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Bom Conselho Chico Buarque Ouça um bom conselho Que eu lhe dou de graça Inútil dormir que a dor não passa Espere sentado Ou você se cansa Está provado, quem espera nunca alcança Venha, meu amigo Deixe esse regaço Brinque com meu fogo Venha se queimar Faça como eu digo Faça como eu faço Aja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempo Vim de não sei onde Devagar é que não se vai longe Eu semeio o vento Na minha cidade Vou pra rua e bebo a tempestade Medusa – Caravaggio, 1590 Medusa Marinara – Vik Muniz, 1997 Profa. Ma. Thaysa Cavalcante “uma ocorrência linguística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica (COSTA VAL, 1991) “Qualquer texto se constrói como um mosaico de citações e é absorção e transformação de outro texto” (Kristeva, 1969). ...o caso do dinheiro na cueca... À moda Graciliano Ramos “Parecia padecer de um desconforto moral. Eram os dólares a lhe pressionar os testículos.” À moda Paulinho da Viola “Dinheiro na cueca é vendaval.” À moda Guimarães Rosa “Notudo. Ficado ficou. Era apenas uma vereda errada dentre as várias.” Alusão ou Referência “Que sujeitinho maquiavélico!” Citação Intertextualidade das semelhanças/captação: o objetivo do intertexto é seguir a orientação argumentativa do texto-fonte. Intertextualidade das diferenças/subversão: o objetivo é ridicularizar, contradizer, argumentar em sentido contrário ao texto-fonte. Todo e qualquer texto argumentativo, como já dito, visa ao convencimento de seu ouvinte/leitor. Por isso, ele sempre se baseia em uma tese, ou seja, o ponto de vista central que se pretende veicular e a respeito do qual se pretende convencer esse interlocutor. Vou-me Embora pra Pasárgada Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive Que Manuel Bandeira me perdoe, mas Vou-me Embora de Pasárgada Millôr Fernandes Vou-me embora de Pasárgada Sou inimigo do rei Não tenho nada que quero Não tenho e nunca terei Vou-me embora de Pasárgada Aqui eu não sou feliz A existência é tão dura As elites tão senis Que Joana, a louca da Espanha Ainda é mais coerente Do que os donos do país. Produção de um enunciado que possui as marcas linguísticas de uma estrutura proverbial, mas que não pertence ao estoque de provérbios reconhecidos. “Quem espera sempre cansa.” “O que os olhos veem o coração sente.” (Veja - Publicidade) “Aja duas vezes antes de pensar.” (Chico Buarque)
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