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Sustentabilidade e capacidade ambiental

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SUSTENTABILIDADE E
CAPACIDADE AMBIENTAL
Es. Arq/Urb. Paulo Roberto Martini Lins.
	Pragmatismo:
	
	Em escala temporal, atualmente distamos aproximadamente 4.6 bilhões de anos do evento universal, o Big Bang, momento pretérito da singularidade em que foram geradas as bases físico-químicas para tudo o que hoje compõe elementos físicos, químicos e biológicos do Universo conhecido ou teorizado. 
A coevolução natural, nem sempre pacífica, perpetuou por Eras e atingiu graus mais complexos de inter-relações na transição da Era Mesozoica para a Cenozoica, a cerca de 60 milhões de anos passados, quando entra em cena o Hominídeo, evoluindo constantemente e aceleradamente, daí para diante, pelas suas diferenciadas aptidões entre as espécies existentes nos períodos, adquire a condição de transformar elementos naturais em tecnológicos.
Evoluímos certamente, entretanto hoje percebemos que não preservamos a contento as condições necessárias para a coevolução harmônica, imprescindíveis para a preservação das espécies deste planeta, até mesmo, segundo algumas teorias, às necessárias para a preservação da própria espécie humana. Tanto que, contemporaneamente debatemo-nos em estratégias e planos no sentido de conscientizar a humanidade sobre as degradações geradas neste caminhar histórico, buscando soluções ainda não totalizadoras. Logo, é imperativo a disseminação conceitual tanto quanto uma imediata postura voltada para ações gerados no paradigma da sustentabilidade. 
A pretensão deste texto é promover um rápido entendimento sobre a degradação ambiental gerada na intervenção antrópica sobre o meio ambiente pelas ações no sentido de edificar as cidades e, ao final conduzir à utilização de uma matriz metodológica prática, já existente, para orientar ações interdisciplinar, que possibilite introduzir uma rotina analítica e que norteie os passos dos empreendimentos imobiliários impactantes nos espaços naturais e antrópicos com vista à preservação patrimonial e ambiental.
Historicidade:
O planeta Terra em sua evolução foi acometido por alterações naturais tais como a última Era Glacial intercalando períodos de aquecimento global. Algumas espécies evoluíram, transformaram-se e adaptaram-se, outras sucumbiram às condições impostas, e dentre as adaptadas, coevoluindo desde o Hominídeo, o Homo sapiens “sapiens” destacadamente desenvolveu a aptidão e o conhecimento para em aproximadamente 10.000 anos a.C. iniciar-se como agricultor e a 5.000 anos a.C., iniciar-se como construtor de seus povoados.	
	Apresentar-se-á a seguir diagramas com o propósito de tornar mensurável na escala temporal a evolução da humanidade e o quão recente e abrupto são os impactos evolutivos pelo desenvolvimento tecnológico diante da degradação ambiental contemporânea.
	
Sob esta ótica, extraímos que entre 70.000 a 12.000 anos pretéritos, enquanto espécie, já existia a necessidade de fazer ou de fato, rudimentarmente já se fazia arquitetura em outros moldes, quer seja nos acampamentos nômades transitórios das savanas Africanas ou nas cavernas nos rochedos de Lê Conte na França, onde se buscava abrigo para as atividades primitivas. Nestes períodos evolutivos, pode-se dizer que a relação espécie/natureza era harmônica e natural. As apropriações ainda não produziam graus significativos de degradação ambiental. A espécie humana apesar de já dominar a pesca, navegação e produzir armas brandas e artefatos tecnológicos rudimentares utilizando materiais da natureza, empiricamente desenvolvendo alguns princípios da Física, apenas atendia às necessidades de alimentação, proteção e perpetuação prolífera. 
Neste período, foram edificados complexos aplicando-se tecnologia primitiva, porém possibilitando denotar a excepcional condição humana em observar os fenômenos dos ciclos do sol, lua e chuvas. Nossos ancestrais, no período Neolítico demarcaram as primeiras propriedades apesar de considerados nômades. Tinha hábito de caça noturna, e produziram monumentos que possivelmente tenha sido usado para fins religiosos ou sociais de dominação, e o fizeram prevendo com exatidão a iluminação solar e lunar em horas exatas préidealizadas.
	Pelas fontes consultadas, o princípio da urbanização, o conceito do “tell”, primeiros povoados, construídos em tijolos de barro, com características de ocupação permanente e emprego de tecnologia elaborada, ocorreu numa região situada ao oeste do Mar Egeu, em Creta, na planície de Tessália, na atual Europa, numa sociedade de transição das formas caçadora e coletoras para agrícola rudimentar. A densidade populacional aumentou e novos povoados espalharam-se pela Europa, África e Ásia. Entre 5.000 a.C. e 3.000 anos a.C., então novas descobertas incrementaram os padrões de vida do homem, pelo domínio da forja de alguns metais, o ferro; o bronze; o cobre e o ouro, também a invenção da tração animal adaptada a veículos terrestres. Inicia-se a industrialização e o comércio é próspero, bem como os primeiros desmatamentos em largas escalas para propósitos de utilização dos insumos em conforto habitacional, indústria e utilização dos campos para agricultura. Como fica notório, a relações da espécie com a natureza atinge graus mais complexos, uma vez que as necessidades humanas não mais se limitam em alimentação e proteção. Já existiam relações comerciais de produção e troca de produtos elaborados a exemplo das cerâmicas e metais forjados. Nessa reação de comércio a base para a industrialização está estabelecida, e a produção agrícola com excedentes possibilita que a população da espécie aumente em número de indivíduos. São ampliados os horizontes de colonização tendo por consequência a modificação do meio natural e de extração de insumos para prover este aumento de ocupação e uso dos solos e recursos naturais.
	Segue-se cronologicamente a Idade Antiga, de 3.200 a.C. até 476 d.C. na qual grandes sociedades se sucedem e sucumbem, no qual destacam-se as colonizações do Antigo Oriente, principalmente a do Egito na África, limitada ao Norte pelo mar Mediterrâneo, ao Sul com Núbia ou Sudão, a Leste com mar vermelho e ao Oeste com o deserto da Líbia. Na agricultura, desenvolvem a irrigação por valas com as águas do Rio Nilo. Através de invenções como o torno, aperfeiçoaram a industrialização de metais e cerâmicas criando uma condição de autossuficiência. Desenvolveram equipamentos como o arado elevando o rendimento da agricultura. O contingente populacional cresceu com base na agricultura. Os “arquitetos” deste período eram denominados “vizir”, auxiliares diretos dos Faraós e tinham inúmeras atribuições. Por considerarem os faraós Rei Deus imortal, construíam-lhes as pirâmides e os túmulos. Neste período, obras de grande porte foram executadas com transporte de materiais de grandes distâncias predominando entre os mais significativos os blocos e monólitos esculpidos ou lavrados em pedras.
	Paralelamente, outros povos prosperavam e envolviam-se periodicamente em disputas por territórios, predominâncias comerciais, religiosas e políticas, dentre tantos, os povos Mesopotâmicos, Sumarianos e Acadianos, Amoritas, Assírios e Néobabilônicos. As edificações eram de composição variada, sendo de madeira, tijolos de barro até as grandes pirâmides e palácios egípcios, reflexos das acentuadas desigualdades sociais marcadas por classes economicamente diferenciadas. 
Por volta de 2.000 a.C. oriundos das planícies euroasiáticas, povos denominados Aqueus, Jônio, Eólicos e Dórios, passaram a invadir periodicamente a península Balcânica, as Ilhas do Egeu, as costas da Ásia menor e o Sul da Itália originando o povo Grego. Em meados de 800 a.C., consolidou-se o conceito de “póleis”, que eram cidades autossuficientes e politicamente autônomas tidas como Cidades-estados. 
Por volta de 430 a.C., diferentes correntes político-filosóficas deram origem a guerras internas basicamente entre as “póleis” de Corinto aliada à Esparta contra Atenas e Tebas, resultando na destruição de Atenas, da qual se perpetuou a cultura e foi reconstruída por Péricles.Foram fartas as produções artísticas dentre tais a arquitetura, que produziu o conjunto arquitetônico da Acrópole (cidade alta) tendo exponenciais no Parthenon e no Erectéion. O Parthenon se destaca ainda hoje e foi edificado com o propósito religioso dedicado à deusa Atena. Pela primeira vez na história, são identificados estilos arquitetônicos produzidos na diversificação étnica, sendo que o Parthenon se configurava pelo estilo dórico, de linhas puras marcado pela composição de pórticos com colunas monolíticas, métopes e frontões. Já no Erectéion, dedicado ao rei Erecteu, não foram aplicadas as colunas de linhas puras, mas esculturas em forma de mulher configurando o estilo jônico. Muitas outras produções da arquitetura disseminaram-se pelas cidades com fartos adornos de grandes artistas como Miron, Policleto e Fídias. Os filósofos e demais intelectuais desenvolvem as ciências, a citar, deste período, Pitágoras que desenvolveu fórmulas e teoremas matemáticos utilizados ainda hoje nas atividades de construção civil.
Alexandre (o conquistador) dominou as “póleis” e o Oriente, onde difundiu a cultura helênica sendo considerada uma das revoluções urbanas, que na expansão geográfica a partir destas conquistas, possibilitou o surgimento e fortalecimento de outros importantes centros urbanos: dois dos mais marcantes foram Alexandria no Egito, e Pérgamo na Ásia Menor. A expressão arquitetônica mais significativa foi a Biblioteca de Alexandria, da qual podemos dizer ter sido um templo erguido à cultura. Deste ponto adiante, foram oficializadas as instituições educacionais e os processos sistemáticos de educação. Nomes importantes para o pensamento científico surgem como Euclídes e Arquimedes.
Consolidada por volta de 500 a.C. uma das Cidades-estados fundada por etruscos, Roma, localizada na Península Itálica as margens do Rio Tibre, ocupada por latinos e outros povos italiotas, provou os regimes políticos da Realeza, República e por fim o Império que, motivado pela necessidade de incorporar terras, extensão de mercado e escravidão, promoveu guerras e terminou por conquistar a Grécia. Por volta de 133 a.C., sobre o governo de Tibério. Seguem-se períodos turbulentos de alternâncias de Imperadores, entretanto a cultura positivista helênica infiltra-se no Império Romano. No campo da arquitetura, o legado romano expresse-se pela utilização das técnicas disponíveis herdadas de suas conquistas, que possibilitaram edificar o Coliseum. Sucumbiu o Império Romano após o governo de Constantino, pelas mãos das tribos germânicas entre os séculos IV, V e VI originando os povos bárbaros. Além do direito e da cultura herdada de Atenas, somente a Igreja e o legado do Cristianismo sobreviveram, tanto quanto uma transição paradigmática social.
	Ao iniciar-se a Idade Média, entre os séculos V e XV, pelo incremento do desenvolvimento populacional humano e pelas grandes construções, geram-se novas maneiras de uso e ocupação dos solos. Os sistemas construtivos e as formas de urbanização variadas, predominando os Feudos, que eram aglomerados urbanos circundados por área agriculturáveis com proposições autossuficientes. Incrementam-se os avanços na agricultura com rotação de culturas e adubações, também o desenvolvimento tecnológico. Há a incorporação der novas áreas dantes virgens para a produção agrícola. Demais aglomerações urbanas herdadas das culturas antigas juntamente com a inconsistência social dos regimes feudais e Império Bizantino conduziram as sociedades ao Renascimento Comercial e Renascimento Urbano. 
Surgiram os Burgos, concentrações humanas em cidades de padrão construtivo menos ostentador, com capacidade de produzirem excedentes de produção e a dinamização do comércio, disseminados especialmente na Europa, condicionados pela demarcação das fronteiras de posse territorial por povos, raças e Reinos consolidados. Os castelos e os templos foram edificados com tecnologias aprimoradas de alvenarias autoportante em blocos de pedra, também os níveis diferenciados de pisos estruturados em madeira, modificando as paisagens por ocupações e estradas. Criaram-se as feiras nas cidades. A aglomeração humana em núcleos urbanos apresentava os sintomas das precárias condições de saúde e infraestrutura destes sistemas, denotado em endemias e epidemias que acometeram tal período histórico, tendo como exemplo a Peste Negra (entre 1.315 e 1.317), por qual se estima haver dizimado aproximadamente 30% a 50% da população. A inconstância da relação população e produção agrícola dão outra dinâmica aos reinos e regimes políticos e às suas guerras por posses e domínios, concentrados nas disputas entre os reinos da França e da Inglaterra. As disputas de classes sociais (patriciado e plebeus) provocaram revoluções rurais e urbanas.
Segue-se, entre 1.453 e 1.789 a idade moderna. Ocorre a Revolução Francesa. As ciências já existentes desde a idade antiga são aprimoradas para dar resposta aos eventos. Por volta de 1.500, inicia-se a época “dita” dos grandes descobrimentos, onde os padrões sociais Europeus, veiculados nas expedições Portuguesas, Espanholas e Inglesas, são disseminados e impostos através dos continentes, pela supremacia tecnológica de navegação e força bélica. Em meados de 1.700 d.C. foi consolidada a colonização do Continente Americano. 	Afunilando a lente para a América Latina, conforme se extrai da obra de Lemos,4 a introdução da arquitetura, nos moldes ditos civilizados, desconsiderando a anterior forma indígena de habitar, surgiu no Brasil pela intervenção dos Portugueses, voltada para a transitoriedade da qual nada resta. Tomou caráter permanente pela necessidade de proteção de território através dos fortes, fortificações militares e religiosas por volta do século XV e XVI, (período das entradas). Obviamente esta primeira necessidade exposta, acoberta os reais fins que foram de exploração e extração de outros tantos bens naturais para suprir as necessidades e comercio das populações na Europa, a exemplo do Pau Brasil. A primeira ação verdadeiramente impactante realizada pelo homem branco o território brasileiro.
No Brasil especificamente, entre os séculos XVII e XVIII, pela necessidade imposta pelo declínio do Império Português no Oriente, forçosamente procurou-se outra zona de influência europeia marcante, (período das bandeiras). Surgem os “Arraiais” (ciclo do ouro) que posteriormente tornaram-se núcleos urbanos (cidades). As plantas (projetos) das casas são de modelo geral pela influência cultural Portuguesa, denominadas hoje bandeiristas. 
Dentre as obras civis, 75% eram do tipo popular, construídas de palha similarmente aos indígenas nativos, utilizando-se apenas dos recursos naturais do entorno imediato. As mais ricas feitas de pedra e massa de cal, com pisos de chão batido e madeira nos “sobrados”, geralmente compreendiam duas salas, uma na frente e outra atrás, aproveitando a possibilidade de iluminação natural, estando localizados entre as salas as escadas e as alcovas. Nesta divisão, a parte traseira reservada à família e a frontal para o comércio e contato com o exterior. Restavam os edifícios públicos sendo as Igrejas e os Solares. Ainda que, não obstante a exploração dos recursos, todos os materiais e técnicas construtivas tinham ainda caráter biodegradável similares aos naturais e não poluentes. Entretanto, em relação ao saneamento básico, os sistemas de abastecimento de água e disposição final de efluentes, sempre foram um problema de relativa complexidade. Sistemas primários de redes coletoras em valas escoradas por pedras levavam os dejetos para córregos e rio próximos, ainda não denotados volumes comprometedores, pois a natureza aparentemente suportava reprocessar tais cargas. 
Os Solares, dos Fidalgos, introduziram os estilos europeus como o Classicista da Renascença, ficando a originalidade por conta das “Casas Bandeiristas” construídas em taipa e madeira. Ao final do século XVIII, já está consolidado o estilo Barroco (ciclo do ouro), que foi nacionalizado por imposição das técnicas locais caracterizadaspela pureza e simplicidade das linhas. A partir da metade do século XVIII a arte popular passa a ser considerada cultura atrasada pelo gosto da influência europeia que então, passa a afluir nos nossos centros culturais. No início do século XX é invadido pelos estilos estrangeiros, então surge à reação nacionalista baseada no estilo neocolonial e no marajoara, abrindo caminhos para o modernismo, que trouxe novos conceitos conforme resumem Chazan, Souza e Almeida.
[...] A arquitetura não é apenas um reflexo do processo econômico. É também um reflexo cultural do sistema político-sócio-econômico.
[...] As mudanças não se processam sozinhas nem tampouco brotaram do nada, abruptamente, como num estalar de dedos, e sim foram condicionadas a valores que as exigiram.
[...] Uma casa é, no final das contas, uma máquina cujo aperfeiçoamento técnico permite, por exemplo, uma distribuição racional de luz, calor, água fria e quente, etc...
[...] Construir uma casa a mais cômoda possível, eis o que deve procurar o arquiteto...
	 A arquitetura moderna, além de novos conceitos, possibilitou o desenvolvimento de técnicas e aplicações de outros materiais construtivos. O concreto armado, o aço, o vidro e outras mais, como as alternativas mais recentes de vedação e divisórias internas a exemplo do gesso acantonado, ou desenvolvimento de sistemas estruturais arrojados com predominância dos metais, como o High Tech, ou a condição de vencer grandes vãos por estruturas de concreto armado e protendido. Ocorreu também a padronização e a conscientizarão da necessidade de critérios e normas técnicas para as várias etapas de urbanização e edificação configuradas nas NBR-ABNT e planos diretores de urbanização, normatizando as atividades de urbanismo, arquitetura e engenharias. 
	Outro produto do desenvolvimento tecnológico moderno, o automóvel, acrescentou além de soluções para a dinamização das atividades humanas, uma carga poluente comprometedora para as desejáveis condições ambientais. Percebemos isto em escala regionalizada, onde podemos comprovar a espantosa multiplicação deste meio de transporta que num curto espaço de tempo, entre 1970 e 1982, aumentou em 100.000 unidades, somente na jovem cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás, implantada num passado próximo de sete décadas, onde antes existiam um pequeno vilarejo e campos do cerrado goiano. 
É necessário acrescentar que os processos de extração e industrialização dos recursos naturais transformados, também são intensificados para fins de atender estes novos métodos construtivos e crescente aumento populacional. Bem como, considera-se a geração crescente de dejetos resultantes da urbanização e edificações, quer seja no momento da execução, na utilização ou nas posteriores demolições, carregando um volume cada vez maior de componentes altamente poluentes, alguns com potencialidades mutagênicas e tóxicas tal como amianto e polímeros dos adesivos. Acrescentamos ainda os equipamentos eletrônicos e utensílios de implementação todos gerados e automatizados por sistemas físico-eletroeletrônicos, geradores de maior complexidade para disposição final enquadrados nas várias categorias de riscos dos resíduos sólidos. Tal é a complexidade que fomentou a criação de uma indústria de coleta e reciclagem. 
	No que concerne a materiais e técnicas, temos desenvolvimento de estudos voltados para a arquitetura, que procuram racionalizar a matéria prima dos elementos construtivos para a minimização de impactos. No que diz respeito a tecnologias de habitabilidade e implementação, encontra-se uma grande fonte de possibilidades em pesquisar e adequar aplicações otimizadas dos recursos naturais, não desconsiderando a tecnologia, e sim valendo-se da mesma de forma a integrar o novo padrão emergente, contemplando as colocações de Shazan. 
[...] A criatividade arquitetônica não pode ser avaliada somente pela forma, espaços ou linguagem utilizada na solução de um problema isolado, senão como resposta eficiente aos problemas que concerne a toda a sociedade em função da posterior aplicação generalizada.
[...] A desigual distribuição da população e o desemprego no mundo atual supõem um terrível desafio na arquitetura e no urbanismo, que deverão encontrar novas formas que evitem a destruição ecológica e favoreçam a ótima utilização da energia e dos recursos naturais.
	Por inúmeros aspectos favoráveis, uma corrente social global, composta por formadores de opinião de diversas áreas de atuação e técnicos especializados nas áreas urbanas e de edificações, engajados aos movimentos ecológicos, defendem as verticalizações das edificações e cidades. O produto provável desta tendência deverão ser as torres verdes polarizadoras em implantações condizentes. A configuração destes sistemas construtivos deverá suportar o “status” de serem autossuficientes. Permeando conceitos científicos recentes, além de promover as atividades peculiares ao homem contemporâneo, trabalho, descanso, segurança, abastecimento de ordens diversas (energia, água, alimento), lazer, convivência, práticas religiosas, acessibilidade e mobilidade, relações comerciais, cultura, bem como se tornarem sustentáveis e duráveis assim como preconizam os conceitos que estão se formando nas teorias urbanas. Diante das novas necessidades geradas na formação das cidades globais e seus aparatos em sistemas de comunicação que possibilitam, às estrategicamente situadas, tornarem-se polos administrativos globais. Também terão que administrar e promover a integração homem/natureza de modo a não o isolar em um ambiente descaracterizado totalmente artificial, além de fornecer respostas para questões como a produção de compostos orgânicos voláteis presentes em locais fechados onde haja aglomeração humana, que afirmam alguns cientistas serem desprendidos dos materiais e dos seres, danosos à saúde humana, com potencial para afetar inclusive circuitos eletrônicos. 
	Para o urbanismo, entre outros, o benéfico desta tendência serão a diminuição dos transportes, especialmente os impulsionados por combustão interna, pela diminuição da produção de CO2, redução do consumo de combustíveis fósseis, diminuição de gastos públicos com sistemas viários e transportes coletivos, diminuição de áreas ocupadas, impermeabilizadas e, especialmente preservação de espaços para fauna e flora, entre tantos outros aspectos favoráveis à desejável preservação ambiental e melhorias na qualidade de vida das populações.
	Esta evolução conceitual deverá se respaldar em procedimentos técnico-científicos para alcançar o propósito de tornar as cidades globais espaços urbanos sustentáveis relevando suas capacidades ambientais. Todavia, ainda uma teoria!
	Contextualização:
	A modernidade alicerçada no paradigma do desenvolvimento, alavancou tecnologicamente a sociedade contemporânea, entretanto, imputou degradações ambientais devastadoras, dizimando ou levando ao risco de extinção outras espécies que compõem a biodiversidade do planeta. Ainda que constatada já a muito tempo, somente em poucas décadas a sociedade se mobilizou para buscar soluções realmente aceitáveis frente ao problema.
Em Arquitetura, percebe-se de que o legado modernista, apesar da sua contribuição ímpar para o desenvolvimento tecnológico formal na urbanização e edificações da sociedade contemporânea, também requer uma nova leitura sob a ótica dos preceitos do paradigma ascendente da sustentabilidade. Necessitamos rever a aplicação desenfreada das tecnologias utilizadas e potencialmente agressivas ao meio ambiente como resposta à problemática de propiciar conforto às atividades humanas quando são desconsiderados os impactos ambientais gerados pela exploração e produção de insumos, geração e fornecimento de energia e água, disposição de efluentes e resíduos entre outras tantas questões mais eminentes como dar condição de abrigo, mobilidade e conforto equitativamente justo a toda uma crescente população.
As tendências tecnológicas modernistas somadas à necessidade sócio-política de alocarum contingente crescente de população urbana de maneira suportável ao poder público e privado, através do Sistema Financeiro de Habitação ou outros recursos destinados à produção de moradias e conjuntos habitacionais padronizados ou personalizados, direcionam as categorias profissionais envolvidas no processo a desenvolverem obras de baixo custo, maior qualidade em menor tempo. 
Quanto às edificações, algo que não se justifica do passado é o esquecimento ou a desconsideração dos predicados da arquitetura Bioclimática, na qual os critérios obrigatórios de implantação, orientação, proteção, ventilação, iluminação natural e emprego de materiais e técnicas construtivas compatíveis fossem ignorados e lançados os impactos resultantes para a competência da tecnologia de instalações, intensificando o uso de aparelhos de climatização e iluminação e sobrecarregando as redes públicas de captação, abastecimento e coleta nos moldes atuais comprovadamente geradores de impactos ambientais.
Também nos modelos de urbanização, a ineficiência na previsão da necessidade e condições de mobilidade pela setorização das atividades, eventualmente oportunas, desconsiderou o devido dimensionamento e a capacidade de escoamento que deveriam ser ofertados pelas vias públicas, tanto quanto a possibilidade de sistemas de transporte coletivos eficientes para as massas populacionais.
	A transição ainda corrente do paradigma do desenvolvimento para o da sustentabilidade reporta-nos à visão holística e ao conceito da multidisciplinaridade, onde cada cidadão em sua especialidade deve participar deste processo transitório visando o bem comum e a integração aos predicados deste novo paradigma que se concentra na preservação do meio ambiente e do bem-estar social das gerações futuras, conforme já percebido a tempos como descreve Carlos A. C. Lemos.
“A cidade caminha para o desastre social simultaneamente a uma crise econômica, exatamente pela falta de orientação, pela hipertrofia do setor de serviços, a não existência de continuidade dos programas planejados, pelos interesses atuantes na estrutura e no modus-vivendi do homem moderno”.
“Cremos ser de fundamental importância à participação do Arquiteto no processo, como gerador de soluções, para tentarmos, ainda em tempo, o que até hoje, com todo este aparato, nem de perto foi conseguido”.
	Base analítica:
	Serão apontados a seguir alguns aspectos e dimensões analíticas já desenvolvidas, para fins que possibilitem um dimensionamento populacional e procedimentos técnicos interdisciplinares com o propósito de estimar a capacidade dos espaços naturais e antrópicos, nas dimensões analíticas de Capacidade de Carga e Capacidade Ambiental.
	 O propósito: Apresentar uma rotina lógica inteligível, pouco conceitual, que auxilie o estudo de projetos e intervenções em espaços naturais ou construídos para os fins de gestão dos serviços da área da construção civil e arquitetura. É desejável que este procedimento seja ampliado pelas capacitações individuais somadas aos conhecimentos gerais interdisciplinar elevando o resultado a uma conotação holística, em contribuição ao paradigma ascendente.
DIMENSÕES MÍNIMAS PARA ANALISAR CAPACIDADE DE CARGA E CAPACIDADE AMBIENTAL.
1) ECOLÓGICA: são limites biológicos do espaço frente às atividades; entendimento dos ecossistemas e inter-relações; é uma atividade multidisciplinar e interdisciplinar.
2) SOCIAL E PSICOLÓGICA: são os níveis de impactos humanos; expectativas das classes envolvidas; é uma apropriação do estudo de percepção interdisciplinar e técnico estatístico.
3) ESPACIAL: verificações das condições de infraestrutura urbana (geográficas, tecido urbana, sistema viário, edificações, equipamentos urbanos, mobiliários e usos, segurança, acomodações, sistemas de abastecimentos, etc...)
4) FUNCIONAL: direciona a utilização do local pela sua aptidão natural já detectada no processo evolutivo corrente. 
FATORES DE PERCEPÇÃO PARA ANÁLISE DA CAPACIDADE DA CARGA EM CENTROS TURÍSTICOS E HISTÓRICOS.
CÁLCULO DA CAPACIDADE DE CARGA: T V = CL x CR
(TV) Tempo de visita = (CL) Capacidade Local x (CR) Coeficiente de Rotação.
Onde:
- Capacidade Local (CL) = densidade populacional da área / padrão de frequência.
(Densidade populacional da área = densidade legal ou n.º de leitos instalados.)
- Coeficiente de Rotação (CR) = tempo disponível a visitação / duração média das visitas
	As análises produzidas para estimar Capacidade de Carga remetem à relação direta entre aos fatores circundantes da vida/atividades e os impactos gerados, já na análise estendida necessária ao estudo da Capacidade Ambiental, os fatores são ampliados para maior complexidade onde existe ainda uma relação entre fatores a ser contemplada e entendida em toda sua abrangência, logo, interdisciplinares.
FATORES DE PERCEPÇÃO PARA ESTUDO DE CAPACIDADE AMBIENTAL
Método para estudos inicial de empreendimentos impactantes:
	Integrados à necessidade de conceber uma melhor ocupação dos espaços, adensados às atividades de fazer arquitetura e urbanismo em suas habilitações, precisamos comprovar as possibilidades de novas práticas ou novas leituras das teorias e métodos construtivos no tangível ao uso dos fatores Bioclimática, captação e reutilização dos recursos físicos e químicos e produção da energia limpa em suas variáveis, adaptáveis a edificações de uso coletivo. Isto se converte, por esta ótica lógica em uma necessidade imperativa.
	Destarte, ainda que tal complexidade evolutiva esteja alocada nesta civilização, são claros os caminhos pelos quais, com muita paciência e dedicação podemos levar ao coletivo a cultura e os preceitos da sustentabilidade.
	É apresentado a seguir uma matriz, ou seja, um método prático a ser seguido para orientar empreendimentos com potencialidade impactante, que somado e composto por outros procedimentos já praticados, como a exigência do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto Ambienta), entre outros procedimentos, apontam para o objetivo de estudar conscientemente antes de produzir projetos e obras.
MATRIZ INICIAL PARA O ESTUDO DA CAPACIDADE AMBIENTAL
	É fundamental o entendimento de empreender visando a coexistência das espécies, avaliando a capacidade ambiental dos espaços, sejam antrópicos ou naturais. Todo o novo intento imobiliário tem por obrigação preocupar-se com a condição dos ecossistemas de suportarem os impactos gerados nas ações antrópica sem produzir degradações irrecuperáveis a condição de coo evolução e preservação máxima dos sistemas bióticos.
MATRIZ .
 METODOLOGIA PARA ESTUDO DA CAPACIDADE AMBIENTAL.
VI – BIBLIOGRAFIA
ACSELRAD, Henri, (org), A duração das cidades: sustentabilidade e risco nas políticas urbanas – DP&A editora, Rio de Janeiro-RJ, 2001.
CAMARGOS JÚNIOR, Ronan Gouveia de – Arquitetura Bioclimática, Teoria e História da Arquitetura (673), Departamento de Artes e Arquitetura – UCG, 1991-1992.
CHAZAN, Daniel, SOUZA, Juvenil Longo, ALMEIDA, Wilson Duarte de - Arquitetura Contemporânea Brasileira – Criatividade e Inventividade, escola profissional Salesiana, São Paulo-SP– 1977.
DAVIES, Colin – High Tech Architecture, Rizzoli International Publications, Inc., New York-USA, 1988. 
LEMOS, CARLOS A. C.- História da Casa Brasileira, Coleção Repensando a História, Editora Contexto (Pinsky Ltda.)- 1996.
NATIONAL GEOGRAPHIC Vol. 1 nº 3, A Aurora do homem, Gente como a GENTE, p. 57-83, Julho 2000.
NOVAES, WASHINGTON – A década do impasse: da Rio-92 à Rio+10, Editora Estação Liberdade – São Paulo-SP- 2002.
OLIVEIRA, Eliéser Cardoso de, - História cultural de Goiânia, coleção Histórias de Goiás, vol.3, Editora Alternativa, Goiânia-GO, 2003.
RODRIGUES, Arlete Moysés, Produção e Consumo do e no Espaço – Problemática Ambiental Urbana, Editora Huriec, São Paulo-SP., 1998.
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