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Cultura Brasileira 7 8

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Cultura Brasileira / Aula 7 - Identidade Cultural
Introdução
Nesta aula, analisaremos a questão da identidade na contemporaneidade. O argumento dos debates que giram em torno dessa questão diz que as "velhas identidades", que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno.
Objetivos
Entender a problemática da Identidade Cultural hoje.
Compreender Identidade Cultural como um processo histórico.
Saber o que são “identidades híbridas”.
Vamos começar essa aula com a reflexão de um crítico contemporâneo chamado Kobena Mercer, citado por Stuart Hall, que diz que:
Considerando essa reflexão, passamos ao foco da aula que é a questão da identidade na contemporaneidade.
O argumento dos debates que giram em torno da questão Identidade Contemporânea diz que as “velhas identidades”, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno.
É a chamada “crise de identidade”.
Ela é vista como parte de um processo mais amplo de mudança que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social.
Identidade Cultural e o Sujeito Contemporâneo
As “velhas identidades” que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, visto até aqui como um sujeito unificado.
Crise de Identidade
Um tipo diferente de mudança está transformando as estruturas das sociedades modernas desde os meados do século XX.
Tal mudança é responsável pela fragmentação das paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, que no passado, nos tinham fornecido sólidas localizações como indivíduos sociais.
Essas transformações atingem nossas identidades pessoais, pondo em xeque a ideia que temos de nós próprios como sujeitos integrados.
Esta perda de um “sentido de si estável” é chamada de “deslocamento” ou “descentração” do sujeito.
Fonte: Radu Bercan / Shutterstock
Breve Histórico das Concepções de Identidade do Sujeito
Cultura Brasileira / Aula 8 - A Sociedade Global
Int
r O cientista social Octavio Ianni, em sua obra A sociedade global afirmou que o mundo ampliou-se além da capacidade interpretativa dos conceitos já conhecidos, que partem sobretudo das ciências sociais.
O mundo ampliou-se além da capacidade interpretativa dos conceitos já conhecidos que partem, sobretudo, das ciências sociais. Nesta aula, Nessa afirmação, o autor faz referência a noções de sociedade global que experimentamos hoje.
O indivíduo e a sociedade já não se situam apenas no âmbito da nação e de sua história.
As biografias já não expressam nem a autonomia ou identidade do indivíduo, nem podem ser explicadas, de modo satisfatório, no âmbito do grupo, classe ou sociedade nacional.
A Sociedade Global
A cultura, além das formas conhecidas, como expressão e condição de classes, etnias, minorias, sociedades e outros, está impregnada de padrões e valores, ideias e imaginários, provenientes destes grupos situados além. As relações, os processos e as estruturas de dominação e apropriação, antagonismo e integração, ultrapassam fronteiras.
O que é Globalização?
A globalização se refere àqueles processos que atuam em escala global,
que atravessam fronteiras nacionais, integrando e conectando
comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo.
A globalização está deslocando as identidades culturais nacionais,
pois atravessa fronteiras nacionais, integrando e conectando
comunidades e organizações, em novas combinações de espaço-tempo,
tornando o mundo mais interconectado.
O Global, o Local
A era da globalização impõe transformações universalizantes que reconfiguram a tradição, seu abandono ou desincorporação.
O local encontra-se de tal forma conectado ao global que influencia e é influenciado por este.
A tradição vivenciada no locus do cotidiano, no espaço específico, é colocada em questão pela experiência vivenciada do indivíduo no tempo e espaço global. Por outro lado, o local também problematiza o global.
Poucas pessoas, em qualquer lugar do mundo, podem continuar sem consciência do fato de que suas atividades locais são influenciadas e, às vezes, até determinadas, por acontecimentos ou organismos distantes.
O reverso da medalha é menos evidente. Hoje em dia, as ações cotidianas de um indivíduo produzem consequências globais.
A decisão de comprar uma determinada peça de roupa, por exemplo, ou um tipo específico de alimento, tem múltiplas implicações globais.
Há uma interdependência cada vez maior entre o espaço global e o local.
O global tem influência sobre as vidas individuais nos espaços locais; mas também as decisões dos indivíduos em seu cotidiano podem influenciar sobre os resultados globais. Esta interinfluência incide sobre as coletividades e grupos de todos os tipos, incluindo o Estado.
Todos têm que levar em consideração essa realidade, o que pressupõe repensar os papéis, sua reorganização e reformulação.
Milles Studio/Shutterstock
A experiência global da modernidade está interligada – e influencia, sendo por ela influenciada – à penetração das instituições modernas nos acontecimentos da vida cotidiana.
Não apenas a comunidade local, mas as características íntimas da vida pessoal e do eu tornam-se interligadas a relações de indefinida extensão no tempo e no espaço. Estamos todos presos às experiências do cotidiano, cujos resultados, em um sentido genérico, são tão abertos quanto aqueles que afetam a humanidade como um todo.
As experiências do cotidiano refletem o papel da tradição – em constante mutação – e, como também ocorre no plano global, devem ser consideradas no contexto do deslocamento e da reapropriação de especialidades, sob o impacto da invasão dos sistemas abstratos. A tecnologia, no significado geral da “técnica”, desempenha aqui o papel principal.
A Dialética das Identidades
A globalização caminha junto ao reforço das identidades locais.
Trata-se de um processo desigual e que tem sua “geometria de poder”.
A globalização retém alguns aspectos da dominação global ocidental, mas as identidades culturais estão sendo relativizadas pelo impacto da compressão espaço-tempo.
Com o declínio das identidades nacionais, identidades híbridas entram em cena.
No debate sobre o novo interesse pelo local e a nova articulação entre o global e o local, há, portanto, uma verdadeira dialética das identidades: entre novas identidades globais e novas identidades locais.
Segundo Stuart Hall:
A globalização tem um efeito contestador e deslocador das identidades centradas e fechadas de uma cultura nacional.

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