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RESUMÃO DE PORTUGUÊS

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A LINGUAGEM VERBAL E A LINGUAGEM NÃO VERBAL
Muitas vezes não damos a devida atenção ao que é tão normal para nós: a nossa volta, a linguagem está presente em todas as suas manifestações o tempo todo, fazendo parte do nosso cotidiano. Para isso, faz-se necessário conceituarmos o que é LINGUAGEM, LÍNGUA, FALA e DISCURSO – vocábulos que iremos usar com bastante constância em nosso conteúdo:
 LINGUAGEM: É a representação do pensamento humano através de sinais que garantem a comunicação e a interação entre as pessoas. 
 LÍNGUA: É um código formado por palavras e combinações de leis por meio do qual as pessoas se comunicam entre si.
 FALA: É a ação ou a faculdade de utilização da língua. A oposição língua X fala separa o social do individual. 
 DISCURSO: É a utilização individual da língua. Assim sendo, como a cada um é dado um modo próprio de se expressar, essa marca própria, recebe o nome de estilo. 
Inúmeras linguagens aparecem nos atos de comunicação. Entre elas fazemos uso da linguagem verbal (que utiliza a língua oral ou escrita) e a linguagem nãoverbal (faz uso de qualquer código que não seja a palavra – sinais, símbolos, cores, gestos, expressões fisionômicas, sons, etc.). Podemos citar como exemplo do uso da linguagem verbal uma carta, um outdoor anunciando grandes promoções de uma loja, um pedido de socorro, um grupo de alunos cantando o Hino Nacional
Já o semáforo, o apito de um guarda, o som da sirena de uma ambulância pedindo passagem e um cartaz com a foto de uma mulher vestida de enfermeira pedindo silêncio apenas com gesto, ao colocar o dedo indicador sobre a boca, são exemplos da linguagem não-verbal. Comece a perceber o ambiente que o cerca e a “ouvir” os múltiplos sons que existem a sua volta e você terá numerosos exemplos dessa fantástica “máquina” de sinais convencionais que se chama LINGUAGEM.
OS SIGNOS LINGUÍSTICOS
 Conceito de signo.
 O significante e o significado - conceituação.
 A relação significante x significado.
Ao introduzirmos essa unidade com a definição de signo, queremos ressaltar que signo é, antes de mais nada, sinal, símbolo e, portanto, refere-se a alguma coisa. 
Sempre que tentamos representar a realidade por meio da palavra, estamos falando de signo linguístico. Veja o verbete tirado do dicionário eletrônico Michaelis –UOL, 2002 sig.no s. m. 1. Astr. Cada uma das doze partes em que se divide o zodíaco e cada uma das constelações respectivas. 2. Linguíst. Tudo aquilo que, sob certos aspectos e em alguma medida, substitui alguma coisa, representando-a para alguém. — S. linguístico: o que designa a combinação de conceito com a imagem acústica, ou seja, a combinação de um significado com um significante. Em bola, por exemplo, a sequência de sons b-o-l-a é o significante, e a ideia do objeto é o significado. S.-de-salomão: emblema místico, símbolo da união do corpo e da alma, que consiste em dois triângulos entrelaçados formando uma estrela de seis pontas; signo salomão. Era usado, outrora, como amuleto contra a febre e outras doenças. S.-salomão: signo-desalomão.
 Conceituamos signo linguístico como a menor unidade dotada de sentido. Compõe-se de um elemento material, de caráter linear, denominado significante e de conceito, de uma ideia, da imagem psíquica que temos, que é o significado.
 A relação significante X significado é convencional, ou seja, há um acordo implícito e explícito entre os usuários da língua.
Convencionou-se chamar de gato o animal mamífero, doméstico, da classe dos felídeos, por exemplo.. essa relação presente no signo linguístico é também arbitrária, visto que não há qualquer propósito entre a representação gráfica “ g – a – t – o ” e a ideia que temos representada em nossas mentes desse animal. 
Também temos o significante “g – a – t – o” com outros significados, como: Ladrão, gatuno, larápio ou em expressões do tipo gato-pingado: cada um dos poucos assistentes de uma reunião ou espetáculo, ou de algum agrupamento e ainda gato e sapato: coisa desprezível. Sendo assim, signo é a associação de um significante (sons da fala, imagens gráficas, desenhos, etc.) e um significado (conceito, ideia ou imagem mental). Devemos ressaltar, ainda, que quando falamos em signo linguístico, referimo-nos a uma representação da realidade através da palavra. Acentuamos que palavra é criação humana, usada para representar algo que temos em mente. A palavra maçã não é a maçã (você não come a palavra maçã); mas ao dizermos ou lermos essa palavra, é claro que nos vem à mente a ideia da maçã (fruto da macieira). Mesmo que o objeto mencionado não esteja na nossa frente, ao evocá-lo, usamos a palavra que o nomeia, a sua imagem surge em nossa mente de maneira instantânea.
OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
 Esquematizando o processo comunicativo 
 Conceituando emissor, receptor, mensagem, canal, código e referente. 
 O referente situacional e o referente textual.
 A comunicação unilateral e a comunicação bilateral. 
 O ruído
 A intencionalidade discursiva
Para Francis Vanoye¹ “toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem”. Assim, para que a comunicação aconteça, temos de ter alguém construindo um texto (verbal ou não-verbal) e enviando-o a alguém. Esse material enviado se utilizará de um sistema de sinais e de um meio ou contato para fazer chegar àquilo que se pretenda comunicar. O ato comunicativo, portanto, sendo um ato social, concretiza várias manifestações, tanto do ponto de vista cultural como no nosso cotidiano. Vale dizer: sempre estamos nos comunicando com alguém através de uma mensagem.
O emissor – ou destinador ou ainda remetente – é o que emite (envia) a mensagem. Essa mensagem pode ser transmitida de forma individual ou em grupo. 
O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem. 
A mensagem é o que se denomina, ainda segundo Vanoye, “objeto da comunicação”. Constitui-se no conteúdo daquilo que é transmitido.
O canal comunicativo é definido como os meios utilizados pelo emissor a fim de enviar a mensagem ao receptor. Uma mensagem, por exemplo, que é transmitida por um órgão de controle de tráfego – uma placa do tipo “PERMITIDO ESTACIONAR” – se dá através dos meios visuais de que o receptor é portador. O som do apito de um guarda, sinalizando algo, acontece através do meio sonoro (ondas sonoras, ouvido...). 
É através do canal de comunicação que utilizamos que podemos empreender a classificação das mensagens. Assim, teremos:
 A) As mensagens visuais, cuja base são as imagens (desenhos, fotos) e os símbolos (a escrita ortográfica). 
B) As mensagens tácteis – um aperto de mão, uma carícia... 
C) As mensagens sonoras: os diversos sons significativos, as palavras faladas, as músicas etc. 
D) As mensagens gustativas: uma comida, por exemplo, apimentada ou salgada demais... 
E) As mensagens olfativas: um perfume, um escapamento de gás de cozinha etc. 
O código é um conjunto de signos combinados entre si, do qual o emissor se utiliza para elaborar a mensagem. Ao montá-la, o remetente estará operando a codificação; ao recebê-la, o destinatário – identificando o código utilizado – estará procedendo à decodificação. 
Os processos de codificação / decodificação se realizam de algumas maneiras, tais como: a) O emissor envia uma mensagem. O destinatário a recebe, mas não a compreende, porque não possuem signos em comum. Como exemplo, poderíamos apontar uma tentativa de diálogo entre um brasileiro e um japonês. 
b) O emissor “tenta” manter um diálogo com um receptor que domina pouco o código utilizado. Neste caso, a comunicação é restrita, pois são poucos os signos em comum. Um americano, recém-chegado ao Brasil, tentando se comunicar com um estudante que estuda inglês há apenas um ano.
c) A comunicação é mais abrangente; embora ainda não total – quando, por exemplo, um professor explica um determinado conteúdo, mas alguns alunos não dominaram ainda o anterior, que, por sua vez, seria pré-requisito do atual. 
d) Finalmente, temos a comunicação total. Todos os signos emitidos pelo emissor são do conhecimentodo receptor e a figura assim representará esse caso: O referente é constituído pelo conteúdo ao qual a mensagem nos remete. Temos o referente situacional e o referente textual. O 1º diz respeito aos elementos da situação e das circunstâncias da transmissão da mensagem. Assim, quando uma professora pede aos alunos que abram o livro na página 80, supõe-se que ela esteja dentro de uma sala de aula e os alunos, além de possuírem o referido livro, saibam sobre o que ela está falando. Já, o referente textual é constituído pelos elementos do contexto linguístico. Num conto ou em um romance, por exemplo, todos os referentes são textuais, ou seja, têm como base o texto. 
Temos, ainda, dois tipos de comunicação: a comunicação unilateral e a comunicação bilateral. Quando se estabelece de um emissor para o receptor, sem qualquer reciprocidade, chama-se comunicação unilateral. Uma palestra, um anúncio em outdoor ou uma placa de sinalização de trânsito transmitem mensagens sem precisar receber resposta, são bons exemplos. Já em uma conversa, em um debate em sala de aula, temos a comunicação bilateral, pois o emissor e o receptor “trocam” de papéis. Muitas vezes, a transmissão da mensagem é prejudicada por algo que denominamos ruído. Não podemos entendê-lo apenas como um problema de ordem sonora. Na verdade, para o processo de comunicação, ruído é tudo aquilo que pode atrapalhar o receptor em receber a mensagem enviada pelo emissor. Podemos estabelecer, por exemplo, que ruído pode ser, entre outros: uma voz muito baixa; o barulho de uma britadeira funcionando perto de um “orelhão”; um defeito no sistema eletrônico de uma televisão; uma linha cruzada durante uma ligação telefônica; uma notícia cujo jornal apresenta uma das pontas rasgadas, não permitindo a leitura em seu todo; uma mancha borrada no papel de uma carta etc.
 Como vimos, a comunicação humana está muito além de um simples ato mecânico de estímulo e resposta. Não haverá comunicação de fato se não houver interação entre emissor e receptor; isto é, sempre estamos nos relacionando com o outro ou outros, através da linguagem (verbal ou não-verbal), num processo contínuo.
 A intencionalidade discursiva: A piadinha que se segue constitui uma situação comunicativa entre duas pessoas: Um amigo encontra o outro na rua: - Onde você está morando, rapaz? - Em Copacabana. - Em que altura? - No 7º andar.
 Nesse caso, a comunicação entre o emissor e o receptor não tem muito sucesso e é aí que o humor se faz presente; exatamente pelo fato de que os interlocutores não atendem a um princípio básico da comunicação: a intencionalidade discursiva – intenções (explícitas ou implícitas) existentes na linguagem dos membros que participam de uma determinada situação comunicativa. Ao interagir com outra pessoa através da linguagem, temos a “intenção” de modificar o pensamento ou o comportamento de nosso(s) interlocutor(es). O sucesso da comunicação está, portanto, em saber lidar com a intencionalidade. É através dela que o emissor impressiona, persuade, informa, pede, solicita etc. (a)o receptor.
AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM
 A função referencial. 
 A função expressiva ou emotiva. 
 A função conativa ou apelativa: a intenção do emissor e a organização da mensagem. 
 A função poética. 
 A função fática. 
 A função metalinguística.
Quando realizamos um ato de comunicação verbal, devemos selecionar as palavras e depois de organizá-las e combiná-las entre si, temos que adequá-las de acordo com a intenção, com o sentido que queremos dar à mensagem que enviaremos ao receptor. Por ser o ato de falar algo bastante automático, raramente percebemos que essa organização e adequação das palavras usadas estão ligadas a uma ou mais funções. Sendo assim, ao darmos ênfase a um dos elementos de comunicação, já estudados anteriormente, estaremos priorizando uma das seis funções que a linguagem possui.. Foi o linguista russo Roman Jakobson quem elaborou, em 1969, estudos acerca das funções da linguagem. Para cada um dos elementos da comunicação humana, existe uma função estritamente ligada a cada elemento.
Função Referencial 
Também chamada de função informativa é centrada no referente, isto é, naquilo que se fala. Cabe ao emissor a intenção de transmitir ao seu interlocutor, de modo direto e objetivo, dados estruturados, geralmente, na ordem direta. Essa função está presente em grande parte dos textos dissertativos, técnicos, jornalísticos, em receitas médicas, bulas de remédio, manuais de instrução, avisos institucionais, mapas, gráficos etc.A função referencial é tratada por alguns autores como função denotativa, visto que no texto não há ambiguidades ou duplo sentido. Alimentação balanceada é aquela que contém nutrientes em quantidade e qualidade adequadas às necessidades de cada um. Estas demandas variam, não apenas de acordo com a idade, mas também em relação ao estilo de vida. Assim como as exigências nutricionais dos filhos pequenos são distintas daquelas de seus pais e avós, uma boa dieta para quem tem hábito de caminhar um pouco, todos os dias, está longe de ser adequada para um jogador de futebol ou um corredor de maratona. Ainda assim, existe um princípio válido para todos: quando se trata de fazer uma refeição balanceada é indispensável a ingestão de quantidade suficiente de alimentos construtores, energéticos e reguladores. Suplemento “Nestlé faz bem” - parte integrante da revista Galileu nº 156/julho-04 
Centrada no emissor da mensagem, exprime a sua atitude em relação ao conteúdo da mensagem e da situação. Nesse caso, o emissor expressa seus sentimentos e emoções, resultando num texto subjetivo (diferente da objetividade da função referencial). 
A mensagem é estruturada com algumas marcas gramaticais que merecem registro: verbos e pronomes em 1ª pessoa, interjeições, adjetivos de valores, sinais de pontuação como as reticências, ponto de exclamação.
O exemplo que daremos é o famoso “Soneto da Fidelidade”, escrito por Vinícius de Moraes. Repare como o uso da 1ª pessoa é uma marca significativa para acentuar a subjetividade do eu-poético.
 SONETO DA FIDELIDADE 
De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento. 
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de que vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 
Eu possa me dizer do amor ( que tive ): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure.
Função Conativa ou Apelativa 
O destaque está no receptor que, por sua vez, é estimulado pela mensagem. Os textos em que essa função predomina são marcados por verbos no imperativo, por vocativos, por pronomes de tratamento. Outro recurso utilizado pela imprensa para prender o receptor e que caracteriza muito bem a função CONATIVA é a argumentação, em que o emissor procura a adesão do receptor ao seu ponto de vista. Podemos traçar um paralelo entre a intenção do emissor da mensagem e a organização da mesma na função conativa.
 Perceba: INTENÇÃO DO EMISSOR → influenciar, envolver, persuadir.
 ORGANIZAÇÃO DA MENSAGEM→ apelo, súplica, ordem, chamamento, argumento. 
Numa mensagem publicitária, por exemplo, de um produto para limpeza, o texto parece falar com a mulher – dona-de-casa – a quem interessa vender o produto. 
Já, quando o objetivo é influenciar um jovem a comprar uma mochila, por exemplo, a intenção discursiva é outra e, consequentemente, o texto vai privilegiar palavras do universo dos adolescentes, usando gírias do momento, termos centrados em seu linguajar.
Assim, a função conativa ou apelativa da linguagem é predominantemente encontrada nos anúncios publicitários, nos discursos políticos, nos horóscopos, nos livros de auto-ajuda, nas preces religiosas etc. 
Função Poética
 Acontece quando a comunicação dá ênfase à própria mensagem. Uma das característicasdessa função é o uso de recursos literários na construção da linguagem. Ao selecionar as palavras para compor um texto, o poeta escolhe as que realçam o sentido que ele quer dar ao seu texto e também a sua sonoridade e o ritmo; privilegiar as figuras de linguagem, os recursos fonológicos, a falta ou o excesso de sinais de pontuação. 
Nos textos em que predomina a função poética da linguagem, podemos encontrar, com muita frequência, o sentido conotativo das palavras. 
Tem tudo a ver 
A poesia
 tem tudo a ver 
com o sorriso da criança,
 o diálogo dos namorados, 
as lágrimas diante da morte, 
os olhos pedindo pão.
Função Fática 
Esta função se manifesta quando se percebe a preocupação do emissor em manter contato com o receptor, sem deixar com que a comunicação se perca. Centrada no canal, ou contato, como alguns autores preferem, a função fática acontece tanto na comunicação oral, através de sons do tipo “Hum... Hum...”, “Hein?”, “Tá... Tá...”, “Sim... Sei...”; de frases como “Está me ouvindo?”, “Estão me entendendo?” e de marcas sonoras como o famoso “Plim! Plim!” da Rede Globo que chama o telespectador “distraído” para a retomada de comunicação. Como na comunicação escrita, encontramos a função fática da linguagem ao empregarmos marcadores linguísticos que se repetem. 
Função Metalinguística 
Acontece quando a ênfase está no código, isto é, quando o código é o tema da mensagem ou é usado para explicar o próprio código. Sabemos que, na linguagem verbal, o código é a língua; portanto, quando utilizamos a língua para explicar a própria língua, temos a metalinguagem ou seja, a função metalinguística.Um exemplo bem claro são os dicionários e as gramáticas, pois utilizam palavras para explicar as próprias palavras. 
fren.te s. f. 1. Parte superior do rosto, desde os cabelos até as sobrancelhas. 2. Parte anterior de qualquer coisa. 3. Fachada de edifício. 4. Mil. Vanguarda. 5. Meteor. Superfície que marca o contato de duas massas de ar convergentes e de temperaturas diferentes.
 Como vimos, para cada um dos elementos do processo de comunicação humana temos uma função da linguagem predominante. Podemos ter essas funções em qualquer tipo de manifestação comunicativa. Por exemplo, em uma obra de arte, em um filme
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