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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis
AUDITORIA I
 CAMPUS SARANDI
NOME: __________________________________________________________________________
A LEI SOX - SARBANES-OXLEY 
		O mercado de capitais sempre foi um dos pilares fundamentais da economia norte-americana. Através dele, as grandes empresas americanas e até de outros países financiam seus investimentos captando recursos por meio da emissão de títulos e valores mobiliários.
		Nas bolsas de valores de Nova York (NASDAQ e NYSE), são negociadas, diariamente, bilhões de dólares em ações dessas empresas que buscam o mercado acionário como meio de captação de recursos.
		A “cultura acionária” é amplamente difundida nos Estados Unidos e desde o pequeno poupador até os megafundos com patrimônio de dezenas de bilhões de dólares mantêm posições e carteiras de ações negociadas em bolsas.
		Esse pilar da economia americana foi profundamente abalado, desafiando as autoridades americanas a agir rapidamente para evitar maiores danos a uma das suas mais fundamentais instituições econômicas.
		Após os escândalos corporativos de manipulação de dados contábeis que revelou ser uma prática não tão incomum em grandes empresas norte-americanas como a Enron, Tyco e WorldCom, o Congresso e o governo dos Estados Unidos, preocupados com o impacto negativo que esses escândalos geraram no mercado de capitais, com a consequente saída de investidores da bolsa de New York, editaram a Lei Sarbanes-Oxley (uma referência aos dois membros do Congresso Norte-Americano responsáveis pela sua elaboração – Paul S. Sarbanes e Michael Oxley), que se configura na mais importante reforma da legislação de mercado de capitais desde a introdução de sua regulamentação na década de 1930, após a quebra da bolsa de Nova York em 1929.
		A Sarbanes-Oxley Act é bem ampla e aumenta o grau de responsabilidade desde o presidente e a diretoria da empresa até as auditorias e advogados contratados. Referida lei introduz regras bastante rígidas de governança corporativa, procurando dar maior transparência e confiabilidade aos resultados das empresas, instituindo severas punições contra fraudes empresariais e dando maior independência aos órgãos de auditoria.
		Com relação à lei norte-americana contra a fraude empresarial, pode-se dizer que ela possui duas vertentes: a primeira visando a maior controle das atividades de auditoria e a segunda visando à punição de fraudes praticadas por administradores das empresas.
A LEI SARBANES-OXLEY E SUAS SEMELHANÇAS COM A LEGISLAÇÃO APLICADA NO BRASIL
		A Lei Sarbanes-Oxley é a que terá maior impacto sobre os mercados de capitais norte-americanos e mundiais, desde a legislação de 1933 e 1934, que criou a Securities and Exchange Commission- SEC (Comissão de Valores mobiliários dos Estados Unidos), com amplos poderes para regular e policiar o mercado de capitais norte-americano.
		Após os escândalos contábeis estampados em manchetes de todo o mundo, a legislatura dos Estados Unidos, com rapidez extraordinária e um apoio quase unânime, implementou uma legislação que ampliou os poderes da SEC, aumentou consideravelmente a responsabilidade da administração das empresas e introduziu a regulamentação, pelo governo, da profissão de auditor.
		A regulamentação das novas normas e supervisão de seu cumprimento, pelos vários elementos do mercado de capitais, passam a ser de responsabilidade do Conselho de Supervisão de Assuntos Contábeis das Companhias Abertas (Public Company Accounting Oversight Board – PCAOB), com membros indicados pela SEC.
		Os efeitos da Lei Sarbanes-Oxley serão bastante significativos não só nos Estados Unidos. A legislação determina que as empresas que não são norte-americanas, mas que possuem cotação secundária em uma Bolsa de Valores norte-americana, devem também seguir as novas leis, assim como seus auditores.
		Atualmente, existem mais de 30 empresas brasileiras com registro na SEC, com suas ações cotadas em Bolsa norte-americana, e várias outras planejam o registro para os próximos anos.
		
GOVERNAÇA CORPORATIVA – SARBANES-OXLEY
Comparativo entre a legislação norte-americana e a brasileira
	Sarbanes-Oxley (EUA)
	Consequência Jurídica (Brasil)
	Certificação pelo presidente da Empresa (CEO) e pelo diretor financeiro (CFO) dos relatórios anuais.
	Administradores e contadores devem assinar os balanços. Os administradores assumem as responsabilidades pela precisão das declarações.
	Todas as empresas deverão ter comitês de auditoria formados apenas por membros independentes. Para as empresas estrangeiras, a SEC permite que Conselho Fiscal substitua o comitê de auditoria.
	Não há exigência para formação de comitês de auditoria, apenas uma recomendação da CVM na cartilha de governança corporativa. Existem os conselhos fiscais, cujos membros não pertencem, necessariamente, ao conselho de administração e não precisam ser independentes.
	Empresas estarão proibidas de conceder empréstimos a executivos.
	Não há proibição de empréstimos para conselheiros e auditores se contratados a taxas de mercado.
	Controles internos deverão ser divulgados em relatórios específicos, junto com os relatórios anuais.
	Não há previsão para divulgação de controles internos.
	Empresas terão de informar se adotaram ou não um Código de Ética para administradores financeiros seniores. Caso não, deverão explicar por quê.
	A formulação de um Código de Ética não é obrigatória.
	Auditores de empresas abertas não poderão fornecer serviços de consultoria e outros serviços proibidos pela legislação às empresas por eles auditadas.
	A CVM estabelece que auditores não podem oferecer serviços que prejudicam a objetividade e independência da atividade de auditoria.
	Empresas serão obrigadas a revezar o sócio-auditor cada cinco anos.
	Empresas são obrigadas a revezar as empresas de auditoria a cada cinco anos.
	Advogados que venham a saber de uma violação legal por parte de seus clientes terão de relatar o ocorrido ao diretor jurídico, ao CEO e ao comitê de auditoria ou outros conselheiros.
	Não há previsão legal da obrigatoriedade do relato.
OS PRINCIPAIS ESCÂNDALOS CONTÁBEIS
O caso ENRON – Estados Unidos (2001)
A Empresa
		Fundada em 1985, a partir da fusão de duas empresas distribuidores de gás natural, em 1989 a Enron começou a atuar no mercado de commodities de gás natural. Sua estratégia era comprar uma empresa geradora ou distribuidora de gás natural e fazer dela o centro de armazenamento ou comercialização de energia. 
		Em apenas 10 anos atuando nesse mercado, a Enron já detinha 25% do mercado de commodities de energia, com mais de US$ 100 bilhões em ativos.
Em dezembro de 2000, apenas um ano antes da crise, suas ações indicavam um crescimento de 1.700% desde sua primeira oferta, com um índice P\L (Preço\Lucro) de aproximadamente 70, tendo atingido o seu pico a US$ 54,64, algumas semanas após o início do escândalo, em 10.12.2001, esta mesma ação estava cotada a US$ 0,81.
O Escândalo
		Em novembro de 2001, sob investigação da SEC, a empresa admitiu ter inflado seus lucros em aproximadamente US$ 600 milhões nos últimos quatro anos. O que já era grave o suficiente para abalar o mercado, alcançou proporções mundiais quando os detalhes da atuação da empresa vieram à tona.
		A fim de apresentar uma saúde financeira que lhe permitisse acesso a crédito, a empresa manipulou seus dados contábeis. Isso se deu pela criação de empresas do tipo Specific Purpose Enterprise (SPE), em que executivos da Enron eram acionistas principais e das quais o própria Enron detinha apenas 36% do controle.
		Isso descaracterizava a necessidade de consolidação dos resultados dessas empresas nas demonstrações contábeis da Enron, que, então, realizava transações com tais empresas.
		Além das manipulações contábeis, descobriu-se que o código de ética da empresa, embora existente, era constantemente objeto de exceções enão-conformidades. Ademais, decisões eram aprovadas sem que tivessem passado por todas as instâncias de controle interno esperadas e nem todas as decisões relevantes eram submetidas à aprovação do Conselho de Administração da empresa, que, consequentemente, recebia apenas informações parciais.
		Enfim, a empresa se caracterizou por um infindável número de falhas de revisão e monitoramento por parte do seu Comitê de Auditoria, que, teoricamente, deveria estar atento a esse tipo de falha.
		Coincidentemente, alguns dos membros do Comitê, e o próprio presidente da empresa, venderam mais de US$ 1 bilhão em ações da Enron no curto período entre o início dos rumores e o estouro do escândalo.
		Em menos de um mês após o estouro do escândalo, a Enron entrou com pedido de falência. O preço de suas ações caiu para US$ 0,70 por ação.
		Kenneth Lay, presidente do Conselho de Administração da empresa e um dos principais suspeitos, chegou a vender cerca de US$ 200 milhões em ações da companhia antes da queda.
		Um dos membros do Conselho, Cliff Baxter, cometeu suicídio e o Fundo de Pensão da empresa foi à bancarrota, deixando desamparados os milhares de funcionários honestos e dedicados que, até então, tinham orgulho de pertencer ao quadro funcional da quinta maior empresa norte-americana.
		Com certeza, tal como ocorrera com a queda da bolsa em 1929, o mercado dos Estados Unidos será reconhecido como pré e pós-Enron.
		Além da atitude da própria Enron, o comportamento de três classes profissionais também foi marcada por posições antiéticas: os advogados, os analistas de mercado e os auditores independentes.
		
O caso Arthur Andersen – Estados Unidos (2002) 
A empresa
		Quando o escândalo Enron explodiu, a Arthur Anderesen, uma empresa de 89 anos, era tida como uma das mais conceituadas do mercado, formando com a PriceHouseCoopers, a Delloite Touch Tohmatsu, a Ernest & Young e a KPMG um megagrupo conhecido como as BIG FIVE.
		Em outras palavras, as companhias brigavam para ter uma dessas empresas como seus auditores, em função do renome que desfrutavam no mercado pela sua eficiência e confiabilidade.
		A Andersen era, na verdade, tida como uma empresa-modelo na área de auditoria, e os preços elevados que costumava cobrar pelos seus serviços eram reflexo do seu prestígio.
		No Brasil, a Andersen tinha 1.800 profissionais distribuídos em sete escritórios. A empresa ocupava o segundo lugar em volume de negócios no país, com 16,64% do mercado, perdendo apenas para a Price, que detinha 18,31%. A liderança dessas duas empresas era bastante relevante: a Ernest & Young, que ocupava o terceiro lugar, detinha apenas 9,71% do mercado.
		Com a quebra da Andersen, no Brasil, a Delloite incorporou a grande maioria dos seus negócios. 
O Escândalo
	
		Os procedimentos adotados pela Arthur Andersen em relação à Enron contrariavam todas as melhores práticas de independência que deveriam nortear a relação entre uma empresa e seus auditores.
		Em primeiro lugar, como auditora da Enron, certamente, a Andersen estava mais do que ciente das práticas da contabilidade criativa que a empresa vinha adotando. Mais do que isso, no ano de 2001, a Andersen havia recebido US$ 52 milhões por serviços prestados à Enron. Deste montante, US$ 27 milhões foram derivados da prestação de serviços de consultoria.
		Em resumo, provavelmente, a Andersen havia participado ativamente da estruturação das operações antiéticas. Dessa forma, a divisão de auditoria da empresa jamais poderia condenar tais operações.
		Além disso, ficou comprovado pela justiça que, após denunciar o que estava ocorrendo para Lay, em agosto de 2001, Sherron Watkins tomou a iniciativa de procurar um alto executivo da Andersen com o mesmo propósito. Nem Lay nem a Andersen tomaram qualquer tipo de atitude.
		No entanto, o mais chocante a respeito da participação da Andersen no esquema de corrupção que imperava na Enron, foi o fato de a empresa, que teoricamente deveria tomar uma posição independente em relação à empresa que auditava, tão logo começaram os rumores sobre problemas, ter destruído toda e qualquer documentação que pudesse comprometer a Enron ou a si própria, na mais declarada atitude antiética que uma empresa do seu setor de atuação poderia tomar. Os principais executivos ligados à conta Enron estão sofrendo processos judiciais.
		A resposta do mercado foi imediata. Da noite para o dia, ter a Andersen como auditor passou a ser motivo de risco para a imagem de uma empresa.
		Alguns podem dizer que a Andersen teve o que merecia, mas os efeitos de sua postura são muito mais abrangentes. Tanto a profissão contábil quanto a de auditoria ficaram sub judice, com a imagem prejudicada. O mercado, nesse sentido, costuma ser bastante cruel, generalizando comportamentos isolados como se ilustrassem a postura de todos, e, assim, desestimulando justamente aqueles que se esforçam para se manter dentro dos padrões éticos de sua profissão, que acabam sendo estigmatizados como os outros poucos que fogem da regra.
 
LEI SARBANES-OXLEY DE 2002:
		Durante os escândalos financeiros que envolveram a Enron, WorldCom, Tyco International, Ltd., Adelphia Comunications e outras empresas no início da década de 2000, os acionistas, os credores e outros investidores perderam milhões e, em alguns casos, bilhões de dólares.
		O clamor público resultante levou o Congresso norte-americano a promulgar a Lei Sarbanes-Oxley de 2002.
		Essa lei, conhecida simplesmente como Sarbanes-Oxley, é considerada uma das mais importantes e significativas, e afeta as empresas de capital aberto na história recente.
		Embora seja aplicável somente às empresas cujas ações são vendidas em Bolsa, conhecidas como empresas de capital aberto, a Lei Sarbanes-Oxley salientou a necessidade de avaliar os controles e os relatórios financeiros de todas as empresas.
		A finalidade da Lei Sarbanes-Oxley é restaurar a confiança do público nas Demonstrações Financeiras das empresas. Ao fazer isso, a lei enfatiza a importância da implantação de um controle interno eficaz. 
► O ex-diretor presidente da WorldCom, Bernard Ebbers, foi condenado a 25 anos de prisão.
Em termos gerais, define-se Controle Interno como o conjunto de procedimentos e de processos utilizados por uma empresa para salvaguardar seu patrimônio, processar informações com exatidão e garantir o cumprimento das leis e normas.
A Lei Sarbanes-Oxley exige que as empresas mantenham controles internos sólidos e eficazes sobre o registro de transações e a preparação de Demonstrações Financeiras. Esses controles são essenciais porque dificultam as fraudes e impedem a preparação de Demonstrações Financeiras fraudulentas.
Além de exigir que as empresas mantenham controles internos sólidos e eficazes, a Lei Sarbanes-Oxley também obriga as empresas e seus contadores independentes a gerar relatórios sobre a eficácia desses controles internos.
Esses relatórios devem ser submetidos à Comissão de Valores Mobiliários – CVM (Security and Exchange Comission – SEC) norte-americana. A lei também estimula as empresas a incluir essas informações em seus relatórios anuais aos acionistas.
► Calcula-se que as empresas gastam milhões de dólares a cada ano para cumprir os requisitos da Lei Sarbanes-Oxley.
→ CONTROLE INTERNO:
		A Lei Sarbanes-Oxley exige controles internos eficazes. Além disso, controles internos eficazes ajudam a direcionar as ações de uma empresa e a impedir roubos e outros abusos.
		Por exemplo, suponha-se que você seja proprietário de um serviço de manutenção de gramados. Sua empresa usa várias equipes de funcionários e você fornece a cada equipe um veículo e um conjunto de equipamentos de manutenção de gramados. Que problema você teria que enfrentar como administrador para controlar as operações da empresa?
		Aqui seguem alguns exemplos:
Os serviços de manutenção de gramados devem ser fornecidos em prazo estipulado;
A qualidade dos serviços deve atender às expectativas dosclientes;
Os funcionários devem trabalhar durante as horas em que são pagos;
Os equipamentos de manutenção de gramados devem ser utilizados exclusivamente nas atividades da empresa;
Os veículos devem ser usados exclusivamente para as atividades da empresa;
Os serviços prestados devem ser faturados e os pagamentos recebidos dos clientes.
Nesse caso, poderia preparar um cronograma no começo de cada dia e, em seguida, inspecionar o trabalho realizado no fim do expediente para certificar-se de que foi concluído de acordo com os padrões de qualidade. Poderia realizar-se inspeções de surpresa, visitando os locais de trabalho em determinados horários para confirmar que as equipes estão trabalhando de acordo com a programação. Exigir que os batam funcionários ponto no começo e no fim de expediente como forma de assegurar-se de que estejam recebendo pelas horas efetivamente trabalhadas. Exigir que as equipes de trabalho devolvam os veículos e os equipamentos em um local central para impedir o uso não autorizado. Manter um registro da quilometragem, atualizada no final de cada expediente para se certificar de que os veículos não estejam sendo usados para fins alheios ao serviço. Emitir faturas para os clientes depois de inspecionar o trabalho e, em seguida, monitorar a cobrança de todos os valores a receber.
Estes são exemplos de Controles Internos.
→ OBJETIVOS DO CONTROLE INTERNO:
Os objetivos do Controle Interno são garantir, com grau razoável de segurança, (1) que o Patrimônio esteja protegido e seja utilizado para os fins da empresa; (2) as informações sobre a empresa sejam precisas e (3) os funcionários cumpram as leis e normas.
O Controle Interno pode salvaguardar o patrimônio da empresa, impedindo o rouba, a fraude, a perda ou a utilização imprópria.
Uma das violações mais graves do controle interno é a fraude pelo funcionário. Fraude pelo funcionário é o ato intencional de enganar um empregador para obter ganhos pessoais. Essa fraude deliberada pode variar desde a supervalorização das despesas em um relatório de viagem, até o desvio de milhões de dólares por meio de esquemas complexos.
► A Association of Certified Fraud Examiners (Associação de Inspetores de Fraudes Certificados) calcula que as empresas perderão mais de $660 bilhões, ou cerca de 6% de suas receitas, com fraudes cometidas por funcionários.
Informações precisas são necessárias para operar uma empresa com sucesso. A salvaguarda do patrimônio e as informações precisas frequentemente estão inter-relacionadas. A razão é que os funcionários que tentam fraudar uma empresa também precisam manipular os registros contábeis para ocultar essa fraude.
As empresas devem cumprir as leis, as normas e os padrões de geração de relatórios financeiros aplicáveis. Esses padrões e leis incluem, por exemplo, normas ambientais, termos contratuais, normas de segurança e princípios contábeis geralmente aceitos.
→ ELEMENTOS DO CONTROLE INTERNO:
		Como a administração atinge seus objetivos de Controle Interno? Cabe à administração desenvolver e aplicar cinco elementos de controle interno de modo a atender aos três objetivos de controle interno.
		Esses elementos são: (1) ambiente de controle; (2) avaliação de riscos; (3) procedimentos de controle; (4) Monitoramento e (5) informação e comunicação.
Ambiente de Controle:
O ambiente de controle de uma empresa é a atitude geral da administração e dos funcionários com relação à importância dos controles. Um dos fatores que influenciam o ambiente de controle é a filosofia da administração e estilo operacional.
Uma administração que enfatiza excessivamente as metas e desvia-se dos controles, pode estimular indiretamente os funcionários a ignorar os controles. A pressão para cumprir metas pode levar os funcionários a registrar vendas de maneira fraudulenta. Por outro lado, uma administração que enfatiza a importância dos controles internos e estimula a adesão a essas políticas, tende a criar um ambiente de controle eficaz.
► Como as empresas descobrem as fraudes? A maioria das fraudes é descoberta a partir de dicas de funcionários, clientes, fornecedores, ou fontes anônimas.
A estrutura organizacional da empresa, que são a sua estrutura de planejamento e seu controle de operações, também influencia o ambiente de controle. Por exemplo, talvez uma cadeia de lojas de departamentos organize cada loja como uma entidade comercial separada. Cada gerente de loja tem total
Autoridade sobre os preços e outras atividades operacionais. Em uma estrutura como essa, a responsabilidade pelo estabelecimento de um ambiente de controle eficaz cabe ao gerente da loja.
		A política de recursos humanos também afeta o ambiente de controle. Elas envolvem a contratação, o treinamento, a avaliação, a remuneração e a promoção dos funcionários. Além disso, as descrições de funções, códigos de ética de funcionários e políticas relativas a conflitos de interesses também fazem parte das políticas de recursos humanos.
		Essas políticas podem aprimorar o ambiente de controle interno quando fornecem garantia razoável de que somente funcionários competentes e honestos serão contratados e efetivados.
		Para ilustrar a importância do ambiente de controle, considerar-se-á um caso em que o chefe do departamento de empréstimos de um banco perpetrou uma fraude ao aceitar propina de clientes cuja avaliação de crédito era negativa. Como resultado, o banco perdeu milhões de dólares em empréstimos inadimplentes. Depois de descobrir a fraude, o presidente do banco melhorou o ambiente de controle interno implementando um programa que permitia aos funcionários denunciar condutas suspeitas anonimamente. Além do estímulo à denúncia de condutas suspeitas, informou-se aos funcionários que as fraudes internas poderiam ocorrer em qualquer lugar e envolver qualquer pessoa.
Avaliação de Riscos:
Todas as organizações enfrentam riscos. Alguns exemplos de riscos são os requisitos dos clientes, ameaças competitivas, alterações normativas, mudanças em fatores econômicos, como as taxas de juros, e violações das políticas e dos procedimentos da empresa pelos funcionários. Cabe à administração avaliar esses riscos e adotar as medidas necessárias para controlá-los de modo que os objetivos do controle interno possam ser atingidos.
Tendo sido identificados, os riscos podem ser analisados para estimar a sua relevância, avaliar a probabilidade de ocorrência e determinar ações que os minimizem.
Por exemplo, o gerente de uma empresa de armazéns pode analisar o risco de que os funcionários braçais sofram lesões na coluna que possam resultar em ações trabalhistas. Caso o gerente conclua que esse risco é significativo, a empresa pode adquirir faixas protetoras da coluna para os funcionários e exigir que sejam usadas.
Procedimentos de Controle:
Os procedimentos de controle são estabelecidos de modo a fornecer garantia razoável de que as metas da empresa serão atingidas, o que inclui a prevenção de fraudes.
→ Pessoal Competente, Rotatividade de Tarefas e Férias Obrigatórias: 
A operação eficaz de um sistema contábil requer a adoção de procedimentos que garantam que as pessoas envolvidas sejam capazes de desempenhar as tarefas que lhes são atribuídas. Portanto, é necessário que todos os funcionários da área de contabilidade sejam adequadamente treinados e supervisionados no desempenho de suas tarefas.
Também pode ser aconselhável promover a rotatividade de tarefas do pessoal auxiliar e tornar obrigatórias as férias dos profissionais contábeis. Essas políticas estimulam os funcionários a seguir os procedimentos estabelecidos. Além disso, elas permitem a detecção de erros ou de fraudes existentes.
Por exemplo, numerosos casos de fraude pelo funcionário foram descobertas depois que um funcionário antigo, que nunca tirava férias, faltou ao serviço por doença ou por outro motivo de força maior.
→Separação das Responsabilidades em Operações Relacionadas:
Para minimizar a possibilidadede ineficiência, erros ou fraudes, a responsabilidade em operações relacionadas deve ser dividida entre duas ou mais pessoas. Por exemplo, as atribuições de compra, de recebimento e de pagamento de materiais de consumo devem ser divididas entre três pessoas ou departamentos. Caso a mesma pessoa encomende esses materiais, verifique seu recebimento e pague o fornecedor, os seguintes abusos são possíveis:
Os pedidos podem ser feitos baseados em uma relação pessoal com um fornecedor e não pelo preço, qualidade e outros fatores objetivos;
Talvez a quantidade e a qualidade dos materiais de consumo recebidos não sejam confirmadas, resultando no pagamento por suprimentos não recebidos ou de baixa qualidade;
Os materiais de consumo podem ser faturados pelo funcionário;
Pode haver descuido na conferência da validade e da exatidão das faturas, resultando na pagamento de faturas falsas ou incorretas.
Os pesos e contrapesos proporcionados pela divisão de responsabilidades entre vários departamentos não exigem qualquer duplicação de esforços. Os documentos comerciais preparados por um departamento são elaborados de forma a complementar e corroborar os documentos preparados por outros departamentos.
		Suponha que o responsável por contas a pagar crie faturas falsas e as apresente para pagamento. Esse funcionário recebe os respectivos cheques, abre uma conta bancária e desconta os cheques sob um nome falso. Milhares de dólares podem ser desviados, porque ninguém mais, além do próprio responsável pelas contas a pagar, precisa aprovar os pagamentos.
		→ Separação de Operações, Custódia de Itens de Ativo e Contabilidade:
		As políticas de controle devem estabelecer responsabilidades pelas diferentes atividades comerciais. Para reduzir possibilidade de erros e fraudes, as responsabilidades pelas operações, pela custódia de itens de ativo e pela contabilidade, devem ser separadas. Os registros contábeis atuam como uma verificação independente sobre os responsáveis pela custódia dos itens do ativo e pela condução das operações comerciais. 
Por exemplo: os funcionários encarregados de receber pagamentos de clientes a prazo, não devem lançar essas entradas de caixa nos registros contábeis. Isso permitiria que os funcionários tomassem emprestado ou roubassem os pagamentos recebidos e ocultassem esse roubo nos registros.
Da mesma forma, se os responsáveis pelas atividades operacionais também registrassem os resultados das operações, eles poderiam distorcer os relatórios contábeis para mostrar resultados favoráveis.
Por exemplo, um gerente de loja cuja gratificação de encerramento do exercício seja baseada nos lucros operacionais, pode sentir-se tentado a registrar vendas irreais para aumentar o valor dessa gratificação.
Considere uma situação em que o mesmo funcionário era responsável pela preparação da folha de pagamento e pela distribuição dos cheques de salários. Esse funcionário roubou quase $40.000 em dois meses, emitindo cheques duplicados e cheques para pagamento de funcionários temporários fantasmas. Depois que o roubo foi detectado, as tarefas de preparação da folha de pagamento e distribuição dos cheques foram atribuídas a diferentes funcionários.
→ Provas e Medidas de Segurança:
Provas e medidas devem ser usadas para proteger o patrimônio e garantir a exatidão dos dados contábeis. Esse procedimento de controle é aplicável a muitas técnicas diferentes, como os procedimentos de autorização, aprovação e reconciliação.
Por exemplo, deve-se exigir que os funcionários que viajam a trabalho obtenham a aprovação do gerente do departamento em um formulário de solicitação de viagem.
Outros exemplos de procedimentos de controle incluem o uso de contas bancárias e outras medidas de segurança de valores monetários e documentos valiosos. Uma caixa registradora que mostre a quantia registrada em cada venda e forneça um recibo impresso ao cliente pode ser um elemento eficiente da estrutura de controle interno.
► Um contador do programa de Combate ao Alcoolismo de Grant County (Washington) era responsável pelo recebimento de dinheiro, realização de depósitos e manutenção dos registros contábeis. Quando esse contador ausentou-se para gozar de licença-paternidade, o contador substituto descobriu uma fraude de $17.800 de pagamentos que haviam sido recebidos mas ocultos em benefício próprio.
Monitoramento:
O monitoramento do sistema de controle interno localiza deficiências e aumenta a eficácia dos controles. O sistema de controle interno pode ser monitorado por meio de atividades permanentes desenvolvidas pela administração ou de avaliações separadas.
As atividades de monitoramento permanentes podem incluir a observação tanto do comportamento dos funcionários como dos sinais de alerta gerados pelo sistema contábil.
	SINAIS DE ALERTA DE PROBLEMAS DE CONTROLE INTERNO
	Sinais de alerta envolvendo pessoas
	Sinais de alerta envolvendo Sistemas Contábeis
	Mudanças repentinas no estilo de vida (sem ganhar na loteria).
	1- Documentos ausentes ou lacunas nos números de transação (podem significar que os documentos estejam sendo usados em transações fraudulentas).
	Relações sociais estreitas com fornecedores.
	2- Aumento incomum dos reembolsos a clientes (os reembolsos podem ser falsos).
	Recusa em tirar férias.
	3- Discrepâncias entre os recebimentos de caixa diários e os depósitos bancários (podem significar que os valores recebidos estejam sendo embolsados antes de serem depositados).
	Empréstimos freqüentes de outros funcionários.
	4- Aumento repentino dos pagamentos em atraso (o funcionário pode estar embolsando os pagamentos).
	Consumo excessivo de álcool ou drogas.
	5- Atraso no registro de transações (possivelmente uma tentativa de retardar a detecção de fraude).
Avaliações separadas de monitoramento geralmente são realizadas quando ocorrem mudanças significativas na estratégia, na administração central, na estrutura ou nas operações da empresa. Nas empresas de grande porte, auditores internos, independentes das operações, geralmente são responsáveis pelo monitoramento do sistema de controle interno. 
Os auditores internos podem relatar problemas e expressar suas preocupações a um comitê de auditoria do conselho de administração independente da diretoria executiva. Além disso, os auditores externos também avaliam o controle interno como parte regular de seu trabalho anual de auditoria das demonstrações financeiras.
Informações e Comunicação:
As informações e a comunicação são elementos essenciais do controle interno.
Informações sobre o ambiente de controle, a avaliação de riscos, os procedimentos de controle e as atividades de monitoramento são necessárias à administração para orientar as operações e garantir o cumprimento dos requisitos legais, normativos e de geração de relatórios. A administração também pode recorrer a informações externas para avaliar fatos e condições que podem afetar o processo decisório e a geração de relatórios para uso externo.
Por exemplo, a administração usa informações da Comissão Regulatória da Contabilidade Financeira (FASB) para avaliar o impacto de possíveis alterações nos padrões de geração de relatórios.
	INTEGRIDADE, OBJETIVIDADE E ÉTICA NA EMPRESA
	Dicas para evitar a fraude pelo funcionário em pequenas empresas
	Não atribua ao mesmo funcionário as funções de emitir cheques e manter os registros contábeis da empresa. Procure por pagamentos a fornecedores que você não conheça ou cujos nomes parecem estar grifados erroneamente.
Se sua empresa tem um sistema informatizado, restrinja ao máximo o acesso aos arquivos de contabilidade. Além disso, mantenha um backup dos arquivos contábeis e armazene-os fora das instalações da empresa.
Desconfie de funcionários da área financeira que se recusem a tirar férias. Eles podem temer que seus substitutos descubram alguma fraude.
Exija e confira os documentos originais (como faturas de fornecedores) antes de assinar cheques.
Controle onúmero de faturas de cartão de crédito que você assina mensalmente.
Limite e monitore o acesso a documentos e materiais importantes, como cheques em branco e carimbos de autorização.
Compare anualmente as declarações de tributos retidos na fonte com sua folha de pagamento para certificar-se de que não estejam mantendo funcionários fantasma.
Confie em você mesmo, não em seu contador, para detectar fraudes.

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