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Resenha Intervenções estaduais na propriedade

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Universidade Estácio de Sá 
Pós-graduação em Direito Publico: Constitucional, Administrativo e Tributário.
Nome: Joselma Sousa Fonseca
Disciplina: Intervenção Estatal na Propriedade e no Domínio Econômico - NPG 1074/2850073 – 9002
Professor: Nilton Cesar Flores 
Resenha: Debatendo a Expropriação do petróleo mexicano
O presente artigo aborda a apropriação ilegal das empresas estrangeiras de petróleo no México, pelo presidente da época Lazaro Cardenas, no ano de 1938, sob o fundamento de defesa da soberania nacional. 
 Com a queda do ditador Porfirio Diaz as regalias e benefícios que as empresas petrolíferas detinham diminuíram drasticamente. Isto por que a nova Constituição assegurava ao Estado o direito do subsolo e dos minérios ali contidos, enquanto isso as empresas tentavam exigir que os acordos anteriores vigorassem, dando-os a posse absoluta do solo, consequentemente o direito de mina-lo. Ressalta-se a forma de tributação.
É relevante frisar que por volta de 1920, outro problema enfrentado foi à possibilidade dos trabalhadores se organizarem através de sindicatos, ganhando força e reivindicando melhores condições de trabalho e remuneração. 
 À medida que as empresas se recusavam a cumprir as determinações do Tribunal Superior, a economia mexicana declinava. Irritado com o posicionamento dos petrolíferos e temendo interrupção de produção de petróleo, que poderia acarretar em um colapso político e econômico, o presidente do México, Lazaro Cardenas, sob a Lei de Expropriação do México de 1938, permitiu-se tomar a propriedade privativa em caso de necessidade e utilidade pública, compensando financeiramente os seus donos. 
Em razão ao bom relacionamento com seus vizinhos e com o receio de que se aliassem ao Eixo na Guerra Mundial que se aproximava os EUA, prudentemente, não interviu, no momento em que as empresas tentaram, embargar o México. Assim, a empresa Mexicana de Petróleo (PEMEX), continua em funcionamento até hoje. 
Crítica
O caso em tela, resumidamente, trata de uma expropriação realizada pelo México, em virtude da necessidade e utilidade pública, valendo-se ainda da soberania nacional. 
Através do Decreto-Lei nº 3.365/41 e pela Lei nº 4.132/62, no Brasil é possível pelos aos entes federados desapropriarem bens. De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello “desapropriação se define como o procedimento através do qual o Poder Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, compulsoriamente despoja alguém de um bem certo, normalmente adquirindo-o para si, em caráter originário, mediante indenização prévia.” (2001,p.711)
Ainda que a empresa seja de nacionalidade estrangeira, a Constituição Federal, em seu artigo 5º, XXIV, prevê tal possibilidade. Este processo de da através de um decreto expedido pelo chefe do executivo, determinando a intervenção, caso a expropriação seja aprovada pelo congresso. 
É imperioso frisar ainda, que no Brasil os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva, bem como os requisitos minerais, inclusive os do subsolo, pertencem à União, conforme preconiza o artigo 20, V e IX da CF, onde quem tenha interesse na expropriação deve adquirir uma autorização, nos casos de produção mineral e concessão ou partilha em caso de produção de petróleo nos termos da Lei nº 12.351/2010. Como ocorreu no México as empresas não detinham da posse das regiões exploradas, podendo assim, o poder público, reaver o direito de exploração a qualquer tempo.
Outros casos semelhantes surgiram, na américa latina, por exemplo ocorreu o caso as petroleira YPF, até então comanda pela Repsol, sendo expropriada pelo Governo da Argentina. A Bolívia uma filial de empresas de eletricidade espanhola, onde o investimento foi considerado baixo pelo presidente.
Diante o exposto, a expropriação é tema de criticas e debates, na prerrogativa de gerar insegurança política e econômica, uma vez que causa receio em relação à queda de investimentos estrangeiro no país. Podendo trazer mais maleficio que benefícios. 
Pós-graduação em Direito Publico: Constitucional, Administrativo e Tributário.

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