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1 Resumo Mecânica dos Solos I – TVC1 1 – Definições Importantes Solos: materiais que resultam do intemperismo ou meteorização das rochas, por desintegração mecânica ou decomposição química. Mecânica dos Solos: é a aplicação das leis da mecânica de da hidráulica aos problemas de engenharia relacionados com os sedimentos e outros depósitos não consolidados de partículas sólidas produzidas pela desintegração mecânica ou química das rochas, prescindindo do fato de conterem ou não elementos constituídos por substâncias orgânicas. Mineralogia: ciência dos minerais. Petrologia: estudo detalhado das rochas, com o seu ramo a Petrografia (sua descrição sistemática). Geologia Estrutural ou Tectônica: ramo dedicado principalmente ao estudo das dobras e falhas da estrutura da crosta terrestre. Geomorfologia: ciência que estuda as formas da superfície terrestre e as forças que as originam. Geofísica: consiste na aplicação dos métodos da Física ao estudo das propriedades dos maciços rochosos e terrosos. Pedologia: estuda as camadas superficiais da crosta terrestre, em particular sua formação e classificação, levando em conta a ação de agentes climatológicos. Mecânica das Rochas: estuda as propriedades tecnológicas das rochas e o comportamento dos maciços rochosos, segundo os métodos da Mecânica dos Solos. É a mais recente das ciências que compõem o conjunto das Ciências da Terra. Hidrologia: estudo das águas superficiais subterrâneas. 2 – Problemas Geotécnicos Deformação (recalque): se refere à deformação na vertical – Compressibilidade – Tensão normal. Ruptura: se refere à estabilidade e ao equilíbrio do solo – Resistência ao cisalhamento – Tensão cisalhante. [O problema de ruptura e deformação são resolvidos juntos] Hidráulica do solo: efeitos da água – Permeabilidade, vazão. [Regime estático: estado de tensões. Regime dinâmico: movimento de água no subsolo (percolação)] – Carga hidráulica OBS: Resistência de cisalhamento: tensão máxima que o solo resiste antes do rompimento. Compressibilidade: é um coeficiente que permite o cálculo da amplitude do recalque correspondente à tensão pré-estabelecida. (Quanto maior o número de vazios, maior a compressibilidade). Permeabilidade: coeficiente equivalente à maior ou menor facilidade de o solo absorver água. (A presença da água no solo muda completamente o seu comportamento). 3 – Origem e Formação dos Solos Solos são materiais que resultam do intemperismo ou meteorização das rochas, por desintegração mecânica ou decomposição química: Desintegração Mecânica (intemperismo físico): através de agentes como água (congelamento da água – expansão – ruptura), temperatura (variação cíclica), vegetação (crescimento de raízes) e vento, formam-se os pedregulhos e areias e até mesmo as siltes, e, em condições especiais, as argilas. Decomposição Química (intemperismo químico): processo em que há modificação química ou mineralógica das rochas origem. O principal agente é a água e os mais importantes mecanismos de ataque são a oxidação, hidratação, carbonatação e os efeitos químicos da vegetação. As argilas representam o último produto do processo de decomposição. 2 Fatores que interferem no intemperismo químico ou físico: tipo do material (propriedades diferentes), clima, topografia (inclinação do relevo muda o tempo de contato com a água), vegetação (umidade, escoamento da água muda). Esses processos ocorrem simultaneamente, mas dependendo de condições climáticas, um pode ter predominância sobre o outro. Segundo os pedologistas, a formação de um solo é função da rocha de origem (r), da ação dos organismos vivos (o), do clima (cl), da fisiologia (p) e do tempo (t). s = f(r, o, cl, p, t) As camadas que constituem um perfil são denominadas horizontes e designam-se pelas letras A (camada superficial), B (subsolo) e C (camada profunda). Rochas Matrizes: Ígneas ou Magmáticas: provenientes do resfriamento do magma. Sedimentares: sedimentos depositados gradualmente com posterior consolidação. Metamórficas: modificação de outros tipos de rochas. Ocorre a grandes profundidades, onde há grande pressão e temperatura. 4 – Solos Residuais, Sedimentares e de Formação Orgânica Solos Residuais: são os que permanecem no local de origem, observando-se uma gradual transição do solo até a rocha. Partículas angulosas e grandes. - Solos Lateríticos: característicos de clima quente e úmido. Baixa plasticidade, pouca expansibilidade e baixa fertilidade. - Solos Expansivos - Solos Porosos: porosidade elevada Solos Sedimentares (transportados): sofrem a ação de agentes transportadores, podendo ser aluvionares (transportados pela água) [locais planos e baixos, geralmente estratificado, devido aos diferentes regimes das águas], marinhos (transportados por correntes marítimas) [tendem a possuir grãos finos com grandes distâncias percorridas], lacustres (transportado pelas águas dos rios e depositados nos lagos) [áreas baixas ou bacias hidrográficas, grãos maiores nas bordas e menores no centro, devido à velocidade da água], eólicos (quando pelo vento) [capacidade baixa de arraste, uniforme, poroso, instável, dimensão de areia], coluvionares (pela ação da gravidade) [terrenos inclinados, base das encostas, bem graduado, sedimentos angulosos] e glaciares (pelas geleiras) [áreas baixas, partículas bem graduadas, podendo apresentar superfície polida (não perde os ângulos)]. As texturas desses solos variam com o tipo de agente transportador e com a distância de transporte. Solos de formação orgânica: são de origem essencialmente orgânica, seja de natureza vegetal (plantas, raízes), seja animal (conchas). 5 – Composição Química e Mineralogia dos Solos Um mineral é uma substância inorgânica e natural, com composição química e estrutura definidas. Os minerais encontrados nos solos são os mesmos das rochas de origem (minerais primários), além de outros que se formam na decomposição (minerais secundários). Quando à composição química dos principais minerais componentes dos solos grossos, grupamo-los em: Silicatos – feldspato, mica, quartzo, serpentina, clorita, talco; Óxidos – hematita, magnetita, limonita; Carbonatos – calcita, dolomita; Sulfatos – gesso, anidrita. 3 Minerais Argílicos: pequeniníssimos minerais cristalinos que constituem as argilas, apesar de sua aparência amorfa. Caolinitas: são formadas por unidades de silício e alumínio, que se unem alternadamente, conferindo-lhes uma estrutura rígida. As argilas caoliníticas são relativamente estáveis em presença da água. Montmorilonitas: são estruturalmente formadas por uma unidade de alumínio entre duas de silício. A ligação entre essas unidades, não sendo suficientemente firme para impedir a passagem de moléculas de água, torna as argilas montmoriloníticas muito expansivas e, portanto, instáveis em presença da água. Ilitas: são estruturalmente análogas às montmorilonitas, sendo porém menos expansivas. 6 – Propriedades das partículas sólidas do solo Peso específico das partículas (γg): γg = Ps/Vs Ps = peso da parte sólida Vs = volume da parte sólida Densidade relativa (δ): δ = γg/γa γg = peso específico da parte sólida γa = peso específico da água a 4oC (1 g/cm³) Forma das partículas: a forma das partículas do solo tem grande influência sobre suas propriedades. Partículas arredondadas: predominam nos pedregulhos areias e siltes. Partículas lamelares: semelhantes a lâminas ou escamas. São as que encontram nas argilas. Responsávelpela compressibilidade e plasticidade. Permite a coesão das partículas. Partículas fibrilares: característica dos solos turfosos. 7 – Índices Físicos O solo é um material constituído por um conjunto de partículas sólidas, deixando entre si vazios que poderão estar parcial ou totalmente preenchidos pela água. É, no caso geral, formado por três fases: sólida, líquida e gasosa. Água no solo: diferentes estados em que a água se apresenta nos solos: Água de constituição: faz parte da estrutura molecular da parte sólida; Água adesiva ou adsorvida: película de água que envolve e adere fortemente a partícula sólida; Água livre: se encontra em uma determinada zona do terreno, enchendo todos os seus vazios; Água higroscópica: é a que ainda se encontra em um solo seco ao ar livre; Água capilar: é aquela que nos grãos finos sobe pelos interstícios capilares deixados pelas partículas sólidas, além da superfície livre da água. OBS: as águas livre, higroscópica e capilar são as que podem ser totalmente evaporadas pelo efeito do calor, a uma temperatura maior que 100oC. Os seguintes índices e relações desempenham um importante papel no estudo das propriedades dos solos. Tem-se que Vt = Vv + Vs = Var + Va + Vs e Pt = Ps + Pa. 4 Teor de umidade: h% = (Pa/Ps) x 100 Peso específico aparente: γ = Pt/Vt Peso específico aparente de um solo seco (h = 0): γs = Ps/Vt ou γg = γ/(1 + h) Índice de vazios: ε = Vv/ Vs ou ε = (γg/ γs) – 1 Porosidade: n% = (Vv/ Vt) x 100 ou n = ε/(1 + ε) Grau de saturação: S% = (Va/ Vv) x 100 (se S = 100%, temos ε = hδ) Grau de aeração: A% = (Var/ Vv) x 100 ou A = 1 – S Peso específico de um solo saturado: γsat = γa(δ + ε)/(1 + ε) Peso específico de um solo submerso: γsub = γa(δ -1)/(1 + ε) ou γsub = γsat – γa Há ainda o índice Grau de Compacidade (GC): GC = (εmáx- ε)/ (εmáx- εmín) Fofos ou soltos: 0 < GC < 1/3 Mediamente compactos: 1/3 < GC < 2/3 Compactos: 2/3 < GC < 1 8 – Plasticidade e Consistência dos Solos Plasticidade: propriedade circunstancial em que o solo pode suportar grandes deformações, sem variação volumétrica apreciável e sem fissuras. Depende do teor de umidade e da forma e tamanho das partículas e sua composição mineralógica. Consistência: estados de resistência, rigidez ou fluidez em que o solo de graduação fina se encontra (firme, solto...). A fração fina do solo, além dos minerais constituintes, tem uma grande importância no comportamento dos solos. Estados de consistência: o solo coesivo pode se apresentar em qualquer dos quatro estados que são: sólido (não sofre variação volumétrica), semissólido (característica sólida, porém retrai ao secamento), plástico (característica moldável, resistem a grandes tensões sem se romperem) e líquido (aparência fluida ou de lama). Os teores de umidade que definem a passagem de um estado para o outro são chamados de limites de consistência. Limites de consistência: limite de contração [LC] (sólido – semissólido), limite de plasticidade [LP] (semissólido – plástico), limite de liquidez [LL] (plástico – líquido).
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