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CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS

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SENTENÇA
 A sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com base nos artigos 485 e 487 do Código de Processo Civil, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução, ou seja, é a decisão do juiz que extingue o processo sem exame do mérito, ou que resolve o mérito, ainda que não extinga o processo.
CLASSIFICAÇÃO E EFEITOS DA SENTENÇA
 As sentenças que têm a mesma natureza da ação em que são proferidas. Podem ser: condenatórias, declaratórias e constitutivas.
 A rigor, todas as sentenças são, a um só tempo, condenatórias, declaratórias e constitutivas. Em toda sentença há, pelo menos, a condenação em custas e honorários; mesmo na ação condenatória, de reparação de danos, por exemplo, há a declaração relativa à violação do direito e à constituição de obrigação.
 Sentença condenatória é aquela que, além de promover o acertamento do direito, declarando-o, impõe ao vencido uma prestação passível de execução. A condenação consiste numa obrigação de dar, de fazer ou de não fazer. Exemplo: na ação de reparação de danos o juiz declara a culpa do réu e condena-o a indenizar (obrigação de dar). O comando judicial expresso no dispositivo costuma vir da seguinte forma: “Julgo procedente o pedido para condenar…”.
 Os efeitos da sentença condenatória são, em geral, ex tunc, isto é, retroagem para alcançar situações pretéritas. Exemplos: os juros moratórios fixados na sentença são devidos a partir da citação (data em que o devedor é constituído em mora, nos termos do art. 240, CPC/2015); a correção monetária na ação de reparação de danos morais deve incidir a partir da data do arbitramento, ou seja, da data em que o valor for fixado na sentença; os juros compensatórios na desapropriação são devidos desde a imissão na posse.
 A sentença declaratória tem por objeto simplesmente a declaração da existência ou inexistência de relação jurídica, ou da autenticidade ou falsidade de documento (art. 19, I e II, CPC/2015). No exemplo da reparação de danos, pode ser que o interesse do autor se restrinja a obter, pela sentença, a declaração de um tempo de serviço. Nesse caso o comando judicial (dispositivo) será no sentido de “julgar procedente para declarar…”.
 Independentemente da natureza da ação, qualquer sentença que julga improcedente o pedido é denominada “declaratória negativa”, uma vez que nesse caso a sentença tão somente declara a inexistência do direito pleiteado.
 A sentença meramente declaratória, à evidência, não comporta, em regra, execução. A sentença, por si, é suficiente para o exercício do direito declarado. Contudo, não se pode perder de vista uma sentença declaratória pode conter todos os elementos necessários à execução e, nesse caso, constituirá título executivo judicial.
 Os efeitos da declaração retroagem à época em que se formou a relação jurídica (ex tunc). Exemplos: a declaração da existência de um crédito retroage à data de sua constituição; na usucapião, a aquisição da propriedade se dá com o transcurso do tempo e, se o pedido for declarado procedente, os efeitos da sentença retroagem à data da aquisição do domínio.
 Na sentença constitutiva, além da declaração do direito, há a constituição de novo estado jurídico, ou a criação ou a modificação de relação jurídica. Exemplos: divórcio; anulatória de negócio jurídico; rescisão de contrato e anulação de casamento.
No dispositivo, geralmente, o juiz utiliza a expressão “julgo procedente o pedido para decretar…”.
 A sentença por si só é bastante para alterar a realidade jurídica objeto da decisão. Assim, a sentença constitutiva não implica a abertura da fase de cumprimento. Eventuais registros ou averbações visam apenas a dar publicidade ao novo estado e decorrem de exigências legais. Se, no entanto, a sentença de divórcio, por exemplo, fixar os alimentos para um dos ex-cônjuges, poderá haver execução desse capítulo da sentença que, na verdade, terá caráter condenatório.
 Em regra, as sentenças constitutivas têm efeito ex nunc (para o futuro). Exemplo: é da sentença que decreta o divórcio que se tem por extinto o casamento. Exceção: sentença que anula negócio jurídico pode ter efeito ex tunc (art. 182 do CC).
 A sentença homologatória tem a mesma natureza do negócio jurídico homologado. Pode ser condenatória, declaratória ou constitutiva, conforme o ajuste estabelecido entre as partes.
 Como já dito, às três espécies de sentença, parte da doutrina acrescenta duas outras: sentença executiva lato sensu e sentença mandamental.
Nas sentenças executivas lato sensu, o preceito determina o que deve ser cumprido. É o caso da sentença que determina o despejo, a reintegração de posse e a imissão de posse. 
 No caso, o comando jurisdicional determina, por ele mesmo, o cumprimento satisfativo da pretensão.
 Sentença mandamental é aquela que, além de declaração, contém uma ordem. Exemplos: reintegração de funcionário público no seu cargo por força de mandado de segurança e ordem para expedição de certidão.
ESTRUTURA E FORMALIDADES DA SENTENÇA
 A sentença é, acima de tudo, um ato processual racional e de inteligência do magistrado. Por meio dela, o juiz deve resumir todo o processo, partindo da pretensão do autor, da defesa do réu, dos fatos alegados e provados, analisando o Direito aplicável para dar a solução à controvérsia.
 Assim, a sentença possui alguns requisitos essenciais, dispostos no art. 458 do CPC:
 "Art. 458, CPC. São requisitos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes Ihe submeterem."
 Esta "forma" imposta à sentença demonstra a maneira pela qual o juiz conhece, pondera, instrui e manifesta-se sobre a lide a ele colocada facilitando a prática forense, pois as partes do processo ficam sabendo o caminho percorrido pelo magistrado para chegar à decisão.
Relatório
 O relatório inicia a sentença com o histórico de todo o processo, de forma a compor a lide. O juiz deve sinteticamente descrever todo o percurso do processo, com as suas principais ocorrências, além de identificar os elementos da causa (partes, pedido e causa de pedir).
 O relatório apresenta os principais acontecimentos do processo e o entendimento do magistrado acerca daquele caso, para sabermos se ele estudou o caso, o que entendeu, ou seja, o relatório consiste em um histórico de toda a relação processual. O relatório, segundo Pontes de Miranda, “é condição de validade da sentença”. Sua falta torna nula a decisão. 
Fundamentação
 Antes de proferir sua decisão, o juiz analisa as questões de fato e de direito que o levam a formar sua convicção e decidir desta ou daquela maneira. O importante a saber é que o juiz deve motivar a sua decisão. É o chamado sistema do livre convencimento motivado do juiz, explicitado pelo art. 131 do CPC.
"Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento."
 A fundamentação ou motivação compreende a discussão das matérias postas pelo magistrado, deve analisar as matérias de fato e de direito, enquadrando a discussão nas normas existentes no nosso ordenamento jurídico. A falta de fundamentação incide nulidade, conforme previsto no art. 93, IX da CF.
Dispositivo
 O dispositivo nada mais é do que a conclusão da sentença. Nele encontra-se a decisão da causa, com a resolução das questões impostas ao juiz. O dispositivo da sentença é parte na qual o magistrado apresenta suaconclusão, julgando a causa a favor do Autor ou do Réu, é a parte mais importante, nesse momento que ocorre o comando sentencial. A falta de dispositivo acarreta a inexistência da sentença. Pode ser direta, específica a prestação jurisdicional, ou indireta, julga apenas se é procedente ou improcedente.
 Ressalta-se que, a ausência de relatório e fundamentação/motivação implica em vício capaz de anular de pleno direito este ato processual. Quando ocorre a ausência do dispositivo, o vício leva à inexistência do ato. Apesar de nula a sentença que falte um desses requisitos, precisa ser modificada, através de recurso, para que corrija a nulidade, caso haja o trânsito em julgado da sentença, ela produzirá efeitos e deverá ser cumprida, torna-se valida.

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