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EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL: DA GARANTIA AO JUÍZO À 
AFRONTA AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
Taniamara Dinah Terra Dias Leivas
1
 
 
RESUMO: A Lei de Execuções Fiscais, no seu artigo 16, §1º, trouxe como exigência a 
garantia ao juízo para a apresentação de defesa em ações executórias promovidas pelo 
Estado, disposição que provocou a presente pesquisa com o objetivo de questionar se a 
exigência da garantia ao juízo, como requisito indispensável para apresentar defesa às 
ações que versem sobre execução fiscal de dívida ativa da Fazenda Pública, é de fato 
válida. O estudo discorre sobre a Lei de Execuções Fiscais, em especial a disposição do 
seu artigo 16, a inserção de direitos e garantias fundamentais trazidos pela Constituição 
Federal de 1988, no que tange ao contraditório e a ampla, e confronta a lei 
infraconstitucional com as disposições da Carta Magna. Busca-se no discorrer do artigo 
verificar, através de orientações doutrinárias, jurisprudência e artigos similares ao 
estudo, se a referida exigência ultraja o Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa 
previsto na Constituição Federal, vinculando a requisição da garantia ao juízo também 
ao Princípio do Devido Processo Legal. Concluiu-se que a norma infraconstitucional, 
por limitar o direito de defesa do contribuinte/devedor, infringe as disposições 
constitucionais vigentes, merecendo ser suprimida do ordenamento jurídico. 
 
Palavras-chave: execução fiscal; direito tributário; garantia ao juízo; contraditório e 
ampla defesa; direito constitucional. 
 
ABSTRACT: The Tax Enforcement Act, Article 16, Paragraph 1, brought as a 
requirement to guarantee to the court for filing defense in enforcement actions filed by 
the state, a provision which caused the present study with the aim of questioning the 
requirement of the collateral judgment, as necessary, to defend the actions that deal with 
tax enforcement of outstanding debt of the Treasury requirement is valid fact. The study 
discusses the Law of Tax Enforcement, in particular the provision of article 16, the 
inclusion of fundamental rights and guarantees brought by the Federal Constitution of 
1988, in regard to the contradictory and wide, and confronts the infra law with the 
provisions the Magna Carta. Search in the discourse Article verify by doctrinal, 
jurisprudence and similar articles to the study guidelines, if that requirement reviles the 
Adversarial Principle and Wide Defense for in the Federal Constitution, linking the 
request of the judgment also guarantee the Principle of due Process of Law. It was 
concluded that the infra standard by limiting the right of defense of the taxpayer / debtor 
violates existing constitutional provisions, deserving to be deleted from the law. 
 
Keywords: tax lien; tax law; assurance of judgment; and contradictory legal defense; 
constitutional law. 
 
SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 A EXIGÊNCIA DA GARANTIA AO JUÍZO NA 
LEI INFRACONSTITUCIONAL 3 O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA 
 
1
 Acadêmica do 10º semestre do curso de Direito da Universidade Luterana do Brasil, Campus 
Gravataí/RS. Endereço Eletrônico: taileivas@hotmail.com 
2 
 
AMPLA DEFESA. 4 GARANTIA VERSUS CONTRADITÓRIO E DEFESA 5 
CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A Constituição Federal de 1988 trouxe direitos e garantias que outrora foram 
olvidados pelo legislador nas constituintes que lhe antecederam, em especial no que 
tange ao rol de direitos fundamentais elencados em seu tão aclamado artigo 5º, onde 
encontram-se cláusulas pétreas e, assim, irrevogáveis. 
 Ocorre que, mesmo com a vigência da nova constituinte, ainda podem-se 
encontrar na legislação normas infraconstitucionais que afrontam princípios na 
Constituição esculpidos, embasando decisões na área judicial que atingem diretamente 
àqueles que estão protegidos por direitos e garantias fundamentais, advindos da nova 
Constituição. 
Referidas normas deixaram de amoldar-se aos novos preceitos constitucionais e 
mantêm engessados os novos paradigmas trazidos pela Constituição vigente que, em 
tese, deveriam ser o escopo progressista da sociedade contemporânea. 
 Dentro dos novos regulamentos constitucionais está previsto a soberania do 
Estado, que deve agir com proporcionalidade para com a sociedade, independentemente 
da natureza do ato ser administrativa, judicial ou legislativa. Assim, o poder de tributar, 
garantido pela Constituição Federal de 1988, nada mais é do que uma relação jurídica 
que se forma entre o Estado e o contribuinte, tendo como fundamento o referido 
princípio da soberania. 
 O objetivo específico do estudo é analisar se o Estado agiu de forma 
proporcional ao ter editado, legislativamente, a disposição do artigo 16, §1º, da Lei nº 
6.830/80, Lei de Execuções Fiscais (LEF), e se essa lei afronta a mudança ocorrida no 
Código de Processo Civil, que ocorreu através o advento da Lei nº 11.382/06, alterando 
o processo de execução com a revogação do artigo 737 do referido diploma legal, bem 
como, e principalmente, se insulta o princípio constitucional do Contraditório e da 
Ampla Defesa. 
 Para o levante das arguições fez-se necessário conhecer os dispositivos legais, 
arrazoar sobre eles e fundamentar o posicionamento da pesquisa quanto a 
(in)constitucionalidade da exigência da garantia ao juízo que há na Lei de Execuções 
3 
 
Fiscais, através de conceitos doutrinários e jurisprudenciais, o que pode ser concretizado 
através de buscas e estudos científicos. 
 
2 A EXIGÊNCIA DA GARANTIA AO JUÍZO NA LEI 
INFRACONSTITUCIONAL 
 
 Ao Estado, entendendo-se como União, Estado, Município e Distrito Federal, 
incumbe cobrar dívidas ativas dos contribuintes inadimplentes, tendo como meio para 
tal a previsão do artigo 4º da Lei nº 6.830/80, onde se impõe, posteriormente ao devido 
processo administrativo, a propositura de Ação de Execução Fiscal. 
Nessa senda, vale citar a lição de Hugo Brito Machado (2007, p.59): 
 
No exercício de sua soberania, o Estado exige que os 
indivíduos lhe forneçam os recursos de que necessita. Institui o 
tributo. O poder de tributar nada mais é que um aspecto da 
soberania estatal, ou uma parcela desta. (...) é relação jurídica, 
embora o seu fundamento seja a soberania do Estado. Sua 
origem remota foi a imposição do vencedor sobre o vencido. 
Uma relação de escravidão, portanto 
 
 Quanto ao poder de tributar e a distribuição das competências, esculpido pela 
Constituição Federal, do artigo 153 a 156, temos o posicionamento de Daniel Westphal 
Taylor (2007), sobre o assunto: 
 
A premissa de que todo ato que emana do Estado deve ser 
dotado de proporcionalidade é aceita hoje, sem maiores 
discussões, como princípio constitucional. Sinal disso é que, ao 
contrário do que ocorre com outros assuntos polêmicos, onde a 
doutrina habitualmente caminha solitária, o consenso em relação 
ao princípio é, há décadas, compartilhado pelo Supremo 
Tribunal Federal. De fato, a Corte, que inicialmente admitia 
apenas a sindicabilidade dos atos administrativos e judiciais, 
paulatinamente passou a acolher também a tese de que mesmo 
os atos legislativos são passíveis de ter sua constitucionalidade 
analisada sob o viés da proporcionalidade 
 
 Em contrapartida, ao contribuinte/devedor que é executado por dívida ativa, a 
Lei de Execuções Fiscais, em seu artigo 16, garante como meio de defesa a propositura 
de Embargos à Execução, mas, com a ressalva que o processamento e julgamento dessa 
4 
 
ação ocorrerá apenas com a garantia ao juízo, conforme exigência do §1º do referido 
dispositivo legal. 
 
Art.16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 
(trinta) dias, contados: 
I - do depósito; 
II - da juntada da prova da fiança bancária; 
III - da intimação da penhora. 
 
§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de 
garantida a execução. 
 
 A garantia ao juízo trata-se de depositar integralmente o valor que é obrigado o 
contribuinte/devedor, caso contrário não serão recebidos os Embargos à Execução e o 
executado não terá sua defesa apreciada e julgada quanto à forma e mérito. 
 Referida exigência tem como fundamento a presunção de certeza, liquidez e 
efeito de prova pré-constituída que confere o artigo 204 do Código Tributário Nacional 
às certidões de dívida ativa. 
Nesse sentido, há muito tempo, já esclarece o festejado doutrinador Samuel 
Monteiro (1990): 
 
Existindo qualquer dúvida ou incerteza sobre o "an 
debeatur", a origem, causa e cabimento da dívida do 
contribuinte, ou sobre o "quantun debeatur", o valor legal 
exigível ou o próprio cabimento da exigibilidade em face do 
contribuinte, a liquidez e certeza do título fica abalada, e a 
certidão resta nula, já que tais requisitos representam a certeza 
da dívida e sua liquidez. 
 
 Na visão de Machado (2007), a presunção de liquidez da dívida ativa é relativa, 
pois pode ser eliminada através de prova inequívoca que fica à cargo do devedor ou de 
terceiro que a aproveite, trazendo-se como exemplo os casos de prescrição da dívida. 
 Não raras vezes a Fazenda propõe ações executórias em que ela, como titular de 
direito, já não pode mais ter a pretensão de ver a reparação do direito violado, pois o 
crédito está prescrito. É o que se pode extrair do artigo 174 do Código Tributário 
Nacional: 
 
Art. 174 A ação para cobrança do crédito tributário prescreve 
em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. 
5 
 
 
 A prescrição, consoante norteio legal, só pode ser pronunciada pelo juiz quando 
for alegada, ocorre que, aqueles que são economicamente hipossuficientes para garantir 
os Embargos à Execução, e, por conseguinte, não têm o processamento e julgamento da 
ação proposta, não terão o pronunciamento do juízo quanto à alegação de prescrição do 
débito tributário. 
 Perceba-se, então, que o contribuinte/devedor torna-se refém da má edição da 
legislação vigente, por um lado, porque a prescrição, em se tratando de direitos 
materiais e diferentemente da decadência que é matéria de ordem pública, não pode ser 
reconhecida de ofício, e por outro, para provocar a manifestação do juízo precisa 
literalmente “pagar” (garantir) para ter a alegação de prescrição, ou qualquer outra 
matéria de defesa, apreciada. 
 Nesse sentido têm-se as palavras de Luís Roberto Barroso (2006 p. 141): 
 
O princípio da razoabilidade é um parâmetro de valoração 
dos atos do Poder Público para aferir se eles estão informados 
pelo valor superior inerente a todo ordenamento jurídico: a 
justiça. Sendo mais fácil de ser sentido do que ser conceituado, o 
princípio se dilui em um conjunto de proposições que não o 
libertam de uma dimensão excessivamente subjetiva. É razoável 
o que seja conforme a razão, supondo equilíbrio, moderação e 
harmonia; o que não seja arbitrário ou caprichoso; o que 
corresponda ao senso comum, aos valores vigentes em dado 
momento ou lugar. 
 
 
Por certo que com advento da Lei nº 11.280/06, que deu nova redação ao artigo 
295, §5º do Código de Processo Civil, houve progresso ao admitir que o juiz reconheça 
de ofício a prescrição intercorrente, que é aquela que ocorre quando determinado 
processo administrativo ou judicial fica paralisado por um longo tempo por desídia do 
titular de direito, bastando que esse constate a sua ocorrência. 
Verifica-se, assim, que a edição de leis novas vêm, à princípio, com a função de 
aperfeiçoar, melhorar ou até mesmo para revogar aquelas que já estão superadas ou que 
infringem disposições constitucionais vigentes, como é o caso da Lei de Execuções 
Fiscais, que foi editada sob a ótica da Constituição Federal de 1967 e dos atos 
institucionais do regime militar, não adequando-se assim, ao novo estado democrático 
6 
 
de direito em que se vive, ao exigir, monetariamente, a garantia da dívida como meio de 
defesa. 
 
3 O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
A Constituição Federal vigente, em seu artigo 5º, XXX, confere para todos, 
independentemente do pagamento de taxas, o direito de peticionar em juízo e fora dele. 
Em conseguinte, o inciso LV do mesmo diploma legal, assegura aos litigantes em 
processo administrativo ou judicial, o contraditório e a ampla defesa. 
 O Princípio Constitucional do Contraditório e da Ampla Defesa, pode ser 
esclarecido nas palavras da doutrinadora Maria Sylvia Zanela Di Pietro (2007, p. 367): 
 
O princípio do contraditório, que é inerente ao direito de 
defesa, é decorrente da bilateralidade do processo: quando uma 
das partes alega alguma coisa, há de ser ouvida também a outra, 
dando-se-lhe oportunidade de resposta. Ele supõe o 
conhecimento dos atos processuais pelo acusado e o seu direito 
de resposta ou de reação. Exige: 1- notificação dos atos 
processuais à parte interessada; 2- possibilidade de exame das 
provas constantes do processo; 3- direito de assistir à inquirição 
de testemunhas; 4- direito de apresentar defesa escrita 
 
 
 O contraditório e a ampla defesa, conforme explica Mendes (2009), é uma 
pretensão à tutela jurídica e administrativa de direito à informação, manifestação e 
apreciação dos argumentos suscitados. 
 Em comunhão com o Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, não pode 
apartar-se o Princípio do Devido Processo Legal, que surgiu expressamente apenas 
quando da edição da Constituição de 1988, em seu artigo 5º, LIV. 
 A Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto de São José da Costa 
Rica, também consagraram o Princípio do Devido Processo Legal que, nas palavras de 
Alexandre de Moraes (2001, p. 121), é configurado como: 
 
O devido processo legal configura dupla proteção ao 
indivíduo, atuando tanto no âmbito material de proteção ao 
direito de liberdade, quanto no âmbito formal, ao assegurar-lhe 
paridade total de condições com o Estado-persecutor e plenitude 
de defesa [...] 
 
7 
 
Segundo Sánchez (2001) o conceito material do devido processo legal é o 
conjunto entre a noção formal do devido processo mais o cumprimento dos fins e 
direitos fundamentais, das garantias constitucionais, limitando o poder ou função 
punitiva do Estado. 
Para o autor não há o devido processo do ponto de vista material se não são 
respeitados a liberdade, a justiça, a dignidade humana, a igualdade, a segurança jurídica 
e os direitos fundamentais, como a legalidade, o contraditório, defesa, celeridade, 
publicidade, proibição da reformatio in pejus e do duplo processo pelo mesmo fato. 
No novo Estado Democrático de Direito, no qual o indivíduo é elevado à 
categoria primária de proteção integral e amparo do Direito Processual Constitucional, 
haverá sempre direitos e deveres ao acusado, que devem ser observados e respeitados 
pelo Estado-persecutor. 
Para aclarar a supremacia do contraditório, o penalista Fernando da Costa 
Tourinho Filho (2005, pg.58), diz que: 
 
Com substância na velha parêmia audiatur et altera 
pars – a parte contrária deve ser ouvida. Traduz a idéia de que a 
defesa tem o direito de se pronunciar sobre tudo quanto for 
produzido por uma das partes caberá igual direito da outra parte 
de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que lhe convenha, ou, 
ainda, de dar uma interpretação jurídica diversa daquela 
apresentada pela parte ex adversa. Assim, se o acusadorrequer a 
juntada de um documento, a parte contrária tem o direito de se 
manifestar a respeito. E vice-versa. Se o defensor tem o direito 
de produzir provas, a acusação também o tem. O texto 
constitucional quis apenas deixar claro que a defesa não pode 
sofrer restrições que não sejam extensivas à acusação. 
 
Nessa senda, qualquer ato ou normatização impositiva de restrição ao exercício 
do contraditório deve ser considerada nula, como o §1º do artigo 16 da Lei de 
Execuções Fiscais, por atingir direitos e garantias fundamentais do indivíduo, que 
abrangem, inclusive, interesse de ordem pública. 
O princípio do contraditório é, ainda, bem sintetizado por Vicente Greco Filho 
(2009, p.249), que em breves linhas ensina: 
 
O contraditório se efetiva assegurando-se os seguintes 
elementos: a) o conhecimento da demanda por meio de ato 
formal de citação; b) a oportunidade, em prazo razoável, de se 
contrariar o pedido inicial; c) a oportunidade de produzir prova e 
8 
 
se manifestar sobre a prova produzida pelo adversário; d) a 
oportunidade de estar presente a todos os atos processuais orais, 
fazendo consignar as observações que desejar; e) a oportunidade 
de recorrer da decisão desfavorável. 
 
Referidos princípios estão esculpidos como cláusulas pétreas, destarte, em tempo 
algum poderão ser alterados ou retirados da Constituição Federal, merecendo qualquer 
disposição legal que os afronte ser suprimida da legislação vigente. 
 Assim, o Princípio Do Contraditório e da Ampla Defesa em conjunto com o 
Princípio do Devido Processo Legal não deixa espaço para que o Estado-persecutor 
isente-se de apreciar a defesa e as alegações do indivíduo que está sendo demandado, 
seja na esfera administrativa ou judicial, tampouco, corroboram com a exigência 
imposta pela lei infraconstitucional de pagamento de valores para o exercício do 
contraditório e da ampla defesa. 
 
4 GARANTIA VERSUS CONTRADITÓRIO E DEFESA 
 
 A garantia exigida pelo artigo 16, §1ª, da Lei de Execuções Fiscais restringe o 
direito de defesa do Executado uma vez que quando esse for parte economicamente 
hipossuficiente, não apresentará condições de garantir o juízo e, por conseguinte, não 
terá sua defesa apreciada, nem quanto ao mérito nem quanto à forma. 
 Quanto ao cerceamento de defesa no processo de execução fiscal encontra-se 
artigo semelhante ao estudo do caso concreto, elaborado por SEIXAS e SOUZA (2014), 
que afirmam: 
 
Assim, é imperioso reconhecer a não recepção do artigo 
16, §1º, da Lei nº 6.830/80 em face do direito fundamental ao 
contraditório e a ampla defesa com previsão nos mandamentos 
constitucionais da Carta Cidadã de 1988 e na normas 
internacionais previstas na Convenção Americana de Direitos 
Humanos, que tem status de norma supralegal no ordenamento 
jurídico pátrio. 
 
 
 Ante todo o arrazoado referente ao Princípio Constitucional do Contraditório e 
da Ampla Defesa, bem como, do Devido Processo Legal, forçoso faz-se o 
enfrentamento com as disposições contidas na Lei de Execuções Fiscais que foi editada 
ainda quando da vigência da Constituição Federal 1967. 
9 
 
 Na Constituição vigente à época da edição da Lei nº 6.830/80, em seu artigo 
150, §15º, também estava prevista a ampla defesa, porém, diferentemente da 
Constituição Federal de 1988, aquela não isentava as partes de custas e despesas, 
processuais conforme atual disposição do artigo 5º, XXX, da Carta Magna. 
Dessa maneira, compreensível que quando da edição da Lei de Execuções 
Fiscais, no ano de 1980, o legislador impôs a necessidade de garantir o juízo para a 
apresentação de defesa pelo executado, o que não deveria permanecer quando da edição 
da nova constituinte. 
Adentra-se, aqui, na teoria da recepção constitucional, aonde Gilmar Ferreira 
Mendes e Paulo Gustavo Branco (2012, p. 123), baseando-se em Kelsen, assim definem 
o fenômeno: 
 
(...) se entende que aquelas normas anteriores à Constituição, 
que são com ela compatíveis em seu conteúdo, continuam em 
vigor. Diz-se que, nesse caso, opera o fenômeno da recepção, 
que corresponde a uma revalidação das normas que não 
desafiam, materialmente, a nova constituição. Deve-se a Kelsen 
a teorização do fenômeno da recepção, pelo qual se busca 
conciliar a ação do poder constituinte originário com a 
necessidade de se obviar vácuos legislativos. 
 
 
 Portanto, se o ordenamento jurídico vigente aceita a teoria da recepção 
constitucional, o que de fato ocorre, o caminho inverso também deve ser percorrido, ou 
seja, deve haver a imediata supressão das normas que contrariam materialmente a 
Constituição conforme afirma Tavares (2007, p. 177): 
 
(...) há uma avaliação do ponto de vista da conformidade das 
normas anteriores com a constituição posterior, para fins de 
admitir aquelas que não sejam incompatíveis. Ou, em outros 
termos, há uma avaliação das normas anteriores de acordo com 
os requisitos de validade da nova Constituição. Se 
desconformes, simplesmente se desconsidera sua existência. São 
reputadas, para todos os efeitos, como não normas. Vale, no 
caso, em toda a sua identidade, o princípio de que a Constituição 
inaugura uma nova ordem jurídica e a anterior simplesmente 
desaparece, como tal, ou seja, é desconstituída como fenômeno 
jurídico (remanescendo apenas como acontecimento histórico). 
 
 Nessa senda histórica, vale citar que o Código de Processo Civil de 1939, 
inclusive em matéria de execuções, também não isentava as partes de custas e despesas 
10 
 
processuais, porém, com a edição do Código de 1973, e com a mini-reforma ocorrida no 
ano de 2006, no artigo 736 do aludido diploma legal, está expressamente previsto a 
oposição à execução por meio de embargos, independentemente de penhora, depósito 
ou caução, atribuindo-se efeito suspensivo à execução quando relevantes os 
fundamentos que possam trazer danos de grave ou difícil reparação para o executado. 
 Demonstrado assim que a exigência da garantia ao juízo não só ofende a 
Constituição Federal como também disposição de lei federal que deve ser usada por 
analogia aos casos de Execução Fiscal promovida pela Fazenda Pública, isentando o 
contribuinte/devedor da garantia imposta. 
 Ato falho do legislador em não revogar a exigência de garantia ao juízo, que 
poderia ser feita de forma tácita quando da vigência da Nova Constituição ou ainda 
quando do advento da Lei nº 11.382/06, cabendo, agora, ao Poder Judiciário utilizar-se 
do controle de constitucionalidade difuso e aplicar o Dogma da Nulidade da lei 
inconstitucional, vez que até o momento desconhece-se a tramitação de Ação Direta de 
Inconstitucionalidade que tenha por objeto o conteúdo da norma infraconstitucional. 
 Acanhadamente, enquanto não há o uso do controle concentrado de 
constitucionalidade por aqueles que são legitimados pela Constituição Federal em seu 
artigo 103, alguns Tribunais já vêm proferindo decisões no sentido de afastar a garantia 
ao juízo para receber os Embargos à Execução, sem, contudo, suspender a ação 
executória, conforme julgados que ora se colacionam: 
 
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO PREVISTO 
NO ART. 557, § 1º, CPC EM AGRAVO DE INSTRUMENTO 
EM FACE DE DECISÃO QUE RECEBEU OS EMBARGOS 
SEM GARANTIA E APENAS NO EFEITO DEVOLUTIVO. 
POSSIBILIDADE. ARTIGO 739-A, CPC. NORMA DE 
NATUREZA PROCESSUAL. INCIDÊNCIA IMEDIATA 
SOBRE OS PROCESSOS EM CURSO. AGRAVO LEGAL A 
QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A Lei nº 11.382/2006, a 
qual inseriu o artigo 739-A no CPC, sendo que as leis 
processuais aplicam-se imediatamente aos feitos em curso. 2. A 
Lei n.º 6.830/80 não é omissa quanto à penhora nem aos 
embargos. No entanto, nada dispõe acercados efeitos em que 
são recebidos os embargos. Assim, diante de tal lacuna, 
aplicam-se subsidiariamente as regras previstas no CPC, nos 
termos do artigo 1.º da LEF. 3. A ausência de garantia não 
impede que os embargos sejam recebidos, porém sem efeito 
suspensivo (§ 1.º, do artigo 739-A, CPC). 4. O STJ já se 
posicionou no sentido de que as alterações promovidas pela Lei 
11.382/2006, notadamente o art. 739-A, § 1º, do CPC, são 
11 
 
plenamente aplicáveis aos processos regidos pela Lei 
6.830/1980. 5. Agravo legal a que se nega provimento. (TRF-3 - 
AI: 21545 SP 2009.03.00.021545-5, Relator: 
DESEMBARGADOR FEDERAL HENRIQUE 
HERKENHOFF, Data de Julgamento: 03/11/2009, SEGUNDA 
TURMA) (Grifo nosso) 
 
 
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À 
EXECUÇÃO FISCAL. INSUFICIÊNCIA DA PENHORA. 
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Conforme 
entendimento do Eg. STJ, a insuficiência da penhora não pode 
obstar a admissibilidade dos embargos em tela, sob pena de 
ofensa ao princípio do contraditório, devendo-se intimar o 
devedor para que se proceda ao reforço da mesma. Sendo assim, 
não há como condicionar o exame dos embargos questionados à 
garantia da totalidade da execução, conforme o disposto no art. 
15, inciso II, da LEF, estabelecendo que o reforço da penhora 
poderá ser deferido em qualquer fase do processo. A extinção 
dos embargos em comento, sob o fundamento de insuficiência 
da penhora, não merece prosperar, vez que existe previsão legal 
autorizadora para tal reforço. Recurso parcialmente provido para 
que o juízo a quo determine diligências para penhorar tantos 
bens quantos forem suficientes para a garantia da execução, e 
em seguida, com penhora ou sem penhora, deve-se receber 
os presentes embargos para serem julgados quanto ao 
mérito. (TRF-2 - AC: 141841 RJ 97.02.20390-2, Relator: 
Desembargador Federal ALBERTO NOGUEIRA, Data de 
Julgamento: 15/08/2006, QUARTA TURMA 
ESPECIALIZADA, Data de Publicação: DJU - Data: 
26/09/2006 - Página: 247/248) (Grifo nosso) 
 
Mesmo que não haja a suspensão da Execução Fiscal, medida essa que também 
deveria ser adotada até trânsito em julgado de decisão final, pois há a discussão da 
legitimidade da dívida, pode-se constatar um pequeno progresso no judiciário brasileiro 
ao receber os Embargos à Execução sem que haja a garantia ao juízo. 
Adentrando no âmbito legal, a efetividade da norma deve ter como objeto a 
função social a qual se destina e observar sempre os preceitos da Carta Magna de 1988. 
Nessa acepção, conceitua Barroso (2006, p.29-30) que alude à Kelsen (1979): 
 
A noção de efetividade, ou seja, desta específica eficácia, 
corresponde ao que Kelsen – distinguindo-a do conceito de 
vigência da norma – retratou como sendo “o fato real de ela ser 
efetivamente aplicada e observada, da circunstância de uma 
conduta humana conforme à norma se verificar na ordem dos 
fatos. A efetividade significa, portanto, a realização do Direito, 
12 
 
o desempenho concreto de sua função social. Ela representa a 
materialização, no mundo dos fatos, dos preceitos legais e 
simboliza a aproximação, tão íntima quanto possível, entre o 
dever-ser normativo e o ser da realidade social. 
 
 Dessa maneira, verifica-se que a Lei de Execuções Fiscais esbarra em princípios 
constitucionais, inclusive no da Isonomia, que proíbe a edição de norma que estabeleça 
privilégios em razão de classe social, cor, sexo e religião, desonerando-se o Estado, 
como Fazenda Pública, desse princípio, ao ser privilegiado em não ver nas Execuções 
propostas o contraditório e a ampla defesa exercidos pelo executado, acarretando assim, 
infinitas chances de ter a total procedência da ação e deixando o contribuinte devedor à 
margem da lei constitucional. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante de todo o conjunto arrazoado, Lei de Execução Fiscal, princípios 
constitucionais, jurisprudência, doutrina e artigos, entende-se, no presente estudo, que a 
disposição do §1º, do artigo 16, da Lei nº 6.830/80, é manifestamente inconstitucional, 
merecendo ser suprimida. 
Abstrair a exigência de garantia ao juízo como meio de apresentar Embargos à 
Execução, devolverá ao contribuinte devedor o direito de ver exercido o contraditório e 
a ampla defesa nas ações executórias em que é demandado. 
O Poder Legislativo deve realinhar o Estado com o princípio constitucional da 
Isonomia, sem conferir-lhe privilégios em desfavor daqueles que é percussor, pois ao 
limitar a defesa do contribuinte, sem dúvida, que a Fazenda está em larga vantagem 
frente ao Poder Judiciário. 
Pode-se averiguar, ainda, certo autoritarismo na Lei de Execuções Fiscais, que 
teve como base uma constituição editada em tempos de militarismo no Brasil, ao 
cercear a defesa daquele que não tem condições econômicas para garantir o juízo. 
A pesquisa de jurisprudência mostrou que alguns Tribunais brasileiros já vêm 
deferindo o processamento e o julgamento do mérito e da forma dos Embargos à 
Execução independentemente da garantia ao juízo quando demonstrado que a parte é 
economicamente hipossuficiente, merecendo referidos posicionamentos tornarem-se 
uniformes em todos os graus de jurisdição. 
Em contrapartida, as mesmas decisões que recebem os Embargos propostos, 
13 
 
deixam de suspender a Execução Fiscal, o que também deveria ser abraçado até 
trânsito em julgado de decisão final como meio de garantir que não haja prejuízo ao 
contribuinte/devedor em caso de procedência dos Embargos à Execução. 
A suspensão da Execução Fiscal, até decisão final transitada em julgado, não 
acarreta prejuízos à Fazenda Pública, vez que essa tem diversos meios de arrecadar 
valores para os seus cofres, porém, ao contribuinte/devedor, ao ter seu patrimônio 
dilapidado pela execução de dívida, traz danos de grave e de difícil reparação. 
Por todo o exposto, conclui-se que a Lei de Execuções Fiscais ao exigir a 
garantia ao juízo para o processamento e julgamento de Embargos à Execução deve 
ser declarada inconstitucional na parte em que cerceia o contraditório e a defesa do 
contribuinte devedor, como melhor forma de direito e de justiça. 
 
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