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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 1 Professor Renato Fenili Prezado(a) amigo(a), Espero que o período de estudos tenha sido bastante proveitoso. Hoje daremos prosseguimento em nossos estudos, com a seguinte programação: AULA CONTEÚDO 3 5. Excelência nos serviços públicos. 5.1 Gestão por resultados na produção de serviços públicos. 5.2 Gestão de Pessoas por Competências De certo modo, a gestão por resultados na produção de serviços públicos é uma das características buscadas no modelo gerencial de administração pública, conforme estudamos nas últimas duas aulas. Neste bojo, dois são os modelos de gestão muito comumente cobrados pelo em concursos: o GESPÚBLICA e o modelo da Fundação Nacional da Qualidade. A Gestão de Pessoas por Competências insere-se neste escopo, focando- se o capital intelectual das organizações. Tudo pronto? Então vamos ao trabalho! ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 2 Professor Renato Fenili I. EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS 1. Gestão por resultados na produção de serviços públicos 1.1. Programas de qualidade e o Gespública Podemos listar quatro iniciativas formais principais, datadas do final do século passado, responsáveis pela implantação de programas de qualidade na Administração Pública brasileira. São elas: Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP – 1990); Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública (QPAP – 1996); Programa de Qualidade no Serviço Público (PQSP – 1999), e Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública – 2005). A disposição temporal destes programas, bem como seus focos principais são apresentados pelo Documento de Referência do GesPública (2008 / 2009) da seguinte forma: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 3 Professor Renato Fenili Tais iniciativas, conforme salienta o Documento de Referência do GesPública (2008 / 2009), não representam rupturas, mas sim incrementos importantes na relação entre qualidade e o exercício da atividade pública. A seguir, falaremos sobre as características principais de cada um desses Programas. Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP – 1990) De forma geral, o marco inicial a partir do qual se discute formalmente a implantação de um programa de qualidade na administração pública brasileira é o início da década de 1990. Em 1990, durante o governo Collor, a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Presidência da República, em conjunto com o Departamento da Indústria e Comércio (DIC) do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento1, lançou o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP), com o objetivo de apoiar a modernização de empresas brasileiras que necessitavam de suporte frente a recente abertura econômica e a forte concorrência estrangeira. Desta maneira, o PBQP voltava-se, primordialmente, à iniciativa privada, tendo desempenhado progressos de destaque em pequenas e micro empresas. 1 Trata-se da denominação dada ao Ministério da Fazenda durante o Governo Collor (1990 a 1992). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 4 Professor Renato Fenili Contudo, no âmbito do PBQP, criou-se, em 1991, o Subprograma de Qualidade e Produtividade na Administração Pública, com o intuito de implantar programas de qualidade em órgãos públicos. Nesse momento inicial, o foco foi a melhoria de processos, bem como o uso intensivo de ferramentas de qualidade, de forma a tornar as organizações públicas menos (disfuncionalmente) burocráticas e mais voltadas ao atendimento às demandas sociais. Ainda em conformidade com um dos subprogramas do PBQP, que preconizava a instituição de prêmios destinados ao reconhecimento das contribuições em prol da qualidade e da produtividade, criou-se, em outubro de 1991, a Fundação Nacional da Qualidade, uma entidade privada, sem fins lucrativos, cujo objetivo era a coordenação do recém-instituído Prêmio Nacional de Qualidade. Inicialmente voltado ao setor privado, a premiação voltada ao setor público foi instituída a partir de 1998. ATENÇÃO! O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) foi pioneiro ao destacar a qualidade na administração pública como importante instrumento para a eficiência do aparelho estatal. No entanto, conforme ressaltado no Caderno MARE nº 4 (p. 11), havia “total desvinculação das diretrizes da reforma da estrutura organizacional e administrativa implantada no Governo da época com o PBQP”. De qualquer forma, “o saldo alcançado pelos esforços de sensibilizar as organizações públicas [para a importância da implantação de programas de qualidade] foi positivo”. Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública (QPAP – 1996) Em 1995, formaliza-se o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (Pdrae), entendido como marco principal da Reforma Gerencial. Inserido no âmbito do Pdrae, em 1996 é instituído o Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública, contemplando dois objetivos gerais: Contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicos, por meio da institucionalização dos seus princípios, com ênfase na participação dos servidores; Apoiar o processo de mudança de uma cultura burocrática para a cultura gerencial, fortalecendo a delegação, o atendimento ao cidadão, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 5 Professor Renato Fenili a racionalidade no modo de fazer, a definição clara de objetivos, a motivação dos servidores e o controle dos resultados.2 O Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública (QPAP) cumpriu a função de principal instrumento para a mudança de uma cultura burocrática para gerencial. Para tanto, enfatizava dois aspectos: Qualidade: contava com uma dimensão formal, referente à competência para produzir e aplicar métodos, técnicas e ferramentas de qualidade, e com uma dimensão política, referente à competência para projetar e realizar organizações públicas que atendam às necessidades dos clientes-cidadãos. Participação: representava o envolvimento de todos os servidores – independentemente do nível, cargo ou função – com a melhoria do serviço público, havendo compromisso de cooperação entre gerentes e gerenciados com vistas à busca de solução de problemas, ao aperfeiçoamento contínuo e à satisfação dos clientes-cidadãos. ATENÇÃO! O Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública (QPAP) promoveu uma mudança cultural no sistema de gestão, passando a dar base à Reforma Gerencial. Entre os novos valores estabelecidos pelo QPAP, citam-se: participação, reconhecimento do potencial do servidor e de sua importância no processo produtivo, igualdade de oportunidades e a opção pela cidadania. A qualidade é inserida, como forma de promover o melhor atendimento ao cliente-cidadão. Para tanto, seguem-se 8 (oito) princípios: satisfação do cliente; envolvimento de todos os servidores (com a qualidade); gestão participativa dos funcionários (disseminação de informações e cooperação); gerência de processos; valorização do servidor público; constância de propósitos (objetivos de longo prazo); 2 Fonte: Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública, Caderno MARE nº 4, 1997, p. 16. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 6 Professor Renato Fenili melhoria contínua, e não aceitação deerros. 1. (ESAF / CGU / 2006) O Programa de Qualidade e Participação da Administração Pública instituído no âmbito da Reforma do Estado de 1995 tem como princípios: I. Avaliação e premiação das melhores práticas. II. Gestão participativa dos funcionários. III. Gestão participativa dos clientes. IV. Gerência por processos. V. Identificação dos clientes. VI. Descentralização das ações. Selecione a opção que indica corretamente princípios desse Programa. a) I e II; b) I e III; c) III e IV; d) V e VI; e) II e IV Trata-se de uma questão um pouco “decoreba”. Exige do candidato o conhecimento dos princípios do QPAP, listados anteriormente. Das assertivas, apenas II e IV são, efetivamente, princípios daquele Programa (há uma diferença conceitual entre gestão DE processos e gestão POR processos, não considerada nesta questão). Assim, a alternativa E está correta. Programa de Qualidade no Serviço Público (PQSP – 1999) Em 1999, no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), é criado o Programa de Qualidade no Serviço Público (1999). De modo geral, é possível a seguinte interpretação resumida: o PBQP (voltado ao setor público) visava à melhoria da gestão de processos, revelando um foco preponderantemente interno, ou seja, restrito às fronteiras operacionais da administração pública. Já o QPAP, ao promover uma mudança cultural no sistema de gestão, contemplava tanto o foco ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 7 Professor Renato Fenili interno quanto o externo (inerente à relação da administração pública com a sociedade). Ao chegarmos no Programa de Qualidade no Serviço Público (PQSP), decorrida uma década desde a primeira iniciativa formal de implementação de um programa de qualidade na administração pública, a atenção volta-se principalmente para o cidadão-usuário (foco externo). Os objetivos gerais do PQSP eram: apoiar as organizações públicas no processo de transformação gerencial, com ênfase na produção de resultados positivos para a sociedade, na otimização dos custos operacionais, na motivação e na participação dos servidores, na delegação de atribuições, na racionalidade do modo de fazer, na definição clara de objetivos e no controle de resultados; promover o controle social. ATENÇÃO! Com o Programa de Qualidade no Serviço Público (PQSP), há um novo enfoque na promoção de qualidade do atendimento ao cidadão. O cidadão, nessa ótica, passa a ser considerado como parte interessada e essencial à boa gestão pública. São instituídos projetos de avaliação da satisfação dos usuários dos serviços públicos, padrões de atendimento ao cidadão e fomento à criação de unidades integradas de atendimento. Neste caso, o principal indicador do PQSP é o nível de satisfação dos usuários ao utilizarem os serviços públicos. 2. (FCC / TRT 11ª Região / 2012) O principal indicador utilizado pelo Programa de Qualidade no Serviço Público para medir o sucesso das organizações públicas que aderiram ao Programa é o índice de: a) satisfação dos usuários b) absenteísmo dos servidores c) produtividade da média d) execução orçamentária e) efetividade ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 8 Professor Renato Fenili Como vimos, o principal indicador do PQSP é o nível de satisfação dos usuários. A alternativa A está correta. Resposta: A. Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública – 2005) O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública) é entendido como o resultado da evolução dos programas anteriores. Instituído pelo Decreto nº 5.378/2005, trata-se de uma política pública que visa a apoiar órgãos e entidades, das três esferas da federação, na melhoria de sua capacidade de produzir resultados efetivos para a sociedade. É merecedor de destaque o art. 2º do citado Decreto, que contempla os objetivos gerais do GesPública: Art. 2o O GESPÚBLICA deverá contemplar a formulação e implementação de medidas integradas em agenda de transformações da gestão, necessárias à promoção dos resultados preconizados no plano plurianual, à consolidação da administração pública profissional voltada ao interesse do cidadão e à aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, que objetivem: I - eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento das competências constitucionais do Poder Executivo Federal; II - promover a governança, aumentando a capacidade de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas; III - promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento dos recursos, relativamente aos resultados da ação pública; IV - assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre meios, ações, impactos e resultados; e V - promover a gestão democrática, participativa, transparente e ética. As características principais do GesPública são assim listadas pelo Documento de Referência (2008/2009): ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 9 Professor Renato Fenili PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO GESPÚBLICA Característica Discriminação Trata-se de uma política de gestão essencialmente pública O GesPública é uma política formulada a partir da premissa de que a gestão de órgãos e entidades públicos pode e deve ser excelente e ser comparada com padrões internacionais de qualidade em gestão, mas não pode nem deve deixar de ser pública. A qualidade da gestão pública tem que ser orientada para o cidadão, e desenvolver-se dentro do espaço constitucional demarcado pelos princípios da impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. A política de gestão é focada em resultados para o cidadão Sair do serviço à burocracia e colocar a gestão pública a serviço do resultado dirigido ao cidadão tem sido o grande desafio do GesPública. Entenda-se por resultado para o setor público o atendimento total ou parcial das demandas da sociedade traduzidas pelos governos em políticas públicas. Neste sentido, a eficiência e a eficácia serão tão positivas quanto a capacidade que terão de produzir mais e melhores resultados para o cidadão (impacto na melhoria da qualidade de vida e na geração do bem comum). A política de gestão é federativa A base conceitual e os instrumentos do GesPública não estão limitados a um objeto específico a ser gerenciado (saúde, educação, previdência, saneamento, tributação, fiscalização etc.). Aplicam-se a toda administração pública em todos os poderes e esferas de governo. Essa generalidade na aplicação, assim como a estratégia do Programa de formar uma rede de organizações e pessoas voluntárias – a Rede Nacional de Gestão Pública – fez com que, pouco a pouco, o GesPública recebesse demandas de órgãos e entidades públicos não pertencentes ao Poder Executivo Federal. Fonte: adaptado do Documento de Referência do GesPública (2008/2009). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 10 Professor Renato Fenili 3. (FGV / POTIGÁS / 2006) No Brasil, a primeira proposta formal de qualidade para o setor público, criada em 1990, denomina-se Sub-Programa da Qualidade e Produtividade na Administração Pública, enfatizando a gestão de processos. A ele seguiram o Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública (QPAP – 1996) e o Programa de Qualidade no Setor Público (PQSP – 2000). Finalmente, em 2005 o Governo Federal lançou o GESPÚBLICA, direcionando para gestão por resultados orientadapara o cidadão. Esse programa também recebe o nome de: a) Programa de Qualidade no Serviço Público. b) Programa de Qualidade no Setor Público. c) Gestão de Qualidade na Administração Pública. d) Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização. e) Programa Nacional de Qualidade e Produtividade na Administração. Apesar de as datas, no enunciado, não estarem 100% corretas, é muito apropriada a revisão feita. O GesPública, como vimos, é um nome alternativo para o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização. Resposta: D. O Modelo de Excelência em Gestão Pública e os Critérios para a Avaliação da Gestão Pública O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública) é marcado pela gestão por resultados, voltada ao cidadão. Toma por base um modelo de gestão próprio, denominado Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP), cujos pilares, por sua vez, são os próprios princípios constitucionais aplicáveis à administração pública (art. 37 da CF/88) e os fundamentos da excelência gerencial contemporânea, ambos dispostos nos esquemas ilustrativos a seguir: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 11 Professor Renato Fenili O MEGP, de acordo com o documento de referência do Gespública (BRASIL, 2009, p. 29), é “a representação de um sistema gerencial constituído de oito partes integradas, que orientam a adoção de práticas de excelência em gestão com a finalidade de levar as organizações públicas brasileiras a atingir padrões elevados de desempenho e de excelência em gestão”. Importante é a noção de que as oito partes que compõem do MEGP foram adotadas como critérios para a avaliação da gestão pública: Para efeito de avaliação da gestão pública, as oito partes do Modelo de Excelência em Gestão Pública foram transformadas em Critérios para Avaliação da Gestão Pública. A esses critérios foram incorporados referenciais de excelência (alíneas) a partir dos quais a organização pública pode implementar ciclos contínuos de avaliação e melhoria de sua gestão. A representação gráfica do MEGP, de acordo com o citado documento de referência, é assim ilustrada: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 12 Professor Renato Fenili 4. (CESPE / ANAC / 2012) O modelo de excelência em gestão pública é composto por critérios que, juntos, compõem um sistema gerencial para organizações do setor público. Os critérios usualmente aceitos incluem estratégias e planos, informação e processos. Os critérios relacionados no enunciado (estratégias, planos, informações e processos) realmente fazem parte do MEGP, e podem ser visualizados no esquema acima. A questão está correta. 5. (CESPE / TRE – RJ / 2012) O modelo de excelência em gestão pública não adota o critério resultados, haja vista ser o interesse público o seu foco principal. O critério “Resultados” é adotado pelo MEGP, conforme visualizamos no esquema anterior (é o oitavo critério). A questão está errada. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 13 Professor Renato Fenili O Modelo de Excelência em Gestão Pública, representado no esquema anterior, contém 4 (quatro) blocos, passíveis de serem assim analisados pelo documento de referência do Gespública: MEGP E OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA GESTÃO PÚBLICA 1º bloco – Planejamento “Por meio da liderança forte da alta administração, que focaliza as necessidades dos cidadãos-usuários, os serviços, produtos e processos são planejados conforme os recursos disponíveis, para melhor atender esse conjunto de necessidades”. 2º bloco – Execução do Planejamento “Nesse espaço, concretizam-se as ações que transformam objetivos e metas em resultados. São as pessoas, capacitadas e motivadas, que efetuam esses processos e fazem com que cada um deles produza os resultados esperados”. 3º bloco – Controle (Resultados) “Serve para acompanhar o atendimento à satisfação dos destinatários dos serviços e da ação do Estado, o orçamento e as finanças, a gestão das pessoas, a gestão de suprimento e das parcerias institucionais, bem como o desempenho dos serviços/produtos e dos processos organizacionais.” 4º bloco – Inteligência da Organização (Informações e Conhecimento) “Nesse bloco, são processados e avaliados os dados e os fatos da organização (internos) e aqueles provenientes do ambiente (externos), que não estão sob seu controle direto, mas, de alguma forma, podem influenciar o seu desempenho. Esse bloco dá à organização a capacidade de corrigir ou melhorar suas práticas de gestão e, consequentemente, seu desempenho”. Cada um dos oito critérios são desdobrados em itens, assim dispostos: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 14 Professor Renato Fenili FONTE: Instrumento para Avaliação da Gestão Pública - Ciclo 2010, p. 35 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 15 Professor Renato Fenili 6. (FCC / TCE – GO / 2009) No modelo de excelência em gestão pública: a) a ausência de um enfoque sistêmico da gestão é uma de suas principais deficiências pois é composto por sete critérios organizados em quatro grandes blocos. b) um dos critérios avaliados é a liderança, parte constitutiva do bloco de planejamento, e que no item formulação de estratégias analisa como a organização participa da formulação das políticas públicas na sua área de atuação. c) o bloco pessoas e processos representa a execução do planejamento e serve para acompanhar a própria execução e o atendimento da satisfação dos destinatários dos serviços públicos. d) o bloco de resultados, composto apenas pelo critério de mesmo nome, analisa como o desempenho da organização evoluiu quanto à satisfação dos cidadãos e à melhoria dos seus processos organizacionais. e) o item gestão de processos de apoio analisa como é feita a gestão dos projetos de serviços e produtos, destacando-se o tempo de ciclo dos projetos e as transferências de lições aprendidas anteriormente. Vejamos os comentários às alternativas: a) Uma das qualidades do MEGP é justamente o enfoque sistêmico. Contempla não só planejamento, execução e controle, mas também adiciona um diagnóstico interno e externo (no bloco “inteligência da organização”) a fim de possibilitar a melhoria contínua em termos de qualidade dos serviços. A alternativa está errada. b) A “formulação de estratégias” é um item inerente ao critério “Estratégia e Planos”, e não a “Liderança”. Por esse motivo, a assertiva está errada. c) O acompanhamento da execução e o atendimento da satisfação dos destinatários dos serviços públicos são representados no 3º bloco – Controle (Resultados). A alternativa está errada. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 16 Professor Renato Fenili d) A alternativa espelha de modo acertado o critério inerente ao 3º bloco, exposto na tabela anterior. Está, portanto, correta. e) Na realidade, a alternativa refere-se ao critério “Informações e Conhecimento”. Está, portanto, errada. Resposta: D 7. (CESPE / TRE – BA / 2010) O modelo de excelência na gestão, tanto no setor público quanto no privado, possui intrínseca relação com a capacidade gerencial de aferir resultados. A democratização das informações de interesse da sociedade e a prestação de contas dos atos de governo são também fatores primordiais a serem observados na adoção desse modelo. Entre os fundamentosdo GesPública – baseado no Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP) – dois são diretamente relacionados ao enunciado. Trata-se da gestão participativa (“democratização das informações de interesse da sociedade”) e do controle social (“prestação de contas”). A questão está correta. 8. (CESPE / ANP / 2013) O modelo de excelência em gestão pública é uma política formulada a partir da premissa de que uma organização pública deve ser excelente, nos mesmos moldes aplicados na iniciativa privada. O MEGP preconiza a excelência nos serviços públicos, mas traz consigo a noção exata de que há particularidades intrínsecas ao setor público que impede a moldagem exata à iniciativa privada. Nesse sentido, veja o seguinte excerto do Documento de Referência do GesPública (2008 / 2009): O MEGP foi concebido a partir da premissa segundo a qual é preciso ser excelente sem deixar de ser público. Esse modelo está, portanto, alicerçado em fundamentos próprios da gestão de excelência contemporânea e condicionado aos princípios constitucionais próprios da natureza pública das organizações. Esses fundamentos e princípios constitucionais, juntos, definem o que se entende hoje por excelência em gestão pública. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 17 Professor Renato Fenili Desta maneira, a questão está errada. 9. (CESPE / TRE – BA / 2010 – adaptada) A construção de uma área de lazer destinada à promoção de atividades turísticas e culturais por meio de parcerias com empresas privadas é um exemplo de empreendedorismo governamental, pois promove a integração entre o governo e determinado grupo social. Ao integrar a comunidade em projetos de interesse público, o governo assume uma postura empreendedora. Há a congregação de esforços, o envolvimento social, e a orientação ao cliente-cidadão. A afirmativa está correta. 10. (CESPE / TRE – ES / 2011) De acordo com a visão empreendedora da gestão pública pautada em pressupostos da administração pública gerencial, os resultados da ação do Estado só serão considerados bons se atenderem às necessidades do cidadão-cliente. Considero esta questão bastante relevante. A “Gestão Pública Empreendedora” é uma postura do governo, inserida no modelo de administração gerencial do Estado. Dessa forma, prevalece o foco no cidadão-cliente, priorizando-se a persecução dos resultados em detrimento do formalismo e da rigidez nos métodos. Sem que, ao final, sejam agregados valores à comunidade, não ocorre o exercício do empreendedorismo público. A questão está correta. 11. (CESPE / TRE – MA / 2009 – adaptada) O empreendedorismo na gestão pública caracteriza-se pela elaboração de políticas públicas que atendam prioritariamente às necessidades dos grupos de interesses, mesmo que divergentes das demandas e pressões da sociedade, pois tais ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 18 Professor Renato Fenili grupos possibilitam maior repercussão em face do processo de sucessão eleitoral. A gestão pública empreendedora é, em si, uma gestão para resultados. Em se tratando do setor público, há de se observar o Princípio da Finalidade, que orienta os esforços do Estado para fins da consecução do interesse público. Não há, pois, em se falar de atendimento a demandas de grupos de interesse, ainda mais se divergirem das necessidades da comunidade. A assertiva está errada. 1.2. A Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e seu modelo de gestão Caminhado para o seu 23º ano de existência, a Fundação Nacional da Qualidade é uma instituição brasileira, sem fins lucrativos, voltada ao estudo, ao fomento e à disseminação de práticas em termos de excelência na gestão das organizações. Criada em 11 de outubro de 1991, trata-se de uma iniciativa conjunta de organizações privadas e públicas, inicialmente concebida para administrar o Prêmio Nacional da Qualidade. Ao longo do tempo, o escopo de atuação da FNQ tornou-se abrangente, buscando parcerias com entidades internacionais, e envidando esforços em prol da consolidação de seu Modelo de Excelência da Gestão® (MEG®). Para fins de nosso estudo, é de grande interesse os fundamentos e os critérios que dão forma ao Modelo de Excelência da Gestão® (MEG®). O Modelo de Excelência da Gestão® é baseado em 13 (onze) fundamentos de excelência, que espelham, segundo a FNQ, práticas encontradas em organizações de elevado desempenho. O quadro a seguir apresenta tais fundamentos: FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA DA FNQ Fundamento Descrição Pensamento Sistêmico Compreensão e tratamento das relações de ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 19 Professor Renato Fenili FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA DA FNQ Fundamento Descrição interdependência e seus efeitos entre os diversos componentes que formam a organização, bem como entre eles e o ambiente com o qual interagem. Atuação em rede Desenvolvimento de relações e atividades em cooperação entre organizações ou indivíduos com interesses comuns e competências complementares. Aprendizado Organizacional Busca de maior eficácia e eficiência dos processos da organização e alcance de um novo patamar de competência, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de conhecimento e experiências. Inovação Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias capazes de gerar ganhos de competitividade com desenvolvimento sustentável. Agilidade Flexibilidade e rapidez de adaptação a novas demandas das partes interessadas e mudanças do ambiente, considerando a velocidade de assimilação e o tempo de ciclo dos processos. Liderança Transformadora Atuação dos líderes de forma inspiradora, exemplar, realizadora e com constância de propósito, estimulando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da organização, explorando as potencialidades das culturas presentes, preparando líderes e interagindo com as partes interessadas. Olhar para o futuro Projeção e compreensão de cenários e tendências prováveis do ambiente e dos possíveis efeitos sobre a organização, no curto e longo prazos, avaliando alternativas e adotando estratégias mais apropriadas. Conhecimento sobre clientes e mercador Interação com clientes e mercados e entendimento de suas necessidades, expectativas e comportamentos, explícitos e potenciais, criando valor de forma sustentável. Responsabilidade Dever da organização de responder pelos impactos de ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 20 Professor Renato Fenili FUNDAMENTOS DA EXCELÊNCIA DA FNQ Fundamento Descrição Social suas decisões e atividades, na sociedade e no meio ambiente, e de contribuir para a melhoria das condições de vida, por meio de um comportamento ético e transparente, visando ao desenvolvimento sustentável. Valorização das pessoas e da cultura Criação de condições favoráveis e seguras para as pessoas se desenvolverem integralmente, com ênfase na maximização do desempenho, na diversidade e fortalecimento de crenças, costumes e comportamentos favoráveis à excelência. Decisões fundamentadas Deliberações sobre direções a seguir e ações a executar, utilizando o conhecimento gerado a partir do tratamento de informações obtidas em medições, avaliações e análises de desempenho, de riscos, de retroalimentações e de experiências. Orientação por processos Busca de eficiência e eficácia nos conjuntos de atividades que formama cadeia de agregação de valor para os clientes e demais partes interessadas. Geração de valor Alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem como de resultados dos processos que os potencializam, em níveis de excelência e que atendam às necessidades das partes interessadas. A fim de colocar em prática estes fundamentos, o Modelo de Excelência da Gestão® estabelece, ainda, 8 (oito) critérios, por meio dos quais a lógica da dinâmica modelo é estabelecida. Os critérios são assim arrolados: liderança; estratégias e planos; clientes; sociedade; informações e conhecimento; pessoas; processos, e resultados ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 21 Professor Renato Fenili A representação do Modelo de Excelência da Gestão®, dada por meio da concatenação desses critérios, é apresentada a seguir: O funcionamento do MEG® é dado por meio do conceito de PDCA 3(planejar – executar – monitorar – agir). De acordo com a explanação constante do próprio sítio da FNQ na internet: A figura representativa do MEG simboliza a organização, considerada como um sistema orgânico e adaptável ao ambiente externo. O MEG é representado pelo diagrama acima, que utiliza o conceito de aprendizado segundo o ciclo de PDCA (Plan, Do, Check, Action). O sucesso de uma organização está diretamente relacionado à sua capacidade de atender às necessidades e expectativas de seus clientes. Elas devem ser identificadas, entendidas e utilizadas para que se crie o valor necessário para conquistar e reter esses clientes. 3 Também poder-se-ia utilizar o conceito de PDCL: planejar – executar – monitorar – aprender. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 22 Professor Renato Fenili Para que haja continuidade em suas operações, a empresa também deve identificar, entender e satisfazer as necessidades e expectativas da sociedade e das comunidades com as quais interage — sempre de forma ética, cumprindo as leis e preservando o ambiente. De posse de todas essas informações, a liderança estabelece os princípios da organização, pratica e vivencia os fundamentos da excelência, impulsionando, com seu exemplo, a cultura da excelência na organização. Os líderes analisam o desempenho e executam, sempre que necessário, as ações requeridas, consolidando o aprendizado organizacional. As estratégias são formuladas pelos líderes para direcionar a organização e o seu desempenho, determinando sua posição competitiva. Elas são desdobradas em todos os níveis da organização, com planos de ação de curto e longo prazos. Recursos adequados são alocados para assegurar sua implementação. A organização avalia permanentemente a implementação das estratégias e monitora os respectivos planos e responde rapidamente às mudanças nos ambientes interno e externo. Considerando os quatro critérios apresentados, tem-se a etapa de planejamento (P) do ciclo PDCA. As pessoas que compõem a força de trabalho devem estar capacitadas e satisfeitas, atuando em um ambiente propício à consolidação da cultura da excelência. Com isso, é possível executar e gerenciar adequadamente os processos, criando valor para os clientes e aperfeiçoando o relacionamento com os fornecedores. A organização planeja e controla os seus custos e investimentos. Os riscos financeiros são quantificados e monitorados. Conclui-se, neste momento, a etapa referente à execução (D) no PDCA. Para efetivar a etapa do Controle (C), são mensurados os resultados em relação a: situação econômico-financeira, clientes e mercado, pessoas, sociedade, processos principais do negócio e processos de apoio, e fornecedores. Os efeitos gerados pela implementação sinérgica das práticas de gestão e pela dinâmica externa à organização podem ser comparados às metas estabelecidas para eventuais correções de rumo ou reforços das ações implementadas. Esses resultados, apresentados sob a forma de informações e conhecimento, retornam a toda a organização, complementando o ciclo PDCA com a etapa referente à ação (A). Essas informações representam a inteligência da organização, viabilizando a análise do desempenho e a execução das ações necessárias em todos os níveis. A gestão das informações e dos ativos intangíveis é um elemento essencial à jornada em busca da excelência. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 23 Professor Renato Fenili 12. (CESPE / ANP / 2013) O modelo de excelência da gestão da fundação nacional da qualidade permite que os vários elementos de uma organização sejam avaliados individualmente. O Modelo de Excelência da Gestão da FNQ, baseado nos fundamentos e nos critérios vistos anteriormente, permite uma avaliação conjunta dos elementos organizacionais, em especial pela sua concepção de que há relações de interdependência entre eles (ver o conceito de Pensamento Sistêmico, no quadro anterior). Nas palavras da publicação do FNQ: O Modelo estabelece uma orientação integrada e interdependente para gerir uma organização. Considera que os vários elementos da organização e as partes interessadas interagem de forma harmônica e balanceada nas estratégias e resultados. Assim, o MEG permite que os vários elementos de uma organização possam ser implementados e avaliados em conjunto, de forma interdependente e complementar. Com esse entendimento, a assertiva está errada. 13. (CESPE / TJ – AC / 2012) O modelo de excelência gerencial (MEG) proposto pela Fundação Nacional da Qualidade apoia-se no PDCA (plan, do, check, act), importante ferramenta de melhoria contínua proveniente da escola da qualidade. Como vimos, o MEG realmente está baseado na lógica do PDCA. Eis, por exemplo, a ilustração que a FNQ4 apresenta ao explicitar a lógica de amadurecimento da gestão de uma organização. 4 Fonte: http://www.mbc.org.br/mbc/uploads/biblioteca/1300823597.7285A.pdf. Acesso em 02.01.14. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 24 Professor Renato Fenili A questão está correta. 14. (CESPE / TJ – AC / 2012) O programa de excelência gerencial, voltado para organizações interessadas em implementar ou que já implementam o modelo de excelência gerencial (MEG), é fundamentado em três etapas — sensibilização, acompanhamento e medição do impacto. O Programa de Excelência da Gestão visa a implementar uma metodologia de autoavaliação e de capacitação com base no MEG. É realizado pela FNQ, em conjunto com suas organizações parceiras. Este Programa possui 5 (cinco) etapas, assim representadas pelo sítio da FNQ na internet: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 25 Professor Renato Fenili A questão, assim, está errada. 15. (CESPE / TRE - MS / 2013) Os critérios de excelência que devem ser observados pela organização pública que se pauta no modelo de excelência gerencial da Fundação Nacional da Qualidade incluem: a) Projetos. b) A gerência. c) A tecnologia. d) A constitucionalidade. e) Informações e conhecimento. Como vimos, os critérios do MEG são os que seguem: liderança; estratégias e planos; clientes; sociedade; informações e conhecimento; pessoas; ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 26 Professor Renato Fenili processos, e resultados. Resposta: E. 2. Gestão de Pessoas por Competências Nossa abordagem acerca da gestão de pessoas toma como ponto de partida a definição de organização, assimconcebida por Schein (1982): “[Uma organização] é a coordenação planejada das atividades de uma série de pessoas para a consecução de algum propósito ou objetivo comum, explícito, através da divisão de trabalho e função e através de uma hierarquia de autoridade e responsabilidade” (SCHEIN, 1982, p. 12). Na presente aula, nosso foco será as pessoas que se unem de forma coordenada a fim de formarem uma organização. Nesse sentido, podemos afirmar que um dos motivos para a formação das organizações deve-se ao fato de que existem determinados objetivos pessoais que só são passíveis de serem atingidos mediante a atividade organizada (CHIAVENATO, 2009). Ao abordarmos as principais características e objetivos da Gestão de Pessoas, é inevitável traçarmos o apanhado histórico-evolutivo de sua concepção. De modo geral, autores da área convergem na identificação de 4 (quatro) fases principais que marcam a evolução da Gestão de Pessoas nas organizações, conforme salientadas no esquema a seguir5: 5 Há autores que, de certo modo, consideram a Gestão por Competências como uma fase inserida na Gestão Estratégica de Pessoas. Na presente exposição, alinho-me com Fischer (2002). Abordagem Clássica (Departamento de Pessoal) Relações Humanas (Administração de Recursos Humanos) Gestão (estratégica) de pessoas Gestão por competências ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 27 Professor Renato Fenili Nas próximas páginas, veremos os aspectos centrais de cada uma dessas fases. Abordagem Clássica (Departamento de Pessoal) Há duas correntes de destaque na assim chamada Abordagem Clássica da Administração, vigente no final do século XIX e início do XX: a Administração Científica, de Frederick Taylor, e a Teoria Clássica, de Henry Fayol. Apesar de divergentes em vários aspectos, tais correntes compartilharam como objetivo central prover uma base metodológica para que a organização fosse a mais eficiente possível. Dessa forma, concebeu- se a organização como um sistema racional de regras e de autoridade, havendo foco no papel do gerente e na estrutura (Fayol) ou nas medidas necessárias para a otimização do tempo despendido na produção (Taylor). Nesta ótica, os funcionários eram geridos tendo por foco apenas o aumento de eficiência na produção6. Surgem os Departamentos de Pessoal, voltados, eminentemente, aos seguintes objetivos: seleção de trabalhadores para trabalhos cientificamente concebidos (tempos e movimentos); controle de assiduidade e de pontualidade, bem como demais atendimentos aos procedimentos legais e às rotinas burocráticas; remuneração vinculada à produtividade, com salário-base estabelecido pelos sindicatos. As recompensas eram econômicas; foco na eficiência de custos e no aumento de produtividade. Eis que nessa etapa inicial da evolução da Gestão de Pessoas, aspectos comportamentais e psicológicos dos indivíduos eram negligenciados. A eficiência era entendida como simples decorrência atuação do funcionário no ambiente fabril, mediante a execução de um trabalho operacional e rotineiro. 6 Segundo a Abordagem Clássica (em especial a Administração Científica de Taylor), a organização é usualmente vista como uma máquina. Os indivíduos eram, assim, apenas insumos a serem empregados nessa “máquina”. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 28 Professor Renato Fenili 16. (CESPE / ANAC / 2012) De acordo com a administração científica, corrente que contribuiu para a consolidação da gestão de pessoas nas organizações, todo servidor tem necessidades sociais e econômicas que devem ser supridas pelas organizações de trabalho. As necessidades sociais não são consideradas na Administração Científica. O incentivo organizacional é puramente econômico, dirigido a um funcionário entendido como uma engrenagem na máquina organizacional. A questão está errada. Relações Humanas (Administração de Recursos Humanos) Com a difusão da chamada Teoria (ou Escola) de Relações Humanas, oriunda das experiências de Hawthorne, conduzidas por Elton Mayo entre 1927 e 1933, passou-se a considerar os aspectos comportamentais dos indivíduos como essenciais à gestão de pessoas nas organizações. O modelo de estruturação da gestão de pessoas inerente a esta etapa estendeu-se até meados da década de 1960. Por volta da década de 1950, o foco no comportamento humano afirma-se de modo definitivo no âmbito das teorias organizacionais, formando a denominada Administração de Recursos Humanos (Tradicional). O papel dos gerentes de linha7 passa a deter grande relevância nesta etapa, tendo em vista que passam a ser vistos como a ferramenta institucional de relação entre os funcionários e a organização. Os objetivos da Administração de Recursos Humanos, consoante esta nova visão, podem ser assim sintetizados: seleção de funcionários com aptidão para as tarefas a serem desempenhadas e, principalmente, que demonstrassem nível satisfatório de interação social e de bom convívio com os colegas de trabalho; 7 “Gerente de Linha” é o que possui responsabilidade linear direta sobre seus subordinados. Diferencia-se do “Gerente de staff”, que detém a função de assessoria. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 29 Professor Renato Fenili a competência essencial é a capacidade de relacionamento do indivíduo com os demais empregados. Competências técnicas ficam em segundo plano; recompensas não econômicas detêm papel de destaque, tendo em vista a concepção da gestão de pessoas como ferramenta para o incremento de satisfação no trabalho, bem como o fato de que a satisfação não necessariamente está vinculada à remuneração monetária; foco no comportamento dos indivíduos, bem como nas relações informais (organização) e políticas existentes na organização, visando à satisfação do colaborador. 17. (CESPE / MPE – PI / 2012) A existência da organização informal e do poder dos grupos sobre a produtividade dos indivíduos representa o principal impacto da administração científica na gestão de pessoas. A consideração das relações informais, bem como as interações políticas entre grupos e indivíduos organizacionais, é traço característico da abordagem comportamental própria da Administração de Recursos Humanos. A questão está errada. Gestão (estratégica) de pessoas O Modelo de Gestão Estratégica de Pessoas surge ainda na década de 1960, sendo intensificado na década de 1980, até meados dos anos 90. Neste sentido, é pertinente a transcrição da análise de Tonelli, Lacombi e Caldas (2002, p. 70): [...] até os anos 1960, a gestão das organizações se pautou pelas abordagens prescritas pelas escolas clássicas e de relações humanas. Dentro desse contexto de crescimento, de produção e consumo em ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 30 Professor Renato Fenili massa, as organizações crescem em tamanho e em complexidade, internacionalizam-se, implantando filiais e subsidiárias em outros países e tornando imprescindível a profissionalização da administração de pessoas. O fato é que até então os modelos e as teorias voltadas à gestão dos indivíduos nas organizações eram restritas aos seus aspectos internos. Em especial com o desenvolvimento da Teoria Geral dos Sistemas, as organizações passarem a ser vistas como sistemas abertos, imersas em um ambiente incerto e por vezes turbulento. O elemento humano, neste contexto, é considerado como imprescindível à sobrevivência e ao crescimento organizacional.Desenvolve-se, então, uma gestão de pessoas em alinhamento com as políticas estratégicas das empresas, frente aos fatores ambientais. Os principais objetivos da gestão estratégica de pessoas são assim sumarizados: seleção de pessoas com perfil social e técnico adequado ao cargo. A seleção passa a ter critérios quantificáveis, sendo usualmente baseada em entrevistas planejadas em função da análise e do desenho do cargo; há recompensas não econômicas e econômicas, sendo que incentivos pecuniários ($$) flexíveis são conferidos a indivíduos que atinjam as metas organizacionais (bônus); foco no alinhamento das diversas práticas de gestão de pessoas (recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, avaliação de desempenho, plano de carreira etc.) com as políticas estratégicas da organização, visando a prover uma capacidade de sobrevivência e de crescimento em longo prazo. Entende-se que as práticas de RH atuam como facilitadoras na consecução dos objetivos organizacionais. Gestão por competências A partir da década de 1990, correntes de estudos voltadas às forças competitivas no mercado passaram a ser aplicadas nas organizações, em ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 31 Professor Renato Fenili virtude de um ambiente novo8 e repleto de turbulência. O intuito era elucidar as estratégicas mediante as quais as empresas pudessem alcançar vantagens competitivas sustentáveis ao longo do tempo. A posse de recursos escassos, ou inimitáveis, constitui uma das fontes dessa vantagem competitiva sustentável. Os recursos humanos devidamente capacitados inserem-se neste escopo, constituindo capital intelectual por vezes insubstituível em prol da consecução dos objetivos organizacionais. Eis que se fala em Gestão por Competências, cujos objetivos principais podem ser assim listados: descentralização da gestão dos indivíduos (fato já usual na gestão estratégica), sendo que todos os gerentes (e não só o Departamento de Pessoal) são responsáveis pela gestão de pessoas; foco na captação, no desenvolvimento e na retenção de competências específicas; a fim de se reterem os talentos captados e/ou desenvolvidos na organização, há ênfase na motivação dos funcionários, e nas recompensas flexíveis a eles conferidas. Vejamos como este conteúdo foi cobrado em concursos. 18. (CESPE / MPU / 2013) As grandes correntes teóricas sobre gestão de pessoas podem ser agrupadas em quatro categorias principais: modelo articulado de gestão de pessoas como departamento de pessoal, como gestão do comportamento humano, como gestão estratégica e como gestão por competência e vantagem competitiva. 8 A partir da década de 1990, ocorreram mudanças severas nos modelos organizacionais anteriormente vigentes. As novas tecnologias de informação e de comunicação (TICs) foram responsáveis por muitas dessas mudanças, inclusive pelo surgimento de organizações virtuais. Inovações em estrutura, empoderamento, e alterações nas composições de capital são outros exemplos usuais. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 32 Professor Renato Fenili A questão lista as quatro fases históricas (ou “correntes teóricas”) da gestão de pessoas nas organizações. A assertiva está correta. 19. (CESPE / TJ – AL / 2012) A administração de recursos humanos (ARH) tradicional e a gestão estratégica de pessoas (GEP) diferem entre si principalmente no tocante ao(à): a) alinhamento entre os objetivos e as metas operacionais dos processos de recursos humanos, distintivo da GEP. b) relevância dada aos consultores internos de RH, cuja atuação é maior na ARH. c) consistência interna dos processos de recursos humanos, que rege a ARH. d) dimensão tática e operacional, que é prevalecente na GEP mas não na ARH. e) vinculação dos processos de gestão de pessoas aos processos estratégicos das organizações, característica da GEP. Vejamos os comentários às alternativas: a) Na GEP, o que há é o alinhamento entre os processos de recursos humanos e os objetivos estratégicos (e não operacionais) das organizações. A alternativa está errada; b) O perfil dos gestores que atuam na GEP deve-se aproximar ao de executor de um papel de consultoria interna polivalente e multidisciplinar, inerente a uma sólida atuação de staff. A alternativa está errada. c) A consistência interna dos processos é mais significativa na GEP, tendo em vista sua harmonia com os objetivos estratégicos organizacionais. A afirmativa está errada. d) O que prevalece na GEP é a dimensão estratégica. A alternativa está errada. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 33 Professor Renato Fenili e) A vinculação dos processos de gestão de pessoas e os objetivos (e, logicamente, os processos) estratégicos organizacionais é realmente a inovação mais marcante trazida pela GEP. A alternativa está certa. Resposta: E. 2.1. Gestão por competências9 2.1.1. O Conceito de Competência Desde o final do século passado, o conceito de competência foi retomado com grande ênfase na gestão de organizações. Nesse contexto, o termo “competência” pode referir-se tanto ao indivíduo quanto à organização em si (as core competences10). O termo competência provém do vocábulo latino competentia, significando “proporção”, “justa relação”, remetendo-se à faculdade que determinada pessoa ou entidade detém para apreciar o lidar com determinado assunto. Historicamente, surge no século XV, empregado para designar a faculdade que tribunais possuíam para analisar fatos ou pronunciar julgados. Apenas no século XVIII observa-se a ampliação do significado original, passando a ser aplicado ao nível individual, “designando a capacidade devida ao saber e à experiência” (DIAS, 2010, p. 74). Diversos são os autores (FLEURY; FLEURY, 2001; LANA; FERREIRA, 2007, entre outros) que avaliam o artigo Testing for Competence rather than for Intelligence11, de David McClelland, publicado em 1973, como o marco inicial do debate sobre competência entre psicólogos e administradores nos Estados Unidos. Nas décadas subsequentes, este construto foi trabalhado por uma série de autores, com visões que caminhavam de uma ótica comportamental (típica da linha de pesquisa estadunidense) a uma visão de aprendizado frente às demandas organizacionais (inerente à linha francesa). O quadro abaixo traz um apanhado de definições do conceito de competência, salientando-se distintas óticas sobre sua operacionalidade: 9 Em concursos, é comum o uso, de forma indistinta, os termos Gestão de Competências e Gestão por Competências. 10 São as competências centrais da organização. 11 Uma tradução livre seria: “Testando-se para Competência ao invés de para Inteligência”. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 34 Professor Renato Fenili O CONCEITO DE COMPETÊNCIA AUTOR(ES) DEFINIÇÃO Boyatizis (1982) Aspecto verdadeiro ligado à natureza humana. São comportamentos observáveis que determinam, em grande parte, o retorno da organização. Le Boterf (1997) Competência é assumir responsabilidades frente a situações de trabalho complexas buscando lidar com eventos inéditos, surpreendentes, de natureza singular. É um saber agir responsável e que é reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades, num contexto profissional determinado. Zariffian (1999) Inteligência prática para situações que se apoiam sobre os conhecimentos adquiridos. Fleury e Fleury(2001) A noção de competência associa-se a verbos como: saber agir, mobilizar recursos, integrar saberes múltiplos e complexos, saber aprender, saber engajar-se, assumir responsabilidades, ter visão estratégica. As competências devem agregar valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. Fonte: elaborado com base em Holanda et al. (2008) De modo geral, as definições convergem nos seguintes aspectos: as competências são observadas em um contexto profissional; o resultado é a ação frente a determinada situação exposta pelo contexto da organização. Quanto mais desafiadora a situação (inédita, complexa), mais desenvolvidas deverão ser as competências em jogo; o retorno financeiro de uma organização é dado (também) em função das competências das quais dispõe. A despeito das diversidades conceituais afetas ao construto em análise, são recorrentes os registros, na literatura especializada, de que competências podem ser entendidas como conjuntos de capacidades humanas, dispostas em três categorias ou dimensões interdependentes: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 35 Professor Renato Fenili As competências podem ser inerentes ao indivíduo ou à organização em si. A seguir, veremos esta particularidade que, em uma visão ampla, dá base à gestão por competências. A Competência Individual Fleury e Fleury (2001), ao analisarem a obra de Le Boterf (1995), registram que esse autor situa a competência individual como formada por três eixos, assim discriminados: Pessoa → trata-se da biografia, do histórico de socialização, da cultura, personalidade do indivíduo. Poder-se-ia correlacionar estes traços com a atitude que irá moldar a competência individual; Formação educacional → refere-se à aprendizagem acadêmica obtida, culminando em determinado grau de conhecimento teórico específico e de desenvolvimento intelectual. Irá compor os conhecimentos, nas competências do indivíduo; Experiência profissional → trata-se do conhecimento prático gerado a partir do histórico de trabalho do indivíduo. Denota maior relação ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 36 Professor Renato Fenili com as habilidades do ator social e, sem segundo plano, com seus conhecimentos. A competência individual emerge, segundo Roldão (2003), quando, perante uma situação, o ator social mostra-se capaz de mobilizar adequadamente diversos conhecimentos prévios, selecionando-os e integrando-os de forma adequada à situação-problema em questão. Deste modo, podemos adotar a seguinte definição de competência individual: Competência do indivíduo é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que determinado ator organizacional dispõe e que é empregado para a consecução dos objetivos organizacionais. Pertinente é, ainda, a menção do seguinte conceito, que alia as competências do indivíduo e o seu desempenho profissional: Competências [individuais] representam combinações sinergéticas de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional, dentro de determinado contexto organizacional (DURAND, 2000; NISEMBAUM, 2000) A Competência Organizacional Ao extrapolarmos o conceito de competência individual para o nível organizacional, tratamos de gerir o nexo entre os comportamentos dos colaboradores e os objetivos estratégicos compartilhados. Nesta ótica, sendo a organização composta por um conjunto de indivíduos unidos para a realização de tarefas, onde as características dos colaboradores devem ser combinadas da forma mais eficiente possível, “introduz-se a noção da empresa como uma carteira de competências” (FLEURY; FLEURY, 2001, p. 189). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 37 Professor Renato Fenili Dentre as competências organizacionais, além daquelas genéricas, associadas às atividades meio e fim, sobressaem-se (MILLS et al., 2002): Competências essenciais → são as competências centrais e mais relevantes à organização, fundamentais para a consecução dos objetivos estratégicos. Sô também conhecidas por core competencies; Competências distintivas → são as competências que são percebidas pelos clientes como o diferencial positivo da organização. Estas competências, no setor privado, provêm vantagem competitiva. Partindo-se do pressuposto de que determinadas competências podem implicar o atingimento de metas estratégicas, ou a obtenção de vantagens competitivas, a gestão por competências passa a se revestir das características de um modelo de gestão organizacional. O modelo de gestão que dá forma à gestão por competências é, na realidade, um processo contínuo, destinado à captação e ao desenvolvimento de competências necessárias à consecução dos objetivos organizacionais (BRUNO-FARIA; BRANDÃO, 2003, p. 38). Um típico modelo de gestão por competências é retratado por Bruno- Faria e Brandão (2003), e pode ser sintetizado na observância das seguintes etapas: formulação da estratégia da organização, bem como definição da missão, da visão de futuro e dos seus macro objetivos; identificação das competências organizacionais necessárias à consecução dos objetivos estratégicos; definição de indicadores de desempenho corporativo; realização de diagnóstico das competências profissionais existentes, identificando-se uma eventual lacuna (ou gap) entre as competências organizacionais necessárias à consecução dos objetivos estratégicos e aquelas disponíveis na atualidade; o diagnóstico realizado na etapa anterior subsidia as decisões em termos de captação (recrutamento externo) ou desenvolvimento (treinamento e capacitação) de competências; ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 38 Professor Renato Fenili por fim, formulam-se planos operacionais e de gestão e definem-se os respectivos indicadores de desempenho e de remuneração dos indivíduos e das equipes. O modelo organizacional acima descrito pode ser assim representado12: Vejamos como a gestão por competências é abordada em concursos: 20. (CESPE / MPU / 2013) O modelo de gestão estratégica com base em competências é considerado uma prática cuja finalidade é melhorar o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual dos empregados. 12 Fonte: BRUNO-FARIA; BRANDÃO, 2003, p. 38. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 39 Professor Renato Fenili Como vimos, a gestão com base em competências é, em si, um modelo de administração organizacional que visa a prover o suporte à consecução das metas estratégicas, por meio do incremento de seu desempenho global. Uma das linhas de ação, abordada na questão, é o desenvolvimento de competências internas, mediante a qual há a melhora dos desempenhos individuais. Outra linha de ação é a captação de novas competências no mercado. A questão está correta. 21. (ESAF / Receita Federal / 2012) Selecione a opção que melhor representa o conjunto das afirmações, considerando C para afirmativa correta e E para afirmativa errada. I. O conceito de competência distingue-se do conceito de qualificação, entre outras características, pelo foco nos resultados e a alta aprendizagem do contexto do primeiro. II. O processo de escolha utilizado na captação de pessoas em uma abordagem por competências é a observação e a adequação para um cargo específico. III. Na gestão de pessoas por competências, a pessoa é desenvolvida para umadeterminada trajetória dentro da organização. a) E – E – C b) C – E – E c) C – C – E d) C – E – C e) E – C – E Vejamos a análise das assertivas: I. O conceito de competência abrange, necessariamente, o desempenho profissional, denotando foco em resultados ante uma hipotética situação real. De certo modo, podemos afirmar que o conceito de competência abrange o de qualificação, já que a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 40 Professor Renato Fenili carência da última inibe o pleno exercício da primeira. A assertiva está correta; II. O foco, seja no desenvolvimento ou na captação de competências, é a concretização de uma visão de futuro da organização. Não visa, pois, a um cargo específico, mas sim à agregação de valor à carteira de competências organizacionais, que darão base à evolução da trajetória profissional dos colaboradores. A assertiva está errada; III. A assertiva espelha um entendimento correto, conforme comentários da afirmativa anterior. Reposta: D. 22. (CESPE / EBC / 2011) A gestão por competências, cuja adoção, na administração pública, não visa ao alcance dos objetivos da instituição, é conceituada como a gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho das funções dos servidores. Ao falarmos de gestão por competências na administração pública brasileira, vale a menção ao Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, que institui a política e as diretrizes para o desenvolvimento de pessoal da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Para o citado normativo, eis a definição de gestão por competência: Art. 2o Para os fins deste Decreto, entende-se por: [...] II - gestão por competência: gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição; ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 41 Professor Renato Fenili Nota-se, pois, que, na administração pública, similarmente ao observado na iniciativa privada, a gestão por competências visa à consecução dos objetivos institucionais. A assertiva está errada. 23. (CESPE / IBAMA / 2013) O desenvolvimento das competências dos servidores públicos deve ser amparado por atividades de mapeamento das necessidades de capacitação, que fundamentam a construção de ações para que as lacunas de capacitação sejam minoradas ao longo do tempo. Outra questão que aborda a gestão por competências no setor público. O enunciado apenas esmiúça o conceito de gestão por competências do Decreto nº 5.707/06, visto na questão anterior, e, portanto, está correto. 24. (FGV / FIOCRUZ / 2010) Com relação à gestão por competência na administração, assinale a afirmativa incorreta: a) É a gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição. b) Relaciona-se à capacidade de conversão e apropriação de elementos conceituais e técnicos em ações, como capacidade analítica, comunicação, flexibilidades, resiliência e outras. c) Pode ser entendida como os elementos conceituais ou técnicos que uma pessoa deve ter para o exercício de determinada atividade, como teorias organizacionais, tecnologias de gestão, legislação aplicada ao setor público, dentre outras. d) É a gestão dos atributos de personalidade e das posturas pessoal e profissional necessárias para o desempenho da função, como valores éticos, transparência, franqueza, cordialidade, respeito ao trabalho do outro e mais. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 42 Professor Renato Fenili e) Trata-se de atividade tipicamente de curto ou curtíssimo prazo, orientada para a preparação do agente público, com vistas a desempenhar atribuições da sua esfera de competência ou da sua órbita de influência. As alternativas “a”, “b”, “c” e “d” convergem no sentido de que remetem a gestão por competência ao exercício da administração de capacidades humanas em prol do desempenho profissional eficiente e eficaz. As capacidades humanas podem ser as mais diversas: valores éticos, cordialidade, franqueza, conhecimentos acerca de tecnologias de gestão e legislação aplicada ao setor público, poder de análise, resiliência etc. Assim, tais alternativas estão corretas. Já a alternativa “e” registra um equívoco ao afirmar que a gestão por competências é uma atividade “tipicamente de curto ou curtíssimo prazo”. A gestão por competências, servindo de subsídio à consecução dos objetivos estratégicos, visa ao longo prazo. A alternativa está, assim, errada. Resposta: E. 25. (CESPE / TRT 10ª Região / 2013) Entre os resultados possíveis de um mapeamento de competências, o principal deles é a lacuna de competências. A partir desse resultado, podem-se estabelecer as prioridades da gestão de pessoas. Quando há lacunas grandes de competências e não há mão de obra qualificada disponível, recomenda-se o desenvolvimento e a capacitação das pessoas. Porém, quando há lacuna de competência, mas há mão de obra qualificada disponível, pode- se priorizar a seleção ou a movimentação nas organizações. Um dos processos centrais da Gestão por Competências refere-se ao mapeamento das competências nas organizações. Este procedimento visa à identificação das competências atualmente existentes, bem como à lacuna de competências (gap), no caso de competências julgadas como necessárias não serem encontradas. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 43 Professor Renato Fenili No intuito de minimizar a lacuna de competências, duas são as estratégicas possíveis: desenvolvimento interno de competências (especialmente aplicada quando não há mão de obra disponível e qualificada no mercado, que atenderiam este gap) ou a captação no mercado (quando julgada conveniente e, logicamente, houver a disponibilidade de pessoal capacitado no mercado de trabalho). Feita esta exposição, infere-se que a assertiva está correta. 26. (FCC / TRE – PE / 2011) Gestão por competências é um modelo de gestão utilizado pelas organizações, visando a orientar os esforços dos gestores de pessoas no planejamento, captação, desenvolvimento e avaliação das competências organizacionais e humanas necessárias à consecução dos seus objetivos. Analise o gráfico e os itens I a IV abaixo: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 44 Professor Renato Fenili I. A identificação do gap (lacuna) de competências permite aos gestores de pessoas otimizarem as ações de captação e desenvolvimento de competências, maximizando-se a lacuna. II. O gap, na ausência de ações de captação ou desenvolvimento por parte da organização, tende a crescer. III. A complexidade do ambiente no qual as organizações estão inseridas faz com que sejam exigidas novas competências, o que tende a elevar a curva representativa das competências necessárias para a concretização da estratégia organizacional. IV. A curva que representa as competências atuais disponíveis na organização tende ao declínio, se as competências tornarem-se obsoletas no tempo; por isso, as ações de captação e desenvolvimento dever ser constantes. De acordo com os dados fornecidos, é corretoo que consta APENAS em: a) I e IV. b) I, II e III. c) I e II. d) III e IV. e) II, III e IV. Vejamos a análise das assertivas: I. As iniciativas de desenvolvimento interno de competências ou de captação visam à minimização da lacuna. A assertiva está errada; II. Tendo em vista que as competências necessárias são dinâmicas, alterando-se com o passar do tempo, na ausência de desenvolvimento / captação o gap certamente irá crescer, conforme tendência evidenciada no gráfico. A assertiva está correta; ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 45 Professor Renato Fenili III. Quanto mais complexo e mutável for o ambiente externo, maior dinamismo será imposto nas competências necessárias. A assertiva está, assim, correta; IV. A obsolescência é uma característica natural das competências organizacionais, inseridas em um ambiente dinâmico. Eis a relevância das chamadas “organizações de aprendizagem” ou “organizações que aprendem”. A assertiva está correta. Resposta: E. 27. (CESPE / ANAC / 2012) Nas organizações, o mapeamento de competências deve ser realizado a partir da aplicação de diferentes técnicas de coleta e análise de dados qualitativos e quantitativos. O mapeamento de competências é efetuado mediante distintas técnicas de coleta de dados: entrevistas, grupos focais, aplicação de questionários, análise documental, análise de processos mapeados etc. A questão está certa. 28. (CESPE / MPOG / 2013) O mapeamento de competências baseia-se em recursos ou dimensões da competência, como conhecimento, habilidade e atitude, necessários ao desempenho do profissional no trabalho. O mapeamento de competências é um tema muito explorado pela banca; por vezes as questões abordam o processo do mapeamento (como é feito), outras somente o conceito. A questão está correta. 29. (CESPE / MPOG / 2013) Um dos principais problemas identificados na implantação da gestão de competências é a dificuldade de alinhar objetivos e metas da organização e da equipe. Alinhar os objetivos e metas das equipes (e individuais) aos da organização é um requisito e não uma dificuldade para a implantação da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 46 Professor Renato Fenili gestão de competências. Realmente é uma tarefa difícil, não já deve estar realizada, e, portanto, não ser mais uma dificuldade da gestão por competências. A assertiva, portanto, está errada. 30. (CESPE / MPOG / 2013) A capacidade de uma escola de governo de ensinar os servidores públicos de um determinado município, estado ou país caracteriza-se como um core competence ou competência essencial. As competências essenciais são as competências centrais e mais relevantes à organização, fundamentais para a consecução dos objetivos estratégicos. Uma escola de governo certamente deve ter como competência essencial a capacidade de ensinar os servidores no âmbito de sua esfera. A questão, portanto, está correta. 31. (CESPE / MPOG / 2013) A capacidade de um colaborador de utilizar, na prática, um software de elaboração e gestão de projetos caracteriza-se, à luz da gestão por competências, como um exemplo de conhecimento. Um conhecimento é o saber em si, seria o conhecimento sobre o software. A capacidade de realizar uma tarefa (atividade prática) com base nos conhecimentos prévios é uma habilidade. Desta forma, a questão está errada. 32. (CESPE / Telebras / 2013) O propósito do mapeamento de competências é identificar a lacuna entre competências, ou seja, a equivalência entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as competências internas existentes na organização. Questão que nos induz ao erro, e requer uma leitura atenta. O objetivo do mapeamento de competências é identificar a lacuna entre as competências necessárias e existentes na organização. Todavia, a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 47 Professor Renato Fenili lacuna de competências refere-se à diferença entre as competências necessárias e as existentes, e não à equivalência entre elas. Assim, a questão está errada. 33. (CESPE / MPE – PI / 2012) Quando bem planejadas e executadas para suprir os gaps de competências identificados, as ações de treinamento garantem que os indivíduos apliquem no trabalho os novos CHAs13 aprendidos. Não de pode afirmar que um treinamento, independentemente de sua qualidade, seja capaz de garantir a aplicação posterior dos novos conhecimentos e habilidades aprendidos. Há de se observar que atitudes referem-se a aspectos comportamentais. Por mais que sejam também abordadas em um treinamento, refere-se a uma predisposição do indivíduo de agir em uma situação concreta. O treinamento não consegue determinar o comportamento posterior do indivíduo, mas tão somente prover orientações prévias. A questão está, portanto, errada. Ficaremos por aqui nesta aula. No próximo encontro, iremos nos aprofundar no estudo do empreendedorismo no setor público, fundamentado por novas conformações institucionais (conselhos, agências reguladoras etc.). Ótimos estudos! 13 CHA = Conhecimento, Habilidade e Atitude. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 48 Professor Renato Fenili QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA 1. (ESAF / CGU / 2006) O Programa de Qualidade e Participação da Administração Pública instituído no âmbito da Reforma do Estado de 1995 tem como princípios: I. Avaliação e premiação das melhores práticas. II. Gestão participativa dos funcionários. III. Gestão participativa dos clientes. IV. Gerência por processos. V. Identificação dos clientes. VI. Descentralização das ações. Selecione a opção que indica corretamente princípios desse Programa. a) I e II; b) I e III; c) III e IV; d) V e VI; e) II e IV 2. (FCC / TRT 11ª Região / 2012) O principal indicador utilizado pelo Programa de Qualidade no Serviço Público para medir o sucesso das organizações públicas que aderiram ao Programa é o índice de: a) satisfação dos usuários b) absenteísmo dos servidores c) produtividade da média d) execução orçamentária e) efetividade 3. (FGV / POTIGÁS / 2006) No Brasil, a primeira proposta formal de qualidade para o setor público, criada em 1990, denomina-se Sub-Programa da Qualidade e Produtividade na Administração ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 49 Professor Renato Fenili Pública, enfatizando a gestão de processos. A ele seguiram o Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública (QPAP – 1996) e o Programa de Qualidade no Setor Público (PQSP – 2000). Finalmente, em 2005 o Governo Federal lançou o GESPÚBLICA, direcionando para gestão por resultados orientada para o cidadão. Esse programa também recebe o nome de: a) Programa de Qualidade no Serviço Público. b) Programa de Qualidade no Setor Público. c) Gestão de Qualidade na Administração Pública. d) Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização. e) Programa Nacional de Qualidade e Produtividade na Administração. 4. (CESPE / ANAC / 2012) O modelo de excelência em gestão pública é composto por critérios que, juntos, compõem um sistema gerencial para organizações do setor público. Os critérios usualmente aceitos incluem estratégias e planos, informação e processos. 5. (CESPE / TRE – RJ / 2012) O modelo de excelência em gestão pública não adota o critério resultados, haja vista ser o interessepúblico o seu foco principal. 6. (FCC / TCE – GO / 2009) No modelo de excelência em gestão pública: a) a ausência de um enfoque sistêmico da gestão é uma de suas principais deficiências pois é composto por sete critérios organizados em quatro grandes blocos. b) um dos critérios avaliados é a liderança, parte constitutiva do bloco de planejamento, e que no item formulação de estratégias analisa como a organização participa da formulação das políticas públicas na sua área de atuação. c) o bloco pessoas e processos representa a execução do planejamento e serve para acompanhar a própria execução e o ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 50 Professor Renato Fenili atendimento da satisfação dos destinatários dos serviços públicos. d) o bloco de resultados, composto apenas pelo critério de mesmo nome, analisa como o desempenho da organização evoluiu quanto à satisfação dos cidadãos e à melhoria dos seus processos organizacionais. e) o item gestão de processos de apoio analisa como é feita a gestão dos projetos de serviços e produtos, destacando-se o tempo de ciclo dos projetos e as transferências de lições aprendidas anteriormente. 7. (CESPE / TRE – BA / 2010) O modelo de excelência na gestão, tanto no setor público quanto no privado, possui intrínseca relação com a capacidade gerencial de aferir resultados. A democratização das informações de interesse da sociedade e a prestação de contas dos atos de governo são também fatores primordiais a serem observados na adoção desse modelo. 8. (CESPE / ANP / 2013) O modelo de excelência em gestão pública é uma política formulada a partir da premissa de que uma organização pública deve ser excelente, nos mesmos moldes aplicados na iniciativa privada. 9. (CESPE / TRE – BA / 2010 – adaptada) A construção de uma área de lazer destinada à promoção de atividades turísticas e culturais por meio de parcerias com empresas privadas é um exemplo de empreendedorismo governamental, pois promove a integração entre o governo e determinado grupo social. 10. (CESPE / TRE – ES / 2011) De acordo com a visão empreendedora da gestão pública pautada em pressupostos da administração pública gerencial, os resultados da ação do Estado só serão considerados bons se atenderem às necessidades do cidadão-cliente. 11. (CESPE / TRE – MA / 2009 – adaptada) O empreendedorismo na gestão pública caracteriza-se pela ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 51 Professor Renato Fenili elaboração de políticas públicas que atendam prioritariamente às necessidades dos grupos de interesses, mesmo que divergentes das demandas e pressões da sociedade, pois tais grupos possibilitam maior repercussão em face do processo de sucessão eleitoral. 12. (CESPE / ANP / 2013) O modelo de excelência da gestão da fundação nacional da qualidade permite que os vários elementos de uma organização sejam avaliados individualmente. 13. (CESPE / TJ – AC / 2012) O modelo de excelência gerencial (MEG) proposto pela Fundação Nacional da Qualidade apoia-se no PDCA (plan, do, check, act), importante ferramenta de melhoria contínua proveniente da escola da qualidade. 14. (CESPE / TJ – AC / 2012) O programa de excelência gerencial, voltado para organizações interessadas em implementar ou que já implementam o modelo de excelência gerencial (MEG), é fundamentado em três etapas — sensibilização, acompanhamento e medição do impacto. 15. (CESPE / TRE - MS / 2013) Os critérios de excelência que devem ser observados pela organização pública que se pauta no modelo de excelência gerencial da Fundação Nacional da Qualidade incluem: a) Projetos. b) A gerência. c) A tecnologia. d) A constitucionalidade. e) Informações e conhecimento. 16. (CESPE / ANAC / 2012) De acordo com a administração científica, corrente que contribuiu para a consolidação da gestão de pessoas nas organizações, todo servidor tem necessidades sociais e econômicas que devem ser supridas pelas organizações de trabalho. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 52 Professor Renato Fenili 17. (CESPE / MPE – PI / 2012) A existência da organização informal e do poder dos grupos sobre a produtividade dos indivíduos representa o principal impacto da administração científica na gestão de pessoas. 18. (CESPE / MPU / 2013) As grandes correntes teóricas sobre gestão de pessoas podem ser agrupadas em quatro categorias principais: modelo articulado de gestão de pessoas como departamento de pessoal, como gestão do comportamento humano, como gestão estratégica e como gestão por competência e vantagem competitiva. 19. (CESPE / TJ – AL / 2012) A administração de recursos humanos (ARH) tradicional e a gestão estratégica de pessoas (GEP) diferem entre si principalmente no tocante ao(à): a) alinhamento entre os objetivos e as metas operacionais dos processos de recursos humanos, distintivo da GEP. b) relevância dada aos consultores internos de RH, cuja atuação é maior na ARH. c) consistência interna dos processos de recursos humanos, que rege a ARH. d) dimensão tática e operacional, que é prevalecente na GEP mas não na ARH. e) vinculação dos processos de gestão de pessoas aos processos estratégicos das organizações, característica da GEP. 20. (CESPE / MPU / 2013) O modelo de gestão estratégica com base em competências é considerado uma prática cuja finalidade é melhorar o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual dos empregados. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 53 Professor Renato Fenili 21. (ESAF / Receita Federal / 2012) Selecione a opção que melhor representa o conjunto das afirmações, considerando C para afirmativa correta e E para afirmativa errada. I. O conceito de competência distingue-se do conceito de qualificação, entre outras características, pelo foco nos resultados e a alta aprendizagem do contexto do primeiro. II. O processo de escolha utilizado na captação de pessoas em uma abordagem por competências é a observação e a adequação para um cargo específico. III. Na gestão de pessoas por competências, a pessoa é desenvolvida para uma determinada trajetória dentro da organização. a) E – E – C b) C – E – E c) C – C – E d) C – E – C e) E – C – E 22. (CESPE / EBC / 2011) A gestão por competências, cuja adoção, na administração pública, não visa ao alcance dos objetivos da instituição, é conceituada como a gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho das funções dos servidores. 23. (CESPE / IBAMA / 2013) O desenvolvimento das competências dos servidores públicos deve ser amparado por atividades de mapeamento das necessidades de capacitação, que fundamentam a construção de ações para que as lacunas de capacitação sejam minoradas ao longo do tempo. 24. (FGV / FIOCRUZ / 2010) Com relação à gestão por competência na administração, assinale a afirmativa incorreta: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 54 Professor Renato Fenili a) É a gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição. b) Relaciona-se à capacidade de conversão e apropriação de elementos conceituais e técnicos em ações, como capacidadeanalítica, comunicação, flexibilidades, resiliência e outras. c) Pode ser entendida como os elementos conceituais ou técnicos que uma pessoa deve ter para o exercício de determinada atividade, como teorias organizacionais, tecnologias de gestão, legislação aplicada ao setor público, dentre outras. d) É a gestão dos atributos de personalidade e das posturas pessoal e profissional necessárias para o desempenho da função, como valores éticos, transparência, franqueza, cordialidade, respeito ao trabalho do outro e mais. e) Trata-se de atividade tipicamente de curto ou curtíssimo prazo, orientada para a preparação do agente público, com vistas a desempenhar atribuições da sua esfera de competência ou da sua órbita de influência. 25. (CESPE / TRT 10ª Região / 2013) Entre os resultados possíveis de um mapeamento de competências, o principal deles é a lacuna de competências. A partir desse resultado, podem-se estabelecer as prioridades da gestão de pessoas. Quando há lacunas grandes de competências e não há mão de obra qualificada disponível, recomenda-se o desenvolvimento e a capacitação das pessoas. Porém, quando há lacuna de competência, mas há mão de obra qualificada disponível, pode- se priorizar a seleção ou a movimentação nas organizações. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 55 Professor Renato Fenili 26. (FCC / TRE – PE / 2011) Gestão por competências é um modelo de gestão utilizado pelas organizações, visando a orientar os esforços dos gestores de pessoas no planejamento, captação, desenvolvimento e avaliação das competências organizacionais e humanas necessárias à consecução dos seus objetivos. Analise o gráfico e os itens I a IV abaixo: I. A identificação do gap (lacuna) de competências permite aos gestores de pessoas otimizarem as ações de captação e desenvolvimento de competências, maximizando-se a lacuna. II. O gap, na ausência de ações de captação ou desenvolvimento por parte da organização, tende a crescer. III. A complexidade do ambiente no qual as organizações estão inseridas faz com que sejam exigidas novas competências, o que tende a elevar a curva representativa das competências ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 56 Professor Renato Fenili necessárias para a concretização da estratégia organizacional. IV. A curva que representa as competências atuais disponíveis na organização tende ao declínio, se as competências tornarem-se obsoletas no tempo; por isso, as ações de captação e desenvolvimento dever ser constantes. De acordo com os dados fornecidos, é correto o que consta APENAS em: a) I e IV. b) I, II e III. c) I e II. d) III e IV. e) II, III e IV. 27. (CESPE / ANAC / 2012) Nas organizações, o mapeamento de competências deve ser realizado a partir da aplicação de diferentes técnicas de coleta e análise de dados qualitativos e quantitativos. 28. (CESPE / MPOG / 2013) O mapeamento de competências baseia-se em recursos ou dimensões da competência, como conhecimento, habilidade e atitude, necessários ao desempenho do profissional no trabalho. 29. (CESPE / MPOG / 2013) Um dos principais problemas identificados na implantação da gestão de competências é a dificuldade de alinhar objetivos e metas da organização e da equipe. 30. (CESPE / MPOG / 2013) A capacidade de uma escola de governo de ensinar os servidores públicos de um determinado município, estado ou país caracteriza-se como um core competence ou competência essencial. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 57 Professor Renato Fenili 31. (CESPE / MPOG / 2013) A capacidade de um colaborador de utilizar, na prática, um software de elaboração e gestão de projetos caracteriza-se, à luz da gestão por competências, como um exemplo de conhecimento. 32. (CESPE / Telebras / 2013) O propósito do mapeamento de competências é identificar a lacuna entre competências, ou seja, a equivalência entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as competências internas existentes na organização. 33. (CESPE / MPE – PI / 2012) Quando bem planejadas e executadas para suprir os gaps de competências identificados, as ações de treinamento garantem que os indivíduos apliquem no trabalho os novos CHAs14 aprendidos. 14 CHA = Conhecimento, Habilidade e Atitude. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO DF PROFESSOR RENATO FENILI 58 Professor Renato Fenili GABARITO 1- E 2- A 3- D 4- C 5- E 6- D 7- C 8- E 9- C 10- C 11- E 12- E 13- C 14- E 15- E 16- E 17- E 18- C 19- E 20- C 21- D 22- E 23- C 24- E 25- C 26- E 27- C 28- C 29- E 30- C 31- E 32- E 33- E Sucesso!