25oS 
em direção às mais altas latitudes. 
 
Dos 46 (quarenta e seis) compartimentos que integram as unidades físico-
ambientais (Tabela I), a ocorrência de manguezais e apicuns é registrada da 
Foz do Rio Oiapoque (Região Norte) à Divisa Laguna/Jaguaruna (Região Sul). 
As marismas dominam a paisagem nas unidades que vão da Juréia (Região 
Sudeste) até o Chuí (Região Sul). 
 
No presente diagnóstico, no tocante ao grupo de ecossistemas: 
manguezal, marisma e apicum, serão adotados tanto no contexto das 
“unidades físicas” do litoral (itens 1.2., 2.1.) como em termos dos “graus de 
conservação / comprometimento” (item 3.8), os conceitos empregados nos 
trabalhos de Schaeffer-Novelli et al. (1990), Dinerstein et al. (1995) e Olson et 
al. (1996). Em workshop realizado na sede do Fundo Mundial para a Natureza 
– WWF sobre “Conservation assessment for Mangrove Ecosystems of Latin 
America and the Caribbean” (Washington, D.C., 2 – 4 de dezembro de 1994), 
esses conceitos foram amplamente discutidos por um grupo de especialistas, 
não sendo considerado oportuno alterá-los principalmente diante da 
coincidência de objetivos entre aquele workshop e o Programa Nacional da 
Biodiversidade no qual se insere a presente contribuição. 
 
 
1.3. Tendências sócio-econômicas 
 
O manguezal pode ser tratado como um recurso renovável, porém finito, 
quando se considera a produção natural de mel, ostras, caranguejos, 
camarões, siris e mariscos, além das oportunidades recreacionais, científicas e 
educacionais. Por outro lado, o manguezal também pode ser considerado 
como um recurso não-renovável, quando o espaço que ele ocupa é substituído 
por prédios, atracadouros, residências, portos, marinas, aeroportos, rodovias, 
salinas, aqüicultura, etc. Há ainda, entre estas duas categorias outras, que 
condenam os manguezais a receptáculos de despejos de efluentes líquidos, 
disposição de resíduos sólidos ou ao extrativismo de produtos florestais 
(Maciel, 1991). 
 
 
1.4. Políticas públicas e legislação que afetam o grupo de ecossistemas 
 
O manguezal, ecossistema bem representado ao longo do litoral 
brasileiro, encontra-se associado a estuários, baías e lagunas, ou diretamente 
exposto na linha de costa, é considerado no Brasil como de preservação 
permanente, incluído em diversos dispositivos constitucionais (Constituição 
Federal e Constituições Estaduais) e infra-constitucionais (leis, decretos, 
resoluções, convenções). A observação desses instrumentos legais impõe uma 
série de ordenações do uso e/ou de ações em áreas de manguezal (Schaeffer-
Novelli, 1994). 
 
 12
O apicum, de acordo com sua gênese, pode muito bem ser considerado 
como parte do manguezal também no que tange a aplicação da legislação, 
uma vez que em alguns documentos legais já se encontra a expressão 
“manguezal, em toda a sua extensão”, reconhecendo os diferentes 
compartimentos como parte do ecossistema. 
 
Encontra-se, em anexo, lista com elementos da legislação federal, 
mencionando também documentos de caráter internacional, fundamentando a 
posição legal dos manguezais como zona úmida de importância internacional 
(Tabela II). 
 
Segundo Paulo Afonso Leme Machado (1991), as leis brasileiras vêm 
dando maior proteção aos manguezais, culminando essa defesa com a 
Constituição Federal de 5 de outubro de 1988. A seguir, encontram-se 
transcrições do texto preparado pelo ilustre jurista por ocasião do Seminário 
Técnico sobre “Alternativas de Proteção e Uso dos Manguezais do Nordeste”, 
realizado em Recife, de 18 a 20 de outubro de 1989: 
 
“O art. 225, da ConstituiçãoFederal diz: Para assegurar a efetividade 
desse direito, incumbe ao Poder Público: III – definir, em todas as unidades da 
Federação, espaços territoriais e seus componentes, a serem especialmente 
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, 
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção”. A nova Constituição veio dar força ao que já dizia o 
art. 2o do Código Florestal: os manguezais e as dunas só podem ser alterados 
ou suprimidos por ato legislativo, isso é, a Prefeitura Municipal, o Governo do 
Estado (através de suas Secretarias ou de seus órgãos ambientais), o Governo 
Federal (através do SPU – Serviço de Patrimônio da União ou do IBAMA) não 
podem autorizar qualquer alteração ou até extinção de manguezais e de dunas. 
Só a Lei pode tocar nesses espaços (e examinaremos logo mais qual a 
competência para legislar sobre esses espaços). A Constituição Federal tem 
uma dimensão a ser bem considerada “não só não permite a alteração e a 
supressão dos manguezais por atos dos particulares e dos Poderes 
Executivos”, como não permite que esses espaços tenham “utilização que 
comprometa a integridade” dos seus atributos. Assim, qualquer utilização que 
tire ou dificulte a integridade ou a totalidade da proteção dos manguezais e das 
dunas está proibida. Acentue-se que essa intocabilidade constitucional das 
dunas e dos manguezais visa conservá-los também para as gerações futuras, 
pois essas gerações também estão protegidas pela Constituição Federal (art. 
225, caput) contra a imprevisão, a pressa e a cupidez das gerações atuais 
princípios prevenção e da precaução (*) 
 
O Código Florestal de 1965 diz no seu artigo 2o que consideram-se de 
preservação permanente, pelo só efeito desta lei, as florestas e demais formas 
de vegetação natural situadas (alínea “f”): nas restingas, como fixadoras de 
dunas ou como estabilizadoras de mangues. A lei não tem palavras inúteis e 
que possam ser desprezadas pelos que devem aplicá-la. Assim, disse o 
Código Florestal que as florestas ou outras formas de vegetação que recobrem 
os mangues ou estão nas dunas têm caráter “permanente” e, portanto, não 
 
(*) Nota da consultora 
 13
estão ali como um favor do homem à natureza ou simplesmente à espera de 
alguém que queira modificar a paisagem. O mesmo Código disse que a 
proteção se dá “pelo só efeito desta lei”, o que significa que o próprio Código já 
protegeu – em todo o Brasil – todos os locais em que existam ou devam existir 
manguezais e/ou dunas. Assim, não é preciso que um órgão público ambiental 
baixe um ato para dizer que um manguezal ou uma duna está protegido, pois a 
própria lei federal (o Código Florestal) já o fez. Isso é importante, pois os 
manguezais e as dunas são áreas de preservação permanente pelo efeito da 
lei, e só pelo efeito de uma outra lei federal – e não por ato administrativo – 
podem ser alterados, mutilados ou suprimidos. A Resolução No 04/1985 do 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente veio dar ênfase a essa 
defesa legal no seu artigo 3o, incisos VIII e IX (Machado, 1991).” 
 
A Medida Provisória 1605/98 (reeditando a Medida Provisória 5111/96) 
alterou os artigos 2o e 3o do Código Florestal, reduzindo as áreas de 
preservação permanente de 80% para 20%. Enquanto que estas áreas tinham 
sido ampliadas de 50% para 80% pela Medida Provisória 1511/96. A Medida 
Provisória 1736 alterou o artigo 2o do Código Florestal permitindo o 
licenciamento ambiental e suprimindo parcial ou totalmente as áreas de 
preservação permanente. O Ministério Público do Estado de São Paulo 
questiona a constitucionalidade dessas Medidas Provisórias. 
 
A Nova Lei Ambiental 9605/98, chamada erroneamente de Lei de Crimes 
Ambientais, prevê nos artigos 38 a 53 os crimes contra a flora, sendo que nos 
artigos 38, 39, 40 e 44, refere-se especificamente às áreas de preservação 
permanente. Esta lei inclui normas de proteção ambiental já definidas em 
inúmeras leis anteriores, como as leis 4771/65 (Código Florestal), 6938/81 
(Política Nacional do Meio Ambiente), 7643/83 (Proteção dos Cetáceos), 
7679/88 (Pesca), 7661/88 (Gerenciamento Costeiro), entre outras. Esta nova 
lei inovou prevendo a possibilidade da substituição de penas de prisão por 
penas alternativas de prestação de serviços à comunidade. A Medida 
Provisória 1710/98 suspendeu a efetividade da Nova Lei Ambiental por dez 
anos, pois adia a previsão dos crimes contra a administração ambiental. Essa 
Medida Provisória premia os degradadores reincidentes que sempre atuaram 
no sentido de levar vantagem sobre os empreendedores sérios que vinham se 
esforçando, e pagando caro, para adaptar suas atividades às normas de 
conservação do meio ambiente (Capobianco, 1998). Além disso, eximiu os 
funcionários dos órgãos ambientais de cumprirem com suas obrigações 
constitucionais em defesa da saúde pública e da preservação do patrimônio 
ambiental (Capobianco, op. cit.) 
 
A Lei Federal de Recursos Hídricos No 9433/97 trata da gestão desses 
recursos em nível nacional, considerando a bacia hidrográfica como unidade 
territorial de planejamento. As diversidades das regiões no País são 
consideradas sob aspectos físicos, bióticos, demográficos, econômicos e sócio-
culturais. A gestão das bacias hidrográficas deve ser realizada de forma a 
englobar os sistemas costeiros, integrando a administração pública litorânea. 
 
O Projeto de Lei no 3792/93 define a educação ambiental como o conjunto 
de processos que possibilitam o indivíduo e a coletividade construírem valores, 
 14
conhecimentos, atitudes e competências voltadas para a conservação do 
ambiente, devendo, assim, ser articulada com os níveis e modalidades do 
sistema educacional. Esse Projeto de Lei estabelece que o Poder Público fica 
responsável pela definição de políticas que incorporem a dimensão ambiental, 
promovendo a educação ambiental e incentivando o engajamento da 
sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente. A 
política de educação ambiental deverá envolver órgãos integrados ao Sistema 
Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, instituições educacionais públicas e 
privadas, órgãos públicos federais e estaduais e organizações não-
governamentais. 
 
 
Direito de propriedade: dunas e manguezais 
 
Os manguezais e as dunas podem ser encontrados tanto em bens 
imóveis públicos como particulares. Quase sempre os manguezais se localizam 
sobre os terrenos de marinha e em contiguidade às praias, sendo ambos bens 
da União, como o mar (artigo 20 da Constituição Federal). Assim, nesses casos 
– tranqüilamente a competência para decidir sobre os conflitos é a Justiça 
Federal e não da Justiça Estadual, devendo funcionar a Procuradoria da 
República. Só a Lei Federal pode alterar ou suprimir (Machado, op. cit.). 
 
De outro lado, quando estiverem presentes em bens de particulares não 
precisam ser nem desapropriados, nem indenizados para que sejam 
conservados. Vigora o princípio da generalidade dos fins públicos, isto é, todos 
os que tiverem imóveis em que surjam ou existam manguezais e/ou dunas são 
obrigados gratuitamente a conservá-los. A propriedade privada, como a 
pública, deve cumprir sua função social (art. 170 e art. 5o, inciso XXIII da 
Constituição Federal, 1988), não existindo propriedade com fins 
exclusivamente privados. Os proprietários privados podem, contudo, impedir a 
entrada de outras pessoas nesses bens, como – observando as regras 
pertinentes – poderão coletar a fauna ali encontrada (Machado, 1991). 
 
A Portaria No 1.208/89, de 22 de novembro de 1989, define o tamanho 
mínimo de captura para o caranguejo-uçá, em toda região Nordeste, sendo 
proibida a captura de fêmeas de qualquer tamanho em qualquer época do ano, 
como também é proibida a capturade macho com tamanho de carapaça 
inferior a 4,5cm. A Portaria No 104/98 do IBAMA determina o período de defeso 
do Ucides cordatus de 1o de setembro a 15 de dezembro no Espírito Santo, Rio 
de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (art. 1o), assim como proíbe 
captura, transporte, beneficiamento, industrialização e comercialização de 
fêmeas ovadas (art. 2o) e proíbe a captura de indivíduos com carapaça inferior 
a 5cm de largura (art. 3o). A Lei Paraense do Caranguejo, No 6082/97 proíbe a 
captura de machos e fêmeas do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) no período 
de reprodução (art. 3o), como também a captura e comercialização das fêmeas 
(“canduruas”) em qualquer época do ano (art. 4o). 
 15
 
 
A criminalidade de criar perigo para os manguezais e as dunas 
 
Quem autorizar aterros em manguezais, quem fizer o transporte de materiais para os 
manguezais, quem ocupar as dunas, retirar areias, já cria uma situação de perigo para 
esses bens ambientais. A Lei Federal No 7.803/1989, dando nova redação ao art. 15 
da Lei No 6.938/1981 quer prevenir o dano e pune esses crimes com dois a quatro 
anos de reclusão (Machado, 1991). 
 
 
1.5. Aspectos gerais do esforço conservacionista 
 
A região Neotropical que inclui toda a América do Sul, América Central, 
Caribe e grande parte do México, é a mais rica e a de maior diversidade das 
oito regiões biogeográficas do globo. O número de ecossistemas presentes e a 
biodiversidade faunística e florística não tem igual nas demais partes do 
planeta (Scott & Carbonell, 1986). 
 
Com o aumento das atividades do homem moderno, os ambientes 
costeiros do Neotrópico encontram-se a cada dia sob maior pressão. Apesar da 
grande quantidade de estudos desenvolvidos sobre esses ecossistemas, se 
conhece relativamente pouco sobre a biodiversidade de suas fauna e flora 
(Scott & Carbonell, op. cit.). 
 
O Brasil é líder mundial em diversidade de plantas, primatas, anfíbios, 
peixes de água doce e insetos. Possui quase um terço das florestas tropicais 
remanescentes no mundo (WWF/Campanha “Proteja os Parques do Brasil”, 
1999). A criação e a implementação de unidades de conservação é uma das 
principais estratégias para a conservação dessa biodiversidade. No Brasil 
existem 93 unidades de conservação federais de proteção integral entre 
parques nacionais, estações ecológicas, reservas ecológicas e biológicas. O 
Fundo Mundial para a Natureza – WWF, analisou 86 dessas áreas e concluiu 
que além de proteger pouco, o Brasil também protege mal seu patrimônio 
natural: 75% de nossas unidades de conservação estão em estado precário, 
sem condições de cumprir com seu papel de garantir a proteção da natureza. O 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC representará um 
avanço na estruturação dos parques e reservas brasileiros, contribuindo de 
forma significativa para a conservação da diversidade biológica brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 16
 
Sistema de Unidade de Conservação 
 
Em síntese o Brasil possui 1,8 % de sua extensão territorial em unidades de 
conservação de uso indireto dos recursos, que são as mais importantes para a 
preservação da biodiversidade. O total de áreas protegidas é de 3,7 % da superfície 
do País. O bioma mais privilegiado em unidades de conservação, em termos relativos, 
é a Amazônia com 3,5 % de áreas protegidas de uso direto e 4,1 % de uso indireto 
dos recursos. Em relação às unidades de conservação marinhas temos 0,8 % de 
áreas protegidas de uso indireto dos recursos. Apenas 155 mil ha são unidades de 
conservação marinhas (CIMA, 1991). 
 
 
No caso do manguezal – em toda a sua extensão (incluindo o apicum) – 
os diplomas legais em vigor dispensariam o estabelecimento formal de 
unidades de conservação, uma vez que o ecossistema é considerado de 
preservação permanente (artigo 2o, Lei federal No 4.771, 15.09.65) e como 
Reserva Ecológica, “em toda a sua extensão” (artigos 1o e 3o, Resolução 
CONAMA No 004, 18.09.85). 
 
Como a Zona Costeira é considerada Patrimônio Nacional (artigo 225 § 
4o, Constituição Federal, 05.10.88), tendo assegurada sua preservação, 
conclui-se que bastaria vontade política para o cumprimento da lei para garantir 
a conservação e o uso racional dos recursos naturais. 
 
A conservação do patrimônio natural depende do manejo adequado de 
seus recursos. Um bom manejo não depende, necessariamente, de altas 
tecnologias nem de conhecimentos “exotéricos”, requerendo apenas 
responsabilidade e vontade política. Quando se deseja manejar um organismo, 
deve ser considerada sua população. No caso de uma população deve ser 
manejada a comunidade. Em se tratando do manejo de uma comunidade, deve 
ser considerado o ecossistema. E, no caso de ecossistemas, deve ser 
manejada a unidade seguinte que é a paisagem. A complexidade aumenta em 
função do nível hierárquico do sistema, lembrando que para manejar um 
determinado componente do sistema, deve ser manejado todo o sistema. 
 
Estabelecendo as devidas correlações, deve ficar claro que a 
conservação de sistemas como manguezais, marismas, estuários ou deltas, o 
nível hierárquico a ser considerado é o da paisagem. E, nesse contexto, deve 
ser incluída a bacia hidrográfica, sob risco de se tratar apenas dos efeitos e 
não das causas, com a conseqüente perda do patrimônio natural, dos bens e 
serviços gerados gratuitamente, além dos valores sociais, culturais, estéticos, 
paisagísticos, recreacionais e educacionais. 
 
 
Conservação da fauna e da flora silvestres 
 
Há que se ressaltar alguns projetos de conservação da fauna silvestre 
brasileira, no âmbito dos ambientes marinho-costeiros, que o órgão 
responsável, IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
 17
Naturais Renováveis vem realizando com sucesso e que tiveram início em fins 
da década de 1970: 
 
¾ Centro de Estudos de Migrações de Aves – CEMAVE - coordena e 
armazena dados de anilhamento de aves silvestres em liberdade, bem 
como outros tipos de marcação, visando o conhecimento em nível nacional 
e internacional dos movimentos desses animais, possibilitando estudos 
mais avançados sobre os mesmos; 
¾ Projeto TAMAR - distribuição, proteção e conservação das tartarugas 
marinhas - consiste basicamente em determinar as áreas de ocorrência de 
desova, a identificação das espécies e sua respectiva distribuição, 
efetuando estudos de biologia e comportamento, e implantando vários 
locais de efetiva proteção; e, 
¾ Projeto Peixe-Boi - estudo, distribuição e proteção do peixe-boi marinho, 
objetiva identificar as áreas de ocorrência, efetuar um senso preliminar dos 
indivíduos, proteger as áreas para evitar a extinção iminente; pesquisas 
sobre biologia e comportamento estão sendo iniciadas (CIMA, 1991). 
 
A referência a estes projetos diz respeito às dependências das aves 
limícolas, tartarugas marinhas e do peixe-boi com os ambientes costeiros 
abrigados para sua sobrevivência – estuários, enseadas, manguezais, 
marismas. 
 
 
2.0– RESULTADOS 
 
2.1. Características gerais das unidades físico-ambientais e importância 
ecológica da região 
 
O Brasil com uma superfície de 8.511.996 km2, é o maior país da América 
do Sul. Com esta extensão territorial, abrangendo desde regiões equatoriais ao 
norte até áreas extratropicais ao sul, diferenciadas climática e 
geomorfologicamente, o País conta com extraordinária diversidade ecológica e 
biológica. Do ponto de vista paisagístico podem ser reconhecidos seis 
domínios morfoclimáticos brasileiros, caracterizados por combinações distintas 
de fatores climáticos e geomorfológicos que se espraiam por milhões até 
centenas de milhares de quilômetros quadrados de extensão. Embora essas 
áreas naturais possam abrigar várias regiões naturais e compartimentos 
biogeográficos, elas guardam, assim mesmo, um conjunto de feições 
geomórficas,associações de solos, formações vegetais características e 
regimes hidrológicos que distinguem os domínios uns dos outros (CIMA, 1991). 
 
Particularizações regionais nas composições bióticas desses 
ecossistemas homólogos devem-se não só aos mecanismos originadores, 
resultantes das variações do nível médio do mar, principalmente durante o 
quaternário, mas também às condições ambientais do presente. A evolução 
histórica desses ambientes a partir de matrizes geológicas distintas, 
composições petrográficas, mineralógicas e cristalográficas dos substratos; 
morfologias variadas da costa primitiva; padrões de correntes e de circulação 
das águas e condições diferenciadas de clima em termos de temperaturas e 
 18
precipitações, principalmente, fez com que esses ecossistemas, assemelhados 
em seu aspecto morfológico, exibam diferenças não apenas na diversidade de 
espécies, mas também nas suas dinâmicas próprias de funcionamento trófico e 
energético (CIMA, op. cit.). 
 
A diversidade de litorais brasileiros, que constitui a gama de substratos 
dos ecossistemas costeiros, pode ser subdividida, levando em conta elementos 
oceanográficos, climáticos e continentais. As características bióticas 
encontram-se associadas a esses tipos de substratos. Schaeffer-Novelli et al. 
(1990) dividiram a linha de costa em 8 (oito) unidades fisiográficas. Para essa 
caracterização, aqueles autores utilizaram dados da literatura existente sobre o 
assunto, além de suas próprias experiências de campo. 
 
Unidade I : do Cabo Orange (04°30'N) ao Cabo Norte (01°40'N), no limite 
norte da Foz do Amazonas. Segmento caracterizado por bosques homogêneos 
dominados pelo gênero Avicennia, formando verdadeiros siriubais. Os 
manguezais colonizam rios costeiros, extendendo-se até consideráveis 
distâncias. Rhizophora ocupa a porção estuarina dos rios, onde a influência 
marinha é direta. Nessas áreas Montricardia e Laguncularia ocupam a porção 
interior dos bosques. 
 
Unidade II : do Cabo Norte (01°40'N) à Ponta Curuçá (00°36'S). O 
desenvolvimento e a cobertura dos manguezais é escasso neste segmento 
devido a influência da descarga fluvial do Rio Amazonas. Os bosques são 
mistos, com formações lodosas de água doce dominando a parte norte da Foz 
do Amazonas. Avicennia forma verdadeiros siriubais em locais de pequena 
elevação e baixa salinidade, enquanto Rhizophora ocorre em locais com 
influências marinhas mais significativas, ou inundados periodicamente pelas 
marés. 
 
Unidade III : Ponta Curuçá (00°36'S) à Ponta Mangues Secos (02°15'S). 
Rhizophora domina as franjas dos bosques. As faixas mais elevadas, 
posteriores às franjas são colonizadas por Avicennia e Laguncularia. 
Ambientes de baixa energia deposicional são colonizados por Spartina. O 
gênero Conocarpus é encontrado nas faixas de transição para terra firme. 
 
Unidade IV : Ponta Mangues Secos (02°15'S) ao Cabo Calcanhar 
(05°08S). Manguezais são pobremente desenvolvidos ao longo deste trecho da 
costa devido à falta de aporte de água doce, associada a estações secas 
prolongadas. Altas concentrações de sais limitam os manguezais às 
desembocaduras dos rios. 
 
Unidade V : Cabo Calcanhar (05°08'S) ao Recôncavo Baiano (13°00'S). 
Devido a alta energia desse trecho da costa, os manguezais se desenvolvem 
em áreas protegidas, associados a estuários e lagunas costeiras. Rhizophora e 
Laguncularia aparecem como pioneiras. Nas partes mais internas dos bosques, 
Avicennia e Laguncularia formam bosques mistos. 
 
Unidade VI : do Recôncavo Baiano (13°00'S) a Cabo Frio (23°00'S). 
Manguezais relativamente extensos são comumente encontrados por trás de 
 19
restingas. Os três gêneros de mangue são encontrados, podendo compor 
formações mistas ou monoespecíficas. Na Baía de Todos os Santos 
Laguncularia é dominante, colonizando solos areno-argilosos. Rhizophora é 
encontrada somente nas margens, formando estreita faixa na franja dos 
bosques ou quando dominante, constitui faixas monoespecíficas 
freqüentemente inundadas pelas marés. Avicennia e Laguncularia também 
podem formar bosques mistos nas franjas. 
 
Unidade VII : Cabo Frio (23°00'S) à Torres ( 29°20'S). Os bosques 
apresentam gradiente em termos estruturais, com indivíduos mais altos 
margeando estuários, canais e à jusante de alguns rios. Os bosques podem ser 
monoespecíficos ou mistos, com Laguncularia, Avicennia e Rhizophora. Na 
Baía de Guanabara, Rhizophora domina as franjas dos bosques, ou sítios 
protegidos por Spartina e Laguncularia. Em Guaratiba, os sedimentos recentes 
de ilhas barreiras são colonizados por Spartina, formando marismas que são 
totalmente inundadas pelas marés altas. Rhizophora coloniza sedimentos 
lamosos com grande quantidade de matéria orgânica, enquanto Avicennia é 
encontrada em depósitos mais altos formando extensos bosques. 
 
Na região estuarina de Santos e Bertioga, Rhizophora ou Avicennia 
dominam as franjas dos bosques, enquanto a parte interna pode ser ocupada 
pelas duas espécies anteriores ou por Laguncularia, formando bosques mistos. 
 
Os bosques de Itanhaém apresentam na parte posterior junto a terra 
firme, faixas de transição colonizados por Hibiscus, Crinum e Acrosthicum, em 
contato com a mata de restinga. 
 
A região de Cananéia-Iguape possui áreas deposicionais recentes, 
freqüentemente colonizada por Laguncularia e Spartina. As franjas são 
dominadas por Rhizophora, enquanto as partes mais internas podem formar 
bosques mistos com Avicennia e Laguncularia, ou ainda apresentar um 
gradiente estrutural de bosque monoespecífico de Rhizophora. Neste último 
caso, o bosque do tipo ilhote, como o da Ilha de Pai Matos, não apresenta 
gradiente por ser freqüentemente inundado pelas preamares. 
 
O limite latitudinal para espécies vegetais típicas de mangue ocorre no 
litoral de Santa Catarina, aos 27°30'S para Rhizophora mangle e aos 28°30'S 
para Avicennia schaueriana e Laguncularia racemosa. 
 
Unidade VIII : Torres (29°20'S) ao Chuí (33°45'S). Este trecho do litoral é 
formado por extensos depósitos praiais, associados a cordões de dunas e 
pontais arenosos. Ao longo da linha de costa são encontradas formações 
lagunares, isoladas do Oceano Atlântico por barreiras múltiplas, resultantes de 
sucessivos eventos trangressivos e regressivos. Baixas temperaturas no 
inverno e grande amplitude térmica inibem o crescimento de espécies típicas 
de mangue, privilegiando as marismas. 
 
 
 
 
 20
2.2. Avaliação do conhecimento da diversidade biológica para o grupo de 
ecossistemas 
 
Biodiversidade e extinção das espécies, segundo CIMA (1991) 
 
“A extinção de espécies, quer pela pressão direta da exploração 
econômica, quer pela destruição de habitats, é um dos temas globais mais 
candentes da atualidade, e também de mais difícil abordagem ou metodologia. 
A preocupação deriva da constatação de que metade ou mais das espécies 
existentes na Terra vivem nas florestas tropicais úmidas, que ocupam apenas 
6% da superfície dos continentes e vêm sendo destruídas a uma taxa de 105 
mil km2 por ano. A dificuldade resulta da atual ignorância do número de 
espécies existentes e da grande complexidade da estrutura das comunidades 
biológicas e da ecologia e distribuição geográfica de espécies tão distintas 
como grandes insetos, mamíferos, fungos ou árvores. 
 
Apesar dessas dificuldades vários autores têm feito estimativas teóricas 
de taxas de extinção, usando as chamadas curvas de espécies por área (da 
forma S = cAz, onde S é o número de espécies, A é a área, e c e z são 
parâmetros constantes para situações específicas), e considerando-se uma 
redução progressiva da área segundo diversas taxas de desmatamento. Os 
resultados dessas estimativas, expressos como uma porcentagem de espécies 
perdidas globalmente por décadas, variam dentro de uma faixa de 1 a11 %, 
dependendo das premissas adotadas pelos diferentes autores. 
 
A lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, preparada 
por zoólogos com grande experiência de campo, e que inclui todos os animais 
classificados nas três categorias mais críticas da União Mundial para a 
Natureza – UICN (vulneráveis, ameaçados e extintos), relaciona apenas seis 
espécies como provavelmente extintas dentre as 171 espécies listadas para a 
floresta atlântica incluídas na lista. Parte da dificuldade reside, sem dúvida, no 
nível de conhecimento taxonômico da flora e da fauna originais, e mesmo atual, 
o que impossibilita qualquer comparação. 
 
Apesar dessas dificuldades metodológicas, não se pode ter dúvidas 
quanto à realidade do perigo de empobrecimento biológico da biosfera que se 
antecipa principalmente se considerarmos a perda de diversidade funcional (*). 
Desde 1600, foram extintas 724 espécies de animais e plantas, número que 
deve representar apenas uma fração do total. 
 
Essas incertezas dizem respeito a estimativas globais de extinção, a 
tentativas de se considerar homogêneos, padrões de distribuição geográfica e 
comportamentos ecológicos reconhecidamente complexos nos níveis regional 
e local. Nesses níveis, o conhecimento existente permite a adoção de uma 
estratégia de planejamento visando um comportamento racional face à 
conservação da biodiversidade. Evidentemente que esse conhecimento é de 
fundamental importância para um plano de conservação da biodiversidade por 
intermédio de parques, reservas biológicas e outros tipos de unidades de 
conservação. 
 
(*) Nota da consultora 
 21
 
A biodiversidade engloba todas as espécies de plantas, animais e 
microorganismos, os ecossistemas e ainda os processos ecológicos dos quais 
são componentes. Constitui um termo abrangente para o grau de variedades 
da natureza que inclui o número e a freqüência de espécies ou genes e os 
respectivos ecossistemas. Consideram-se três níveis distintos para expressar a 
biodiversidade: variabilidade genética, diversidade de espécies e de 
ecossistemas. A variabilidade genética é constituída pela soma total da 
informação genética contida nos genes de indivíduos de plantas, animais e 
microorganismos que habitam a Terra. A diversidade de espécies refere-se aos 
organismos vivos na Terra. A diversidade de ecossistemas refere-se aos 
habitats, às comunidades bióticas e aos processos ecológicos na biosfera, 
assim como à enorme diversidade dentro dos ecossistemas em termos de 
diferenças de habitats e dos vários processos ecológicos. 
 
A Carta Mundial para a Natureza, redigida pela ONU reconhece que o 
homem é parte da natureza e que toda forma de vida merece respeito, 
independentemente de sua utilidade para o homem e que os benefícios atuais 
da natureza dependem da manutenção dos processos ecológicos e dos 
sistemas que sustentam a vida em suas diversas formas. De acordo com a 
estratégia Mundial e o Grupo de Trabalho sobre “Ética de Conservação” ambos 
da UICN, a base para a conservação da biodiversidade deve ser coerente com 
os princípios ecológicos que essencialmente promovem atividades que sejam 
sustentáveis a longo prazo, visando o desenvolvimento social e econômico. O 
bem-estar das futuras gerações constitui responsabilidade social da presente 
geração visando assegurar que os recursos naturais renováveis sejam 
adequadamente cuidados para garantir sua produtividade sustentável. 
 
A visão ética e cultural da diversidade voltada para a natureza e a vida 
humana deve ser encorajada através de promoções que respeitem e melhorem 
a diversidade de vida, independentemente de ideologia política, econômica ou 
religião dominante numa sociedade. 
 
Outro fator importante para se considerar a necessidade de conservação 
da biodiversidade, sobretudo nos trópicos onde ocorrem dois terços das 
espécies da Terra, relaciona-se à evolução das espécies para se adaptarem às 
mudanças climáticas. A extinção das espécies sempre ocorreu desde os 
primórdios da existência da vida na Terra, causada entretanto por fatores 
naturais, porém, nunca pelo próprio homem. Mas, graças à variabilidade 
genética, os organismos foram capazes de se adaptar às diversas mudanças 
climáticas com o surgimento de novas espécies cujos descendentes 
atualmente enriquecem flora e fauna. Com o acelerado processo de extinção 
em marcha, estamos limitando o processo evolutivo para a adaptação às 
mudanças climáticas em curso, sobretudo aquelas resultantes do “efeito 
estufa” e da destruição da camada de ozônio. As conseqüências são 
imprevisíveis, mas certamente serão catastróficas e poderão comprometer a 
sobrevivência da biodiversidade, incluindo a da própria espécie humana. 
 
O desconhecimento dos valores reais da biodiversidade tem constituído 
sério obstáculo para que os tomadores de decisão reconheçam a necessidade 
 22
da conservação dos recursos biológicos nos planos nacionais de 
desenvolvimento, entretanto, a alocação de valores qualitativos e quantitativos 
certamente justificariam ações governamentais de incentivos à conservação 
(CIMA, 1991).” 
 
O manguezal é considerado um dos ecossistemas mais complexos do 
ambiente marinho, não apenas por sua diversidade biológica mas 
principalmente devido à diversidade funcional. Sistemas complexos tendem a 
resistir mais eficientemente às perturbações tanto naturais quanto induzidas 
pelo homem. Mas a cada perturbação há perda de elementos do sistema, 
levando a uma simplificação, tornando-o menos apto a ação de novos tensores 
e por conseqüência, mais vulnerável e com menor capacidade de suporte. 
 
 
2.3. Conhecimento da diversidade biológica 
 
As estimativas da diversidade de espécies vegetais e animais na Terra 
variam entre 2 e 100 milhões, sendo que as mais precisas giram em torno de 
10 milhões, e dentre estas, somente 1,4 milhões já estão classificadas 
(Courrier, 1992). A diversidade dos ecossistemas marinhos, desde as florestas 
de mangues, de estrutura complexa, até os sistemas marinhos mais simples, é 
no mínimo comparável à diversidade terrestre (Courrier, op. cit.). Os 
ecossistemas costeiros, que recebem influências dos ambientes marinho e 
terrestre, apresentam alta diversidade biológica (Tabela III). 
 
 
Cobertura vegetal 
 
MANGUEZAL 
 
As angiospermas do mangue do litoral brasileiro pertencem a três 
gêneros, contando com um total de 6 espécies (Schaeffer-Novelli & Cintrón, 
1986). 
 
Gênero Rhizophora 
Mangue vermelho, sapateiro ou verdadeiro, encontra-se geralmente nas 
franjas dos bosques em contato com o mar, ao longo dos canais, na 
desembocadura de alguns rios ou, nas partes internas dos estuários onde a 
salinidade não é muito elevada. 
 
As espécies encontradas ao longo do litoral brasileiro são: Rhizophora 
mangle, da desembocadura do Rio Oiapoque, à latitude da Ilha de Santa 
Catarina; e R. racemosa e R. harrisonii encontram-se da região norte até o 
Delta do Rio Parnaíba, no Piauí. 
 
Gênero Avicennia 
Siriúba ou mangue preto ocupa terrenos da zona entremarés, ao longo 
das margens lamacentas dos rios ou diretamente exposta às linhas de costa, 
desde que submetidas a intrusões salinas. Essas plantas toleram salinidades 
 23
intersticiais muito mais altas que os demais gêneros de mangue, chegando a 
sobreviver em locais com salinidades de 90. 
 
As espécies encontradas em nossos manguezais são: Avicennia 
germinans, do norte até a desembocadura do Rio Macaé (Soffiatti, com. pes.), 
ao norte do Estado do Rio de Janeiro; e A. schaueriana, ao longo de todo 
litoral, com seu limite austral coincidindo com o próprio limite sul dos 
manguezais no Atlântico Sul Ocidental. 
 
Gênero Laguncularia 
Mangue branco ou tinteira, encontrado em costas banhadas por águas debaixa salinidade, às vezes ao longo de canais de água salobra ou, em praias 
arenosas protegidas. 
 
É um gênero monoespecífico, i.e., possui apenas um espécie 
Laguncularia racemosa, encontrada associada aos manguezais ao longo de 
todo litoral. Merece destaque o fato de ser a única espécie típica de mangue 
encontrada no Arquipélago de Fernando de Noronha, no único manguezal, na 
Baía do Sueste. 
 
 
Criptógamas associadas aos manguezais 
 
Para as áreas de manguezal do Atlântico Sul Ocidental, Cordeiro-Marino 
et al. (1992) fazem referência a um total de 21 espécies de Chlorophyceæ, 37 
de Rhodophyceæ e 4 de Phaephyceæ. 
 
Segundo Maciel (1991), podem ocorrer fanerógamas halófitas (Salicornia 
gaudechodiana, Chaenopodiaceæ e Sesuviam portulacastrum, Aisoaceæ) e 
criptógamas abundantes, sobre as quais se alimentam caranguejos de diversas 
espécies. 
 
Marismas 
 
As marismas, segundo Panitz (1992), constituem um dos mais produtivos 
ecossistemas costeiros, principalmente aquelas dominadas pela gramínea 
Spartina. Sua produtividade é controlada pela amplitude das maré, salinidade, 
grau de inundação, disponibilidade de nutrientes e temperatura que determina 
um ciclo sazonal no desenvolvimento das espécies da cobertura vegetal das 
marismas. À semelhança dos manguezais nas regiões tropicais, as marismas 
representam nas regiões temperadas importante fonte de nutrientes e de 
detritos para a cadeia alimentar, além de abrigo e substrato para inúmeras 
espécies animais de importância econômica e ecológica. 
 
A maioria das espécies vegetais das marismas da América Latina 
pertence a gêneros amplamente distribuídos pelas comunidades halofíticas, 
representantes de um número relativamente reduzido de famílias (Costa & 
Davy, 1992). 
 
 
 24
Fauna Associada 
 
A fauna dos manguezais, marismas, estuários e deltas tem sua origem 
nos ambientes terrestre, marinho e de água doce, permanecendo nesses 
ecossistemas toda sua vida como residentes ou apenas parte dela, na 
condição de semi-residentes, visitantes regulares ou oportunistas. Seja qual for 
a condição, esses animais estão sempre intimamente associados e 
dependentes desses ecossistemas. 
 
Para as áreas úmidas, como no caso dos manguezais, alguns grupos, 
como o das aves aquáticas, contam com bom acervo bibliográfico, 
possivelmente devido sua popularidade e facilidade de identificação. Certas 
aves percorrem grandes distâncias em seus movimentos migratórios, passando 
às vezes por vários países, demonstrando a necessidade de cooperação 
internacional no que tange a proteção desse recursos naturais. 
 
Devido à importância desses animais como indicadores da qualidade 
ambiental e sob a égide da Convenção de Ramsar (São Paulo, 1997a), 
atenção especial foi dada aos habitats de aves aquáticas, como contribuição às 
propostas a planos de desenvolvimento e manejo auto sustentáveis que 
envolvam esse tipo de recurso. 
 
Durante os meses de verão é reduzido o número de animais se 
deslocando sobre a área do apicum (Nascimento, 1993). Aquela autora 
descreve a presença de alguns caranguejos “chama-maré”, do gênero Uca, 
encontrados nas proximidades da vegetação. A partir do mês de maio, com o 
início das chuvas de “inverno”, a quantidade de Uca das espécies U. thayeri, U. 
mordax, U. leptodactyla, U. rapax, além de outras formava um verdadeiro 
tapete por todo o apicum, numa densidade aproximada de 250ind/m2. Na 
proximidade da parte mais sombreada das árvores de mangue a densidade de 
tocas de Ucides cordatus jovens (caranguejo-uçá) chegou a 30ind/m2. Nessas 
áreas os Uca escavam suas tocas que chegam a 70 e 80cm de profundidade. 
Nas pequenas poças d’água no apicum, encontrou-se quantidade 
representativa de Calinectes (siri), todos em estágio juvenil (Nascimento, 
1993). 
 
Um exemplo da dependência da produção da zona costeira com os 
manguezais pode ser ilustrado pela listagem apresentada por Cintrón & 
Schaeffer-Novelli (1983), onde aparecem 67 espécies de peixes, 
representando 24 famílias, associadas a diversas áreas estuarinas do litoral 
brasileiro (Tabela IV). Como através da pesca parece ser mais fácil quantificar 
uma determinada parcela da produção dos recursos naturais marinhos, o 
exemplo acima serve para caracterizar a diversidade da ictiofauna que 
depende, de alguma maneira, dos fluxos de energia e matéria gerados pelos 
manguezais (Schaeffer-Novelli, 1989). 
 
 
 
 
 
 25
2.4. Aplicabilidade da informação existente, visando a gestão da 
diversidade biológica 
 
As áreas protegidas ao longo da costa que fornecem abrigo e alimento 
farto, foram as que serviram de ponto de partida para a ocupação dos 
europeus com seus primeiros núcleos de colonizadores. Coincidentemente, 
propiciavam aos recém chegados a mesma proteção exigida pelos manguezais 
para seu desenvolvimento. E assim, enquanto se expandiam os povoados, se 
reduziam as áreas de manguezal, primeiramente com uma taxa pouco 
pronunciada (de 1500 a 1900) e, depois de forma avassaladora, provocando 
alterações por vezes irreversíveis (Schaeffer-Novelli, 1989). 
 
Sambaquis datados de 7.000 a 10.000 anos B.P. contendo restos de 
conchas de bivalves, carapaças de crustáceos e espinhas de peixes, 
comprovam as evidências de que os primeiros americanos já se utilizavam dos 
recursos dos manguezais, marismas e estuários para sua sobrevivência. O 
comportamento semi-nômade daqueles grupos de caçadores e coletores, bem 
como seu comportamento social, garantiu o uso eficiente dos recursos 
disponíveis através dos tempos (Figuti, 1993). Quando a esquadra de Cabral 
aportou na Terra do Brasil estima-se que houvesse menos de 4 milhões de 
indígenas, em sua maioria ocupando as várzeas dos rios, as florestas e os 
manguezais da planícies costeiras (Schaeffer-Novelli & Cintrón-Molero, in press 
a). 
 
 
 
2.5. Listagem com dados existentes de diversidade/riqueza de espécies 
 
Ainda falta muito para um conhecimento completo sobre o número total 
das espécies da fauna e da flora existentes nos manguezais, nas marismas e, 
por que não dizer em toda a Zona Costeira Brasileira. Com exceção do Projeto 
BIOTASP/FAPESP (Migotto & Tiago, 1999), patrocinado pela Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, não são muitos os 
projetos específicos para identificação da diversidade biológica na Zona 
Costeira do País. Mas mesmo assim, com base em levantamentos 
bibliográficos, é possível ter uma idéia dos organismos a eles associados, 
integrantes dos grupos taxonômicos: Procariontes, Protistas, Fungos, Liquens, 
Vegetais e Animais, revelando a riqueza de espécies desses ecossistemas. 
 
Algumas das espécies de aves associadas aos manguezais brasileiros 
são consideradas raras, ameaçadas ou vulneráveis para vários países da 
América do Sul e do Caribe, incluindo-se Ajaia ajaia (colhereiro), Cosmorodium 
albus (graça branca grande), Egretta thula (graça branca pequena), Eudocimus 
ruber (guará), Pandion halliaetus (águia pescadora), e Sterna hirundo (trinta-
réis de bico vermelho), de acordo com Saenger et al. (1983) e Marcondes-
Machado & Monteiro Filho (1989) (Tabela III). Além destas espécies existem as 
endêmicas da região Neotropical, consideradas bastante escassas em alguns 
segmentos do litoral brasileiro, podendo estar envolvidas com algum tipo de 
ameaça iminente. Neste caso acham-se incluídas as espécies Eudocimus 
 26
ruber, Ixobrychus involucris, Oxyura dominica e Netta erythrophthalma (Scott & 
Carbonell, 1986). 
 
Trichechus manatus (peixe-boi) é considerada como espécie vulnerável 
pela classificação da UICN (Fonseca et al., 1994) e sua conservação depende 
também da preservação dos ecossistemas costeiros, principalmente dos 
manguezais (Tabela III). 
 
Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro ou tartaruga gigante) e 
Chelonia mydas (tartarugaverde) entram no complexo estuarino-lagunar de 
Iguape-Cananéia para alimentar-se. As espécies Caretta caretta (tartaruga 
amarela), Eretmochelys imbricata (tartaruga de pente) e Lepidochelys olivacea 
(tartaruga pequena), todas ameaçadas, ocorrem no litoral brasileiro e podem, 
também, estar associadas a outros sistemas estuarinos da nossa costa (Tabela 
III). Pendoley & Fitzpatrick (1999) observaram a espécie Chelonia mydas 
abrigando-se em áreas de manguezais da Austrália, alimentando-se de folhas 
de Avicennia marina. A conservação deste sistema natural é de fundamental 
importância para auxiliar a preservação dessas espécies marinhas. 
 
 
2.6. Intensidade de utilização da diversidade biológica para o grupo de 
ecossistemas 
 
Nas regiões Norte e Nordeste, segundo Schaeffer-Novelli (1989), primam 
o empirismo e o imediatismo sobre os seguintes produtos: derrubada de 
árvores de mangue para lenha; madeira para construção e extração de tanino; 
pesca predatória incidindo sobre moluscos, crustáceos e peixes (inclusive 
utilizando explosivos); atividades salineiras, além da instalação de viveiros e 
tanques para aqüicultura (Tabela V). 
 
Nas regiões Sudeste e Sul, o extrativismo continua imperando porém, 
devido às formas mais desenvolvidas de uma sociedade de consumo, 
aparecem aterros, lixões, empreendimentos imobiliários, distritos industriais, 
todos se utilizando dos manguezais como terras de “baixo custo”, ignorando 
seu valor como verdadeiros celeiros biológicos (Schaeffer-Novelli, 1989). 
 
Ainda sobre este aspecto, a demanda por produtos provenientes do 
ecossistema manguezal provocou aumento na captura de caranguejo-uçá 
(Ucides cordatus), pela utilização predatória de artefatos como redinhas, 
armadilhas denominadas “ratoeiras” e substâncias químicas como o carbureto, 
colocando em risco o estoque deste organismo em diversos setores do litoral. 
Ostras de mangue também vêm sendo explotadas com tamanhos abaixo do 
previsto pela legislação, principalmente quando raízes inteiras do mangue 
vermelho (rizóforos de Rhizophora mangle) são cortadas pelos coletores. 
 
 
2.7. Vetores de pressão sobre a diversidade 
 
Na obra “Os ecossistemas brasileiros e os principais macrovetores de 
desenvolvimento: subsídios ao planejamento da gestão ambiental” (Brasil, 
 27
1996), as áreas costeiras e a região da floresta atlântica consideradas como 
“as dependências ecológicas entre a Floresta Atlântica, as Áreas Costeiras 
emersas, sob influência das marés e submersas até os rebordos da Plataforma 
Continental”, mereceram tratamento conjunto, embora os responsáveis tenham 
reconhecido ser compartimentos totalmente diferenciados. Aquele documento 
adotou metodologia que fosse capaz de apresentar resultados que atendessem 
aos seguintes requisitos: visão integrada do desenvolvimento brasileiro atual e 
seus rebatimentos especificamente ambientais na escala da União; apreensão 
das principais macrotendências, além de diagnóstico ambiental básico. 
 
Assim, os compartimentos dos macrovetores identificados com atuação 
sobre os Ecossistemas das Áreas Costeiras e da região de Floresta Atlântica 
no tocante ao uso e ocupação das terras foi, de uma maneira geral, assim 
caracterizado: 
 
ƒ extrativismo animal e vegetal nos ecossistemas flúvio-marinhos e flúvio-
lacustres; 
ƒ infra-estruturas urbana, portuária, de turismo e lazer; e, 
ƒ localizadamente, agricultura, pastagens e silvicultura. 
 
Passando de uma escala da União para uma regional, no Nordeste um 
dos fatores responsáveis pela degradação do mangue é o despejo de vinhoto 
das usinas produtoras de álcool, causando grande mortalidade de peixes e 
crustáceos. A isso se acrescenta a grande quantidade de inseticidas e 
fungicidas usados na cultura de cana-de-açúcar e que escorre para as áreas 
de mangue. A cultura de cana-de-açúcar, depois de ocupar os “tabuleiros” 
pouco adequados para o plantio, se extende para os terrenos próximos aos 
manguezais (Diegues, 1991). 
 
A ocupação urbana também é um grande fator de degradação dos 
manguezais, como o que ocorreu com a Coroa do Meio, em Aracajú/SE. O 
manguezal, ocupado por catadores, foi cortado para dar origem a um bairro 
residencial de luxo. A orla de Coroa, desprovida das árvores de mangue, 
começou a sofrer erosão do mar, causando destruição de parte da estrada 
asfaltada recém-construída (Diegues, op. cit.). 
 
Embora os manguezais não tenham valor de mercado, sabe-se que 
exercem uma série de funções gratuitas, como por exemplo a preservação da 
linha de costa, retenção de sedimentos, filtro biológico, berçário. A destruição 
dessas funções obriga a sociedade a pagar muito caro pela sua recriação 
artificial (amuradas de cimento, enrocamentos) (Diegues, 1991). 
 
A poluição de importantes ecossistemas costeiros e estuarinos em nível 
nacional, onde se dá a produção de alimento e o crescimento de fases larvares 
e juvenis dos recursos pesqueiros, vêm acarretando redução dos estoques em 
níveis tão acelerados, que seu impacto é sensível na produtividade e índices 
de abundância (CIMA, 1991). 
 
A redução significativa das áreas de manguezal e a desfiguração de 
importantes complexos estuarinos e de baías, vem reduzindo o habitat de 
 28
muitas espécies, implicando em maior competição pelo alimento e predação 
entre espécies, contribuindo de forma importante para a aceleração da curva 
de mortalidade (CIMA, op. cit.). 
 
A falta de proteção aos estoques que em sua fase juvenil sofrem a ação 
da pesca indiscriminada e pouco seletiva, com insustentável índice de refugo 
ou descarte, é poderoso entrave à racionalização da explotação pesqueira, 
colocando em risco de sobrepesca inúmeros recursos (CIMA, 1991). 
 
O corte indiscriminado das árvores de mangue pode vir a transformar 
esses manguezais em marismas, cujas espécies vegetais seriam mais 
resistentes às novas condições antropizadas. Considerando-se a importância 
do manguezal como exportador de carbono orgânico e de nutrientes para as 
águas costeiras, uma substituição dos manguezais por marismas ocasionaria, 
certamente, um declínio da produtividade e conseqüentemente das atividades 
pesqueiras junto a costa (Costa & Davy, 1992). 
 
A privatização de áreas de praias e junto às margens dos rios e estuários, 
onde tradicionalmente e legalmente os pescadores artesanais praticavam suas 
atividades de subsistência, vem reduzindo as oportunidades de sobrevivência 
dessas populações ribeirinhas como também, reduzindo os estoques dos 
recursos vivos (Schaeffer-Novelli, 1989). 
 
 
2.8. Impactos de origem natural 
 
Existem diversas perspectivas considerando o aumento do nível médio 
relativo do mar para as próximas décadas, porém qualquer elevação irá afetar 
o ecossistema manguezal e a resposta a tal elevação estará relacionada às 
taxas em que esse aumento ocorrer (Schaeffer-Novelli et al., in press b). 
 
Para o Brasil, os diferentes tipos fisiográficos descritos anteriormente 
(Schaeffer-Novelli et al., 1990), mais precisamente para cada tipo de bosque ao 
longo da linha de costa, irão responder diferentemente ao aumento do nível 
relativo do mar, como também ao aumento da temperatura na atmosfera 
terrestre devido ao efeito estufa. 
 
Em primeiro lugar, deve-se considerar alguns aspectos importantes, no 
que se reporta aos efeitos das mudanças climáticas globais sobre o 
ecossistema manguezal: 
 
ƒ existência de locais de provável refúgio no caso de uma "migração" do 
bosque em direção à terra firme; 
ƒ aumento da produção de serapilheira devido ao aumento das temperaturas; 
ƒ efeito sobre o aporte de sedimento nos rios e deltas; e, 
ƒ efeito dos processos geomorfológicos (erosão, sedimentação e 
subsistência/ progradação). 
 
Nas regiões Sudeste e Sul, a substituição de alguns ecossistemas 
(marismas e faixa de transiçãopara restinga) seriam diretamente afetados, 
 29
sendo que para as marismas, um pequeno aumento do nível médio do mar 
seria suficiente para acarretar mudanças na zonação desse ecossistema, até 
sua total eliminação (Huiskes, 1990). Nas Unidades III e IV, descritas por 
Schaeffer-Novelli et al. (1990), bancos de Spartina, em áreas de baixa energia 
e suave topografia, poderão ser afetados diretamente pelo aumento da 
freqüência de inundação e por uma elevação do nível das águas do estuário, 
induzindo modificações na topografia do terreno. Para a faixa de transição com 
a terra firme, a substituição das espécies deste ecótone se daria devido a 
inundações pelas preamares e o conseqüente aumento da salinidade no 
sedimento, favorecendo uma substituição por espécies típicas de mangue ou 
por outras espécies psamohalófitas. Os espaços das restingas seriam erodidos 
e os sedimentos retrabalhados. As espécies adaptadas aos sedimentos 
arenosos, com baixa freqüência de inundações, seriam privilegiadas na 
competição pelo substrato. Na região Sudeste, a exemplo de Cananéia-Iguape, 
Laguncularia racemosa poderia ser a espécie pioneira. 
 
Porém, em regiões onde praticamente inexistem “áreas refúgio”, como na 
Baía de Todos os Santos, cujas planícies costeiras são limitadas por rochas 
sedimentares encaixadas em rochas cristalinas (Ramos, 1993), a perda das 
faixas anteriores dos bosques de mangue seria inevitável. 
 
Em regiões onde os manguezais colonizam extensas planícies costeiras, 
como no Delta do Parnaíba, os bosques poderiam estar menos vulneráveis 
devido ao equilíbrio entre os processos de subsidiência e de progradação. 
Segundo Woodroffe (1990) devemos considerar que em relação aos ambientes 
deltaicos a resposta dependerá tanto do fornecimento de sedimento ao 
sistema, como das características fluviais e tidais. O mesmo autor enfatiza que 
os manguezais podem resistir a taxas de elevação do nível médio relativo do 
mar de 100 a 150 cm/século. 
 
As respostas do ecossistema manguezal são bastante previsíveis. As 
mudanças serão observadas em nível da zonação e da 
colonização/distribuição das espécies da fauna (endofauna e incrustante) e, 
principalmente da flora. Dessa forma podemos salientar que na partes frontal 
do bosque (franja) e posterior (transição para terra firme) os efeitos serão mais 
mensuráveis, enquanto que para a região central (bacia) serão menos 
sensíveis (Schaeffer-Novelli & Cintrón-Molero, in press b). 
 
Ao confrontarmos com a realidade brasileira, podemos afirmar que as 
planícies salgadas de maré, mais conhecidas como "apicuns", seriam 
colonizadas por espécies de mangue. As marés altas de sizígia seriam 
responsáveis pela preparação desses substratos no que se refere a diluição 
dos sais acumulados. Posteriormente, os propágulos seriam trazidos pelas 
preamares, colonizando o ambiente previamente modificado. 
 
A ocupação desordenada das áreas adjacentes aos bosques de mangue, 
provocada pelo crescimento das cidades litorâneas, expansão industrial e 
aqüicultura, entre outros, levaria a um comprometimento considerável das 
possíveis “áreas refúgio”. 
 
 30
O aumento do nível dos oceanos devido às mudanças climáticas globais, 
e a conseqüente barragem na foz dos rios, deverão aumentar as áreas 
inundadas e as inundáveis em muitos rios grandes ou pequenos ao longo da 
costa. Se em algumas destas áreas costeiras houver um aumento de 
precipitação como está previsto como parte das mudanças climáticas globais, 
as situações em alguns locais que já são críticas, poderão se tornar 
calamitosas como é o caso do Vale do Ribeira ao sul do Estado de São Paulo, 
ou dos estuários dos rios da área do Recife/PE (CIMA, 1991). 
 
No caso mais específico de áreas naturais de produção, especialmente de 
camarões nas áreas costeiras, o problema pode tornar-se bastante sério, pois 
qualquer aumento do nível dos oceanos, ou alteração da qualidade das águas, 
poderá alterar a capacidade de produção destes sistemas (CIMA, op. cit.). 
 
 
 
 
 
2.9. Pressões antrópicas gerais da unidade físico-ambiental e para o 
grupo de ecossistemas 
 
2.9.1. Derivadas do uso direto 
 
Usos tradicionais, segundo Diegues (1991) 
 
“Os mangues foram utilizados pelas populações indígenas antes da 
chegada dos colonizadores europeus como atestam os montes de ostras 
retiradas das raízes de mangue. 
 
No período colonial, além de fonte de alimento (peixes e crustáceos), o 
mangue era utilizado para retirada de madeira de lenha e tanino para curtumes. 
Já no século XVIII a extração de madeira de mangue era tamanha, 
particularmente no Nordeste onde era usada como lenha para as usinas de 
açúcar, que o Rei D. José em Alvará com força de lei datado de 1760 proíbe o 
corte, reservando a vegetação para extração do tanino para os curtumes da 
metrópole. 
 
Até as primeiras décadas do século XX, as áreas de mangue eram 
exploradas de forma pouco intensa para a pesca, construção de “viveiros” de 
peixes (aqüicultura extensiva) em áreas estuarinas, pesca esportiva, “caiçaras” 
(galhos de mangue usados para construção de habitats para peixes) e retirada 
de material para construção de casas e cercos. No Nordeste, especialmente no 
Rio Grande do Norte, áreas de mangue começaram a ser utilizadas para 
construção de salinas. 
 
Com exceção dessa última atividade (salinas), as áreas de mangue ainda 
hoje são utilizadas por comunidades de pescadores e extrativistas que delas 
dependem para sua sobrevivência (Diegues, 1987). 
 
 31
A partir da década de 50, as áreas estuarinas e de mangue começaram a 
ter uma utilização intensa para fins de implantação de indústrias e expansão 
imobiliária. Os manguezais foram cortados para implantação de pólos 
industriais e minero-metalúrgicos. Nesses empreendimentos não houve 
somente a degradação de um dos ecossistema mais produtivos da biosfera, 
mas um empobrecimento ainda maior das populações tradicionais que 
dependem dele para sobreviver (Diegues, 1991).” 
 
 
Aqüicultura, considerações gerais e comentários, segundo Maciel (1991) 
 
“A construção de tanques para cultivo de camarão no manguezal começa 
pela remoção total da cobertura vegetal, seguida de escavação do terreno, 
compactação dos taludes feitos com material da escavação, e sistema de 
comportas para manter estável o nível d’água em qualquer estágio da maré. 
 
A produtividade nos tanques com água salobra é relativamente baixa 
devido a presença de enxofre no sedimento, tendendo a ser anti-econômica, 
pois é necessário usar grandes quantidades de carbonatos para ajustar o pH 
garantindo o crescimento dos camarões. Culturas semi-intensivas envolvem 
fertilização, alimentação suplementar, controle de doenças e manipulação dos 
estoques. 
 
Um tanque de cultivo é uma fonte potencial de poluição, resultante do 
excesso de fertilizantes e alimentos, causando eutroficação do estuário (FAO, 
1982). Biocidas são usados também para eliminar moluscos que competem por 
alimentos no fundo dos tanques, crustáceos parasitas, caranguejos e peixes 
predadores de camarão, além das doenças produzidas por fungos. 
 
A captura intensiva de larvas para povoar os tanques reduz os estoques 
naturais dos estuários, causando declínio da pesca artesanal, com graves 
prejuízos sociais. 
 
Nas áreas de mangue, vizinhas aos tanques, a flora e a fauna do 
ecossistema vão sendo prejudicadas devido a alteração na drenagem, na 
freqüência de inundação, bem como pelas águas servidas (tóxicas) 
provenientes das descargas dos tanques e dos canais de drenagem 
construídos sobre sedimento rico em enxofre, que em contato com o ar pode 
transformar-se em ácido sulfúrico. 
 
A maioria dos empresários brasileiros usa o Equador como exemplo da 
lucratividade da criação de camarão no mangue, citando os milhões de dólares 
queo país teria lucrado exportando para outros países. Pois este mesmo país 
– o Equador – , atravessa a vários anos uma crise econômica no setor 
pesqueiro, pois além de terem destruído mais de 80.000ha de manguezais (ou 
120.000ha, segundo fontes extra-oficiais), super exploraram os estuários 
coletando larvas e juvenis, e agora estão com problemas de tanques 
abandonados devido a salinização dos tanques e à falta de larvas de camarão. 
 
 32
A vantagem vista pelos empresários na aqüicultura no mangue é que o 
investimento é baixo e o lucro é altíssimo. O terreno, como é de marinha, é 
aforado pelo Serviço de Patrimônio da União – SPU por quantia irrisória, as 
larvas são coletadas no estuário de graça, e dois homens são pagos para 
cuidar de cada 10ha de tanques. O custo da construção dos tanques é baixo e 
logo se dilui na primeira exportação de camarão. Daí para frente, é só lucro até 
os tanques salinizados serem abandonados e novas áreas de manguezal 
serem desmatadas (Maciel, 1991).” 
 
Uma avaliação de impacto ambiental provará ao governo e aos órgãos 
ambientais que não há necessidade de se destruir um ecossistema tão 
produtivo, para se ter indústria camaroneira “lucrativa” no Nordeste (Diegues, 
1991). 
 
 
Salinas, considerações gerais e comentários, segundo Maciel (1991) 
 
“A implantação de salinas também requer a completa erradicação da 
cobertura vegetal do manguezal, nivelamento do terreno, preparo dos taludes, 
abertura de um sistema de canais de inundação e intensa compactação do 
sedimento. As repetidas inundações e os sucessivos ressecamentos, 
aumentam o conteúdo de sal no sedimento, além de alterar a estrutura do 
mesmo. Quanto mais árida ou semi-árida for a região, mais intenso será o dano 
causado pela construção de salinas em áreas de manguezal. 
 
A experiência internacional mostra que as salinas sobre áreas de 
manguezal, quando desativadas nem sempre são recolonizadas por plantas 
típicas de mangue devido às profundas alterações na química e na física do 
sedimento, que comprometem a sobrevivência dos propágulos. 
 
Aqui no Brasil, os tanques de várias salinas abandonadas em pouco 
tempo apresentam recomposição da cobertura vegetal. É provável que a 
estrutura da argila que impermeabiliza os taludes faça com que a água doce 
acumulada no período das chuvas vá escoando e arrastando o excesso de 
cloretos. É comum o caboclo nordestino “adoçar” o sedimento para plantar 
mandioca e cana. As salinas abandonadas no nordeste devem ser adoçadas 
de forma a permitir a recomposição da área pelo manguezal (Maciel, 1991).” 
 
 
2.9.2. Derivadas do uso indireto 
 
Degradação dos recursos costeiros, segundo CIMA (1991) 
 
“Os ecossistemas costeiros, encontram-se submetidos a pressões 
vinculadas à permanência, na faixa costeira, de mais da metade da população 
brasileira – assentada a uma distância inferior a 60 km em relações de troca 
com o resto do mundo. 
 
Dentre os 17 estados brasileiros que são banhados pelo mar, 14 (82 %) 
têm suas capitais localizadas no litoral. São Paulo, uma das três escassas 
 33
exceções, mantém um complexo sistema de relações com o litoral, dando lugar 
a assentamentos do porte de Santos (predomínio da atividade portuária), 
Cubatão (predomínio da atividade industrial), São Sebastião (dominado por um 
terminal de petróleo) e uma linha contínua de loteamentos (turismo de 
“segunda-residência”) que começa no Guarujá e só termina na divisa com o 
Estado do Rio de Janeiro. 
 
Apesar de comportar diferenças regionais, a ocupação da faixa costeira 
brasileira apresenta uma característica comum: predominam formas de 
assentamento humanos que determinam o rompimento de processos 
ecológicos, contribuindo para a degradação de ecossistemas, para a redução 
da diversidade genética e para a inviabilização do aproveitamento dos recursos 
ambientais (CIMA, 1991).” 
 
 
Uso-ocupação do espaço costeiro 
 
Os principais vetores de uso-ocupação do espaço costeiro brasileiro podem ser 
resumidamente enunciados como: a) assentamento humano, expansão urbana, 
diluição de esgotos e disposição do lixo, vetores que se aceleram na medida em que 
se verifica o crescimento da população e das atividades econômicas; b) produção de 
sal, pesca e agricultura como sendo as atividades econômicas mais antigas; c) 
melhoria/ampliação dos “corredores de transporte” litorâneos, comunicando os 
principais centros urbanos com pequenas cidades, vilas e praias onde passa a 
predominar o turismo de “segunda-residência”; d) atividade industrial, notadamente, 
pelo impacto que geram os distritos industriais e os pólos especializados 
(petroquímicos e cloroquímicos); e) atividade portuária e proliferação dos terminais 
marítimos especializados; f) extração mineral tanto realizada em terra firme como no 
mar, com destaque para a produção de petróleo, gás natural, sal-gema e carvão 
(CIMA, 1991). 
 
 
 
Vetores de uso-ocupação, segundo CIMA (1991) 
 
“Os espaços onde se localizam preferencialmente tais vetores de uso-
ocupação da costa podem ser resumidamente relacionados, cabendo destacar: 
a) baías, promontórios, praias, enseadas, ilhas e outras formações rochosas 
que ofereciam e oferecem abrigo a instalações ligadas a atividades litorâneas 
típicas; b) baixadas litorâneas que, depois das ilhas – inicialmente preferidas 
dada a facilidade de defesa – comportaram o assentamento da maior parte da 
população brasileira situada no litoral; e, c) plataforma continental que nesse 
último quarto de século passa a dar sustentação não só à atividade pesqueira 
oceânica, mas também à pesquisa e exploração de petróleo, gás natural e 
nódulos polimetálicos. 
 
Resultados do processo de uso-ocupação desses espaços, podemos, 
nessa síntese, destacar os seguintes componentes dos ecossistemas como 
objetos de impactos ambientais diretos e indiretos: a) recifes de coral e ilhas, 
cujos impactos resultam na degradação de bancos genéticos importantes; b) 
cobertura vegetal litorânea (manguezais, mata atlântica, coqueirais, matas de 
 34
restinga, etc.), que determina processos de instalação geomorfológica, perda 
do potencial ecológico e econômico inerente, redução da capacidade de 
reposição de estoques de várias espécies, etc.; c) corpos d’água litorâneos e 
costeiros, que se vêem assoreados e contaminados em decorrência de 
processos erosivos e pelo lançamento de substâncias tóxicas e elevadas 
cargas orgânicas, determinando prejuízos no tocante à balneabilidade, 
processos de bioacumulação de metais pesados na cadeia alimentar de 
peixes, etc.; e, d) patrimônio cultural e modos tradicionais de vida, o que 
significa a eliminação de traços históricos, artísticos, paisagísticos, com o 
empobrecimento dos testemunhos de diferentes manifestações culturais 
litorâneas brasileiras. 
 
Grande parte dos problemas de degradação dos recursos costeiros está 
associada às grandes concentrações metropolitanas, industriais e portuárias. 
As atividades portuárias têm que estar aqui associadas, já que dos 13 portos 
brasileiros de maior movimento (Belém/PA, Itaqui/MA, Aratu/BA, Vitória-
Tubarão/ES, Rio de Janeiro/RJ, Sepetiba/RJ, Angra dos Reis/RJ, São 
Sebastião/SP, Santos/SP, Paranaguá/PR, São Francisco do Sul/SC, Porto 
Alegre/RS e Rio Grande/RS) a maioria se localiza ou está intimamente 
articulada com as regiões metropolitanas brasileiras. Os portos aqui 
mencionados, movimentando cada qual mais de 10 milhões de toneladas de 
mercadoria em 1988, foram responsáveis por 87% do total do movimento 
realizado em portos brasileiros (valores registrados pela Portobrás e publicados 
em 1988). A dimensão física desses portos tem sido ampliada na medida do 
possível. Entretanto, o que conta para expressar sua verdadeira importância e 
capacidade de impacto são os terminais especializados e sua capacidade de 
movimentarcargas de alto risco e poder tóxico. Santos, por exemplo, dispõe de 
terminais (Alamoa, Saboó e Ilha Barnabé) para lidar com ácidos, corrosivos, 
substâncias tóxicas variadas, gases e inflamáveis. Enquanto isso a Baía de 
Guanabara comporta nada menos de 16 terminais marítimos de petróleo. A 
despeito dos esforços no tocante a medidas e mecanismos de segurança o 
risco de acidentes permanece como um fato incômodo dadas as evidências 
fornecidas pelos eventos que têm ocorrido. 
 
Para dimensionar esse risco vale lembrar que a Petrobrás operava até 
1991 nove terminais marítimos de petróleo, derivados de gás, com uma 
capacidade em tanques da ordem de 9.513.729m3 e uma rede de dutos de 
8.306km de extensão. A ocorrência de acidentes envolvendo e derramamento 
de óleo representa fato do conhecimento nos sítios em que estão instalados, 
ou seja, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul (CIMA, 1991).” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35
Crescimento das áreas metropolitanas 
 
Em relação às regiões metropolitanas, importa considerar também que as 
oportunidades de emprego/renda têm atraído na direção dos mesmos contingentes de 
população sempre crescentes. Entretanto, a capacidade de investimento das agências 
públicas fornecedoras de serviços não tem acompanhado a demanda por infra-
estrutura social. De fato, são freqüentes as queixas de administradores públicos que 
dizem arcar com o ônus social desse crescimento econômico, sem que exista a 
possibilidade de assegurar recursos para dotar os espaços costeiros de mecanismos 
de controle e infra-estrutura de serviços que possibilitem uma ocupação menos 
danosa ao meio ambiente. O lançamento de esgotos in natura, a inadequada 
disposição do lixo urbano e industrial, a ocupação de encostas de declividade 
acentuada, processos erosivos e de assoreamento bem como o surgimento de áreas 
críticas de inundação compõem uma mostra dos problemas ambientais urbanos mais 
comuns na faixa costeira (CIMA, 1991). 
 
 
 
Ainda sobre os vetores de uso-ocupação, segundo CIMA (1991) 
 
“O consumo de lenha como combustível na periferia das grandes áreas 
urbanas, notadamente por indústrias de pequeno porte como cerâmicas, 
padarias e curtumes, explica boa parte da pressão que é exercida sobre 
remanescentes da cobertura vegetal costeira. A busca da madeira como lenha, 
material de construção e, eventualmente, para o fabrico de pequenas 
embarcações, tem sido a contribuição dada pelas populações de baixa renda 
sem que estas dêem conta que, na busca de soluções de emergência, estão 
na verdade criando condições que favoreçam a perpetuação de situações de 
miséria. 
 
Cabe ainda registrar a multiplicação e o crescimento contínuo das 
“cidades de veraneio” polarizadas pelas áreas metropolitanas. A expansão do 
turismo, sobretudo sob a forma de “segunda residência”, tem caracterizado o 
litoral brasileiro de Norte a Sul. Os casos de Fortaleza/CE, Maceió/Al, 
Salvador/BA, Guarapari/ES, região do lagos do Rio de Janeiro, litoral norte de 
São Paulo, Camburiú/SC e Tramandaí/RS são apenas alguns exemplos. 
Muitos dos loteamentos estabelecidos à beira-mar ou envolvendo lagoas, 
compreendem o aterro de áreas úmidas, a eliminação de vegetação fixadora 
de dunas, o lançamento de esgotos in natura e de resíduos sólidos nos corpos 
d’água, dando origem assim a inúmeros problemas ambientais que tendem a 
inviabilizar não só a dinâmica desses ecossistemas como a própria 
sobrevivência da atividade turística. A poluição e o assoreamento dos corpos 
d’água, a ocupação irregular de margens de rios e lagos, a urbanização de 
áreas geotécnicas ou ecologicamente vulneráveis são alguns dos desafios 
postos para as diferentes agências governamentais. 
 
A mineração e as demais atividades a ela associadas (transporte, 
estocagem, beneficiamento, etc.) têm contribuído para a degradação localizada 
dos ecossistemas costeiros. De uma forma não tão generalizada como a 
expansão urbana, a extração do carvão e do petróleo, principalmente, é 
responsável pelo surgimento de focos de deterioração ambiental, poluição 
 36
acidental. Em menor grau, mas nem por isso de forma desprezível, a extração 
de areias monazíticas (litoral do Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro) e sal-
gema (Rio Grande do Norte) são também responsáveis por danos sensíveis no 
tocante à qualidade das áreas onde se localizam tais atividades. 
 
A produção de petróleo na faixa costeira é mais diversificada na sua 
localização. Do total da produção nacional em 1990, 69,4% se originam dos 
campos marítimos do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Rio 
Grande do Norte e Ceará. Entretanto, essa diversidade de locais não reflete na 
verdade a real distribuição da produção já que dos 453.463 barris/dia 
produzidos em 1990 em poços marítimos, 405.566 (89%) saíram da Bacia de 
Campos, no Estado do Rio de Janeiro. 
 
Do ponto de vista ambiental, não é a atividade de extração a fase mais 
preocupante da atividade petrolífera. Na verdade os problemas ambientais a 
ela relacionados estão mais freqüentemente ligados ao transporte, 
armazenamento, refino e consumo de derivados. Enquanto são escassos os 
acidentes envolvendo os 656 poços marítimos, bem como as 64 plataformas 
fixas e os 10 sistemas flutuantes de produção, o mesmo não pode ser dito das 
operações de desembarque/embarque de óleo e derivados nos nove terminais 
brasileiros operados pela Petrobrás. 
 
Vale lembrar que a Frota Nacional de Petroleiros – FRONAPE 
transportou, em 1989, o total de 89 milhões de toneladas cúbicas de petróleo, 
derivados, álcool e outros produtos, com aumento de 12 milhões de toneladas 
em comparação ao ano anterior. Desse total mais de 50% (45,6 toneladas 
cúbicas) através da navegação de cabotagem, ou seja, de porto nacional a 
porto nacional, implicando em duas operações de carga/descarga realizadas, a 
cada viagem, em terminais brasileiros (CIMA, 1991).” 
 
 
Baía de Guanabara 
 
Como conseqüência direta do conjunto de pressões que atuam sobre uma bacia 
hidrográfica cuja área aproximada é de 4 mil km2, com cerca de 35 rios de maior 
importância, a Baía de Guanabara com área de 381 km2, um perímetro de 131 km e 
um volume de 2 bilhões de m3 de água, verifica-se a redução, em 90 %, da pesca 
comercial nos últimos vinte anos; o assoreamento crescente dos corpos d’água, 
atingindo taxas da ordem de 81 cm/100 anos; a destruição progressiva dos 
manguezais; a degradação da qualidade das águas da baía, bem como agravamento 
dos problemas de erosão e enchentes em decorrência dos processos de 
desmatamento instalados na bacia, principalmente nas suas partes de maior 
declividade. Da cobertura vegetal original, que se caracterizava por uma barreira de 
restinga e, principalmente, por uma franja de manguezais circundando praticamente 
toda a área da baía, resta, hoje, “uma faixa de manguezal de 40 km de extensão, nas 
partes norte/nordeste do fundo da baía ..., sendo a largura dessa faixa bastante 
irregular ...” (FEEMA, 1979 in: CIMA, 1991). 
 
 
 
 
 37
3.0– ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
3.1. Tendências sócio-econômicas e políticas públicas 
 
Para criar bairros, áreas industriais, marinas, aeroportos, portos e pólos 
petroquímicos, as autoridades brasileiras sempre optaram por soluções 
baratas, fáceis e/ou políticas (Maciel, 1991). Em função deste comportamento 
nada conservacionista, vários bairros construídos sobre manguezais aterrados, 
nos dias de chuva e maré cheia, sofrem inundações devido ao 
transbordamento de rios e das galerias pluviais/esgoto. Não é possível a 
drenagem devido a falta de declividade do terreno. 
 
Aeroportos, marinas, supermercados, centros comerciais, e muitos outros 
empreendimentos que eliminam a cobertura vegetal do manguezal, têm sido 
projetados e construídos por famosos engenheirose arquitetos, todos 
ignorando que o ecossistema é de preservação permanente. Alguns desses 
empreendimentos são de propriedade de governadores e outros 
representantes do alto escalão da classe política (Maciel, op. cit.). 
 
O setor privado sempre pressionou muito para proteger suas metas 
econômicas, contra os interesses públicos – proteção do patrimônio natural. 
Desta forma, indústrias altamente poluidoras foram instaladas próximo à baías 
e estuários. As autoridades não consideraram sequer outras alternativas 
(Maciel, 1991). 
 
 
3.2. Tendências sócio-econômicas 
 
Na teoria, o gerente ideal administraria o ecossistema de tal forma a 
deixar em aberto o maior número de opções de uso de recursos (usos 
múltiplos), pelo maior tempo possível. Na prática, infelizmente o que se 
observa, são decisões tomadas com base em interesses imediatos, com 
resultados a curto prazo, influenciadas por decisões fundamentadas em 
padrões políticos e econômicos. Tais decisões seriam aceitáveis desde que os 
custos econômicos apresentados fossem verdadeiros, incluindo as perdas 
econômicas a curto, médio e longo prazos pela eliminação permanente do 
recurso em usos alternativos e, que a comunidade local envolvida tivesse sido 
suficientemente bem informada sobre o assunto, de tal forma a compreender o 
malbarateamento do recurso natural pela decisão política (Maciel, op. cit.). 
 
A regra geral tem sido as “autoridades” e as comunidades falharem na 
preservação do ecossistema – pelo menos, desde 1965 – , devido a ausência 
de conhecimento e/ou ao descumprimento da legislação (Código Florestal) e 
de uma visão conservacionista. Infelizmente, o “desenvolvimento” de uma área 
adjacente a um manguezal é sempre visto de modo isolado e míope. Tanto o 
contexto espacial como a bacia de drenagem são ignorados, por conveniência, 
dentro de qualquer planejamento. A conseqüência é uma constante perda de 
recursos sem que as “autoridades” e o povo tenham consciência de todos os 
impactos causados pela alteração ambiental (Maciel, 1991). 
 
 38
 
3.3. Políticas públicas que influem na diversidade biológica, na unidade 
físico-ambiental 
 
Recursos hídricos brasileiros, segundo CIMA (1991) 
 
A bacia hidrográfica como unidade funcional de planejamento - “O ciclo 
hidrológico pelo qual a água se escoa pelo País e retorna sucessivamente, 
acontece em seis grandes bacias hidrográficas e em cinco conjuntos de bacias 
menores da vertente oceânica. Nos cinco conjuntos de bacias de vertente 
oceânica, figuram cursos d’água menores, mas de grande importância 
econômica e social. Cabe destaque aos rios Parnaíba (800m3/s), Jaguaribi 
(133m3/s), Mundaú (30m3/s), Paraíba (27 m3/s) e Paraguaçu (113 m3/s), na 
região Nordeste; aos rios Doce (1.140m3/s), Paraíba do Sul/Guandu (900 m3/s), 
Alto Tietê/Cubatão (60 m3/s, com reversão de 50%), Ribeira de Iguape (540 
m3/s), Itajaí (270 m3/s) e Guaíba (1.740 m3/s) nas regiões Sudeste e Sul. 
 
A conservação da qualidade dos recursos hídricos brasileiros foi 
regulamentada por padrões técnicos e critérios de classificação e 
enquadramento, estabelecidos na Resolução No 220 do CONAMA, de 
18/06/1986. As águas foram divididas em doces, salobras e salinas, 
caracterizadas por nove classes de qualidade. 
 
O enquadramento de cada segmento de corpo d’água em uma classe 
equivale a fixar seu futuro, quanto ao nível de preservação ou de conservação 
de sua qualidade. Trata-se, por isso, de uma decisão que requer mecanismos 
institucionais capazes de respeitar as profundas conseqüências políticas, 
sociais, econômicas e ambientais que acarretam para os usuários do 
respectivo recurso hídrico, bem como para a população da região. Dificilmente 
se pode chegar a uma decisão consensual e equilibrada, na ausência de um 
sistema de informação confiável, que inclua planejamento regional integrado, 
capaz de caracterizar, em prazo longo os objetivos, metas, custos e riscos 
econômicos, sociais e ambientais das várias alternativas factíveis de 
desenvolvimento (CIMA, 1991).” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39
 
Degradação dos ambientes fluviais e costeiros 
 
O crescimento demográfico e econômico acelerado do Brasil nos últimos 30 anos fez 
com que nossos recursos hídricos fossem utilizados além de sua capacidade de 
suporte, tanto em quantidade como em qualidade. Em 1940, a população brasileira era 
de 40 milhões de habitantes, dos quais 12,8 milhões viviam em núcleos urbanos 
mostrando assim que a maioria de nossa população (68 %) vivia na zona rural. 
Passados cinqüenta anos a população brasileira mais que triplicou, passando a 150 
milhões de habitantes e a relação urbano/rural inverteu-se mostrando que hoje 75 % 
da população brasileira vive nas cidades. 
 
Esta situação mostrando, de um lado, um contingente humano considerável 
concentrado nos núcleos urbanos e, de outro, a disponibilidade restrita de recursos 
hídricos é a responsável pelos sérios problemas de gerenciamento da água em nosso 
país. 
 
Levando-se em conta que perto de 33 milhões de pessoas vivem hoje na periferia das 
grandes cidades, fica evidente que o problema de saneamento básico é, e continuará 
sendo, um dos maiores problemas ambientais urbanos em nosso país nas próximas 
décadas (CIMA, 1991). 
 
 
 
Todos os impactos que ocorrem na bacia hidrográfica refletem no manguezal, 
sendo portanto necessário que haja estudos que contemplem toda a bacia, 
para que se possa ter um correto planejamento e gerenciamento (Maciel, 
1991). 
 
 
 
3.4. Esforço conservacionista 
 
A conservação dos recursos naturais pode ser realizada em diversos 
níveis da sociedade e de variadas formas, com o trabalho de organizações-
não-governamentais (ONGs), comunidade científica, população em geral e 
governo As pesquisas básica e aplicada contribuem para o melhor 
conhecimento da estrutura e função dos ecossistemas e o estudo de grupos 
animais e vegetais auxiliam o manejo e conservação de áreas a serem 
preservadas. A educação ambiental tem importante papel na conscientização 
de comunidades locais, ocasionando mudanças de postura, que busquem a 
melhoria da qualidade de vida. O governo em níveis municipal, estadual e 
federal deve estabelecer metas e implementar ações que protejam os 
ambientes para as gerações atuais e futuras. Nesse último caso, exemplo da 
Prefeitura Municipal de Santos que mobilizou-se estabelecendo princípios e 
propondo ações visando o desenvolvimento sustentável dos manguezais 
(Anexo, Carta de Santos). 
 
 
 
 
 
 40
3.5. Dispositivos legais de conservação 
 
Comentários apresentados por Maciel (1991) 
 
“O Brasil, em termos de preservação de áreas úmidas, antecipou-se a 
todos os países do mundo ao declarar aos 15 de setembro de 1965 (Lei 
Federal No 4.771) o manguezal como vegetação de preservação permanente. 
Internacionalmente, só aos 2 de fevereiro de 1971 é que a Convenção de 
Ramsar faria este reconhecimento. 
 
A Lei Federal No 4.771/65 (Código Florestal) buscou proteger o mangue 
contra qualquer tipo de uso que removesse a vegetação. Aqueles usos 
tradicionais (coleta de mariscos e de caranguejos, pesca nas gamboas e nos 
canais) não foram cerceados. Os mecanismos para divulgação desta lei foram 
previstos nos artigos 22, 23, 24 e 42, parágrafos 1o, 2o e 3o, ou seja, processos 
educativos formais e informais, e fiscalização. 
 
A parte educativa teria tido custo muito baixo, se tivesse sido 
implementada anualmente, e o produto desta educação teria minimizado em 
muito as perdas sofridas pelo ecossistema e pelo País, nos seus recursos 
pesqueiros e na proteção à fauna. 
 
Quanto à fiscalização, como envolve um ecossistema à beira-mar, teria 
bastado um entendimento entre o ministério competente à época, o Ministério 
do Interior, atualmente seria o Ministério do Meio Ambiente, dosRecursos 
Hídricos e da Amazônia Legal - MMA e o Ministério da Marinha, para que a 
Capitania dos Portos, bem orientada através de um manual, passasse a 
colaborar na fiscalização. Esta atuação teria impedido muitos aterros, invasões, 
obras ilegais, etc., etc. 
 
Graças à não observância da Lei Federal No 4.771/65 pelo Serviço de 
Patrimônio da União – SPU, e a ausência de autoridades de órgãos federais 
como os extintos SUDEPE, SEMA, IBDF, atualmente Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA/MMA, para 
explicar que os títulos de aforamentos de terrenos de marinha tinham que ter 
uma cláusula proibindo a remoção da vegetação, considerando os termos do 
Código Florestal, e mais a conivência das autoridades estaduais e municipais, 
temos atualmente graves problemas de poluição estuarina, contaminação do 
pescado, redução dos estoques pesqueiros e perda de belezas cênicas 
(Maciel, 1991).” 
 
 
3.6. Existência e avaliação de programas de educação ambiental e/ou de 
informação pública 
 
Os ecossistemas costeiros brasileiros afiguram-se como área de grande 
importância ambiental e social, destacando-se seu papel como significativos 
repositários de biodiversidade, laboratórios naturais para pesquisas básicas e 
aplicadas, fator moderador do microclima local, laboratórios naturais para o 
 41
desenvolvimento de programas de Educação Ambiental em diversos níveis, e 
áreas de interesse social para as comunidades do entorno. 
 
 
 
3.7. Grau de comprometimento do ecossistema manguezal da costa 
brasileira 
 
Olson et al. (1996), em trabalho sobre a conservação dos manguezais da 
América Latina e do Caribe da WWF/BIRD, adotaram proposta de Schaeffer-
Novelli et al. (1990), que divide a costa brasileira em oito segmentos. 
 
Em relação a síntese do estado de conservação dos manguezais, os 
manguezais dos segmentos I a III encontram-se relativamente estáveis, 
enquanto os manguezais dos segmentos IV a VII são considerados vulneráveis 
(Figuras I a IX). 
 
 
3.8. Espécies mais vulneráveis aos processos de degradação em curso 
 
As cinco espécies de tartaruga que ocorrem no litoral brasileiro, 
Dermochelys coriacea, Chelonia mydas, Caretta caretta, Eretmochelys 
imbricata e Lepidochelys olivacea, assim como papagaio chauá (Amazona 
brasiliensis), guará (Eudocimus ruber), e peixe-boi-marinho ou manati 
(Trichechus manatus) foram incluídos na Lista oficial de espécies da fauna 
brasileira ameaçadas de extinção, determinada pela Portaria do IBAMA No 
1522/89, art. 1o (Paiva, 1999). 
 
O papagaio chauá, também denominado papagaio-de-cara-roxa, era 
encontrado na floresta atlântica, do sul do Estado de São Paulo ao norte do Rio 
Grande do Sul. Atualmente, sua distribuição geográfica restringe-se somente 
até a Baía de Paranaguá (Paraná) (Paiva, op. cit.), região de especial 
importância para população desta espécie ameaçada. 
 
A estreita relação de espécies da fauna litorânea brasileira com os 
ecossistemas costeiros, seja para abrigo, alimentação, reprodução e/ou 
nidificação, faz com que a conservação desses ambientes torne-se cada vez 
mais importante. Segundo Paiva (1999), a legislação sobre proteção das áreas 
úmidas precisa ser revista e fortalecida, ao lado de programa de 
esclarecimento das elites econômicas / políticas e da população em geral sobre 
a importância desses ecossistemas. 
 
4.0– RECOMENDAÇÕES 
 
4.1. Recomendações de projetos prioritários para pesquisa, conservação 
e uso sustentável 
 
De um modo geral, a pesquisa se encontra pulverizada, sem ordenação, 
sendo executada por livre iniciativa das diversas instituições do País com 
 42
esforço pontual e muitas vezes com caráter puramente acadêmico (CIMA, 
1991). 
 
Cientes da necessidade de se conhecer o que se deseja proteger, 
sugere-se sejam identificadas áreas representativas dos ecossistemas 
litorâneos, a fim de serem desenvolvidos estudos a longo prazo, estabelecendo 
um sistema de monitoramento permanente de dados. Esses estudos visariam 
um acompanhamento sistemático dos sistemas naturais e de suas variações 
cíclicas, numa tentativa de identificar fenômenos ecológicos que se processam 
numa escala de tempo em nível de décadas. A seleção de um conjunto de 
ecossistemas a serem estudados, com fonte de recursos assegurada, 
garantindo a continuidade dos trabalhos, permitiria a visualização efetiva do 
panorama litorâneo (a médio e longo prazos), adequando medidas preventivas 
para se reduzir a necessidade da adoção de medidas corretivas e/ou punitivas 
(Schaeffer-Novelli, 1989). 
 
Devido às funções ecológicas críticas desempenhadas pelos manguezais, 
um grupo de especialistas da América Latina recomendou que onde quer que 
existam representantes desse ecossistema sua conservação deve ser 
prioritária (Dinerstein et al., 1995; Olson et al., 1996). Assim, foram 
identificadas as medidas conservacionistas mais adequadas a cada uma das 
unidades fisiográficas reconhecidas ao longo dos litorais da América Latina e 
do Caribe (Figura I). O litoral brasileiro foi dividido em duas grandes regiões 
(Figura II), onde se destacam os manguezais mais extensos (Figuras III e IV). 
As medidas conservacionistas levaram em consideração as características 
biológicas, estado de conservação, tipos de tensores e ameaças, além de 
outros possíveis indicadores. A partir daí foram classificadas as unidades 
quanto às necessidades de conservação, restauração, áreas a serem 
protegidas e aquelas onde a ênfase deveria ser dada à possibilidade de se 
admitir certos tipos de uso sustentável (Figuras V a IX). 
 
Segundo Costa & Davy (1992), há urgência de experimentos sobre as 
comunidades vegetais das marismas e de suas relações com a diversidade de 
ambientes onde ocorrem. Um dos maiores entraves ao levantamento das 
comunidades de marismas é a falta de um tratamento taxonômico consistente 
para toda a América Latina. Vários são os casos em que não se sabe ao certo 
se uma determinada espécie é endêmica ou, se é apenas uma variante à qual 
foi dado outro nome. 
 
A recuperação de ecossistemas é vista por diversos autores como um 
desafio para a ecologia, um elo de ligação entre a teoria e a prática (Menezes, 
1999). É a oportunidade de se testar modelos teóricos e implementá-los, ou até 
mesmo criar novos modelos baseados em experimentos e situações reais. As 
muitas formas e níveis de degradação de diferentes ecossistemas que podem 
ser encontradas por aqueles que pretendem se dedicar ao desafio da 
recuperação, dificilmente poderiam ser simuladas por exercícios teóricos, 
realçando a importância desses experimentos no campo da ecologia (Jordan III 
et al., 1987; Cairns Jr., 1988). 
 
 43
Pesquisas também devem ser dirigidas à elucidação dos mecanismos de 
adaptação dessas espécies vegetais ao clima, principalmente considerando-se 
as evidências das mudanças climáticas globais em curso e as elevadas taxas 
de comprometimento das áreas de marismas junto à costa (Costa & Davy, 
1992). 
 
Desenvolvimento sustentável 
 
O desenvolvimento sustentável requer ações no contexto de quatro 
distintas esferas: manejo ambiental; desenvolvimento econômico (não 
confundir com crescimento econômico); estruturas institucionais; e, o 
geralmente esquecido desenvolvimento social (Anonymous, 1997). 
Negociações devem ser feitas entre os elementos de conflito no âmbito dessas 
esferas, assegurando desenvolvimento sustentável ao mesmo tempo em que 
se garante a habilidade do meio ambiente em suportar as demandas humanas 
e ecológicas das presentes e futuras gerações. 
 
Sabe-se claramente que as atividades de desenvolvimento têm custos 
ambientais e sociais consideráveis. Entretanto, as valorações econômicas do 
meio ambiente apresentam grandes dificuldades, principalmente porque os 
benefícios nem sempre têm umvalor comercial direto. Devido a isto, talvez, em 
várias ocasiões as decisões político-administrativas não tenham levado em 
consideração os usos informais e de subsistência associados às zonas úmidas. 
Da mesma forma, não é fácil quantificar monetariamente as funções de 
educação e de pesquisa científica, nem o valor “comercial” potencial da 
diversidade biológica. Mais complexo, ainda, é considerar o valor “biocêntrico”, 
que se resume no direito das espécies ou dos ecossistemas de existir, 
independentemente de um valor atual ou potencial estimado pelos seres 
humanos (OECD/C.A.D., 1997). 
 
Estabilidade e desenvolvimento sustentável 
 
A estabilidade de um ecossistema depende de um grande numero de 
fatores entre os quais figuram notadamente as interações entre as diversas 
espécies, cada uma delas participando com uma função determinada no 
contexto do sistema. Torna-se indispensável admitir que o fato de se romper 
com essas relações pode, ao final, modificar a estrutura de todo o sistema, 
mesmo que não tenha havido a perda de nem uma única espécie. A 
preservação do conjunto das espécies presentes é assim uma das condições 
para o bom funcionamento das zonas úmidas, uma regra que se aplica a todos 
os outros ecossistemas do Planeta. Esta é a razão pela qual algumas agências 
de auxílio ao desenvolvimento determinam que a preservação da diversidade 
biológica faça parte de uma política de desenvolvimento durável (sustentável, 
racional). 
 
 
4.2. Recomendações de áreas prioritárias para inventário biológico 
 
Do ponto de vista ecológico, todos os ecossistemas marinho-costeiros, 
notadamente os complexos lagunares e estuarinos, devem ser submetidos a 
 44
intensivo monitoramento para que os efeitos das alterações graduais do 
aumento do nível do mar, possam ser detectados e mensurados, privilegiando 
a prevenção ao invés do cômputo dos danos. 
 
O ecossistema manguezal se caracteriza por ser excelente indicador de 
alterações no nível do mar, uma vez que a vegetação apresenta marcante 
zonação estrutural, na faixa de transição entre o oceano e o continente, 
influenciada pelos diferentes graus de influência de penetração da água, e 
pelos processos geomorfológicos. 
 
O controle das alterações dos processos físico-químicos e biológicos 
desse ecossistema, através de um adequado programa de gerenciamento 
costeiro, possibilitará aferir os efeitos decorrentes das modificações ambientais, 
norteando as estratégias de adaptação à nova situação. 
 
 
4.3. Recomendações para a conservação do grupo de ecossistemas na 
unidade físico-ambiental 
 
Para ser efetivo, qualquer programa de proteção, conservação ou de 
manejo de zonas úmidas deveria ser preventivo ao invés de corretivo. 
Deveriam visar o futuro, e não o presente nem o passado, para efetivamente 
proteger os recursos remanescentes e ativamente restaurar ou reabilitar novas 
zonas úmidas. Esses programas deveriam identificar necessidades e 
problemas com base em análises rigorosas dos recursos regionais, suas 
tendências, tensores, e valores. Deveriam levar em consideração o TODO, e 
não somente as partes de forma compartimentada. Uma boa coordenação 
entre as agências governamentais (municipais, estaduais e federais) é de 
fundamental importância no caso do planejamento desses programas, evitando 
que parceiros da administração pública implementem ações contraditórias, 
descredenciando o poder constituído e comprometendo o patrimônio natural, 
econômico e social. 
 
Segundo Olson et al. (1996), o estado de conservação dos manguezais 
brasileiros é considerado relativamente estável (Segmentos I a III) e vulnerável 
(Segmentos IV a VII), Figura V. Nível médio de ameaça (Figura VI) e estado de 
conservação variando entre relativamente estável, vulnerável e crítico, 
conforme as diversas unidades fisiográficas que compõe a costa brasileira 
(Figura VII). As atividades conservacionistas, sugeridas por Olson et al. (op. 
cit), para os Segmentos I e II são uso sustentável; para o Segmento III uso 
sustentável e acesso restrito; para o Segmento IV restauração; e para os 
Segmentos V a VII a restauração e o uso sustentável (Figura VIII). As unidades 
fisiográficas brasileiras com manguezais, determinadas como prioridade para 
aplicação de medidas conservacionistas são os Segmentos II e III (Figura IX). 
 
O propósito ou objetivo principal do planejamento e da gestão das zonas 
costeiras é disciplinar e garantir os usos dos recursos costeiros de forma a que 
se otimizem os benefícios de sua utilização sem que se degrade a qualidade 
do ambiente e dos recursos (Cintrón, 1987). 
 
 45
Nas zonas úmidas costeiras convergem e interagem o ambiente biofísico 
e o sócio-econômico. Os processos biofísicos influem sobre a utilização dos 
recursos costeiros pelo homem, subsidiando ou limitando suas atividades, 
enquanto que o ser humano por sua vez modifica e altera o ambiente natural. 
 
Portanto, o processo de administrar essa zona/área/região exige não 
somente considerações sócio-econômicas, como se fazia até bem pouco 
tempo, como também de conhecimentos sobre seus sistemas biológicos e os 
processos físicos. 
 
Para determinar a vocação de uma área e a distribuição racional dos usos 
dos recursos das zonas úmidas costeiras é preciso dispor de alguns 
conhecimentos sobre esses sistemas e seus processos, e como estes 
respondem às alterações causadas pelas intervenções do homem e/ou de suas 
obras. 
 
O uso inadequado dos recursos das zonas úmidas costeiras resulta na 
degradação da qualidade dos mesmos, sua sub-utilização ou sua degradação 
com o conseqüente prejuízo da qualidade de vida e da economia nacional. A 
conciliação de usos múltiplos e conflitivos através de um planejamento 
regional, e com enfoque sistemático pode atingir o objetivo da otimização dos 
usos com um menor impacto ambiental. 
 
Juntando-se aos dispositivos legais constitucionais e infra-constitucionais 
os documentos relativos às diferentes categorias de Unidades de Conservação, 
as diversas propostas conservacionistas somente conduzirão a medidas reais 
em defesa da integridade do litoral, elemento fundamental quando se trata de 
assegurar a soberania nacional e de garantir a qualidade de vida às presentes 
e futuras gerações, se houver vontade para o efetivo cumprimento de toda uma 
política de meio ambiente, de acordo com os preceitos da Constituição Federal 
de 1988 (Schaeffer-Novelli, 1989). 
 
As taxas alarmantes em que os manguezais, as marismas e os apicuns 
vêm sendo destruídos exigem ações imediatas quanto ao desenvolvimento de 
programas capazes de incentivar e de suportar pesquisas ecossistêmicas, com 
propostas de planos de manejo, capacitação de recursos humanos técnicos e 
administradores, além de cuidar da educação ambiental em seu sentido mais 
amplo. Somente por meio da pesquisa científica é que será possível aprender 
como conservar os recursos costeiros (Schaeffer-Novelli & Cintrón, 1990). 
 
 
Quanto mais áreas de mangue forem deixadas intactas ao longo do nosso 
litoral, mais produtos, serviços e benefícios serão mantidos e usufruídos por 
maior parcela da população. Portanto, o melhor uso para qualquer manguezal, 
é continuar como área preservada de modo a manter os valores culturais, 
estéticos, paisagísticos, recreacionais e educacionais, estabilização da linha de 
costa, proteção da vida selvagem e dos recursos pesqueiros (Maciel, 1991). 
 
As zonas úmidas podem ser conservadas mediante uso racional, definido 
como a “utilização sustentável que oferta benefícios a humanidade de uma 
 46
maneira compatível com a manutenção de propriedades naturais do 
ecossistema”. Por sua vez, o uso sustentável e “o uso humano de uma zona 
úmida que permita a obtenção de um máximo de benefícios de maneira 
contínua para as gerações presentes, ao tempoque se mantém o potencial 
para satisfazer as necessidades das gerações futuras”. A proteção escrita 
(documentos legais) é uma forma de uso sustentável. 
 
Uma das chaves para a proteção ambiental é a aplicação de práticas de 
manejo ambientalmente corretas. O manejo adequado ajuda a controlar as 
alterações impostas pelas atividades humanas, e possivelmente servirá para 
prevenir a completa degradação dos ecossistemas. Mais do que nunca é 
reconhecida a validade do refrão “mais vale prevenir que remediar”. Um 
manejo integrado da zona costeira e das bacias hidrográficas é uma das 
formas mais efetivas de garantir a proteção e o uso sustentável dos ambientes 
marinho e costeiro. Soluções setorizadas que não levem em consideração as 
variáveis social e econômica nas análises de custo-benefício, terão 
conseqüências ambientais indesejáveis. 
 
Para um uso sustentável dos recursos marinhos há necessidade de 
identificar quais os ensinamentos aprendidos em terra poderão ser 
transportados para o mar, e quais deverão ser modificados ou recriados. Uma 
vez que algumas características dos organismos transcendem a interface terra-
mar, alguns aspectos das práticas conservacionistas terrestres poderão ser 
aplicados para os sistemas costeiros e oceânicos, podendo resultar em 
princípios muito distintos dos originais, aplicados em terra. O ambiente 
marinho, tal como o terrestre, é constituído por um complexo conjunto de 
sistemas físicos colonizados por diferentes comunidades de espécies. O 
conceito básico da biogeografia, tanto em terra, na água doce ou mar, é muito 
simples: os organismos somente ocorrem em um dado local caso tenham 
acesso e consigam sobreviver. Princípios da biogeografia são vitais para a 
conservação dos sistemas marinhos, principalmente em se considerando as 
mudanças do meio físico numa escala temporal relativamente curta, 
decorrentes das mudanças climáticas globais (efeito estufa, nível médio relativo 
do mar). O manejo de ecossistemas tem o potencial de aumentar a eficiência 
dessa prática sobre uma gama de situações, desde áreas “intocadas” até 
aquelas submetidas a fortes impactos, e desde áreas sob a jurisdição de um 
único Estado costeiro até aquelas compartidas entre vários países (Norse, 
1993). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47
4.4. Recomendações relativas ao uso sustentável e à repartição eqüitativa 
dos produtos da diversidade biológica 
 
 
O desenvolvimento sustentável e a Federação 
 
A Constituição de 1988 representa, nesse sentido, um marco importante. A 
divisão de competências entre União e municípios, após o novo quadro constitucional, 
não tem sido uma tarefa fácil, na medida em que afeta interesses e práticas há muito 
consolidados. A Constituição contém fortes princípios descentralizadores em várias 
políticas, inclusive na política ambiental, e promove uma reforma tributária que confere 
mais recursos aos estados e municípios, em detrimento da União. 
 
... Aspectos relacionados com a “prontidão” da sociedade brasileira para adotar 
um novo estilo de desenvolvimento que privilegie a justiça social e o respeito ao meio 
ambiente, vale dizer, que leve em conta objetivos éticos de eqüidade intra e 
intergeracional. ... Cresce a preocupação com as questões ambientais, assim como se 
aperfeiçoam os mecanismos de que a sociedade pode lançar mão – especialmente 
sua organização política – para implementar um novo estilo de desenvolvimento. A 
emergência de novos valores de respeito à natureza e de reconhecimento de que os 
recursos naturais são limitados se constitui em elemento importante para fundamentar 
novas formas de desenvolvimento. 
 
Uma questão, entretanto, está extremamente arraigada na sociedade brasileira, 
que é a aspiração ao desenvolvimento. Embora reconhecendo que este precisa ser 
qualificado, em termos de eqüidade social e respeito ao meio ambiente, existe uma 
consciência de que a solução dos grandes problemas passa pelo aumento da 
atividade econômica, realizado de forma a que os seus frutos possam ser distribuídos 
para toda a população, criando empregos, distribuindo a renda e preservando a 
qualidade do meio ambiente (CIMA, 1991). 
 
 
 
DESAFIOS E OBJETIVOS DE UM NOVO ESTILO DE DESENVOLVIMENTO, SEGUNDO CIMA 
(1991) 
 
“No limiar de um novo milênio, a sociedade brasileira enfrenta grandes 
desafios na busca da realização de um novo estilo de desenvolvimento capaz 
de propiciar condições dignas de vida para todos os seus cidadãos e de 
participar construtivamente na preservação da paz mundial e na conservação 
das condições ambientais do planeta. 
 
A população brasileira cresceu rapidamente neste século, atingindo 150 
milhões de habitantes. Dentro de sessenta anos, chegará a 250 milhões. O 
processo de urbanização comandado pela incapacidade do campo de criar e 
manter empregos e pelo chamado das atividades industriais urbanas na época 
do “milagre econômico”, deu-se rapidamente, sem que as cidades pudessem 
se preparar para abrigar com dignidade todos os migrantes. Os problemas 
sociais se avolumam, com impressionantes indicadores de pobreza absoluta, 
de condições inadequadas de vida, de deficiências de educação e nutrição. A 
pouca preocupação com as formas de utilização dos recursos naturais e do 
meio ambiente resultou em prejuízos incalculáveis, tendo acarretado queda na 
 48
produtividade da terra e aumento no grau de vulnerabilidade das populações 
urbanas e rurais aos efeitos dos desastres naturais, especialmente de cheias e 
secas (CIMA, 1991).” 
 
 
Reordenamento do espaço, ocupação e assentamento humanos 
 
Um caminho alternativo para superar os problemas do desenvolvimento regional 
desigual desemboca, de um lado, na exploração racional das vocações socio-
ecológicas regionais e, de outro, na formulação e na execução de um novo padrão de 
desenvolvimento espacial na qual haja maior mobilização de recursos humanos e 
materiais latentes nas próprias regiões: maior participação popular na formulação e no 
controle das políticas públicas; e, maior ênfase no atendimento das necessidades 
básicas dos grupos de baixa renda e na preservação dos recursos ambientais (CIMA, 
1991). 
 
 
 
Um novo estilo de desenvolvimento deve buscar reduzir as desigualdades 
sociais e regionais e preservar a qualidade dos recursos naturais e do meio 
ambiente. Entretanto, nos últimos anos, constatou-se, em diversos países, que 
a compatibilidade entre crescimento econômico, desenvolvimento social e 
preservação ambiental não se processa espontaneamente. Os critérios de 
eficiência econômica orientados apenas pelas forças do mercado não levam à 
redução de desigualdades sociais e regionais e ao uso racional dos recursos 
naturais. Na verdade, a simples mobilização intensiva dos fatores de produção 
induz ao uso predatório dos recursos ambientais e tende a reproduzir, agora 
sim, de forma espontânea, as condições sociais especiais iniciais que lhe 
deram sustentação. Assim, o poder indutor do crescimento econômico propicia 
maior diferenciação dos sistemas sociais sem, contudo, gerar mais eqüidade, 
pois esta não é impulsionada por nenhum mecanismo auto-sustentável. Na 
verdade, os efeitos genuínos do crescimento econômico estão estruturalmente 
vinculados aos imperativos da acumulação e à lógica da diferenciação social e 
espacial (CIMA, 1991). 
 
 
Instrumentos para o desenvolvimento sustentável, segundo CIMA (1991) 
 
“A implementação de um novo estilo de desenvolvimento sustentável no 
País requer o fortalecimento dos instrumentos existentes e a busca de novos 
instrumentos, sobretudo em relação ao financiamento do desenvolvimento. No 
tocante aos recursos humanos, um grande esforço há que ser realizado, tanto 
em termos gerais – de melhoria das condições educacionais, de saúde e 
nutrição da população – como em termos específicos da educação ambiental.Especificamente na área ambiental, torna-se necessário redefinir os 
esquemas de aplicação de penalidades sobre agressões ao meio ambiente, 
para que as receitas provenientes possam ser utilizadas pelos próprios 
organismos ambientais. 
 
 49
Assume um papel central, na construção de um novo estilo de 
desenvolvimento, uma estratégia de formação de recursos humanos da qual 
resulte a universalização do acesso à educação básica e à conscientização da 
população com respeito aos problemas ambientais. Na verdade, o grande salto 
do Brasil para uma condição de país plenamente desenvolvido exige visão de 
longo prazo e esforço prioritário voltado para suprir as carências de educação e 
nutrição da população, começando pela universalização do atendimento às 
crianças de hoje, a fim de que a próxima geração esteja plenamente 
capacitada para o desenvolvimento. 
 
A prioridade de qualquer política na área social do País deverá estar 
voltada para a formação de capital humano, com destaque para a faixa 
populacional de até 17 anos, que é a base para a formação do verdadeiro 
cidadão e da conquista da cidadania. Por outro lado, é necessário ampliar e 
intensificar a formação de educadores e profissionais dos mais diversos ramos 
das ciências para que possam adequar e difundir no País as inovações 
científicas e tecnológicas que tendem a mudar rapidamente a estrutura 
produtiva da economia. Para enfrentar os desafios do desenvolvimento 
sustentável, baseado no novo paradigma de reorganização e administração 
dos processos de trabalho na indústria, agricultura, mineração e serviços, deve 
ser enfatizada ainda a participação dos produtores em decisões que afetem 
seus destinos e na descentralização sistemática do aparelho decisório. 
 
Isso implica em reconhecer que o estado desempenha ainda um papel 
indispensável como indutor e gerenciador de transformações. Colocar em 
prática uma nova gestão ambiental é em grande parte uma responsabilidade 
do estado. Identificar qual a gestão ambiental desejável requer que se leve em 
conta, portanto: que o papel do estado é imprescindível; que o estado 
atravessa um período de crise e não pode arcar sozinho com todas as 
responsabilidades; que a gestão pontual e corretiva não é satisfatória; e que a 
questão ambiental é indissociável das questões do desenvolvimento, 
requerendo gestão ambiental mais antecipada, no sentido de subsidiar um 
novo estilo de desenvolvimento sustentável em termos econômicos, sociais e 
ambientais. 
 
Desta forma, a gestão ambiental terá de ser compartilhada entre o estado, 
o setor privado, a sociedade civil e a comunidade; deverá ser descentralizada; 
e deverá ser auto-sustentada financeiramente, com maior eqüidade na 
distribuição dos custos. 
 
Para que se concretize esse modelo de gestão ambiental, tornam-se 
necessárias a modernização do estado, a mobilização da sociedade e a 
formação de recursos humanos. Esta é requerida em todas as direções e 
níveis por onde se processa o novo padrão da gestão ambiental nas suas 
dimensões de conteúdo, forma e sustentação (CIMA, 1991).” 
 
 
 
 
 
 50
4.5. Recomendações relativas à políticas públicas em nível nacional, 
regional e local 
 
Considerando o dinamismo das relações entre a sociedade e os 
ecossistemas costeiros, uma nova ordem mundial se estabelece em relação ao 
planejamento de ocupação de regiões litorâneas, vislumbrando a perspectiva 
de aumentos significativos do nível médio relativo do mar no próximo século. 
 
Segundo a ONU (1991), a taxa de aumento no nível médio relativo do mar 
em decorrência das mudanças climáticas globais nas áreas costeiras, 
representa importante impacto em termos sócio-econômicos e ecológicos. O 
documento produzido pela ONU (op. cit) projeta um aumento no nível do mar 
de 30 a 110 cm até o ano 2100, devido principalmente à expansão termal dos 
oceanos e ao derretimento de calotas polares e geleiras continentais. 
 
O significado econômico do aumento do nível médio relativo do mar terá 
conseqüências para a pesca, agricultura, navegação, recreação, lançamento 
de efluentes, proteção costeira, produtividade biológica e diversidade (ONU, 
1991). 
 
Várias áreas sob risco de inundação, decorrente de um provável aumento 
no nível médio relativo do mar, podem ser identificadas ao longo do litoral 
brasileiro. Grandes centros urbano-industriais do País estão situados em áreas 
costeiras ou contíguas a estas e, portanto, diretamente ameaçadas, ou na área 
de influência dessas mudanças globais. Cidades como João Pessoa (PB), 
Recife (PE), Maceió (AL), Aracajú (SE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), 
Vitória (ES), Santos (SP) e Paranaguá (PR) e Florianópolis (SC), representam 
áreas de grande densidade populacional e importantes complexos industriais-
portuários e turísticos, incluídos na área de influência e, conseqüentemente, 
potencialmente inundáveis em suas porções mais baixas num futuro próximo. 
 
A perspectiva de submersão das regiões costeiras exige concentração de 
esforços para diagnosticar seus prováveis efeitos, assim como elaborar planos 
diretores que definam uma política de ocupação e administração dos recursos 
naturais dessas áreas costeiras. O diagnóstico deverá priorizar a escolha de 
“indicadores” das mudanças climáticas globais, a fim de adequar os planos a 
uma política ambiental orientada à garantia de qualidade de vida às futuras 
gerações. 
 
Considerando que as alterações ambientais terão conseqüências e 
efeitos variáveis de acordo com o setor da costa, as estratégias deverão ser 
específicas. Os municípios costeiros devem elaborar ou adaptar a legislação de 
uso e ocupação do solo, considerando a perspectiva de alterações dos 
cenários projetados em relação ao aumento no nível médio relativo do mar. 
 
No contexto de uma estratégia de desenvolvimento sustentável, 
sobretudo com a perspectiva futura de agravamento dos eventos climáticos, 
em virtude de mudanças provocadas eventualmente pelo “efeito estufa”, torna-
se necessário que se adotem práticas de uso de solo e de manejo ambiental 
capazes de assegurar maior proteção às populações e às atividades 
 51
econômicas em relação aos impactos de fenômenos climáticos adversos 
(CIMA, 1991). 
 
Em nível federal, devem ser implementados os programas de manutenção 
do homem nas terras interiores, como forma de distribuir melhor a população, 
evitar o êxodo rural e as altas densidades populacionais em áreas litorâneas. 
Ações que desestimulem a implantação de grandes empreendimentos 
imobiliários ou comerciais em regiões litorâneas deverão, em contrapartida, 
incentivar a instalação das novas indústrias, ou a relocação de indústrias 
sediadas nas áreas costeiras, para terras afastadas da costa. Uma eficiente 
política de reforma agrária, subsídios aos pequenos e médios produtores 
rurais, sistemas de irrigação e, a ampliação e modernização da malha 
ferroviária que facilite o escoamento da produção, reduzindo sensivelmente a 
emigração do homem do campo para as saturadas concentrações urbanas do 
litoral (Schaeffer-Novelli, 1998). 
 
Em nível nacional é necessária e urgente uma política integrada de 
gestão dos recursos hídricos e costeiros. A elevada concentração de 
população urbana na zona costeira e a absoluta carência de serviços básicos 
são fatores de contaminação dos ecossistemas litorâneos e ameaçam 
diretamente a qualidade da água para contatos primário e secundário, 
constituindo-se no principal vetor de disseminação de moléstias infecto-
contagiosas que ameaçam a vida humana (MMA, 1996, in: CNIO, 1998). 
 
Em nível regional é necessária a definição de um sistema de prevenção 
de acidentes e de monitoramento efetivo das condições ambientais em áreas 
selecionadas da zona costeira (MMA, 1996, in: CNIO, op. cit.). 
 
Em nível local, a vulnerabilidade dos sistemasambientais só pode ser 
mitigada através de uma participação efetiva da comunidade e dos órgãos 
públicos estaduais e, principalmente, municipais na adoção de medidas que 
evitem o desmatamento indiscriminado de mangues e encostas, a obstrução de 
canais fluviais e lagunares, bem como a adoção de medidas preventivas para 
evitar a ação erosiva do mar, principalmente em áreas urbanas situadas em 
cotas a menos de 10m do nível médio relativo atual do mar (MMA, 1996, in: 
CNIO, 1998). 
 
 
5.0 – SÍNTESE DAS RECOMENDAÇÕES 
 
Linhas prioritárias de pesquisa em manguezais, segundo CPRH (1991) 
 
¾ Que se realize a atualização cartográfica dos manguezais, com finalidade 
de se poder trabalhar com informações mais reais. 
 
¾ Que as instituições procurem realizar avaliação de impactos ambientais em 
zonas estuarinas, nos casos de intervenções já existentes, tais como: 
portos, indústrias, aterros, aquicultura e produção de sal. 
 
 52
¾ Que se procure estimar o potencial produtivo dos manguezais sob o ponto 
de vista da flora e da fauna, identificando a capacidade de suporte dos 
mangues em atividade extrativista. 
 
¾ Que se desenvolvam metodologias de produção sem conflitar com a 
proteção dos manguezais, particularmente através de alternativas 
tecnológicas para a produção de sal e aqüicultura em áreas adjacentes aos 
manguezais. 
 
¾ Que se busque a compreensão mais detalhada dos processos do 
manguezal, permitindo uma avaliação mais precisa das alternativas para 
sua utilização e as implicações de sua destruição. 
 
¾ Que se desenvolvam estudos de microbiologia do manguezal incluindo os 
aspectos taxonômicos, de decomposição e de fixação de matéria e de 
energia. Tais estudos implicam no conhecimento da ciclagem de nutrientes 
em zonas estuarinas, relacionando os fluxos de matéria e energia entre o 
manguezal e o estuário. 
 
¾ Que se acompanhe o processo de recuperação de manguezais 
degradados, avaliando de forma sistemática o processo de sucessão 
ecológica, de flora e fauna. 
 
¾ Que haja levantamento sistemático e contínuo das fontes potenciais e 
efetivas da poluição nas zonas estuarinas. 
 
¾ Que se realizem estudos de etno-ecologia das comunidades pesqueiras das 
regiões estuarinas. 
 
¾ Que sejam identificadas as formas de utilização dos manguezais e dos 
ecossistemas limítrofes com a finalidade de subsidiar as propostas técnicas 
de proteção às zonas estuarinas. 
 
 
SISTEMA DE CONTROLE AMBIENTAL E APOIO ÀS AÇÕES DE PROTEÇÃO, SEGUNDO 
CPRH (1991) 
 
¾ Que os órgãos governamentais estaduais e federais cumpram e façam 
cumprir a legislação de proteção aos manguezais, alocando os recursos 
materiais e humanos necessários para a efetivação das ações de sua 
competência. 
 
¾ Que as comunidades tradicionais locais sejam associadas à fiscalização e 
ao controle da utilização dos recursos do manguezal. 
 
¾ Que os estudos definam um valor financeiro de multa pela destruição de 
manguezal em função de uma unidade de área, e que este valor seja 
escalonado, aumentando com a amplitude da transgressão legal, 
independentemente do ressarcimento de danos. 
 
 53
¾ Que as instituições de cada estado pesquisem e publiquem uma lista de 
preços dos organismos do manguezal, visando a futuros ressarcimentos de 
danos. 
 
¾ Que os órgãos ambientais explicitem às instituições de fomento à pesquisa, 
tais como FINEP, CNPq, FIPEQ e Fundações Estaduais, quais as suas 
necessidades de informação, visando orientar os mesmos na priorização da 
aplicação dos fundos de auxílio. 
 
¾ Que as experiências em educação ambiental já desenvolvidas ou em 
andamento, sejam discutidas pelas diversas instituições, visando uma 
atuação mais integrada. 
 
¾ Que se articule um grupo de técnicos e instituições em caráter regional, 
para dar conseqüência às propostas apresentadas. 
 
Possibilidades e limites de uso dos manguezais CPRH (1991) 
 
¾ Que seja permitida a extração de alimentos, sem comprometer os estoques, 
através da pesca, mariscagem e captura de crustáceos pelas populações 
ribeirinhas e comunidades tradicionais locais e que a extração de madeira 
seja permitida apenas para a construção de moradias e fabricação de 
artefatos de pesca pelas comunidades ali existentes, para uso próprio e de 
acordo com regulamentação específica. 
 
¾ Que não se autorize a construção de salinas em áreas de manguezais, 
devendo-se buscar alternativas de produção de sal em áreas adjacentes 
aos manguezais, com apoio das instituições financeiras governamentais e 
dos órgãos de fomento à pesquisa. 
¾ Que as salinas abandonadas não sejam utilizadas para outras finalidades, 
que não seja a recomposição natural ou reflorestamento induzido do 
mangue, e que as instituições de pesquisa monitorem este processo de 
recomposição. 
 
¾ Que não se autorize a construção de viveiros de peixes ou camarões em 
áreas de manguezal, quando estes impliquem em desmatamento da 
vegetação de mangue, cabendo aos órgãos governamentais o fomento de 
atividades em áreas adjacentes. 
 
¾ Que a disposição de lixo, os aterros e a construção de diques não sejam 
permitidos em áreas de manguezal. 
 
RECOMENDAÇÕES PREPARADAS POR SCHAEFFER-NOVELLI PARA O CAPÍTULO “OS 
ECOSSISTEMAS COSTEIROS” IN: CNIO (1998) 
 
¾ As zonas costeiras e mais especificamente as estuarinas, podem ser 
definidas como área de planejamento ou área problema, não só por suas 
características ecológicas específicas e o uso intensivo que delas se faz em 
muitas partes do mundo, como também pelas potencialidades ao 
desenvolvimento de atividades humanas. 
 54
 
¾ Para ser efetivo, qualquer programa de proteção, conservação ou de 
manejo de ecossistemas costeiros deveria ser preventivo ao invés de ser 
corretivo. Deveriam visar o futuro, e não o presente, contabilizando as 
experiências do passado, para efetivamente proteger os recursos 
remanescentes e ativamente restaurar ou reabilitar os ecossistemas 
 
¾ Do ponto de vista ecológico, todos os ecossistemas marinhos costeiros, 
notadamente os complexos lagunares e estuarinos, devem ser submetidos 
a intensivo monitoramento para que os efeitos das alterações graduais do 
aumento do nível do mar, possam ser detectados e mensurados, 
privilegiando a prevenção ao invés do cômputo dos danos. 
 
¾ O processo de administrar esses ecossistemas exige não somente 
considerações sócio-econômicas, como se fazia até bem pouco tempo, 
como também de conhecimentos sobre seus sistemas biológicos e os 
processos físicos que os regem. 
 
¾ O uso inadequado dos recursos dos ecossistemas costeiros resulta na 
degradação da qualidade dos mesmos, sua sub-utilização ou sua 
degradação com o conseqüente prejuízo da qualidade de vida e da 
economia nacional. A conciliação de usos múltiplos e conflitivos através de 
um planejamento regional, e com enfoque sistêmico pode atingir o objetivo 
da otimização dos usos com um menor impacto ambiental. 
 
¾ Os ecossistemas costeiros podem ser conservados mediante uso racional, 
definido como a "utilização sustentável que oferta benefícios a humanidade 
de uma maneira compatível com a manutenção das propriedades naturais 
do ecossistema". Por sua vez, uso sustentável ‚ "o uso humano de um 
determinado sistema de forma a permitir a obtenção de um máximo de 
benefícios de maneira contínua para as gerações presentes, ao tempo que 
se mantém o potencial para satisfazer as necessidades das gerações 
futuras". A proteção escrita - diplomas legais -, ‚ uma das formas de regular 
o uso sustentável. 
 
¾ Uma boa coordenação entre as agências governamentais (municipais, 
estaduais e federais) ‚ de fundamental importância no caso do planejamento 
desses programas, evitando que parceiros da administração pública 
implementem ações contraditórias, descredenciandoo poder constituído e 
comprometendo o patrimônio natural, econômico e social. 
 
¾ O propósito ou o principal objetivo do planejamento e da gestão das zonas 
costeiras ‚ disciplinar e garantir os usos dos recursos costeiros de forma a 
que se otimizem os benefícios de sua utilização sem que se degrade a 
qualidade do ambiente e dos recursos. 
 
¾ Em níveis federal e estadual, efetivos programas de manutenção do homem 
nas terras interiores devem ser incrementados, como forma de distribuir 
melhor a população, evitar o êxodo rural e as altas densidades 
populacionais verificadas no litoral. Ações que desestimulem a implantação 
 55
de grandes empreendimentos imobiliários ou comerciais em regiões 
litorâneas deverão, em contraposição, contemplar maior incentivo … 
instalação das novas indústrias, ou a relocação de indústrias sediadas nas 
áreas costeiras, em terras afastadas da costa. 
 
¾ Incentivar as organizações comunitárias, no que tange a educação 
ambiental formal e não-formal, para garantir a conservação dos 
conhecimentos empíricos e os patrimônios cultural e ecológico, em nível 
regional. 
 56
6.0 – BIBLIOGRAFIA 
 
ACIESP, 1997. Glossário de Ecologia. São Paulo, Academia de Ciências do 
Estado de São Paulo, Publicação ACIESP no 103, CNPq, FINEP, FAPESP, 
Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Tecnológico, 2a edição 
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Caribbean Workshop, december. 43p + anexos. 
 60
7.0 – GLOSSÁRIO DE TERMOS 
 
Área Protegida – significa uma área definida geograficamente que é 
destinada, ou regulamentada, e administrada para alcançar objetivos 
específicos de conservação (Convenção sobre a Diversidade Biológica – São 
Paulo, 1992b). 
 
Aves Migratórias – as aves pertencentes a determinadas espécies, cujos 
indivíduos, ou alguns deles, atravessam, em qualquer estação do ano, as 
fronteiras dos países da América. Algumas espécies das seguintes famílias 
podem ser citadas como exemplos de aves migratórias: Charadriidæ, 
Scolopacidæ, Caprimulgidæ e Hirundinidæ (Union Panamericana, 1940). 
 
Biodiversidade – a variabilidade entre os diversos organismos vivos de 
todas as origens, incluindo terrestres, marinhos e outros sistemas aquáticos, 
assim como os complexos ecológicos dos quais tais sistemas participam. São 
incluídas entre elas a diversidade dentro de uma mesma espécie, a diversidade 
entre espécies diferentes, e a dos ecossistemas.” Estes três níveis são 
conhecidos por: diversidade genética, diversidade de organismos, e 
diversidade ecológica (Convenção sobre a Diversidade Biológica – São Paulo, 
1992b). V. Diversidade biológica. 
 
Bioma –amplos espaços terrestres, caracterizados por tipos fisionômicos 
de vegetação semelhantes, com diferentes estados climáxicos. V. Ecossistema 
(ACIESP, 1997). 
 
Biotecnologia – significa qualquer aplicação tecnológica que utilize 
sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou 
modificar produtos ou processos para utilização específica (Convenção sobre a 
Diversidade Biológica – São Paulo, 1992b). 
 
Conservação de ecossistemas - a conservação dos ecossistemas, bem 
como de sua diversidade biológica, são a única forma de garantir produção 
sustentável de recursos e de serviços, uma vez que a simplificação dos 
sistemas empobrece e reduz as possibilidades de desenvolvimento social e 
econômico (Courrier, 1992). Em termos de estrutura, o manguezal é 
considerado o mais complexo dos ecossistemas marinhos. 
 
Diversidade –(1) medida que considera tanto a riqueza em espécies 
como o grau de igualdade em sua representação quantitativa; (2) riqueza em 
espécies: número absoluto de espécies numa amostra, coleção, ou 
comunidade (ACIESP, 1997). 
 
Diversidade biológica – (1) significa a variabilidade de organismos vivos 
de todas as origens e os complexos ecológicos de que fazem parte: 
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de 
ecossistemas (Convenção sobre a Diversidade Biológica – São Paulo, 1992b); 
(2) pode também ser entendida como sendo o número de genes, espécies ou 
de ecossistemas de uma região. A vida sobre a Terra é o produto de centenas 
de milhões de anos de história evolutiva. V. Biodiversidade. 
 61
 
Ecossistema – significa um complexo dinâmico de comunidades 
vegetais, animais e de microorganismos e o seu meio inorgânico que interagem 
com uma unidade funcional (Convenção sobre a Diversidade Biológica – São 
Paulo, 1992b). 
 
Espécie ameaçada – aquela em risco de extinção, cuja sobrevivência é 
improvável se os fatores causais persistirem (ACIESP, 1997). 
 
Espécie endêmica – aquela cuja área de distribuição é restrita a uma 
região geográfica limitada e usualmente bem definida (ACIESP, 1997). 
 
Espécie exótica – aquela presente em uma determinada área geográfica 
da qual não é originária, introduzida geralmente pelo homem (ACIESP, 1997). 
 
Espécie rara – aquela pertencente a pequenas populações que não 
estão atualmente ameaçadas ou vulneráveis, mas que estão em risco 
(ACIESP,1997). 
 
Função – (1) todas as propriedades físicas e químicas de uma estrutura 
relativa a sua forma e organização, com exceção da ação ou uso da estrutura a 
qual é mais fortemente associada a sua função ou função fisiológica. (2) Em 
fitossociologia, são as caraterísticas especiais adaptativas dos componentes da 
vegetação, tais como periodicidades, mecanismos de dispersão e tolerâncias 
fisiológicas (Lincoln et al., 1998). 
 
Impacto ambiental – Toda ação ou atividade, natural ou antrópica, que 
produz alterações bruscas em todo o meio ambiente ou apenas em alguns de 
seus componentes. De acordo com o tipo de alteração, pode ser ecológico, 
social e/ou econômico. Ex. efeitos resultantes da construção de uma represa, 
de erupções vulcânicas, de variações climáticas bruscas, derrame de petróleo 
(ACIESP, 1997). 
 
Macro compartimentos – São definidos pela integração da morfologia 
com os processos da zona costeira emersa. Essa identificação é efetuada a 
partir de variáveis oceanográficas, responsáveis pela intensidade e direção dos 
processos de erosão, transporte e deposição, associados com aspectos 
morfométricos, fluviométricos, climáticos e de feições geomorfológicas, levando 
em conta tipologias e compartimentações já efetuadas que, em conjunto, 
representam convergência na definição de macrocompartimentos costeiros 
(Brasil, 1996). 
 
Manejo – utilização eficiente dos recursos disponíveis de forma que 
sejam otimizados os benefícios econômicos e sociais, sem comprometer a 
estabilidade e a sustentabilidade dos ecossistemas envolvidos e da paisagem 
(Cintrón, 1987). 
 
Material genético – significa todo material de origem vegetal, animal, 
microbiana ou outra que contenha unidades funcionais de hereditariedade 
(Convenção sobre a Diversidade Biológica – São Paulo, 1992b). 
 62
 
Monumentos naturais – regiões, objetos, ou as espécies vivas de 
animais e plantas, de interesse estético ou valor histórico ou científico, aos 
quais é dada proteção absoluta, com o fim de conservar um objeto específico 
ou uma espécie determinada de flora e fauna, declarando uma região, um 
objeto, ou uma espécie isolada, monumento natural inviolável, exceto para a 
realização de investigações devidamente autorizadas, ou inspeções oficiais 
(Union Panamericana, 1940). 
 
Parques Nacionais – regiões estabelecidas para a proteção das belezas 
cênicas naturais e da flora e fauna de importância nacional, das quais o público 
pode aproveitar-se melhor ao serem postas sob a superintendência oficial 
(Union Panamericana, 1940). 
 
Recursos biológicos – compreende recursos genéticos, organismos ou 
partes destes, populações, ou qualquer outro componente biótico de 
ecossistemas, de real ou potencial utilidade ou valor para a humanidade 
(Convenção sobre a Diversidade Biológica – São Paulo, 1992b). 
 
Recursos genéticos – significa material genético de valor real ou 
potencial (Convenção sobre a Diversidade Biológica – São Paulo, 1992b). 
 
Reservas Nacionais – regiões estabelecidas para a conservação e 
utilização, sob a vigilância oficial, das riquezas naturais, nas quais se protegerá 
a flora e a fauna tanto quanto compatível com os fins para os quais estas 
reservas são criadas (Union Panamericana, 1940). 
 
Riqueza de espécies - o número de espécies em uma região também é 
conhecido como riqueza de espécies, i.é., embora o número de espécies no 
ambiente terrestre seja maior que no ambiente marinho, a diversidade em 
espécies é maior nos ecossistemas marinhos (Courrier, 1992). 
 
Sistemas Ambientais - são constituídos por componentes físico-bióticos 
que interagem, permanentemente, no espaço e no tempo, através da troca de 
energia e matéria. Esse mecanismo define uma funcionalidade em equilíbrio 
dinâmico, regido pelas leis da físico-química. Tal dinâmica se revela 
concretamente através da ação de forças energéticas, que emanam de um 
lado do interior da terra e agem diretamente na litosfera, e de outro, do calor 
solar, que atua através da baixa atmosfera. Desse modo, os Sistemas 
Ambientais estão claramente delimitados verticalmente pela camada de ozônio 
na baixa atmosfera e pela parte superior da litosfera. No plano horizontal, os 
Sistemas Ambientais estão delimitados por um grande número de variáveis 
físico-bióticas, destacando-se as infinitas variabilidades das combinações entre 
relevo, solo, sub-solo, vegetação, águas, climas e animais de arranjos 
espaciais introduzidos pelas sociedades humanas (Brasil, 1996) V. Unidades 
físico-naturais. 
 
Unidade físico-ambiental – divisão da linha de costa brasileira, num total 
de 46 (quarenta e seis) compartimentos propostos pelas coordenações de cada 
 63
um dos cinco grupos regionais, especialmente para o presente diagnóstico 
(Tabela I). 
 
Unidades físico-naturais – Sistemas Ambientais Naturais ou ainda 
Sistemas Ambientais Naturais Antropizados como de fato ocorre em grande 
parte do território ao longo da zona costeira (Brasil, 1996). V. Sistemas 
Ambientais. 
 
Unidades físico-naturais das terras contíguas à linha de costa – 
Unidades físico-naturais relacionadas com as interações oceano-continente, 
constituem-se basicamente pelas formas de relevo dos tipos: planícies de 
mangue, terraços marinhos, cordões arenosos, e campos de dunas (Brasil, 
1996). 
 
Unidades físico-naturais da planície costeira – constitui-se em um 
complexo sistema morfogenético, cujos agentes são as águas oceânicas 
através das diversas transgressões e regressões, correntes, correntes de 
deriva, ventos, águas plúvio-fluviais e lacustres. Essas unidades assumem 
características diversas em cada uma das áreas ao longo do litoral brasileiro 
onde se encontrem (Brasil, 1996) 
 
Uso direto – os valores de uso direto são aqueles bens ecológicos que 
entram diretamente na economia humana, e se referem tanto a benefícios 
atuais como futuros. Esses valores incluem o consumo de recursos - como 
caça e coleta de vários bens - e outros usos que não são de consumo, como 
contemplar a vida silvestre ou utilizar uma via navegável como meio de 
transporte (Barzettti, 1993). 
 
Uso indireto - o valor de uso indireto reconhece os serviços que os 
sistemas naturais proporcionam a sociedade. Sistemas de áreas silvestres 
proporcionam inúmeros serviços indiretos que são economicamente 
importantes. Mantém a diversidade genética, controlam as inundações, 
mantém a qualidade do ar e da água, suportam as cadeias alimentares e ciclos 
de nutrientes, melhoras e controlam o clima (Barzettti, 1993). 
 
Utilização sustentável - significa a utilização de componentes da 
diversidade biológica de modo e em ritmo tais que não levem, no longo prazo, 
à diminuição da diversidade biológica, mantendo assim seu potencial para 
atender as necessidades e aspirações das gerações presentes e futuras 
(Convenção sobre a Diversidade Biológica – São Paulo, 1992b). 
 
Zonas úmidas – são áreas de pântanos, charco, turfa ou água, natural ou 
artificial, permanente ou temporária, com água estagnada ou corrente, doce, 
salobra ou salgada, incluindo áreas de água marítima com menos de seis 
metros de profundidade na maré baixa (art. 1o, Convenção de Ramsar, 1971 – 
São Paulo, 1992a). 
 64
8.0 – ACRÔNIMOS 
 
BIOTA.FAPESP – Projeto Especial de Pesquisas em Conservação e Uso 
Sustentável da Biodiversidade no Estado de São 
Paulo 
 
BIRD – Banco Mundial 
 
CIMA – Comissão Interministerial para a Preparação da Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
 
CNIO - Comissão Nacional Independente sobre os Oceanos 
 
CPRH – Companhia Pernambucana de Controle da Poluição Ambiental e 
de Administração dos Recursos Hídricos 
 
ECOLAB – Ecosystème Côtiers Amazoniens 
 
FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo 
 
IBAMA – Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos 
Renováveis 
 
IOUSP – Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo 
 
MADAM – Projeto Manejo e Dinâmica de Manguezais (Brasil / Alemanha) 
 
MMA – Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da 
Amazônia Legal 
 
ONU – Organização das Nações Unidas 
 
PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da 
Diversidade Biológica Brasileira 
 
PRONABIO – Programa Nacional da Biodiversidade 
 
RAMSAR – Convenção de Ramsar – sobre zonas úmidas de importância 
internacional, especialmente como habitat de aves aquáticas 
 
UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
 
UICN – União Mundial para a Natureza 
 
UNESCO – United Nations Educational, Scientific and Cultural 
Organization 
 
USP – Universidade de São Paulo 
 
WWF – Fundo Mundial para a Natureza 
 65
Anexos - Carta de Santos em Defesa dos Manguezais 
 
 
 
Prefeitura Municipal de Santos 
Secretaria de Meio Ambiente 
 
 
“Somos Terra, os povos as plantas 
e os animais, as chuvas e os oceanos, o 
respiro das florestas, o fluir dos mares” 
(Carta da Terra, 1992). 
 
1. Estamos cientes de que: 
1.1. Manguezais constituem ecossistema singular às regiões tropicais do 
mundo; 
1.2. Manguezais abrigam comunidades de fauna e flora geneticamente 
diversas, com valores ambientais, econômicos e sociais, diretos e indiretos, 
para as sociedades humanas em todo o mundo; 
1.3. O desenvolvimento sustentado quando pensado para o manguezal, 
implica na manutenção e no aproveitamento racional dos seus recursos 
naturais, sem comprometer a estabilidade do ecossistema e da paisagem. 
 
2. Estamos convencidos de que: 
2.1. Os valores dos terrenos ocupados por manguezais são 
sistematicamente subestimados, quando se pretende convertê-los a 
usos não sustentáveis; 
2.2. Manguezais têm função destacada na proteção do litoral, seja na 
redução da erosão das linhas de costa, como na manutenção da 
produtividade pesqueira; 
2.3. Manguezais constituem recurso natural indiscutível, como valores 
econômicos e ecológicos das zonas de transição entre os ambientes 
terrestre e estuarino-costeiro; 
2.4. Manguezais têm participação destacada na disponibilidade de recursos 
naturais e econômicos, indispensáveis tanto para a subsistência das 
populações tradicionais das zonas costeiras tropicais, como para as 
presentes e futuras gerações; 
2.5. Há necessidade premente de que sejam restauradas as áreas de 
manguezal degradadas, por razões ambientais, econômicas e sociais. 
 
3. Assim, adotamos e proclamamos os seguintes princípios e 
propomos as seguintes ações visando o desenvolvimento 
sustentado dos manguezais: 
3.1. Princípios: 
3.1.1. Devem ser estimulados, por todos os meios disponíveis, a aquisição e 
a disseminação de conhecimentos referentes a estrutura, função, 
produtividade, valoração e recomposição e, ou, restauração de áreas 
de manguezal alteradas; 
3.1.2. Deve ser resguardada a diversidade genética inerente ao ecossistema 
manguezal, como preservados seus habitats; 
 66
3.1.3. O ecossistema manguezal deve ser protegido contra destruição 
indiscriminada, riscos devidos a tensores naturais, poluição e 
impactos decorrentes de perturbações antrópicas, inclusive nas áreas 
adjacentes; 
3.1.4. O ecossistema manguezal, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, deve ser respeitado e preservado para as 
presentes e futuras gerações, por suas características ímpares; 
3.1.5. As áreas de manguezal convertidas para outros fins, devem ser 
otimizadas, de modo a prevenir novas perdas; 
3.1.6. Deve ser vetada a disposição de resíduos sólidos em áreas de 
manguezal, voluntária ou involuntária. 
 
3.2. Ações: 
3.2.1. Recomenda-se a formação de grupo de trabalho (reunindo prefeituras 
municipais, universidades, órgãos de controle e fiscalização 
ambiental) para: 
3.2.1.1. desenvolver ações de educação ambiental com a população que 
vive nas proximidades dos manguezais, buscando seu 
envolvimento nos trabalhos de fiscalização e de recuperação; 
3.2.1.2. estudar a viabilidade da criação de um grupo de voluntários da 
sociedade civil para atuar como vigilantes ambientais, que tenha a 
função de acionar os diversos órgãos responsáveis pelo controle 
e fiscalização ambiental, após receber treinamento prévio para 
essa atuação. 
3.2.2. Recomenda-se a formação de grupo de trabalho (reunindo 
universidades, instituições de pesquisa, órgãos de controle e 
fiscalização ambiental, empresas, organizações não-governamentais 
de defesa ambiental) para elaboração dos seguintes estudos: 
3.2.2.1. levantamento e inventário dos manguezais existentes na região, 
identificando estágios de conservação (alterado, degradado), com 
proposição de métodos para restauração; 
3.2.2.2. levantamento dos locais e métodos de disposição final de 
resíduos sólidos produzidos na região. 
3.2.3. Reconhecer a competência supletiva dos Estados e dos Municípios 
para legislarem em matéria ambiental e fazer autuações, 
recomendando a União, aos Estados e aos Municípios que 
empreendam esforços para reestruturar, reequipar e, ou, criar órgãos 
de controle e fiscalização ambientais; 
3.2.4. Recomendar a atuação conjunta de órgãos de controle e fiscalização 
ambientais (nos âmbitos municipal, estadual e federal) e empresas 
interessadas, no sentido de priorizar e otimizar as ações de 
fiscalização e recuperação nas áreas possíveis; 
3.2.5. Recomendar a criação de fundos municipais, onde recursos 
provenientes de multas, doações entre outros, na forma da lei, sejam 
usados preferencialmente na recuperação de áreas alteradas e, ou 
degradadas; 
3.2.6. Recomendar que seja agilizada a revitalização do Comitê de Defesa 
do Litoral–CODEL; 
3.2.7. Recomendar que sejam empreendidos esforços junto ao Governo 
estadual de forma a viabilizar o Plano de Gerenciamento Costeiro; 
 67
3.2.8. Pugnar por uma busca permanente por qualidade de vida no espaço 
urbano dos municípios, respeitada a sustentabilidade do meio. 
 
 
 
SANTOS, novembro de 1995. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 68
 
Figura I - Unidades fisiográficas e complexos de manguezais na América
Latina e no Caribe, segundo Olson et al. (1996), figura 1. 
Key to Complexes and Units 
 
SEA OF CORTEZ 
1a. NW Mexican Coast 
1b. Marismas Nacionales / 
San Bias 
 
SOUTHERN MEXICO 
2. S.Pacific Coast of Mexico 
 
PACIFIC CENTRAL AMERICA 
3a. Tehuantepec / El 
Manchón 
3b. Northern Dry Pacific 
Coast 
3c. Gulf of Fonseca 
3d. Southern Dry Pacific 
Coast 
3e. Moist Pacific Coast 
3f. Panama Dry Pacific 
 
PACIFIC SOUTH AMERICA 
4a. Gulf of Panama 
4b. Esmeraldas / Pacific 
Colombia 
4c. Manabi 
4d. Gulf of Guayaquil / 
Tumbes 
4e. Piura 
GALAPAGOS 
5. Galapagos islands 
 
GULF OF MEXICO 
6a. Alvarado 
6b. Usumacinta 
 
YUCATÃN 
7a. Petenes 
7b. Rio Lagartos 
7c. Mayan Corridor 
7d. Belizean Coast 
7e. Belizean Reef 
 
ATLANTIC CENTRAL 
AMERICA 
8a. Northern Honduras 
8b. Mosquitia / Nicaraguan 
Caribbean Coast 
8c. Río Negro / Río San Sun 
8d. Bocas del Toro / 
Bastimentos 
Island / San Bias 
CONTINENTAL CARIBBEAN 
9a. Magdalena / Santa Marta 
9b. Coastal Venezuela 
 
WEST INDIES 
10a. Bahamas 
10b. Greater Antilles 
10c. Lesser Antilles 
 
AMAZON-ORINOCO-
MARANHÃO 
11a. Trinidad 
11b. Segment 0 
11c. Segment I 
11d. Segment II 
11e. Segment III 
 
NE BRAZIL 
12a. Segment IV 
12b. Segment V 
12c. Segment VI 
 
SE BRAZIL 
13. Segment VII 
 
 69
 
Figura II - Localização das figuras 3 e 4 onde aparecem assinalados os
manguezais extensos da América Latina e do Caribe, segundo
Olson et al. (1996), figura 2. 
 70
 
Figura III - Manguezais mais extensos do sudeste da América do Sul,
segundo Olson et al. (1996), figura 7.71
 
Figura IV - Manguezais mais extensos da costa Atlântica no nordeste da
América do Sul, segundo Olson et al. (1996), figura 8. 
 72
 
Figura V - Síntese do estado de conservação dos manguezais na América
Latina e no Caribe, segundo Olson et al. (1996), figura 13. 
Key to Complexes and Units 
 
SEA OF CORTEZ 
1a. NW Mexican Coast 
1b. Marismas Nacionales / 
San Bias 
 
SOUTHERN MEXICO 
2. S.Pacific Coast of Mexico 
 
PACIFIC CENTRAL AMERICA 
3a. Tehuantepec / El 
Manchón 
3b. Northern Dry Pacific 
Coast 
3c. Gulf of Fonseca 
3d. Southern Dry Pacific 
Coast 
3e. Moist Pacific Coast 
3f. Panama Dry Pacific 
 
PACIFIC SOUTH AMERICA 
4a. Gulf of Panama 
4b. Esmeraldas / Pacific 
Colombia 
4c. Manabi 
4d. Gulf of Guayaquil / 
Tumbes 
4e. Piura 
GALAPAGOS 
5. Galapagos islands 
 
GULF OF MEXICO 
6a. Alvarado 
6b. Usumacinta 
 
YUCATÃN 
7a. Petenes 
7b. Rio Lagartos 
7c. Mayan Corridor 
7d. Belizean Coast 
7e. Belizean Reef 
 
ATLANTIC CENTRAL 
AMERICA 
8a. Northern Honduras 
8b. Mosquitia / Nicaraguan 
Caribbean Coast 
8c. Río Negro / Río San Sun 
8d. Bocas del Toro / 
Bastimentos 
Island / San Bias 
CONTINENTAL CARIBBEAN 
9a. Magdalena / Santa Marta 
9b. Coastal Venezuela 
 
WEST INDIES 
10a. Bahamas 
10b. Greater Antilles 
10c. Lesser Antilles 
 
AMAZON-ORINOCO-
MARANHÃO 
11a. Trinidad 
11b. Segment 0 
11c. Segment I 
11d. Segment II 
11e. Segment III 
 
NE BRAZIL 
12a. Segment IV 
12b. Segment V 
12c. Segment VI 
 
SE BRAZIL 
13. Segment VII 
 
 73
 
Figura VI - Nível de ameaças sobre os manguezais da América Latina e do
Caribe, segundo Olson et al. (1996), figura 14. 
Key to Complexes and Units 
 
SEA OF CORTEZ 
1a. NW Mexican Coast 
1b. Marismas Nacionales / 
San Bias 
 
SOUTHERN MEXICO 
2. S.Pacific Coast of Mexico 
 
PACIFIC CENTRAL AMERICA 
3a. Tehuantepec / El 
Manchón 
3b. Northern Dry Pacific 
Coast 
3c. Gulf of Fonseca 
3d. Southern Dry Pacific 
Coast 
3e. Moist Pacific Coast 
3f. Panama Dry Pacific 
 
PACIFIC SOUTH AMERICA 
4a. Gulf of Panama 
4b. Esmeraldas / Pacific 
Colombia 
4c. Manabi 
4d. Gulf of Guayaquil / 
Tumbes 
4e. Piura 
GALAPAGOS 
5. Galapagos islands 
 
GULF OF MEXICO 
6a. Alvarado 
6b. Usumacinta 
 
YUCATÃN 
7a. Petenes 
7b. Rio Lagartos 
7c. Mayan Corridor 
7d. Belizean Coast 
7e. Belizean Reef 
 
ATLANTIC CENTRAL 
AMERICA 
8a. Northern Honduras 
8b. Mosquitia / Nicaraguan 
Caribbean Coast 
8c. Río Negro / Río San Sun 
8d. Bocas del Toro / 
Bastimentos 
Island / San Bias 
CONTINENTAL CARIBBEAN 
9a. Magdalena / Santa Marta 
9b. Coastal Venezuela 
 
WEST INDIES 
10a. Bahamas 
10b. Greater Antilles 
10c. Lesser Antilles 
 
AMAZON-ORINOCO-
MARANHÃO 
11a. Trinidad 
11b. Segment 0 
11c. Segment I 
11d. Segment II 
11e. Segment III 
 
NE BRAZIL 
12a. Segment IV 
12b. Segment V 
12c. Segment VI 
 
SE BRAZIL 
13. Segment VII 
 
 74
 
Figura VII - Estado de coservação das diversas unidades fisiográficas dos
manguezais na América Latina e no Caribe, segundo Olson et al.
(1996) figura 15
Key to Complexes and Units 
 
SEA OF CORTEZ 
1a. NW Mexican Coast 
1b. Marismas Nacionales / 
San Bias 
 
SOUTHERN MEXICO 
2. S.Pacific Coast of Mexico 
 
PACIFIC CENTRAL AMERICA 
3a. Tehuantepec / El 
Manchón 
3b. Northern Dry Pacific 
Coast 
3c. Gulf of Fonseca 
3d. Southern Dry Pacific 
Coast 
3e. Moist Pacific Coast 
3f. Panama Dry Pacific 
 
PACIFIC SOUTH AMERICA 
4a. Gulf of Panama 
4b. Esmeraldas / Pacific 
Colombia 
4c. Manabi 
4d. Gulf of Guayaquil / 
Tumbes 
4e. Piura 
GALAPAGOS 
5. Galapagos islands 
 
GULF OF MEXICO 
6a. Alvarado 
6b. Usumacinta 
 
YUCATÃN 
7a. Petenes 
7b. Rio Lagartos 
7c. Mayan Corridor 
7d. Belizean Coast 
7e. Belizean Reef 
 
ATLANTIC CENTRAL 
AMERICA 
8a. Northern Honduras 
8b. Mosquitia / Nicaraguan 
Caribbean Coast 
8c. Río Negro / Río San Sun 
8d. Bocas del Toro / 
Bastimentos 
Island / San Bias 
CONTINENTAL CARIBBEAN 
9a. Magdalena / Santa Marta 
9b. Coastal Venezuela 
 
WEST INDIES 
10a. Bahamas 
10b. Greater Antilles 
10c. Lesser Antilles 
 
AMAZON-ORINOCO-
MARANHÃO 
11a. Trinidad 
11b. Segment 0 
11c. Segment I 
11d. Segment II 
11e. Segment III 
 
NE BRAZIL 
12a. Segment IV 
12b. Segment V 
12c. Segment VI 
 
SE BRAZIL 
13. Segment VII 
 75
 
Figura VIII - Atividades conservacionistas sugeridas para os manguezais das
diferentes unidades fisiográficas da América Latina e do
Caribe, segundo Olson et al. (1996), figura 16. 
Key to Complexes and Units 
 
SEA OF CORTEZ 
1a. NW Mexican Coast 
1b. Marismas Nacionales / 
San Bias 
 
SOUTHERN MEXICO 
2. S.Pacific Coast of Mexico 
 
PACIFIC CENTRAL AMERICA 
3a. Tehuantepec / El 
Manchón 
3b. Northern Dry Pacific 
Coast 
3c. Gulf of Fonseca 
3d. Southern Dry Pacific 
Coast 
3e. Moist Pacific Coast 
3f. Panama Dry Pacific 
 
PACIFIC SOUTH AMERICA 
4a. Gulf of Panama 
4b. Esmeraldas / Pacific 
Colombia 
4c. Manabi 
4d. Gulf of Guayaquil / 
Tumbes 
4e. Piura 
GALAPAGOS 
5. Galapagos islands 
 
GULF OF MEXICO 
6a. Alvarado 
6b. Usumacinta 
 
YUCATÃN 
7a. Petenes 
7b. Rio Lagartos 
7c. Mayan Corridor 
7d. Belizean Coast 
7e. Belizean Reef 
 
ATLANTIC CENTRAL 
AMERICA 
8a. Northern Honduras 
8b. Mosquitia / Nicaraguan 
Caribbean Coast 
8c. Río Negro / Río San Sun 
8d. Bocas del Toro / 
Bastimentos 
Island / San Bias 
CONTINENTAL CARIBBEAN 
9a. Magdalena / Santa Marta 
9b. Coastal Venezuela 
 
WEST INDIES 
10a. Bahamas 
10b. Greater Antilles 
10c. Lesser Antilles 
 
AMAZON-ORINOCO-
MARANHÃO 
11a. Trinidad 
11b. Segment 0 
11c. Segment I 
11d. Segment II 
11e. Segment III 
 
NE BRAZIL 
12a. Segment IV 
12b. Segment V 
12c. Segment VI 
 
SE BRAZIL 
13. Segment VII 
 
 76
 
Figura IX - Unidades fisiográficas com manguezais, identificadas como maior
prioridade para adoção de medidas de conservação, segundo Olson
et al. (1996), figura 17. 
Key to Complexes and Units 
 
SEA OF CORTEZ 
1a. NW Mexican Coast 
1b. Marismas Nacionales / 
San Bias 
 
SOUTHERN MEXICO 
2. S.Pacific Coast of Mexico 
 
PACIFIC CENTRAL AMERICA 
3a. Tehuantepec / El 
Manchón 
3b. Northern Dry Pacific 
Coast 
3c. Gulf of Fonseca 
3d. Southern Dry Pacific 
Coast 
3e. Moist Pacific Coast 
3f. Panama Dry Pacific 
 
PACIFIC SOUTH AMERICA 
4a. Gulf of Panama 
4b. Esmeraldas / Pacific 
Colombia 
4c. Manabi 
4d. Gulf of Guayaquil / 
Tumbes 
4e. Piura 
GALAPAGOS 
5. Galapagos islands 
 
GULF OF MEXICO 
6a. Alvarado 
6b. Usumacinta 
 
YUCATÃN 
7a. Petenes 
7b. Rio Lagartos 
7c. Mayan Corridor 
7d. Belizean Coast 
7e. Belizean Reef 
 
ATLANTIC CENTRAL 
AMERICA 
8a. Northern Honduras 
8b. Mosquitia / Nicaraguan 
Caribbean Coast 
8c. Río Negro / Río San Sun 
8d. Bocas del Toro / 
Bastimentos 
Island / San Bias 
CONTINENTAL CARIBBEAN 
9a. Magdalena / Santa Marta 
9b. Coastal Venezuela 
 
WEST INDIES 
10a. Bahamas 
10b. Greater Antilles 
10c. Lesser Antilles 
 
AMAZON-ORINOCO-
MARANHÃO 
11a. Trinidad 
11b. Segment 0 
11c. Segment I 
11d. Segment II 
11e. Segment III 
 
NE BRAZIL 
12a. Segment IV 
12b. Segment V 
12c. Segment VI 
 
SE BRAZIL 
13. Segment VII 
 
 77
Tabela I - Unidades físico-ambientais, segundo critérios adotados pela 
Coordenação Nacional da “Zona Costeira”, e sua correspondência 
com as unidades fisiográficas de Schaeffer-Novelli et al. (1990). 
 
 
 
REGIÕES 
 
 
UNIDADES FÍSICO-AMBIENTAIS 
 
SEGMENTOS 
 
 
 
 
Norte 
(AP/PA/MA) 
 
Foz do Rio Oiapoque – Foz do Rio Araguari (AP) 
 
 
Foz do Rio Araguari (AP) – Colares (PA) 
 
 
Colares (PA) – Alcântara (MA) 
Alcântara – Ponta do Tubarão (MA) 
Ponta do Tubarão –Delta do Parnaíba (MA/PI) 
 
 
Segmento I 
 
 
Segmento II 
 
 
 
Segmento III 
 
 
 
 
 
Nordeste 1 
 
Delta do Parnaíba (MA/PI) – Acaraú (CE) 
Acaraú – Fortaleza (CE) 
Fortaleza – Jaguaribe (CE) 
Jaguaribe (CE) – São Bento do Norte (RN) 
São Bento do Norte – Cabo Calcanhar (RN) 
Cabo Calcanhar – Rio Guajú (RN/PB) 
 
 
 
 
Segmento IV 
 
 
 
 
 
 
Nordeste 2 
 
Rio Guajú (RN/PB) – Ponta de Lucena (PB) 
Ponta de Lucena – Rio Goiana (PB/PE) 
Rio Goiana (PB/PE) – Cabo de Santo Agostinho (PE) 
Cabo de Santo Agostinho (PE) – Rio Coruripe (AL) 
Rio Coruripe (AL) – Rio Branco/Cidade do Conde (BA) 
Rio Branco/Cidade do Conde – limite norte de Lauro de Freitas 
(BA) 
Limite norte de Lauro de Freitas – Jaguaribe (BA) 
Jaguaribe – Itacaré/Rio das Contas (BA) 
Itacaré/Rio das Contas – Ilhéus (BA) 
Ilhéus – Santa Cruz de Cabrália (BA) 
Santa Cruz de Cabrália – Prado (BA) 
Prado (BA) – Divisa BA/ES 
 
 
 
 
 
 
 
Segmento V 
 78
 
 
 
 
 
 
 
Sudeste 
 
 
 
Divida BA/ES – Delta do Rio Doce (ES) 
Delta do Rio Doce – Baía de Vitória (ES) 
Baía de Vitória (ES) – Delta do Rio Paraíba do Sul (RJ) 
Delta do Rio Paraíba do Sul – Cabo Frio (RJ) 
 
 
 
Cabo Frio – Ponta de Itaipu (RJ) 
Ponta de Itaipu – Guaratiba (RJ) 
Guaratiba – Mangaratiba (RJ) 
Mangaratiba (RJ) – Praia da Boracéia (SP) 
Praia da Boracéia – São Vicente (SP) 
São Vicente – Juréia (SP) 
Juréia (SP) – Pontal do Sul (PR) 
Pontal do Sul – Guaratuba (PR) 
Guaratuba (PR) – Barra do Sul (SC) 
 
 
 
 
Segmento VI 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segmento VII 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sul 
Barra do Sul – Ponta dos Ganchos, divisa c/ Governador 
Celso Ramos/Tijucas (SC) 
Ponta dos Ganchos (divisa c/ Governador Celso 
Ramos/Tijucas) – Ponta da Faísca ou da Gamboa (SC) 
Ponta da Faísca ou da Gamboa – Divisa Laguna/Jaguaruna, 
incluindo a Lagoa do Laranjal (SC) 
Divisa Laguna/Jaguaruna, incluindo a Lagoa do Laranjal (SC) 
– Divisa SC/RS 
Divisa SC/RS – Pinhal (RS) 
Península de Mostardas, desde o estuário da Lagoa dos 
Patos, extendendo-se entre a lagoa e o mar até Palmares 
do Sul (RS) 
Espelho d’água e o fundo da Lagoa dos Patos (RS) 
Foz do Rio Guaíba, incluindo a região Mteropolitana de Porto 
Alegre e a bacia do Rio Gravataí (RS) 
Cassino, incluindo o estuário da Lagoa dos Patos, seguindo 
pela margem oeste da Lagoa dos Patos até o limite sul da 
Foz do Rio Guaíba (RS) 
Cassino – Chui (RS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segmento VIII 
 
 79
Tabela II – Legislação Ambiental Brasileira Incidente sobre o Manguezal. 
Organizada por Yara Schaeffer Novelli. 
 
 
 
INSTRUMENTO LEGAL 
 
DATA 
 
DISCRIMINAÇÃO 
 
 
 
 
 
Constituição Federal 
 
 
05.10.1988 
 
 
 
art. 5o – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
inciso XXIII – a propriedade atenderá a sua função social. 
art. 20 - São Bens da União: 
inciso VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
art. 26 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito 
Federal legislar concorrentemente sobre: 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, 
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção ao meio 
ambiente e controle da poluição. 
art. 170 – A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar 
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social, observados os seguintes princípios: 
III – função social da propriedade; 
VI – defesa do meio ambiente; 
art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações. 
parágrafo 3o - As condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
parágrafo 4o - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata 
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a 
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos 
recursos naturais. 
 
 80
Lei Federal No. 4.771 
alterada pela 
Lei Federal No.7.803 
15.09.1965 
 
18.07.1989 
 
art. 2o - Consideram-se de preservação permanente, pelo 
só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de 
vegetação natural situadas: 
letra f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou 
estabilizadoras de mangues. 
art. 26 - Constituem contravenções penais, puníveis com 
três meses a um ano de prisão simples ou multa de uma a 
cem vezes o salário-mínimo mensal do lugar e da data da 
infração ou ambas as penas cumulativamente: 
letra a) destruir ou danificar a floresta considerada de 
preservação permanente, mesmo que em formação, ou 
utilizá-la com infringência das normas estabelecidas ou 
previstas nesta Lei; 
letra b) cortar árvores em florestas de preservação 
permanente, sem permissão de autoridade competente; 
letra g) impedir ou dificultar a regeneração natural de 
florestas e demais formas de vegetações. 
art. 29 - As penalidades incidirão sobre os autores, sejam 
eles: 
letra a) diretos; 
letra b) arrendatários, parceiros, posseiros, gerentes, 
administradores, diretores, promitentes compradores ou 
proprietários das áreas florestais, desde que praticadas por 
prepostos ou subordinados e no interesse dos proponentes 
ou dos superiores hierárquicos; 
letra c) autoridades que se omitirem ou facilitarem, por 
consentimento ilegal, na prática do ato. 
art. 31 - São circunstâncias que agravam a pena além das 
previstas no Código Penal e na Lei de Contravenções 
Penais: 
letra a) cometer a infração no período de queda das 
sementes ou de formação das vegetações prejudicadas, 
durante a noite, em domingos ou dias feriados, em épocas 
de seca ou inundações; 
letra b) cometer a infração contra a floresta de preservação 
permanente ou material dela provindo. 
 
 
Lei Federal No. 5.197 03.01.1967 
art. 1o - Os animais de quaisquer espécies, em qualquer 
fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora 
do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus 
ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do 
Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, 
destruição, caça ou apanha. 
art. 7o - A utilização, perseguição, destruição, caça ou 
apanha de espécimes da fauna silvestre, quando 
consentidas na forma desta Lei, serão considerados atos de 
caça. 
art. 10o - A utilização, perseguição, destruição, caça ou 
apanha de espécimes da fauna silvestre são proibidas: 
letra a) com visgos, atiradeiras, fundas, bodoques, veneno, 
incêndio ou armadilhas que maltratem a caça; 
letra h) nas áreas destinadas à proteção da fauna, da flora 
e das belezas naturais. 
 
 81
 Lei Federal No. 6.938 
regulamentada pelo 
Decreto Federal No. 
88.351 
regulamentada pelo 
 Decreto Federal No. 
97.632 alterada pelo 
Lei Federal No. 7.804 
alterada pela Lei 
Federal No. 8.028 
regulamentada pelo 
Decreto Federal No. 
99.274 
31.08.1981 
 
01.06.1983 
 
10.04.1989 
 
18.07.1989 
 
12.04.1990 
 
06.06.1990 
 
art. 2o - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por 
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no 
País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos 
interessesda segurança nacional e à proteção da dignidade 
da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
I- ação governamental na manutenção do equilíbrio 
ecológico, considerando o meio ambiente como um 
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e 
protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
II- racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do 
ar; 
III- planejamento e fiscalização do uso dos recursos 
ambientais; 
IV- proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
V- controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras; 
VII- acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII- recuperação de áreas degradadas; 
IX- proteção de áreas ameaçadas de degradação. 
art. 3o - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
I- meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências 
e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; 
II- degradação da qualidade ambiental, a alteração 
adversa das características do meio ambiente; 
III- poluição, a degradação da qualidade ambiental 
resultante de atividade que direta ou indiretamente: 
letra a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da 
população; 
letra b) criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; 
letra c) afetem desfavoravelmente a biota; 
letra d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio 
ambiente; 
letra e) lancem matérias ou energia em desacordo com os 
padrões ambientais estabelecidos. 
IV- poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público 
ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por 
atividades causadoras de degradação ambiental; 
V - recursos ambientais, a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o 
solo, o subsolo e os elementos da biosfera. 
art. 4o - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social 
com a preservação da qualidade do meio ambiente e do 
equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais 
com vistas à sua utilização racional e disponibilidade 
permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio 
ecológico propício à vida; 
VII - à implantação, ao poluidor e ao predador, da obrigação 
de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao 
usuário, da contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos. 
art. 9o - São instrumentos da Política Nacional do Meio 
Ambiente: 
I- o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
III- a avaliação de impactos ambientais. 
art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela 
legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento 
das medidas necessárias à preservação ou correção dos 
inconvenientes e danos causados pela degradação da 
qualidade ambiental sujeitará os transgressores: 
inciso I -à multa simples ou diária, nos valores 
 82
Lei Federal No.7.347 
regulamentada pelo 
Decreto Federal No. 
92.302 
24.07.1985 
 
16.01.1986 
 
art. 1o - Regem-se pelas disposições desta Lei, sem 
prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por 
danos causados: 
I - ao meio-ambiente; 
 
 
 
Lei Federal No.7.661 
 
 
16.05.1988 
 
 
 
art. 1o - Como parte integrante da Política Nacional para os 
Recursos do Mar - PNRM e da Política Nacional do Meio 
Ambiente - PNMA, fica instituído o Plano Nacional de 
Gerenciamento Costeiro - PNGC. 
art. 2o - Subordinando-se aos princípios e tendo em vista os 
objetivos genéricos da PNMA, fixados respectivamente nos 
arts 2o e 4o da Lei No. 6.938, de 31 de agosto de 1981, o 
PNGC visará específicamente a orientar a utilização 
racional dos recursos na Zona Costeira, de forma a 
contribuir para elevar a qualidade da vida de sua população, 
e a proteção do seu patrimônio natural, histórico, étnico e 
cultural. 
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se 
Zona Costeira o espaço geográfico de interação do ar, do 
mar e da terra, incluindo seus recursos renováveis ou não, 
abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre, que serão 
definidas pelo Plano. 
art. 3o - O PNGC deverá prever o zoneamento de usos e 
atividades na Zona Costeira e dar prioridade à conservação 
e proteção, entre outros, dos seguintes bens: 
inciso I - recursos naturais, renováveis e não renováveis; 
recifes, parcéis e bancos de algas; ilhas costeiras e 
oceânicas; sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e 
enseadas; praias; promontórios, costões e grutas marinhas; 
restingas e dunas; florestas litorâneas, manguezais e 
pradarias submersas. 
art. 7o - A degradação dos ecossistemas, do patrimônio e 
dos recursos naturais da Zona Costeira implicará ao agente 
a obrigação de reparar o dano causado e a sujeição às 
penalidades previstas no art. 14 da Lei No. 6.938, de 31 de 
agosto de 1981, elevado o limite máximo da multa ao valor 
correspondente a 100.000 (cem mil) Obrigações do Tesouro 
Nacional - OTN (vide art. 2o da Lei No. 7.784, de 28 de 
junho de 1989, sobre a conversão destes valores), sem 
prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
 
 83
Lei Federal No 8.617 04.011993 
Normatiza as diretrizes básicas para ocupação da Zona 
Econômica Exclusiva-ZEE, definindo sua extensão entre 12 
e 200 milhas marítimas, integrando uma área com cerca de 
3.000.000 Km2. 
art. 6o - ... as primeiras 12 milhas, a partir da linha de base 
próximo ao litoral, compreendem o Mar Territorial; 
art. 7o – trata da soberania para fins de exploração e 
aproveitamento, conservação e gestão dos recursos 
naturais, vivos e não-vivos, das águas sobrejacentes ao 
leito do mar e seu subsolo; 
art. 8o – trata do direito exclusivo do estado Costeiro de 
regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e 
a preservação do meio marinho, assim como sobre 
construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas 
artificiais, instalação e estruturas na ZEE 
 
 
Decreto-Lei Federal 
No. 9.760 
 
 
05.09.1946 
 
 
 
art. 2o - Inclui entre os bens móveis e imóveis da União, os 
terrenos de marinha e seus acrescidos. Caracterizando 
como terrenos de marinha aqueles situados até uma 
distância de 33 metros, medidos horizontalmente para a 
parte de terra, a partir da posição da preamar média de 
1831, situados no continente, na costa marítima e nas 
margens dos rios e lagos, até onde se faça sentir a 
influência das marés. 
 
 
 
 Decreto Federal No. 
89.336 
 
 
31.01.1984 
 
 
 
art. 1o - São consideradas Reservas Ecológicas as áreas de 
preservação permanente mencionadas no art. 18 da Lei 
n6.938, de 31 de agosto de 1981, bem como as que forem 
estabelecidas por ato do Poder Público. 
 
 84
Decreto Federal No. 
92.302 
16.01.1986 
art. 1o - O “Fundo para a Reconstituição de Bens Lesados”, 
de que trata o art. 13 da Lei No. 7.347, de 24 de julho de 
1985, destina-se à reparação dos danos causados ao meio 
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
art. 2o - O Fundo a que se refere este Decreto será 
constituído pelas indenizações decorrentes de condenações 
por danos mencionados no art. 1o e multas advindas de 
descumprimento de decisões judiciais. 
art. 4o - Ao Conselho Federal, no exercício da gestão do 
Fundo, compete: 
I - zelar pela utilização prioritária dos recursos na 
reconstituição dos bens lesados, no próprio local onde o 
dano ocorreu ou possa vir a ocorrer; 
II - firmar convênios ou contratos com o objetivo de elaborar, 
acompanhar e executar projetos para reconstituição dos 
bens lesados; 
III - examinar e aprovar projetos de reconstituição dos bens 
lesados. 
art. 9o - Da aplicação dos recursos para a reconstituição do 
bem lesado, o Conselho Federal remeterá relatório ao Juiz 
de Direito prolator da decisãoque deu margem à reparação 
do dano. 
 
 
 
 Decreto Federal No. 
97.632 
 
 
10.04.1989 
 
 
 
art. 2o - Para efeito deste Decreto são considerados como 
degradação os processos resultantes dos danos ao meio 
ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas 
de suas propriedades, tais como, a qualidade ou 
capacidade produtiva dos recursos ambientais. 
art. 3o - A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do 
sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com 
um plano preestabelecido para o uso do solo, visando a 
obtenção de uma estabilidade do meio ambiente. 
 
 
 
Decreto Federal No. 
7.804 
 
 
18.07.1989 
 
 
 
art. 1o - A Lei No. 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a 
vigorar com as seguintes alterações: 
art. 3o - ............................................................................ 
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o 
solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. 
Decreto Federal No. 
99.274 
06.06.1990 
art. 1o - Na execução da Política Nacional do Meio 
Ambiente, cumpre ao Poder Público, nos seus diferentes 
níveis de governo: 
I - manter a fiscalização permanente dos recursos 
ambientais, visando à compatibilização do desenvolvimento 
econômico com a proteção do meio ambiente e do equilíbrio 
ecológico. 
 
 85
 
Decreto Federal No. 
98.161 
 
21.09.1989 
 
 
art. 1o - O Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA, 
instituído pela Lei No. 7.797, de 10 de julho de 1989, 
vinculado à Secretaria do Meio Ambiente - SEMA/PR 
(IBAMA), é de natureza contábil e tem por finalidade o 
desenvolvimento de projetos que visem o uso racional e 
sustentável de recursos naturais, incluindo a manutenção, 
melhoria e recuperação da qualidade ambiental, no sentido 
de levar a qualidade de vida da população brasileira. 
 
 
Resolução CONAMA 
No. 004 
 
18.09.1985 
 
 
art. 1o – São consideradas Reservas Ecológicas as 
formações florísticas e as áreas de florestas de preservação 
permanente mencionadas no art. 18 da Lei Federal no 
6.938/81, bem como as que forem estabelecidas pelo Poder 
Público de acordo com o que preceitua o art. 1o do Decreto 
Federal no 89.336/84. 
art. 3o – São Reservas Ecológicas: 
 VII – os manguezais, em toda a sua extensão. 
 
 
Resolução CONAMA 
No. 001 
 
 
 
 
 
23.01.1986 
 
 
art. 1o - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto 
ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por 
qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais. 
 
Portaria IBAMA 
No. 1.522 
 
 
 
 
 
 
 
 
19.12.1989 
art. 1o - Reconhecer como Lista Oficial de Espécies da 
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, a seguinte relação 
(listando as espécies de animais protegidos de modo 
integral, de acordo com o estabelecido pela Lei Federal No. 
5.197, de 03 de janeiro de 1967, incluindo as seguintes, 
associadas aos manguezais da região sudeste-sul da costa 
brasileira): Panthera onca, Felis pardalis, Caiman 
longirostris, Eudocimus ruber, Tinamus solitarius, 
Amazona brasiliensis, Pyroderus aculatus aculatus, 
além de espécies da Família Charadriidae. 
 
 
 86
Tabela III - Lista de espécies para o grupo de ecossistemas manguezal, 
marisma e apicum, por unidade físico-natural, organizada pela 
consultora do grupo de ecossistemas. 
 
 
Espécies Vegetais das Marismas Brasileiras 
 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Acrostichum aureum Pteridaceae 
Alternanthera sp. 
Ammannia coccinea Rottb. Lythraceae Myrtales 
Bacopa monnierii (L.) Pennell Scrophulariaceae Personatae 
Batis maritima L. Batidaceae 
Blutaparon portulacoides (St. Hill) 
Mears 
Amaranthaceae Centrospermae 
Blutaparon vermiculare (L.) Mears Amaranthaceae Centrospermae 
Cladium jamaicense Crantz Cyperaceae Cyperales 
Crenea Aublet. Lythraceae Myrtales 
Crinum L. Amaryllidaceae Liliiflorae 
Dalbergia ecastophila Leguminosae 
Distichlis spicata (L.) Greene Gramineae Glumiflorae 
Echinochloa Pal. Gramineae Glumiflorae 
Eleocharis geniculata L. Cyperaceae Cyperales 
Eleocharis mulata S. & W. Cyperaceae Cyperales 
Fimbristilis spadicea Vahl Cyperaceae Cyperales 
Hydrocotile sp. 
Juncus acutus L. Juncaceae Cyperales 
Juncus roemerianus L. Juncaceae Cyperales 
Limonium brasiliensis (Boiss.) O. 
Ktze. 
Plumbaginaceae Plumbaginales 
Oxypetalum tormentosum 
Paspalum gayanus Desv.en Gay Gramineae Glumiflorae 
Paspalum vaginatum Swartz Gramineae Glumiflorae 
Rapanea sp. Aublet. Myrsinaceae 
Renirea maritima 
Salicornia virginica Nuttal Chenopodiaceae Centrospermae 
Scirpus americanus Pers. Cyperaceae Cyperales 
Scirpus californicus (C. Meyer) 
Steud. 
Cyperaceae Cyperales 
Scirpus maritimus L. Cyperaceae Cyperales 
Scirpus olneyi A. Gray ex Engelm. & 
Gray 
Cyperaceae Cyperales 
Scirpus robustus Putsh. Cyperaceae Cyperales 
Sesuvium portulacastrum L. Aizoaceae Centrospermae 
Spartina alterniflora Loisel. Gramineae Glumiflorae 
Spartina ciliata Kunck Gramineae Glumiflorae 
Spartina densiflora Brong. Dup. Gramineae Glumiflorae 
Spartina loiseleur Gramineae Glumiflorae 
Spartina longispicula (Haum.) Paroti 
& St. Yves 
Gramineae Glumiflorae 
Sporobolus poiretii (Roem. et 
Schult.) Hitchc. 
Gramineae Glumiflorae 
Sporobolus virginicus (L.) Kunth. Gramineae Glumiflorae 
Triglochin striata Ruiz & Pav. Juncaginaceae 
Typha domingensis Pers. Typhaceae Pandanales 
 
 
 87
Espécies Vegetais dos Manguezais Brasileiros 
 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
 Araceae 
 Cucurbitaceae 
 Loranthaceae 
 Palmae Spadiciflorae 
 Pontederiaceae 
Acrostichum aureum L. Pteridaceae 
Aegiphila vitelliniflora Klotz. 
Alchornea triplinervia M. Arg. 
Anona glabra L. Anomaceae 
Arrabidaea rego (Vell.) DC. 
Avicennia germinans (= A. 
nitida,Jacq.) 
Avicenniaceae Tubifloreae 
Avicennia schaueriana (= A. 
tomentosa Jacq. ex. Ridley) 
Avicenniaceae Tubifloreae 
Azolla sp. 
Bactris cf. setosa Mart. 
Blechnum serrulatum Rich. 
Cabomba piauhyensis Gardn. 
Casearia oblongifolia Camb. 
Cassia bicapsularis L. 
Cecropia lyratiloba Miquel 
Chloris sp. 
Cissus spp. 
Cladium jamaicensis Cyperaceae Cyperales 
Clytostoma binatum (Thumb.) Sand. 
Combretum fruticosum (Loefl.) 
Stuntz 
 
Combretum jacquini Griseb. 
Commelina sp. 
Conocarpus erecta L. Combretaceae 
Costus arabicus L. 
Crinum commelini Amaryllidaceae Liliiflorae 
Cyperus ligularis L. F. Cyperaceae 
Cyperus princeps Kunth Cyperaceae 
Cyperus prolixus Humb. et Kunth Cyperaceae 
Cyperus sp. Cyperaceae 
Dalbergia ecastophylla (L.) Taub. Leguminosae 
Papilionoideae 
 
Dioclea violacea Benth. 
Dioscorea sp. 
Eichlornia azurea (Swartz) Kunth 
Eichlornia crassipes (Mart.) Solms 
Eleocharis sp. Cyperaceae Cyperales 
Elodea sp. 
Erythrina speciosa Andr. Leguminosae 
Papionoideae 
 
Fimbristylis glomerata Cyperaceae Cyperales 
Forsteronia leptocarpa (Hook. et 
Arn.) A. DC. 
 
Fuirena umbellata Rottb. 
Guarea sp. 
Heteropteris sp. 
Hibiscus pernambucensis A. Cam. Malvaceae Columniferae 
Hibiscus tiliaceusL. Malvaceae Columniferae 
Hydromystria sp. 
Hymenache amplexicaulis (Rudge) 
Nees 
 
 88
Hypolitrum schraderianum Nees 
Hyptis fasciculata Benth. 
Inga affinis DC. 
Ipomoea alba L. 
Ipomoea cynanchifolia Meiss. 
Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. 
f. 
Combretaceae 
Lantana viscosa Pohl. 
Lemna sp. 
Ludwigia leptocarpa (Nutt.) Hara 
Ludwigia sp. 
Lygodium volubile Sw. 
Machaerium secundiflorum Mart. ex 
Benth. 
 
Maytenus sp. 
Miconia staminea (Desv.) DC. 
Mikania micrantha H.B.K. 
Mikania sp. Compositae 
Mimosa sp. 
Myrcia sp. 
Myriophyllum brasiliense Camb. 
Nymphaea ampla DC. 
Ouratea cuspidata (St. Hil.) Engler 
Pachira aquatica Aubl. 
Palicourea sp. 
Panicum rivulare Trin. 
Paspalum repens Berg. Gramineae Glumiflorae 
Paspalum sp. Gramineae Glumiflorae 
Passiflora mucronata Lam. 
Passiflora sp. 
Paullinia coriacea Casar. 
Pereskia aculeata (Plum.) Mill. 
Phoradendron 
Pistia stratiotes L. 
Pluchea sp. 
Polygonum acumintaum H.B.K. 
Pseudobombax grandiflorum (Cav.) 
A. Robyns 
 
Psittacanthus dichrous Mart. 
Pterocarpus violaceus Vog. 
Quesnelia testudo Lindman 
Rapanea parviflora (A Dc) Mez Myrsinaceae 
Rhizophora harrisonii Leechman Rhizophoraceae Myrtales 
Rhizophora mangle L. Rhizophoraceae Myrtales 
Rhizophora racemosa G. F. Mayer Rhizophoraceae Myrtales 
Sabicea cf. cinerea Aubl. 
Salvinia auriculata Aubl. 
Sarcostemma clausum (Jacq.) R. et 
S. 
 
Schinus terebinthifolius Raddi 
Scirpus americanus Cyperaceae Cyperales 
Scirpus sp. Cyperaceae Cyperales 
Scleria sp. 
Securidaca sellowiana Kl. 
Serjania caracasana Willd. 
Smilax sp. 
Spartina alterniflora Loisel. Gramineae Glumiflorae 
Spartina brasiliensis Raddi Gramineae Glumiflorae 
Spartina densiflora Gramineae Glumiflorae 
Spartina loiseleur Gramineae Glumiflorae 
Stigmaphyllon ciliatum (Lam.) 
Juss. 
 
Struthanthus sp. 
 89
Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. 
Temnadenia stellaris (Ldl.) Miers 
Tetrapterys sp. 
Thilancia usneoides 
Tillandsia spp. Bromeliaceae 
Usnea barbata Usneaceae 
Usnea usneoides Usneaceae 
Vernonia beyrichii Less. 
Vigna sp. 
Vriesea sp. Bromeliaceae 
 
 
 
Espécies de Algas Associadas aos Manguezais Brasileiros 
 
Chlorophyta 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Boodleopsis pusilla Udoteaceae Caulerpales 
Caulerpa sertularioides Caulerpaceae Caulerpales 
Cladophoropsis menbranacea. Siphonocladaceae Siphonocladales 
Enteromorpha sp. Ulvaceae Ulvales 
Rhizoclonium kernerii Cladophoraceae Cladophorales 
Rhizoclonium riparium Cladophoraceae Cladophorales 
Rhizoclonium tortuosum Cladophoraceae Cladophorales 
Ulva lactuca Ulvaceae Ulvales 
Ulva sp. Ulvaceae Ulvales 
Ulvaria oxysperma V. oxysperma Ulvaceae Ulvales 
 
 
Phaeophyta 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Dictyota dichotoma. Dictyotaceae Dictyotales 
 
Rodophyta 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Acanthophora spicifera Lamouroux Rhodomelaceae Ceramiales 
Audouniella daviesii (Dillwyn) 
Wolkerling 
 
Bostrychia binderi Harvey Rhodomelaceae Ceramiales 
Bostrychia calliptera (Montagne) Rhodomelaceae Ceramiales 
Bostrychia montagnei Harvey Rhodomelaceae Ceramiales 
Bostrychia moritziana (Sonder) J. 
Agardh 
Rhodomelaceae Ceramiales 
Bostrychia radicans (Montagne) 
Montagne 
Rhodomelacea
e 
Ceramiales 
Bostrychia tenella (Vahl) J. 
Agardh 
 
Callithamnion neglectum 
(Feldmann-Mazover) Wynne 
 
 90
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Caloglossa leprieurii (Montagne) J. 
Agardh 
Delesseriaceae Ceramiales 
Caloglossa ogasawaraensis 
Okamura 
Delesseriaceae Ceramiales 
Caloglossa stipitata Post Delesseriaceae Ceramiales 
Catenella caespitosa (Withering) L. 
Irvine 
Rhabdoniaceae Gigartinales 
Catenella impudica (Montagne) J. 
Agardh 
Rhabdoniaceae Gigartinales 
Catenella repens Rhabdoniaceae Gigartinales 
Catenellocolax leeuwenii Weber van 
Bosse 
 
Centroceras clavulatum C. Agardh 
Ceramium brasiliense Joly 
Corynomorpha clavata (Harvey) J. 
Agardh 
 
Cryptonemia luxurians (C. Agardh) 
J. Agardh 
 
Dawsoniocolax bostrychiae (Joly 
and Yamaguishi-Tomita) Joly and 
Yamaguishi-Tomita 
 
Digenia simplex (Wulfen) C. Agardh 
Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. 
Agardh 
 
Gelidium floridanum W. Taylor 
Gelidium latifolium (Greville) Bornet 
and Thuret 
 
Gelidium pusillum (Stackhouse) Le 
Jolis 
 
Gigartina acicularis (Roth) 
Lamouroux 
 
Gracilaria cearensis (Joly and 
Pinheiro) Joly and Pinheiro 
 
Gracilaria cervicornis (Turner) J. 
Agardh 
 
Gracilaria verrucosa (Hudson) 
Papenfuss 
 
Herposiphonia secunda (C. Agardh) 
Falkenberg 
 
Hypnea musciformis (Wulfen) 
Lamouroux 
 
Monostroma oxyspermum 
Murrayella periclados (C. Agardh) 
Schmitz 
Rhodomelaceae Ceramiales 
Polysiphonia howei Hollenberg Rhodomelaceae Ceramiales 
Polysiphonia subtilissima Montagne Rhodomelaceae Ceramiales 
Solieria filiformis (Kuetzing) 
Gabrielson 
 
Stictosiphonia kelanensis (Grunow 
ex Post) R. J. King and Puttock 
 
Stylonema alsidii (Zanardini) Drew 
 
 
 
 91
Macrobentos Associados aos Marismas Brasileiros 
 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
 
CLASSE 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
 Hydrobiidae Gastropoda Mollusca 
Acteocina canaliculata 
Anomalocardia brasiliensis Veneridae Pelecypoda Mollusca 
Bittium varium 
Capitella capitata Annelida 
Cassidinidea tuberculata 
Costoanachis sp. 
Dies fluminensis Isopoda Crustacea 
Epitonium sp. 
Heleobia australis Mollusca 
Hyale media 
Isolda pulchella Annelida 
Laeonereis acuta 
Littorina anguilifera Littorinidae Gastropoda Mollusca 
Lumbrineris hebes 
Mytella guyanensis Bivalvia 
Nassarius sp. Nassaridae Gastropoda Mollusca 
Neanthes succinea 
Nereis oligohalina Nereidae Phyllodocida Annelida 
Neritina virginica Neritidae Gastropoda Mollusca 
Odostomia sp. 
Parhyale hawaiensis Amphipoda Crustacea 
Perinereis ponteni Annelida 
Perinereis vancaurica Annelida 
Platorchestia sp. Amphipoda Crustacea 
Sigambra grubii Pilargidae Phyllodocida Annelida 
Sphaeromopsis mourei Isopoda Crustacea 
Tholozodium rhombofrontalis Isopoda Crustacea 
Turbonilla sp. 
Zeuxo sp. 
 
 
Espécies da Fauna Associada aos Manguezais Brasileiros 
 
 
Classe Rhizopoda 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Ammoastula salsa Foraminifera 
Ammonitium salsum Foraminifera 
Arenoparrella mexicana Foraminifera 
Cibicides sp. Foraminifera 
Discorbis sp. Foraminifera 
Elphidium gunteri Foraminifera 
Gaudryina exilis Foraminifera 
Globigerinoides sp. Globigerinidae Foraminifera 
Haplophragmoides wilberti Foraminifera 
Miliolinella subrotunda Miliolidae Foraminifera 
Parrellina sp. Miliolidae Foraminifera 
Pyrgo elongata Miliolidae Foraminifera 
Pyrgo ringens Miliolidae Foraminifera 
Quinqueloculina lamarckiana Miliolidae Foraminifera 
 92ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Quinqueloculina milletti Miliolidae Foraminifera 
Quinqueloculina patagonica Miliolidae Foraminifera 
Quinqueloculina seminula Miliolidae Foraminifera 
Quinqueloculina sp. Miliolidae Foraminifera 
Triloculina oblonga Miliolidae Foraminifera 
Triloculina sp. Foraminifera 
Warrenita palustris Testularidae Foraminifera 
 
 
Classe Mollusca 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Amina mülleri 
Anomalocardia brasiliana Veneridae Pelecypoda 
Arcopagia sp. 
Bankia fimbriatula Teredinidae Pelecypoda 
Bankia gouldi Teredinidae Pelecypoda 
Bankia rochi Teredinidae Pelecypoda 
Barnea costata Pholadidae Pelecypoda 
Brachiontes darwinianus 
Chione paphia Veneridae Pelecypoda 
Chione pectorina Veneridae Pelecypoda 
Crassostrea brasiliana Ostreidae Pelecypoda 
Crassostrea gigas Ostreidae Pelecypoda 
Crassostrea virginica Ostreidae Pelecypoda 
Cyrtopleura costata Pholadidae 
Detracia parana Ellobiidae Gastropoda 
Littoridina australis var. nana Hydrobiidae Gastropoda 
Littoridina miaulis Hydrobiidae Gastropoda 
Littorina angulifera Littorinidae Gastropoda 
Littorina flava Littorinidae Gastropoda 
Littorina nebulosa flava Littorinidae Gastropoda 
Lucina sp. 
Lyrodus floridanus Teredinidae Pelecypoda 
Macoma constricta Tellinidae Pelecypoda 
Melampus coffeus Ellobiidae Gastropoda 
Mitylus edulis Mytilidae Pelecypoda 
Modiolus guyanensis Mytilidae Pelecypoda 
Mulinia guadelupensis Mactridae Pelecypoda 
Mytella falcata Mytilidae Pelecypoda 
Mytella guyanensis Mytilidae Pelecypoda 
Naritina virginea Neritidae Gastropoda 
Nassarius nanus Nassaridae Gastropoda 
Nassarius vibex Nassaridae Gastropoda 
Nausitora fusticula Teredinidae Pelecypoda 
Neoteredo reynei Teredinidae Pelecypoda 
Neritina zebra Neritidae Gastropoda 
Ostrea parasitica Ostreidae Pelecypoda 
Ostrea rhizophorae Ostreidae Pelecypoda 
Phacoides filosus Lucinidae Pelecypoda 
Phacoides pectinatus Lucinidae Pelecypoda 
Pitar aresta Veneridae Pelecypoda 
Pitar fulminata Veneridae Pelecypoda 
Psiloteredo healdi Teredinidae Pelecypoda 
Semele purpurascens Semelidae Pelecypoda 
 93
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Tagelus gibbus Sanguinolariidae Pelecypoda 
Tagelus plebeius Sanguinolariidae Pelecypoda 
Tellina alternata 
Teredo sp. Teredinidae Pelecypoda 
Thais haemastoma Muricidae Gastropoda 
Turbonilla nivea 
Typhis cleryi Muricidae Gastropoda 
Venus flexuosa Veneridae Pelecypoda 
Venus rugosa Veneridae Pelecypoda 
 
 
Classe Annelida 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
 Amphinomidae Amphinomida 
Ammotripane sp. Opheliidae Opheliida 
Ampharete sp. Amparetidae 
Armandia sp. Opheliidae Opheliida 
Audouinia tentaculata Cirratulida 
Clymene sp. Maldanidae Capitellida 
Clymenella sp. Maldanidae Capitellida 
Diopatra tridentata 
Glycera sp. Glyceridae Phyllodocida 
Glycinde sp. Goniadidae Phyllodocida 
Goniada brunea Goniadidae Phyllodocida 
Laonice japonica Spionidae Spionida 
Loandalia americana Pilargidae Phyllodocida 
Magelona sp. Magellonidae Magelonida 
Marphysa sanguinea Eunicidae 
Nainereis setosa Orbinidae 
Nereis sp. Nereidae Phyllodocida 
Ninoë sp. Lumbrineridae Eunicida 
Onuphis quadricuspis Onuphidae Eunicida 
Owenia fusiformis Oweniidae Capitellida 
Perinereis anderssoni 
Pherusa sp. 
Pilargis sp. Pilargidae Phyllodocida 
Pista sp. Terebellidae 
Poecilochetus australis Disomidae Spionida 
Prionospio pinnata Spionidae Spionida 
Prochoymene sp. Maldanidae Capitellida 
Scoloplos treadwelli Orbinidae Phyllodocida 
Sigambra bassi Pilargidae Phyllodocida 
Telepsavus costarum Chaetopteridae Chaetopterida 
Thelepus setosus 
 
 
 94
Classe Crustacea 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM LOCAL DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
 Goneplacidae Decapoda 
Alpheus armillatus Alpheidae Decapoda 
Alpheus bouvieri Alpheidae Decapoda 
Alpheus chacei Alpheidae Decapoda 
Alpheus estuariensis Alpheidae Decapoda 
Alpheus heterochaelis Alpheidae Decapoda 
Alpheus nuttingi Alpheidae Decapoda 
Ambidexter symmetricus 
Aratus pisonii Grapsidae Decapoda 
Armases angustipes 
Armases benedicti 
Armases cinereum 
Armases miersi 
Armases ricordi 
Atya scabra 
Balanus amphitrite comunis Balanidae Thoracica 
Balanus amphitrite niveus Balanidae Thoracica 
Balanus citerosum Balanidae Thoracica 
Balanus eburneus Balanidae Thoracica 
Balanus improvisus Balanidae Thoracica 
Balanus tintinnabulum Balanidae Thoracica 
Callinectes bocourti Portunidae Decapoda 
Callinectes danae Portunidae Decapoda 
Callinectes exasperatus Portunidae Decapoda 
Callinectes larvatus Portunidae Decapoda 
Callinectes marginatus Portunidae Decapoda 
Callinectes ornatus Portunidae Decapoda 
Callinectes sapidus acutidens Portunidae Decapoda 
Cardisoma guanhumi Gecarcinidae Decapoda 
Chasmagnathus granulatus Grapsidae Decapoda 
Chthamalus rhizophorae Chthamalidae Thoracica 
Chthamalus stellatus Chthamalidae Thoracica 
Clibanarius antillensis 
Clibanarius cubensis Diogenidae Decapoda 
Clibanarius sclopetarius Diogenidae Decapoda 
Clibanarius vittatus Diogenidae Decapoda 
Coenobita clypeatus 
Cyclograpus integet Grapsidae Decapoda 
Dardanus venosus Diogenidae Decapoda 
Dies sp. Isopoda 
Eurypanopeus abbreviatus Xanthidae Decapoda 
Eurytium limosum Xanthidae Decapoda 
Goniopsis cruentata Grapsidae Decapoda 
Hepatus gronovii 
Hexapanopeus schmitti Xanthidae Decapoda 
Kalliapseudes schubartii 
Latreutes parvulus Hippolytidae Decapoda 
Leander paulensis 
Leander tenuicornis 
Lepidophtalmus jamaicense 
Leptochela serratorbita 
Lucifer faxoni Luciferidae Decapoda 
Lygia exotica Lydiidae Isopoda 
Macrobrachium acanthurus Palaemonidae Decapoda 
Macrobrachium carcinus Palaemonidae Decapoda 
Macrobrachium heterochirus Palaemonidae Decapoda 
Macrobrachium olfersii Palaemonidae Decapoda 
 95
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Menippe nodifrons Xanthidae Decapoda 
Merguia rhizophorae Hippolytidae Decapoda 
Metasesarma rubripes Grapsidae Decapoda 
Minyoceros angustus Porcellanidae Decapoda 
Notolopas brasiliensis Majidae Decapoda 
Notolopas lamellatus Majidae Decapoda 
Ogyrides alphaerostris Ogyrididae Decapoda 
Ogyrides occidentalis Ogyrididae Decapoda 
Ortmannia mexicana Atyidae Decapoda 
Pachygrapsus gracilis Grapsidae Decapoda 
Pachygrapsus transversus Grapsidae Decapoda 
Pagurus criniticornis Paguridae Decapoda 
Palaemon northropi Palaemonidae Decapoda 
Palaemon pandaliformis Palaemonidae Decapoda 
Palaemon schmittii Palaemonidae Decapoda 
Palinurus argus Palinuridae Decapoda 
Panopeus americanus Xanthidae Decapoda 
Panopeus bermudensis Xanthidae Decapoda 
Panopeus crassus Xanthidae Decapoda 
Panopeus hartii Xanthidae Decapoda 
Panopeus herbstii Xanthidae Decapoda 
Panopeus lacustris Xanthidae Decapoda 
Panopeus limosus Xanthidae Decapoda 
Panopeus mirafloresensis Xanthidae Decapoda 
Panopeus occidentalis Xanthidae Decapoda 
Panopeus rugosus Xanthidae Decapoda 
Parhyale hawaiensis Amphipoda 
Penaeus aztecys subtilis Penaeidae Decapoda 
Penaeus brasiliensis Penaeidae Decapoda 
Penaeus notialisPenaeidae Decapoda 
Penaeus paulensis Penaeidae Decapoda 
Penaeus schmitti Penaeidae Decapoda 
Periclimenes americanus Palaemonoidae Decapoda 
Periclimenes longicaudatus Palaemonoidae Decapoda 
Petrolisthes armatus Porcellanidae Decapoda 
Pilumnus sp. Xanthidae Decapoda 
Pinnixa chaetopterana Pinnotheridae Decapoda 
Pinnixa sayana Pinnotheridae Decapoda 
Pinnotheres sp. 
Podochela sp. Majidae Decapoda 
Porcellana sp. Porcellanidae Decapoda 
Portunus ordwayi Portunidae Decapoda 
Portunus sp. Portunidae Decapoda 
Potimirim potimirim 
Processa hemphilli Processidae Decapoda 
Salmoneus ortmanni 
Scyllarides brasiliensis 
Sesarma augustipes Grapsidae Decapoda 
Sesarma crassipes Grapsidae Decapoda 
Sesarma curacaoense Grapsidae Decapoda 
Sesarma miersi Grapsidae Decapoda 
Sesarma rectum Grapsidae Decapoda 
Sesarma ricordi Grapsidae Decapoda 
Sicyonia laevigata Sicyoniidae Decapoda 
Sicyonia parri Sicyoniidae Decapoda 
Sicyonia typica Sicyoniidae Decapoda 
Uca cordatus Ocypodidae Decapoda 
Uca cumulanta Ocypodidae Decapoda 
Uca leptodactyla Ocypodidae Decapoda 
Uca maracoani Ocypodidae Decapoda 
 96
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Uca mordax Ocypodidae Decapoda 
Uca olympioi Ocypodidae Decapoda 
Uca pugnax Ocypodidae Decapoda 
Uca pugnax brasiliensis Ocypodidae Decapoda 
Uca rapax Ocypodidae Decapoda 
Uca salsisitus Ocypodidae Decapoda 
Uca thayeri Ocypodidae Decapoda 
Uca uruguayensis Ocypodidae Decapoda 
Uca vocator Ocypodidae Decapoda 
Ucides cordatus Gecarcinidae Decapoda 
Upogebia affinis Callianassidae Decapoda 
Upogebia brasiliensis Callianassidae Decapoda 
Upogebia noronhensis Callianassidae Decapoda 
Upogebia omissa Callianassidae Decapoda 
Xiphopenaeus kroyeri 
Zaops ostreum Pinnotheridae Decapoda 
 
 
Classe Insecta 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
 Tabanidae Diptera 
 Hymenoptera 
 Collembola 
 Coleoptera 
 Auchenorryncha 
 Ensifera 
 Sternorrhyncha 
 Trichoptera 
 Lepidoptera 
 Psocoptera 
Anopheles sp. Culicidae Diptera 
Ceroplastes rhizophorae Coccidae Homoptera 
Culex sp. Culicidae Diptera 
Culicoides maruim Culicidae Diptera 
Icerya luederwaldti Coccidae Homoptera 
Mesolecanum rhizophorae Coccidae Homoptera 
 
 
 
Classe Equinodermata 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Amphipholis januarii Ophiuroidea 
Diamphiodia riisei Ophiuroidea 
Micropholis subtilis Ophiuroidea 
 
 
 97
Classe Pisces 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Abudefduf saxatilis Pomacentridae Perciformes 
Acanthurus bahianus Acanthuridae Perciformes 
Achirus achirus achirus Soleidae Pleuronectiformes 
Achirus declivis Soleidae Pleuronectiformes 
Achirus lineatus lineatus Soleidae Pleuronectiformes 
Achirus punctifer Soleidae Pleuronectiformes 
Acuticurimata macrops Curimatidae Cypriniformes 
Ageneiosus brevifilis Pimelodidae Siluriformes 
Amanses pullus Balistidae Tetraodontiformes 
Amphyothys cryptocentrus Batrachoididae Batrachoidiformes 
Anableps microlepis Anablepidae Atheriniformes 
Anchoa filifera Engraulidae Clupeiformes 
Anchoa hepsetus hepsetus Engraulidae Clupeiformes 
Anchoa januaria Engraulidae Clupeiformes 
Anchoa spinifer Engraulidae Clupeiformes 
Anchoa tricolor Engraulidae Clupeiformes 
Anchova nigra Engraulidae Clupeiformes 
Anchovia clupeoides Engraulidae Clupeiformes 
Anchoviella lepidentostole Engraulidae Clupeiformes 
Anisotremus virginicus Pomadasyidae Perciformes 
Arbaciosa fasciata Gobiesocidae Gobiesociformes 
Archosargus aries Sparidae Perciformes 
Archosargus probatocephalus Sparidae Perciformes 
Arius bagre Ariidae Siluriformes 
Arius spixii Ariidae Siluriformes 
Aspredo aspredo Aspredinidae Siluriformes 
Auchenipterus nodosus Auchenipteridae Siluriformes 
Awaous taiasica Gobiidae Perciformes 
Bagre bagre Ariidae Siluriformes 
Bagre marinus Ariidae Siluriformes 
Bairdiella ronchus Sciaenidae Perciformes 
Bathygobius soporator Gobiidae Perciformes 
Batrachoides surinamensis Batrachoididae Batrachoidiformes 
Boridia grossidens Pomadasyidae Perciformes 
Bothus ocellatus Bothidae Pleuronectiformes 
Brachydeuterus corvinaeformis Pomadasyidae Perciformes 
Brachyplatystoma vaillanti Pimelodidae Siluriformes 
Brevoortia tyrannus Clupeidae Clupeiformes 
Callichthys callichthys Loricariidae Siluriformes 
Carangops amblyrhynchus Carangidae Perciformes 
Caranx bartholomaei Carangidae Perciformes 
Caranx chrysos Carangidae Perciformes 
Caranx hippos Carangidae Perciformes 
Caranx latus Carangidae Perciformes 
Caranx lugubris Carangidae Perciformes 
Centropomus ensiferus Centropomidae Perciformes 
Centropomus parallelus Centropomidae Perciformes 
Centropomus sp. Centropomidae Perciformes 
Centropomus undecimalis Centropomidae Perciformes 
Cetengraulis edentulus Engraulidae Clupeiformes 
Chaetodipterus faber Ephippidae Perciformes 
Chaetodon ocellatus Chaetodontidae Perciformes 
Chaetodon striatus Chaetodontidae Perciformes 
Chamaigenes filamentosus Aspredinidae Siluriformes 
Cheilodipterus saltator Apogonidae Perciformes 
Chilomycterus spinosus Diodontidae Tetraodontiformes 
 98
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Chloroscombrus chrysurus Carangidae Perciformes 
Cichla ocelaris Cichlidae Perciformes 
Cichlasoma bimaculatum Cichlidae Perciformes 
Citharichthys arenaceus Bothidae Pleuronectiformes 
Citharichthys spilopterus Bothidae Pleuronectiformes 
Colomesus psittacus Tetraodontidae Tetraodontiformes 
Conodon nobilis Pomadasyidae Perciformes 
Cynoscion acoupa Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion leiarchus Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion microlepidotus Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion petranus Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion steindachneri Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion striatus Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion virescens Sciaenidae Perciformes 
Dectylopterus volitans Dactylopteridae Dactylopteriformes 
Diapterus olisthostomus Gerridae Perciformes 
Diapterus rhombeus Gerridae Perciformes 
Diplodus argenteus Sparidae Perciformes 
Dormitator maculatus Gobiidae Perciformes 
Eieotris perniger Gobiidae Perciformes 
Elops saurus Elopidae Elopiformes 
Epinephelus itajara Serranidae Perciformes 
Erotelis smaragdus smaragdus Gobiidae Perciformes 
Etropus crossotus Bothidae Pleuronectiformes 
Eucinostomus argenteus Gerridae Perciformes 
Eucinostomus californiensis Gerridae Perciformes 
Eucinostomus gula Gerridae Perciformes 
Eucinostomus harengulus Gerridae Perciformes 
Eucinostomus havena Gerridae Perciformes 
Eucinostomus leiroy Gerridae Perciformes 
Eucinostomus melapturus Gerridae Perciformes 
Eucinostomus pseudogula Gerridae Perciformes 
Eugerres brasilianus Gerridae Perciformes 
Fistularia tabacaria Fistulariidae Gasterosteiformes 
Genidens genidens Ariidae Siluriformes 
Genyatremus luteus Pomadasyidae Perciformes 
Geophagus brasiliensis Cichlidae Perciformes 
Gerres cinereus Gerridae Perciformes 
Gobioides broussonneti Gobiidae Perciformes 
Gobionellus beleosoma Gobiidae Perciformes 
Gobionellus oceanicus Gobiidae Perciformes 
Gobionellus smaragdus Gobiidae Perciformes 
Gobionellus stigmaticus Gobiidae Perciformes 
Gobius oceanicus Gobiidae Perciformes 
Guavina Guavina Gobiidae Perciformes 
Gymnothoraxfunebris Muraenidae Anguilliformes 
Gymnothorax nigromarginatus Muraenidae Anguilliformes 
Haemulon parrai Pomadasyidae Perciformes 
Haemulon plumieri Pomadasyidae Perciformes 
Haliperca radialis Serranidae Perciformes 
Harengula clupeola Clupeidae Clupeiformes 
Hippocampus hudsonius 
punctulatus 
Syngnathidae Gasterosteiformes 
Hoplias malabaricus Erythrinidae Cypriniformes 
 99
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Hyporhamphus sp. Exocoetidae Atheriniformes 
Hyporhamphus unifasciatus Exocoetidae Atheriniformes 
Ilisha casteloneana Clupeidae Clupeiformes 
Isopisthus parvipinnis Sciaenidae Perciformes 
Lactophrys trigonus Ostraciontidae Tetraodontiformes 
Lagocephalus laevigatus Tetraodontidae Tetraodontiformes 
Lagocephalus pachycephalus Tetraodonidae Tetraodontiformes 
Larimus breviceps Sciaenidae Perciformes 
Lile piquitinga Clupeidae Clupeiformes 
Luciopimelodus platanus Siluridae Siluriformes 
Lutjanos jocu Lutjanidae Perciformes 
Lutjanus analis Lutjanidae Perciformes 
Lutjanus apodus Lutjanidae Perciformes 
Lutjanus griseus Lutjanidae Perciformes 
Lutjanus synagris Lutjanidae Perciformes 
Lycengraulis barbouri Engraulidae Clupeiformes 
Lycengraulis grossidens Engraulidae Clupeiformes 
Macrodon ancylodon Sciaenidae Perciformes 
Megalops atlanticus Megalopidae 
Menticirrhus americanus Sciaenidae Perciformes 
Menticirrhus martinicensis Sciaenidae Perciformes 
Microdesmus longipinnis Microdesmidae Perciformes 
Microgobius mecki Gobiidae Perciformes 
Micropogon curvidens Sciaenidae Perciformes 
Micropogon furnieri Sciaenidae Perciformes 
Micropogon opercularis Sciaenidae Perciformes 
Micropogon undulatus Sciaenidae Perciformes 
Mugil brasiliensis Mugilidae Perciformes 
Mugil cephalus Mugilidae Perciformes 
Mugil curema Mugilidae Perciformes 
Mugil gaimardianus Mugilidae Perciformes 
Mugil hospes Mugilidae Perciformes 
Mugil incilis Mugilidae Perciformes 
Mugil liza Mugilidae Perciformes 
Mugil platanus Mugilidae Perciformes 
Mugil trichodon Mugilidae Perciformes 
Myrophis vafer Echelidae Anguilliformes 
Nebris microps Sciaenidae Perciformes 
Neomaenis aya Lutjanidae Perciformes 
Netuma barba Ariidae Siluriformes 
Ocyurus chrysurus Lutjanidae Perciformes 
Ogcocephalus longirostris Ogcocephalidae Lophiiformes 
Ogcocephalus vespertillo Ogcocephalidae Lophiiformes 
Oligoplites palometa Carangidae Perciformes 
Oligoplites saliens Carangidae Perciformes 
Oligoplites saurus saurus Carangidae Perciformes 
Oostethus lineatus Syngnathidae Gasterosteiformes 
Ophichthus gomesii Ophichthidae 
Opisthonema oglinum Clupeidae Clupeiformes 
Oreochromis niloticus Cichidae Perciformes 
Orthopristis ruber Pomadasyidae Perciformes 
Paralichthys brasiliensis Bothidae Pleuronectiformes 
Paralichthys vorax Bothidae Pleuronectiformes 
Pimelodus ciarias Pimelodidae Siluriformes 
 100
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Plecostomus plecostomus Loricariidae Siluriformes 
Poecilia jaguaria Poeciliidae Atheriniformes 
Poecilia vivipara Poeciliidae Atheriniformes 
Pogonias cromis Scianidae Perciformes 
Polyclemus brasiliensis Sciaenidae Perciformes 
Polydactylus virginicus Polynemidae Perciformes 
Pomacanthus arcuatus Chaetodontidae Perciformes 
Pomacentrus variablis Pomacentridae Perciformes 
Pomadasys corvinaeformis Pomadasyidae Perciformes 
Pomatomus saltatrix Pomatomidae 
Potamorrhaphis guianensis Belonidae Atheriniformes 
Prionotus alipionis Triglidae Scorpaeniformes 
Prynelox scaber Antennariidae Lophiiformes 
Pseudoplatystoma fasciatum 
fasciatum 
Pimelodidae Siluriformes 
Pseudupenaeus maculatus Mullidae Perciformes 
Pterengraulis atherinoides Clupeidae Clupeiformes 
Rypticus randalli Grammistidae Perciformes 
Sardinella aurita (= S. brasiliensis) Clupeidae Clupeiformes 
Scomberomorus cavalla Scombridae Perciformes 
Scomberomorus maculatus Scombridae Perciformes 
Scorpaena brasiliensis Scorpaenidae Scorpaeniformes 
Scorpaena plumieri Scorpaenidae Scorpaeniformes 
Selene vomer Carangidae Perciformes 
Serrasalmus thombeus Characidae Cypriniformes 
Sorubim lima Pimelodidae Siluriformes 
Sphoeroides adspersus Tetraodonidae Tetraodontiformes 
Sphoeroides testudineus Tetraodonidae Tetraodontiformes 
Sphyraena barracuda Sphyraenidae Perciformes 
Stellifer naso Sciaenidae Perciformes 
Stellifer rastrifer Sciaenidae Perciformes 
Stellifer stellifer Sciaenidae Perciformes 
Strongylura marina Belonidae Atheriniformes 
Syacium micrurum Bothidae Pleuronectiformes 
Symbranchus marmoratus Symbranchidae Symbranchiformes 
Symphurus plagiusa Cynoglossidae Pleuronectiformes 
Symphurus tesselatus Cynoglossidae Pleuronectiformes 
Syngnathus dunckeri Syngnathidae Gasterosteiformes 
Syngnathus elucens Syngnathidae Gasterosteiformes 
Synodus foetens Synodontidae Salmoniformes 
Tachysurus grandoculis Ariidae Siluriformes 
Tachysurus herzbergii Ariidae Siluriformes 
Tachysurus luniscutis Ariidae Siluriformes 
Tachysurus parkery Ariidae Siluriformes 
Tachysurus proops Ariidae Siluriformes 
Tachysurus rugispinis Ariidae Siluriformes 
Tachysurus spixii Ariidae Siluriformes 
Tarpon atlanticus Elopidae Elopiformes 
Thalassophryne nattereri Batrachoididae Batrachoidiformes 
Tomicodon fasciatus fasciatus Gobiesocidae Gobiesociformes 
Trachinotus carolinus Carangidae Perciformes 
Trachinotus falcatus Carangidae Perciformes 
Trachinotus glaucus Carangidae Perciformes 
 101
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Trachysurus barbus Ariidae Siluriformes 
Trichiurus lepturus Trichiuridae Perciformes 
Trichiurus trichiurus Trichiuridae Perciformes 
Trinectes maculatus paulistanus Soleidae Pleuronectiformes 
Trinectes microphthalmus Soleidae Pleuronectiformes 
Tylosurus marinus Belonidae Atheriniformes 
Uleama lefroyi 
Umbrina canosai Sciaenidae Perciformes 
Xenomelanires brasiliensis Atherinidae Atheriniformes 
 
 
Classe Reptilia 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Caretta caretta Chelonidae Chelonia Todo litoral 
brasileiro A 
(1) 
Chelonia mydas Chelonidae Chelonia Todo litoral 
brasileiro A 
(1) 
Dermochelys coriacea Dermochelidae Chelonia Todo litoral 
brasileiro A 
(1) 
Eretmochelys imbricata Chelonidae Chelonia Todo litoral 
brasileiro A 
(1) 
Lepidochelys olivacea Chelonidae Chelonia Litoral nordeste 
brasileiro A 
(1) 
 
Classe Aves 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Actitis macularia macularia Scolopacidae Charadriiformes 
Agelaius ruficapillus Icteridae Passeriformes 
Ajaia ajaja Threskiornithridae Iconiiformes A (2) 
Amazona amazonica mazonica Psittacidae Psittaciformes 
Amazona brasiliensis Psittacidae Psittaciformes Sul de São Paulo 
até Baía de 
Paranaguá 
A (2) , E (2) 
Amazonetta brasiliensis Anatidae Anseriformes 
Anhinga anhinga anhinga Anhingidae Pelecaniformes 
Aramides cajanea cajanea Rallidae Gruiformes 
Aramides mangle Rallidae Gruiformes 
Aramides saracura Rallidae Gruiformes 
Ardea cocoi Ardeidae Iconiiformes 
Arundinicola leucocephala Tyrannidae Passeriformes 
Buteogallus aequinoctialis Accipitridae Falconiformes 
Butorides striatus striatus Ardeidae Iconiiformes 
Cacicus haemorrhous aflinis Icteridae Passeriformes 
Camptostoma obsoletum obsoletum Tyrannidae Passeriformes 
Casmerodiusalbus Ardeidae Iconiiformes 
Cathartes aura ruficollis Cathartidae Falconiformes 
Ceryle torquata torquata Alcedinidae Coraciiformes 
Charadrius collaris Charadriidae Charadriiformes 
 102
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Charadrius semipalmatus Charadriidae Charadriiformes 
Chloroceryle amazona amazona Alcedinidae Coraciiformes 
Chloroceryle americana mathewsi Alcedinidae Coraciiformes 
Coereba flaveola chloropyga Coerebidae Passeriformes 
Columbigallina talpacoti talpacoti Columbidae Columbiformes 
Conirostrum bicolor bicolor Coerebidae Passeriformes 
Coragyps atratus brasiliensis Cathartidae Falconiformes 
Crotophaga ani Cuculidae Cuculiformes 
Crotophaga major Cuculidae Cuculiformes 
Dendrocygna autumnalis Anatidae Anseriformes 
Dendrocygna viduata Anatidae Anseriformes 
Donacobius atricapillus atricapillus Mimidae Passeriformes 
Dromococcyx sp. Cuculidae Cuculiformes 
Egretta thula Ardeidae Iconiiformes 
Eudocimus ruber Threskiornithidae Ciconiiformes Do Amapá ao 
Ceará e da Bahia 
à Santa Catarina 
E (2) (3) (4) 
Eupotomena macroura macroura Trochilidae Apodiformes 
Florida caerula Ardeidae Iconiiformes 
Fluvicola climazura climazura Tyrannidae Passeriformes 
Fregata aquilla Fregatidae Pelecaniformes 
Fregata magnificens Fregatidae Pelecaniformes 
Gallinago gallinago paraguaiae Scolopacidae Charadriiformes 
Gallinula chloropus galeata Rallidae Gruiformes 
Geothlypis sp. Compsothlypidae Passeriformes 
Guira guira Cuculidae Cuculiformes 
Ioychus sp. Ardeidae Iconiiformes 
Ixobrychus involucris E (4) 
Jacana spinosa jacana Jacanidae Charadriiformes 
Larus marinus dominicanos Laridae Charadriiformes 
Larus ridibundus maculipennis Laridae Charadriiformes 
Laterallus melanophaius 
melanophaius 
Rallidae Gruiformes 
Leptotila sp. Columbidae Columbiformes 
Magaceryle torquata Alcedinidae Coraciiformes 
Manacus manacus gutturosus Pipridae Passeriformes 
Milvago chimachima chimachima Falconidae Falconiformes 
Molothrus bonariensis bonariensis Icteridae Passeriformes 
Myiozetetes similis pallidiventris Tyrannidae Passeriformes 
Netta erythrophthalma E (4) 
Notiochelidon cyanoleuca 
cyanoleuca 
Hirundinidae Passeriformes 
Nyctanassa violacea cayennensis Ardeidae Iconiiformes 
Nycticorax nycticorax Ardeidae Iconiiformes 
Oxyura dominica E (4) 
Pandion halliaetus 
Paroaria dominicana Fringillidae Passeriformes 
Phaeoprogne tapera fusca Hirundinidae Passeriformes 
Phaetusa simplex Laridae Charadriiformes 
Phalacrocora brasilianus brasilianus Phalacrocoracidae Pelecaniformes 
Phalacrocorax olivaceus Phalacrocoracidae Pelecaniformes 
Phoenicopterus ruber Phoenicopteridae Iconiiformes Costa 
setentrional da 
América do Sul, 
chegando ao 
Maranhão 
A (2) 
 103
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Piaya cayana macroura Cuculidae Cuculiformes 
Picumnus cirratus cirratus Picidae Piciformes 
Pitangus sulphuratus maximiliani Tyrannidae Passeriformes 
Porphyrula martinica Rallidae Gruiformes 
Porzana albicollis Rallidae Gruiformes 
Rallus longirostris crassirostris Rallidae Gruiformes 
Ramphocelus bresilius dorsalis Thraupidae Passeriformes 
Rynchops nigra intercedens Rhynchopidae Charadriiformes 
Satrapa icterophrys icterophrys Tyrannidae Passeriformes 
Sporophila collaris collaris Fringillidae Passeriformes 
Stelgidopteryx rufficollis rufficollis Hirundinidae Passeriformes 
Sterna hirundinacea Laridae Charadriiformes 
Sterna superciliaris Laridae Charadriiformes 
Sula leucogaster leucogaster Sulidae Pelecaniformes 
Synallaxis spixii Furnariidae Passeriformes 
Tapera naevia Cuculidae Cuculiformes 
Thalasseus eurygnathus Laridae Charadriiformes 
Thalasseus maximus maximus Laridae Charadriiformes 
Thamnophilus sp. Formicariidae Passeriformes 
Thraupis sayaca sayaca Thraupidae Passeriformes 
Thryothorus longirostris longirostris Troglodytidae Passeriformes 
Tigrisoma linaatum marmoratum Ardeidae Iconiiformes 
Todirostrum poliocephalum Tyrannidae Passeriformes 
Tringoides macularius Charadriidae Charadriiformes 
Troglodytes musculus musculus Troglodytidae Passeriformes 
Tyrannus melancholicus 
melancholicus 
Tyrannidae Passeriformes 
Volatinia jacarina jacarina Fringillidae Passeriformes 
 
 
Classe Mammalia 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Agouti paca Agoutidae Rodentia 
Callithrix aurita Callitrichidae Primates A (1) 
Cebus apella Cebidae Primates 
Cerdocyon thous Canidae Carnivora 
Dasyprocta azarae Dasyproctidae Rodentia 
Dasyprocta leporina Dasyproctidae Carnivora 
Dasyprocta prymnolopha Dasyproctidae Carnivora 
Didelphis aurita Didelphidae Didelphimorpha 
Eira barbara Mustelidae Carnivora 
Galictis cuja Mustelidae Carnivora 
Galictis vittata Mustelidae Carnivora 
Herpailurus yaguarondi Felidae Carnivora 
Hydrochaeris hydrochaeris Hydrochaeridae Rodentia 
Leontopithecus caissara Callitrichidae Primates Floresta Atlântica 
de São Paulo e 
Paraná 
A (1) , E (1) 
Leopardus pardalis Felidae Carnivora Todo o Brasil A (2) 
Leopardus tigrinus Felidae Carnivora A (2) 
Leopardus wiedii Felidae Carnivora Todo o Brasil A (2) 
Lontra longicaudis Mustelidae Carnivora A (1) (2) 
Nasua nasua Procyonidae Carnivora 
 104
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Oncifelis geoffroyi Felidae Carnivora Região Sul do 
Brasil A 
(2) 
Panthera onca Felidae Carnivora Todo o Brasil A (1) (2) 
Procyon cancrivorus Procyonidae Carnivora 
Pteronura brasiliensis Mustelidae Carnivora 
Puma concolor Felidae Carnivora Todo o Brasil A (1) (2) 
Sotalia fluviatilis Delphinidae Cetacea 
Tapirus terrestris Tapiridae Perissodactyla 
Trichechus manatus Trichechidae Sirenia Águas costeiras 
e estuários do 
Nordeste 
brasileiro (até 
Alagoas) 
A (1) (2) 
 
 
 
Fonte: 
 
(1) Fonseca et al. (1994) 
(2) Paiva (1999) 
(3) Saeger et al. (1983) 
(4) Scott & Carbonell (1986) 
 105
Tabela IV - Lista de espécies de peixes associada ao ecossistemas 
manguezal, retirada de Cintrón & Schaeffer-Novelli (1983). 
 
 
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM LOCAL DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Anchova nigra Engraulidae Clupeiformes 
Anisotremus virginicus Pomadasyidae Perciformes 
Archosargus aries Sparidae Perciformes 
Arius bagre Ariidae Siluriformes 
Bagre bagre Ariidae Siluriformes 
Bagre marinus Ariidae Siluriformes 
Bairdiella ronchus Sciaenidae Perciformes 
Bathygobius soporator Gobiidae Perciformes 
Boridia grossidens Pomadasyidae Perciformes 
Brevoortia tyrannus Clupeidae Clupeiformes 
Caranx chrysos Carangidae Perciformes 
Caranx hippos Carangidae Perciformes 
Centropomus parallelus Centropomidae Perciformes 
Centropomus undecimalis Centropomidae Perciformes 
Chloroscombrus chrysurus Carangidae Perciformes 
Citharichthys spilopterus Bothidae Pleuronectiformes 
Colomesus psittacus Tetraodontidae Tetraodontiformes 
Conodon nobilis Pomadasyidae Perciformes 
Cynoscion acoupa Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion leiarchus Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion petranus Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion steindachneri Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion striatus Sciaenidae Perciformes 
Cynoscion virescens Sciaenidae Perciformes 
Diapterus olisthostomus Gerridae Perciformes 
Diapterus rhombeus Gerridae Perciformes 
Diplodus argenteus Sparidae Perciformes 
Elops saurus Elopidae ElopiformesEpinephelus itajara Serranidae Perciformes 
Genidens genidens Ariidae Siluriformes 
Geophagus brasiliensis Cichlidae Perciformes 
Gobionellus oceanicus Gobiidae Perciformes 
Haemulon parrai Pomadasyidae Perciformes 
Haemulon plumieri Pomadasyidae Perciformes 
Lagocephalus laevigatus Tetraodontidae Tetraodontiformes 
Larimus breviceps Sciaenidae Perciformes 
Lutjanos jocu Lutjanidae Perciformes 
Lutjanus griseus Lutjanidae Perciformes 
Macrodon ancylodon Sciaenidae Perciformes 
Megalops atlanticus Megalopidae 
Menticirrhus martinicensis Sciaenidae Perciformes 
Micropogon furnieri Sciaenidae Perciformes 
Mugil brasiliensis Mugilidae Perciformes 
Mugil cephalus Mugilidae Perciformes 
Mugil curema Mugilidae Perciformes 
Ogcocephalus vespertillo Ogcocephalidae Lophiiformes 
Oligoplites saurus saurus Carangidae Perciformes 
Opisthonema oglinum Clupeidae Clupeiformes 
Paralichthys brasiliensis Bothidae Pleuronectiformes 
Poecilia vivipara Poeciliidae Atheriniformes 
Pogonias cromis Scianidae Perciformes 
Pomacanthus arcuatus Chaetodontidae Perciformes 
Pomadasys corvinaeformis Pomadasyidae Perciformes 
Sardinella aurita (= S. brasiliensis) Clupeidae Clupeiformes 
Scorpaena brasiliensis Scorpaenidae Scorpaeniformes 
 106
 
ESPÉCIE 
 
FAMÍLIA 
 
ORDEM 
LOCAL 
DE 
OCORRÊNCIA 
CATEGORIA 
R=rara; 
A=ameaçada; 
E=endêmica 
Scorpaena plumieri Scorpaenidae Scorpaeniformes 
Selene vomer Carangidae Perciformes 
Sphoeroides testudineus Tetraodonidae Tetraodontiformes 
Strongylura marina Belonidae Atheriniformes 
Syacium micrurum Bothidae Pleuronectiformes 
Symphurus plagusia Cynoglossidae Pleuronectiformes 
Trachinotus carolinus Carangidae Perciformes 
Trachinotus falcatus Carangidae Perciformes 
Trachysurus barbus Ariidae Siluriformes 
Umbrina canosai Sciaenidae Perciformes 
 
 107 
 
Tabela V - Diagnóstico da situação atual dos manguezais nos Estados do Nordeste (Fonte: CPRH, 1991) 
 
 
ESTADO 
 
 
RIO/MANGUEZAL 
 
MUNICÍPIO 
 
ÁREA 
 
CAUSAS DE IMPACTO 
 
INTENSIDADE 
 
TENDÊNCIA 
 
 
PIAUÍ (PI) 
Rio Parnaíba 
Rio Portinho 
Rio Cumurupim 
Rio Abatusa 
Braço das Canárias 
Luis Correia 
 
x – x – x 
Rizicultura, e retirada de madeira para 
construção civil, casas de pescadores, 
canoas e petrechos de pesca. 
Preservado 
Fortemente 
degradado 
Preservado 
Degradado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CEARÁ (CE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Timonha-Ubatuba 
 
Remédios 
 
Coreau 
 
Acarau-Zumbi 
 
 
 
 
 
 
 
Aracatiaçu 
 
Mundau-Graxati 
 
Ceará 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Camocim e Chavel 
 
Camocim 
 
Camocim e Granja 
 
Acarau e Itarema 
 
 
 
 
 
 
 
Itarema e Amontada 
 
Itapipoca e Trairi 
 
Fortaleza-Caucaia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.184 ha 
 
431 ha 
 
4.680 ha 
 
3.615 ha 
 
 
 
 
 
 
 
498 ha 
 
1.071 ha 
 
500 ha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salina 
Desmatamento 
Salina 
Desmatamento 
Salina 
Desmatamento 
Salina 
Desmatamento 
Fazenda de camarão 
Pesca predatória 
Despejos 
 . domésticos 
 . industriais 
 . hospitalares 
Salina 
Desmatamento 
Salina 
Desmatamento 
Salina 
Desmatamento 
Despejos 
 . domésticos 
 . industriais 
Aterro 
Disposição de resíduos sólidos 
Pesca predatória 
Estaleiro 
Retirada de areia 
Pouca 
Pouca 
Pouca 
Pouca 
Muita 
Pouca 
Muita 
Muito 
Pouca 
Muita 
 
Média 
Pouca 
Pouca 
Pouca 
Pouca 
Pouca 
Pouca 
Média 
Muita 
 
Muita 
Muita 
Muita 
 
Muita 
Pouca 
Pouca 
Expandir 
Estabilizar 
Estabilizar 
Estabilizar 
Expandir 
Estabilizar 
Expandir 
Expandir 
Expandir 
Expandir 
 
Expandir 
Expandir 
Expandir 
Desativar 
Estabilizar 
Estabilizar 
Estabilizar 
Desativar 
Expandir 
 
Expandir 
Expandir 
Expandir 
 
Expandir 
Expandir 
Expandir 
 108 
 
 
 
 
 
CEARÁ (CE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CEARÁ (CE) 
 
Cocó 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pacoti 
 
 
 
 
 
Choro 
 
Pirangi 
 
 
 
Jaguaribe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza e Aquiraz 
 
 
 
 
 
Cascavel e Beberibe 
 
Bebebribe e Aracati 
 
 
 
Aracati 
 
375 ha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
158 ha 
 
 
 
 
 
24 ha 
 
200 ha 
 
 
 
1,260 ha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOTAL 22.936 
Salinas 
Desmatamento 
Despejos 
 . domésticos 
 . industriais 
 . hospitalares 
Aterro 
Disposição de resíduos sólidos 
Aterro sanitário 
Pesca predatória 
Retirada de areia 
Salina 
Desmatamento 
Despejos 
 . domésticos 
 . industriais 
Aterro 
Desmatamento 
 
Salina 
Desmatamento 
Fazenda de camarão 
Pesca predatória 
Salina 
Desmatamento 
Fazenda de camarão 
Pesca predatória 
Despejos 
 . domésticos 
 . industriais 
Pouca 
Pouca 
Pouca 
 
Muita 
Muita 
Muita 
Muita 
 
Muita 
Muita 
Muita 
Muita 
Pouca 
Pouca 
 
Média 
Média 
Pouca 
Pouca 
 
Muita 
Muita 
Muita 
Muita 
Pouca 
Média 
Média 
Média 
 
Média 
Média 
Expandir 
Expandir 
Desativar 
 
 
 
 
 
 
 
Estabilizar 
Expandir 
Expandir 
Desativar 
Estabilizar 
 
Expandir 
Expandir 
Estabilizar 
Estabilizar 
 
Expandir 
Expandir 
Expandir 
Expandir 
Desativar 
Expandir 
Estabilizar 
Estabilizar 
 
Expandir 
Expandir 
 109 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO GRANDE DO 
NORTE (RN) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO GRANDE DO 
NORTE (RN) 
Litoral Norte: 
Rio Apodi-Mossoró 
 
Estuário do Rio Açu-
Piranhas 
Sistema estuarino 
Guamaré-Galinhos 
 
 
 
 
Litoral Leste: 
Estuários dos Rios: 
Mamanguape 
Ceará-Mirim 
Potengi 
Nisia Floresta-Guarairos 
Curimataú 
 
Mossoró, Areia Branca e 
Grossos 
Macau 
 
 
Em 1971 
Manguezais: 
14.870 ha
Salinas: 
12.315 ha
Em 1989 
Manguezais: 
7.000 ha
Salinas: 
19.800 ha
 
Em 1971 
Manguezais; 
4.490 ha
Destinados a 
projetos de 
agricultura e/ou 
salinas 
desativadas: 
1.760 ha
GERAL PARA O ESTADO 
Salinas 
 
Aquicultura 
 
Extração vegetal 
 
Expansão urbana 
 
Lançamento de esgotos: 
 . industrial 
 . doméstico 
 
Exploração da fauna 
 
Aterro 
Outros usos: 
Expansão urbana, deposição de lixo, 
lagoas de estabilização, barragens, 
portuária, agricultura, 
turismo e lazer, guarnições militares, 
transporte 
 
 
 
Crescente 
 
Crescente 
 
Crescente 
 
Estável 
 
 
Estável 
Crescente 
 
Crescente 
 
Estável 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARAÍBA (PB) 
 
 
 
 
 
 
 
Em ordem decrescente de 
área: 
Estuários dos rios: 
Paraíba do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mamanguape 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Tinto 
 
 
 
52,5 km2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40,0 km2
 
 
 
 
 
 
Esgotos domésticos in natura 
Efluentes industriais 
Lixo urbano, industrial e hospitalar 
Agrotóxicos 
Aquicultura 
Empreendimentos imobiliários 
Expansão urbana 
Queimadas 
Cultivo de cana de açucar 
Comércio de madeira 
Água de lavagem de cana 
Vinhoto 
Erosão de solos agrícolas 
Desmatamento para ampliação da 
 
 
 
Manguezais de 
moderadamente a 
fortemente 
degradados 
 
 
 
 
 
 
 
Manguezais 
moderadamente 
degradados 
 
 
 
 
 
Aceleração 
 
 
Aceleração 
 
 
 
Aceleração 
Expansão 
Expansão 
 
 
 110 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARAÍBA (PB) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiana (PB/PE) 
 
 
 
 
 
 
 
Gramame 
 
 
Camaratuba 
 
 
 
Miriri 
 
 
Abiaí 
 
 
 
Gurugi 
 
 
 
Cuiá 
 
 
 
 
Mucatu 
 
 
 
Guaju 
 
 
Graú 
 
7,4 km25,5 km2
 
 
2,5 km2
 
 
 
3,25 km2
 
 
6,0 km2
 
 
 
0,63 km2
 
 
 
1,5 km2
 
 
 
 
1,0 km2
 
 
 
1,0 km2
 
 
1,25 km2
CIPASA (cimento) 
Madeira 
Empreendimentos imobiliários 
Vinhoto 
Agrotóxicos 
Efluentes industriais (CONPEL, 
Santista, GIASA) 
Desmatamento/madeira 
Desmatamento/madeira 
Viveiros de peixes 
Vinhoto 
Especulação imobiliária 
Cultivo de cana de açúcar 
Vinhoto 
 
Vinhoto 
Desmatamento/madeira 
Cultivo de cana de açúcar 
Agrotóxicos 
Expansão urbana (hotéis e casas de 
veraneio) 
Plantio de mandioca 
Deposição de lixo urbano 
Esgotos domésticos 
Efluentes de abatedouro industrial 
(CIAN) 
 
 
Desmatamento 
Queimadas 
Especulação imobiliária 
Erosão dos tabuleiros 
Mineração (rutilo e ilmenita) pela RIB 
Assoreamento/mineração 
Aparentemente nada 
 
Pesca artesanal 
Captura de moluscos, caranguejos, 
siris 
Aquicultura (camarão e engorda de 
 
 
Manguezais 
moderadamente 
degradados 
 
 
 
 
 
Manguezais 
moderadamente 
degradados 
Manguezais 
moderadamente 
degradados 
 
Manguezais 
moderadamente 
degradados 
Manguezais 
moderadamente 
degradados 
 
Manguezal 
fortemente 
degradado 
 
 
Manguezal 
moderadamente 
degradado 
 
 
Manguezal 
moderadamente 
degradado 
 
Manguezal 
degradado 
 
Aceleração do 
processo 
degradativo 
 
 
 
 
 
 
Indefinidas 
 
 
Acentuação 
 
 
Crescente 
Expansão 
 
 
 
 
Expansão 
 
Aceleração 
 
 
 
Suposta 
tendência a 
minimização 
devido a 
instalação de 
polo turístico 
(Projeto Costa do 
Sol) 
Agravamento 
 
Agravamento 
Agravamento 
 111 
 
 
 
 
PARAÍBA (PB) 
 
Jacarapé 
 
1,0 km2
 
peixes) 
Esgotos domésticos in natura 
Vinhoto 
Desmatamento/carvão/lenha 
(padarias e olarias) 
deposição de lixo urbano: 
 . sólido 
 . hospitalar 
Expansão urbana 
Expansão agrícola 
(cana de açúcar) 
 
 
Manguezal 
preservado 
 
Manguezal 
preservado 
 
Agravamento 
 
 
Início de 
agressões 
(especulação 
próxima) 
supostamente 
tendência a 
manutenção 
devido ao Projeto 
Costa do Sol 
 
 
 
 
 
 
PERNAMBUCO (PE)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rios Goiana e Megaó 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Itapessoca 
 
 
 
 
 
Rio Jaguaribe 
 
 
 
 
 
Canal de Santa Cruz 
(rios Igarassu, Botafogo, 
Carrapicho, Congo e 
Catuama) 
 
 
 
Goiana 
 
 
 
 
 
 
 
 
Goiana 
 
 
 
 
 
Itamaracá 
 
 
 
 
 
Itamaracá 
 
 
 
 
 
 
4.776,00 ha
 
 
 
 
 
 
 
 
3.998,00 ha
 
 
 
 
 
212,00 ha
 
 
 
 
 
5.292,00 ha
 
 
 
 
 
 
Agricultura 
 Pesca, mariscagem, captura de 
crustáceos 
 Extração de madeira 
Efluentes 
 . industriais 
 . urbanos 
Transporte 
Caça 
Pesca, mariscagem, captura de 
crustáceos 
Extração de madeira 
Efluentes industriais 
Transporte 
Caça 
Pesca 
Madeira 
Efluentes urbanos 
Transporte 
Caça 
Aqüicultura 
Aqüicultura 
Pesca, mariscagem, captura de 
crustáceos 
Turismo (ex: Hotel Gavoa) 
Madeira 
Efluentes: 
 . industriais 
Moderadamente 
degradado: 
Desmatamentos 
na parte sul 
Pontos críticos de 
poluição nas 
regiões média e 
superior do 
estuário. 
 
Moderadamente 
degradado: 
Desmatamento e 
aterro de cerca de 
30 há pela fábrica 
de cimento 
Itapessoca. 
Moderadamente 
degradado: 
Assentamento de 
favelas em antigas 
salinas. 
 
Moderadamente 
degradado: 
Poluição química 
e despejos 
urbanos nos rios 
 
 112 
 
 
 
PERNAMBUCO (PE)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERNAMBUCO (PE)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Timbó 
(rios Timbó, Arroio e 
Desterro) 
 
 
 
 
 
Rio Paratibe 
(rios Paratibe e Fragoso) 
 
 
 
Rio Beberibe 
 
 
 
 
 
Rio Capibaribe 
(rios Capibaribe, Pina, 
Jordão, Tejipió e Jiauiá) 
 
 
 
Estuário do Jaboatão-
Pirapama 
 
 
 
 
Rio Arrombado 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paulista, Abreu e Lima, 
Igarassu 
 
 
 
 
 
 
Paulista e Olinda 
 
 
 
 
 
Olinda e Recife 
 
 
 
 
 
Recife 
 
 
 
 
 
 
Cabo e Jaboatão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.397,00 ha
 
 
 
 
 
 
 
x – x – x 
 
 
 
 
 
x – x – x 
 
 
 
 
 
x – x – x 
 
 
 
 
 
 
1.284,50 ha
 
 
 
 
 
 . urbanos 
habitações 
transporte 
caça 
AVES MIGRATÓRIAS 
 
 
Pesca 
Turismo 
Madeira 
Efluentes: 
 . industriais 
 . urbanos 
Transporte 
Caça 
Apicultura 
Pesca, mariscagem, captura de 
crustáceos 
Madeira 
Efluentes 
Habitações 
Pesca 
Madeira 
Efluentes 
Habitação 
Transporte 
 
Aquicultura 
Pesca, mariscagem 
Turismo 
Madeira 
Efluentes 
Habitação 
Transporte 
Aquicultura 
Pesca 
Madeira 
Efluentes 
Habitação 
Caça 
Botafogo e 
Igarassu; aterros 
generalizados na 
Ilha de Itamaracá; 
construção do 
Hotel gavoa (30 há 
de 
desmatamento); 
assoreamentos e 
dragagens 
(Itapissuma e 
Atapuz). 
Moderadamente 
degradado: 
Poluição industrial, 
aterros. 
 
 
 
 
Fortemente 
degradado: 
Poluição industrial 
e doméstica 
Aterros para 
expansão urbana 
Fortemente 
degradado: 
Lançamento de 
resíduos 
domésticos e 
industriais, aterros, 
ocupação urbana. 
Fortemente 
degradado: 
Lançamento de 
resíduos 
domésticos e 
industriais, aterros 
e ocupação 
 113 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERNAMBUCO (PE)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Suape 
(rios Tatuoca, Merepe, 
Ipojuca e Massangana) 
 
 
 
 
 
 
Rios Sirinhaém e 
Maracaípe 
 
 
 
 
 
 
Rio Formoso 
(rios Formoso e Ariquindá) 
 
 
rios Mamucaba e Una 
 
 
 
 
 
 
Baía de Sueste 
Cabo 
 
 
 
Cabo e Ipojuca 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ipojuca e Sirinhaém 
 
 
 
 
 
 
 
Sirinhaém e Formoso 
 
 
 
 
Rio Formoso, Barreiros, 
São José da C. Grande 
 
 
 
 
 
Distrito Estadual de 
Fernando de Noronha 
x– x – x 
 
 
 
2.998,74 ha
 
 
 
 
 
 
 
 
3.335,00 ha
 
 
 
 
 
 
 
2.724,00 ha
 
 
 
 
955,00 ha
 
 
 
 
 
 
ca. 2,00 ha
Madeira 
 
 
 
Pesca, mariscagem, captura de 
crustáceos 
Madeira 
Efluentes 
Caça 
 
 
 
 
Pesca, mariscagem, captura de 
crustáceos 
Madeira 
Efluentes 
Habita 
Cão 
Transporte 
Caça 
Aquicultura 
Pesca 
Madeira 
Transporte 
 
Aquicultura 
Pesca 
Madeira 
Caça 
 
 
 
Turismo 
AVES MIGRATÓRIAS 
urbana. 
 
Fortemente 
degradado 
(Jaboatão) 
Moderadamente 
degradado 
(Pirapama) 
 
 
Fortemente 
degradado: 
Desmatamento e 
aterro quase total. 
Moderadamente 
degradado: 
Dragagens 
(Tatuoca e 
Massangana); 
aterros (Ipojuca) 
Aterros: 213,72 ha 
Alagados: 324,47 
ha 
Degradação: 27,00 
ha 
Recuperação:124,
00ha 
Moderadamente 
degradado: 
Maracaípe 
(desmatamento19,
5ha) 
Sirinhaém 
(drenagem e 
aterros: 60,0 ha) 
 
parcialmente 
degradado: 
Viveiros de 
camarão 
 114 
 
 
 
 
PERNAMBUCO (PE)
Desmatamento 
(Ariquindá) 
Moderadamente 
degradado: 
Desmatamento e 
aterro 
(Mamucaba). 
Mudança regime 
hidrológico do Una 
por aterros na 
barra. 
Assoreamento por 
pedreira. 
 115 
 
 
 
ALAGOAS (AL) 
 
 
 
 
 
 
 
ALAGOAS (AL) 
Litoral Norte: 
Estuário do Rio Mirim 
Rio Santo Antônio 
Tatuamunha 
Porto de Pedras 
Rio Persinunga 
Litoral Sul: 
Complexo Mundaú-
Manguaba 
Jequiá 
Lagoa do Roteiro 
Coruripe 
Foz do Rio São 
Francisco 
 Litoral Norte 
maiores 
extensões 
 
 
 
Litoral Sul 
menores 
extensões 
GERAL PARA O ESTADO 
 
Desmatamentos 
Aterros 
Loteamentos 
Agropecuária 
Madeira (currais, caiçaras, covos) 
Carvão e lenha 
Atividades industriais 
Empreendimentosimobiliários e 
estradas 
Drenagem (barragens) 
Queimadas 
GERAL PARA O 
ESTADO 
Forte 
Forte 
Forte 
Fraca 
Fraca 
 
Forte 
Média 
 
Forte 
Fraca 
Média 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SERGIPE (SE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bacia do São Francisco 
(Rio São Francisco e 
Canal do Poço) 
 
 
 
 
 
Bacia do Rio Japaratuba
(Simão, Flecheiras e 
Pirambu) 
 
Bacia do Sergipe 
(Canal de Sta Maria, 
Poxim, Cotinguiba, Rio 
Sergipe, Pomonga, Sal e 
Parnamirim) 
 
Bacia do Vasa Barris 
(Canal de Santa Maria e 
Rio Vasa Barris) 
Pacatuba 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pirambu e Santo 
Amaro 
 
 
 
 
Aracaju, N. Sra 
Socorro, Santo Amaro, 
Riachuelo, Barra de 
Coqueiros e Maruim 
 
 
Sup. Total: 
EMBRAPA 
(1975): 
555,7 km2 
RADAM 
(1981): 
468,7 km2 
ADEMA: 
262 km2 
 
Madeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
Madeira 
Viveiros 
Despejos industriais 
Despejos orgânicos 
 
Despejos orgânicos 
Madeira 
Viveiros 
Salinas 
Despejos industriais 
 
 
Intenso 
 
 
 
 
 
 
 
 
Intenso 
Intenso 
Moderado 
Fraco 
 
Intenso 
Intenso 
Intenso 
Intenso 
Moderado 
 
 
 
 116 
 
 
 
 
 
 
 
SERGIPE (SE) 
 
 
Bacia do Piauí 
(Rio Piauí, Guararema, 
Gonçalo Dias e Fundo) 
 
Bacia do Real 
(Rio Real) 
 
Aracaju e São 
Cristóvão 
 
 
 
 
Estância, Indiaroba e 
Sta Luzia 
 
 
 
Indiaroba 
Viveiros 
Madeira 
Despejos orgânicos 
Despejos industriais 
 
Madeira 
Despejos orgânicos 
Viveiros 
Despejos industriais 
 
Viveiros 
Madeira 
Despejos orgânicos 
Intenso 
Intenso 
Moderado 
Fraco 
 
Moderado 
Fraco 
Fraco 
Fraco 
 
Moderado 
Moderado 
Fraco 
 
 
 
 
 
 
 
BAHIA (BA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estuários dos rios: 
Real-Jandaíra (SE/BA) 
Subaúma 
(Entre Rios) 
Jacuípe 
(litoral norte) 
Paraguaçu (Recôncavo) 
Subaé 
(Recôncavo) 
Jaguaripe 
(Canal de Itaparica) 
Baía de Aratu (Salvador) 
Canal de Valença (Baixo 
Sul) 
Baía de Camamu (Baixo 
Sul) 
Contas-Itacaré 
(Médio Sul) 
Santana-Cachoeira-
Almada 
(Ilhéus) 
Pardo-Una (Canavieiras) 
João de Tiba 
 Centros industriais 
(Centro Industrial de Aratu, Polo 
Petroquímico de Camaçari, Centro 
Industrial do Subaé, Fábricas de 
papel e chumbo) 
Portos 
(Aratu e Madre de Deus) 
Exploração de petróleo 
(Recôncavo) 
Esgotos in natura 
Desmatamentos 
Aterros 
Madeira 
(olarias e padarias) 
Estradas 
(todo o Estado) 
Poluição química 
(Baía de Todos os Santos) 
Carcinocultura 
(Valença e Camamu) 
Mineração 
(Baía de Camamu) 
Irrigação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Expandir 
(Camamu) 
 
 
 
 
Expandir 
(Canavieira) 
Expandir 
Expandir 
 
Expandir 
 
Expandir 
(Camaçari) 
 
Expandir 
 117 
BAHIA (BA) (Sta Cruz de Cabrália) 
Buranhém 
(Porto Seguro) 
Peruipe-Caravelas (Nova 
Viçosa) 
Mucuri (BA/ES) 
(represamento do Rio Pardo/MG) 
 
 118
Tabela VI – Graus de comprometimento da biodiversidade para o grupo de ecossistemas: 
manguezal, marisma e apicum, segundo critérios sugeridos pela 
Coordenação Nacional da “Zona Costeira” e aqueles adotados por Dinerstein 
et al. (1995) e Olson et al. (1996). 
 
GRAUS DE CONSERVAÇÃO 
 
Em nosso relatório serão empregados os conceitos de “graus de conservação” a seguir 
enunciados. Tal postura baseia-se no fato de havermos participado da equipe que gerou os 
dois trabalhos abaixo referenciados, acrescendo-se o fato de que o workshop sobre 
“Conservation Assessment for Mangrove Ecosystems of Latin America and the Caribbean” foi 
organizado pelo The World Wildlife Fund – WWF por especial solicitação do Banco Mundial – 
BIRD, com objetivo de identificar os graus de conservação, de impacto, de possibilidade de 
restauração e, de possibilidades de uso sustentável, para vários ecossistemas terrestres e 
costeiros da América Latina e do Caribe. 
 
 
CATEGORIAS BASEADAS EM SETE NÍVEIS DE CONDIÇÕES BIOFÍSICAS 
E DE FEIÇÕES DA PAISAGEM 
 
Conceitos empregados nos trabalhos de Dinerstein et al. (1995) “A conservation 
assessment of the terrestrial ecoregions of Latin America and the Caribbean”. Publicado pelo 
The World Bank, em associação com o The World Wildlife Fund, Washington, D.C., U.S.A. e 
Olson et al. (1996) “A conservation assessment of mangrove ecosystems of Latin America and 
the Caribbean”. Relatório do The World Wildlife Fund sobre o workshop “Conservation 
Assessment for Mangrove Ecosystems of Latin America and the Caribbean”, realizado de 2-4 
de dezembro de 1994, em Washington, D.C., U.S.A. 
 
 
Graus de Conservação 
(Olson et al., 1996; Dinerstein et al., 1995) 
 
 
GRAUS DE CONSERVAÇÃO 
(Coordenação Nacional da “Zona Costeira”) 
 
INTACTO – categoria com maior grau de 
conservação seguindo-se a de 
RELATIVAMENTE INTACTO, representada por 
áreas relativamente não perturbadas, 
caracterizadas pela manutenção da maioria dos 
processos ecológicos originais e por 
comunidades com a presença da maioria das 
espécies originais. 
 
POUCO COMPROMETIDO - Paisagem quase 
totalmente íntegra. Grandes blocos intactos com 
mínima influência do entorno. Conexão garante 
dispersão de todas as espécies. Populações 
persistentes e pouco afetadas pelas pressões 
antrópicas. Processos funcionais íntegros e 
pouco alterados/afetados por atividades 
antrópicas. Estrutura trófica íntegra com 
presença de espécies de “topo de cadeia 
trófica”, bem como de “grandes herbívoros”. 
 
 
RELATIVAMENTE INTACTO – categoria 
intermediária entre os níveis RELATIVAMENTE 
ESTÁVEL e INTACTO, indicando reduzida 
possibilidade de alteração dos processos 
ecossistêmicos. As comunidades naturais 
encontram-se bastante intactas, com espécies e 
processos ecossistêmicos ocorrendo dentro de 
suas faixas normais de variação. 
 
 
 
 
 
POUCO COMPROMETIDO 
 119
 
RELATIVAMENTE ESTÁVEL – categoria 
intermediária entre os níveis VULNERÁVEL e 
RELATIVAMENTE INTACTO, na qual 
permanecem extensas áreas de habitats 
intactos, porém nas quais as espécies locais 
encontram-se em declínio devido a alterações 
de processos ecológicos. 
 
 
MEDIANAMENTE COMPROMETIDO – 
Paisagem parcialmente antropizada e 
fragmentada. Pelo menos um grande bloco. 
Conexão entre fragmentos permite dispersão da 
maioria das espécies. Populações de espécies 
chave comprometidas, mas processos 
funcionais preservados. 
 
VULNERÁVEL – categoria intermediária entre 
os níveis AMEAÇADO e RELATIVAMENTE 
ESTÁVEL, com boa probabilidade de 
permanência de habitats intactos (assumindo 
proteção adequada), porém considerando a 
possibilidade de perda de algumas espécies 
sensíveis, ou devido exploração. 
 
 
 
 
MEDIANAMENTE COMPROMETIDO 
 
AMEAÇADO – categoria intermediária entre os 
níveis CRÍTICO e VULNERÁVEL, caracterizada 
por média a reduzida probabilidade de 
permanecer com a biodiversidade e o habitat 
intactos. 
 
MUITO COMPROMETIDO – Paisagem 
predominantemente antropizada. Fragementos 
pequenos isolados. Conexão e dispersão entre 
fragmentos comprometidos. Totalmente 
influenciados pelas atividades do entorno (sem 
área núcleo). Predadores de topo de cadeia, 
grandes herbívoros ou outras espécies chave 
perdidas. Invasão por espécies exóticas. 
estrutura e função comprometidas. 
 
 
CRÍTICO – categoria intermediária entre os 
níveis EXTINTO e AMEAÇADO, caracterizada 
por reduzida probabilidade de permanecer com 
a biodiversidade e o habitat intactos. 
 
 
 
Muito Comprometido 
 
 
EXTINTO – categoria com menor grau de 
conservação, em nível inferior a CRÍTICO, 
geralmente empregada para espécies ou 
populações que foram perdidas. Pode ser 
também empregada para uma ecoregião sem 
comunidades naturais remanescentes dos 
ecossistemas originais.Muito Comprometido

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