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1 - LATIFUNDIÁRIOS
 O problema de distribuição de terra é histórico no Brasil.
A colonização foi marcada pela criação das capitais hereditárias e do sistema de sesmarias, que
consistia na doação de terras pela coroa portuguesa a quem tivesse condições de produzir e pagar
essa terra através de sua produção. Esse tipo de aquisição foi a primeira responsável pela formação
dos latifúndios, um pedaço muito grande de terra pertencente a uma so pessoa.
 Em 1822, com a independência essa demarcação de terras ficou ainda mais solta e passou a valer a
"lei do mais forte”, causando uma onda de violência e agravamento da concentração de terra.
 Então, afim de regularizar a nossa estrutura fundiaria, há a criação da lei de terras em 1850, que
determinava que a posse de terra agora seria através da compra.
 Vale lembrar que essa lei foi intuída num contexto em que o brasil estava passando por um processo
de embranquecimento populacional, no qual a abolição da escravidão era algo recente, como uma
forma de limitar essa medida, impossibilitando o acesso a terra desses agora ex-escravos, criando uma
população negra sem terra.
 Diante disso, o acesso a terra só era viável a quem podia pagar por elas JUSTAMENTE os já grandes
proprietários de terra.
 Dessa forma, podemos observar que a lei de terras serviu apenas como uma maneira de assegurar
essa concentração já existentes.
 Em 1963, Joao Goulart criou o estatuto do trabalhador rural na tentativa de implementar uma reforma
agraria.
 O que se rompeu com a ditadura, que não deu continuidade a isso.
2 - Questão da SECA
Atualmente a água ainda é vista como um bem comum, ainda que não o acesso não
seja igualitário. Porém, cada vez mais esse recurso vem passando por um processo
de mercantilização assim como a terra, por conta do desenvolvimento econômico
da agricultura e o fortalecimento do agronegócio no Brasil. Numa realidade em que
os recursos hídricos são escassos, devido às sistemáticas secas que assolam o
interior do país, principalmente a região Nordeste, os conflitos pela disputa de água
são frequentes. Podem-se notar interesses antagônicos a respeito das Secas e do
acesso à água. Os camponeses e pequenos proprietários de terra querem um
acesso mais democrático a estes recursos. Diferentemente dos latifundiários, que
defendem a lógica capitalista de mercantilização dos recursos naturais, tanto por
interesse de apoiar seus iguais, já que a questão água está entrando num ramo
próprio do “hidronegócio”, quanto no âmbito de competir por espaços territoriais
dentro do país com esses pequenos proprietários ou sem terra. Em 2015 o Rio São
Francisco passou por um período de seca que gerou diversas consequências para
alguns estados do Nordeste que eram abastecidos por ele. O São Francisco tem
diversas funções, dentre elas estão: abastecimento humano, irrigação e agricultura,
transporte por hidrovias, e a maior parte dele para geração hidrelétrica. Quando há
um período de estiagem em uma localização específica, um dos conflitos existentes
é que quem está antes do reservatório, quer que acumule mais água, e quem está
depois, quer que libere mais. Pode-se notar o papel do governo relativo a esse
problema de uma maneira bem crítica. Por razão de a bancada ruralista ser forte no
Congresso Nacional, composta por diversos latifundiários, é muito difícil serem
postas em prática políticas públicas que beneficiem e amparem esses indivíduos
com mais necessidades no campo. A problemática das secas e do difícil acesso da
população do campo mais pobre à terra e a água, são causas para o êxodo rural, já
que a reprodução social dessas pessoas está sendo impossibilitada.
3 - INDUSTRIALIZAÇAO & MECANIZAÇAO.
Além das secas, a partir da industrialização de J.K. e do grande investimento na região sudeste e da
implementação de relações capitalistas modernas na produção agropecuária, onde o modelo
econômico privilegia os grandes latifundiários e a intensa mecanização das atividades rurais, expulsa os
pequenos produtores.
 O intenso processo de mecanização das atividades agrícolas veio substituindo a mao-de-obra, assim,
os pequenos produtores não conseguem mecanizar sua produção e ficam em desvantagem no
mercado por não conseguir alcançar o rendimento da produtividade das maquinas.
 A industrialização gerou desemprego, fazendo com que, a vida na cidade passasse a ser vista como
uma alternativa as más condições em que os trabalhadores rurais, principalmente no nordeste, onde as
secas ficaram mais rigorosas, se encontravam uma oportunidade de vida melhor, trabalho e ascensão.
4 - REVOLUÇAO VERDE
A mecanização do campo veio de um conjunto de inovações tecnológicas que faziam parte de um
programa chamado “Revolução Verde” que surgiu na década de 50, no contexto do pós-guerra devido
aos avances e conhecimentos tecnológicos da época, implementado no Brasil através do investimento
de capital estrangeiro (CEPAL) incentivado pelo plano de metas de J.K., com o objetivo de aumentar a
produtividade agrícola com medidas como:
Invenções e disseminação de sementes modificadas.
Uso de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos).
Mecanização.
Produção em massa de 1 produto.
diminuição do custo de transporte.
 No Brasil, a "revolução verde” ganhou a forca significativamente durante a ditadura militar, permitindo
que o pais desenvolvesses própria tecnologia em universidades, centros de pesquisam agencias
governamentais e instituições privadas e, com isso, em 1990, houve um surto no desenvolvimento
agrícola, transformando pais em um dos recordistas em produtividade e exportação.
 Em contra partida a isso temos a questão de que a implementação dessas inovações nos produtos
tinam um custo que só era viável para os grandes produtores de terra prejudicando os pequenos
produtores rurais, que não conseguiram acompanhar o ritmo da produtividade e encontraram-se
descapitalizados e com a necessidade de buscar uma nova alternativa, o que foi decisivo para o
processo de urbanização dessa área, já que os trabalhadores que aqui chegavam não encontravam as
condições sociais e o futuro que esperavam.
5 - URBANIZAÇAO
Os salarios nao eram bons por conta da alta oferta de mao-de-obra e o custo da vida na cidade era
alto. por conta disso, foram forçados a instalar-se marginalmente nas periferias, em favelas e cortiços, o
que foi crucial para o processo de urbanização do sudeste
6- ECONOMIA DUAL
Diante de todo esse contexto, podemos apresentar o conceito de economia dual.
A economia dual consiste na coexistência de dois setores econômicos dentro do mesmo espaço, 
separamos por diferentes níveis de desenvolvimento, tecnologia e padrões de demanda. Assim, 
enquanto um setor faz uso intensivo do capital e se avança tecnologicamente o outro irá empregar 
intensivamente o trabalho e será tecnologicamente mais primitivo. Esse termo é geralmente aplicado à 
países em desenvolvimento, em que um setor é voltado para atender às necessidades internas 
enquanto o outro se dedica ao mercado global.
De acordo com Celso Furtado, a industrialização brasileira se dá através dos efeitos da Grande 
Depressão e da crise do café como um choque adverso que estimulou a indústria nacional substitutiva 
de importações. Diante disso, o crescimento industrial até 1930 é induzido pelo crescimento da renda 
interna gerada pelo setor exportador, a economia cafeeira. 
A partir da Grande Depressão da década de 1930, inicia-se a ocupação da “reserva de mercado 
internoʼʼ anteriormente suprido pelas importações pela incipiente indústria nacional”. Este fator 
aumenta o preço dos produtos importados por conta da desvalorização de moeda interna e o centro 
dinâmico é deslocado para a economia interna do país.
Associado a isso, a política da queima de café também ajudou a manutenção dos preços do maior 
produto agrícola exportado pelo Brasil de modo que a renda interna manteve-se estável e pôde ser 
deslocada para o setorindustrial.
 De acordo com Celso Furtado, o dualismo econômico se destacou no Brasil a partir de 1950, 
principalmente com a industrialização pesada e depois com a ditadura, quando o Brasil formou-se 
uma sociedade urbana. 
O processo de industrialização, principal pilar do processo desenvolvimentista, não consegue superar 
o sub desenvolvimentismo brasileiro. Isso porque, apesar de ter ocorrido a industrialização, não houve 
a implementação de um capitalismo nacional autônomo, pois o Brasil ocupa fundamentalmente o 
papel de periferia dentro do contexto do capitalismo mundial. Esse contexto ocasionou na formação 
de uma economia dualista que compreende dois setores: um setor “moderno” (economia de 
exportação) e outro setor “atrasado” (economia de subsistência). 
 Esse modelo de economia é caracterizado pela sua divisão em dois setores um agrícola de 
subsistência tipicamente caracterizado por baixos salários, abundância de mão-de-obra e baixa 
produtividade e outro setor manufatureiro capitalista caracterizado pelo aumento das taxas salariais 
em relação ao setor de subsistência, maior produtividade marginal e na demanda por mais 
trabalhadores. 
A concentração do setor industrial nas regiões sul-sudeste do Brasil estimula a migração de pessoas 
de áreas predominantemente estabelecidas de acordo com a agricultura de subsistência. Isso 
acontece pois a agricultura de subsistência gera poucos empregos, pois não está inclusa na estrutura 
capitalista, e, além disso, é afetada pela seca sistêmica características da região nordeste, estimulada 
pela indústria de manutenção desse paradigma, que visa a escoação desse excedente de mão de 
obra para o setor industrial.
O principal problema dessa economia dupla é que deve-se alcançar o crescimento econômico através 
de setores tecnológicos, concentrando recursos, ou difundir os recursos à economia de maneira 
equilibrada para todos os setores, o que não aconteceu no Brasil.

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