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PAPER FINAL

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CONHEÇA MELHORA SURDEZ
Elizabete
Kethlen Cristine Almeida Santos
Laura Schmitz
Nelma Rayane Rodrigues Montalvão de Camargos
Silvia Regina Fedeli Sumensari
Tutor(a): Leonice
Centro UniversitárioLeonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (Ped 1993)
Resumo
Porque conhecer melhor sobre surdez? De cada 1000 pessoas, 50 são deficientes auditivos, isso representa apenas 5% da população do Brasil. Isso significa que muitas pessoas passarão sua vida toda sem ter nenhum contato pessoal com um surdo. Então qual a relevância de aprender Libras ou entender melhor essas pessoas?
Neste artigo será apresentadoa importância de conhecer melhor a surdez, os conceitos básicos sobre a surdez, as principais causas, como descobrir que uma criança é surda, os graus de perda auditiva, as ajudas para amplificação sonora e tecnologias assistidas. Você conhecerácomo ocorre a comunicação com surdos e a importância de conhecermos a LIBRAS (linguagem brasileira de sinais) e alguns surdos de destaque.
1 introdução
Muitos acreditam que para entrar num contexto de surdo precisam entrar num contexto silencioso. Porém, para o surdo o “barulho” adquire outra versão, por exemplo, ao observar uma multidão de ouvintes conversando a movimentação de risos, expressões faciais, corporal e manual assume o que poderíamos chamar de ruído visual.
O mundo do surdo é construído em torno dos dispositivos do movimento, forma e som. O mundo do surdo é rodeado de cliques, zunidos, estalos e grunhidos. Podemos concluir que não há desvantagem na surdez quando se fala de comunicação e linguagem. A língua de sinais não é uma língua silente. 
Diante disso, há o questionamento quanto se o surdo não fala por que não ouve, longe disso. De modo geral a FALA recebe o sentido de produção vocal-sonora. O surdo fala em sua língua de sinais, logo um canal viso-gestual. Todavia os surdos encontram dificuldade na escrita, apenas por não terem a oportunidade de acesso a uma escola que reconheça às diferenças linguísticas e que promova o acesso a língua padrão, no caso dos surdos, que sejam acompanhados por profissionais com proficiência na língua de sinais.
Alguns esperam que a maioria dos surdos faça leitura labial, mas isso depende muito de treinamento fono articulatório, não é apenas uma habilidade natural. 
A surdez não compromete o desenvolvimento cognitivo-linguístico (se não tiver outro impedimento) o que pode comprometer é a falta de acesso a uma língua. Por muitas vezes o surdo é taxado como individuo irritado, agressivo, nervoso isto se dá, por que alguns insistem em educar os surdos na língua oral, aqueles que são educados através de sua língua natural não sofrem esses problemas.
Vamos então aprender quais as causas da surdez.
Causas da surdez
 Sabia que a surdez ou a perda auditiva pode ocorrer no período pré-natal ou seja, durante a gestação e também durante ou apos o nascimento. Há os chamados bebês de risco para a surdez. São os casos em que já existe um histórico de surdez na família, intervenção em UTI por mais de 48 horas, infecção congênita (rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e herpes), anormalidades craniofaciais (má formação de pavilhão auricular, fissura lábio palatina) ou se a mãe fez uso de medicamentos Oto tóxicos, entre outros.
Descoberta da surdez
O diagnóstico da surdez pode ocorrer já nos primeiros dias de vida da criança, por meio do teste da orelhinha. Esse exame aponta suspeitas, que devem ser confirmadas, ou não, por volta de até quatro meses de idade mediante a realização de outros testes e exames.
Teste da Orelhinha é realizado com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não machuca, não precisa de picadas ou sangue do bebê, não tem contra-indicações e dura em torno de 10 minutos.
Graus de perda auditiva
No projeto ¨Toda Força do Primeiro Ano : contemplando as especificidades dos alunos surdos¨, podemos encontrar uma classificação produzida por ShlomoSilman e Carol A Silverman, que apresenta os graus de perda auditiva, medidos em decibéis (dB). Esses graus são classificados como:
- Normalaté 25 dB
-Leve de 26 a 40 dB
-Moderadode 41 a 55 dB
-Moderado Severode 56 a 70 dB
- Severade 71 a 90 dB
- Profundomaior que 91 dB 
Um audiograma é um gráfico que mostra a audição utilizada por uma pessoa e a quantidade de perda auditiva que o indivíduo tem em cada orelha. Ao longo do topo do gráfico, os números variam de 125 a 8000. Estes números referem-se às freqüências.
A freqüência é expressa em ciclo por segundo ou hertz. Quanto maior a freqüência, maior o pitch do som. Por exemplo, 250 Hertz (Hz) soa como o gotejar de uma torneira, enquanto a alta- freqüência de toque do telefone é aproximadamente 8000 Hz.
A Loudness é medida em unidade chamada decibel. Zero dB (0dB) não significa "nenhum som". É apenas muito suave. O nível de conversação habitual é cerca 65 dB e, 120 dB é muito,muito alto - quase tão alto como um avião decolando quando você está em pé apenas a 25 metros de distância. Os números ao lado do gráfico são os níveis de audição em decibel.
Durante um teste de audição, o audiologista apresenta sons em uma freqüência de cada vez. O tom mais suave o qual uma pessoa pode ouvir de cada freqüência é marcada no audiograma naquela freqüência e intensidade. Este é o chamado "limiar de audição".
O seu audiograma é uma foto da sua audição. Isso indica o quanto sua audição varia do normal e, se houver alguma perda auditiva, onde o problema pode estar. Há diferentes tipos e graus de perda auditiva. Depende de qual parte da orelha está afetada. Especialistas geralmente diferenciam quatro tipos principais de perda auditiva: perda auditiva condutiva, perda auditiva sensório neural, perda auditiva mista e perda auditiva neural.
Um audiologista pode determinar se você tem perda auditiva. De acordo com o grau e severidade da perda, ele poderá ajudá-lo na solução apropriada.
Ajudas para amplificação sonora e tecnologias assistidas
Os aparelhos de amplificações sonora individual (AASI) tem como principio básico de seu funcionamento a captação do som ambiente, sua amplificação e tratamento do sinal acústico e o direcionamento do sinal amplificado e tratado para a orelha sempre que as condições anatômicas permitirem ou via transmissão óssea, quando houver algum impedimento, como alguns tipos de mal-formação.
Existem ainda várias tecnologias que se utilizam basicamente dos sinais luminosos para a vida das pessoas surdas.
- Campainhas para os surdos por meio de sinal luminoso
- Babá eletrônica vibratória, que auxilia pais surdos a cuidarem de seu bebê que quando chora emite um alerta.
- Relógio vibratório para surdos que emitira vibração na hora marcada maior que a de um celular.
- Telefone para surdos que será usado pelo surdo na forma escrita e um tradutor falará ao ouvinte
- Intérprete de Libras que é a maior ajuda para os surdos.
2- LIBRAS
A língua de sinais é o idioma natural dos surdos. Idioma natural, porque ela resulta de um paradigma de inerência, idiossincrático, que é a surdez. A língua de sinais é uma criação natural dos surdos, independentemente do lugar onde estejam radicados. 
Segundo Sacks (1998), cerca de 95% das crianças surdas nascem de pais ouvintes. Normalmente, é uma língua oral com a qual a criança é abordada pelos pais. Quando se descobre que a criança, afinal, é surda, os pais nada ou quase nada fazem podem fazer para ensinar-lhe uma língua de sinais, pois normalmente não estão preparados para tal.
A comunicação com uma pessoa surda é o claro e apropriado contato visual. É uma necessidade, quando os surdos se comunicam. De fato, quando duas pessoas conversam em língua de sinais é considerado rude desviar o olhar e interromper o contato visual. Em todo o mundo, os surdos expandem seus horizontes usando uma rica língua de sinais.
Língua: Conjunto do vocabulário de um idioma, e de suas regras gramaticais; idioma. Por exemplo: inglês, português, LIBRAS.
Linguagem: Capacidade que o homem e alguns animais possuempara se comunicar, expressar seus pensamentos.
Língua de Sinais ou língua gestual: É a língua dos surdos e que possui a sua própria estrutura e gramática através do canal comunicação visual, a língua de sinais dos surdos urbanos brasileiros é a LIBRAS.
Cultura Surda: Ao longo dos séculos os surdos foram formando uma cultura própria centrada principalmente em sua forma de comunicação. Em quase todas as cidades do mundo vamos encontrar associações de surdos onde eles se reúnem e convivem socialmente.
Intérprete de Língua de Sinais: Pessoa ouvinte que interpreta para os surdos uma comunicação falada usando a língua de sinais e vice-versa.
"Somos notavelmente ignorantes a respeito da surdez, muito mais ignorantes do que um homem instruído teria sido em 1886 ou 1786. Ignorantes e indiferentes(...). Eu nada sabia a respeito da situação dos surdos, nem imaginava que ela pudesse lançar luz sobre tantos domínios, sobretudo o domínio da língua. Fiquei pasmo com o que aprendi sobre a história das pessoas surdas e os extraordinários desafios (lingüísticos) que elas enfrentam, e pasmo também ao tomar conhecimento de uma língua completamente visual, a língua de sinais, diferente em modo de minha própria língua, a falada. (...)"
                                             Oliver Sacks
"Os surdos podem comunicar-se mais facilmente e com maior precisão pela Língua de Sinais, porque o cérebro deles se adapta para esse meio e, se forçados a falar, nunca conseguirão uma linguagem eficiente e serão duplamente deficientes."  Vendo Vozes: Uma Viagem pelo Mundo dos Surdos
Oliver Sacks
"Não há barreiras que o ser humano não possa transpor." Helen Keller. 
"É maravilhoso ter ouvidos e olhos na alma. Isto completa a alegria de viver." Helen Keller.
3- Pessoas surdas de destaque
Sueli Ramalho Segala
Ela é atriz, escritora, professora de línguas, intérprete e poliglota em 32 línguas de sinais. Tem deficiência auditiva e é oralizada. Quando criança, sempre que saía de sua casa, Sueli achava que todas as pessoas tinham deficiência. Afinal, ela nasceu no meio de uma família com mais de 30 pessoas com deficiência auditiva, assim como ela.A escola em que estudou não era especial e na recordação de Sueli, a sua educação não foi nada fácil. Na casa de Sueli, a comunicação sempre foi feita por meio de uma linguagem de sinais. Sua avó por parte de pai utilizava a língua de sinais italiana e um tio por parte de mãe utiliza um dialeto da língua de sinais. Somente em 24 de abril de 2002, reforça Sueli, que sua família passou a se comunicar por meio da Libras, ocasião eu que foi instituída no Brasil como língua oficial. Foi quando criança também que Sueli aprendeu a língua portuguesa, cujo aprendizado começou com as amiguinhas da rua e, posteriormente, com uma professora particular, que sua mãe havia contratado. “Desde que comecei a perceber que o mundo fora de minha família era diferente, eu tive vontade de estar inserida nesta sociedade. Para isso, tinha que saber me comunicar com ela. O que incluia falar. Acredito que ter aprendido a falar foi um milagre e, claro, graças ao meus pais. Alguém lá em cima gosta de mim”, explica. Foi quando criança também que Sueli aprendeu a língua portuguesa, cujo aprendizado começou com as amiguinhas da rua e, posteriormente, com uma professora particular, que sua mãe havia contratado. 
“Desde que comecei a perceber que o mundo fora de minha família era diferente, eu tive vontade de estar inserida nesta sociedade. Para isso, tinha que saber me comunicar com ela. O que incluia falar. Acredito que ter aprendido a falar foi um milagre e, claro, graças ao meus pais. Alguém lá em cima gosta de mim”, explica.Hoje, Ela explica que o interesse por esse assunto teve início quando, ainda pequena, percebeu que a língua de sinais não tem concordância nominal e verbal, preposição, artigos, e viu que as escritas de ouvintes tinham este fenômeno. 
“Eu tentava descobrir porque existia essa diferença, e isso me motivou a pesquisar cada vez mais. Meu pai recebia em nossa casa muitos surdos de outros países, e aprendi com esses estrangeiros que ficavam no Brasil por mais de 6 meses, e eu amava ficar horas ouvindo, alías vendo, eles contarem histórias da cultura de outros países, através da própria língua estrangeira. Nos visitaram pessoas de mais 32 países.”
BiografiaLouis Jude Ferrigno  A vida de Lou Ferrigno
Nascido em 1951 em Nova York, a história de sucesso de Lou Ferrigno começa ainda na sua infância, quando desenvolveu uma infecção no ouvido e teve uma severa perda de audição. Com somente 25% de capacidade de audição normal, Lou foi obrigado a utilizar um aparelho auditivo, que na época era grande e chamava muito a atenção. Quando começou a aparecer com o aparelho, Lou Ferrigno virou motivo de piada entre as crianças da escola, em uma época onde quase não se falava em bullying.
Como resultado das brincadeiras, Lou Ferrigno ficou introspectivo e se voltou para o mundo das histórias em quadrinhos, sobretudo para as de super-heróis, suas favoritas. Hulk era seu personagem predileto, e acabou se tornando uma de suas inspirações para a entrada no mundo do levantamento de peso, aos 13 anos. Outra inspiração foi o ator e bodybuilder Steve Reeves, que na época interpretava Hércules no cinema.
Vanessa Vidal, ex-Miss Ceará e que é surda, agora é professora da UFC
Vanessa Vidal, ex-Miss Ceará 2008 e que ficou em segundo lugar no Miss Brasil do mesmo ano, está de emprego novo.
Ela, que é surda, foi empossada nesta semana como nova professora da Universidade Federal do Ceará, no Departamento de Letras-Libras e Estudos Surdos da instituição.
4- Considerações finais
Infelizmente, os maus-tratos que muitos surdos sofrem levam alguns deles a suspeitar dos ouvintes. Contudo, quando os ouvintes interessam-se sinceramente em entender a cultura surda e a língua de sinaise encaram os surdos como pessoas “capacitadas”, todos se beneficiarão. Nesse aspecto é necessária uma grande conscientização, a prova disso foi claramente revelada com o resultado decepcionante da redação do ENEM 2017 Com o tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, que confundiu muitos estudantes que pensaram se tratar do signo do zodíaco em vez da língua brasileira de sinais, LIBRAS .Enfim, os surdos são pessoas que têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos, assim como todos. Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.
Referencias
Profa. Dra. Maria Cristina Lancia Cury Féres. Divisão de Otorrinolaringologia do https://vidamaislivre.com.br/perfis/sueli-ramalho-segala-os-sinais-indicam-o-caminho/
www.mundoboaforma.com.br/fisiculturista-lou-ferrigno
Projeto Toda ForçA Ao 1º Ano Vol 1[1] - SlideShare
Teste da orelhinha – guia do bebê
Audiometria
A MED-ELsoluções auditivas implantáveis:
Hospital das Clínicas da FMRP-USP Avenida Bandeirantes, 3900 - Campus Universitário - Monte Alegre. 14.048-900 - Ribeirão Preto – SP Próteses auditivas. Medicina (Ribeirão Preto) 2005;38 (3/4): 257-261
Luiz Alexandre Souza Ventura ESTADÂO BRASIL
15 Agosto 2013 | 07h44
 Miss Ceará Jornal do povo. Blog do Eliomar,¨ Informação sem preconceito¨.
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