Buscar

AULA Puericultura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 1 :PUERICULTURA 
A Consulta de Puericultura na Atenção Básica
 A atenção básica, após a Conferência de Alma -Ata, em 1978, foi reconhecida como uma ação integral e permanente devendo compor os sistemas de saúde bem estruturados e comprometidos com a qualidade de vida dos cidadãos, tratando simultaneamente o indivíduo e a sua comunidade. (DEL CIAMPO et. al., 2006). 
No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) instituiu estratégias básicas de atenção à Saúde da Criança, por meio do PAISC – Programa Nacional de Atenção à Saúde da Criança. O qual estabelecia diretrizes e objetivos para a execução de ações que favoreciam o crescimento, o desenvolvimento, a qualidade de vida da criança; a 5 redução da mortalidade infantil; o atendimento periódico e contínuo; o acompanhamento do processo de crescimento e desenvolvimento (CD) da criança; o incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade; orientação alimentar no primeiro ano de vida; a imunização efetiva; a identificação dos processos patológicos, favorecendo o diagnóstico e o tratamento precoce. (BRASIL, 1984). 
O MS propõe um calendário mínimo de consultas, sendo distribuídas da seguinte maneira: 01 (uma) consulta até os 15 dias de vida; consultas com 01 mês, 04, 06, 09 e 12 meses de idade, totalizando assim, 07 (sete) consultas no primeiro ano de vida da criança. (BRASIL, 2002). Segundo Ricco & cols. (2005), as ações desenvolvidas numa consulta de puericultura na atenção básica, além de serem direcionadas às crianças, refletem sobre o seu meio sócio-cultural, principalmente considerando o papel da família neste contexto, pois sem o apoio da mesma, tais ações não obtêm o devido sucesso. 
A assistência às famílias e às crianças, nos domicílios e nas unidades básicas de saúde, podem modificar positivamente o atual padrão epidemiológico da saúde da criança. O diagnóstico precoce e decisões apropriadas, quer seja através da assistência no nível local do sistema de saúde, ou nos serviços de maior complexidade tecnológica – níveis secundário e terciário – podem ser facilitados a partir do uso de protocolos clínicos e normas de atendimento. (CEARÁ, 2002) Del Ciampo & cols. (2006) enfatizam que a puericultura voltada para os aspectos de prevenção e de promoção à saúde, atua no sentido de manter a criança saudável garantindo seu pleno desenvolvimento, de modo a atingir a vida adulta sem influências desfavoráveis de problemas vivenciados na infância. MONTEIRO et. al. (2000) apud CORREIA & cols. (2010) reforça que os recursos como a puericultura, que teve seu início datado do século XIX, na França, e se estendeu por outros países, auxiliam até hoje, os profissionais da atenção básica na assistência à saúde infanto-juvenil, familiar e comunitária. Dessa forma, contribui intensamente no melhor atendimento ao infante. 
O papel do Enfermeiro nas Consultas de Puericultura 
As crianças têm chamado a atenção do sistema de saúde por se considerar que a infância é uma das fases da vida na qual ocorrem as maiores modificações biopsicológicas e físicas, bem como por esse grupo ser mais vulnerável aos agravos de saúde, requerendo, por isso, um acompanhamento mais de perto. (OLIVEIRA & CADETE, 2007).
 Segundo CEARÁ, (2002) o Enfermeiro é o profissional que monitoriza a evolução da criança, apóia e orienta a família interagindo com a mesma, compreendendo e lidando com os efeitos dos determinantes culturais, sociais e ambientais, intervindo de forma apropriada para manter saudável esse pequenino ser. Low e cols. (2009) relatam que as ações de enfermagem na puericultura iniciam-se pelo Acolhimento, visto que a recepção das mães e recém-nascidos é de fundamental importância para um bom atendimento. Isso é um aspecto de fundamental importância para o equilíbrio entre a relação enfermeiro-família-criança. Pedroso & Rosa, (2009) encaram a consulta de enfermagem de forma que esta deve conter em seu âmago a identificação e procura de soluções para um determinado problema, demonstrando o seu caráter educativo, e assim, favorecer para a aquisição e troca de saberes. Tais autores ainda ressaltam que esta atividade é privativa do Enfermeiro, e consiste na aplicação do processo de enfermagem ao indivíduo, à família e à comunidade. 
Para Silva & cols. (2009) a consulta de enfermagem aliada à visita domiciliar permite a prevenção de doenças, a promoção da saúde e ações de cura e reabilitação da saúde do indivíduo, se utilizando de metodologias que propiciem ações educativas e assistenciais baseadas no contexto social e em um cuidado integral que busca a continuidade e qualidade da assistência. De acordo com Del Ciampo & cols. (2006) as visitas domiciliares, previamente agendadas pelo enfermeiro e em companhia dos agentes comunitários de saúde (ACS), têm relação intrínseca com as consultas de puericultura, pois tem como objetivo inicial conhecer as crianças em seu âmbito familiar e social. 
Permitindo assim, identificar as necessidades e possibilidades da criança, considerando as relações sociais e os recursos disponíveis. E então, verificar a analogia da 7 dependência dessa criança, de suas características físicas; de personalidade; princípios e valores herdados entre tais. Isso pode interferir diretamente ou indiretamente no processo saúde-doença. Para tanto, cabe salientar que os profissionais de saúde, em particular o enfermeiro, necessitam de saberes e práticas de cuidados bem compreendidos em sua teoria e prática, simultaneamente, levando-se em consideração que o cuidar implica em conhecer; respeitar; valorizar; confiar e interagir com o outro. Destacando-se dessa maneira, a formação de conhecimento e o crescimento mútuos, através das vivências das mães e familiares responsáveis pelo infante, acerca da promoção adequada do crescimento e desenvolvimento da criança. (ZANATTA & MOTA, 2007). 
Desta forma, Oliveira & Cadete (2007) ressaltam que a consulta de enfermagem em puericultura, não deve perder de vista a promoção da saúde por meio de ações educativas, que consistem em avaliar e promover a aquisição de competências para atender também a outras necessidades das crianças, tais como comunicação, higiene, imunização, sono, nutrição, afeto, amor, solicitude e segurança. Sendo de grande relevância que haja uma orientação eficaz para as mães, e assim, incentivá-las e assegurá-las no que diz respeito ao cuidado com seus filhos.

Continue navegando

Outros materiais