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TRABALHO PRAT ZOO

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA – CAMPUS ALEGRETE
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
CLAUDIA PILLAR MAGGIO
Manejo de leitões - cuidados durante o parto e após as primeiras mamadas
ALEGRETE
2018/01 
AGRADECIMENTOS 
 Agradeço ao professor Enrique Dorneles Fernandes que nos proporcionou a visita até o Instituto Federal Farroupilha, e como sempre não mede esforços para nos agregar conhecimentos.
REVISÃO DE LITERATURA
O sucesso da gestão do manejo de suínos depende da determinação de metas a serem alcançadas, acompanhamento dos índices demonstradores de produtividade, como índices de parto, porcentagem de leitões nascidos vivos, taxa de mortalidade. Assim o gestor analisa os resultados obtidos e pode tomar futuras decisões. Outro fator fundamental é qualificação da mão- de- obra que o quadro de funcionários da empresa deve-se dispor, é responsabilidade do gestor da granja treinar e manter os colaboradores na empresa, tarefa que é complexa, devido a remuneração ser baixa (SÜPTITZ et al., 2009).
A sala de maternidade é considerada o setor da granja onde há maior demanda de mão -de- obra, pois são realizados inúmeros manejos diários e também devido a existência de animais de reprodução e leitões recém-nascidos em um local só, com exigências diferentes (CAMPOS et al., 2008).
As matrizes são levadas para a maternidade aproximadamente cinco dias antes do parto, para que se adaptem ao ambiente da maternidade e não haja complicações no parto, abortos, nascimentos de leitões mortos e mortalidade de matrizes. É fundamental que os leitões tenham atenção dos colaboradores no momento do nascimento e quando forem realizar a primeira mamada, de modo que todos façam a ingestão de colostro de maneira uniforme, impedindo que os leitões nascidos por ultimo fiquem em desvantagem, garantindo a sobrevivência do maior número de leitões. É importante realizar manejos como corte da cauda, desgaste dos dentes, aplicação de ferro, uniformização, introdução de ração pré-inicial na alimentação nas primeiras semanas de vida dos leitões para garantir o melhor desenvolvimento, minimizando as chances de refugagem, morte ou eliminação dos mesmos EMBRAPA (2003).
O desmame é um período crítico para a vida dos animais, pois deixam a presença da mãe, substituindo o leite materno por ração. Por essa razão, os cuidados dedicados aos leitões, principalmente nos primeiros dias de creche, são importantes para evitar perdas e queda no desempenho, em função de problemas alimentares e ambientais que, via de regra, resulta na ocorrência de diarreias (MORES & AMARAL 2001).
É recomendada a uniformização dos leitões, que consiste em se fazer um agrupamento de leitões de acordo com o peso, e contabilizar a quantidade de tetos viáveis da fêmea em relação à quantidade de leitões, este manejo é realizado em um período de até 24 horas após o nascimento. No sexto dia é ofertado à ração pré-inicial, seca ou umedecida na forma de papinha. A oferta de ração pré-inicial não terá influência no peso ao desmame, porém ela tem a
promessa básica de auxiliar no desenvolvimento de enzimas digestivas e adaptação do paladar da leitegada, preparando-os para a próxima fase de criação, a creche. (DIAS et al., 2011).
O período da desmama é o manejo mais traumático para os leitões. É um processo complicado para qualquer mamífero, independente da idade. Neste período ocorre a mudança da dieta do animal, o fator social que é a separação de mãe e filhotes, mudança de ambiente, possível queda de imunidade pela falta da ingestão do leite materno, as competições entre os indivíduos, entre outros fatores. A mistura social, idade dos leitões, dieta oferecida e o sistema criatório são fatores que podem interferir nesta fase (HÖTZEL et al., 2007).
Recomenda-se realizar o desmame dos leitões aos 21 dias, para não afetar a reprodução da fêmea, visando a maior produtividade por fêmea por ano. Os leitões devem ser conduzidos às salas de creche calmamente pelos colaboradores, evitando ao máximo o estresse dos animais, (FREITAS et al., 1997).
A sala de creche que é o local para onde os leitões serão levados após serem desmamados, deve estar limpa e desinfetada, a instalação deve conter baia especial para alojar leitões doentes e machucados, a temperatura da sala necessita ser de 26 e 28ºC. Deve-se minimizar ao máximo o estresse que os 10 animais estão sofrendo com a separação deles com a mãe (BIANCHI et al.,
2010.
DISCUSSÃO 
Para Sobestiansky e Maqueda o parto, sempre que possível, deve ser acompanhado e auxiliado pelo tratador em qualquer hora que ocorra, o mesmo deve ter o mínimo de higiene pessoal, as mãos devem ser desinfetadas com iodo. 
Concordando com a Embrapa, o aquecimento dos leitões com uma fonte de calor é indispensável ao leitão recém-nascido, pois quando nasce, o aparelho termo regulador não está suficientemente desenvolvido, para manter a temperatura corporal quando a temperatura ambiente é inferior a 25ºC pois quando o leitão nasce ele chega a perder de 1,7 a 7,2ºC imediatamente após o parto. Esta queda de temperatura mobiliza as reservas de glicogênio do organismo, que dependendo da intensidade pode provocar a morte do leitão por hipoglicemia. O aquecimento artificial dos leitões evita a morte por frio, devendo a lâmpada do tipo comum ser colocada um pouco afastada da porca, a altura da fonte de calor em relação ao piso da maternidade deve ser regulada pelo comportamento e tamanho dos leitões, as fontes de luz quando mal manejadas e, especialmente, quando usadas na ausência de cama, levam à produção de correntes de convecção ocasionadas pelo aquecimento secundário do ar próximo ao piso da maternidade dessa maneira correntezas de ar frio passam sobre o leitão causando perda de calor por convecção, a temperatura exigida pelos leitões variam com a idade.
Segundo Machado, Bertolin e Maqueda, os principais cuidados que devem ser tomados logo no pós-parto e nos primeiros dias de vida incluem a secagem, corte e desinfecção do umbigo com tintura de iodo a 5%, primeira mamada, fornecimento de calor, corte dos dentes e cauda, identificação da leitegada, e, lembrando que a medicação preventiva contra anemia ferropriva também é essencial. 
Na visita ao Instituto Federal Farroupilha, no setor de suínos, foi observado os leitões recém nascidos, onde nos foi relatado que uma porca pariu 17 leitões e por falta de acompanhamento morreram 4 leitões.
O manejo do parto é de extrema importância tanto para a fêmea como para os seus leitões, é necessário o acompanhamento para que o parto se desenrole em um período curto, sem intervenções e que seja oferecida aos leitões a oportunidade de mamar grande quantidade de colostro imediatamente após o nascimento para garantir a sua sobrevida imediata. O parto deve ser assistido de forma adequada e isso significa dar atenção a cada fêmea e aos seus leitões, interferindo quando for absolutamente necessário de acordo com uma recomendação para cada evento, no sentido de prevenir a mortalidade da leitegada e futuros problemas produtivos e reprodutivos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
BERTOLIN, A. Suínos. Curitiba: Lítero-Técnica, 1992. 189p.
BIANCHI, I.; JUNIOR, T. L.; DESCHAMPS, J. C.; SCHNEIDER, A.; RABASSA, V.R.; CORRÊA, M. N. Indicadores de desempenho relacionado ao parto de fêmeas suínas de primeiro e segundo partos. Revista Brasileira de Zootecnia. v.39, n.6, p.1359-1362, 2010.
CAMPOS, C. P.; SOUZA, G. D. P.; PEREIRA, D. M. Cuidados com os leitões no pós-parto e nos primeiros dias de vida. Revista Científica Eletônica de Medicina Veterinária. N. 11. 2008.
DIAS, A. C.; CARRARO, B. Z.; DALLANORA, D.; COSER, F. J.; MACHADO, G.
EMBRAPA, 2003. Produção de suínos. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Suinos/SPSuinos/manejoprodu.html.
MACHADO, L.C.P. Os suínos. Porto Alegre: A Granja, 1967. 622p.
MAQUEDA, J.J. Curso para capacitaçãoem produção e sanidade suína.Campinas: Consuitec, 1999. 24p.
MORES, N. & AMARAL, A. L. do.; Patologias associadas ao desmame. Congresso da ABRAVES, Concórdia, Santa Catarina. 2001
S.; MACHADO, I. P.; PINHEIRO, R. ROHR, S. A. Manual Brasileiro de boas práticas agropecuárias na produção de suínos. EMBRAPA. 2011.
SOBESTIANSKY, J.; PERDOMO, C.C.; OLIVEIRA, P.A.; OLIVEIRA, J.A. Efeito de diferentes sistemas de aquecimento no desempenho de leitões. Concórdia EMBRAPA-CNPSA, 1987, 3p. (Embrapa-CNPSA Comunicado Técnico, 87).
SUPTITZ, L. A. S. WOBERTO, M. C. R; HOFER, E. Gestão de custos na suinocultura: um estudo de caso. Custos e @gronegócio On-line- v.5, n.1. 2009.

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