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Noções de Direito Administrativo para Policial - Aula 04

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Aula 04
Noções de Direito Administrativo p/ PRF - Policial - 2014/2015 (Com videoaulas)
Professor: Daniel Mesquita
Noções de Direito Administrativo para Policial 
(2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios 
comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 54 
Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 
 
 
1. INTRODUÇÃO À AULA 04 2 
2. PODERES ADMINISTRATIVOS. 2 
2.1. USO E ABUSO DE PODER 5 
3. PODER HIERÁRQUICO 7 
4. PODER DISCIPLINAR 11 
5. PODER REGULAMENTAR 15 
6. PODER DE POLÍCIA 20 
6.1. CONCEITO 20 
6.2. ATRIBUTOS 21 
6.3. INDELEGABILIDADE 24 
6.4. POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA 25 
7. PODER VINCULADO 34 
8. PODER DISCRICIONÁRIO 35 
9. RESUMO DA AULA 41 
10. QUESTÕES COMENTADAS 45 
11. REFERÊNCIAS 53 
 
 
 
 
 
AULA 04: Poderes administrativos 
 
SUMÁRIO 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
(2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios 
comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 
 
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 54 
Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 
 
 
1. Introdução à Aula 04 
 
Nessa nossa aula 04 do curso de Direito Administrativo, 
preparatório para o concurso de Policial (2014/2015) da PRF falaremos 
do seguinte assunto: ³5 Poderes da administração: vinculado, 
discricionário, hierárquico, disciplinar e regulamentar.´. 
Seguiremos com a análise de diversas questões que já caíram em 
concursos anteriores, especialmente do CESPE. 
Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como 
você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso, 
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. 
Lembre-se: o planejamento é fundamental. 
Chega de papo, vamos à luta! 
 
2. Poderes administrativos. 
 
Certamente, você já ouviu falar que na Administração Pública vige 
o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse 
privado, ou seja, os atos estatais se impõem perante os particulares, 
pois o Estado age visando o interesse público. 
Entretanto, como é que esse princípio se materializa? Como é que, 
na prática, a Administração se sobrepõe ao particular? 
Isso ocorre por meio dos poderes administrativos. O ordenamento 
jurídico coloca esses poderes a disposição do Estado para que ele tenha 
meios de impor a sua a supremacia. 
Os agentes públicos, por gozarem desses poderes (= 
prerrogativas), encontram-se numa posição superior ao cidadão 
comum. Assim, o Estado consegue dirimir os conflitos da sociedade. 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
(2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios 
comentados. 
Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 04 
 
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Esse poder não é uma faculdade da Administração. A professora Di 
3LHWUR�DVVLP�GL]�³(PERUD�R�YRFiEXOR�poder dê a impressão de que se 
trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-
dever, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em 
EHQHItFLR�GD�FROHWLYLGDGH��RV�SRGHUHV�VmR�SRLV�LUUHQXQFLiYHLV´��� 
São poderes da Administração: 1.Poder hierárquico; 2.Poder 
disciplinar; 3.Poder regulamentar; 4. Poder de polícia. Alguns autores 
colocam a discricionariedade e a vinculação como poderes da 
$GPLQLVWUDomR�� SRU� LVVR�� HVVHV� ³SRGHUHV´� WDPEpP� VHUmR� WUDWDGRV� DR�
longo desta aula. 
Os poderes, contudo, não são uma arma brutal que provoca um 
ataque sem defesa contra os administrados, eles são limitados pelos 
direitos individuais previstos na Constituição, como o direito a ampla 
defesa e o contraditório, por exemplo, pela lei, pelos princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade e por diversos outros postulados, 
como o do controle dos atos administrativos. 
Agindo o administrador fora dos objetivos legais ele comete abuso 
de poder, e se ao contrário não exerce os poderes a ele conferidos 
comete abuso de poder por omissão. 
Ótimo professor! Quanto ao poder-dever, entendi a noção geral de 
poder, mas há um contrapeso em relação a esses poderes? Não incide 
aqui no direito administrativo a máxima de que grandes poderes geram 
grandes responsabilidades? 
Há sim um contrapeso, meus caros e este contrapeso são os 
deveres (= restrições ou sujeições) dos administradores públicos. 
O administrador não pode se abster de praticar os atos de sua 
competência legal, uma vez que ele deve obediência ao princípio da 
legalidade. Dessa forma, quando a Administração tem o dever de agir, 
mas assim não faz, o agente que for omisso será responsabilizado, 
possibilitando que cidadão acione as vias judiciais para a obtenção do 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
(2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios 
comentados. 
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ato que a autoridade ou a Administração tinha o dever de fazê-lo, e não 
o fez. 
Tendo em vista que a Administração deve obedecer à lei, inclusive 
nas atividades discricionárias, surgem os deveres do Administrador 
Público. De forma geral, a Administração deve agir com eficiência (= 
boa administração), proporcionalidade, lealdade, obediência (o 
servidor deve obedecer e executar às ordens legais de seus 
superiores), devendo ainda prestar contas de seus atos e agir de 
forma correta, ética, com probidade. 
Hely Lopes traz os três principais deveres do Administrador 
Público: 
1. DEVER DE EFICIÊNCIA: Espera-se que o Administrador 
Público tenha bons resultados, atuando com o melhor desempenho 
possível em suas atribuições. Esse dever se impõe a todo agente 
público, visando resultados positivos e satisfatórios para a atividade 
pública com a sociedade. Não basta agir com rapidez, o rendimento é 
essencial! Além de abranger os aspectos quantitativos e qualitativos do 
serviço. 
2. DEVER DE PROBIDADE: Este dever está enraizado na 
conduta do Administrador, do mais simples ao mais complexo ato 
praticado pelo Administrador, afinal, para que o Administrador aja com 
na forma da lei, a probidade é indispensável. O dever de probidade é 
tão importante que foi tratado pela Constituição Federal. Veja só: 
 
 
 
 
 
3. DEVER DE PRESTAR CONTAS: Já que Administração 
³DGPLQLVWUD´�RV�EHQV�H�WDPEpP�JHUH�RV� LQWHUHVVHV�GD�SRSXODomR�FRPR�
um todo, existe um cuidado a ser feito com a gerência do que é do 
Art. 37 § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, na forma e 
gradação prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
(2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios 
comentados. 
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SRYR�� 1DV� SDODYUDV� GH� +HO\� /RSHV�� ³6H� R� DGPLQLVWUDU� FRUUHVSRQGH� DR�
desempenho de um mandato de zelo e conservação de bens e 
interesses de outrem, manifesto é que quem o exerce deverá contas ao 
proprietário.´ 
O deverde prestar contas é da Administração para com a 
sociedade, devendo a gestão administrativa ser clara, não só quanto ao 
uso de dinheiro, mas a toda atividade realizada pela Administração. 
Este dever também foi tratado na nossa Constituição Federal: 
 
 
 
 
E o dever de lealdade, professor, o que esse dever significa? 
Significa que o administrador deve ser leal às instituições 
públicas. Assim como ele é fiel a sua esposa, ele deve ser fiel ao 
interesse público, devendo se dedicar ao serviço e respeitar as leis e 
as instituições estatais, nunca atuando contra os objetivos da 
Administração. 
 
2.1. Uso e Abuso de poder 
 
Uso e abuso de poder é o gênero que abrange duas espécies: 
desvio de poder e excesso de poder. 
Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder 
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade 
alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de 
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. 
Como se vê: sempre, no desvio de poder, o que está envolvido é a 
finalidade do ato, ou fora do interesse público ou fora da finalidade 
prevista na lei para aquele ato específico. 
Art. 70 § único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre 
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou 
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
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Excesso de poder, por sua vez, é vício na competência. Quando 
o agente atua transbordando de sua competência, ou seja, vai além de 
sua competência definida em lei ou na Constituição, há o excesso de 
poder. 
Assim, temos o importante quadro, com fundamento na doutrina 
de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino ± SINAL DE ALERTA: 
 
 
 
1. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) Considere que determinado agente público detentor de 
competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva impor, sem 
ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por entender que o 
fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de demissão. Nesse 
caso, a conduta do agente caracterizará abuso de poder, na modalidade 
denominada excesso de poder. 
Com o que vimos você já acertaria, mas observe como o CESPE 
copiou o exemplo dado por Di Pietro: 
³6eria o excesso de poder, que ocorre quando a autoridade vai 
além daquilo que ela teria competência para praticar. Por exemplo, ela 
só pode aplicar a pena até de suspensão, mas aplica a pena de 
demissão. Outro exemplo é o do policial que se excede no uso da força. 
Ele tem competência para atuar, mas se excede no uso dos meios que a 
lei lhe dá para atingir os fins de interesse público.´ 
Item correto! 
Desvio de poder ± vício na 
finalidade 
Abuso de poder 
Excesso de poder ± vício na 
competência 
Questões de 
concurso 
 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
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2. (CESPE ± 2013 ± CNJ ± Técnico Judiciário ± Área 
Administrativa) Considere que determinado servidor público, dentro de 
suas atribuições, tenha se afastado do interesse público e atuado 
abusivamente. Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à 
revisão judicial ou administrativa, podendo, inclusive, o servidor 
responder por ilícito penal. 
 
Pessoal, aqui o caso é clássico de abuso de poder. Nessas 
situações, a conduta do servidor público está sujeita ao controle judicial 
ou administrativo, podendo responder por ilícito na esfera criminal. 
Logo, está CORRETA. 
 
 
3. Poder Hierárquico 
 
Segundo Leandro Zannoni, ³R� SRGHU� KLHUiUTXLFR� GHFRUUH� GD�
hierarquia, que é o vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos 
H� DJHQWHV� VXSHULRUHV� H� LQIHULRUHV´�� 2X� VHMD�� WDQWR� RV� yUJmRV� FRPR� RV�
agentes públicos estão organizados de forma hierárquica e dessa 
relação de superioridade surgem poderes, o chamado poder 
hierárquico. 
O poder hierárquico garante que o princípio da eficiência seja 
cumprido na administração pública, através do poder de coordenação e 
subordinação dentro da mesma pessoa jurídica. Aqueles que são 
subordinados estão mais próximos da execução dos atos. Os superiores 
controlam e fiscalizam a atuação dos inferiores. 
Nos Poderes Legislativo e Judiciário a relação é diferente, pois os 
seus membros (juízes e parlamentares) gozam de independência 
funcional no exercício de suas funções típicas. 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
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No Poder Judiciário, por exemplo, existe uma distribuição de 
competência entre as instâncias, essas instâncias funcionam com 
independência umas das outras, e prevalece o princípio da livre 
convicção do juiz, em que não há subordinação jurídica aos tribunais 
superiores. 
Zannoni ainda leciona que da hierarquia decorrem os seguintes 
poderes: 
i) De editar atos normativos (como decretos, 
resoluções, portarias e instruções) com o intuito de ordenar 
genericamente os subordinados; 
ii) De comandar os subordinados por meio de ordens 
específicas, os quais devem obedecer, salvo se a ordem for 
manifestamente ilegal; 
iii) De fiscalizar a atividade inferior; 
iv) De anular os atos inferiores ilegais; 
v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou 
inconvenientes; 
vi) De aplicar sanções aos infratores; 
vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou 
negativos); 
viii) Delegar atribuições 
ix) Avocar atribuições. 
MUITO CUIDADO: O poder hierárquico não chega ao ponto de 
excluir ou retirar a competência do subordinado. Isso porque, a 
competência decorre de lei e não da vontade do administrador. 
Assim sendo, quando há a delegação - ³transferência de 
atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo´- CRETELLA 
JR., deverá ser temporária e certa, tendo em vista que a lei prevê como 
regra o exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente 
que havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será 
obrigado a cumpri-la. 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
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A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a 
autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do 
seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário. 
 
 
 
3. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de 
Telecomunicações ± Assistente Administrativo) No exercício do 
poder hierárquico, a delegação pode ocorrer de modo vertical ou 
horizontal, enquanto a avocação sedá exclusivamente no sentido 
vertical. 
Tudo certo, pessoal! Avocação e delegação nascem do poder 
hierárquico. A avocação ocorre sempre entre um superior e um 
subordinado, sendo que o primeiro chama a si a competência para a 
execução de determinado ato. Já a delegação ocorre tanto em níveis 
diferentes de hierarquia quanto em níveis iguais. 
Resposta: Certo. 
 
 
4. (CESPE/2010/ANEEL/Técnico Administrativo) Como decorrência 
da relação hierárquica presente no âmbito da administração 
pública, um órgão de hierarquia superior pode avocar atribuições 
de um órgão subordinado, desde que estas não sejam de 
competência exclusiva. 
 
Ressaltamos, agora, os seguintes dispositivos da Lei nº 9.784/99 
para resolvermos a questão: 
 
 
 
 
Questões de 
concurso 
 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
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A questão está correta, pois a avocação decorre da hierarquia. 
Além disso, se a lei veda a delegação de matérias de competência 
exclusiva do órgão (art. 13), via reflexa, veda também a avocação 
dessa competência. 
 
5. (CESPE/2010/DPE-BA) Em decorrência do poder hierárquico, é 
permitida a avocação temporária de competência atribuída a 
órgão hierarquicamente inferior, devendo-se, entretanto, adotar 
essa prática em caráter excepcional e por motivos relevantes 
devidamente justificados. 
 
Essa questão é importante, pois destaca uma característica 
essencial da delegação e da avocação: a limitação temporal e a 
excepcionalidade, pois a competência foi conferida por lei, não podendo 
o agente alterá-la de modo perpétuo. O item, portanto, está correto. 
 
6. (CESPE/2010/MPU) O ordenamento jurídico pode determinar que 
a competência de certo órgão ou de agente inferior na escala 
hierárquica seja exclusiva e, portanto, não possa ser avocada. 
 
Pelas mesmas razões do item 1, esse item também está correto, 
pois diz que a competência exclusiva não pode ser avocada. 
 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos 
de delegação e avocação legalmente admitidos. 
(...) 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou 
autoridade. 
 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
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4. Poder disciplinar 
 
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de 
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais 
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina 
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após 
a devida averiguação dos fatos. 
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder 
hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle 
interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma 
relação decorrente do poder hierárquico. 
Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há 
hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos 
administrativos, a Administração e o particular contratado não se 
situam em uma relação de subordinação. 
Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento 
doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as 
sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do 
SRGHU� GLVFLSOLQDU�� XPD� YH]� TXH� HVWH� VHULD� ³XP� YtQFXOR� MXUtGLFR�
HVSHFtILFR´�� 
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar 
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos. 
 CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e 
contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há 
manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está 
exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar. 
Você verá que quando a lei confere alguma margem de liberdade ao 
administrador para decidir sobre qual medida será adotada na situação que 
se apresenta, o ato a ser praticado será discricionário. 
Agora, uma pergunta: o poder disciplinar é discricionário? 
Em regra não. 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
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Normalmente, a lei, de forma expressa, estabelece qual é a sanção 
ideal a ser aplicada no caso concreto. Se ocorreu o fato X, a lei diz que 
o superior deve aplicar a sanção Y. 
Nesse caso, ocorrido o fato X, não há pra onde correr. A sanção Y 
deve ser aplicada, não há discricionariedade. 
Pode-se chegar a essa conclusão observando o posicionamento do 
67-�� ³6.1. A infração do art. 117, XI, da Lei 8.112/90 ± µatuar, como 
procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando 
se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o 
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro¶ ±, impõe a aplicação da 
pena de demissão, nos termos do art. 132, XIII, desse mesmo estatuto. 
6.2. Portanto, nesse caso, o administrador não tem qualquer margem 
de discricionariedade na aplicação da pena, tratando-se de ato 
plenamente vinculado. Configurada a infração do art. 117, XI, da Lei 
8.112/90, deverá ser aplicada a pena de demissão, nos termos do art. 
132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena de responsabilização criminal e 
administrativa do superior hierárquico desidioso´� (MS 15.437/DF, Rel. 
Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2010, 
DJe 26/11/2010) 
Há casos, porém, em que a discricionariedade existe. Isso porque, 
algumas vezes a própria lei concede à autoridade competente a 
prerrogativa de decidir o alcance da sanção. 
Se, por exemplo, a lei prevê que para o fato A aplica-se a pena de 
suspensão por até 90 dias, ocorrido o fato A, o superior hierárquico tem 
a liberdade de escolher por quanto tempo suspende o seu subalterno: 
por 10, 20, 50 ou 90 dias, por exemplo. 
Por fim, IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o 
artigo 5º�� /9�� GD� &)�� ³aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes;´� 
Noções de Direito Administrativo para Policial 
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Assim, para que a Administração utilize de seu poder disciplinar, 
ela deve promover o contraditório e a ampla defesa do acusado, em 
processo administrativo regularmente instaurado, antes de dar a 
punição. 
Para corroborar esse entendimento, destacamos também o § 1º do 
art. 41 da Constituição Federal:NÃO CAIA NESSA PEGADINHA: 
Juiz não é demitido com processo administrativo. Ele tem a 
garantia da ³vitaliciedade´. 
O que é isso professor? 
Isso quer dizer que ele só pode ser demitido por decisão judicial 
transitada em julgado! Isso mesmo: só um juiz ou um tribunal 
(composto de juízes) pode demitir um colega! 
Veja o art. 95, I, da Constituição: 
 
 
 
 
 
Como se vê, a vitaliciedade é adquirida com 2 anos. Após a 
aquisição da vitaliciedade, a demissão só ocorre com sentença judicial 
transitada em julgado. 
Vejam que esse assunto cai em prova! Vamos às questões!!! 
 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada 
ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla 
defesa. 
 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois 
anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de 
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos 
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
 
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ATENÇÃO! NÃO CONFUNDAM PODER HIERÁRQUICO COM PODER 
DISCIPLINAR!!! 
 
7. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder disciplinar é 
exercido pela administração pública para apurar infrações e 
aplicar penalidades não somente aos servidores públicos, mas 
também às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 
 
Como vimos acima, o poder disciplinar cabe não só para examinar 
infrações cometidas por servidores públicos como também as demais 
pessoas com vínculo jurídico específico com a Administração Pública. 
Correto. 
 
8. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O poder disciplinar 
consiste em distribuir e escalonar as funções, ordenar e rever as 
atuações e estabelecer as relações de subordinação entre os 
órgãos públicos, inclusive seus agentes. 
 
Essa é a definição do Poder Hierárquico. Portanto, item errado. 
 
9. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Técnico Judiciário) A avocação deriva 
do poder disciplinar e é utilizada de forma excepcional quando o 
servidor público subalterno comete uma falta funcional e é punido 
com a perda temporária da função, desde que devidamente 
justificado pelo chefe do setor. 
 
 Errado. Mais uma vez o examinador tentou confundir Poder 
Hierárquico com Poder Disciplinar. Mas já sabemos que a avocação 
decorre do poder hierárquico e não do poder disciplinar, é importante 
Questões de 
concurso 
 
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lembrar que a avocação não é um tipo de punição, mas trata-se da 
ação de chamar para si uma competência do subordinado, desde que 
não seja competência exclusiva. 
 
10. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de 
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades administrativas 
com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas 
contrárias à realização normal das atividades do órgão e irregularidades 
de diversos tipos traduz-se, especificamente, no chamado poder 
hierárquico. 
Mais uma vez a banca fazendo a relação entre poder hierárquico e 
disciplinar! 
Item errado. Estamos diante do conceito de poder disciplinar e não 
hierárquico! 
 
11. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo 
- Auditoria Governamental) O poder disciplinar da administração pública 
confunde-se com o poder punitivo do Estado. 
A partir de hoje vocês não podem mais confundir! O poder 
punitivo está intimamente ao Direito Penal e à proteção de bens 
jurídicos considerados da mais alta importância, como a vida e a 
integridade física. O poder de polícia está ligado a aspectos 
administrativos da vida do Estado e dos administrados e a limitação de 
alguns direitos, ao poder de sancionar os servidores e alguns 
particulares em situação excepcionais. 
Resposta: errado. 
 
5. Poder regulamentar 
 
Tudo bem até aqui? 
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Qualquer dúvida você pode me mandar um e-mail. 
Vamos em frente! 
A corrente majoritária dos doutrinadores aponta o poder 
regulamentar como sendo a competência exclusiva do Chefe do 
Poder Executivo para editar atos administrativos normativos, 
complementares à lei para a sua fiel execução. 
1DV�SDODYUDV�GH�0DUFHOR�$OH[DQGULQR�³2V�DWRV�DGPLQLVWUDWLYRV�QmR�
têm destinatários determinados; incidem sobre todos os fatos ou 
situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente 
preveem. Os atos administrativos normativos editados pelo Chefe do 
Poder Executivo assumem a forma de decreto�´� 
Veja o que a Constituição Federal diz a respeito: 
 
 
 
 
Mas se só o Chefe do Poder Executivo tem o poder regulamentar, 
HP�TXH�³SRGHU´�VH�HQTXDGUDULDP�DV�UHVROXo}HV��LQVWUXo}HV�QRUPDWLYDV��
regimentos expedidos por outras autoridades administrativas? 
Nesse caso, fala-se em ³SRGHU� QRUPDWLYR´, que é o poder da 
Administração de editar atos gerais (o ato não é dirigido a um sujeito 
específico, mas a uma generalidade) e abstratos (o ato não foi editado 
para incidir sobre um único fato, mas para ser aplicado todas as vezes 
que ocorrer determinada situação descrita na norma). 
E qual seria a diferença fundamental entre lei e regulamento, 
professor? 
Leandro Zannoni dá uma resposta precisa a essa pergunta: ³D�lei e 
o regulamento não se confundem, pois aquela poderá inovar na 
ordem jurídica, criando direitos e obrigações para as partes, já que a lei 
é ato normativo primário, fundado na Constituição. Já o regulamento, 
não obstante ser geral e abstrato, não pode inovar a ordem jurídica, 
 ³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQte ao Presidente da República: 
(...) 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como 
H[SHGLU�GHFUHWRV�H�UHJXODPHQWRV�SDUD�VXD�ILHO�H[HFXomR�´ 
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pois sua função é de apenas detalhar o significado da lei: é ato 
normativo secundário.´� 
Essa distinção entre poder regulamentar e poder normativo é 
consagrada, principalmente, por Di Pietro. Carvalho Filho e Bandeira de 
Mello não adotam essa divisão. Assim, é bom que você saiba que parte 
da doutrina (= Di Pietro) considera que poder normativo é gênero e 
poder regulamentar (ato só do Chefe do Executivo) é espécie desse 
gênero. 
MUITO CUIDADO, MEUS CAROS, ESSE É O PONTO FULCRAL DE 
NOSSA AULA!!! 
Existeno nosso ordenamento exceção a essa regra? Ou melhor, 
existe regulamento autônomo no Brasil? 
Há sim uma exceção, meus caros. A prevista no art. 84, VI, da 
Constituição. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
Como se vê, pode o Presidente (e os demais chefes do Poder 
Executivo: Governadores e Prefeitos) editar decreto autônomo, 
primário, para a: 
x ³RUJDQL]DomR´ e 
x ³IXQFLRQDPHQWR´ da administração federal 
DESDE QUE esse decreto não implique em: 
x ³DXPHQWR�GH�GHVSHVD´ ou 
x ³FULDomR�RX�H[WLQomR�GH�yUJmRV�S~EOLFRV´� 
Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir 
funções ou cargos públicos quando vagos. 
³$UW������&RPSHWH�SULYDWLYDPHQWH�DR�3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD�� 
(...) 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de 
órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;´ 
 
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Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em 
regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da 
Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar 
ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir 
funções ou cargos quando vagos. 
(VVH� ³GHFUHWR� DXW{QRPR´� �FRPR� p� FRQKHFLGR� R� GHFUHWR� FRP�
fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas 
delegações. 
Nesse sentido, o parágrafo único do art. 84 da Constituição: 
 
 
 
 
 
MUITO CUIDADO NESSE PONTO! 
A autorização para o Presidente delegar essa atribuição não 
significa que os atos normativos possam ser delegados. Como vimos 
acima, há previsão legal expressa no sentido de se vedar a delegação 
de atos normativos (art. 13, I, da Lei nº 9.784/99). 
Assim, a previsão constitucional do art. 84, parágrafo único, é uma 
exceção e deve ser interpretada restritivamente, para se alcançar 
apenas as hipóteses elencadas na CF. 
Por fim, não podemos fechar esse tópico sem a menção à forma de 
controle que a Constituição traz para retirar do ordenamento jurídico 
um decreto que exorbite do poder regulamentar. 
Ou seja: se o Presidente editar um decreto dizendo o que só a lei 
pode dizer, o que ocorre? 
Nesse caso, o Congresso Nacional pode sustar o ato normativo. 
Confira a redação do art. 49, V, da Constituição: 
³$UW�� ���� 3DUiJUDIR�~QLFR��2�3UHVLGHQWH�GD�5HSública poderá delegar as 
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas 
delegações´. 
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 Vamos ver como esse tópico cai em concurso? Vamos lá! 
 
 
 
12. (CESPE/2010/DETRAN-ES) No exercício do poder 
regulamentar, o presidente da República pode dispor, mediante 
decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando 
vagos. 
 
Essa redação corresponde ao art. 84, VI, b, da Constituição, por 
isso o item está correto. 
 
13. (CESPE /2011/TRE-ES /Técnico Judiciário) Caso se determine, por 
meio de lei, a certa autoridade a competência para editar atos 
normativos secundários, essa competência pode ser objeto de 
delegação. 
 
Os atos normativos secundários, que são os decretos de execução 
ou regulamentares, são indelegáveis, conforme previsão legal do art. 
13, I, da Lei nº 9.784/99. Por isso, o item está errado. 
 
14. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a 
administração expede normas de caráter geral e impessoal, ela está 
desempenhando o poder regulamentar e a função normativa 
simultaneamente. 
Questões de 
concurso 
 
³Art.49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
(...) 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;´ 
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Tudo certo, pessoal. Como falamos, Poder Regulamentar está 
intimamente ligado às competências do chefe do Executivo e, nesse 
caso se consubstanciam principalmente por meio de decretos. O poder 
regulamentar é uma categoria dentro do poder normativo, que é mais 
amplo e é consubstanciado em regimentos, instruções, deliberações, 
resoluções e portarias. 
Resposta: correto. 
 
6. Poder de polícia 
6.1. Conceito 
Vamos ao poder de polícia! 
O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de 
restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse 
coletivo. Nesse sentido, o conceito de poder de polícia não pode ser 
dado sem mencionar a ideia de restrição de atos individuais em prol da 
coletividade. 
Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o 
conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido 
estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado 
limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive 
as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O 
segundo seria relacionado às restrições realizadas pelo Poder Executivo 
(sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir 
atos individuais contrários aos interesses sociais. 
Para que fique claro na sua cabeça, citamos alguns exemplos de 
poder de polícia: concessão de alvará de construção pelo Município, 
aplicação de multa por construção irregular, por excesso de velocidade, 
por infração ambiental, etc., demolição de casa construída em obra 
pública, concessão de licença de instalação etc. 
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ATENÇÃO: O poder de polícia se preordena a impor obrigações 
de não fazer, ou seja, a Administração se vale do poder de polícia para 
evitar a ocorrência de danos, seja aplicando multa para quem viola a 
legislação seja condicionando a execução de atividades a determinadas 
regras. 
Assim, diz-se que esse poder é um poder negativo. 
 
6.2. Atributos 
Um tema IMPORTANTÍSSIMO para a sua prova quanto ao poder de 
polícia são os seus atributos. 
São características ou atributos específicos ± mas não exclusivos ± 
do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade, 
coercibilidade e indelegabilidade. 
No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos 
acima, é margem de liberdadeque a lei confere ao agente público na 
prática de determinado ato. Ele poderá escolher se vai aplicar o ato 
desse ou daquele modo. 
A discricionariedade será avaliada no caso concreto, observando se 
há essa margem de liberdade na lei. 
Mas, via de regra, o ato proferido no uso do poder de polícia é 
discricionário, pois, na maioria das vezes, a lei dá ampla margem ao 
agente (p. ex.: ocorrido um dano ambiental, a lei prevê que o 
administrador deve aplicar multa, mas esta pode variar entre R$ 100,00 
e R$ 20.000,00, é o agente quem vai decidir o valor) 
Como vimos acima, se a lei der certa margem de liberdade ao 
agente, deixando de prever todas as hipóteses possíveis de aplicação da 
restrição ou qual a sanção que se deve impor, o ato decorrente do 
poder de polícia será discricionário. Por outro lado, se a lei não deixar 
margem ao agente, o ato será vinculado. 
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CUIDADO: A doutrina tradicional informa que a discricionariedade é 
um atributo do poder de polícia. Contudo, há casos em que a lei não 
confere ao agente público qualquer margem para avaliar se aplicará um 
ato de polícia ou como aplicará. 
Por exemplo: se João construiu sua casa em área pública, não há 
outra saída, o agente público deve determinar que João deixe o local e 
promova a demolição da casa. Se João não sair no prazo, o agente 
deverá demolir a construção. 
Nessa situação, o agente não tem pra onde correr, o ato é 
vinculado. 
A autoexecutoriedade, por sua vez, é o poder que a 
Administração tem de modificar imediatamente a ordem jurídica 
valendo-se de seus próprios atos ou instrumentos, sem precisar 
buscar as medidas executórias do Poder Judiciário. 
Esse atributo, contudo, não pode ser aplicado irrestritamente pela 
Administração. 
Bandeira de Mello (2010, p. 842) informa que o atributo da 
autoexecutoriedade pode ser colocado em prática nas seguintes 
hipóteses: 
 
a) quando a lei expressamente autorizar; 
b) quando a adoção da medida for urgente para a defesa do 
interesse público e não comportar as delongas naturais do 
pronunciamento judicial sem sacrifício ou risco para a 
coletividade; 
c) quando inexistir outra via de direito capaz de assegurar a 
defender em cumprimento à medida de polícia. 
 
Por fim, como último atributo do poder de polícia, tem-se a 
coercibilidade. 
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Esse atributo representa a imposição dos atos do Estado sobre os 
indivíduos. Como bem destaca Carvalho Filho (2005, p. 67), esses atos 
decorrem do ius imperii estatal. Assim, no uso do poder de polícia, a 
Administração pode usar a força necessária para impor a vontade geral 
sobre o particular. 
Esse atributo coloca em destaque o princípio da 
proporcionalidade. No uso dos meios coativos, a Administração deve 
agir com os instrumentos estritamente necessários para fazer impor a 
sua vontade, ou seja, o meio escolhido deve ser adequado para atingir 
o objetivo e, ao mesmo tempo, deve ser o menos gravoso possível para 
se obter o resultado esperado. Caso essa relação entre meios e fins não 
seja observada, o agente incorrerá em abuso de poder. 
 
 
 
 
15. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - 
Auditoria Governamental) Com relação aos poderes administrativos, 
julgue o item subsequente. É obrigatória a obtenção prévia de 
autorização judicial para a demolição de edificação irregular. 
Essa questão está cobrando de vocês, meus caros, o atributo da 
autoexecutoriedade. Lembrem-se que, em determinados casos, o poder 
de polícia confere à Administração Pública a capacidade de executar 
suas determinações sem necessidade de aguardar pronunciamento 
judicial. 
Resposta: errado. 
 
16. (CESPE - 2011 - PC-ES - Escrivão de Polícia - Específicos) 
Todas as medidas de polícia administrativa são auto executórias, o que 
permite à administração pública promover, por si mesma, as suas 
decisões, sem necessidade de recorrer previamente ao Poder Judiciário. 
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Complementando o comentário anterior, veja que a auto 
executoriedade não é atributo de TODOS os atos. O único atributo 
extensível a todos os atos é a presunção de legitimidade. 
Resposta: errado. 
 
17. (CESPE - 2010 - AGU - Procurador) Atos administrativos 
decorrentes do poder de polícia gozam, em regra, do atributo da 
autoexecutoriedade, haja vista a administração não depender da 
intervenção do Poder Judiciário para torná-los efetivos. Entretanto, 
alguns desses atos importam exceção à regra, como, por exemplo, no 
caso de se impor ao administrado que este construa uma calçada. A 
exceção ocorre porque tal atributo se desdobra em dois, exigibilidade e 
executoriedade, e, nesse caso, falta a executoriedade. 
Questão na mesma linha das anteriores. Nesse exemplo, o atributo 
da autoexecutoriedade não está presente nesse ato de polícia, tão 
somente a exigibilidade. Isso significa que a Administração Pública pode 
exigir, mas não pode executar o particular caso ele não cumpra seu 
dever. 
Nesse caso, vai precisar da ação do Judiciário para que o particular 
seja compelido a construir a calçada. Atenção, porque, de forma 
genérica, o atributo em questão está incluso nos atos de polícia, mas a 
questão fez uma nítida ressalva ao dividir a autoexecutoriedade e 
exigibilidade, o que você deve perceber ao julgar o item. 
Resposta: Certo. 
6.3. Indelegabilidade 
Alguns doutrinadores colocam a indelegabilidade com um atributo 
do poder de polícia. 
De qualquer forma, é bom que ele venha em tópico separado de 
nossa aula PARA VOCÊ NÃO SE ESQUECER NUNCA que o poder de 
polícia não pode ser delegado! 
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Na lição de Marcelo Alexandrino (2010, p. 243-244), o poder de 
polícia não pode ser delegado para pessoas da iniciativa privada. Não 
seria possível sequer a delegação do poder de polícia às empresas 
concessionárias de serviço público ou às empresas estatais (empresas 
públicas e sociedades de economia mista). 
Assim, o poder público não pode delegar à empresa que administra 
determinada rodovia privatizada a atribuição de aplicar multa aos 
motoristas que viajam em excesso de velocidade. As multas devem ser 
aplicadas pelo DETRAN do respectivo Estado. 
,VVR� TXHU� GL]HU� TXH� DWp� RV� ³SDUGDLV´� RX� RV� UDGDUHV� HOHWU{QLFRV�
devem ser instalados e administrados pelo Estado, professor? 
Não, meus caros, essaé mais uma valiosa lição que você deve 
levar para a sua prova: o Estado pode contratar particulares e delegar a 
eles a atribuição de executar atos materiais relacionados às 
atividades tipicamente de polícia, ou seja, ele pode contratar uma 
empresa para, simplesmente, tirar as fotos dos carros que passam em 
alta velocidade. Quem vai aplicar a multa e cobrá-la é o DETRAN e não 
a empresa. 
Assim, falou em atributos do poder de polícia, lembre-se das 
iniciais: 
 
 
6.4. Polícia administrativa x Polícia judiciária 
Estamos estudando o poder de polícia no âmbito do direito 
administrativo, exercido pela Administração Pública. Essa polícia, sob 
um enfoque tradicional, se contrapõe à polícia judiciária, que é aquela 
exercida, normalmente, pela Polícia Militar e pela Polícia Civil. 
Segundo os ensinamentos de Gasparini (2008, p. 131-132), 
apresentamos o seguinte quadro que diferencia a polícia administrativa 
da polícia judiciária: 
D A C I 
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Polícia administrativa Polícia judiciária 
atuação essencialmente 
preventiva 
atuação repressiva 
exercida por vários órgãos da 
Administração Pública 
exercida pelos órgãos 
responsáveis pela segurança 
pública (PM e polícia civil); 
incide sobre a propriedade, a 
liberdade e as atividades dos 
indivíduos 
Incide sobre a própria pessoa 
visa coibir a desordem social busca a responsabilização penal 
sujeita às normas administrativas sujeita, essencialmente, às 
normas processuais penais 
 caráter investigativo 
 
 
 
 
18. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) A fiscalização 
realizada em locais proibidos para menores retrata o exercício de polícia 
administrativa. 
 
Como vimos, a atuação da polícia administrativa é essencialmente 
preventiva. Além disso, em locais como os proibidos para menores, o 
Estado tem a responsabilidade de conceder a licença de funcionamento 
condicionada à proibição de menores. Se essa condição for 
desrespeitada, a Administração pode se valer do poder de polícia 
administrativa para fechar o estabelecimento. A questão está correta. 
 
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19. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de 
Telecomunicações ± Assistente Administrativo) A polícia administrativa 
se expressa ora por atos vinculados, ora por atos discricionários. 
Acabamos de comentar sobre a polícia administrativa, não é 
mesmo? Como todos aqueles que se sujeitam às normas 
administrativas, seus atos variam entre discricionários e vinculados, 
como ensina Celso Antônio Bandeira de Mello: 
³Pode-se, com propriedade, asseverar, isto sim, que a polícia 
administrativa se expressa ora através de atos no exercício de 
FRPSHWrQFLD�GLVFULFLRQiULD��RUD�DWUDYpV�GH�DWRV�YLQFXODGRV�´ 
Resposta: Correto. 
 
20. (CESPE/2009/TRE-PR/Analista Judiciário) O poder de polícia 
não poderá ser delegado às concessionárias, no âmbito das parcerias 
público-privadas. 
Vimos que ao particular não pode ser delegado o poder de policial. 
No caso das parcerias público-privadas, há vedação legal expressa. 
Vejamos: 
 
 
 
 
21. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - 
Auditoria Governamental) O exercício do poder de polícia não pode ser 
delegado a entidade privada. 
Meu caro, se você estudar com afinco, ler e reler, você vai passar. 
Veja como essa questão do Cespe é repetitiva. Você já sabe a resposta. 
O poder de polícia não pode ser transferido a particulares, somente 
outorgados a entes da administração indireta, como é o caso da 
ANVISA. 
Resposta: certo. 
Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as 
seguintes diretrizes: 
 III ± indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do 
exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado; 
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22. (CESPE/2010/INSS/Engenheiro Civil) O poder de polícia é a 
atividade do Estado que consiste em limitar o exercício dos direitos 
individuais em benefício do interesse público, e cujo exercício se 
condiciona a prévia autorização judicial. 
 
Essa questão não observou que o poder de polícia possui o atributo 
da autoexecutoriedade, segundo o qual a Administração não depende 
do Poder Judiciário para que seja executar um ato. Por isso, a questão 
está errada. 
 
23. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - Área 
Administrativa) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de 
validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se 
exemplo do poder disciplinar da administração pública. 
Esse é um bom exemplo do exercícios do poder de polícia. Afinal, o 
Estado está agindo limitando o exercício da propriedade do 
particular com o propósito de coibir atos individuais contrários aos 
interesses sociais. 
Resposta: Errado. 
 
24. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Processual) A 
administração pública exerce seu poder disciplinar quando exige do 
particular a entrega de estudo de impacto ambiental para a liberação de 
determinado empreendimento. 
Outro caso que emana do poder de polícia. Veja que o poder 
disciplinar se desdobra em duas hipóteses: (a) punir o servidor que 
viola determinada norma ou princípio da Administração Pública e (b) 
punir determinados particulares que possuam vínculo específico com a 
Administração como no caso de contrato administrativo. 
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A exigência de licença não é punição, mas medida preventiva 
adotada para evitar a ocorrência de danos futuros. 
Resposta: errado. 
 
25. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) Além dos atos que 
provêm de autoridade pública, caracterizam-se, também, como 
atividades de polícia administrativa as providências tomadas por 
particulares para prevenir prejuízos ou ameaças a seus direitos ou 
patrimônios. 
 
O ordenamento brasileiro não admite que o particular execute a 
força determinado ato, sob pena disso se enquadrar no crime de 
exercício arbitrário das próprias razões (salvo em hipóteses 
excepcionais em situações de legítima defesa ou de defesa da posse). 
Ademais, o poder de polícia não pode ser delegado ao particular. Assim, 
o item está errado. 
 
26. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Analista Judiciário) Segundo a 
doutrina, o poder de polícia tanto pode ser discricionário quanto 
vinculado. 
 
O poder de polícia, via de regra, é discricionário ± a lei confere ao 
administradoruma margem para avaliar como o poder de polícia será 
exercido. Entretanto, por vezes, o poder de polícia se expressa de 
forma vinculada. Isso ocorre quando a lei não confere ao administrador 
qualquer margem de liberdade, juízo de valor, conveniência e 
oportunidade. Assim, a questão está correta. 
 
27. (CESPE/2011/PC-ES) A atividade do Estado que condiciona 
a liberdade e a propriedade do indivíduo aos interesses coletivos tem 
por fundamento o denominado poder hierárquico. 
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Por óbvio, a questão está errada, pois esse é o fundamento dado 
do Poder de Polícia. 
Fique tranqüilo! Estude com atenção as nossas aulas e você não 
será surpreendido na hora da prova! 
 
28. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de 
polícia deriva do poder hierárquico. Os chefes de repartição, por 
exemplo, utilizam-se do poder de polícia para fiscalizar os seus 
subordinados. 
Mais uma vez o CESPE associando o poder de polícia com o poder 
hierárquico. 
Como vimos, o poder de polícia decorre da prerrogativa que o 
Estado tem de restringir o exercício dos direitos individuais em prol do 
interesse coletivo. E o poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o 
vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos e agentes 
superiores e inferiores. Percebeu que são institutos diferentes? 
Gabarito: Errado. 
 
29. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de 
polícia, que decorre da discricionariedade que caracteriza a 
administração pública, é limitado pelo princípio da razoabilidade ou 
proporcionalidade. 
Questão simples! Como vimos, um dos atributos do poder de 
polícia é a discricionariedade. Além disso, na edição dos atos 
administrativos em geral, especialmente naqueles editados no uso do 
poder de polícia, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade 
deverão ser observados. 
Gabarito: Certo. 
 
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30. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) No exercício do 
poder de polícia, a administração age apenas de forma repressiva, 
aplicando sanções a condutas que infrinjam leis e regulamentos, uma 
vez que tal poder não se coaduna com medidas preventivas, inseridas, 
em regra, no âmbito do poder regulamentar. 
O poder de polícia pode ser manifesto tanto na forma preventiva 
quanto repressiva. 
Vimos acima a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 
822-823) que apresenta o conceito de poder de policia sob dois 
enfoques: sentido amplo e sentido estrito. O primeiro englobaria todas 
as atividades do Estado limitadoras do exercício da liberdade e da 
propriedade, inclusive as editadas pelo Poder Legislativo sob a 
forma de lei geral e abstrata. O segundo seria relacionado às 
restrições realizadas pelo Poder Executivo (sejam elas gerais e 
abstratas ou concretas) com o propósito de coibir atos individuais 
contrários aos interesses sociais. 
 Gabarito: Errado. 
 
31. (CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Ambiental) A aplicação de 
multa e a interdição da fábrica pelo IBAMA decorrem do poder 
hierárquico de que o órgão dispõe como ente da administração pública 
indireta. 
Poder de Polícia é a faculdade colocada a disposição do Estado para 
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos 
individuais em prol do interesse público. Por intermédio do Poder de 
polícia a Administração poderá usar mecanismos coercitivos indiretos 
para que a lei seja devidamente cumprida (multa), oriundos do 
pressuposto da exigibilidade de seus atos, bem como medidas 
coercitivas diretas (interdição) que decorrem do pressuposto da auto-
executoriedade. 
 Item errado. 
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32. (CESPE - 2010 - MS - Analista Técnico - Administrativo - 
PGPE 1) A sanção administrativa é consectário do poder de polícia 
regulado por normas administrativas. 
Isso mesmo. Essa frase foi retirada da jurisprudência, do STJ, 
REspe 874.517/SP de relatoria do Min. Luiz Fux, quando esse ainda 
integrava essa Corte. A frase permanece atual e se aplica ao poder de 
polícia. De maneira mais simples, pode ser traduzida como: A sanção 
administrativa é uma consequência do poder de polícia, que é regulado 
por normas administrativas. 
Resposta: Certo. 
 
33. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária) 
No que se refere ao exercício do poder de polícia, denomina-se 
exigibilidade a prerrogativa da administração de praticar atos e colocá-
los em imediata execução, sem depender de prévia manifestação 
judicial. 
Umas das características do poder de polícia é que ele é auto-
executório, ou seja, a maior parte dos atos decorrentes desse poder são 
direta e imediatamente executados pela própria administração 
independente de interferência do judiciário. 
A questão portanto está incorreta. Denomina-se auto-
executoriedade! 
 
34. (CESPE ± 2013 ± TRE/MS ± Técnico Judiciário ± Área 
Administrativa) Um agente de trânsito, ao realizar fiscalização em uma 
rua, verificou que determinado indivíduo estaria conduzindo um veículo 
em mau estado de conservação, comprometendo, assim, a segurança 
do trânsito e, consequentemente, a da população. Diante dessa 
situação, o agente de trânsito resolveu reter o veículo e multar o 
proprietário. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção 
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que explicita, correta e respectivamente, o poder da administração 
correspondente aos atos praticados pelo agente, e os atributos 
verificados nos atos administrativos que caracterizam a retenção do 
veículo e a aplicação de multa. 
 
A poder disciplinar ² exigibilidade e discricionariedade. 
B poder de polícia ² autoexecutoriedade e exigibilidade. 
C poder hierárquico ² exigibilidade e autoexecutoriedade. 
D poder disciplinar ² autoexecutoriedade e exigibilidade. 
E poder de polícia ² exigibilidade e discricionariedade. 
 
Vamos comentar: 
Letra (A). O poder disciplinar é aquele através do qual a lei permite 
a Administração Pública aplicar penalidades às infrações funcionais de 
seus servidores e demais pessoas ligadas à disciplina dos órgãos e 
serviços da Administração. A questão não trata desse poder. Logo, está 
INCORRETA. 
Letra (B). Considera-se poder de polícia a atividade da 
Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse 
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente à segurança, à higiene,à ordem, aos 
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e 
aos direitos individuais ou coletivos. Exigibilidade consiste no fato de 
que todo ato decorrente do poder de polícia é exigível pela 
Administração Pública, independentemente de decisão judicial. 
Autoexecutoriedade é a possibilidade de o Poder Público executar o que 
decidiu. Portanto, a questão trata do poder de polícia e de seus 
atributos exigibilidade e autoexecutoriedade. Logo, está CORRETA. 
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Letra (C). O poder hierárquico é aquele pelo qual a Administração 
distribui e escalona as funções de seus órgãos, ordena e rever a 
atuação de seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre os 
servidores públicos de seu quadro de pessoal. A questão não trata 
desse poder. Logo, está INCORRETA. 
Letra (D). A questão não trata do poder disciplinar e sim do poder 
de polícia. Logo, está INCORRETA. 
Letra (E). A questão trata do poder de polícia, porém não trata do 
atributo da discricionariedade. Logo, está INCORRETA. 
5HVSRVWD��OHWUD�³%´ 
 
 
35. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área 
Administrativa) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de 
medidas repressivas. 
Fiscalização, vistoria, notificação, autorização e licença emanam do 
poder de polícia e são exemplos clássicos de medidas preventivas. 
Resposta: errado. 
 
7. Poder vinculado 
 
Você que já estudou atos administrativos sabe que se o 
administrador se deparar com uma situação em que não há margem 
alguma de liberdade para atuar, pois a lei determinou que o único 
comportamento possível e obrigatório a ser adotado para a hipótese era 
aquele, o ato praticado é vinculado. 
Nesse caso, a atuação do administrador encontra-se tipificada na 
lei, não há avaliação acerca de conveniência e oportunidade (=mérito), 
ele está amarrado, engessado, fixado, congelado pelas imposições 
legais. 
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Saiba que o poder vinculado, faz com que a Administração 
pratique os seus atos de forma limitada. 
Podemos analisar esse poder como um dever da Administração, 
tendo em vista que a Administração, ao exercer o ato vinculado, está 
exercendo um dever de observar as imposições legais, ou seja, está 
observando o princípio da legalidade, inserto no art. 37, caput, da 
Constituição. 
Com esta imagem na mente, não há como errar na prova: 
Poder vinculado: 
administrador 
 Leis e atos normativos 
(Imagem extraída de http://serigreja.wordpress.com/2012/04/11/antes-de-amarrar-satanas-11/ ) 
 
 
8. Poder Discricionário 
 
O poder discricionário, por outro lado, existe porque a atividade 
administrativa é dinâmica, ou seja, o legislador não pode prever todas 
as situações presentes e futuras de possível ocorrência para a 
Administração. Caso o administrador se depare com uma situação para 
qual a lei confira margem de decisão, deve escolher a alternativa que 
mais se adéque ao interesse público. 
0DUFHOR� $OH[DQGULQR� H� 9LFHQWH� 3DXOR� DVVLP� GHILQHP� ³Poder 
discricionário é conferido à Administração para a prática de atos 
discricionários (e a sua revogação), ou seja, é aquele em que o agente 
administrativo dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo 
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valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato, quanto ao seu 
motivo, e, sendo o caso, escolher dentro dos limites legais, o seu 
FRQWH~GR��REMHWR��´. 
Dentro das balizas conferidas pela Lei, o administrador público 
exerce o seu Poder discricionário no caso concreto. Através de um juízo 
de conveniência e oportunidade (= mérito administrativo) ele decidirá 
qual conduta é mais adequada ao interesse público. 
9RFr� OHX� EHP�� ³GHQWUR� GDV� EDOL]DV� FRQIHULGDV� SHOD� /HL´�� 1mR� Ki�
discricionariedade fora da lei. 
e�SRU�LVVR�TXH�$OH[DQGULQR�H�3DXOR�HQVLQDP�TXH�³QD�SUiWLFD�GH�XP�
ato discricionário a administração exerce o poder discricionário e, 
WDPEpP��R�SRGHU�YLQFXODGR�´� 
3RXFRV�FRQFXUVRV�FREUDP�³SRGHU�GLVFULFLRQiULR´�H�³SRGHU�YLQFXODGR´�
no edital. 
Isso ocorre porque, como bem ensina Di Pietro, nem o poder 
vinculado nem o poder discricionário são autônomos. Na verdade, esses 
poderes são atributos de outros poderes ou competência da 
Administração. A autora acredita que a discricionariedade é uma 
prerrogativa. 
Para que você visualize melhor o poder discricionário, tenha em 
mente a seguinte figura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Poder discricionário 
 
Administrador 
 
 
Delimitação legal ou normativa 
 
(Imagem extraída de: http://noticias.vidrado.com/curiosidades/curiosos-aquarios-em-vidro-soprado/ ) 
 
 
 
 
 
 
 
36. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) Define-se poder 
discricionário como o poder que o direito concede à administração para 
a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua 
conveniência, oportunidade e conteúdo, estando a administração, no 
exercício desse poder, imune à apreciação do Poder Judiciário. 
Vimos a definição dada por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo 
³Poder discricionário é conferido à Administração para a prática de 
atos discricionários (e a sua revogação), ou seja, é aquele em que o 
agente administrativo dispõe de uma razoável liberdade de atuação, 
podendo valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato, 
Questão de 
concurso 
 
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quanto ao seu motivo, e, sendo o caso, escolher dentro dos limites 
legais, o seu conteúdo (objeto).´�� 
Se o administrador transborda dos limites impostos pela lei, é 
óbvio que o ato pode ser questionado perante o Poder Judiciário. 
Por isso a questão está errada. 
 
37. (CESPE - 2013 - Telebrás - Técnico em Gestão de 
Telecomunicações ± Assistente Administrativo) De acordo com a 
doutrina majoritária, o controle judicial sobre o exercício do poder 
discricionário deve incluir a análise do mérito do ato administrativo. 
Mais uma para vocês perceberemcomo o tema é importante e 
como vocês já possuem condições suficientes para acertar a questão. 
Conforme conversamos, a doutrina majoritária defende que o Judiciário 
não deve se imiscuir no mérito administrativo. Somente se a atitude 
adotada pela Administração violar a razoabilidade e a proporcionalidade, 
isso vai justificar o controle de legalidade do ato, o que, indiretamente 
vai afetar o mérito da questão, mas lembre-se, vai afetar apenas de 
maneira penas indireta. Jamais a intervenção do Judiciário poderá ser 
direta quando se tratar da margem de discricionariedade do 
administrador. 
Resposta: Errado. 
 
 
38. (CESPE ± 2013 ± SEGER/ES ± Analista do Executivo ± Área: 
Direito) Acerca dos poderes da administração pública, assinale a opção 
correta. 
 A) O poder de polícia é prerrogativa conferida à administração, 
que pode condicionar e restringir o uso e o gozo de bens, atividades e 
direitos individuais, em benefício do interesse público, sendo exercido 
pela polícia civil no âmbito estadual e pela Polícia Federal no âmbito da 
União. 
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B) O poder hierárquico é o poder de que dispõe a administração 
para organizar e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a 
relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. 
C) O poder discricionário somente poderá ser exercido, em respeito 
ao princípio do direito adquirido, no momento em que o ato for 
praticado. 
D) O poder disciplinar, necessário à manutenção e à organização 
da estrutura interna da administração, é exercido por meio de atos 
normativos que regulam o funcionamento dos órgãos. 
E) O poder regulamentar confere à administração a prerrogativa de 
editar atos gerais para complementar ou alterar as leis. 
Essa questão vai nos ajudar a rever um pouco da maioria dos 
poderes que estudamos. Confira se você domina os conceitos: 
Letra (A). O item confundiu a polícia administrativa e a polícia 
judiciária. A polícia administrativa pode ser exercida por qualquer órgão 
da administração pública. Já a polícia judiciária é exercida pela polícia 
civil e pela polícia federal. Logo, está INCORRETA. 
Letra (B). Esse é o conceito de poder hierárquico. Logo, está 
CORRETA. 
Letra (C). O poder discricionário pode ser exercido antes ou após o 
ato ser praticado também. Logo, está INCORRETA. 
Letra (D). Trata-se do poder regulamentar e não disciplinar. Logo, 
está INCORRETA. 
Letra (E). Os atos editados pela administração em função do poder 
regulamentar não podem alterar as leis, mas apenas complementá-las. 
Logo, está INCORRETA. 
Resposta: B 
 
39. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) O poder 
discricionário é um poder absoluto e intocável, concretizando-se no 
momento em que o ato é praticado pela administração. 
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Nenhum poder é absoluto e intocável. Veja que a margem de 
discricionariedade dado pela lei baliza a atuação do administrador ao 
mesmo tempo que lhe impõe limites ou seja, não é absoluto. Ainda 
assim, sofre o controle do Judiciário e dos órgãos da própria 
Administração. 
Resposta: Errado. 
 
40. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - 
Auditoria de Obras Públicas) A razoabilidade funciona como limitador do 
poder discricionário do administrador. 
Questão correta! Veja o que Alexandre Mazza diz a respeito do 
assunto: "No Direito Administrativo, o princípio da razoabilidade impõe 
a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com 
equilíbrio, coerência e bom senso. Não obstante atender à finalidade 
pública predefinida pela lei, importa também saber como o fim público 
deve ser atendido. Trata-se de exigência implícita na legalidade." 
Meus caros, TODOS os agentes públicos devem agir pautados pela 
razoabilidade. 
Resposta: Correto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. Resumo da aula 
 
Lembre-se do importante quadro, com fundamento na doutrina de 
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: 
 
O poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o vinculo de 
subordinação e coordenação entre órgãos e agentes superiores e 
inferiores. 
Da hierarquia decorrem os seguintes poderes: 
i) De editar atos normativos (como decretos, resoluções, 
portarias e instruções) com o intuito de ordenar genericamente 
os subordinados; 
ii) De comandar os subordinados por meio de ordens específicas, 
os quais devem obedecer, salvo se a ordem for 
manifestamente ilegal; 
iii) De fiscalizar a atividade inferior; 
iv) De anular os atos inferiores ilegais; 
v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou inconvenientes; 
vi) De aplicar sanções aos infratores; 
vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou 
negativos); 
viii) Delegar atribuições 
ix) Avocar atribuições. 
Há a delegação - ³transferência de atribuições de um órgão a 
outro no aparelho administrativo´- CRETELLA JR., deverá ser 
temporária e certa, tendo em vista que a lei prevê como regra o 
Desvio de poder ± vício na 
finalidade 
Abuso de poder 
Excesso de poder ± vício na 
competência 
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exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente que 
havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será obrigado a 
cumpri-la. 
Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter 
normativo; a decisão de recursos administrativos; as matérias de 
competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a 
autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do 
seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário. 
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração 
de examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais 
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina 
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após 
a devida averiguação dos fatos. 
IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o artigo 5º, 
/9��GD�&)��³DRV�OLWLJDQWHV� em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, 
FRP�RV�PHLRV�H�UHFXUVRV�D�HOD�LQHUHQWHV�´� 
Com relação ao poder regulamentar, a corrente majoritária dos 
doutrinadores aponta esse poder como sendo a competência exclusiva 
do Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos 
normativos,

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