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Controle de Processos Laplace Curso de Graduação em Engenharia Química Professora – Mariana Lima Acioli Murari SISTEMAS NÃO LINEARES Nas aulas anteriores, vimos a transformada de Laplace como uma poderosa ferramenta para solução de equações diferenciais, que no caso específico de controle, associa o comportamento de sistemas dinâmicos no tempo. Uma das restrições dá-se pelo fato de que sistemas reais são, por natureza, não lineares. Exemplos de funções não lineares (Corripio 2.6 ,3ª Ed.): Entalpia H com função da temperatura T Equação de Antoine para a pressão de vapor de uma substância pura em função de T SÉRIE DE TAYLOR Utilizada para aproximar uma função em torno de um ponto de equilíbrio. A expressão acima (igual) é válida para n infinito Na prática, não conseguimos fazer as contas até infinito, logo, a expressão será truncada numa ordem n , sendo n um número inteiro e limitado. Assim, a forma correta de escrevermos é: Linearizar uma função é sinônimo de truncar a Série de Taylor na primeira ordem (n = 1) Resumindo, Esclarecendo, Mas erros são cometidos quando nos afastamos do Para mais de uma variável (já truncando na primeira ordem): Linearização Lembrando que os termos avaliados no estado de referência são constantes e que uma expansão semelhante pode ser feita para a segunda equação: Onde: Linearização Ou, matricialmente que é claramente um modelo linear, alcançando o objetivo desejado. Linearização Deve ficar claro que a linearização é uma aproximação Graficamente: Tangente que passa pelo ponto de referência Quanto mais se afasta do ponto de referência, maior o erro de aproximação Exemplo (Corripio 2.6.1 , 3ª Ed.) Linearize a equação de Arrhenius, considerando constantes k0, E, R Solução: Considerando a série de Taylor de primeira ordem, podemos escrever: (1) Da eq. (1), temos que (2) Substituindo na Eq. (2) (3) Representando a fç linearizada Para efeito didático, considere: Da equação (1) em , temos: Conhecido k0, temos a expressão geral para k(T) e fazemos T variar de 285 a 315oC (valor real da função) Vamos avaliar a função linearizada em torno do ponto T=300oC Vamos então resgatar a eq. (3) Equação de uma reta Observe que no ponto T=300oC a aproximação é perfeita, no entanto, comete erros maiores quanto mais se distancia do ponto. Analisar ... (4) Fazemos T variar de 285 a 315oC (valor da função linearizada) Da situação anterior, analise o erro cometido para 10oC em torno do ponto de equilíbrio. Equação real: Equação linearizada: Para T=290oC k(290) = 70,9488 k(290) 66,2778 Para T=310oC k(310) = 139,2969 k(310) 133,7222 LINEARIZAÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS Considere uma equação diferencial escrita na forma: Onde “g” é uma fção não linear da entrada “x” e da saída “y” e “b” é uma constante Admita que o sistema está num estado estacionário definido por e Assim, podemos afirmar que (5) (6) Considere que o estado estacionário é a condição inicial do seu sistema e subtraia (6) de (5) para obter: (7) Aplicando aproximação por série de Taylor, temos: Usando o conceito de variável desvio (Corrípio): Que é a equação de um plano (linear) (8) Exemplo 2.6.4 (Corrípio 3ª Ed.) Trazer na próxima aula! Equação diferencial que associa um balanço de massa reagente de um reator sob agitação Onde: é o volume do reator (constante no tempo) é o fluxo de entrada dos reagentes é a concentração na entrada é a temperatura do reator é a concentração do reagente (que desejamos controlar) vem da Eq. de Arrhenius (exemplo 2.6.1 anterior) Obter a equação diferencial linearizada e as funções de transferência que relacionam a saída com as respectivas entradas Vc pode comparar com a Eq. (8) do exemplo anterior (pg 11), com Taylor com n (n=4) variáveis, ou simplesmente saber que a aproximação é uma função linear e que já usamos o conceito de variável desvio. Em qualquer dos casos, obtém-se: Onde: As constantes ai, por sua vez, são avaliadas através das derivadas parciais da função g: Solução (9) (11) (10) De (8): Conhecida a equação linearizada, busquemos as funções de transferência OBS: Lembrar que a fç de transferência é a relação entre entrada e a saída. Lembrar que fç de transferência associa sistema linear, ou seja, f(a+b) = f(a) + f(b) o que quer dizer que podemos ter o nosso problema dividido em 3 partes (associadas as 3 entradas) S Para isso, vamos reescrever a equação (10) isolando a saída CA Façamos: Substituindo na Eq. (12): (12) Aplicando Laplace: S Derivadas Não Lineares Se existem não linearidades dentro das derivadas, é necessário linearizá-las (resolver a diferencial) antes da função Exemplos: Variáveis Desvio Diferença entre o valor real da variável e o seu valor no estado estacionário de referência Retratam o desvio sofrido pela variável, em relação ao estado estacionário Consiste em uma simples translação, apresentando, portanto, o mesmo comportamento dinâmico da variável original Ou seja, estudar e conhecer o comportamento da variável desvio é idêntico a estudar e conhecer o comportamento dinâmico da variável original Variáveis Desvio - Vantagens A equação resultante é A aplicação da transformada de Laplace é imediata No entanto, o modelo agora contém 2 outras equações: Variáveis Desvio - Vantagens Se o estado de referência é um estado estacionário não nulo O estado estacionário da variável desvio é nulo Os modelos Linearizados simplificam bastante: Pela definição de variável desvio: Os termos constantes desaparecem F.T. - Resumo Obter o modelo do processo Linearizar o modelo Aplicar variável Desvio Fazer a transformada de Laplace Definir a entrada Fazer a transformada da entrada e substituir no modelo Expandir em frações parciais Calcular os coeficientes Sugestões: Utilizar os recursos o Matlab para mostrar funções não lineares e respectivas funções linearizadas em torno de diferentes pontos. Avaliar erros cometidos pelas funções linearizadas como aproximação de uma função não linear Encontrar funções de transferência de sistemas linearizados Usar o Matlab/Simulink para ver a resposta no tempo de funções de transferência Usar o Matlab/Simulink para fazer gráficos e comparar a resposta no tempo das equações diferenciais não-lineares e das respectivas equações diferenciais linearizadas. Bibliografia Luyben, W. L., “Process Modeling, Simulation and Control for Chemical Engineers”, 2nd edition, McGraw-Hill, (1990) Coughanowr, D. R. e Koppel, L. B., “Análise e Controle de Processos”, Editora Guanabara, (1978). Smith, C. A. e Corripio, A. B., “Principles and Practice of Automatic Process Control”, John Wiley & Sons, (1985). www.lacoi.ufba.br Coelho, A. A.R.; Coelho, L. S., Identificação de Sistemas Dinâmicos Lineares, Editora da UFSC. Aguirre, L. A., Introdução à Identificação de Sistemas Lineares e Não-Lineares Slides professor Yuri Guerrieri
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