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Aula 04 Noções de Direito Administrativo p/ PRF - Policial - 2014/2015 (Com videoaulas) Professor: Daniel Mesquita Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. INTRODUÇÃO À AULA 04 2 2. PODERES ADMINISTRATIVOS. 2 2.1. USO E ABUSO DE PODER 5 3. PODER HIERÁRQUICO 7 4. PODER DISCIPLINAR 11 5. PODER REGULAMENTAR 15 6. PODER DE POLÍCIA 20 6.1. CONCEITO 20 6.2. ATRIBUTOS 21 6.3. INDELEGABILIDADE 24 6.4. POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA 25 7. PODER VINCULADO 34 8. PODER DISCRICIONÁRIO 35 9. RESUMO DA AULA 41 10. QUESTÕES COMENTADAS 45 11. REFERÊNCIAS 53 AULA 04: Poderes administrativos SUMÁRIO Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. Introdução à Aula 04 Nessa nossa aula 04 do curso de Direito Administrativo, preparatório para o concurso de Policial (2014/2015) da PRF falaremos do seguinte assunto: ³5 Poderes da administração: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar.´. Seguiremos com a análise de diversas questões que já caíram em concursos anteriores, especialmente do CESPE. Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso, programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. Lembre-se: o planejamento é fundamental. Chega de papo, vamos à luta! 2. Poderes administrativos. Certamente, você já ouviu falar que na Administração Pública vige o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, ou seja, os atos estatais se impõem perante os particulares, pois o Estado age visando o interesse público. Entretanto, como é que esse princípio se materializa? Como é que, na prática, a Administração se sobrepõe ao particular? Isso ocorre por meio dos poderes administrativos. O ordenamento jurídico coloca esses poderes a disposição do Estado para que ele tenha meios de impor a sua a supremacia. Os agentes públicos, por gozarem desses poderes (= prerrogativas), encontram-se numa posição superior ao cidadão comum. Assim, o Estado consegue dirimir os conflitos da sociedade. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Esse poder não é uma faculdade da Administração. A professora Di 3LHWUR�DVVLP�GL]�³(PERUD�R�YRFiEXOR�poder dê a impressão de que se trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder- dever, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em EHQHItFLR�GD�FROHWLYLGDGH��RV�SRGHUHV�VmR�SRLV�LUUHQXQFLiYHLV´��� São poderes da Administração: 1.Poder hierárquico; 2.Poder disciplinar; 3.Poder regulamentar; 4. Poder de polícia. Alguns autores colocam a discricionariedade e a vinculação como poderes da $GPLQLVWUDomR�� SRU� LVVR�� HVVHV� ³SRGHUHV´� WDPEpP� VHUmR� WUDWDGRV� DR� longo desta aula. Os poderes, contudo, não são uma arma brutal que provoca um ataque sem defesa contra os administrados, eles são limitados pelos direitos individuais previstos na Constituição, como o direito a ampla defesa e o contraditório, por exemplo, pela lei, pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e por diversos outros postulados, como o do controle dos atos administrativos. Agindo o administrador fora dos objetivos legais ele comete abuso de poder, e se ao contrário não exerce os poderes a ele conferidos comete abuso de poder por omissão. Ótimo professor! Quanto ao poder-dever, entendi a noção geral de poder, mas há um contrapeso em relação a esses poderes? Não incide aqui no direito administrativo a máxima de que grandes poderes geram grandes responsabilidades? Há sim um contrapeso, meus caros e este contrapeso são os deveres (= restrições ou sujeições) dos administradores públicos. O administrador não pode se abster de praticar os atos de sua competência legal, uma vez que ele deve obediência ao princípio da legalidade. Dessa forma, quando a Administração tem o dever de agir, mas assim não faz, o agente que for omisso será responsabilizado, possibilitando que cidadão acione as vias judiciais para a obtenção do Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ato que a autoridade ou a Administração tinha o dever de fazê-lo, e não o fez. Tendo em vista que a Administração deve obedecer à lei, inclusive nas atividades discricionárias, surgem os deveres do Administrador Público. De forma geral, a Administração deve agir com eficiência (= boa administração), proporcionalidade, lealdade, obediência (o servidor deve obedecer e executar às ordens legais de seus superiores), devendo ainda prestar contas de seus atos e agir de forma correta, ética, com probidade. Hely Lopes traz os três principais deveres do Administrador Público: 1. DEVER DE EFICIÊNCIA: Espera-se que o Administrador Público tenha bons resultados, atuando com o melhor desempenho possível em suas atribuições. Esse dever se impõe a todo agente público, visando resultados positivos e satisfatórios para a atividade pública com a sociedade. Não basta agir com rapidez, o rendimento é essencial! Além de abranger os aspectos quantitativos e qualitativos do serviço. 2. DEVER DE PROBIDADE: Este dever está enraizado na conduta do Administrador, do mais simples ao mais complexo ato praticado pelo Administrador, afinal, para que o Administrador aja com na forma da lei, a probidade é indispensável. O dever de probidade é tão importante que foi tratado pela Constituição Federal. Veja só: 3. DEVER DE PRESTAR CONTAS: Já que Administração ³DGPLQLVWUD´�RV�EHQV�H�WDPEpP�JHUH�RV� LQWHUHVVHV�GD�SRSXODomR�FRPR� um todo, existe um cuidado a ser feito com a gerência do que é do Art. 37 § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita SRYR�� 1DV� SDODYUDV� GH� +HO\� /RSHV�� ³6H� R� DGPLQLVWUDU� FRUUHVSRQGH� DR� desempenho de um mandato de zelo e conservação de bens e interesses de outrem, manifesto é que quem o exerce deverá contas ao proprietário.´ O deverde prestar contas é da Administração para com a sociedade, devendo a gestão administrativa ser clara, não só quanto ao uso de dinheiro, mas a toda atividade realizada pela Administração. Este dever também foi tratado na nossa Constituição Federal: E o dever de lealdade, professor, o que esse dever significa? Significa que o administrador deve ser leal às instituições públicas. Assim como ele é fiel a sua esposa, ele deve ser fiel ao interesse público, devendo se dedicar ao serviço e respeitar as leis e as instituições estatais, nunca atuando contra os objetivos da Administração. 2.1. Uso e Abuso de poder Uso e abuso de poder é o gênero que abrange duas espécies: desvio de poder e excesso de poder. Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. Como se vê: sempre, no desvio de poder, o que está envolvido é a finalidade do ato, ou fora do interesse público ou fora da finalidade prevista na lei para aquele ato específico. Art. 70 § único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Excesso de poder, por sua vez, é vício na competência. Quando o agente atua transbordando de sua competência, ou seja, vai além de sua competência definida em lei ou na Constituição, há o excesso de poder. Assim, temos o importante quadro, com fundamento na doutrina de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino ± SINAL DE ALERTA: 1. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere que determinado agente público detentor de competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva impor, sem ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por entender que o fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de demissão. Nesse caso, a conduta do agente caracterizará abuso de poder, na modalidade denominada excesso de poder. Com o que vimos você já acertaria, mas observe como o CESPE copiou o exemplo dado por Di Pietro: ³6eria o excesso de poder, que ocorre quando a autoridade vai além daquilo que ela teria competência para praticar. Por exemplo, ela só pode aplicar a pena até de suspensão, mas aplica a pena de demissão. Outro exemplo é o do policial que se excede no uso da força. Ele tem competência para atuar, mas se excede no uso dos meios que a lei lhe dá para atingir os fins de interesse público.´ Item correto! Desvio de poder ± vício na finalidade Abuso de poder Excesso de poder ± vício na competência Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 2. (CESPE ± 2013 ± CNJ ± Técnico Judiciário ± Área Administrativa) Considere que determinado servidor público, dentro de suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado abusivamente. Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à revisão judicial ou administrativa, podendo, inclusive, o servidor responder por ilícito penal. Pessoal, aqui o caso é clássico de abuso de poder. Nessas situações, a conduta do servidor público está sujeita ao controle judicial ou administrativo, podendo responder por ilícito na esfera criminal. Logo, está CORRETA. 3. Poder Hierárquico Segundo Leandro Zannoni, ³R� SRGHU� KLHUiUTXLFR� GHFRUUH� GD� hierarquia, que é o vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos H� DJHQWHV� VXSHULRUHV� H� LQIHULRUHV´�� 2X� VHMD�� WDQWR� RV� yUJmRV� FRPR� RV� agentes públicos estão organizados de forma hierárquica e dessa relação de superioridade surgem poderes, o chamado poder hierárquico. O poder hierárquico garante que o princípio da eficiência seja cumprido na administração pública, através do poder de coordenação e subordinação dentro da mesma pessoa jurídica. Aqueles que são subordinados estão mais próximos da execução dos atos. Os superiores controlam e fiscalizam a atuação dos inferiores. Nos Poderes Legislativo e Judiciário a relação é diferente, pois os seus membros (juízes e parlamentares) gozam de independência funcional no exercício de suas funções típicas. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita No Poder Judiciário, por exemplo, existe uma distribuição de competência entre as instâncias, essas instâncias funcionam com independência umas das outras, e prevalece o princípio da livre convicção do juiz, em que não há subordinação jurídica aos tribunais superiores. Zannoni ainda leciona que da hierarquia decorrem os seguintes poderes: i) De editar atos normativos (como decretos, resoluções, portarias e instruções) com o intuito de ordenar genericamente os subordinados; ii) De comandar os subordinados por meio de ordens específicas, os quais devem obedecer, salvo se a ordem for manifestamente ilegal; iii) De fiscalizar a atividade inferior; iv) De anular os atos inferiores ilegais; v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou inconvenientes; vi) De aplicar sanções aos infratores; vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou negativos); viii) Delegar atribuições ix) Avocar atribuições. MUITO CUIDADO: O poder hierárquico não chega ao ponto de excluir ou retirar a competência do subordinado. Isso porque, a competência decorre de lei e não da vontade do administrador. Assim sendo, quando há a delegação - ³transferência de atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo´- CRETELLA JR., deverá ser temporária e certa, tendo em vista que a lei prevê como regra o exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente que havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será obrigado a cumpri-la. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário. 3. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de Telecomunicações ± Assistente Administrativo) No exercício do poder hierárquico, a delegação pode ocorrer de modo vertical ou horizontal, enquanto a avocação sedá exclusivamente no sentido vertical. Tudo certo, pessoal! Avocação e delegação nascem do poder hierárquico. A avocação ocorre sempre entre um superior e um subordinado, sendo que o primeiro chama a si a competência para a execução de determinado ato. Já a delegação ocorre tanto em níveis diferentes de hierarquia quanto em níveis iguais. Resposta: Certo. 4. (CESPE/2010/ANEEL/Técnico Administrativo) Como decorrência da relação hierárquica presente no âmbito da administração pública, um órgão de hierarquia superior pode avocar atribuições de um órgão subordinado, desde que estas não sejam de competência exclusiva. Ressaltamos, agora, os seguintes dispositivos da Lei nº 9.784/99 para resolvermos a questão: Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A questão está correta, pois a avocação decorre da hierarquia. Além disso, se a lei veda a delegação de matérias de competência exclusiva do órgão (art. 13), via reflexa, veda também a avocação dessa competência. 5. (CESPE/2010/DPE-BA) Em decorrência do poder hierárquico, é permitida a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior, devendo-se, entretanto, adotar essa prática em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados. Essa questão é importante, pois destaca uma característica essencial da delegação e da avocação: a limitação temporal e a excepcionalidade, pois a competência foi conferida por lei, não podendo o agente alterá-la de modo perpétuo. O item, portanto, está correto. 6. (CESPE/2010/MPU) O ordenamento jurídico pode determinar que a competência de certo órgão ou de agente inferior na escala hierárquica seja exclusiva e, portanto, não possa ser avocada. Pelas mesmas razões do item 1, esse item também está correto, pois diz que a competência exclusiva não pode ser avocada. Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. (...) Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 4. Poder disciplinar O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após a devida averiguação dos fatos. Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma relação decorrente do poder hierárquico. Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, a Administração e o particular contratado não se situam em uma relação de subordinação. Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do SRGHU� GLVFLSOLQDU�� XPD� YH]� TXH� HVWH� VHULD� ³XP� YtQFXOR� MXUtGLFR� HVSHFtILFR´�� Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos. CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar. Você verá que quando a lei confere alguma margem de liberdade ao administrador para decidir sobre qual medida será adotada na situação que se apresenta, o ato a ser praticado será discricionário. Agora, uma pergunta: o poder disciplinar é discricionário? Em regra não. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Normalmente, a lei, de forma expressa, estabelece qual é a sanção ideal a ser aplicada no caso concreto. Se ocorreu o fato X, a lei diz que o superior deve aplicar a sanção Y. Nesse caso, ocorrido o fato X, não há pra onde correr. A sanção Y deve ser aplicada, não há discricionariedade. Pode-se chegar a essa conclusão observando o posicionamento do 67-�� ³6.1. A infração do art. 117, XI, da Lei 8.112/90 ± µatuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro¶ ±, impõe a aplicação da pena de demissão, nos termos do art. 132, XIII, desse mesmo estatuto. 6.2. Portanto, nesse caso, o administrador não tem qualquer margem de discricionariedade na aplicação da pena, tratando-se de ato plenamente vinculado. Configurada a infração do art. 117, XI, da Lei 8.112/90, deverá ser aplicada a pena de demissão, nos termos do art. 132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena de responsabilização criminal e administrativa do superior hierárquico desidioso´� (MS 15.437/DF, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2010, DJe 26/11/2010) Há casos, porém, em que a discricionariedade existe. Isso porque, algumas vezes a própria lei concede à autoridade competente a prerrogativa de decidir o alcance da sanção. Se, por exemplo, a lei prevê que para o fato A aplica-se a pena de suspensão por até 90 dias, ocorrido o fato A, o superior hierárquico tem a liberdade de escolher por quanto tempo suspende o seu subalterno: por 10, 20, 50 ou 90 dias, por exemplo. Por fim, IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o artigo 5º�� /9�� GD� &)�� ³aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;´� Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Assim, para que a Administração utilize de seu poder disciplinar, ela deve promover o contraditório e a ampla defesa do acusado, em processo administrativo regularmente instaurado, antes de dar a punição. Para corroborar esse entendimento, destacamos também o § 1º do art. 41 da Constituição Federal:NÃO CAIA NESSA PEGADINHA: Juiz não é demitido com processo administrativo. Ele tem a garantia da ³vitaliciedade´. O que é isso professor? Isso quer dizer que ele só pode ser demitido por decisão judicial transitada em julgado! Isso mesmo: só um juiz ou um tribunal (composto de juízes) pode demitir um colega! Veja o art. 95, I, da Constituição: Como se vê, a vitaliciedade é adquirida com 2 anos. Após a aquisição da vitaliciedade, a demissão só ocorre com sentença judicial transitada em julgado. Vejam que esse assunto cai em prova! Vamos às questões!!! § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ATENÇÃO! NÃO CONFUNDAM PODER HIERÁRQUICO COM PODER DISCIPLINAR!!! 7. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder disciplinar é exercido pela administração pública para apurar infrações e aplicar penalidades não somente aos servidores públicos, mas também às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. Como vimos acima, o poder disciplinar cabe não só para examinar infrações cometidas por servidores públicos como também as demais pessoas com vínculo jurídico específico com a Administração Pública. Correto. 8. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O poder disciplinar consiste em distribuir e escalonar as funções, ordenar e rever as atuações e estabelecer as relações de subordinação entre os órgãos públicos, inclusive seus agentes. Essa é a definição do Poder Hierárquico. Portanto, item errado. 9. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Técnico Judiciário) A avocação deriva do poder disciplinar e é utilizada de forma excepcional quando o servidor público subalterno comete uma falta funcional e é punido com a perda temporária da função, desde que devidamente justificado pelo chefe do setor. Errado. Mais uma vez o examinador tentou confundir Poder Hierárquico com Poder Disciplinar. Mas já sabemos que a avocação decorre do poder hierárquico e não do poder disciplinar, é importante Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita lembrar que a avocação não é um tipo de punição, mas trata-se da ação de chamar para si uma competência do subordinado, desde que não seja competência exclusiva. 10. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades administrativas com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas contrárias à realização normal das atividades do órgão e irregularidades de diversos tipos traduz-se, especificamente, no chamado poder hierárquico. Mais uma vez a banca fazendo a relação entre poder hierárquico e disciplinar! Item errado. Estamos diante do conceito de poder disciplinar e não hierárquico! 11. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria Governamental) O poder disciplinar da administração pública confunde-se com o poder punitivo do Estado. A partir de hoje vocês não podem mais confundir! O poder punitivo está intimamente ao Direito Penal e à proteção de bens jurídicos considerados da mais alta importância, como a vida e a integridade física. O poder de polícia está ligado a aspectos administrativos da vida do Estado e dos administrados e a limitação de alguns direitos, ao poder de sancionar os servidores e alguns particulares em situação excepcionais. Resposta: errado. 5. Poder regulamentar Tudo bem até aqui? Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Qualquer dúvida você pode me mandar um e-mail. Vamos em frente! A corrente majoritária dos doutrinadores aponta o poder regulamentar como sendo a competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos normativos, complementares à lei para a sua fiel execução. 1DV�SDODYUDV�GH�0DUFHOR�$OH[DQGULQR�³2V�DWRV�DGPLQLVWUDWLYRV�QmR� têm destinatários determinados; incidem sobre todos os fatos ou situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente preveem. Os atos administrativos normativos editados pelo Chefe do Poder Executivo assumem a forma de decreto�´� Veja o que a Constituição Federal diz a respeito: Mas se só o Chefe do Poder Executivo tem o poder regulamentar, HP�TXH�³SRGHU´�VH�HQTXDGUDULDP�DV�UHVROXo}HV��LQVWUXo}HV�QRUPDWLYDV�� regimentos expedidos por outras autoridades administrativas? Nesse caso, fala-se em ³SRGHU� QRUPDWLYR´, que é o poder da Administração de editar atos gerais (o ato não é dirigido a um sujeito específico, mas a uma generalidade) e abstratos (o ato não foi editado para incidir sobre um único fato, mas para ser aplicado todas as vezes que ocorrer determinada situação descrita na norma). E qual seria a diferença fundamental entre lei e regulamento, professor? Leandro Zannoni dá uma resposta precisa a essa pergunta: ³D�lei e o regulamento não se confundem, pois aquela poderá inovar na ordem jurídica, criando direitos e obrigações para as partes, já que a lei é ato normativo primário, fundado na Constituição. Já o regulamento, não obstante ser geral e abstrato, não pode inovar a ordem jurídica, ³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQte ao Presidente da República: (...) IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como H[SHGLU�GHFUHWRV�H�UHJXODPHQWRV�SDUD�VXD�ILHO�H[HFXomR�´ Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita pois sua função é de apenas detalhar o significado da lei: é ato normativo secundário.´� Essa distinção entre poder regulamentar e poder normativo é consagrada, principalmente, por Di Pietro. Carvalho Filho e Bandeira de Mello não adotam essa divisão. Assim, é bom que você saiba que parte da doutrina (= Di Pietro) considera que poder normativo é gênero e poder regulamentar (ato só do Chefe do Executivo) é espécie desse gênero. MUITO CUIDADO, MEUS CAROS, ESSE É O PONTO FULCRAL DE NOSSA AULA!!! Existeno nosso ordenamento exceção a essa regra? Ou melhor, existe regulamento autônomo no Brasil? Há sim uma exceção, meus caros. A prevista no art. 84, VI, da Constituição. Vejamos: Como se vê, pode o Presidente (e os demais chefes do Poder Executivo: Governadores e Prefeitos) editar decreto autônomo, primário, para a: x ³RUJDQL]DomR´ e x ³IXQFLRQDPHQWR´ da administração federal DESDE QUE esse decreto não implique em: x ³DXPHQWR�GH�GHVSHVD´ ou x ³FULDomR�RX�H[WLQomR�GH�yUJmRV�S~EOLFRV´� Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir funções ou cargos públicos quando vagos. ³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQWH�DR�3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD�� (...) VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;´ Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir funções ou cargos quando vagos. (VVH� ³GHFUHWR� DXW{QRPR´� �FRPR� p� FRQKHFLGR� R� GHFUHWR� FRP� fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado- Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. Nesse sentido, o parágrafo único do art. 84 da Constituição: MUITO CUIDADO NESSE PONTO! A autorização para o Presidente delegar essa atribuição não significa que os atos normativos possam ser delegados. Como vimos acima, há previsão legal expressa no sentido de se vedar a delegação de atos normativos (art. 13, I, da Lei nº 9.784/99). Assim, a previsão constitucional do art. 84, parágrafo único, é uma exceção e deve ser interpretada restritivamente, para se alcançar apenas as hipóteses elencadas na CF. Por fim, não podemos fechar esse tópico sem a menção à forma de controle que a Constituição traz para retirar do ordenamento jurídico um decreto que exorbite do poder regulamentar. Ou seja: se o Presidente editar um decreto dizendo o que só a lei pode dizer, o que ocorre? Nesse caso, o Congresso Nacional pode sustar o ato normativo. Confira a redação do art. 49, V, da Constituição: ³$UW�� ���� 3DUiJUDIR�~QLFR��2�3UHVLGHQWH�GD�5HSública poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado- Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações´. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Vamos ver como esse tópico cai em concurso? Vamos lá! 12. (CESPE/2010/DETRAN-ES) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Essa redação corresponde ao art. 84, VI, b, da Constituição, por isso o item está correto. 13. (CESPE /2011/TRE-ES /Técnico Judiciário) Caso se determine, por meio de lei, a certa autoridade a competência para editar atos normativos secundários, essa competência pode ser objeto de delegação. Os atos normativos secundários, que são os decretos de execução ou regulamentares, são indelegáveis, conforme previsão legal do art. 13, I, da Lei nº 9.784/99. Por isso, o item está errado. 14. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a administração expede normas de caráter geral e impessoal, ela está desempenhando o poder regulamentar e a função normativa simultaneamente. Questões de concurso ³Art.49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;´ Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Tudo certo, pessoal. Como falamos, Poder Regulamentar está intimamente ligado às competências do chefe do Executivo e, nesse caso se consubstanciam principalmente por meio de decretos. O poder regulamentar é uma categoria dentro do poder normativo, que é mais amplo e é consubstanciado em regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias. Resposta: correto. 6. Poder de polícia 6.1. Conceito Vamos ao poder de polícia! O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse coletivo. Nesse sentido, o conceito de poder de polícia não pode ser dado sem mencionar a ideia de restrição de atos individuais em prol da coletividade. Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O segundo seria relacionado às restrições realizadas pelo Poder Executivo (sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir atos individuais contrários aos interesses sociais. Para que fique claro na sua cabeça, citamos alguns exemplos de poder de polícia: concessão de alvará de construção pelo Município, aplicação de multa por construção irregular, por excesso de velocidade, por infração ambiental, etc., demolição de casa construída em obra pública, concessão de licença de instalação etc. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ATENÇÃO: O poder de polícia se preordena a impor obrigações de não fazer, ou seja, a Administração se vale do poder de polícia para evitar a ocorrência de danos, seja aplicando multa para quem viola a legislação seja condicionando a execução de atividades a determinadas regras. Assim, diz-se que esse poder é um poder negativo. 6.2. Atributos Um tema IMPORTANTÍSSIMO para a sua prova quanto ao poder de polícia são os seus atributos. São características ou atributos específicos ± mas não exclusivos ± do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade, coercibilidade e indelegabilidade. No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos acima, é margem de liberdadeque a lei confere ao agente público na prática de determinado ato. Ele poderá escolher se vai aplicar o ato desse ou daquele modo. A discricionariedade será avaliada no caso concreto, observando se há essa margem de liberdade na lei. Mas, via de regra, o ato proferido no uso do poder de polícia é discricionário, pois, na maioria das vezes, a lei dá ampla margem ao agente (p. ex.: ocorrido um dano ambiental, a lei prevê que o administrador deve aplicar multa, mas esta pode variar entre R$ 100,00 e R$ 20.000,00, é o agente quem vai decidir o valor) Como vimos acima, se a lei der certa margem de liberdade ao agente, deixando de prever todas as hipóteses possíveis de aplicação da restrição ou qual a sanção que se deve impor, o ato decorrente do poder de polícia será discricionário. Por outro lado, se a lei não deixar margem ao agente, o ato será vinculado. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita CUIDADO: A doutrina tradicional informa que a discricionariedade é um atributo do poder de polícia. Contudo, há casos em que a lei não confere ao agente público qualquer margem para avaliar se aplicará um ato de polícia ou como aplicará. Por exemplo: se João construiu sua casa em área pública, não há outra saída, o agente público deve determinar que João deixe o local e promova a demolição da casa. Se João não sair no prazo, o agente deverá demolir a construção. Nessa situação, o agente não tem pra onde correr, o ato é vinculado. A autoexecutoriedade, por sua vez, é o poder que a Administração tem de modificar imediatamente a ordem jurídica valendo-se de seus próprios atos ou instrumentos, sem precisar buscar as medidas executórias do Poder Judiciário. Esse atributo, contudo, não pode ser aplicado irrestritamente pela Administração. Bandeira de Mello (2010, p. 842) informa que o atributo da autoexecutoriedade pode ser colocado em prática nas seguintes hipóteses: a) quando a lei expressamente autorizar; b) quando a adoção da medida for urgente para a defesa do interesse público e não comportar as delongas naturais do pronunciamento judicial sem sacrifício ou risco para a coletividade; c) quando inexistir outra via de direito capaz de assegurar a defender em cumprimento à medida de polícia. Por fim, como último atributo do poder de polícia, tem-se a coercibilidade. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Esse atributo representa a imposição dos atos do Estado sobre os indivíduos. Como bem destaca Carvalho Filho (2005, p. 67), esses atos decorrem do ius imperii estatal. Assim, no uso do poder de polícia, a Administração pode usar a força necessária para impor a vontade geral sobre o particular. Esse atributo coloca em destaque o princípio da proporcionalidade. No uso dos meios coativos, a Administração deve agir com os instrumentos estritamente necessários para fazer impor a sua vontade, ou seja, o meio escolhido deve ser adequado para atingir o objetivo e, ao mesmo tempo, deve ser o menos gravoso possível para se obter o resultado esperado. Caso essa relação entre meios e fins não seja observada, o agente incorrerá em abuso de poder. 15. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria Governamental) Com relação aos poderes administrativos, julgue o item subsequente. É obrigatória a obtenção prévia de autorização judicial para a demolição de edificação irregular. Essa questão está cobrando de vocês, meus caros, o atributo da autoexecutoriedade. Lembrem-se que, em determinados casos, o poder de polícia confere à Administração Pública a capacidade de executar suas determinações sem necessidade de aguardar pronunciamento judicial. Resposta: errado. 16. (CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivão de Polícia - Específicos) Todas as medidas de polícia administrativa são auto executórias, o que permite à administração pública promover, por si mesma, as suas decisões, sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário. Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Complementando o comentário anterior, veja que a auto executoriedade não é atributo de TODOS os atos. O único atributo extensível a todos os atos é a presunção de legitimidade. Resposta: errado. 17. (CESPE - 2010 - AGU - Procurador) Atos administrativos decorrentes do poder de polícia gozam, em regra, do atributo da autoexecutoriedade, haja vista a administração não depender da intervenção do Poder Judiciário para torná-los efetivos. Entretanto, alguns desses atos importam exceção à regra, como, por exemplo, no caso de se impor ao administrado que este construa uma calçada. A exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade e executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade. Questão na mesma linha das anteriores. Nesse exemplo, o atributo da autoexecutoriedade não está presente nesse ato de polícia, tão somente a exigibilidade. Isso significa que a Administração Pública pode exigir, mas não pode executar o particular caso ele não cumpra seu dever. Nesse caso, vai precisar da ação do Judiciário para que o particular seja compelido a construir a calçada. Atenção, porque, de forma genérica, o atributo em questão está incluso nos atos de polícia, mas a questão fez uma nítida ressalva ao dividir a autoexecutoriedade e exigibilidade, o que você deve perceber ao julgar o item. Resposta: Certo. 6.3. Indelegabilidade Alguns doutrinadores colocam a indelegabilidade com um atributo do poder de polícia. De qualquer forma, é bom que ele venha em tópico separado de nossa aula PARA VOCÊ NÃO SE ESQUECER NUNCA que o poder de polícia não pode ser delegado! Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Na lição de Marcelo Alexandrino (2010, p. 243-244), o poder de polícia não pode ser delegado para pessoas da iniciativa privada. Não seria possível sequer a delegação do poder de polícia às empresas concessionárias de serviço público ou às empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista). Assim, o poder público não pode delegar à empresa que administra determinada rodovia privatizada a atribuição de aplicar multa aos motoristas que viajam em excesso de velocidade. As multas devem ser aplicadas pelo DETRAN do respectivo Estado. ,VVR� TXHU� GL]HU� TXH� DWp� RV� ³SDUGDLV´� RX� RV� UDGDUHV� HOHWU{QLFRV� devem ser instalados e administrados pelo Estado, professor? Não, meus caros, essaé mais uma valiosa lição que você deve levar para a sua prova: o Estado pode contratar particulares e delegar a eles a atribuição de executar atos materiais relacionados às atividades tipicamente de polícia, ou seja, ele pode contratar uma empresa para, simplesmente, tirar as fotos dos carros que passam em alta velocidade. Quem vai aplicar a multa e cobrá-la é o DETRAN e não a empresa. Assim, falou em atributos do poder de polícia, lembre-se das iniciais: 6.4. Polícia administrativa x Polícia judiciária Estamos estudando o poder de polícia no âmbito do direito administrativo, exercido pela Administração Pública. Essa polícia, sob um enfoque tradicional, se contrapõe à polícia judiciária, que é aquela exercida, normalmente, pela Polícia Militar e pela Polícia Civil. Segundo os ensinamentos de Gasparini (2008, p. 131-132), apresentamos o seguinte quadro que diferencia a polícia administrativa da polícia judiciária: D A C I Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Polícia administrativa Polícia judiciária atuação essencialmente preventiva atuação repressiva exercida por vários órgãos da Administração Pública exercida pelos órgãos responsáveis pela segurança pública (PM e polícia civil); incide sobre a propriedade, a liberdade e as atividades dos indivíduos Incide sobre a própria pessoa visa coibir a desordem social busca a responsabilização penal sujeita às normas administrativas sujeita, essencialmente, às normas processuais penais caráter investigativo 18. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) A fiscalização realizada em locais proibidos para menores retrata o exercício de polícia administrativa. Como vimos, a atuação da polícia administrativa é essencialmente preventiva. Além disso, em locais como os proibidos para menores, o Estado tem a responsabilidade de conceder a licença de funcionamento condicionada à proibição de menores. Se essa condição for desrespeitada, a Administração pode se valer do poder de polícia administrativa para fechar o estabelecimento. A questão está correta. Questões de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 19. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de Telecomunicações ± Assistente Administrativo) A polícia administrativa se expressa ora por atos vinculados, ora por atos discricionários. Acabamos de comentar sobre a polícia administrativa, não é mesmo? Como todos aqueles que se sujeitam às normas administrativas, seus atos variam entre discricionários e vinculados, como ensina Celso Antônio Bandeira de Mello: ³Pode-se, com propriedade, asseverar, isto sim, que a polícia administrativa se expressa ora através de atos no exercício de FRPSHWrQFLD�GLVFULFLRQiULD��RUD�DWUDYpV�GH�DWRV�YLQFXODGRV�´ Resposta: Correto. 20. (CESPE/2009/TRE-PR/Analista Judiciário) O poder de polícia não poderá ser delegado às concessionárias, no âmbito das parcerias público-privadas. Vimos que ao particular não pode ser delegado o poder de policial. No caso das parcerias público-privadas, há vedação legal expressa. Vejamos: 21. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria Governamental) O exercício do poder de polícia não pode ser delegado a entidade privada. Meu caro, se você estudar com afinco, ler e reler, você vai passar. Veja como essa questão do Cespe é repetitiva. Você já sabe a resposta. O poder de polícia não pode ser transferido a particulares, somente outorgados a entes da administração indireta, como é o caso da ANVISA. Resposta: certo. Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes diretrizes: III ± indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado; Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 22. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder de polícia é a atividade do Estado que consiste em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público, e cujo exercício se condiciona a prévia autorização judicial. Essa questão não observou que o poder de polícia possui o atributo da autoexecutoriedade, segundo o qual a Administração não depende do Poder Judiciário para que seja executar um ato. Por isso, a questão está errada. 23. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - Área Administrativa) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se exemplo do poder disciplinar da administração pública. Esse é um bom exemplo do exercícios do poder de polícia. Afinal, o Estado está agindo limitando o exercício da propriedade do particular com o propósito de coibir atos individuais contrários aos interesses sociais. Resposta: Errado. 24. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Processual) A administração pública exerce seu poder disciplinar quando exige do particular a entrega de estudo de impacto ambiental para a liberação de determinado empreendimento. Outro caso que emana do poder de polícia. Veja que o poder disciplinar se desdobra em duas hipóteses: (a) punir o servidor que viola determinada norma ou princípio da Administração Pública e (b) punir determinados particulares que possuam vínculo específico com a Administração como no caso de contrato administrativo. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A exigência de licença não é punição, mas medida preventiva adotada para evitar a ocorrência de danos futuros. Resposta: errado. 25. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) Além dos atos que provêm de autoridade pública, caracterizam-se, também, como atividades de polícia administrativa as providências tomadas por particulares para prevenir prejuízos ou ameaças a seus direitos ou patrimônios. O ordenamento brasileiro não admite que o particular execute a força determinado ato, sob pena disso se enquadrar no crime de exercício arbitrário das próprias razões (salvo em hipóteses excepcionais em situações de legítima defesa ou de defesa da posse). Ademais, o poder de polícia não pode ser delegado ao particular. Assim, o item está errado. 26. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Analista Judiciário) Segundo a doutrina, o poder de polícia tanto pode ser discricionário quanto vinculado. O poder de polícia, via de regra, é discricionário ± a lei confere ao administradoruma margem para avaliar como o poder de polícia será exercido. Entretanto, por vezes, o poder de polícia se expressa de forma vinculada. Isso ocorre quando a lei não confere ao administrador qualquer margem de liberdade, juízo de valor, conveniência e oportunidade. Assim, a questão está correta. 27. (CESPE/2011/PC-ES) A atividade do Estado que condiciona a liberdade e a propriedade do indivíduo aos interesses coletivos tem por fundamento o denominado poder hierárquico. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Por óbvio, a questão está errada, pois esse é o fundamento dado do Poder de Polícia. Fique tranqüilo! Estude com atenção as nossas aulas e você não será surpreendido na hora da prova! 28. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de polícia deriva do poder hierárquico. Os chefes de repartição, por exemplo, utilizam-se do poder de polícia para fiscalizar os seus subordinados. Mais uma vez o CESPE associando o poder de polícia com o poder hierárquico. Como vimos, o poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse coletivo. E o poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos e agentes superiores e inferiores. Percebeu que são institutos diferentes? Gabarito: Errado. 29. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de polícia, que decorre da discricionariedade que caracteriza a administração pública, é limitado pelo princípio da razoabilidade ou proporcionalidade. Questão simples! Como vimos, um dos atributos do poder de polícia é a discricionariedade. Além disso, na edição dos atos administrativos em geral, especialmente naqueles editados no uso do poder de polícia, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade deverão ser observados. Gabarito: Certo. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 30. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) No exercício do poder de polícia, a administração age apenas de forma repressiva, aplicando sanções a condutas que infrinjam leis e regulamentos, uma vez que tal poder não se coaduna com medidas preventivas, inseridas, em regra, no âmbito do poder regulamentar. O poder de polícia pode ser manifesto tanto na forma preventiva quanto repressiva. Vimos acima a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) que apresenta o conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O segundo seria relacionado às restrições realizadas pelo Poder Executivo (sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir atos individuais contrários aos interesses sociais. Gabarito: Errado. 31. (CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental) A aplicação de multa e a interdição da fábrica pelo IBAMA decorrem do poder hierárquico de que o órgão dispõe como ente da administração pública indireta. Poder de Polícia é a faculdade colocada a disposição do Estado para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em prol do interesse público. Por intermédio do Poder de polícia a Administração poderá usar mecanismos coercitivos indiretos para que a lei seja devidamente cumprida (multa), oriundos do pressuposto da exigibilidade de seus atos, bem como medidas coercitivas diretas (interdição) que decorrem do pressuposto da auto- executoriedade. Item errado. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 32. (CESPE - 2010 - MS - Analista Técnico - Administrativo - PGPE 1) A sanção administrativa é consectário do poder de polícia regulado por normas administrativas. Isso mesmo. Essa frase foi retirada da jurisprudência, do STJ, REspe 874.517/SP de relatoria do Min. Luiz Fux, quando esse ainda integrava essa Corte. A frase permanece atual e se aplica ao poder de polícia. De maneira mais simples, pode ser traduzida como: A sanção administrativa é uma consequência do poder de polícia, que é regulado por normas administrativas. Resposta: Certo. 33. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária) No que se refere ao exercício do poder de polícia, denomina-se exigibilidade a prerrogativa da administração de praticar atos e colocá- los em imediata execução, sem depender de prévia manifestação judicial. Umas das características do poder de polícia é que ele é auto- executório, ou seja, a maior parte dos atos decorrentes desse poder são direta e imediatamente executados pela própria administração independente de interferência do judiciário. A questão portanto está incorreta. Denomina-se auto- executoriedade! 34. (CESPE ± 2013 ± TRE/MS ± Técnico Judiciário ± Área Administrativa) Um agente de trânsito, ao realizar fiscalização em uma rua, verificou que determinado indivíduo estaria conduzindo um veículo em mau estado de conservação, comprometendo, assim, a segurança do trânsito e, consequentemente, a da população. Diante dessa situação, o agente de trânsito resolveu reter o veículo e multar o proprietário. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita que explicita, correta e respectivamente, o poder da administração correspondente aos atos praticados pelo agente, e os atributos verificados nos atos administrativos que caracterizam a retenção do veículo e a aplicação de multa. A poder disciplinar ² exigibilidade e discricionariedade. B poder de polícia ² autoexecutoriedade e exigibilidade. C poder hierárquico ² exigibilidade e autoexecutoriedade. D poder disciplinar ² autoexecutoriedade e exigibilidade. E poder de polícia ² exigibilidade e discricionariedade. Vamos comentar: Letra (A). O poder disciplinar é aquele através do qual a lei permite a Administração Pública aplicar penalidades às infrações funcionais de seus servidores e demais pessoas ligadas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. A questão não trata desse poder. Logo, está INCORRETA. Letra (B). Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene,à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Exigibilidade consiste no fato de que todo ato decorrente do poder de polícia é exigível pela Administração Pública, independentemente de decisão judicial. Autoexecutoriedade é a possibilidade de o Poder Público executar o que decidiu. Portanto, a questão trata do poder de polícia e de seus atributos exigibilidade e autoexecutoriedade. Logo, está CORRETA. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Letra (C). O poder hierárquico é aquele pelo qual a Administração distribui e escalona as funções de seus órgãos, ordena e rever a atuação de seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre os servidores públicos de seu quadro de pessoal. A questão não trata desse poder. Logo, está INCORRETA. Letra (D). A questão não trata do poder disciplinar e sim do poder de polícia. Logo, está INCORRETA. Letra (E). A questão trata do poder de polícia, porém não trata do atributo da discricionariedade. Logo, está INCORRETA. 5HVSRVWD��OHWUD�³%´ 35. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área Administrativa) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de medidas repressivas. Fiscalização, vistoria, notificação, autorização e licença emanam do poder de polícia e são exemplos clássicos de medidas preventivas. Resposta: errado. 7. Poder vinculado Você que já estudou atos administrativos sabe que se o administrador se deparar com uma situação em que não há margem alguma de liberdade para atuar, pois a lei determinou que o único comportamento possível e obrigatório a ser adotado para a hipótese era aquele, o ato praticado é vinculado. Nesse caso, a atuação do administrador encontra-se tipificada na lei, não há avaliação acerca de conveniência e oportunidade (=mérito), ele está amarrado, engessado, fixado, congelado pelas imposições legais. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Saiba que o poder vinculado, faz com que a Administração pratique os seus atos de forma limitada. Podemos analisar esse poder como um dever da Administração, tendo em vista que a Administração, ao exercer o ato vinculado, está exercendo um dever de observar as imposições legais, ou seja, está observando o princípio da legalidade, inserto no art. 37, caput, da Constituição. Com esta imagem na mente, não há como errar na prova: Poder vinculado: administrador Leis e atos normativos (Imagem extraída de http://serigreja.wordpress.com/2012/04/11/antes-de-amarrar-satanas-11/ ) 8. Poder Discricionário O poder discricionário, por outro lado, existe porque a atividade administrativa é dinâmica, ou seja, o legislador não pode prever todas as situações presentes e futuras de possível ocorrência para a Administração. Caso o administrador se depare com uma situação para qual a lei confira margem de decisão, deve escolher a alternativa que mais se adéque ao interesse público. 0DUFHOR� $OH[DQGULQR� H� 9LFHQWH� 3DXOR� DVVLP� GHILQHP� ³Poder discricionário é conferido à Administração para a prática de atos discricionários (e a sua revogação), ou seja, é aquele em que o agente administrativo dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato, quanto ao seu motivo, e, sendo o caso, escolher dentro dos limites legais, o seu FRQWH~GR��REMHWR��´. Dentro das balizas conferidas pela Lei, o administrador público exerce o seu Poder discricionário no caso concreto. Através de um juízo de conveniência e oportunidade (= mérito administrativo) ele decidirá qual conduta é mais adequada ao interesse público. 9RFr� OHX� EHP�� ³GHQWUR� GDV� EDOL]DV� FRQIHULGDV� SHOD� /HL´�� 1mR� Ki� discricionariedade fora da lei. e�SRU�LVVR�TXH�$OH[DQGULQR�H�3DXOR�HQVLQDP�TXH�³QD�SUiWLFD�GH�XP� ato discricionário a administração exerce o poder discricionário e, WDPEpP��R�SRGHU�YLQFXODGR�´� 3RXFRV�FRQFXUVRV�FREUDP�³SRGHU�GLVFULFLRQiULR´�H�³SRGHU�YLQFXODGR´� no edital. Isso ocorre porque, como bem ensina Di Pietro, nem o poder vinculado nem o poder discricionário são autônomos. Na verdade, esses poderes são atributos de outros poderes ou competência da Administração. A autora acredita que a discricionariedade é uma prerrogativa. Para que você visualize melhor o poder discricionário, tenha em mente a seguinte figura: Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Poder discricionário Administrador Delimitação legal ou normativa (Imagem extraída de: http://noticias.vidrado.com/curiosidades/curiosos-aquarios-em-vidro-soprado/ ) 36. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) Define-se poder discricionário como o poder que o direito concede à administração para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo, estando a administração, no exercício desse poder, imune à apreciação do Poder Judiciário. Vimos a definição dada por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo ³Poder discricionário é conferido à Administração para a prática de atos discricionários (e a sua revogação), ou seja, é aquele em que o agente administrativo dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato, Questão de concurso Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita quanto ao seu motivo, e, sendo o caso, escolher dentro dos limites legais, o seu conteúdo (objeto).´�� Se o administrador transborda dos limites impostos pela lei, é óbvio que o ato pode ser questionado perante o Poder Judiciário. Por isso a questão está errada. 37. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de Telecomunicações ± Assistente Administrativo) De acordo com a doutrina majoritária, o controle judicial sobre o exercício do poder discricionário deve incluir a análise do mérito do ato administrativo. Mais uma para vocês perceberemcomo o tema é importante e como vocês já possuem condições suficientes para acertar a questão. Conforme conversamos, a doutrina majoritária defende que o Judiciário não deve se imiscuir no mérito administrativo. Somente se a atitude adotada pela Administração violar a razoabilidade e a proporcionalidade, isso vai justificar o controle de legalidade do ato, o que, indiretamente vai afetar o mérito da questão, mas lembre-se, vai afetar apenas de maneira penas indireta. Jamais a intervenção do Judiciário poderá ser direta quando se tratar da margem de discricionariedade do administrador. Resposta: Errado. 38. (CESPE ± 2013 ± SEGER/ES ± Analista do Executivo ± Área: Direito) Acerca dos poderes da administração pública, assinale a opção correta. A) O poder de polícia é prerrogativa conferida à administração, que pode condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício do interesse público, sendo exercido pela polícia civil no âmbito estadual e pela Polícia Federal no âmbito da União. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita B) O poder hierárquico é o poder de que dispõe a administração para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. C) O poder discricionário somente poderá ser exercido, em respeito ao princípio do direito adquirido, no momento em que o ato for praticado. D) O poder disciplinar, necessário à manutenção e à organização da estrutura interna da administração, é exercido por meio de atos normativos que regulam o funcionamento dos órgãos. E) O poder regulamentar confere à administração a prerrogativa de editar atos gerais para complementar ou alterar as leis. Essa questão vai nos ajudar a rever um pouco da maioria dos poderes que estudamos. Confira se você domina os conceitos: Letra (A). O item confundiu a polícia administrativa e a polícia judiciária. A polícia administrativa pode ser exercida por qualquer órgão da administração pública. Já a polícia judiciária é exercida pela polícia civil e pela polícia federal. Logo, está INCORRETA. Letra (B). Esse é o conceito de poder hierárquico. Logo, está CORRETA. Letra (C). O poder discricionário pode ser exercido antes ou após o ato ser praticado também. Logo, está INCORRETA. Letra (D). Trata-se do poder regulamentar e não disciplinar. Logo, está INCORRETA. Letra (E). Os atos editados pela administração em função do poder regulamentar não podem alterar as leis, mas apenas complementá-las. Logo, está INCORRETA. Resposta: B 39. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) O poder discricionário é um poder absoluto e intocável, concretizando-se no momento em que o ato é praticado pela administração. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Nenhum poder é absoluto e intocável. Veja que a margem de discricionariedade dado pela lei baliza a atuação do administrador ao mesmo tempo que lhe impõe limites ou seja, não é absoluto. Ainda assim, sofre o controle do Judiciário e dos órgãos da própria Administração. Resposta: Errado. 40. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria de Obras Públicas) A razoabilidade funciona como limitador do poder discricionário do administrador. Questão correta! Veja o que Alexandre Mazza diz a respeito do assunto: "No Direito Administrativo, o princípio da razoabilidade impõe a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Não obstante atender à finalidade pública predefinida pela lei, importa também saber como o fim público deve ser atendido. Trata-se de exigência implícita na legalidade." Meus caros, TODOS os agentes públicos devem agir pautados pela razoabilidade. Resposta: Correto. Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 9. Resumo da aula Lembre-se do importante quadro, com fundamento na doutrina de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: O poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos e agentes superiores e inferiores. Da hierarquia decorrem os seguintes poderes: i) De editar atos normativos (como decretos, resoluções, portarias e instruções) com o intuito de ordenar genericamente os subordinados; ii) De comandar os subordinados por meio de ordens específicas, os quais devem obedecer, salvo se a ordem for manifestamente ilegal; iii) De fiscalizar a atividade inferior; iv) De anular os atos inferiores ilegais; v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou inconvenientes; vi) De aplicar sanções aos infratores; vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou negativos); viii) Delegar atribuições ix) Avocar atribuições. Há a delegação - ³transferência de atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo´- CRETELLA JR., deverá ser temporária e certa, tendo em vista que a lei prevê como regra o Desvio de poder ± vício na finalidade Abuso de poder Excesso de poder ± vício na competência Noções de Direito Administrativo para Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 54 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente que havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será obrigado a cumpri-la. Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter normativo; a decisão de recursos administrativos; as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário. O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após a devida averiguação dos fatos. IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o artigo 5º, /9��GD�&)��³DRV�OLWLJDQWHV� em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, FRP�RV�PHLRV�H�UHFXUVRV�D�HOD�LQHUHQWHV�´� Com relação ao poder regulamentar, a corrente majoritária dos doutrinadores aponta esse poder como sendo a competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos normativos,
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