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Aula 1 História da america II

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História da América II
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Analisar o continente americano nas primeiras décadas do século XX;
2- Identificar a influência dos Estados Unidos na política da região;
3- Analisar a Revolução Mexicana e seus desdobramentos, com ênfase em sua influência na história das lutas da região da América Latina.
Introdução
Nesta aula, vamos analisar os principais aspectos que caracterizam o continente americano nas primeiras décadas do século XX, com destaque para a consolidação do modelo republicano na região e a consolidação da democracia. Analisaremos ainda a primeira revolução ocorrida no continente, a Revolução Mexicana, as lutas camponesas que ocorreram nessa revolução e seu legado para a história do continente no século XX. É inegável que os Estados Unidos tiveram forte influência na condução da política da região, assim como se consolidaram ao longo de todo o século XX como um país importante internacionalmente. Essa influência deixou marcas em todas as partes do mundo; na América Latina, foi exercida de forma intensa, sobretudo em virtude da proximidade territorial, o que fez com que os estadunidenses interviessem direta ou indiretamente em diferentes momentos da história latino-americana.
O continente americano no início do século XX
A história do continente americano sempre foi marcada por acontecimentos de suma importância. Para conhecermos um pouco mais a região, vamos destacar alguns aspectos que marcaram os países que fazem parte desse continente e algumas de suas especificidades.
Ele é formado por um conjunto de países que foram colonizados principalmente por Portugal, Espanha e Inglaterra.
Nele, a colonização inglesa deu origem aos Estados Unidos da América, formado por um conjunto de colônias que buscaram sua independência e se consolidaram ao longo dos séculos XIX e XX, e tiveram grande importância na configuração do continente americano nas primeiras décadas do século XX e a revolução mexicana.  
O processo de independência das colônias inglesas serviu de inspiração para que outras colônias também buscassem sua liberdade. Esse fator, aliado a outros, gerou uma onda de independências em toda a região latino-americana e culminou na formação de vários países independentes, que herdaram dos Estados Unidos o conceito de democracia e de república. As colônias da Espanha e a de Portugal deram origem, em grande parte, à região conhecida como América Latina.
Influência da religião
Quando analisamos o continente americano no início do século XX, percebemos algumas especificidades comuns à região, como a forte dominação econômica estadunidense que passou a fazer parte da localidade com os processos de independência latino-americanos.
A influência dos Estados Unidos se consolidou com a Doutrina Monroe e sua “América para os americanos” (1823).
Intervencionismo dos Estados Unidos
O intervencionismo estadunidense na América Latina durante o início do século XX foi um fator sólido e se consolidou por meio de algumas ações do país na área, como a Emenda Platt, que dava aos Estados Unidos o direito de intervirem militarmente na ilha para a garantia de seus interesses.
PDF
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon352/docs/a1_6.pdf
Diplomacia do dólar e a criação do Panamá
Outro fator que consolidou a posição estadunidense na América Latina foi a implementação da diplomacia do dólar, criada pelo presidente William Taft.
Ela tinha o objetivo de aumentar a influência dos Estados Unidos na região pela concessão de empréstimos, visando fortalecer a dependência econômica da América Latina e iniciando um imperialismo econômico que caracterizou a ação dos Estados Unidos nessa região ao longo de quase todo o século XX.
Tivemos ainda a participação efetiva dos Estados Unidos na criação do Panamá. O país, que inicialmente era controlado pela Colômbia, obteve apoio estadunidense para lutar por sua independência.
O objetivo inicial dos Estados Unidos era a construção de um canal marítimo que ligasse os oceanos Atlântico e Pacífico, um ponto importante para o comércio na região. As obras para o canal iniciaram-se em 1880, parando depois por questões financeiras. Os Estados Unidos assumiram a continuidade da obra, encerrada em 1913, e estimularam os panamenhos a buscarem sua independência junto à Colômbia, o que se consolidou em 1903. Após a independência, o Panamá concedeu aos estadunidenses o controle sobre a zona do Canal do Panamá. O controle do canal voltou para o Panamá em 1999.
Ainda sobre a presença estadunidense na região da América Latina, Leandro Karnal (2007, p. 169) afirma que:
Entre 1900 e 1920, os EUA intervieram nos assuntos internos de pelo menos seis países do Hemisfério. Sob William Howard Taft (1909-1913), sucessor de Roosevelt, o intervencionismo norte-americano assumiu uma conotação claramente econômica, ao passo que, mais tarde, sob Woodrow Wilson (1913-1921), assumiu a forma de “imperialismo missionário”: os norte-americanos se reservavam o direito de “esclarecer e elevar povos”, pela força, se necessário. O presidente Wilson fazia discursos anticolonialistas e, apesar disso, interveio em Cuba, estabeleceu protetorados norte-americanos no Haiti e na República Dominicana e ainda apoiou uma ditadura na Nicarágua. O conflito mais visível entre princípios e práticas ocorreu durante a Revolução Mexicana, quando levou os Estados Unidos à beira da guerra a fim de “ensinar o conturbado México a eleger boa gente”.
A primeira revolução no continente americano no século XX ocorreu no México e marcou a história das lutas camponesas na região.
O México se tornou um país independente e proclamou-se república em 1824, após uma guerra empreendida contra sua metrópole, a Espanha.
Essa guerra foi liderada pelos religiosos Miguel Hidalgo y Costilla e José María Morelos, que lutavam sobretudo contra a elite hispânica existente na região e contra os criollos, filhos de espanhóis nascidos na América e que também ocupavam altos cargos na administração regional.
É interessante ressaltarmos que a história do México sempre foi uma história de lutas pela terra, conflitos de interesses entre grandes proprietários rurais e a população camponesa, em um país eminentemente agrário e indígena, marcando uma relação de tensões que ultrapassou séculos e gerou uma sociedade cada vez mais desigual.
Questão da terra
Para melhor compreendermos a revolução, voltaremos nossos olhos para a questão da terra, fator de imensa importância no contexto da revolução, e para a luta contra o grande latifúndio.
Muitas comunidades indígenas haviam recebido suas terras por meio de doações da Coroa sob a forma de propriedade comunal. Em virtude disso, a maioria não tinha registro dessas terras. Sem ter como provar ao governo a propriedade de suas terras, os indígenas perderam-nas por meio do confisco de terras empreendido em nome do Estado. Isso gerou a desapropriação de milhares de hectares em todo o México e levou à formação de enormes latifúndios, com as comunidades indígenas passando a servir como mão de obra.
Esse alto índice de concentração de terras gerou revoltas entre os camponeses em todo o país. Expulsos de suas terras em decorrência de uma ocupação fraudulenta, a única alternativa era trabalhar nas minas ou nas plantations. 
 
Ao contexto da questão agrária no México somamos ainda a questão política. Dentro de um quadro de disputas de poder, temos o embate entre os centralistas e os federalistas, que disputavam entre si o controle do país. Os primeiros defendiam a centralização do poder na capital do México; os últimos, mais autonomia local e dos interesses regionais. Os federalistas se associaram aos estadunidenses; os centralistas, aos ingleses.
Expansão dos Estados Unidos
Não podemos deixar de destacar que os Estados Unidos avançaram bastante sobre o território mexicano, conforme o mapa ao lado, no qual vemos o expansionismo do país no século XIX, culminando na diminuição do território mexicano.
Sobre a guerra entre Estados Unidos e México, um conflitosangrento iniciado em 1846 e que se estendeu por toda a região mexicana, Mariza de Carvalho Soares (2000, p. 20) afirma que... (Clique aqui para ler).
A guerra durou dois anos e terminou com a derrota dos mexicanos, que concordaram com a assinatura do Tratado de Guadalupe Hidalgo. De acordo com esse tratado, o México cedia aos Estados Unidos o Novo México e a Califórnia por U$$ 15 milhões. Ficava estabelecido ainda que o Rio Grande passaria a ser a nova fronteira entre os dois países. Com esse acordo, os Estados Unidos ganharam cerca de 800.000 Km2 de novos territórios que hoje formam os estados da Califórnia, Nevada, Utah, Novo México, Arizona e ainda parte do Colorado e de Wyoming. No ano seguinte os americanos descobriram ricas minas de ouro na Califórnia.
Pelo mapa, pudemos perceber que o território estadunidense avançou bastante sobre o território mexicano, ampliando suas fronteiras em um momento estratégico de expansão do país e garantindo ganho financeiro com a descoberta do ouro.
Nesta questão, a aliança dos centralistas com o capital inglês acabou conduzindo ao governo Porfírio Díaz, que governou entre 1877 e 1910.
Díaz era um general do Exército mexicano que iniciou um movimento contra a permanência do então presidente Benito Juárez.
Após a morte de Juárez, Díaz se elegeu presidente do México, dando início ao que ficou conhecido como porfiriato.
Vale destacar que o governo de Díaz ficou marcado pela aliança com o capital internacional, transferência de terras para empresas estrangeiras e falta de regulamentação junto ao trabalhismo, tudo isso aliado a um forte personalismo. Os três grandes pilares de seu governo eram a grande propriedade, o capital estrangeiro e seu poder autoritário. No início do século XX, começaram a surgir críticas ao porfiriato, sobretudo porque seu mandato parecia não ter fim, governando o México de forma quase ditatorial.
Nos primeiros anos do século XX, iniciou-se um processo de contestação do governo de Díaz, desencadeando um movimento revolucionário no âmbito nacional que contou com forte adesão popular.
Com intensas manifestações de oposição que partiram, inicialmente, do operariado, insatisfeito com as péssimas condições de trabalho a que era submetido.
Para enfrentar politicamente Díaz, foi lançado como candidato à presidência Francisco Madero, um advogado pertencente a uma das famílias mais ricas do México.
Madero defendia a democratização e o respeito à Constituição, sendo um liberal por formação e preocupado com as liberdades políticas. Contou com o apoio de diferentes setores, entre eles vários líderes rurais mexicanos, sendo os mais conhecidos Pancho Villa e Emiliano Zapata. Clique aqui e saiba o que aconteceu a Madero.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon352/docs/a1_12.pdf
Um México após revolução
Acompanhamos as diferentes forças que se organizam em torno do projeto de um novo México.
No México, muitos líderes falaram em nome da revolução, que assumiu numerosas vertentes ao longo de sua história, adquirindo diferentes significados para os envolvidos.
Fator de maior destaque nesse processo foi a luta do campesinato e sua defesa da reforma agrária. Um milhão de mexicanos, a maioria camponeses pobres, perdeu a vida entre 1910 e 1920 lutando em prol de um país mais justo e igualitário.
A Revolução Mexicana foi caracterizada por não ter um projeto aglutinador que unisse todos os integrantes do movimento na luta por algo maior. Havia interesses imediatos, e a possibilidade de vê-los supridos foi algo desagregador de todo o processo.
Para a história das lutas na região, a Revolução Mexicana levantou uma bandeira que, durante muito tempo, acompanhou a América Latina: a reforma agrária.
O alto índice de concentração de terras foi um fator marcante na região e gerou movimentos de contestação em diferentes partes. Ainda hoje há uma luta pela distribuição de terras e por um olhar diferenciado para o campesinato, tão sofrido em toda a região.

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