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Aula_06-Direito_Penal_Militar_Fontes_e_aplicação_da_lei_penal_militar_[Modo_de_Compatibilidade]

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10/10/2014
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CURSO DE DIREITO MILITAR
Profº. Msc. Rogério Carlos Born
www.rogerioborn.com.br
Aula 6
Direito Penal Militar: Fontes e aplicação da lei 
penal militar e Teoria do Crime Militar
DIREITO PENAL MILITAR
6.1. Fontes
• Decreto-Lei 1.001, de 21 de outubro de 1969.
Código Penal Militar
• Decreto-Lei 1.002, de 21 de outubro de 1969.
Código de Processo Penal Militar
APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
6.2. Interpretação ou apuração da
maior benignidade da lei retroativa
• Artigo 2º, § 2º, Código Penal Militar.
• A lei posterior e a anterior devem ser consideradas
separadamente, cada qual no conjunto de suas
normas aplicáveis.
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
6.3. Medidas de Segurança
• Artigo 3º, caput, Código Penal Militar.
• Rege-se pela lei vigente ao tempo da sentença.
• Prevalece, se diversa, a lei vigente ao tempo de
execução.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
6.4. Tempo do crime – Teoria da atividade
• Artigo 5º, Código Penal Militar.
• Considera-se praticado o crime no momento da ação
ou omissão, ainda que outro seja o resultado.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
6.5. Lugar do crime – Teoria mista ou da
ubiquidade e da atividade
• Artigo 6º, Código Penal Militar.
Modalidade Código Penal
(artigo 6º)
Código Penal Militar 
(artigo 6º)
Ação
(Teoria da 
Ubiquidade)
Local da ação ou onde
ocorreu ou deveria
produzir o resultado
Local da ação ou onde
ocorreu ou deveria
produzir o resultado
Omissão
(Teoria da 
Atividade)
Lugar onde deveria 
realizar-se a ação 
omitida
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
6.6. Extraterritorialidade incondicionada
• Artigo 7º, Código Penal Militar.
• Aplica-se a lei penal militar fora do território
nacional, ainda que o agente esteja sendo processado
ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira, embora
haja detração da pena (artigo 7º e 8º, Código Penal
Militar).
APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
6.6. Extraterritorialidade incondicionada
• Aplica-se o código penal militar, em guerra, em
território nacional, estrangeiro ou ocupado, ao
brasileiro que praticar crime contra país aliado (artigo
18, Código Penal Militar).
• Território nacional por extensão: navios e aeronaves
militares, militarmente utilizados ou ocupados por
ordem legal, ainda que de propriedade privada (artigo
7º, § 1º, Código Penal Militar)..
TIPICIDADE
6.7. Dolo e culpa
• Dolo eventual: quando o agente assumiu o risco de
produzir o resultado (artigo 33, I, parte final, Código
Penal Militar);
• Culpa consciente: quando o agente, deixando de
empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária,
ou especial, supõe levianamente que não realizaria ou
poderia evitar o resultado (artigo 33, II, parte final,
Código Penal Militar).
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TIPICIDADE
6.8. Insignificância
• Limite legal: até 1/10 do salário mínimo.
• Furto (artigo 240, § 1º, parte final, Código Penal
Militar) – atenuação.
• Receptação culposa (artigo 255, parágrafo único,
Código Penal Militar) – perdão judicial.
• Dano (artigo 260, Código Penal Militar) – atenuação.
ANTIJURIDICIDADE
6.9. Estado de necessidade como
excludente
• Artigo 52, I e 43, Código Penal Militar.
• Considera em estado de necessidade quem pratica o
fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo
certo e atual, que não provocou, nem podia de outro
modo evitar, desde que o mal causado por sua
natureza e importância, é consideravelmente inferior
ao mal evitado, e o agente não era legalmente
obrigado a arrostar o perigo.
MAL CAUSADO < MAL EVITADO
ANTIJURIDICIDADE
6.11. Legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal e exercício
regular do direito
• Artigo 52, II a IV, Código Penal Militar.
• Mesma definição do Código Penal Comum.
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ANTIJURIDICIDADE
6.12. Manobras urgentes (artigo 52
parágrafo único, CPM)
Quando o comandante de navio, aeronave ou praça de
guerra, na iminência de grave calamidade, compele os
subalternos, por meios violentos, a executar serviços e
manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou
evitar desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta
ou o saque, não haverá crime. Durante a Revolução de
1932 no Brasil, um comandante de tropas matou um
subordinado que se recusava a enfrentar o perigo e o
inimigo com a justificativa de que desencorajava os
demais militares, sendo absolvido em todas as instâncias.
ANTIJURIDICIDADE
6.13. Excesso escusável (artigo 45, CPM)
• Embora seja punível o excesso culposo, não é
punível o excesso quando resulta de escusável
surpresa ou perturbação de ânimo, em face da
situação.
• O juiz poderá atenuar a pena, tanto no excesso
doloso quanto no culposo (artigo 46, Código
Penal Militar).
CULPABILIDADE
6.14. Sistema adotado
Sistema biopsicológico ou misto.
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CULPABILIDADE
6.15. Menoridade
• O menor de 18 anos é inimputável (artigo 228,
Constituição da República, artigo 50, Código
Penal Militar, artigo 27, CP e artigo 107, Estatuto
da Criança e do Adolescente.
CULPABILIDADE
6.16. Doença mental e embriaguez (art.49)
• Inimputável: embriaguez completa decorrente
de caso fortuito ou força maior ao tempo do fato.
• Minorante de 1/3 a 2/3: embriaguez incompleta
decorrente de caso fortuito ou força maior ao
tempo do fato.
• Agravação de 1/5 a 1/3 (artigo 70, II, c, 73,
Código Penal Militar): embriaguez NÃO decorrente
de caso fortuito ou força maior ao tempo do fato:
CULPABILIDADE
6.16. Doença mental e embriaguez (art.49)
• Militar: sempre agravam a pena, exceto caso
fortuito, engano ou força maior (artigo 70,
parágrafo único, Código Penal Militar).
• Civil: a embriaguez somente se agrava quando
preordenada (actio libera in causa).
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CULPABILIDADE
6.17. Estado de necessidade exculpante
• Não é culpado quem, para proteger direito próprio ou
de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de
parentesco ou afeição; contra perigo certo e atual, que
não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica
direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido,
desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta
diversa. Exemplo: soldado que deserta para socorrer a
mãe doente.
• No Direito Penal comum é uma atenuante de 1/3 a 2/3
(artigo 24, § 2º, CP).
MAL CAUSADO < MAL EVITADO
CULPABILIDADE
6.18. Erro de direito (artigo 35, CPM)
• A pena pode ser atenuada ou substituída por outra
menos grave quando o agente, salvo em se tratando de
crime contra o dever militar, supõe lícito o fato, por
ignorância ou erro de interpretação da lei, se
escusáveis.
• No Código Penal comum (artigo 21), o
desconhecimento da lei, se inevitável, isenta a pena; se
evitável, atenua em 1/6 a 1/3.
• Não constituem excludentes da culpabilidade, nos
crimes de deserção e insubmissão, alegações de ordem
particular ou familiar (Enunciado 3, da Súmula do
Superior Tribunal Militar).
CULPABILIDADE
6.19. Erro de fato (artigo 36, CPM)
• É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe,
por erro plenamente escusável, a inexistência de
circunstância de fato que o constitui ou a existência de
situação de fato que tornaria a ação legítima.
• No direito penal comum se constitui nas
discriminantes putativas do erro sobre elementos do
tipo (artigo 20, parágrafo único, Código Penal Militar).
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CULPABILIDADE
6.19. Erro de fato (artigo 36, CPM)
• É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe,
por erro plenamente escusável, a inexistência de
circunstância de fato que o constitui ou a existência de
situação de fato que tornaria a ação legítima.
• No direito penal comum se constitui nas
discriminantes putativas do erro sobre elementos do
tipo (artigo 20, parágrafo único, Código Penal Militar).
CULPABILIDADE
6.20. Coação e inexigibilidade de conduta
• Não é punível quem comete o crime sob coação que
lhesuprima a faculdade de agir segundo a própria
vontade (artigo 38, a), responde o autor da coação
(artigo 38, § 2º).
CULPABILIDADE
6.20. Coação e inexigibilidade de conduta
COAÇÃO
Código Penal Militar Código Penal
IRRESISTÍVEL
Não é punível quem comete o crime
sob coação irresistível ou que lhe
suprima a faculdade de agir segundo a
própria vontade (artigo 38, a), responde
o autor da coação (artigo 38, § 2º)
IRRESISTÍVEL
Se o fato é cometido sob coação
irresistível só é punível o autor da
coação (artigo 22).
O autor terá a sua pena agravada
pelo abuso de poder (art, 62, II,g)
Nos crimes em que há violação do
dever militar, o agente não pode
invocar coação irresistível senão
quando física ou material (artigo 40).
RESISTÍVEL
Atenuante da pena (artigo 41)
RESISTÍVEL
Atenuante da pena (artigo 65,III, c)
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CULPABILIDADE
6.21. Obediência hierárquica
Sistema adotado: Para Jorge Alberto Romeiro o sistema
brasileiro adota a teoria sincrética ou mista de
obediência hierárquica. No direito militar comparado
existe a teoria da baioneta inteligente que permite que o
subordinado pode questionar a legitimidade e
legalidade da ordem emanada pelo comandante. No
Brasil, aplica-se a teoria da baioneta cega, pois o artigo
163, do Código Penal Militar, tipifica a recusa ao
cumprimento de ordem hierárquica.
CULPABILIDADE
6.21. Obediência hierárquica
OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA
Código Penal Militar Código Penal
Ordem não manifestamente ilegal
Em estrita obediência a ordem de superior
hierárquico, em matéria de serviços,
responde o autor da ordem (artigo 38, b e §
2º)
Se a ordem não era manifestamente ilegal:
atenuante da pena (artigo 41)
Ordem não manifestamente ilegal
Se o fato é cometido em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal de superior ,
só é punível o autor da ordem (artigo 22).
Atenuante (artigo 65, III, c)
Ordem manifestamente ilegal
Se a ordem do superior tem por objeto ato
manifestamente criminoso, ou há excesso
nos atos ou na forma de execução, é punível
também o inferior (artigo 38, § 2º , Código
Penal Militar);.
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Direito Penal Militar: Fontes e aplicação da lei 
penal militar

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