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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Medicina Veterinária Disciplina Anatomia Animal Aplicada à Zootecnia ROTEIRO TEÓRICO-PRÁTICO SOBRE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA ANIMAL Prof. André Luiz Quagliatto Santos - Responsável. Profa. Lucélia Gonçalves Vieira – Colaboradora. Uberlândia/ 2018 RESUMO SOBRE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA ANIMAL – PARTE TEÓRICA CONSIDERAÇÕES GERAIS A anatomia é um ramo da morfologia que estuda a forma, a disposição e a estrutura dos componentes dos seres vivos. O termo, de origem grega, significa “cortar fora”, por isso, a dissecação do cadáver é o meio tradicional de estudá-la, além de primordial. O estudo da anatomia pode ser dividido em duas partes: anatomia sistêmica e anatomia topográfica. Na anatomia sistêmica, o animal é estudado por meio de sistemas ou aparelhos, isto é, conjuntos de órgãos de origem e estrutura semelhantes e associados para exercerem determinadas funções. Ela compreende, assim, vários ramos, como a osteologia (estudo dos ossos), miologia (estudo dos músculos), esplancnologia (estudo das vísceras) e angiologia (estudo dos vasos). Já na anatomia topográfica focaliza-se uma determinada parte ou região do corpo, estudam-se em conjunto todos os órgãos ou estruturas dos diferentes sistemas que aí se encontram e se inter-relacionam. Nomenclatura anatômica veterinária A anatomia veterinária tem sua linguagem própria. Esta linguagem que compreende o conjunto de termos empregados para designar as inúmeras partes do animal é chamada de nomenclatura anatômica veterinária. Esta nomenclatura foi elaborada por uma comissão internacional de anatomistas veterinários tendo como objetivo padronizar os termos anatômicos. Sua primeira edição foi publicada em 1969 em Viena e a última edição foi publicada em 2012. Divisão do corpo O corpo do animal pode ser dividido em cinco partes: cabeça, pescoço, tronco, membros e cauda. O tronco, por sua vez, é constituído de três segmentos – o tórax, abdome e pelve. Os membros dividem-se em torácicos e pelvinos. Em cada membro distinguem-se uma raiz, que se prende ao tórax ou à pelve, e uma extremidade livre. No membro torácico, a raiz é constituída pela ligação do osso escápula com o tórax por meio de músculos e a extremidade livre divide-se em braço, antebraço e mão. No membro pelvino, a raiz é representada pelo quadril e a parte livre compreende a coxa, perna e pé. Posição anatômica Para se evitar o uso de termos diferentes ao descrever o corpo do animal, considerando-se que a posição pode ser variável, achou-se conveniente adotar uma posição padrão. Esta é a posição fundamental de descrição anatômica, que nos animais quadrúpedes ficou estabelecida da seguinte maneira: o animal de pé, com os quatro membros estendidos e firmemente apoiados no solo; o pescoço encurvado para cima, formando um ângulo de 145° com o dorso; a cabeça mantém-se mais ou menos ereta num plano horizontal, de modo que as narinas fiquem voltadas para a frente e os olhos para o horizonte. Planos e eixos do corpo Na posição anatômica, o corpo do animal, excluídos os membros, pode ser delimitado por seis planos tangentes à sua superfície, os quais formam com suas intersecções um paralelepípedo imaginário. Estes planos são os seguintes: Dois planos horizontais, um tangente ao dorso, plano dorsal e outro ao ventre do animal, plano ventral. Todos os planos paralelos a estes dois e que cortam o corpo do animal são chamados de planos frontais. Dois planos verticais, cada um tangente a um lado do animal. São planos laterais direito e esquerdo. Todos os planos que cortam o corpo do animal paralelamente aos planos laterais são chamados planos sagitais. Um deles, o plano sagital mediano, passa pelo meio do animal, dividindo-o em metades ou antímeros direito e esquerdo. Dois planos verticais, um tangente à cabeça, plano cranial e outro à cauda, plano caudal. Todos os planos que seccionam o corpo do animal paralelamente aos planos cranial e caudal são chamados planos transversais. Pode-se considerar ainda o corpo do animal como sendo atravessado por linhas imaginárias ou eixos. Assim, temos um eixo sagital, disposto verticalmente e unindo o centro do plano dorsal ao centro do plano ventral; um eixo longitudinal, que se estende horizontalmente do centro do plano cranial ao centro do plano caudal e um eixo transversal ou látero-lateral, disposto também horizontalmente mas unindo entre si os centros dos planos laterais direito e esquerdo. Termos indicativos de posição Para facilitar a descrição das diferentes estruturas anatômicas, foram convencionados certos termos que indicam a posição e direção destas estruturas. Os principais termos são os seguintes: 1. Lateral, medial, intermédio e mediano Os termos lateral e medial são utilizados para designar as faces de um órgão que estejam voltados, respectivamente para os planos lateral e sagital mediano. Assim, temos que um órgão próximo ao plano mediano é medial ou situa-se medialmente em relação a outro que lhe fica lateralmente, isto é, mais próximo do plano lateral direito ou esquerdo. O termo intermédio serve para designar uma posição intermediária entre um órgão que lhe é lateral e outro que lhe é medial. Já o termo mediano é empregado para órgãos que ficam ao nível do plano sagital mediano, como por exemplo, as vértebras. 2. Cranial, caudal e rostral Uma face, estrutura ou órgão é cranial quando está voltado para ou está mais próximo do plano cranial, em relação a outro que lhe é caudal, isto é, que está voltado ou mais próximo do plano caudal. O termo rostral é utilizado para designar a posição e direção de estruturas localizadas na cabeça, em substituição ao termo cranial. Na mão e no pé o termo cranial é substituído por dorsal e o termo caudal por palmar, na mão, e plantar, no pé. 3. Dorsal, ventral e médio Os termos dorsal e ventral são utilizados para designar faces ou órgãos que estejam voltados ou mais próximos, respectivamente, dos planos dorsal e ventral. A posição intermediária entre dorsal e ventral é designada como média. 4. Externo e interno Os adjetivos externo e interno, utilizados para órgãos cavitários, indicam que suas faces estejam voltadas, respectivamente, para o exterior ou para o interior das cavidades. 5. Superficial e profundo Os termos superficial e profundo indicam posições, em órgãos ou regiões, que estejam mais próximos e mais afastados, respectivamente, da superfície considerada. 6. Proximal e distal Para os membros e outros órgãos apendiculares (orelhas, cauda e etc.), utilizam- se os termos proximal e distal, conforme a parte considerada se encontre mais próximo ou mais distante de sua raiz. São também utilizados para os segmentos e ramificações de vasos e nervos em relação ao coração e ao sistema nervoso central, respectivamente. É claro que, como nos demais casos, estes termos indicam uma posição relativa. Assim, por exemplo, o rádio é distal em relação ao úmero, mas ao mesmo tempo é proximal em relação ao carpo. 7. Axial e abaxial Estes termos são utilizados para aquelas espécies em que o eixo funicional do membro passa entre os dedos III e IV, como nos ruminantes. Neste caso, a face do dedo que está voltada para o eixo é chamada axial e a face oposta, isto é, afastada do eixo, denomina-se abaxial. 8. Superior e inferior Os termos superior e inferior são utilizados na designação das pálpebras e dos lábios dos animais.INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA ANIMAL – PARTE PRÁTICA 1. Observe nos diversos esqueletos do laboratório a posição de descrição anatômica dos quadrúpedes. 2. Identifique no esqueleto as partes fundamentais da divisão do corpo dos animais, como: cabeça, pescoço, tronco (tórax, abdome e pelve) e membros (torácicos e pelvinos). 3. Observe no esqueleto os seguintes planos que delimitam o corpo dos animais domésticos. - Cranial e caudal; - Dorsal e ventral; - Lateral direito e lateral esquerdo. 4. Observe no esqueleto os seguintes planos que seccionam o corpo dos animais domésticos. - Plano forntal; - Plano transversal; - Plano sagital mediano. 5. Estude no esqueleto articulado e mesmo no desarticulado, os ossos que mais bem exemplificam os seguintes termos de indicação de posição. - Lateral, intermédio, medial e mediano; - Dorsal, ventral e médio; - Cranial, caudal e rostral; - Proximal e distal; - Axial e abaxial; - Palmar e plantar; - Externo e interno; - Superior e inferior; - Superficial e profundo.
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