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Texto Arte Gótica

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Fundação de Ensino Superior de Mangueirinha - Faculdade Unilagos
História da Arte – I 
Professora: Antonia Troczinski 
ARTE GÓTICA - (Diferentes fontes de pesquisa)
Origem da denominação.
 Como tantas denominações atribuídas por críticos e historiadores a estilos e períodos artísticos, a de arte gótica, empregada pela primeira vez por Vasari, em 1550, no seu livro sobre as Vidas dos Mais Excelentes Pintores, Escultores e Arquitetos, possuía, a principio caráter depreciativo. Baseava-se na divisão das eras artísticas preconizadas por Ghiberti: Idade Áurea da arte clássica, declínio desde Constantino e, a partir de Giotto, a Renascença Italiana. Para Ghiberti, como para Vasari, o intervalo compreendido entre a época de Constantino e o advento de Giotto foi artisticamente nulo, pois os pintores, os escultores e os arquitetos afastaram-se da tradição clássica, influenciados pelo novo ideal estético: o gótico. Gótico, logicamente, seria o estilo particular aos godos, tribo bárbara do N. da Europa; a arte gótica, contudo, nada tem a ver com esse povo, pois nasceu com a arquitetura religiosa da Normandia e da Borgonha, durante o séc. XII. 
 A arte gótica foi relegada a discreto segundo plana, combatida e negada até ao último quarto do séc. XVIII, quando começou sua valorização, graças, principalmente, ao Pré Romantismo, em países como a Grã-Bretanha e a Alemanha. Com o advento do romantismo, e devido à pregação de Viollet-le-Duc, o gótico passou a reunir a preferência de todos os artistas e arquitetos. 
 Hoje, após os minuciosos estudos de ensaístas como Mâle, Focillon, Dvorák e outros, entende-se por gótico o estilo de arte medieval que tendo-se originado por volta de 1150, na França, transformar-se-ia em estilo internacional durando até 1420 na Itália e até 1500 nos países setentrionais. O estilo gótico é, antes de tudo, um estilo arquitetônico; mas o adjetivo gótico é empregado também para caracterizar a pintura e a escultura do período. 
 Como a arquitetura gótica vai estudada em separado (Gótica, Arquitetura), analisemos, a seguir, a pintura gótica presencia o aparecimento e a rápida difusão de nova modalidade pictórica: a pintura de cavalete, o quadro ou o retábulo. A temática é acima de tudo religiosa. Quanto a técnica, importantes inovações começam a aparecer com os irmãos Hubert e Jan van Eyck (há duvidas quanto a existência de Hubert; Jan van Eyck faleceu em 1441), que recorrem à pintura a óleo, e não mais à têmpera como até então. 
 Ficou dito a pouco que a pintura gótica era principalmente de índole, religiosa. No entanto, o período assiste também ao nascimento da pintura profana – como, por exemplo, nos painéis, verdadeiros discursos políticos, executados entre 1337 e 1339 no Palazzo Pubblico de Siena por Ambrogio Lorenzetti, e nas ilustrações de calendários, tratados científicos e moralités, baseadas nos escritos de autores clássicos, como Esopo e Ovídio. Como típica manifestação do nascente individualismo, especial menção deve ser feita ao retrato, que faz então sua aparição: retrato de João o Bom, 1350-1364, na biblioteca de Paris. Grandes Retratistas tornariam, no séc. XV, o gênero prestigiadíssimo: Van Eyck, Van der Weyden e Memling, nos países baixos, Masaccio, Uccello, Veneziano e Pisanello, na Itália. 
 O estrilo gótico em pintura parece ter tido sua origem nas miniaturas irlandesas e inglesas de princípios do séc. XIII. Em fins desse mesmo século, e possivelmente sob a influência da escultura, dá-se um passo gigantesco no sentido da tridimensionalidade, dop detalhe naturalista e da interpretação psicológica. Com Giotto, falecido em 1337, todas essas qualidades cristalizam-se pela primeira vez. De avignon, cidade papal, o estilo gótico giottesco, modificado por Simone Martini, falecido em 1344, ganha os demais países europeus. Na segunda metade do séc. XIV chegará mesmo a Praga, até onde se faz sentiro influxo da arte de alguns pintores setentrionais italianos, discípulos ou seguidores de Giotto. Desde princípios do séc. XIII pode-se falar na internacionalidade do estilo gótico; mas é no séc. XV que a pintura atinge a seu mais alto desenvolvimento, com a criação de escolas nacionais, como a que desenvolveria na Borgonha e nos países e nos Países Baixos. Nesses países a pintura, já anunciada pelos livros-de-hora vividamente ilustrados, atinge a altíssimo nível com os Van Eyck, Petrus Christus, Van der Weyden, Memling, Van der Goes. 
 O fim da pintura gótica parece estar contido na obra de dois pintores singulares: o holandês Jheronimus Bosch (falecido em 1516) e o alemão Mathias Grunewald (falecido em 1528), que encerram um ciclo e, de certo modo, inauguram novos tempos. 
Escultura – A escultura gótica somente pode ser compreendida em toda a sua importância se entregada ao esquema arquitetônico ao qual estava subordinada. Tal como na pintura, a escultura é sobre tudo religiosa, muito embora o fim do período gótico presencie a imposição do individualismo que iria conduzir ao retrato de cunho naturalista. Os primeiros escultores são ainda anônimos: são os estatuários de Chartres, Reims e Strasburgo. Em fins do séc. XIV surge a figura talvez mais notável da escultura gótica: Claus Sluter (falecido em 1406), e que irá influenciar toda a arte de seu tempo, mesmo a pintura de Van Eyck, de quem, aliás, era primo. Ao lado de Sluter, e como representante do estilo gótico meridional, merece ser citado o escultor italiano Jacopo della Quércia (falecido em 1438), cuja arte anunciada já a Renascença. A última fase da escultura gótica (1480 – 1520) caracteriza-se por um maneirismo de que é expoente máximo o alemão Tilmam Riemenschneider, falecido em 1531.
I - ARTE GÓTICA - Pintura – Escultura – Arquitetura.
 Fins do século XII. Graças ao apoio da burguesia e da classe trabalhadora, os reis conseguem retomar sua autoridade. Enfraquecido, o poder feudal vai aos poucos desaparecendo. Pressentindo a queda do feudalismo, a arte antecipa-se aos acontecimentos. E cria novo estilo, que irá conviver durante certo tempo com o Românico, mas atenderá às novas necessidades. Verdadeiro trabalho de “futuristas” da época, o estilo Gótico. Surge pela primeira vez em 1127, na arquitetura da basílica de Saint-Denis, construída na região de Ile-de-France, hoje Paris. 
• Pintura Gótica 
 A pintura gótica continuava sabidamente tendo caráter bidimensional. Fora das catedrais, a pintura gótica encontrava expressão em miniaturas e iluminuras (ornamentos que enfeitavam as letras capitulares) que ilustravam livros e pergaminhos inteiramente executados a mão. As iluminuras e miniaturas evoluem para pequenos quadros de cavalete. O primeiro datado de 1360 e atribuído a Girand D’Orléans, é um retrato de João, o Bom, cujo perfil se recorta sobre o fundo dourado. Remota reminiscência bizantina, e uma das últimas, pois os pintores de cavalete italianos, dispensaram-nas em seus quadros. Formavam duas escolas: a de Florença representada por Giotto di Bondone (1267-1337), de inspiração popular e composição a um só tempo simples e monumental; e a de Siena, mais aristocrática, representada por Simone Martini (1283 - 1344), revelando acentuado gosto pelo detalhe, elegância e decorativismo. 
• A Escultura Gótica 
 No século XIII a escultura ganha nova importância: são revalorizados em muitos pontos os valores greco-romanos. O italiano Niccolo Pisano foi um dos inovadores empenhados na reformulação dos padrões góticos. Mantém os motivos religiosos, mas coloca expressões e sentimentos marcadamente humanos. A arte é sensivelmente marcada por transformações, que caracterizam o movimento conhecido como “Renascimento”. 
• A Arquitetura Gótica 
 A arquitetura era a principal manifestação da arte gótica e as demais à ela serviam.
Da necessidade de construir catedrais que correspondessem à euforia e ao misticismo do povo, surgiu a arquitetura gótica. A construçãodos templos, a princípio a cargo de corporações variadas, passou a ser dirigida por mestres leigos, especialistas no estilo gótico. 
 Os arcos de meia circunferência usados nas abóbadas das igrejas românicas faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes. Isso obrigava a um apoio lateral resistente: pilares maciços, paredes muito espessas, poucas aberturas para fora. O espaço para as janelas era bem reduzido e o interior da igreja escurecia. O arco de meia circunferência foi substituído por arcos ogivais ou arcos cruzados. Isso dividiu o peso da abóbada central, fazendo com que ele se descarregasse sobre vários pontos, simultaneamente. Pôde ser usado material mais leve, tanto para a abóbada como para as bases de sustentação. Em lugar dos sólidos pilares, esbeltas colunetas passaram a receber o peso da abóbada. 
 O restante do peso foi distribuído por pilares externos. Estes, por sua vez, remetem o peso aos contrafortes – torres pontiagudas e muito trabalhadas, que substituem as maciças pilastras românicas, com a mesma função. As torres dão mais altura e majestade à catedral. As paredes, perdendo sua importância, como base de sustentação, passam a ser feitas com um dos materiais mais frágeis de que então se dispunha: o vidro. 
Surge a desejada luminosidade. Grandes e férricos vitrais coloridos ilustram em desenho, cenas da vida cristã. A magia dos vitrais góticos, que filtram a luz do sol, enche a igreja de uma claridade mística que “lembra” a presença “divina”. Entre os templos mais famosos, podemos citar: Chartres, Reims, Colônia, Notre-Dame de Paris, Westminster e Burgos.
História da Arte Gótica - O estilo Gótico é considerado a "Arte das Catedrais". A arquitetura foi a expressão mais importante do gótico, que desenvolveu-se entre os século XII e XIV na França e irradiou-se por outras regiões da Europa.
O estilo Gótico desenvolveu-se na Europa, principalmente na França, durante a Baixa Idade Média e é identificado como a Arte das Catedrais. A partir do século XII a França conheceu transformações importantes, caracterizadas pelo desenvolvimento comercial e urbano e pela centralização política, elementos que marcam o início da crise do sistema feudal. No entanto, o movimento a arraigada cultura religiosa e o movimento cruzadista preservavam o papel da Igreja na sociedade.
 
 Enquanto a Arte Românica tem um caráter religioso tomando os mosteiros como referência, a Arte Gótica reflete o desenvolvimento das cidades. 
Porém deve-se entender o desenvolvimento da época ainda preso à religiosidade, que nesse período se transforma com a escolástica, contribuindo para o desenvolvimento racional das ciências, tendo Deus como elemento supremo.
 Dessa maneira percebe uma renovação das formas, caracterizada pela verticalidade e por maior exatidão em seus traços, porém com o objetivo de expressar a harmonia divina.
 O termo Gótico foi utilizado pelos italianos renascentistas, que consideravam a Idade Média como a idade das trevas, época de bárbaros, e como para eles os godos eram os povos bárbaros mais conhecidos, utilizaram a expressão gótica para designar o que até então chamava-se "Arte Francesa ".
ARQUITETURA
Catedral de Lincoln -- Lincolnshire, Inglaterra
 A arquitetura foi a principal expressão da Arte Gótica e propagou-se por diversas regiões da Europa, principalmente com as construções de imponentes igrejas. 
Apoiava-se nos princípios de um forte simbolismo teológico, fruto do mais puro pensamento escolástico: as paredes eram a base espiritual da Igreja, os pilares representavam os santos, e os arcos e os nervos eram o caminho para Deus. Além disso, nos vitrais pintados e decorados se ensinava ao povo, por meio da mágica luminosidade de suas cores, as histórias e relatos contidos nas Sagradas Escrituras.
 Do ponto de vista material, a construção gótica, de modo geral, se diferenciou pela elevação e desmaterialização das paredes, assim como pela especial distribuição da luz no espaço.Tudo isso foi possível graças a duas das inovações arquitetônicas mais importantes desse período: o arco em ponta, responsável pela elevação vertical do edifício, e a abóbada cruzada, que veio permitir a cobertura de espaços quadrados, curvos ou irregulares.
 No entanto, ainda considera-se o arco de ogiva como a característica marcante deste estilo.
 
Abadia de Westminster
 A primeira das catedrais construídas em estilo gótico puro foi a de Saint-Denis, em Paris, e a partir desta, dezenas de construções com as mesmas características serão erguidas em toda a França.
A construção de uma Catedral passou a representar a grandeza da cidade, onde os recursos eram obtidos das mais variadas formas, normalmente fruto das contribuições dos fiéis, tanto membros da burguesia com das camadas populares; normalmente as obras duravam algumas décadas, algumas mais de século.
ESCULTURA
 A escultura gótica desenvolveu-se paralelamente à arquitetura das Igrejas e está presente nas fachadas, tímpanos e portais das catedrais, que foram o espaço ideal para sua realização. Caracterizou-se por um calculado naturalismo que, mais do que a forma da realidade procurou expressar a beleza ideal do divino; no entanto a escultura pode ser vista como um complemento à arquitetura, na medida em que a maior parte das obras foi desenvolvida separadamente e depois colocadas no interiro das Igrejas, não fazendo parte necessariamente da estrutura arquitetônica.
Porta do Sarmental, Catedral de Burgos
Pilar dos Anjos, Catedral de Estrasburgo
 A princípio, as estátuas eram alongadas e não possuíam qualquer movimento, com um acentuado predomínio da verticalidade, o que praticamente as fazia desaparecer. A rejeição à frontalidade é considerado um aspecto inovador e a rotação das figuras passa a idéia de movimento, quebrando o rigorismo formal.
 As figuras vão adquirindo naturalidade e dinamismo, as formas se tornam arredondadas, a expressão do rosto se acentua e aparecem as primeiras cenas de diálogo nos portais.
PINTURA
 A pintura teve um papel importante na arte gótica, pois pretendeu transmitir não apenas as cenas tradicionais que marcam a religião, mas a leveza e a pureza da religiosidade, com o nítido objetivo de emocionar o expectador. 
Caracterizada pelo naturalismo e pelo simbolismo, utilizou-se principalmente de cores claras “Em estreito contato com a iconografia cristã, a linguagem das cores era completamente definida: o azul, por exemplo, era a cor da Virgem Maria, e o marrom, a de São João Batista”.
A manifestação da idéia de um espaço sagrado e atemporal, alheio à vida mundana, foi conseguida com a substituição da luz por fundos dourados. Essas técnicas e conceitos foram aplicados tanto na pintura mural quanto no retábulo e na iluminação de livros".
A Anunciação -- Gentile de Fabriano, Pinacoteca do Vaticano
Cenas da Vida Urbana, Igreja Abacial de Murbach, França
II - Arte gótica
	 
	
 Período da arte de estilo gótico estendeu-se por 400 1.100 até 1.500). A origem do termo gótico nada tem a ver diretamente com os godos, a antiga nação germânica que invadiu o Império Romano no século 5. Todavia é de supor-se que gótico de alguma lembra algo como "bárbaro", isto é, um estilo do tempo dos bárbaros, quando os godos atropelavam a civilização romana. 
 Originou-se de uma denominação utilizada pelos refinados artistas renascentistas para designar genericamente um estilo artístico que achavam de mau gosto, exótico, carregado de apelos decorativos e pelo exagero da altura das suas torres. O gótico, igualmente como o romântico, caracterizou-se predominantemente por ser um estilo grandioso de construções religiosas, foi a arte por excelência das magníficas catedrais européias. 
 A multiplicação delas por toda a Europa Ocidentaldeveu-se ao prestígio universal da Igreja Católica e da religião cristã, e resultou da competição entre as cidades lentamente enriquecidas pela Revolução Comercial, transformação econômica que deu seus primeiros passos ao redor dos séculos 11 e 12 (na região do Flandres, ao redor do rio Reno e do rio Sena) tendo como conseqüência a ressurreição da vida urbana. Cada cidade da Europa Ocidental tratou então de erguer uma catedral cuja torre fosse a mais alta possível, não somente para melhor atrair o olhar protetor de Deus, como para celebrar a excelência das suas corporações de ofícios em competição com as outras das demais cidades vizinhas. 
 O gótico, originalmente, foi um estilo marcadamente francês. Do território da França atravessou o Reno penetrando na Alemanha onde, por igual, encontraremos belos exemplos dele. 
 Todavia bem menos influenciou a arquitetura italiana que ainda mantinha seu apego ao antigo estilo clássico(a exceção foi a arquitetura lombarda, mais sujeita por razões geográficas às influencias transalpinas, como se verificou na construção da catedral de Milão). 
 A Divisão da arte gótica: expressa-se, sobretudo, na arquitetura, a qual determina as demais artes; sendo que a pintura e a escultura (como no período romântico) são apenas complementos decorativos.A divisão do estilo gótico dá-se em quatro períodos. 
 I - Período: século XII (1100-1200) chamado período de transição ou gótico primitivo. Ainda pouco elevado, o arco ogival ou quebrado é usado juntamente com o arco romântico. Ensaia-se o verticalismo procurando romper-se, ainda que com hesitação, com o horizontalismo do estilo românico. As fachadas das igrejas e das catedrais passam a ser enriquecidas com esculturas decorativas. 
II - Período: século XIII (1200-1300) chamado gótico lanceolado. O arco ogival torna-se bastante elevado, sendo formado por um triângulo agudo. Acentua-se o verticalismo com o aperfeiçoamento e o uso constante da divisão da abóbada. Generaliza-se o uso do vitral (o cinema do crente daquela época) e as fachadas assumem maior decorativismo e suntuosidade. É a época da construção das grandes catedrais que surgem por toda a Europa, tais como a Notre Damme de Paris, a Catedral de Chartres e a Catedral de Milão.
	
	A Catedral de Chartres 
	 
 III - Período: século XIV (1300-1400) chama-se gótico irradiante. O arco ogival perde a sua agudeza e passa a ser formado por um triângulo eqüilátero. Suas nervuras decorativas constituem-se de elementos circulares. Atenua-se ligeiramente o verticalismo. As fachadas continuam recebendo suntuosa decoração. 
 IV - Período: século XV (1400-1500) chama-se gótico flamejante ou "flamboyant". O Arco ogival é agora formado por um triângulo obtuso, tornando-se ainda menos agudo, tendendo ao horizontalismo. As nervuras decorativas no interior dos arcos, das janelas, e portais, pela posição das curvas e contracurvas, surgem labaredas. Atenua-se acentuadamente o verticalismo. Fachadas profusamente decoradas. 
Características gerais do estilo gótico
 1 - Verticalismo.	
 2 - Arco quebrado ou ogival.
 3 - Abóbada de arcos cruzados.
 4 - O vitral. 
	O Parlamento britânico (estilo neogótico) 
	
	
	
Pintura gótica:
 A pintura da Europa Medieval sofreu influência direta da pintura bizantina, sendo integralmente religiosa. Caracterizou-se pelo geometrismo, pelo estatismo e pelo abandono da perspectiva e da proporção, tão comuns à arte clássica antiga. As figuras eram apresentadas em rígida posição hierárquica, retrato vivo de uma época que pretendia se eternizar. A imagem do papa ou do imperador do Santo Império sempre era apresentada numa escala bem maior do que o restante dos integrantes da cúria ou da corte. 
 Havia uma enorme gama de artistas, todos anônimos, especializados em vitrais e retábulos assim como na pintura de murais. Todos estavam subordinados à orientação dos mestres-construtores, tais como os famosos Jean Le Loup, Jean D´Orbais, Robert de Luzarches ou Pierre Montereau. É característica de uma época que ignorava as singularidades da individualidade que muitos artistas permaneceram desconhecidos, visto que o período medieval foi uma época de apogeu do corporativismo, fazendo com que os autores não assinasse suas obras. Assim, pouco sabemos deles. 
 Lentamente, no período que alguns chamam de pré-renascimento, entre o século 13 e 15, os artistas libertam-se das corporações de ofício, passando a atender encomendas particulares, então alguns nomes tornaram-se conhecidos, com o do francês Jean Fouquet, ou dos italianos Cimabue e Giotto di Bondone, Masaccio, Bernardo Daddi e Buffalmaco, que ficaram conhecidos como os mais famosos pintores do gótico tardio (se bem que muitos historiadores negam-se a classificá-los assim, preferindo a denominação de pré-renascentistas já mencionada acima). 
 Cada um deles tratou logo de formar a sua própria oficina (hoje denominamos de atelier), atraindo para trabalhar com eles uma leva de jovens aprendizes, muitos, por sua vez, tornando-se mais tarde mestres-artistas. 
 Coube ao Renascimento, com sua revalorização do estilo clássico greco-romano, terminar por sepultar o Gótico de uma vez por todas. Houve ainda, em pleno século 19, por força do gosto romântico, em meio à expansão da industrialização, um pequeno surto de construções no estilo gótico na Grã-Bretanha, chamado de neogótico ou de Gótico Vitoriano, ocasião em que se projetou e construiu o prédio do Parlamento inglês, situado à beira do rio Tamisa. 
 Durante muito tempo, particularmente na época do Iluminismo, identificou-se o gótico como um estilo que lembrava uma época histórica dominada pelo fanatismo religioso e pela superstição, cenário tão bem retratado por Victor Hugo (na novela "Nossa Senhora de Paris"). 
 Com o passar dos tempos, especialmente em época mais recente, houve uma revalorização do gótico, uma admiração pela sua concepção grandiosa da arquitetura e pelo seu esforço decorativo, aparecendo ao homem contemporâneo como um estilo-testemunho, uma marca impressionante da história da cultura ocidental. 
Mexendo com os alicerces da arte clássica
     O termo gótico foi criado pelos renascentistas para denominarem um tipo de arquitetura compreendida por eles como bárbara, uma vez que destronou a arte clássica. 
     Acabou sendo aplicado também para a escultura, pintura e ornamentação do período em que as obras arquitetônicas foram construídas, apesar de ser considerada, por alguns críticos, como uma denominação não precisa.
    Entretanto, o termo, hoje em dia, já perdeu o sentido depreciativo que os renascentistas quiseram imprimir-lhe. 
     O gótico refere-se a um determinado período que se inicia com um estilo arquitetônico revolucionário, o qual durou do Século 12 ao 14 na maioria da Europa. 
      Em alguns lugares, continuou persistindo até o Século 16 e, isoladamente, continuou-se a praticar a arte até o Século 18. 
O Romantismo deu nova vida ao Gótico
     A expressão é utilizada ainda para a pintura e escultura do período, desde que possuam determinadas características, ligadas ou não à  arquitetura. O Romantismo, com seu ideal de retorno ao passado, acabou por trazer de volta o estilo, em meados do Século 18.
     O período em que a arquitetura gótica prevaleceu na Europa, principalmente nos países nórdicos, pode ser considerado o ponto culminante da Idade Média, com a Igreja triunfante.
     É ainda a época de desenvolvimento da escolástica de S. Tomás de Aquino e do aparecimento das universidades.
O Gótico na pintura e na escultura
     A simbologia da arte do período gótico, como exemplifica as esculturas acima descritas, é riquíssima em elementos que atestam a fé dos homens de então.Além de se tornar visível na escultura, essa simbologia aparece também nos vitrais coloridos, nas pinturas e nas ilustrações de manuscritos.
     E é exatamente entre as ilustrações de manuscritos, na maioria das vezes relacionados à temas bíblicos, que encontramos o melhor da pintura gótica. 
     Esses ornamentos costumam ser extremamente coloridos, brilhantes e cheios de símbolos. Na Biblioteca Nacional de Paris podem ser encontradas boas amostras dessas ilustrações, como "Bibles Moralisée" que são a história da bíblia com comentários de natureza moral.
     Os vitrais multicoloridos também são bastante representativos da arte gótica, principalmente se levada em conta a extrema importância da luz nas igrejas. 
     A luz, ao entrar pelas janelas, assume as cores dos vitrais e cintila, contribuindo para a atmosfera espiritual desses lugares.
Índice
1 O termo 
2 Contexto e primeiros passos 
2.1 A Filosofia da Luz e a Abadia de Saint-Denis 
3 Expansão, ramificação e uniformização 
4 Expressões 
4.1 Arquitetura 
4.2 Escultura 
4.3 Pintura 
5 Gótico português 
5.1 Arquitetura 
5.2 Outras artes 
5.3 O gótico e os descobrimentos 
6 Neo-gótico 
6.1 Neo-gótico no Brasil 
7 Ligações externas O termo
Quando a nova estética se expande além das fronteiras francesas, a sua origem vai ser a base para a sua designação, art français, francigenum opus (trabalho francês) ou opus modernum (trabalho moderno). Mas vai ser só quando o Renascimento toma o lugar da linguagem anterior que os novos valores vão entrar em conflito com os ideais góticos e o termo atual nasce.
 Na Itália do século XVI, e sob a fascinação pela glória e cânones da antiguidade clássica, o termo gótico vai ser referido pela primeira vez por Giorgio Vasari, considerado o fundador da história da arte.
 Aos olhos deste autor e dos seus contemporâneos, a arte da Idade Média, especialmente no campo da arquitetura, é o oposto da perfeição, é o obscuro e o negativo, relacionando-a neste ponto com os Godos, povo que semeou a destruição na Roma antiga em 410. Vasari cria assim o termo gótico com fortes conotações pejorativas, designando um estilo somente digno de bárbaros e vândalos, mas que nada tem a ver com os antigos povos germânicos (visigodos e ostrogodos).
Somente alguns séculos mais tarde, durante o Romantismo nas primeiras décadas do século XIX, vai ser valorizada a filosofia estética do gótico.
 A arte volta-se novamente para o passado, mas agora para o período misterioso e desconhecido da Idade Média. Goethe, também fascinado pela imponência das grandes catedrais góticas na Alemanha, vai acabar por ajudar ao impulso desta redescoberta da originalidade do período gótico, exprimindo as emoções que lhe são despertas ao admirar os gigantes edifícios de pedra.
 Neste momento nasce o Neo-gótico que define e expande o gosto pela utilização de elementos decorativos góticos e que reconhece pela primeira vez as diferenças artísticas que separam o estilo românico do gótico.
Contexto e primeiros passos
 Os séculos XI e XII são séculos de mudanças sociais, políticas e econômicas que em muito vão fazer despoletar as necessidades de uma expressão artística mais adequada às novas premissas sociais.
 O comércio está em expansão e a Flandres, como centro das grandes transações comerciais, leva ao desenvolvimento das comunicações e rotas entre os diversos povos e reduz as distâncias entre si, facilitando não só o comércio de bens físicos, como também a troca de ideais estéticos entre os países. A economia prospera e nasce um novo mundo cosmopolita que se alimenta do turbilhão das cidades em crescimento e participa de um movimento intelectual em ascensão.
 Paralelamente assiste-se ao crescimento do poder político representado pelo monarca e à solidificação do Estado unificado, poderosa entidade que vai aspirar a algo que lhe devolva a dignidade e a glória de outros tempos e que ajude a nação a apoiar a imagem do soberano .
 A igreja, por seu lado, vai compreender que os fiéis se concentram nas cidades e vai deixar de estar tão ligada à comunidade monástica, virando-se agora para o projeto do que será o local por excelência do culto religioso, a catedral. Ao contrário da construção humilde e empírica do românico, a construção religiosa gótica abre portas a um espaço público de ensinamento da história bíblica, de grandiosidade, símbolo da glória de Deus e da igreja, símbolo do poder econômico da burguesia, do estado e de todos os que financiaram a elevação do emblema citadino.
A Filosofia da Luz e a Abadia de Saint-Denis
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O colorido e a exaltação da luz na rosácea de Sainte-Chapelle, Paris.
 O nascimento do estilo, mais que o seu desaparecimento, pode ser definido cronologicamente com clareza, nomeadamente no momento da reconstrução da Abadia real de Saint-Denis sob orientação do abade Suger entre 1137 e 1144. Esta abadia beneditina situada nas proximidades de Paris, em França, vai ser o veículo utilizado à comunicação dos novos valores simbólicos: por um lado a dignificarão da monarquia, por outro a glorificação da religião. 
Este empreendimento tem por objetivo apresentar o maior centro patriótico e espiritual de toda a França, ofuscando todas as outras igrejas de peregrinação, trazendo para si mais crentes e restabelecer a confiança entre a igreja e o seu rebanho. 
 Para materializar esta idéia várias fontes e influências terrenas vão ter de ser, no entanto, bem contabilizadas e fundidas.
 A cabeceira (zona este da igreja) vai ser emprestada das já existentes igrejas de peregrinação, com ábside, deambulatório e capelas radiantes, assim como a utilização do arco quebrado de influência normanda. 
A técnica construtiva dá também neste momento um avanço significativo contribuindo com a abóbada de nervuras (sobre cruzaria de ogivas) e que vai permitir uma maior dinâmica e flexibilidade de construção.
 O impulso destas abóbadas vai ser recebido por contrafortes no exterior do edifício, libertando o espaço interior e dotando-o de uma leveza extraordinária.
 Mas mais que uma junção de elementos, o estilo gótico é afirmação de uma nova filosofia. A estrutura apresenta algo novo, uma harmonia e proporção inovadoras resultado de relações matemáticas, de ordens claras impregnadas de simbolismo. Suger, que é fortemente influenciado pela teologia de Pseudo-Dionísio, o Areopagita, aspira uma representação material da Jerusalém Celeste.
 A luz é a comunicação do divino, o sobrenatural, é o veículo real para a comunhão com o sagrado, através dela o homem comum pode admirar a glória de Deus e melhor aperceber-se da sua mortalidade e inferioridade.
 Fisicamente a luz vai ter um papel de importância crucial no interior da catedral, vai-se difundir através dos grandes vitrais numa áurea de misticismo e a sua carga simbólica vai ser reforçada pela acentuação do verticalismo.
 As paredes, agora libertas da sua função de apoio, expandem em altura e permitem a metamorfose do interior num espaço gracioso e etéreo.
 O espaço é acessível ao homem comum, atrai-o de uma maneira palpável, que ele é capaz de assimilar e compreender, o templo torna-se o ponto de contacto com o divino, um livro de pedra iconográfico que ilustra e ensina os valores religiosos e que vai, a partir deste momento, continuar o aperfeiçoamento da mesma.
Expansão, ramificação e uniformização
���Malbork a Polónia
 O núcleo central do estilo resume-se inicialmente à zona da Île-de-France, que abarca a zona de Paris e arredores, mas estende-se eventualmente a todo o território francês e transborda mesmo para lá das fronteiras ramificando-se pela Europa ocidental, principalmente a norte dos Alpes.
 A expansão do movimento alastra com o tempo para Inglaterra, Alemanha, Itália,Polônia e até à Península Ibérica, embora aqui com menos impacto.
 Seguindo as rotas comerciais o estilo é exportado e vai permanecer por algum tempo como uma estética de caráter estrangeiro e adaptado. Já no decorrer do século XIII impõe-se as influências regionais e o estilo assume, dentro de um mesmo eixo condutor, diversas facetas demarcadas pelas diferentes culturas e tradições européias.
Mas a corrente artística não vai permanecer imutável e, do mesmo modo que se ramifica, vai acabar por se influenciar mutuamente e formar um conjunto uniforme e homogêneo por volta de 1400, denominado Gótico internacional.
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Vista da Catedral de Colónia em Colónia, Alemanha.
 A meados do século XV a área de domínio gótica começa a reduzir e está praticamente extinta um século depois quando o Proto-Renascimento lança as primeiras idéias.
Em geral verifica-se que, em termos de permanência temporal, o movimento artístico difere profundamente de local para local, podendo-se, no entanto, definir aproximadamente as diferentes fases que o compõem. 
Gótico primitivo, ou Protogótico - Assumem-se as idéias base e dão-se os primeiros passos com a reconstrução da Abadia de Saint-Denis.
Gótico pleno, ou Gótico clássico - Aperfeiçoam-se as inovadoras técnicas de construção e entra-se na fase do domínio construtivo arquitetônico com o tempo das grandes catedrais.
Gótico tardio - A expressão artística torna-se menos ambiciosa, fruto da crise econômica e da Peste negra do século XIV a par com uma religião mais terrena e mundana praticada pelas ordens mendicantes. 
Gótico Lanceolado: De 1200 a 1300 - Gótico radiante, irradiante ou rayonnant (século XIV de 1300 a 1400, uso de linhas radiais na traçaria) 
Gótico perpendicular (Inglaterra, século XIV, uso de linhas perpendiculares)
Gótico flamejante ou flamboyant (França, século XV de 1400 a 1500). Momento definido pela exuberância da decoração escultórica nos edifícios arquitetônico. A própria designação do momento (flamejante, que deriva de chama) traduz a essência do novo gosto por uma ornamentação fluída e ondulante que cobre toda a superfície arquitetônica como uma teia. Neste momento não existem, no entanto, evoluções estruturais. Expressões Arquitetônicas- A catedral
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Interior da Catedral de Colônia em Colônia, Alemanha.
 A arquitetura gótica não é um momento de ruptura drástica com os ideais anteriores, mas antes uma assimilação de alguns elementos independentes de diferentes fontes, metamorfoseada com o novo conceito de interpretação da arte religiosa. Os primeiros indícios surgem na Normandia do século XI com a era de construção monástica incentivada pela Ordem de Cluny. Mas já neste momento se aglomeram diversas influências posteriores que vão ser cruciais à tipologia da catedral gótica: as arquivoltas e a abóbada de arestas de origem lombada e franca; a planta basilical modificada composta por três naves, transceptor e três absides de influência carolíngia.
 Fato decisivo para a originalidade construtiva é o avanço técnico nas mãos das corporações de construtores, grupos formados pelos antigos mestres anônimos ao serviço das construções monásticas, que se movem livremente de obra para obra e impulsionam a técnica do arcobotante, elemento que vai suportar a impulsão da abóbada no exterior da catedral e vai libertar as paredes do esforço, tornando-as mais esbeltas e transmitindo uma ilusão de leveza no interior pela acentuação de verticalidade.
 Várias componentes adicionais, como as duas torres ocidentais, o sistema interior de divisão vertical em três áreas (arcada, trifório e clerestório – zona dos grandes vitrais), as colunas esguias, os arcos quebrados, a profusão de pináculos e diversos elementos decorativos vão formar uma tipologia maleável de grandes dimensões, que não obedece a um padrão pré-definido de número de partes e que varia de caso a caso (ver a título de exemplo a Catedral de Notre-Dame em Paris).
 A decoração interna e externa dos edifícios é bastante complexa e também um dos fatores mais importantes. A geometrização vai dominar e conseqüentemente encontra-se uma multiplicidade de elementos compostos por círculos e arcos nos lavores de pedra (traceria) em remates de vitrais, arcos e gabletes. Estes ornamentos estão principalmente ligados à estilização de flora, identificando-se também referências ao universo humano e animal.
Elementos arquitetônicos
Interior: 
Arcada, Abóbada de nervuras, Arco quebrado, Clerestório, Coluna, Rosácea, Trifório, Vitral 
Exterior: 
Arcobotante, Arquivolta, Cogulho, Contraforte, Gablete, Gárgula, Florão, Jamba, Pináculo, Portal, Tímpano, Torre, Traceria 
Áreas da catedral
Ábside, Capelas radiantes ou ábsides secundárias, Coro, Cruzeiro, Deambulatório ou charola, Nave, Narthex, Transepto 
Arquitetura secular 
 O estilo gótico é, para a sociedade da época, extremamente contagiante e persuasivo, ultrapassando por isso as barreiras da arquitetura religiosa e transpondo-se para outras tipologias. Ao invés do românico estas características construtivas encontram-se, embora em menores dimensões e exuberância, em moradias da burguesia, câmaras municipais, hospitais e outras construções citadinas (reduzidas, no entanto, a elementos de índole decorativa).
Escultura
 Escultura gótica. Na escultura gótica, inicialmente, apenas o rosto das figuras parecia humano, enquanto o resto do corpo surgia rígido e desproporcional. Numa fase posterior atingiram grande perfeição e equilíbrio, procurando uma representação mais real de corpos.
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Esculturas do portal da Catedral de Magdeburgo, As Três Virgens.
Já na Abadia de Saint-Denis se observa uma maior importância dada à escultura que no românico, sendo que se vai afirmar pela primeira vez como elemento independente à arquitetura e com objetivos próprios na Catedral de Chartres. De qualquer modo a escultura estará ainda estritamente ligada à catedral, mas em oposição ao “amontoado” do românico, demonstra agora consciência do seu próprio espaço e ocupa-o de modo ordenado e claro.
Cracovia
Especialmente no portal de entrada para o templo se encontram as maiores produções escultóricas que proliferam nas ombreiras (jamba), arquivoltas e tímpanos. As estátuas nas ombreiras libertam-se progressivamente das colunas e da sua forma irreal e alongada ganhando volume e vida. 
A humanização das posturas e gestos é reforçada pela utilização de um eixo próprio para a figura, eixo este que se vai ondulando com o tempo e emprega à figura uma acentuada formação em S. Toda uma nova naturalidade vai determinar a composição e insolvência física: os pés passam a estar numa plataforma horizontal e não mais num plano inclinado; as roupagens e todo o volume corporal cedem à gravidade; aumenta a atenção ao pormenor transportado do quotidiano; e acima de tudo domina uma atitude elegante, uma expressão realista, serena e profundamente terna que estabelece comunicação pelo olhar, pelo sorriso e pelo gesto. 
A meados do século XIII esta estética elegante difunde-se, mas no início do século XIV a busca de efeitos de luz/sombra através do contraste entre volumes cunha as figuras de uma maior abstração.
Pintura
 A pintura não assume um papel de destaque logo desde o início do desenvolvimento do estilo. Só mais tarde, entre 1300 e 1350, a pintura tem o seu apogeu como expressão independente da arquitetura e, ao contrário desta, surge em Itália difundindo-se para norte só a partir de 1400.
Vitral - De início a pintura surge como elemento de auxílio à estruturação da catedral numa das expressões de maior peso simbólico, o vitral. Este método, de unir pedaços de vidro colorido através de chumbo, foi o que melhor se adaptou à necessidade narrativa do interior da catedral gótica.
 Desenvolvendo-se bruscamente com as inovações técnicas de distribuição de peso da abóbadas, que permitiam a criação de grandes lances deentrada de luz, esta evolução desafia os mestres-vidreiros obrigando-os a um projeção metodicamente planeado, distanciando-se progressivamente da influência românica e assumindo um estilo pictórico próprio a partir de 1200 e com apogeu até 1250. 
 No entanto a formulação pictórica vai permanecer associada à escultura no sentido em que as figuras são como estátuas projetadas numa superfície plana. O vitral assume um forte caráter abstrato sem efeito tridimensional, profundamente geométrico onde os únicos pormenores permitidos são as delineações a negro dos olhos, cabelos e pregas das roupas.
Iluminura da Bíblia Morgan, c. 1240, Expulsão dos Israelitas de Ai.
Iluminura
 		Após o apogeu do vitral a iluminura de manuscritos volta a assumir o papel principal na representação pictórica que vinha já desde o românico, mas no seu repertório formal passam-se a encontrar referências à arquitetura que até aqui eram muito limitadas. Por um lado as figuras estão integradas num ambiente arquitetônico de fundo onde são evidentes os traços do gótico, por outro lado as figuras exibem um tratamento volumétrico com as mesmas expressões graciosas e posições sinuosas da decoração escultóricas da catedral. 
Mas mesmo neste enquadramento arquitetônico a profundidade e a perspectiva são ainda muito básicos, em grande parte pela contribuição dos contornos a negro das figuras que fazem lembrar as uniões num vitral e que as remetem para um plano bidimensional. Esta adesão dos elementos do gótico dever-se-ão em grande parte à transposição da produção da iluminura dos mosteiros para as oficinas dos centros urbanos onde o gótico habita. Na última metade do século XIV a influência dos mestres italianos no norte europeu é forte e a iluminura ganha uma estrutura espacial mais harmoniosa.
Drôleries 
 Estas drôleries designam um tipo próprio de manuscrito ilustrado típico do gótico setentrional e que acaba por se alastrar a outras regiões. Nesta tipologia as composições adquirem uma liberdade quase ilimitada reunindo o humor grotesco com o fantástico e cenas do quotidiano analisadas ao mais ínfimo detalhe. 
Fresco de Giotto, A Lamentação, c. 1305, Itália.
Mestres italianos 
 	A Itália representa uma região com características muito próprias do estilo gótico. A influência bizantina, também denominada por maneira grega, de pintura afresco e sobre madeira, vai estar enraizada até aos finais do século XIII quando a pintura gótica se começa a desenvolver. 
 Neste momento a pintura apresenta uma escala monumental e majestosa, uma forte dramatização dos personagens inseridos em planos de pouca profundidade e perspectiva distorcida. Os temas religiosos dominam e os tons dourados e vermelhos vão ajudar à associação de importância e santidade das personagens bíblicas.
Neste campo Giotto é o expoente da audácia e originalidade estabelecendo pela primeira vez um relação física entre a pintura e o espectador.
Gótico português – Em Portugal.
 Arquitetura
 Em Portugal, o estilo gótico aparece no último quartel do século XII, com as obras do Mosteiro de Alcobaça (começado em 1178 e habitado a partir de 1222). O Mosteiro, fundado pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, para a Ordem Cisterciense, é a primeira obra totalmente gótica de Portugal. Entretanto, a dissolução do estilo românico pelo gótico ocorreu lentamente, havendo muitas igrejas portuguesas de estilo de transição românico-gótico datando do século XIII e até do século XIV.
 A expansão da arquitetura gótica em Portugal deveu muito às ordens religiosas mendicantes (franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinhos), que construíram vários mosteiros em cidades portuguesas nos séculos XIII e XIV. Importantes exemplos são as igrejas franciscanas e dominicanas de Santarém e Guimarães, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra (hoje em ruínas), Mosteiro de São Francisco do Porto, Igreja do Convento do Carmo em Lisboa (hoje em ruínas e usado como museu arqueológico) e muitas outras. Também as ordens medievais militares contribuíram para a expansão do gótico, por exemplo com Igreja de São João de Alporão de Santarém e o Mosteiro de Leça do Bailio (pertencente aos Cavaleiros Hospitalários), e com a Igreja de Santa Maria dos Olivais de Tomar (fundada pelos Cavaleiros Templários). 
 Algumas catedrais portuguesas também foram construídas em estilo gótico, como a Sé de Évora (séc XIII-XIV), a Sé de Silves (séc XIV-XV) e a Sé da Guarda (finais séc XIV-XVI).
Mosteiro da Batalha (séc XIV-XV).
Um marco na arquitetura gótica portuguesa é o Mosteiro da Batalha, construído a mando do rei D. João I para comemorar a vitória na Batalha de Aljubarrota contra os castelhanos.
 A obra do mosteiro, começada em 1388 e que seguiu até o século XVI, introduziu o gótico internacional flamejante em Portugal, distanciando-se da estética mendicante. Esse mosteiro influenciaria muitas obras de Portugal do século XV, como a Igreja da Graça de Santarém, a capela do Castelo de Leiria, a Sé da Guarda, o Convento da Nossa Senhora da Conceição de Beja, entre outros.
O dissolução do gótico pelo estilo renascentista ocorreu lentamente, sendo o estilo intermediário chamado manuelino devido a que coincidiu com o reinado do rei D. Manuel I (1495-1521). 
O manuelino mistura formas arquitetônicas do gótico final com a decoração gótica e renascentista, criando um estilo tipicamente português. A partir do Mosteiro de Jesus de Setúbal, considerado a primeira obra manuelina, o estilo se espalha por Portugal e atinge o ápice com a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos, ambos em Belém (Lisboa), a Igreja do Convento de Cristo de Tomar, as Capelas Imperfeitas e Claustro Real do Mosteiro da Batalha, além de muitos outros monumentos.
Além da arquitetura religiosa, muitos castelos foram construídos e/ou reformados em estilo gótico em Portugal, como os Castelos de Leiria, Estremoz, Beja, Bragança e Santa Maria da Feira.
Outras artes
Na escultura destacam-se os túmulos góticos do rei Pedro I de Portugal e Inês de Castro no Mosteiro de Alcobaça (séc XIV), os túmulos reais do Mosteiro da Batalha (séc XV), os túmulos da Sé de Lisboa, e das Sés de Braga e Évora (sécs XIV-XV) e muitos outros. Na pintura destaca-se Nuno Gonçalves e os Painéis de São Vicente (cerca de 1470), atribuídos a ele e hoje no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa.
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O gótico e os descobrimentos
Durante o século XV e início do século XVI, os estilos gótico e manuelino foram levados pelos portugueses a seus domínios d'além mar, particularmente as ilhas atlânticas dos Açores e Ilha da Madeira. Por exemplo, a Sé do Funchal (capital da Ilha da Madeira), construída entre 1493 e 1514, é uma típica igreja gótica-manuelina. 
No Brasil, por outro lado, não há construções góticas ou manuelinas, devido a que a colonização do território começou a partir de 1530, quando o estilo renascentista já era o estilo usado em Portugal.
Neo-gótico
Vista da Abadia de Westminster em Inglaterra. As torres são neo-góticas (séc XVIII).
Dentro do espírito revivalista do Romantismo surge o gosto pela recriação de elementos da arte medieval, especialmente do gótico. Particularmente em Inglaterra esta nova corrente tem grande adesão, iniciando já em finais do século XVII com a aplicação de ornamentação ao estilo gótico em algumas construções novas.
 A partir de meados do século seguinte, e já não se assumindo somente como uma alternativa ao Rococó, este gosto é encarado com mais seriedade ficando também conhecido como Victorian gothic (gótico victoriano).
Mas também a França assume uma posição representativa no Neo-gótico, liderada pela figura de Viollet-le-Duc e pelo seu trabalho na área do restauro em diversas catedrais francesas góticas.
 Não só assumiu um papel pedagógico no ensinamento das técnicas de aplicação deste gosto em construções modernas,como também compilou na Encyclopédie médiévale as diversas variantes formais do estilo, desde a arquitetura à indumentária da época.
Com mais ou menos intensidade o fascínio por esta época passada manteve-se até aos nossos dias um pouco por todo o mundo ocidental entrando pelo século XX adentro nas diversas vertentes artísticas ecléticas.
Neo - gótico no Brasil
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Catedral da Sé de São Paulo (séc XX).
Edificações góticas autênticas não existem no Brasil, mas o revivalismo neo-gótico popularizou-se a partir do reinado de D. Pedro II. Uma das igrejas neo-góticas brasileiras mais antigas é a Catedral de Petrópolis, começada em 1884 mas só concluída em 1925, que abriga os túmulos do Imperador e sua família. 
Outro exemplo precoce é a Igreja do Santuário do Caraça, em Minas Gerais, reconstruída em estilo neo-gótico entre 1860 e 1885. No Rio de Janeiro, o pitoresco Palácio da Ilha Fiscal foi construído entre 1881 e 1889 sobre uma ilha na Baía da Guanabara.
A Catedral da Sé de São Paulo (1913-1954), a Catedral de Santos (1909-1967) e a Catedral de Belo Horizonte (começada em 1913) são exemplos de edifícios neo-góticos tardios. 
 O neo-manuelino (variante portuguesa do neo-gótico) está representado no Brasil em edifícios como o Real Gabinete Português de Leitura (1880-1887), no Rio de Janeiro, e o Centro Português de Santos (1898-1901). 
Arte Gótica 
- Síntese para sala de aula – Ensino Médio
Pensamento - O visível e o tangível são um engano dos sentidos que impedem de ver a autêntica realidade; Deus”
Deus era o centro do universo:
O homem era só um ser qualquer, era como, um objeto, e tudo o que fazia era voltado à religiosidade e a Deus. As igrejas eram todas pintadas para louvar ao Senhor. Os altares eram feitos de ouro, todos pontiagudos. Eles dedicavam a sua arte quase só para Deus. 
O período Gótico compreende os três últimos séculos da Idade Média. Nele está expressa a dualidade céu e terra, bem e mal, sagrada e o profano. 
A religião oficial ainda era o cristianismo, e o poder estava centrado na mão da Igreja, instrumento de Deus para a salvação. O êxtase religioso tomava contas dos homens, pobres pecadores em busca do céu. As devoções exigiam locais dignas de oração. 
Foi assim que grandes catedrais foram construídas. O estilo medieval explorou as ogivas em catedrais que têm no seu interior a decoração composta de vitrais e mosaicos que contam a história do cristianismo. 
Nos altares, pinturas feitas em tábuas de madeira que se misturam com objetos simbólicos, como a cruz e a coroa.
 Nas paredes, painéis gigantescos retratam cenas bíblicas, criando uma atmosfera carregada de espiritualidade. 
Algumas produções artísticas dessa época chamam a atenção pelo caráter mágico, pela função social e educativa ou ainda pela técnica interessante como eram criadas. Como exemplo, temos os ícones, os afrescos e os retábulos. 
Ícones – Eram imagens com simbologia especial, muito explorada, pois acreditavam que tinham o poder de fazer milagres. Muitas peças religiosas, ou supostamente sagradas, eram comercializadas por altos valores. 
Os livros eram ilustrados com pequenos desenhos e as letras maiúsculas ricamente trabalhadas. Estas letras decorativas e estes desenhos ilustrativos eram denominados de iluminuras. As decorações e os vitrais contavam passagens da vida de Cristo.
Na Europa ocidental, a arte Gótica substitui a arte Românica. Ela nasceu em Paris, as catedrais do século, XII e XIII são grandes expressões artísticas.Os maravilhosos vitrais que uma nova estrutura criou ao abrir grandes janelas nas igrejas. 
Essa decoração continua sendo a bíblia do povo que tem uma nova vitalidade humana gerada pelo poder econômico das cidades que surgem com seus ricos arcebispados e o desenvolvimento da classe burguesa. 
Através dos seus sindicatos fornecem enormes quantias para embelezar suas metrópoles com gigantescas catedrais. Quase todos eram dedicados a nossa Senhora. 
Os traços mais caracterizados da escultura gótica foram o reaparecimento da estátua em pleno relevo, o naturalismo dos personagens, a renúncia à estilização das figuras rígidas feitas em baixos relevos, mas sempre há nelas um planejamento de curvas bem diferentes da leveza do planejamento grego que desvendava a beleza do corpo humano. O nu estava excluído da arte religiosa. 
Na França e na Itália há influência dos mantos e togas da Roma antiga. No interior das igrejas, surge maior número de imagens sacras e de túmulos de reis e nobres. Mas a proporção das personagens se aproxima cada vez mais de um homem comum.
 As virgens trazem em seus rostos um humano sorriso de ternura ao contemplarem o sue filho Menino. A exaltação religiosa ainda é enorme, mas já se humaniza. 
O século, XIII é o período da escultura gótica clássica sem libertar a escultura, conseguem ao mesmo tempo mostrar a piedade cristã. Nascem várias obras primas por toda parte da Europa, com o belo Deus, as estátuas do casal de fundadores e outros. Surgem também os retábulos pintados em madeira, marfim e prata (na Alemanha e Espanha). A volta da escultura na Itália começa também a ser influenciada pelas idéias platônicas do belo ideal e do classicismo. 
Atividades
1 - Caracterize a arte Gótica e como era representada? 
2 - Para que finalidade a arte Gótica era voltada?
3 - Que contrastes era representados?
4 - Comente sobre as características da escultura?
5 - Os ícones foram uma marca do período Gótico. Produza um ícone ou vinheta de abertura de um programa, marca de produto na Internet.
6 - Pesquise os estilos de letras utilizadas neste período.Reproduza o alfabeto num pergaminho.
7 - Pesquisar: quais eram os problemas sociais e econômicos desta época? 
8 - Com um molde retangular desenhe letras para propaganda. 
9 - Faça uma releitura em grafite representando a arquitetura Gótica.
10 - Construa com papel uma maquete da arquitetura Gótica. (Em miniatura)
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Esquema estrutural de uma Catedral Gótica
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Fundação de Ensino Superior de Mangueirinha 
Faculdade Unilagos
História da Arte – I - Professora: Antonia Troczinski
Aluno: ........................
 Mangueirinha- 2006
Arte Românica
ARTE GÓTICA 
Origem da denominação
O estilo Gótico é considerado a "Arte das Catedrais". A arquitetura foi à expressão mais importante do gótico, que se desenvolveu entre os séculos XII e XIV na França e irradiou-se por outras regiões da Europa.
 A partir do século XII na França o termo Gótico foi empregado pela primeira vez por Gergio Vasari, considerado como o autor da História da Arte.
Em 1550 escreveu sobre a Vida dos Mais Excelentes Pintores, Escultores e Arquitetos, onde atribuiu de forma depreciativa o termo Gótico por ser considerada um período que afastou-se da tradição clássica influenciada pelo novo ideal de beleza estético particular dos godos , tribo bárbara da Nova Europa que semeou a destruição na Roma Antiga em 410.
Vasari cria assim o termo gótico com fortes conotações pejorativas, designando um estilo somente de bárbaros e vândalos. 
 
O termo Gótico também foi utilizado pelos italianos renascentistas, que consideravam a Idade Média como a idade das trevas, época de bárbaros, e como para eles os godos eram os povos bárbaros mais conhecidos, utilizaram a expressão gótica para designar o que até então chamavam "Arte Francesa ".
Na verdade nada tem a ver com este povo, pois ela nasceu com a arquitetura religiosa da Normandia e Borgonha século XII.
Ele baseava-se na divisão das eras artísticas preconizadas por Ghiberti: Idade Áurea da arte clássica, declínio desde Constantino e, a partir de Giotto,a Renascença Italiana.
 Para Ghiberti, como para Vasari, o intervalo compreendido entre a época de Constantino e o advento de Giotto foi artisticamente nulo, pois os pintores, os escultores e os arquitetos afastaram-se da tradição clássica, influenciados pelo novo ideal estético
Neste período ocorreram transformações importantes, caracterizadas pelo desenvolvimento comercial e urbano e pela centralização política, elementos que marcam o início da crise do sistema feudal. No entanto, o movimento e a arraigada cultura religiosa e o movimento cruzadista preservavam o papel da Igreja na sociedade.
 Enquanto a Arte Românica tem um caráter religioso tomando os mosteiros como referência, a Arte Gótica reflete o desenvolvimento das cidades. 
Porém deve-se entender o desenvolvimento da época ainda preso à religiosidade, que nesse período se transforma com a escolástica, contribuindo para o desenvolvimento racional das ciências, tendo Deus como elemento supremo.
 Dessa maneira percebe uma renovação das formas, caracterizada pela verticalidade e por maior exatidão em seus traços, porém com o objetivo de expressar a harmonia divina.
 Ficou dito a pouco que a pintura gótica era principalmente de índole, religiosa. No entanto, o período assiste também ao nascimento da pintura profana – como, por exemplo, nos painéis, verdadeiros discursos políticos, executados entre 1337 e 1339 no Palazzo Pubblico de Siena por Ambrogio Lorenzetti, e nas ilustrações de calendários, tratados científicos , baseadas nos escritos de autores clássicos, como Esopo e Ovídio. 
Surge a desejada luminosidade. Grandes e férricos vitrais coloridos ilustram em desenho, cenas da vida cristã.
A magia dos vitrais góticos, que filtram a luz do sol, enche a igreja de uma claridade mística que “lembra” a presença “divina”.      A luz, ao entrar pelas janelas, assume as cores dos vitrais e cintila, contribuindo para a atmosfera espiritual desses lugares.
 Entre os templos mais famosos, podemos citar: Chartres, Reims, Colônia, Notre-Dame de Paris, Westminster e Burgos. 
• Arquitetura Gótica
 Era a principal manifestação da arte gótica e as demais à ela serviam.
Da necessidade de construir catedrais que correspondessem à euforia e ao misticismo do povo, surgiu a arquitetura gótica. 
A construção dos templos, a princípio a cargo de corporações variadas, passou a ser dirigida por mestres leigos, especialistas no estilo gótico. 
 Os arcos de meia circunferência usados nas abóbadas das igrejas românicas faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes. Isso obrigava a um apoio lateral resistente: pilares maciços, paredes muito espessas, poucas aberturas para fora.
 O espaço para as janelas era bem reduzido e o interior da igreja escurecia. 
O arco de meia circunferência foi substituído por arcos ogivais ou arcos cruzados. Isso dividiu o peso da abóbada central, fazendo com que ele se descarregasse sobre vários pontos, simultaneamente. Pôde ser usado material mais leve, tanto para a abóbada como para as bases de sustentação. Em lugar dos sólidos pilares, esbeltas colunetas passaram a receber o peso da abóbada. 
 O restante do peso foi distribuído por pilares externos. Estes, por sua vez, remetem o peso aos contrafortes – torres pontiagudas e muito trabalhadas, que substituem as maciças pilastras românicas, com a mesma função.
As torres dão mais altura e majestade à catedral.
As paredes, perdendo sua importância, como base de sustentação, passam a ser feitas com um dos materiais mais frágeis de que então se dispunha: o vidro. 
 A arquitetura foi a principal expressão da Arte Gótica e propagou-se por diversas regiões da Europa, principalmente com as construções de imponentes igrejas. 
Apoiava-se nos princípios de um forte simbolismo teológico, fruto do mais puro pensamento escolástico:
- as paredes eram a base espiritual da Igreja, 
- os pilares representavam os santos,
- e os arcos e os nervos eram o caminho para Deus.
- Além disso, nos vitrais pintados e decorados se ensinava ao povo, por meio da mágica luminosidade de suas cores, as histórias e relatos contidos nas Sagradas Escrituras.
 Do ponto de vista material, a construção gótica, de modo geral, se diferenciou pela elevação e desmaterialização das paredes, assim como pela especial distribuição da luz no espaço.
Tudo isso foi possível graças a duas das inovações arquitetônicas mais importantes desse período:
o arco em ponta, responsável pela elevação vertical do edifício,
 e a abóbada cruzada, que veio permitir a cobertura de espaços quadrados, curvos ou irregulares.
• Pintura Gótica 
A pintura gótica continuava sabidamente tendo caráter bidimensional. 
A pintura teve um papel importante na arte gótica, pois pretendeu transmitir não apenas as cenas tradicionais que marcam a religião, mas a leveza e a pureza da religiosidade, com o nítido objetivo de emocionar o expectador. 
Caracterizada pelo naturalismo e pelo simbolismo, utilizou-se principalmente de cores claras “Em estreito contato com a iconografia cristã, a linguagem das cores era completamente definida: o azul, por exemplo, era a cor da Virgem Maria, e o marrom, a de São João Batista”.
A manifestação da idéia de um espaço sagrado e atemporal, alheio à vida mundana, foi conseguida com a substituição da luz por fundos dourados. Essas técnicas e conceitos foram aplicados tanto na pintura mural quanto no retábulo e na iluminação de livros".
Fora das catedrais, a pintura gótica encontrava expressão em miniaturas e iluminuras (ornamentos que enfeitavam as letras capitulares) que ilustravam livros pergaminhos inteiramente executados a mão.
As iluminuras e miniaturas evoluem para pequenos quadros de cavalete. 
A pintura gótica presencia o aparecimento e a rápida difusão de nova modalidade pictórica: a pintura de cavalete, o quadro ou o retábulo. A temática é acima de tudo religiosa.
Quanto à técnica, importantes inovações começam a aparecer com os irmãos Hubert e Jan van Eyck que recorrem à pintura a óleo, e não mais à têmpera como até então. 
 • Escultura Gótica
Surge a representação da tridimensionalidade.
O rosto com pouca expressividade e movimento, o corpo surge desproporcional e rígido e alongado.
Fachadas- timponos , portais Estátuas alongadas não possuíam movimento.
 No século XIII a escultura ganha nova importância: são revalorizados em muitos pontos os valores greco-romanos. 
O italiano Niccolo Pisano foi um dos inovadores empenhados na reformulação dos padrões góticos. Mantém os motivos religiosos, mas coloca expressões e sentimentos marcadamente humanos. 
A arte é sensivelmente marcada por transformações, que caracterizam o movimento conhecido como “Renascimento”. 
 
Neo - gótico no Brasil - Catedral da Sé de São Paulo (séc XX).
No Brasil, por outro lado, não há construções góticas ou manuelinas, devido a que a colonização do território começou a partir de 1530, quando o estilo renascentista já era o estilo usado em Portugal.
Edificações góticas autênticas não existem no Brasil, mas o revivalismo neo-gótico popularizou-se a partir do reinado de D. Pedro II.
 Uma das igrejas neo-góticas brasileiras mais antigas é a Catedral de Petrópolis, começada em 1884 mas só concluída em 1925, que abriga os túmulos do Imperador e sua família. 
Outro exemplo precoce é a Igreja do Santuário do Caraça, em Minas Gerais, reconstruída em estilo neo-gótico entre 1860 e 1885. No Rio de Janeiro, o pitoresco Palácio da Ilha Fiscal foi construído entre 1881 e 1889 sobre uma ilha na Baía da Guanabara.
A Catedral da Sé de São Paulo (1913-1954), a Catedral de Santos (1909-1967) e a Catedral de Belo Horizonte (começada em 1913) são exemplos de edifícios neo-góticos tardios. 
 O neo-manuelino (variante portuguesa do neo-gótico) está representado no Brasil em edifícioscomo o Real Gabinete Português de Leitura (1880-1887), no Rio de Janeiro, e o Centro Português de Santos (1898-1901). 
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