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fichamento ENG SOCIAL E CONSCIENTIZAÇÃO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
 
 
 
Fichamento de Estudo de Caso
 
Bruno Rodrigues Lomeu
 
Trabalho da Disciplina Eng Social e conscientização em Seg.da Informação
 Prof.a Elizabeth Tomaz L. Nogueira
 
Biblioteca da Virtual Universidade Estácio de Sá
2018
 
Estudo de Caso : 
 
Eng Social e conscientização em Seg.da Informação 
Conflito no andar de Devivativos
Referência: 
Harvard Business School,Joseph L. Badaracco JR., Jerry Ussem, Conflito no andar de Devivativos,EUA 9 de março de 2006.
	De 86 a 88 trabalhei no First America Bank. No início foi como assistente e depois como vendedor na área de devivativos de moeda estrangeira. Na época me especializei em swap de taxa de juros de moedas cruzadas. Quando era assistente trabalhei para alguns vice presidentes mas principalmente para uma vendedora chamada Linda que foi quem me recrutou para a empresa. Ela era uma mulher instável e agressiva mas também muito respeitada por fechar grandes contratos e garantir que os créditos fossem ganhos por ela.
	Em setembro de 86 eu e Linda trabalhávamos na conta da Poseidon Cruise Lines que na sua maioria movimentava trasações de baixo valor. Naquela altura eu já estava acostumado com a Linda e seu jeito de ser. Nesse meio tempo Linda acabou fazendo amizade com o CFO e o tesoureiro deles. A Poseidon naquele ano resolveu apostar na construção de um novo navio de US$ 700 milhões em um estaleiro francês que viria a ser o maior da frota deles e a maior transação que o banco já teve.
	A empresa Poseidon enfrentou vários desafios mas o principal era devido ao fato do estaleiro francês pedir seus pagamentos em francos e que por consequência poderiam haver risco de diferença de valor da moeda francesa com a americana podendo trazer grandes prejuizos financeiros. Apesar do governo francês emprestar esse valor para a Poseidon em francos para ajudar na transação nem o tesoureiro ou CFO tinham experiência em uma transação desse tipo, nesse montante e dessa complexidade.
	Depois de meses de trabalho de Linda com o CFO da Poseison. Planejaram bloqueá-la de qualquer perigo e ao menor custo em moeda americana possivel. Para isso teriam que tomar alguns cuidados para que nem o banco e nem a empresa tomassem prejuizo. A Poseidon deveria fazer o pagamento dos primeiros 10% ao estaleiro. Para isso,o First America conseguiria o melhor preço possível na troca de dólares por francos no preço à vista. Durante 3 anos seguintes a Poseidon deveria fazer vários pagamentos mensais ao estaleiro . Com isso o banco intermediaria pagando em francos aos franceses e receberia da Poseidon em dólares o equivalente. Chamavam esse tipo de transação de “swap de moedas cruzadas”. Os pagametos principais com vencimento no terceiro, quarto e quinto ano foi proposto por Linda em 3 contratos fixando taxas de câmbio futuras. Das opções atuais disponíveis ela convenceu o CFO da Poseidon de que a compra de opções em moeda estrangeira, a compra de títulos da dívida do governo francês e o uso de futuros seria a melhor combinação para garantir a proteção de ambos contra qualquer perda. Ela dizia que com isso a Poseidon economizaria com os custos de transação e também pelo fato de permitir o First America lidar exclusivamente com isso. Depois de todos os pontos lançados o CFO concordou com o plano que não deixava a desejar se comparado a outras opções de cobertura contra riscos de taxas de câmbio. O que não ficou claro é quem pagaria por essas transações.
	Eu havia levantado algumas questões de como Linda estava lidando com a conta da Poseidon como, primeiramente, no segredo que ela pedia ao cliente quanto a divulgação do contrato com outras instituições para supostamente protegê-los de uma possível agitação no mercado podendo elevar os custos da moeda. Apesar de haver verdade nisso o custo disso não superava nem de perto o lucro que o banco teria. Segundo, o preço em juros fixados por Linda estava muito acima das taxas dos títulos atuais da dívida do governo francês não havendo motivo para cobrar um valor tão acima do normal para cobrir os riscos do banco e ainda lucrar. Finalmente terceiro, Linda disse ao CFO que o banco teria o lucro de US$ 1,2 milhões enquanto o valor real era de US$ 12,5 milhões se tornando assim de longe o maior lucro obtido até então no First America.
	Eu estava enviando aos executivos da Poseidon vários documentos demonstrando as vantagens da negociação mas eles continuavam com dúvidas se as taxas de juros informadas por Linda se concretizariam. Eles queriam mais certeza sobre esse ponto crucial que afetava o preço da transação mas que eu sabia que estava bem acima do que realmente deveria ficar. Quando contei a ela pude ver que ela ficou muito precupada e me pediu para enviar um fax da Telerate que era uma fonte de informação online muito usado para análise de preços de negociações de taxas de juros no mundo todo. O problema é que o fax não informava todo o contexto, que claro, não era condizia com as taxas informadas pelo banco. Ao informar isso a Linda ela ficou nervosa e pediu que somente fizesse o que ela havia me ordenado sem discussões. Em posse dessa informação entrei em um terrível dilema em enviar as informações pedidas por ela mesmo sabendo não serem verdade e lesar seriamente o cliente ou relatar o caso aos meus superiores e viver bem comigo mesmo sabendo que fiz a coisa certa. 
Haviam vários pontos a favor do banco e vários contra. Primeiramente meus ideais como pessoa me diziam que devemos obedecer a nossa hierarquia. Segundo, Linda havia me recrutado e apostado em mim para trabalhar com ela mesmo não tendo experiência na época e não tendo um MBA. Terceiro, eu como funcionário, deveria ajudar a minha empresa a ganhar o máximo de dinheiro possível. Isso envolvia bônus para vários funcionários, aumento do meu salário, melhor colocação do banco no mercado, aumento das ações do banco e por consequência uma empresa mais lucrativa. Quarto e não menos importante eu ainda era um funcionário novo e perder ou mesmo demonstrar insergurança com uma conta como essas com certeza acabaria com a minha carreira na First America. Por outro lado haviam vários fatores contrários que pesavam igualmente. De início poderia dizer que a honestidade era muito importante para mim, a minha ética e religião me mostravam qual era o caminho correto a trilhar. Outro ponto seria o meu dever ético como profissional de não lesar meu cliente em detrimento do lucro. Como funcionário de banco sabemos que o nosso lucro vem do nosso cliente mas o abuso desse lucro não era eticamente correto. Terceiro, apesar de ter um grande lucro a curto prazo seja ótimo a longo prazo poderia ser mais danoso do que se espera. Não podemos negar que se por algum motivo a informação do lucro abusivo do banco chegasse aos nossos clientes perderiamos todas as suas contas e seria a ruina da empresa. Pensava também que talvez ao contar sobre esse risco à um superior ele enxergasse o risco ao banco e tomasse a liderança na intervenção nos planos de Linda tirando esse fardo das minhas costas. Cheguei a me consultar com o negociador que mais estava envolvida nessa conta e ele me disse que quem assumia o risco era ela e que deveria deixar as decisões nas maos dela. Pensei em falar com o gerente de derivativos que normalmente deveria se certificar que seus funcionários não cometessem improbidades mas a falta de experiência dele em contas dessa magnetude e a atitude já conhecida de não correr riscos desnecessários já me dizia que era uma ação inútil da minha parte. Numa última hipótese se eu quisesse levar essa questão para um alto escalão como um vice presidente que tem o poder claro de decisão em situações desse nível, no mínimo demonstraria que eu como um funcionário novato na primeira grande conta questiono a ordem do meu superior direto levando a questão ao chefe dela. Para qualquer um e nas melhores das intensões demonstraria uma falta grave na organização da hierarquiae suicídio de carreira.

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