Buscar

Estudo pra concurso de professores

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ASSISTENTE TÉCNICO PEDAGÓGICO, GESTOR ESCOLAR, ORIENTADOR PEDAGÓGICO, SUPERVISOR DE ENSINO 
História do pensamento pedagógico brasileiro: Teoria da educação, diferentes correntes do pensamento pedagógico brasileiro. Projeto político-pedagógico; A didática e o processo de ensino e aprendizagem: Organização do processo didático: planejamento, estratégias e metodologias, avaliação. A sala de aula como espaço de aprendizagem e interação. A didática como fundamento epistemológico do fazer docente; Principais teorias da aprendizagem: Inatismo, comportamentalismo, behaviorismo, interacionismo, cognitivismo. As bases empíricas, metodológicas e epistemológicas das diversas teorias de aprendizagem. Contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon para a psicologia e a pedagogia. Teoria das inteligências múltiplas de Gardner. Psicologia do desenvolvimento: aspectos históricos e biopsicossociais. Temas contemporâneos: bullying, o papel da escola, a escolha da profissão,transtornos alimentares na adolescência, família, escolhas sexuais; Teorias do currículo: Acesso, permanência e sucesso do aluno na escola.Gestão da aprendizagem. Planejamento e gestão educacional.Avaliação institucional, de desempenho e de aprendizagem. O professor: formação e profissão. A pesquisa na prática docente. A dimensão ética da profissão; Aspectos legais e políticos da organização da educação brasileira; Políticas educacionais para a educação básica. Educação Inclusiva – A escola no contexto das diferenças.
INTRODUÇÃO:
A trajetória do pensamento pedagógico brasileiro teve durante seu percurso grandes marcas causadas pela influência de nossos colonizadores e países tidos como os “países desenvolvidos”, que demonstraram claramente muitos interesses políticos e econômicos ao influenciar nosso pensamento pedagógico. A Educação por muito tempo serviu como uma mercadoria a ser consumida, servindo muitas vezes como, se não a única, uma das principais fontes de ascensão do País. Acreditava-se que a Educação seria o meio no qual o Brasil se utilizaria para conquistar uma sociedade pautada nos moldes europeus e norte americanos.
Até onde isso já se decepou não se sabe ao certo, o que se sabe é que ainda hoje nosso País busca identidade própria no que se refere ao campo da Educação. Existem grandes desafios a serem vencidos e o caminho certamente será longo. Porém, mais desafiador que a construção de identidade própria é o desafio em lidar com a Educação em pleno século XXI, marcado pela era do conhecimento, da digitalização e da demanda de informações existentes hoje.
O presente texto tem como objetivo traçar um pequeno resumo sobre a trajetória do pensamento pedagógico brasileiro, as marcas deixadas por nossos colonizadores e a tentativa de transformar nossa educação com o perfil nacional que a mesma merece. Entende-se que nossa história encontra-se ainda em fase infantil, considerando-se o pouco tempo em que conseguimos atar as amarras impostas por influências externas, porém, nesse pouco tempo de história, com certeza, muitos casos já há para se contar!
Breve trajetória do Pensamento pedagógico brasileiro:
A Educação, também compreendida como prática educativa é um fenômeno social e universal, que já se manifesta de longa data, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades. Uma não existe sem a outra, ou seja, não há sociedade sem prática educativa e tampouco prática educativa sem sociedade, ambas estão interligadas. A prática educativa não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também possibilitadora dos conhecimentos e experiências culturais, ao indivíduo que se torna apto a atuar no meio social e transforma-lo em função de necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade. No sentido amplo da palavra, Educação compreende os processos formativos que ocorrem no meio social, no qual os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato de existirem socialmente.
Segundo Libâneo (1994), a prática educativa existe numa grande variedade de instituições e atividades sociais decorrentes da organização econômica, política e legal de uma sociedade, da religião, dos costumes, das formas de convivência humana. Em sentido estrito, a educação ocorre em instituições específicas, escolares ou não, com finalidades explicitas de instrução e ensino mediante uma ação consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles processos formativos gerais.
O processo educativo, onde quer que se dê, é sempre contextualizado social e politicamente, há uma subordinação à sociedade que lhe faz exigências, determinam objetivos e lhe provê condições e meios de ação. A educação como fenômeno social, e parte integrante das relações sociais, econômicas, políticas e culturais de uma determinada sociedade, sendo assim, as finalidades e meios da educação subordinam-se à estrutura e dinâmica das relações entre as classes sociais, ou seja, são socialmente determinadas (LIBÂNEO, 1994). 
A instituição escola foi criada justamente para ser um dos veículos da educação, uma educação sistematizada, de maneira ordenada, organizada em conteúdos específicos que lhe são pertinentes. Constitui-se em uma espécie de organização social do saber.O campo específico de atuação profissional e política do professor estão relacionados à educação e as estes cabe a tarefa de assegurar aos alunos um sólido domínio de conhecimentos e habilidades, o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, crítico e criativo. Ao realizar suas tarefas básicas, as instituições de ensino e os professores estão cumprindo responsabilidades sociais e políticas. Ao possibilitar aos alunos o domínio dos conhecimentos culturais e científicos, a educação escolar socializa o saber sistematizado e desenvolve capacidades cognitivas e operativas para a atuação no trabalho e nas lutas sociais pela conquista dos direitos de cidadania, dessa maneira, efetiva a sua contribuição para a democratização social e política da sociedade. (LIBÂNEO, 1994).
TEORIAS DA EDUCAÇÃO - DIFERENTES CORRENTES DO PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO
A EDUCAÇÃO É UM PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA PESSOA QUE SE APERFEIÇOA NA INTERAÇÃO SOCIAL, EVOLUINDO DE ACORDO COM A CULTURA DO MEIO, MODIFICANDO-A, CRIANDO-A E SUPERANDO-A PELO PROCESSO DE APRENDIZAGEM COM O TRABALHO, COM O LAZER, COM A LEITURA, ATRAVÉS DO ENSINO DA FAMÍLIA E NA ESCOLA, NAS CONVERSAS COM OS PARCEIROS, PELA OBSERVAÇÃO E PELA INVESTIGAÇÃO.
O PROCESSO DE ENSINO É UMA CRIAÇÃO MODERNA E CONTEMPORÂNEA DO QUE SE FAZIA NA TRIBO E NA ALDEIA. SUPÕE UMA ESPECIALIZAÇÃO PROGRESSISTA E FORMAL, CIENTÍFICA DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM PARA MASSAS POPULACIONAIS. O ENSINO ENVOLVE COLABORADORES E ELABORADORES, INSTRUMENTOS E MATERIAIS, ESPAÇOS DE ORGANIZAÇÃO E CONCENTRAÇÃO COMO PROFESSORES, ESCOLAS, TECNOLOGIAS, SISTEMATIZAÇÃO, CONSTRUÇÃO E RE-CONSTRUÇÃO DE CURRÍCULOS E CONTEÚDOS, ESPECIALIZAÇÃO DE DISCIPLINAS, PARTICIPAÇÃO E INTERAÇÃO.
AS TEORIAS PROCURAM SISTEMATIZAR A AÇÃO E OCORRÊNCIA DA APRENDIZAGEM, COMPREENDENDO SEUS CAMINHOS E APERFEIÇOANDO SUAS TÉCNICAS.
AS TEORIAS DA EDUCAÇÃO PODEM SER AGRUPADAS EM TRÊS GRANDES CORRENTES: COMPORTAMENTALISMO, COGNITIVISMO, HUMANISMO.
ESSES GRANDES EIXOS DAS TEORIAS DA EDUCAÇÃO SE SUBDIVIDEM EM TENDÊNCIAS QUE PRIORIZAM UM OU OUTRO ENFOQUE DA CORRENTE COM BASE NO DESENVOLVIMENTO, NA PSICOLOGIA, NO COMPORTAMENTO, NA REPRODUÇÃO, NA IMITAÇÃO, NA INTERAÇÃO, NA MATURAÇÃO, NA EXPERIÊNCIA, ETC.
ESSAS TEORIAS PARTEM DE PRESSUPOSTOS CIENTÍFICOS E DE TEORIAS DO CONHECIMENTO FORMULADAS A PARTIR DA FILOSOFIA, DA METAFÍSICA E DA CIÊNCIA E PROCURAM SUSTENTAR QUESTIONAMENTOS INSERIDOS EM FORMULAÇÕES SOBRE O QUÊ E COMO, POR QUE, SE OBJETIVO OU SUBJETIVO, NATURAL OU EVIDENTE E EM QUE CONTEXTO DA REALIDADE, DO QUE SE ESTÁ FALANDO, DE SABER QUE, DE SABER COMO? 
NA ÉPOCA MODERNA, ESSAS IDÉIAS SÃO AS SÍNTESES DO PENSAMENTO DE DESCARTES (1596-1650) E LOCKE (1632-1704). A EDUCAÇÃO DAVERDADE ABSOLUTA E A EDUCAÇÃO DA TÁBULA RASA, OU DA MENTE COMO UMA LOUSA EM BRANCO.
A CORRENTE DO COMPORTAMENTALISMO SE BASEIA NO ESTIMULO QUE É DADO AO SUJEITO E NA RESPOSTA QUE O SUJEITO DÁ AO ESTÍMULO, A PARTIR DESSE ASPECTO EXPERIMENTAL A TEORIA PROCURA EXPLICAR A APRENDIZAGEM QUE RESULTOU DESSE PROCESSO, QUE INFINITAMENTE REPRODUZIDO COMO MODELO CONSTANTE DESENCADEIA UMA EXPERIÊNCIA SATISFATÓRIA. OCORRE A APRENDIZAGEM QUANDO OCORRE UMA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO.
AS TENDÊNCIAS PRINCIPAIS DO COMPORTAMENTALISMO SÃO A TEORIA DO REFLEXO (CONSISTE EM TESTAR NO SUJEITO UM CONDICIONAMENTO), TEORIA ASSOCIACIONISTA (CONSISTE EM TESTAR NO SUJEITO O ESTÍMULO, DESCARTANDO AS RESPOSTA INSATISFATÓRIA), O BEHAVIORISMO DE WATSON O FUNDADOR DA CORRENTE (CONSISTE EM TESTAR NO SUJEITO OS SABERES SUPOSTAMENTE HERDADOS COM O NASCIMENTO EM INTERAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE EM OPOSIÇÃO OU INTERAÇÃO ATRAVÉS DE ESTÍMULOS E REAÇÕES, A CONDUTA – BEHAVIOR: EM INGLÊS) E O BEHAVIORISMO RADICAL DE SKINNER (CONSISTE EM TESTAR NO SUJEITO A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO SUCESSIVAMENTE COM ESTÍMULOS À RESPOSTA QUE SE DESEJA ENCONTRAR).
A CORRENTE DO COGNITIVISMO – O ATO DE CONHECER – TEM COMO PRECURSOR JEAN PIAGET (1896-1980) E SE DESENVOLVE A PARTIR DE SEUS ESTUDOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO NO SER HUMANO, NA CRIANÇA, NA INTERAÇÃO DO SUJEITO-OBJETO, SOBRE QUAIS OS MECANISMOS E ETAPAS QUE UMA PESSOA USA PARA ADQUIRIR CONHECIMENTO E TRANSFORMAR ESTRUTURAS MENTAIS INTERAGINDO COM O MEIO AMBIENTE E SE APERFEIÇOANDO INTERNAMENTE DE UMA FORMA ORGÂNICA E GENETICAMENTE COMPLEXA ATÉ A VIDA ADULTA, ASSIMILANDO E ACOMODANDO O CONHECIMENTO EM ESTRUTURAS INTELECTUAIS. PREVÊ, PORTANTO, ETAPAS, ESTÁGIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA MATURAÇÃO, EXPERIÊNCIA, INTERAÇÃO SOCIAL E EQUILIBRAÇÃO.
AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DO COGNITIVISMO SÃO O CONSTRUTIVISMO (CONSISTE NA CONCLUSÃO DE QUE AS PESSOAS PENSAM DE FORMA DIFERENTE EM CADA ETAPA DA VIDA: COM O PENSAMENTO INTUITIVO, COM A ELABORAÇÃO DE OPERAÇÕES CONCRETAS, COM A ELABORAÇÃO DE OPERAÇÕES FORMAIS), INTERACIONISMO (CONSISTE NA COMPREENSÃO DE QUE A CULTURA É O ELO FUNDAMENTAL), E, APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, CUJO REPRESENTANTE É O NORTE-AMERICANO DAVID AUSUBEL (1918-2008) E, (CONSISTE NA VALORIZAÇÃO DO ELEMENTO DA EXPERIÊNCIA DO INDIVIDUO), NA DISPOSIÇÃO DO ALUNO PARA APRENDER E NAQUILO QUE LHE É OFERTADO EM SALA DE AULA.
A TEORIA HUMANISTA DESENVOLVE-SE A PARTIR DE ESTUDOS DIVERSOS E DE PRESSUPOSTOS BÁSICOS PARA SUA ABORDAGEM, DE QUE O COMPORTAMENTO ADVÉM DA EXPERIÊNCIA SUBJETIVA DO INDIVIDUO, DE SEU PONTO DE VISTA FENOMENOLÓGICO E DE QUE NÃO É SIMPLESMENTE A RESPOSTA DE UM EVENTO ATUAL OU PRETÉRITO ONDE O ALUNO É O SUJEITO DO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.
CARLS ROGERS (1902-1987), NOS ESTADOS UNIDOS COM SUA OBRA SOBRE A TERAPIA CENTRADA NO CLIENTE; LEV SEMENOVICH VYGOTSKY (1896-1934) NA RÚSSIA SOBRE A APRENDIZAGEM EM SALA DE AULA NA OBRA SOBRE A FORMAÇÃO SOCIAL DA MENTE; PAULO FREIRE (1921-1997) COM SUA OBRA SOBRE A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO, ONDE O EDUCANDO CRIA SUA PRÓPRIA EDUCAÇÃO (CONSISTE NA PEDAGOGIA CRÍTICA DOS CONTEÚDOS, EM UMA ABORDAGEM DIALÉTICA DA PEDAGOGIA).
Projeto Político Pedagógico - A Identidade da Escola
Artigo por Colunista Portal - Educação - terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Tamanho do texto: A A
No sentido etimológico, o termo projeto vem do latim projectu = lançado. É particípio passado do verbo projicere, que significa lançar para frente.  É um plano, intento, desígnio. Empreendimento. Plano geral de edificação.
Analisando com mais minúcia a  etimologia do termo Projeto Político Pedagógico, será mais fácil  familiarizar-se com o que ele  diz em suas entrelinhas:
PROJETO = vem do latim PROJICERE que significa lançar para frente;
POLÍTICA = refere-se à ciência ou arte de governar; orientação administrativa de um governo; princípios diretores da ação; conjunto dos princípios e dos objetivos que servem de guia a tomadas de decisão e que fornecem a base da planificação de atividades em determinado domínio; modo de se haver em qualquer assunto particular para se obter o que se deseja; estratégia; táctica;(Do grego politiké, «a arte de governar a cidade»).
PEDAGÓGICO = relativo ou conforme à pedagogia; que é teoria da arte, filosofia ou ciência da educação, com vista à definição dos seus fins e dos meios capazes de os realizar;
“Projeto Político Pedagógico: ação intencional. Compromisso sócio-político no sentido de compromisso com a formação do cidadão, para um tipo de sociedade e Pedagógico: no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas para que essas cumpram seus propósitos e sua intencionalidade”
Finalidade
Toda escola deve ter definida, para si mesma e para sua comunidade escolar, uma identidade e um conjunto orientador de princípios e de normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana.
O Projeto político pedagógico vê a escola como um todo em sua perspectiva estratégica, não apenas em sua dimensão pedagógica. É uma ferramenta gerencial que auxilia a escola a definir suas prioridades estratégicas, a converter as prioridades em metas educacionais e outras concretas, a decidir o que fazer para alcançar as metas de aprendizagem, a medir se os resultados foram atingidos e a avaliar o próprio desempenho.
O PPP é diferente de planejamento pedagógico. É um conjunto de princípios que norteiam a elaboração e a execução dos planejamentos, por isso, envolvem diretrizes  mais permanentes, que abarcam conceitos subjacentes à educação:
    - Conceitos Antropológicos: (relativos à existência humana)
    - Conceitos Epistemológicos: aquisição do conhecimento
    - Conceitos sobre Valores: pessoais, morais, étnico...
    - Político: direcionamento hierárquico, regras...
Importância de um Projeto para a escola
A relevância de um projeto escolar consiste no planejamento que, evita improvisação, serviço malfeito, perda de tempo e de dinheiro.
Com planejamento, fica bem claro o que se pretende e o que deve ser feito para se chegar aonde se quer. Um bom Projeto Político Pedagógico dá segurança à escola. Escolhem-se as melhores estratégias o que facilita seu trabalho, pois o mesmo está fundamentado no Projeto que norteia toda Unidade Escolar. Isso se faz imprescindível para  se ter um rumo, visando obtenção de resultados de forma mais eficiente, intensa, rápida e segura.
A escola deve buscar um ideal comum: fazer com que todos os alunos aprendam.  Uma boa sugestão é nomear comissões de pais e encarregá-las de organizar campeonatos esportivos nos finais de semana na quadra da escola, cuidar dos banheiros ou da biblioteca.
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner
A teoria das inteligências múltiplas foi estudada pelo psicólogo Howard Gardner como um contrapeso para o paradigma da inteligência única. Ele propôs que a vida humana requer o desenvolvimento de vários tipos de inteligências. Portanto, Gardner não entra em conflito com a definição científica de inteligência como sendo “a capacidade de resolver problemas ou fazer coisas importantes”.
Howard Gardner e seus colegas da prestigiada Universidade de Harvard advertiram que a inteligência acadêmica (obtida através de qualificações e méritos educacionais) não pode ser o fator decisivo para determinar a inteligência de uma pessoa. Gardner e seus colegas poderiam dizer que Stephen Hawking não tem mais inteligência do que Leo Messi, mas cada um desenvolve um tipo diferente.
A pesquisa de Howard Gardner identificou e definiu oito tipos diferentes de inteligência. Vamos ver com mais detalhes cada uma das inteligências propostas pela Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner.
Inteligência linguística
A capacidade de dominar a linguagem e se comunicar com outros é importante em todas as culturas. Desde pequeno o ser humano aprende a usar a língua nativa para ser capaz de se comunicar de forma eficaz. A inteligência linguística não só se refere à capacidade de comunicaçãooral, mas a outras formas de comunicação como a escrita, gestual, etc. Quem domina melhor essa capacidade de comunicação possui uma inteligência linguística superior. Algumas profissões enfatizam esse tipo de inteligência como, por exemplo, os políticos, escritores, poetas, jornalistas…
Inteligência lógico-matemática
Durante décadas a inteligência lógico-matemática foi considerada um tipo de inteligência bruta. Ela assumiu o eixo principal do conceito de inteligência, e foi usada como um ponto de referência para detectar o quão inteligente era uma pessoa. Como o próprio nome indica, este tipo de inteligência está ligada à capacidade de raciocínio lógico e resolução de problemas matemáticos. A velocidade para resolver estes problemas é o indicador que determina quanta inteligência lógico-matemática a pessoa tem. O famoso teste de quociente de inteligência (QI) é baseado neste tipo de inteligência e, em menor proporção, na inteligência linguística. Cientistas, economistas, acadêmicos, engenheiros e matemáticos muitas vezes se destacam neste tipo de inteligência.
Inteligência Espacial
A capacidade de observar o mundo e os objetos em diferentes perspectivas está relacionada a este tipo de inteligência, em que se destacam os profissionais de xadrez e artes visuais (pintores, designers, escultores…). Pessoas que se destacam nessa inteligência, geralmente têm habilidades que lhes permitem criar imagens mentais, desenhar e identificar detalhes, além de um sentimento pessoal de estética. Com essa inteligência desenvolvida, encontramos pintores, fotógrafos, designers, publicitários, arquitetos,  e outras profissões que exigem criatividade…
Inteligência Musical
A música é uma arte universal. Todas as culturas têm alguma forma de música, mais ou menos elaborada, levando Gardner e seus colegas a entenderem que há uma inteligência musical latente em todos. Algumas áreas do cérebro executam funções relacionadas ao desempenho e à composição da música. Como qualquer outro tipo de inteligência, você pode treinar e melhorar. Os mais favorecidos neste tipo de inteligência são aqueles capazes de tocar instrumentos, ler e compor peças musicais com facilidade.
Inteligência corporal e sinestésica
As habilidades motoras do corpo são necessárias para utilizar ferramentas ou para expressar certas emoções, é essencial para o desenvolvimento em qualquer cultura. A capacidade de usar ferramentas é considerada uma inteligência sinestésica corporal. Além disso, a capacidade intuitiva da inteligência corporal é utilizada para expressar sentimentos através do corpo. São particularmente brilhantes neste tipo de inteligência: dançarinos, atores, atletas e até mesmo cirurgiões e artistas plásticos, porque todos eles precisam usar racionalmente as suas capacidades físicas.
Inteligência intrapessoal
A inteligência intrapessoal se refere à inteligência que nos permite compreender e se controlar internamente. As pessoas que se destacam neste tipo de inteligência são capazes de acessar seus sentimentos e refletir sobre eles. Essa inteligência também lhes possibilita aprofundar a visão e compreender as razões sobre o porquê de uma pessoa ser do jeito que é.
Inteligência Interpessoal
A inteligência interpessoal nos permite ficar conscientes de coisas que os nossos sentidos não conseguem captar. É uma inteligência que nos possibilita interpretar palavras, gestos, objetivos e metas subentendidos em cada discurso. A inteligência interpessoal aprimora a nossa capacidade de empatia. É uma inteligência muito valiosa para as pessoas que trabalham com grandes grupos. Sua capacidade de detectar e compreender as circunstâncias e problemas dos outros será maior com a inteligência interpessoal. Professores, psicólogos, terapeutas, advogados e educadores são perfis que têm uma pontuação muito elevada neste tipo de inteligência descrita na teoria das inteligências múltiplas.
Inteligência naturalista
A inteligência naturalista detecta, diferencia e categoriza as questões relacionadas com a natureza, como espécies animais e vegetais ou fenômenos relacionados ao clima, geografia ou fenômenos naturais. Este tipo de inteligência foi adicionado mais tarde ao estudo original de Inteligências múltiplas de Gardner, em 1995. Gardner achou necessário incluir nesta categoria porque é uma das inteligências essenciais para a sobrevivência do ser humano e de outras espécies.
Contextualizando
Gardner afirma que todas as pessoas possuem cada um dos oito tipos de inteligência, embora cada tipo seja mais desenvolvido em algumas pessoas do que em outras, todos os oito tipos tem a mesma importância e não há uma mais valiosa que a outra. Em geral, precisamos utilizá-las para enfrentar a vida, independentemente da ocupação realizada. Afinal, a maioria dos trabalhos requer o uso da maioria dos tipos de inteligência. A educação ensinada na sala de aula é um procedimento destinado a avaliar os dois primeiros tipos de inteligência: linguística e lógica matemática. No entanto, esta educação é totalmente inadequada para educar os alunos na plenitude do seu potencial. A necessidade de mudança no paradigma educacional foi trazida à discussão pela Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner.
Bullying - Papel da escola
           
Em relação à escola, em primeiro lugar, deve conscientizar-se de que esse conflito relacional já é considerado um problema de saúde pública. Por isso, é preciso desenvolver um olhar mais observador tanto dos professores quanto dos demais profissionais ligados ao espaço escolar. Sendo assim, deve atentar-se para sinais de violência, procurando neutralizar os agressores, bem como assessorar as vítimas e transformar os espectadores em principais aliados.
Além disso, tomar algumas iniciativas preventivas do tipo: aumentar a supervisão na hora do recreio e intervalo; evitar em sala de aula menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por qualquer que seja o motivo. Também pode-se promover debates sobre as várias formas de violência, respeito mútuo e a afetividade tendo como foco as relações humanas.
Mas tais assuntos precisam fazer parte da rotina da escola como ações atitudinais e não apenas conceituais. De nada valerá falar sobre a não-violência, se os próprios profissionais em educação usam de atos agressivos, verbais ou não, contra seus alunos. Ou seja, procurar evitar a velha política do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.
Segundo Aramis Lopes Neto, coordenador do programa de bullying da ABRAPIA, “não se pode admitir que os alunos sofram violências que lhes tragam danos físicos ou psicológicos, que testemunhem tais fatos e se calem para que não sejam também agredidos e acabem por achá-los banais ou, pior ainda, diante da omissão e tolerâncias dos adultos, adotem comportamentos agressivos”.
Infelizmente estamos vivendo uma época em que a violência se torna cada vez mais presente em todas as instituições escolares.
A violência escolar nas últimas décadas adquiriu crescente dimensão em todas as sociedades, o que a torna questão preocupante devido à grande incidência de sua manifestação em todos os níveis de escolaridade. (FANTE, 2005 p.20)
As práticas de violência, discriminação e preconceito, vivenciadas pelos alunos no cotidiano escolar, têm se apresentado como um grande desafio para os professores, equipe gestora e toda comunidade escolar. Essas práticas, muitas vezes, podem causar dificuldades na aprendizagem e causar traumas ao longo da vida.
Acredita-se, que a prevenção começa pelo conhecimento. É preciso que as escolas reconheçam a existência do bullying e, sobretudo, esteja consciente de seus prejuízos para a personalidade e o desenvolvimento socioeducacional dos alunos.
Ainda há um grande número de profissionais da educação que não sabem distinguir entre condutas de bullying ou outros tipos de violência, por não ter um preparo para identificar e desenvolver estratégias pedagógicas para enfrentar os problemas no ambiente escolar.
O despreparo dos professores ocorre porque, tradicionalmente,nos cursos de formação acadêmica e nos cursos de capacitação, são treinados com técnicas que unicamente os habilitam para o ensino de suas disciplinas, não sendo valorizada e necessidade de lidarem com o afeto e muito menos com os conflitos e com os sentimentos dos alunos. (FANTE 2005 p.68)
Os professores deveriam ser preparados para educar a emoção dos seus alunos. Porém, muitos professores têm dificuldades emocionais para lidar com os problemas de maus tratos ou de violência que ocorrem dentro da sala de aula, e não tendo capacidade de lidar com esses problemas e de oferecer uma reposta eficaz a situação, acabam reagindo com agressividade.
A escola precisa capacitar seus profissionais para a observação, para que os mesmos possam identificar, diagnosticar e saber intervir nas situações do bullying ou até mesmo aos encaminhamentos corretos, levando o tema à discussão com toda a comunidade escolar e traçar estratégias que sejam capazes de fazer frente ao mesmo.
De acordo com Pedra (2008), além de todo o esforço da equipe escolar frente ao bullying, é preciso contar com a ajuda de consultores externos, como especialistas no tema, psicólogo e assistentes sociais.
CleoFante (2005), comenta que, a conscientização e a aceitação de que o bullying ocorre com maior ou menor incidência, em todas as escolas do mundo, independente características “culturais, econômicas e sociais dos alunos”, são fatores decisivos para iniciativas no combate à violência no contexto escolar. Para desenvolver estratégias de intervenção e prevenção ao bullying em uma escola, é necessário que a comunidade escolar esteja consciente da existência do mesmo, sobretudo, das conseqüências relacionadas aos envolvidos, a esse tipo de comportamento.
Desta forma, percebe-se que é primordial sensibilizar e envolver toda a comunidade escolar na luta pela redução do comportamento bullying.
Gabriel Chalita (2008), salienta que algumas atitudes simples por parte da direção escolar, podem ajudar a reduzir os casos de bullying no ambiente escolar. É necessário que toda equipe escolar, desde o primeiro dia de aula, esclareça sobre o que é bullying, e que não será tolerado condutas do mesmo nas dependências da escola. Todos os alunos devem se comprometer a não praticá-lo e a comunicar a direção escolar sempre que presenciarem ou forem vítimas da conduta do bullying.
É essencial que os professores promovam debates sobre bullying nas salas de aula, fazendo com que o assunto seja bastante divulgado e assimilado pelos alunos. Estimular os estudantes a fazerem pesquisas sobre o tema na escola, para saber o que alunos, professores e funcionários pensam sobre o bullying e como acham que se deve lidar com esse assunto.
Sempre que ocorrer alguma situação de bullying, procurar lidar com ela diretamente, investigando os fatos, conversando com autores e vítimas. É relevante que os profissionais da educação interfiram diretamente nos grupos de alunos envolvidos sempre que for necessário para “romper a dinâmica” de bullying, orientando os alunos a sentarem em lugares previamente indicados, mantendo afastados os possíveis autores de suas vítimas.
O mesmo autor comenta que, é relevante que os professores incluam na rotina escolar de seus alunos, estratégias que amenizem as causas do bullying. A dramatização é uma “ferramenta excepcional’ para fazer crianças e jovens vivenciarem papéis. É essencial discutir sempre as experiências depois de dramatizadas. O trabalho com filmes e letras de músicas também permite uma reflexão crítica e significativa, com possibilidade de minimizar as manifestações de comportamentos agressivos.
De acordo com Pedra (2008), as atividades em salas de aula em forma de redação onde os alunos são estimulados a falar no anonimato sobre a sua vida na escola, ou seja, seu relacionamento com os colegas ajudará a romper o silêncio e possibilitará a expressão de emoções e sentimentos.
O mesmo autor comenta que, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental é primordial trabalhar por meio de histórias ou fábulas que trabalhem o preconceito ou qualquer outra forma de exclusão e discriminação.
É essencial tanto a participação do professor quanto dos alunos. O professor de um lado tem o dever de transmitir o papel ético, problematizar valores e regras morais através da afetividade e racionalidade visando ao desenvolvimento moral e à socialização e os alunos o papel de entender e cooperar com as ações do professor. A escola, juntamente com os professores tem a função de trabalhar conteúdos relacionados aos valores, como o diálogo, o respeito, e a solidariedade.
Com o diálogo o professor faz com que os alunos agressores reflitam sobre suas atitudes agressivas e as consequências que podem gerar nos alunos agredidos. Fazendo-os refletir como deveria ser uma escola onde todos sentissem felizes, seguros e respeitados.
Ao trabalhar o respeito, tem como objetivo mostrar a diferença entre as pessoas, o respeito pelo ser humano independente de sua origem social, etnia, religião, sexo, opinião e cultura, bem como nas manifestações culturais, étnicas e religiosas. O respeito tem a condição necessária para o convívio social democrático.
Por mais que o professor seja presente e trabalhe com seus alunos o respeito mútuo, a justiça e a solidariedade, em sala de aula, é quase que impossível que não haja conflitos entre eles. Portanto, a escola deve estimular o ensino e o desenvolvimento de atitudes que valorizem a prática da tolerância e da solidariedade entre os alunos. O incentivo ao exercício da solidariedade é um fator motivador de mudanças, pois estimula a amizade, a cooperação e o companheirismo no ambiente escolar.
De acordo com Pedra (2008), há casos em que alunos praticantes de bullyingse convertem em “alunos solidários”, passando a auxiliar seus colegas dentro e fora da sala de aula, em especial aqueles que outrora eram suas vítimas. Ou até mesmo as modificações na postura de alguns professores, que após reconhecerem as práticas do bullying decide mudar suas atitudes.
Como a escola deve denunciar os casos de Bullying?
Entende-se que, inicialmente os casos de bullying devem se resolvidos na escola, por meio de ações pedagógicas.
De acordo com Pedra (2008, p.110), quando a escola, não consegue solucionar o problema, “deve-se orientar o aluno agressor e aplicar a ele a pena prevista pelo regimento interno escolar, além de alertar seus pais ou responsáveis”.
Dependendo da gravidade do caso, deve-se encaminhá-lo diretamente ao Conselho Tutelar. Se houver lesão corporal, calúnia, injúria ou difamação, o pai ou responsável dever procurar uma delegacia de polícia para fazer boletim de ocorrência.
O autor, comenta que, é necessário sempre ter o cuidado para não expor crianças e adolescentes a situações constrangedoras no momento da revista pessoal. Se o aluno for menor de 12 anos, é preciso convocar um representante do Conselho Tutelar para dar os encaminhamentos legais. Se for maior de 12 anos, a polícia dever ser acionada para encaminhar o caso a Justiça.
Programas de Redução do Bullying no BrasiL
A mídia tem divulgado o tema bullying, principalmente após as tragédias ocorridas em inúmeras escolas de diversos países. Essas tragédias são resultantes dos sofrimentos das vítimas.
Segundo Pedra (2008, pg.56), já foram registradas no Brasil algumas tragédias em escolas tendo o bullying como causa principal, com envolvimento das vítimas que sofreram agressões. No interior de São Paulo um jovem atirou contra cinquenta pessoas durante o recreio da escola onde estudava, atingindo oito pessoas e em seguida se matou com um tiro na cabeça. Esse jovem era considerado gordo, pois estava acima do peso dos padrões estabelecidos pelo grupo. Era sempre ofendido, apelidado pejorativamente, e humilhado.
E que na cidade de Remanso, no interior baiano um jovem de dezessete anos protagonizou uma tragédia, após ser humilhado e ridicularizado na escola na frente dos colegas, foi até a casa de seu agressor um garoto de trezeanos, e disparou um tiro em sua cabeça.
Após a tragédia retornou a escola e tentou matar uma professora de que não gostava, sendo impedido por uma funcionária, que foi atingida com tiros na cabeça. No bolso do adolescente foi encontrado um bilhete dizendo que queria matar mais de cem pessoas e ser reconhecido na história como o “terrorista suicida brasileiro”.
Segundo o diário web (outubro de 2009), na cidade de Fernandópolis a Vara de Infância e Juventude determinou que dois adolescentes entre quinze e dezesseis anos cumprissem medidas sócioeducativa por tempo indeterminado, por ter cometido condutas de bullying. O juiz determinou que a medida fosse cumprida em semiliberdade. Os adolescentes foram punidos por terem agredido fisicamente um estudante de dez anos no pátio da escola, desde então eles estão internados provisoriamente na Fundação Casa (Antiga Febem). Por não existir o termo bullyin juridicamente, eles foram punidos por agressão.
No Brasil, o tema violência tornou-se prioridade em todas as escolas, motivo pelos quais inúmeros projetos e programas antibullying estão sendo desenvolvidos, com o objetivo de diminuir a violência nas escolas.
Na cidade do Rio de Janeiro, a ABRAPIA, que é uma organização não governamental, no ano de 2002 e 2003, em parceria com a Petrobrás Social, juntamente com 11 escolas, desenvolveu o Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre estudantes. O objetivo desse projeto era diagnosticar as situações de bullying entre alunos. 
Atualmente o “O Observatório da Infância” vem ampliando o trabalho de divulgação dos direitos da criança e do adolescente, dando continuidade nos projetos da ABRAPIA, que paralisou seus trabalhos devido à falta de apoio financeiro.
Fante, desenvolveu O Programa Educar para a Paz, que foi implantado nas escolas de São José do Rio Preto, composto de estratégias psicopedagógicas e socioeducacionais que visam à intervenção e a prevenção da violência nas escolas, com foque específico na redução do bullying nas escolas.
De acordo com Pedra (2008), atualmente no Distrito Federal o Cemeobes implantou o Programa Educar para a Paz em duas escolas, sendo composta por profissionais voluntários das áreas de Educação, Saúde, Segurança Pública, Assistência Social e Conselho Tutelar.
Segundo a ABRAPIA, a implantação de um programa para prevenir e reduzir o bullying, para que obtenha resultados positivos, é necessário saber que não existem soluções simples para a resolução do bullying, pois ele é complexo e variável. Entretanto, a cooperação dos professores, alunos, gestores e pais, é uma das formas de tentar prevenir o bullying nas escolas.
	Transtornos alimentares: conhecimentos necessários
para professores de Educação Física
	
	 
	Mestrando em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis-SC
(Brasil)
	Diego Augusto Santos Silva
diego-edf@hotmail.com
	 
 
	 
	Resumo
          O ato de alimentar-se é uma necessidade humana vital. No entanto, a relação do alimento com o peso ou com a imagem corpórea nem sempre é harmoniosa, o que resulta em desequilíbrios da conduta alimentar. Exemplos disso são os transtornos alimentares, anorexia e a bulimia nervosa que, têm componentes psicossomáticos desencadeados pela distorção da imagem corporal e medo mórbido de engordar. Os professores possuidores de um olhar crítico sobre essa busca indiscriminada pela magreza podem participar do processo discutindo a estética no contexto cultural, social e econômico. As mudanças de comportamento podem algumas vezes ser notada pelos professores, antes mesmo que os pais. Assim, faz-se necessário que os professores de educação física saibam identificar qualquer alteração comportamental e que estabeleçam limites que diferenciem uma prática de exercício saudável de exercícios obsessivos, como também orientar à coordenação da escola e familiares se perceberem algumas alterações no comportamento dos alunos. Objetivo: Apresentar subsídios para que os professores possam identificar precocemente possíveis transtornos alimentares, aumentando a chance de uma recuperação desses adolescentes. Metodologia: Para tanto o tipo de pesquisa utilizado foi a bibliográfica. A técnica da pesquisa foi o levantamento de dados, por meio de artigos vinculados ao tema, livros, anais de eventos, bem como de uma busca na internet, seguido de análises textuais, interpretativa e crítica. Resultados:Muitos sintomas simples são possíveis de serem observados na própria escola, tanto sobre anorexia quanto bulimia nervosa, fazendo-se necessário o conhecimento dos professores sobre esta temática. Conclusões: Embora o professor de Educação Física não possa prescrever tratamento para estes transtornos alimentares, nem estude aprofundadamente estes assuntos na sua formação, conhecimentos básicos e simples na observação dos alunos podem servir para orientações acerca da temática junto à comunidade.
          Unitermos: Anorexia nervosa. Bulimia nervosa. Educação Física.
	 
	
	http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 121 - Junio de 2008
	
1 / 1 
Introdução
    O ato de alimentar-se é uma necessidade humana vital. No entanto, a relação do alimento com o peso ou com a imagem corpórea nem sempre é harmoniosa, o que resulta em desequilíbrios da conduta alimentar. Exemplos disso são os transtornos alimentares, anorexia e a bulimia nervosa que, têm componentes psicossomáticos desencadeados pela distorção da imagem corporal e medo mórbido de engordar.
    Segundo Vilela et al (2004), a prevalência da anorexia nervosa é de 1% na população geral e a de bulimia 4%, acometendo principalmente a população feminina com idade entre 13 e 30 anos. Conforme Bighetti (2003), a prevalência mundial de bulimia nervosa está estimada em 1:100.000, porém ao considerar mulheres jovens e brancas de países desenvolvidos, essa taxa se eleva para 1:200.000. Esses distúrbios se manifestam prioritariamente nos extratos mais elevados da sociedade, de países desenvolvidos e, em desenvolvimento.
    O modelo cultural que supervaloriza os corpos delgados tem propiciado o aumento da incidência desses transtornos entre adolescentes. Os meios de comunicação têm reforçado o “culto à magreza” que associa esse padrão estético à idéia de liberdade, sucesso e aceitação social. A escola com seu papel crítico e analítico podem contribuir com estudos sobre o valor social que esses padrões impõem na vida dos adolescentes. Os professores possuidores de um olhar crítico sobre essa busca indiscriminada pela magreza podem participar do processo discutindo a estética no contexto cultural, social e econômico. As mudanças de comportamento podem algumas vezes ser notada pelos professores, antes mesmo que os pais. Assim, faz-se necessário que os professores de educação física saibam identificar qualquer alteração comportamental e que estabeleçam limites que diferenciem uma prática de exercício saudável de exercícios obsessivos, como também orientar à coordenação da escola e familiares se perceberem algumas alterações no comportamento dos alunos.
    Esse projeto quer contribuir com a discussão apresentando subsídios para que os professores possam identificar precocemente possíveis transtornos, aumentando a chance de uma recuperação desses adolescentes.
Metodologia
    Para tanto o tipo de pesquisa utilizado foi a bibliográfica. A técnica da pesquisa foi o levantamento de dados, por meio de artigos vinculados ao tema, livros, anais de eventos, bem como de uma busca na internet, seguido de análises textuais, interpretativa e crítica.
Comportamento alimentar de risco e transtornos alimentares
    Durante muito tempo, os transtornos alimentares foram entendidos como problemas secundários. Segundo Busse& Silva (2004) foi no ano de 1980 que anorexia e bulimia nervosas foram reconhecidas como síndromes que possuíam sérias complicações, entrando no Manual Estatístico e Diagnóstico de Desordens Mentais (DSM-III).
    No conceito de Borges et al (2006) os transtornosalimentares (TAs) são doenças psiquiátricas caracterizada por graves alterações do comportamento alimentar e que, em sua maioria, afetam adolescentes e adultos jovens do sexo feminino. Os principais distúrbios são anorexia e bulimia nervosas.
    Ballone (2005) fala que já existe o chamado comportamento de risco para desenvolver distúrbio alimentar. Segundo ele, muito antes da doença esta estabelecida, os pacientes já apresentavam alguma alteração emocional e comportamental. São alterações na forma de perceberem seus corpos (dismorfia) e no hábito de fazer dietas.
    A dieta para emagrecer surge como fator precipitante mais freqüente nos transtornos alimentares (TAs). Morgan et al (2002) relatam que estudos longitudinais demonstram claramente que a dieta aumenta de modo considerável o risco para os distúrbios alimentares. Indivíduos que faziam dieta tiveram um risco 18 vezes maior para o desenvolvimento de algum transtorno do que aqueles que não faziam dieta.
    A magreza evidenciada no modelo sociocultural ocidental tem contribuído no aumento da ocorrência desses distúrbios. Conforme Bighetti (2003) o culto a magreza transmitida pelos meios de comunicação, propagam a mensagem na qual aliam a idéia de um corpo magro e esbelto à imagem de poder, autonomia e sucesso.
    Para adequar-se a esse padrão, muitas mulheres fazem uso de vários artifícios como às dietas restritivas, anorexígenos, purgativos, fumo, exercícios físicos excessivos e vômitos auto-induzidos. Conforme Ribeiro (1998), em muitos casos a anorexia se instala a partir das dietas de emagrecimento aliada aos programas exaustivos de exercícios físicos. Souto & Ferro-Bucher (2006), citam o estudo de Ibaca, o qual verificou que dos 90 casos de transtorno alimentar, todos indicaram sua gênese a partir de dietas severamente restritivas.
    Outro dado alarmante é o enorme uso de anorexígenos anfetamínicos como auxiliadores para o emagrecimento mais rápido. Rozenfeld (2007) declara que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, reconhecem o Brasil como maior consumidor mundial desses inibidores de apetite, consumindo diariamente 9,1 doses por grupo de mil habitantes.
    Esses anorexígenos produzem efeitos adversos como: dependência química, insônia, irritabilidade, taquicardia, hipertensão arterial, depressão, ansiedade e pânico. Todos estes condizentes com o quadro clínico da anorexia e bulimia.
    De acordo com Baptista &Pandini (2005), atualmente esses transtornos tem alcançado níveis altos na sociedade, sendo responsáveis por grande número de mortes entre todos os outros distúrbios psíquicos conhecidos. Esses transtornos normalmente se manifestam associadas a outras doenças psiquiátricas, o que explica o alto índice de mortalidade.
    Conforme Borges et al (2006) os transtornos estão associados com:
Abuso e dependência de drogas e álcool (12-40%);
Síndromes depressivas (50-75%);
Transtornos ansiosos como fobia social e transtorno obsessivo-compulsivo (15-35%);
Transtorno de personalidade (40-75%).
    A anorexia e a bulimia nervosas são doenças resultantes de um somatório de fatores. Baptista &Pandini (2005) pontuou alguns fatores como: genéticos, nos quais os parentes de 1° grau possuem um risco oito vezes maior de desenvolver algum distúrbio do que a população em geral; biológicos, são alterações hormonais, durante a puberdade e as disfunções dos neurotransmissores cerebrais responsáveis por manter o equilíbrio da conduta alimentar e manutenção do peso; e os comportamentos que incluem relacionamentos familiares, sadios e conflituosos.
    Ballone (2005) cita que de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM-IV), a prevalência da anorexia na população adolescente e juvenil está em 0,5 % e 1% e da bulimia entre 1% e 3%.
    Esses números vêm aumentando a cada ano, atingindo as idades mais tenras. Segundo o mesmo autor, as estatísticas apontam que 90% das pessoas portadores desses transtornos alimentares são mulheres e, entre elas, aquelas com idade entre 14 e 18 anos. Apesar de que essa idade vem decrescendo para meninas menores de 12 anos.
    As indústrias do emagrecimento têm investido muito dinheiro em um padrão estético inatingível para a maioria das mulheres. Segundo Vilela et al (2004), os Transtornos Alimentares são mais prevalentes nos países industrializados e em desenvolvimento. Esses transtornos surgem nas camadas mais elevadas da sociedade. Na descrição de Borges et al (2006), o perfil dos portadores desses distúrbios são adolescentes do sexo feminino, raça branca e alto nível sócio-econômico e cultural. Reforçando essa idéia, Cordas (1993) apud Neves (2003) cita que adolescentes do sexo feminino, geralmente pertencentes à classe média e média alta, desenvolvem distúrbios alimentares devido à procura incansável pela magreza.
    A indústria cultural com o seu potencial de manipulação ideológico tem investido em formas simbólicas de beleza, transformando-as em universais.
Anorexia Nervosa
    A palavra anorexia originou-se do grego ann= sem e orexis= desejo ou apetite, ou seja, designa falta de apetite. A primeira descrição de quadros que correspondiam a anorexia nervosa foi em 1691, pelo médico inglês Richard Morton. Após este, outros autores descreveram seus sintomas cientificamente como, Gull em 1868 que a chamou de “Apepsia Histérica”, Lasègue em 1873, a denominou de “Anorexia Histérica” e Sollier em 1895 como “Anorexia Mental”. (BUSSE & SILVA, 2004)
    A anorexia é uma síndrome psicossomática caracterizada pela limitação voluntária da ingestão alimentar devido ao medo mórbido de engordar, perdendo assim peso gradativamente. Outra característica é a distorção da auto-imagem corpórea, em que mesmo possuindo um corpo magro, percebem-se algumas vezes muito acima do peso.
    O termo anorexia (falta de apetite) estaria incorreto, pois nas fases iniciais não há perda de apetite, mas uma luta particular para não se alimentar.
    Conforme Borges et al (2006), freqüentemente os quadros de anorexia se instalam a partir da elaboração de uma dieta, em que eliminam do seu cardápio alimentos que julgam mais calóricos, passando a diminuírem o número de refeições diárias. Paulatinamente os indivíduos passam a viver em função das dietas, do peso, das atividades físicas, das tabelas de calorias e do medo patológico de engordar.
    De acordo com Baptista &Pandini (2005) quando uma pessoa portadora desse distúrbio restringe rigorosamente sua alimentação, a ponto de seu Índice de Massa Corpórea (IMC) ser igual ou abaixo de 15, o seu estado já esta numa fase crítica.
    Coincidentemente as pessoas que pertencem ao grupo de risco são aquelas que, pela profissão se preocupam demasiadamente com o peso e a forma física (modelos, bailarinas, ginastas, artistas e etc.). Alguns autores comentam ainda que a incidência de anorexia nervosa nas escolas de dança (balé) e entre modelos é de 1% a 4%. Geralmente, as anoréxicas pertencem às camadas de maior poder aquisitivo e estudam em escolas particulares. (BUSSE & SILVA, 2004)
    São vários os fatores que contribuem na etiologia da anorexia nervosa: biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares. Normalmente esse transtorno se manifesta associado a outros distúrbios psicológicos que segundo Bighetti (2003) são: ansiedades, depressão, fobias, compulsões, preocupação obsessiva, e atitudes excêntricas em relação aos alimentos. Essas atitudes excêntricas podem ser entendidas pelo fato das anoréticas prepararem calóricos e deliciosos pratos para parentes ou amigos, sem pelo menos experimentá-los. Outro comportamento é o ato de cortarem seus alimentos em pequenos pedaços.
    Furlan (2006) descreve a anorexia como um dos transtornos de comportamento alimentar que atinge habitualmente adolescente e mulheres jovens, sendo a terceira enfermidade crônica mais comum desse grupo. Ela ocorre preferencialmente na puberdade em torno de 12-16 anos, e quase que exclusivamente em mulheres,sendo 8 a 10 vezes maior que nos homens.
    Conforme Rozenfeld et al (2007), de 1999 a 2003, foram 141 os casos de óbito notificados como causados pela anorexia nervosa (média de uma morte a cada treze dias).
    De acordo com Borges et al (2006), 20% das anoréticas falecem em razão das complicações próprias da doença e do suicídio; 30% a 40% têm recuperação completa não voltando a apresentar mais os sintomas da doença e os outros 30% a 40% tem uma evolução intermediária, oscilando entre períodos de melhoras e agravos da doença. São estimativas que revelam o alto índice de mortalidade e de reincidência da doença.
    Conforme o autor supracitado, os critérios diagnósticos para anorexia nervosa segundo a DSM-IV são:
Recusa em manter o peso corporal dentro ou acima do mínimo adequado a idade e altura.
Medo intenso de ganhar peso ou tornar-se obeso, mesmo se abaixo do normal.
Distúrbio da auto-imagem corporal.
Amenorréia em mulheres após a menarca (ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos).
    A anorexia também pode vir acompanhada por episódios de compulsões ou purgações regulares. Esta subdividida em Restritiva, quando a perda de peso é conseguida através de dietas, jejuns e exercícios físicos excessivos e a Compulsão Periódica/Purgativa, quando o indivíduo após comer compulsivamente, faz uso de atitudes purgativas. Este subtipo é mais freqüente entre as anoréxicas, mesmo aquelas que não comem de forma compulsiva, fazem uso de laxantes, diuréticos e vômitos auto-induzidos. (BAPTISTA & PANDINI, 2006)
    Os indivíduos que desenvolvem esse distúrbio não admitem estar doentes. Muitos escondem dos parentes os sintomas, evitam fazer refeições junto com a família, camuflam sua magreza vestindo várias peças de roupa. São perfeccionistas e inteligentes; costumam praticar atividades físicas excessivamente como faxinar a casa, subir e descer escadas, passar horas malhando.
    Como a anorexia é de difícil diagnóstico, é preciso ficar alerta aos sinais, que de acordo com Baptista &Pandini (2005) pode ser:
Perda de uma quantidade significativa do peso corporal;
Peso corporal muito abaixo para um bom desempenho atlético;
Preocupação com a dieta, contagem de calorias, preparo e ingestão de alimentos (grande preocupação com a restrição alimentar);
Necessidade compulsiva de realizar atividades físicas contínuas e vigorosas que ultrapassa as exigências de treinamento para um desporto específico;
Manutenção de uma aparência “magra” (peso corporal inferior a 85% do peso esperado);
Episódios esporádicos de exagero alimentar e de purgação (sentimentos de culpa);
Preocupação em ser “por demais gordo (a)” apesar da manutenção de um peso corporal normal (grandes preocupações com a estética).
    Para uma avaliação adequada, deve ser realizada uma mensuração da ingesta alimentar (quantidade e qualidade), da atividade física e dos aspectos psicopatológicos associados à imagem corporal, aos episódios bulímicos e aos comportamentos purgativos (BAPTISTA & PANDINI, 2006).
    Quando diagnosticado precocemente, pode ser evitada perda de peso acentuada e outras complicações, aumentando a chance de uma completa recuperação. Geralmente as complicações advindas da anorexia estão associadas ao processo de desnutrição.
    Uma forma de avaliar a gravidade da desnutrição é calculando o Índice de Massa Corporal (IMC) da paciente. Obtêm-se o IMC pela divisão do peso pela altura ao quadrado (kg/m2), a classificação está disposta na tabela 1.
 
	Tabela 1. Índice de Massa Corpórea
	Classificação
	Valor do IMC
	Desnutrição Crônica
	12,0
	Desnutrição
	< 18,5
	Baixo Peso
	18,5 - 19,9
	Normal
	20,0 - 24,9
	Sobrepeso
	25,0 - 29,9
	Obeso
	> 30,0
	Obeso Grau I
	25,0 - 29,9
	Obeso Grau II
	30,0 - 39,9
	Obeso Grau III
	> 40,0
Adaptado de Fernandes Filho (1999)
 
As principais complicções clínicas da anorexia estão configuradas na tabela 2.
 
	Tabela 2. Complicações Clínicas da Anorexia Nervosa
	Anorexia Nervosa
	Pele e anexos
	Pele com aspecto amarelado pela hipercarotenemia, pele seca, lanugo, cabelos finos, unas quebradiças e perda de cabelo.
	Sistema gastrointestinal
	Retardo do esvaziamento gástrico, constipação, pancreatite, alteração de enzimas hepáticas, diminuição do peristaltismo intestinal.
	Sistema cardiovascular
	Bradicardia, hipotensão, arritmias, insuficiência cardíaca, miocardiopatia, alterações do eletrocardiograma, parada cardíaca.
	Sistema renal
	Edema, cálculo renal, elevação de uréia devido à desidratação ou ao catabolismo protéico.
	Sistema hematológico
	Anemia, leucopenia, trombocitopenia
	Sistema reprodutivo
	Infertilidade, amenorréia, recém nascido com baixo peso
	Sistema metabólico
	Hipocalemia, hiponatremia, hipoglicemia, desidratação.
	Sistema endocrinológico
	Amenorréia, diminuição de gonadotrofina, hormônio luteinizante e estrogênio, aumento do hormônio de crescimento e cortisol, diminuição do T3 reverso, hipocolesterolemia
	Outras alterações
	Hipotermia, intolerância ao frio, convulsões, osteopenia/osteoporose, alterações inespecíficas ao eletroencefalograma.
Adaptado de Borges et al (2006)
    O tratamento da anorexia segue algumas etapas: a psicoterapia individual, a psicoterapia familiar, a psicofarmacoterapia, a terapia cognitiva e nos casos mais graves, a hospitalização. Nos casos de tratamento hospitalar, Flaherty (1990) apud Busse& Silva (2004) estabeleceu os seguintes critérios:
Rápida perda de peso, maior do que 30% ao longo de seis meses;
Severa perda de energia; e
Hipocalemia ou alterações eletrocardiográficas.
    Os antidepressivos são usados no tratamento aliando-se a outras modalidades terapêuticas. Busse e Silva (2004), tratando pacientes anoréxicas com 75 mg diários de clorpromazina, obtiveram remissão total de seus sintomas. Atualmente, cada antidepressivo é administrado com doses particulares, sendo os mais utilizados: Amitriptilina, clorimipramina, maprotilina, trazodona e fluoxetina.
Bulimia Nervosa
    O termo bulimia deriva de bou (grande quantidade de) ou de boul (boi) e limos (fome) designando fome de comer um boi. A bulimia foi primeiro observada por Gull em 1870. Os novos casos começaram a ser descritos em 1940 por Binswager. Em 1970, Bruch observou que menos de 25 % de suas pacientes anoréxicas eram bulímicas. Esse dado dobrou em 1980, passando para mais de 50%. Nesse mesmo ano, esses distúrbios entraram como síndromes independentes no Manual Estatístico e Diagnóstico de Desordens Mentais (DSM-IV). (BUSSE & SILVA, 2004)
    Esse transtorno alimentar é uma síndrome caracterizada por ingerir grande quantidade de comida compulsivamente (binge-eating), compensando o exagero com episódios de vômitos auto-induzidos, podendo também ser acompanhado do uso de laxantes e diuréticos. Esses acessos incontroláveis de ingestão alimentar, segundo Ribeiro (1998) são acompanhados de sentimentos de culpa, vergonha e depressão pela falta de controle frente os alimentos.
    Apesar de se manifestar na maioria dos casos associadas, a bulimia possui seus próprios sintomas, diferindo-se da anorexia em alguns aspectos. Vilela et al (2004), relatam que bulimia não leva a um estado nutricional tão desgastado quanto a anorexia, assim como a distorção da auto-imagem corpórea é menor. As pessoas que têm bulimia não têm o desejo doentio de emagrecer cada vez mais. Geralmente, conseguem manter o peso próximo da normalidade (IMC entre 20,0 e 24,9 kg/m²), em alguns casos apresentando sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9 kg/m2).
    Conforme Borges et al (2006), os critérios diagnósticos da bulimia proposta pela DSM-IV são:
Episódios recorrentes de compulsão alimentar que pode ser caracterizada por:
Comer em um período de duas horas grande quantidade de alimentos;
Sentimento de perda de controle alimentar durante o episódio;
Comportamento compensatório para prevenir o ganho de peso: vômitos auto-induzidos, abuso de laxantes, diuréticos, enemas ou outras drogas, jejum ou exercícios excessivos;Compulsão alimentar e comportamento compensatório ocorrendo duas vezes/semana, por pelo menos três meses.
Preocupação excessiva com a forma corporal e o peso;
O distúrbio não ocorre durante os episódios de anorexia nervosa;
    Ela ainda pode se manifestar fazendo uso regular de purgativos como laxantes, diuréticos e auto-indução a vômitos e pode não se valer da purgação (regular). Os bulímicos pertencentes a esse subtipo, quando em momentos compensatórios (após a ingesta alimentar), utilizam-se de jejuns ou exercícios excessivos. (BAPTISTA & PANDINI, 2005)
    A investigação diagnóstica para bulimia nervosa tem como principal objetivo a detecção precoce dos indícios. Entretanto, esse diagnóstico é muito difícil de acordo com Silva et al (2006), porque seus sintomas são menos perceptíveis que a anorexia. É necessário estar atento aos sinais que segundo Baptista &Pandini (2005) são:
Aumento e perdas freqüentes de peso corporal (devido à ingestão e logo após e purgação);
Idas ao banheiro após as refeições (para estimular o vômito);
Temor de não ser capaz de controlar a comida (medo de não ter autocontrole sobre os alimentos);
Comer quando deprimido (uma forma de aliviar os problemas);
Dieta compulsiva após episódios de alimentação exagerada;
Grandes desvios de humor, depressão, isolamento;
“Orgias alimentares” escondido de outras pessoas;
Preocupação excessiva com o peso, a estatura e a composição corporal.
    Todos os fatores que contribuem na etiologia da Bulimia Nervosa estão em complexa interação, são eles: socioculturais, familiares, biológicos e psicológicos. A indústria do emagrecimento tem reforçado o ideal de beleza magro, associando-o à modernidade.
    Os fatores socioculturais têm um grande papel na gênese da bulimia: a preocupação da sociedade com a silhueta delgada das mulheres, como nos grupos de risco compostos por bailarinas, manequins etc., em que são encontradas altíssimas freqüênciasbulímicas.(BUSSE & SILVA, 2004)
    A história familiar das bulímicas é marcada por conflitos familiares e abuso sexual na infância e/ou na adolescência. São violências físicas e verbais proferidas principalmente pela figura masculina (pai, marido etc.) que afetam o controle emocional. De acordo com Busse& Silva (2004) a origem das necessidades de punição das pacientes bulímicas como um enorme reservatório de agressão inconsciente dirigidas às figuras paternas. É como se sua raiva fosse transferida para o alimento e destruída na garganta.
    A maioria dos indivíduos que desenvolvem esse transtorno alimentar é do sexo feminino, numa proporção de 9:1. A parcela da população que desenvolve esse transtorno é adolescente com idade entre 16-18 anos. Ballone (2003) estima que 50% dos casos de bulimia nervosa ocorrem antes dos 18 anos.
    O fato é que sua incidência é elevada e desencadeia complicações sérias para a saúde do portador desse transtorno. As complicações mais comuns estão descritas na tabela 3.
 
	Tabela 3. Complicações Clínicas da Bulimia
	Bulimia Nervosa
	Pele e anexos
	Calosidades no dorso da mão, pela lesão da pele com os dentes ao provocar o vômito (sinal de Russel), erosão do esmalte dentário e cáries.
	Sistema gastrointestinal
	Dor abdominal, gastrite, esofagite, erosões gastroesofágicas, sangramentos, constipação, prolapso retal. Nos casos mais graves, perfuração esofágica e ruptura gástrica.
	Sistema cardiovascular
	Bradicardia, hipotenção, arritmias, insuficiência cardíaca, miocardiopatia por ipepac, alterações do eletrocardiograma, parada cardíaca.
	Sistema reprodutivo
	Irregularidade menstrual.
	Sistema metabólico
	Hipocalemia, hipoecloremia, hiponatremia, hipoglicemia, alcalose metabólica, desidratação.
	Sistema endócrino
	Irregularidade menstrual
	Outras alterações
	Hipertrofia das glândulas parótidas decorrentes dos vômitos, podendo ter aumento da fração de amilase produzida no local.
Adaptado de Borges et al (2006)
    Conforme Hezorg (1996) apud Borges et al (2006), existe chance de uma boa recuperação em 60% dos bulímicos, 30% possuem uma evolução mediana e o restante apresenta sérias complicações.
    O tratamento da bulimia nervosa deve ser multidisciplinar, com atendimento psiquiátrico, psicológico e nutricional, uma vez que vários fatores contribuem para o a aparecimento e a manutenção desse transtorno alimentar.
    O desenvolvimento de novas técnicas psicoterápicas e a inovação dos psicofármacos trouxeram mais opções para o tratamento de distúrbios alimentares.
    Como a bulimia possui uma forte associação com desordens afetivas, principalmente a depressão, o tratamento farmacológico com antidepressivos tricíclicos (TCAs) e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) demonstrou-se importante na redução da freqüência de episódios bulímicos e vômitos, além de atuar nos sintomas de ansiedade e depressão. Dentre os primeiros, a desipramina e imipramina mostraram benefícios, enquanto a amitriptilina mostrou-se desfavorável. (SILVA et al, 2006).
Referências
APOSTILA GESTÃO
O GESTOR ESCOLAR – GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA
"A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."                                                               Paulo Freire
1 - Gestão Democrática
O sentido etimológico do termo gestão vem do “gestio", que por sua vez vem de "gerere" (trazer em, produzir). Gestão é o ato de administrar um bem fora de si (alheio), “mas também é algo que traz em si porque nele está contido. E o conteúdo deste bem é a própria capacidade de participação, sinal maior da democracia". (CURY: 1997). O mundo atual está sendo marcado por profundas mudanças devido ao processo de reestruturação capitalista e de internalização e globalização da economia. Em conseqüência disso, é natural que o modo de pensar de cada pessoa acompanhe estas transformações, no sentido de fazer reflexões e ir em busca de soluções para os problemas encontrados no decorrer da história do Brasil.
A gestão da escola pública no Brasil é o resultado do movimento de profissionais da educação que se empenham para ter o reconhecimento estabelecido por lei. Embora a gestão democrática da educação figure como a norma jurídica desde a Constituição Federal de 1988, sua interpretação é variada de acordo com o local e o pensamento das pessoas envolvidas. Inúmeras propostas no campo educacional surgiram na década de 90, principalmente com relação 'a gestão da educação, pois estas propostas comportam preocupações em torno dos objetivos, meios e fins, aos quais, a educação pública deve atender. São discussões que envolvem um enorme conjunto de problemas e questões da gestão da educação os quais não se restringem somente aos aspectos e característica do ensino formal e regular, mas vão além desses limites, abrangendo também o ensino informal.
A movimentação em torno das reformas administrativas no setor educacional é intensa. Vive-se atualmente em constantes debates em torno da gestão da educação. Isso se torna o ponto central das discussões, devido a necessidade de se tomar conhecimento dos problemas existentes, para tentar resolvê-los com certa urgência, pois as mudanças acontecem rapidamente o maior desafio é abordar os grandes temas e procurar desvendar os seus aspectos mais nebulosos.
Vale ressaltar que a gestão democrática do ensino público exige que os projetos e as ações sejam elaborados e executados com mais transparência, para que todos possam ter conhecimento e participem do processo administrativo da escola. Em hipótese alguma, o administrador escolar deve agir como se fosse o dono da situação. O que se propõem na verdade é que as decisões administrativas sejam socializadas, para que todos possam assumir as conseqüências dos seus atos com consciência e responsabilidade. Enfim, o administrador precisa saber que não é o senhor absoluto da razão e que existe uma complexidade social muito grande dentro e fora do âmbito escolar, que precisa de esclarecimentos educativos.
Agindo assim, certamenteestará contribuindo para o desenvolvimento crítico e social do indivíduo e consequentemente para o progresso do País. Diante dessa realidade, compreende-se que a educação é o principal meio para se ter acesso às grandes transformações sociais pelas quais o mundo está passando, visto que as exigências quanto à qualificação das pessoas para o mercado de trabalho está se intensificando e as escolas precisam acompanhar esta evolução, capacitando os seus alunos de acordo com as exigências atuais. Portanto, independente dos seus interesses governamentais que são mínimos e muitas vezes até ilusórios, cabe aos profissionais da educação fazerem valer o sue papel de educador, dando ênfase a um ensino mais democrático, com diálogos abertos, com informações que provoquem reflexões a respeito dos fatos sociais existentes. 
É importante que se trabalhe sempre com o concreto, assim o educando se sentirá estimulado a criar situações que facilitarão o seu aprendizado. A participação da comunidade na escola, como todo processo democrático, é um caminho que se faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de se refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para a ação. (PARO 1997 P17).
Neste sentido, a gestão democrática, por sua vez requer, dentre outras, a participação da comunidade nas ações desenvolvidas na escola. Visto que envolver a comunidade escolar é tarefa complexa, pois articula interesses, sentimentos e valores diversos. Nem sempre é fácil, mas compete às equipes gestoras pensar e envolver estratégias para motivar as pessoas a participarem da vida da escola.
O espaço escolar
Sendo a escola um espaço de livre articulação de ideologias, a classe dominante utiliza dela para exercer o domínio sobre a classe dominada. É bom lembrar que a ideologia é um sistema de idéias e representações favoráveis à classe dominante e a escola por sua vez é um espaço de livre articulação da mesma. Com isso, a educação torna-se um meio eficaz para a reprodução de uma sociedade burguesa sem conflitos entre as classes, o que garante à classe dominante o maior controle no processo educacional.
Diante dessa realidade, pode-se perceber também que existem dentro da escola alguns intelectuais que agem em busca do desenvolvimento de práticas educacionais e em busca da democratização. HORA (1994:34) assim comenta:
“A escola como uma instituição que deve procurar a socialização do saber, da ciência, da técnica e das artes produzidas socialmente, deve estar comprometida politicamente e ser capaz de interpretar as carências reveladas pela sociedade, direcionando essas necessidades em função de princípios educativos capazes de responder as demandas sociais”.
Dessa forma, a função da escola é a de preparar o indivíduo para a vida, buscando suprimir as necessidades apresentadas pelo mesmo, contribuindo para a sua formação social. Para isso, é necessário que a escola tenha um comprometimento político com a sociedade, localizando as carências evidenciadas, trabalhando os seus princípios educativos a fim de que possam amenizar os devaneios sociais. Diante do contexto, percebe-se que a gestão democrática em educação apresenta um compromisso social-político, onde o interesse de todos que permanece, por mais que estejam além dos limites institucionais, pois para que se obtenha resultados satisfatórios, é necessário que a comunidade interna da escola esteja socializada com a comunidade externa.
Sabe-se que é fundamental a contribuição da escola para a sociedade em geral, pois faz com que o indivíduo compreenda o mundo, perceba a importância da sua relação com a sociedade e a necessidade de se exercer a cidadania, para que se tenha um mundo melhor. Contudo, nota-se que a escola precisa ter uma administração coletiva, onde exista a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo educativo, desenvolvendo assim, a democratização das relações que existem na mesma, facilitando bastante o desempenho administrativo pedagógico da instituição. O administrador por sua vez, deverá estar ciente do seu papel administrativo, o qual deve ter uma dimensão política, com a ação participativa, deixando de ser autoritário, burocrático e alienado. Neste contexto, é notória a necessidade de uma nova prática administrativa. A dimensão política do gestor-administrador traduz-se num compromisso com uma ação educativa revolucionária que assim nos diz PARO (1990: 150-151): Quer pela transmissão de um saber objetivo, quer pela promoção de uma consciência crítica da realidade social, visa precisamente
servir de um instrumento de superação da dominação e da exploração vigente na sociedade.
Numa gestão democrática o administrador precisa ser comprometido com a educação, mostrar para o indivíduo que além do conhecimento, é necessário que se tenha uma consciência crítica do seu contexto social, político e econômico, que lute para superar a dominação da classe exploradora na sociedade, com segurança e responsabilidade. Somente assim, a classe trabalhadora está fortalecida para o desenvolvimento da sociedade brasileira.
A prática da gestão democrática requer a participação efetiva de pais, educadores, alunos e funcionários da escola. Todos juntos trabalham em prol de uma educação melhor, procurando solucionar os problemas da escola e buscando sempre desenvolver uma consciência crítica no aluno, a fim de que o mesmo desperte o seu potencial e haja com autonomia no momento de uma tomada de decisão. Assim , o que se vê atualmente são escolas reprodutoras de uma ideologia dominante, que age como manipuladora de uma classe popular. Essa classe se apresenta carente de conhecimentos e deixa-se enganar por umas ideias distorcidas da verdadeira realidade do mundo. Isso contribui para o crescimento do poder de uma classe dominante na sociedade. Para que tenha uma escola transformadora; é necessário que essa transformação seja feita no setor administrativo, bem como na distribuição do trabalho no interior da escola, pois o que temos hoje. Segundo PARO (1997:11) é:
Um sistema hierárquico que pretensamente coloca todo o poder nas mãos do diretor. Não é possível falar das estratégias para transformar o sistema de autoridade no interior da escola, em direção a uma efetiva participação de seus diversos setores, sem levar em conta a dupla contradição que vive o diretor de escola hoje. Esse diretor, por um lado, é consideradas autoridade máxima no interior da escola, e isso pretensamente, lhe daria um grande poder e autonomia; mas, por outro lado, ele acaba se constituindo, de fato, em virtude de sua condição de responsável último pelo cumprimento da lei e da ordem na escola, em mero, preposto do Estado.
Portanto, é fundamental que a escola tenha autonomia, assim poderá alcançar os objetivos educacionais articulados com os interesses da comunidade escolar e juntos lutarem por uma organização no interior da escola, fortalecendo o movimento do grupo como um todo, procurando alcançar os objetivos almejados no  decorrer do processo educacional. O diretor, por sua vez precisa estar de acordo com os interesses da população, distribuindo autoridade entre os vários setores da escola e dividindo responsabilidades. Com isso, a escola estará conquistando a sua autonomia.
2 - O GESTOR ADMINISTRATIVO E A GESTÃO DEMOCRÁTICA
DINAIR DA HORA (2000) o processo de democratização das relações administrativas dentro da escola e sua função com a comunidade é um ponto importante para a busca da participação na realidade escolar. Neste sentido a administração democrática e a participação da comunidade, longe de ser um dado consumado, são na maioria das vezes, um horizonte a ser buscado, pois como diz a autora o caminho é um aprendizado coletivo. Para o êxito desse aprendizado podem colaborar o diretor da escola, a comunidade escolar e todos os demais envolvidos.
A autora comenta que o diretor da escola, antes de ser um educador comprometido com a formação do educando se depara com situações na qual passa a ser um mero repassador deordens, usando uma burocracia sendo atado atrás de mesas e assinando papéis de pouco significado para a educação, sendo obrigado a cumprir certos programas educacionais que muita das vezes não levam em conta o conhecimento, a realidade e necessidade da comunidade escolar, quando declara.
Entretanto, isso está sendo mudado através do novo panorama de mobilização da sociedade brasileira que vem alcançando uma amplitude capaz de impulsionar mudanças significativas nas relações de poder em todas as áreas de ações políticas do País. Neste sentido, é possível entender que a consolidação de uma gestão democrática no interior da escola não é um processo espontâneo e fácil, pois a dinâmica das relações do poder poderá entravar o avanço do processo, sendo necessário que o permanente esforço humano seja coletivo e esteja caminhando sempre em função de decisões de grupos e não de indivíduos.
A gestão democrática em educação nos remete a possibilidade de uma ação administrativa coletiva exigindo a participação de toda a comunidade escolar nas decisões do processo educativo, o que resultará na democratização das ações desenvolvidas na escola, contribuindo para o aperfeiçoamento da administração e da parte pedagógica, fazendo com que a escola como instituição social tenha a possibilidade de construir a democracia como forma política de convivência humana. Na concepção de KIMBROUGH, o gestor está em interação contínua com os cidadãos de sua comunidade escolar. Neste sentido, em qualquer acontecimento, prontamente vemos algumas oportunidades abertas ao gestor para exercer liderança com o corpo docente ou com os pais e cidadãos de sua área de assistência. O gestor está numa posição importante exercer liderança cívica em relação aos líderes de sua área de atuação.
Assim, trabalhando em coordenação com os professores, outros gestores e educadores de escolas podem gerar uma força política visando o progresso escolar, pois os gestores e professores podem ser um vínculo muito importante no grupo profissional.
Portanto, o papel de liderança do gestor administrador não está totalmente devotado ao processo de mudança e de progresso, pois em um número de comunidades muito maior do que aquele que gostaríamos de admitir, os gestores escolares são forçados a resistir aos tipos de mudanças almejadas pelos grupos extremistas, sendo que há exemplos notáveis em que os grupos extremistas “tomaram conta'' dos Conselhos Escolares e das associações de pais e mestres.
Como conseqüência o administrador deve fornecer uma liderança cívica eficiente para resistir a alguns grupos, tendo em vista o interesse dos princípios educacionais bem fundados. Neste sentido, KIMBROUGH (1997: 107) afirma que: Os educadores, algumas vezes, dão a impressão de serem cidadãos preocupados apenas com as condições escolares, não levando em conta as necessidades dos outros setores.
Esta é uma tendência natural e indica o interesse vital dos professores pelo empreendimento educacional. Ainda assim, a tendência de isolar a vitalidade da educação da natureza do sistema de poder das comunidades constitui um erro grave, pois a vitalidade da educação morre aos poucos a cada momento em que se negam a um cidadão as oportunidades para ascender no sistema sócio econômico da nação.
Porém, percebe-se que em muitos distritos escolares a democracia é um ideal de poucas pessoas ao invés de ser a realidade de muitos. Partindo da reflexão do autor que resulta o desenvolvimento de todos os indivíduos até atingirem sua total potencialidade é, em essência, o nosso motivo forte para defender a existência da democracia dentro de um espaço escolar.
O papel do gestor na escola não requer somente executar decisões mas sim preparar condições, estimular, organizar as mudanças que advirem no decorrer do processo administrativo. A função administrativa é uma função comum a todas as organizações e requer indivíduos especialmente preparados para exercê-la.
Em cada tipo de organização ela se apresenta com características próprias, pois cada uma busca alcançar os seus objetivos. Sob esta perspectiva LUCK relata que: O diretor eficaz é um líder que trabalha para desenvolver uma equipe composta por pessoas que juntamente são responsáveis por garantir o sucesso da escola. A ênfase principal da liderança está no papel de ensino, pois o líder deve ajudar a desenvolver as habilidades nos outros, para que compartilhem a gestão na unidade. (2000:45)
Dentro deste contexto, a função do gestor é de coordenar e dirigir todas as ações, tanto dos professores quanto dos outros membros que fazem parte do sistema escolar. Deve alertá-los para o processo de mudança no mundo globalizado, criando situações favoráveis para que tenham um bom desempenho nas atividades realizadas a partir de uma realidade educacional.
Percebe-se que o administrador escolar tem um papel fundamental na escola, pois é o principal responsável pelo desenvolvimento de todas as atividades a serem realizadas no âmbito escolar. Daí pode-se afirmar que o gestor, antes de ser um administrador, deve ser um educador mais ainda, um educador por excelência. Neste sentido, NAURA diz que:
Um processo de gestão que construa coletivamente um projeto pedagógico de trabalho tem já, na sua raiz, a potência da transformação. Por isso, é necessário que atuamos na escola com maior competência, para que o ensino realmente se faça e que a aprendizagem se realize, para que as convicções se construam no diálogo e no respeito e as práticas se efetivam coletivamente, no companheirismo e na solidariedade. (2000:113).
Nesse contexto, vale afirmar que o gestor deve desempenhar o seu papel assumindo funções administrativas e funções pedagógicas. Sendo que, no ponto de vista administrativo, compete-lhe: a organização e a articulação de todas as unidades competentes da escola, o controle dos aspectos materiais e financeiros da escola, a articulação e controle dos recursos humanos, a articulação escola X comunidade, a articulação da escola com o nível superior de administração do sistema educacional, a formulação de normas, regulamentos e adoção de medidas condizentes com os objetivos e princípios propostos, a supervisão e orientação todos aqueles a quem são delegados responsabilidades.
3- O DESAFIO DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA
O êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade por uma vontade coletiva como fala LUCK: O entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a idéia de participação, isto á, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre o seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. (1996 p.15).
A literatura sobre a gestão participativa reconhece que a vida organizacional contemporânea é altamente complexa, assim como seus problemas. No final da década de 70, os educadores e pesquisadores de todo o mundo começaram a prestar maior atenção ao impacto da gestão participativa na eficácia das escolas como organizações.
Nesse sentido, não é possível para o gestor administrador solucionar sozinho todos os problemas e questões relativas à sua escolha, adotaram a abordagem participativa fundada no principio de que, para a sua organização ter sucesso é necessário que os diretores busquem o conhecimento especifico e experiência dos seus companheiros de trabalho. Os gestores participativos baseando-se no conceito da autoridade compartilhada, por meio do qual o poder é delegado aos representantes da comunidade em conjunto.
A abordagem participativa na gestão escolar demanda maior participação de todos os interessados no processo decisório da escola, envolvendo-os também na realização das múltiplas tarefas de gestão. Esta abordagem também amplia a fonte de habilidades e experiências que podem ser aplicadas na gestão das escolas por não haver uma única maneira de se implantar um sistema participativo de gestão escolar.
Democratizar o ensino, no entanto, não é só instalar uma escola publica atendendo aos reclames da população. É processo

Continue navegando