Buscar

semiótica.jor.pp.recapitulação 2015

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O objetivo da presente discussão consiste em recapitular as reflexões de nossa última aula. Basicamente, discutimos a estrutura do signo e suas diferentes relações com o objeto, com a mente humana e com ele mesmo! Ora, então vamos passo a passo tentando recuperar as nossas discussões. Primeiro ponto: nas aulas iniciais, procuramos observar o modo como o ser humano tende a se comunicar das mais diversas maneiras, partindo de uma premissa comunicacional, de fato, muito importante – não se consegue não comunicar. Esse axioma, discutido nas duas primeiras aulas, resume bem aquilo que pode ser considerado um dos fundamentos da relação entre Semiótica e Comunicação: sempre estamos nos comunicamos. Quando nos apresentamos ao mundo, imediatamente comunicamos sentido, isto é, significado (mesmo que não queiramos, pouco importa!). O choro de uma criança já comunica sentido, o modo como nos vestimos comunica sentido ao mesmo tempo em que a maneira como nos sentamos – nossa linguagem corporal – também comunica sentido. As cores que escolhemos para expressar (mesmo que inconscientemente) nossos estados emocionais também comunicam sentido. Tiramos sentido de tudo, pois sempre estamos lendo – e sendo lidos! Ora, isso significa que, do ponto de vista semiótico, estamos o tempo todo lendo o mundo como um verdadeiro processo comunicacional. 
De forma mais simples, podemos pensar – mais uma vez do ponto de vista semiótico – que o mundo pode ser lido como um conjunto quase que infinito de linguagens, pois nós temos o potencial – e de fato o efetivamos – de criar linguagens e, por isso, de nos comunicarmos por meio de linguagens. Assim, nos comunicamos também por gráficos, por pinturas, por esculturas, por reportagens, por peças publicitárias e, portanto, estamos criando linguagens gráficas, plásticas (pintura), linguagens como a escultura etc! Assim, do ponto de vista semiótico, as criações jornalísticas e publicitárias podem ser consideradas linguagens – isto é, construções humanas que estão produzindo sentido, o significado e, por isso, são passíveis de leitura semiótica. Ora, neste caso, ainda semioticamente, nós estamos lendo as linguagens humanas! Como Lúcia Santaella disse, a Semiótica procura deslindar nos fenômenos o que quê de linguagem. Isso, basicamente, significa que a Semiótica lê o mundo e todos os seus acontecimentos, objetos, coisas e seres como livros que podem ser lidos, como verdadeiras narrativas. É só lembrar, portanto, do que dissemos sobre as possíveis diferenças entre a leitura semiótica e a de um engenheiro sobre o Cristo Redentor: o segundo irá analisar a escultura a partir de dados como segurança, material, peso, estrutura etc ao passo que, na Semiótica, tendemos a apreender quais os significados que o Cristo irá nos passar, irá nos transmitir. 
Desta forma, as questões semióticas seriam: como o Cristo representa a sociedade brasileira? Como ele representa nossa religiosidade? Como ele representa nossa hospitalidade? Tais questões também podem ser feitas acerca do vatapá, observando – isto é, lendo – nele o modo como a culinária, no caso, o vatapá, irá representar muito do processo de miscigenação cultural e racial do povo brasileiro. Lembrem-se, aqui, de que o vatapá é, em termos culinários, uma verdadeira mistura de ingredientes! Semioticamente, temos de observar as relações – isto é, o modo como a mistura concreta dos ingredientes pode ter uma dimensão simbólica no sentido de que ela passa a representar nosso sincretismo (mistura, síntese) cultural e racial. Ou seja, aquele simples prato e sua mistura de ingredientes pode produzir um significado inusitado: representar muito do modo como nós, brasileiros, nos construímos a partir da mistura e na mistura.
Desta forma, podemos dizer que estamos sempre lendo o mundo, as coisas, como um verdadeiro livro aberto e, portanto, diante de qualquer coisa estamos sempre perguntando: o que você me diz? O que você me narra? Que história você está me contando? A Semiótica, portanto, é uma verdadeira leitura do mundo na medida em que ela apreende todas as coisas a partir de sua dimensão comunicacional – ela quer saber o que as coisas narram, como se comunicam, como produzem sentidos (os significados)!
Descobrimos depois que a produção do significado tem um tijolo fundamental. Antes, vimos que o mundo é um verdadeiro processo comunicacional, um conjunto de linguagens; depois, descobrimos que cada linguagem é composta por pequenos tijolos, isto é, unidades mínimas (da mesma forma que paredes são compostas por tijolos). Ora, tais unidades mínimas – esses tijolos – são chamadas de signos. Para resumirmos o assunto já que todos conhecem a história da casa, podemos dizer que o signo nada mais é do que uma unidade substitutiva. Por unidade substitutiva, queremos dizer que o signo é um elemento – qualquer elemento! – que tem o poder de substituir seu objeto. Isso acontece, pois não conseguimos o tempo todo trazer os objetos dos quais falamos para as nossas conversas. Seria impossível trazer uma casa, que pesa toneladas, para uma simples conversação. Por isso, nós, humanos, lançamos mão de uma espécie de economia de linguagem e, por meio dela, substituímos a casa real (concreta e pesada) por desenhos, pinturas, maquetes, palavras etc. Tais elementos na medida e somente na medida em que substituem a casa – objeto de referência – serão chamados de signos. Portanto, uma fotografia de uma igreja é o signo, pois substitui a igreja, seu objeto; da mesma forma, um desenho de um cão, ao substituir o animal, seu objeto, também será um signo.
Complicando um pouquinho mais, podemos também dizer que o signo tem capacidade de substituir tanto um objeto concreto quanto um objeto imponderável, isto é, impalpável! O preto, usado em situações de luto no Brasil, pode significar a dor da perda de um ente querido – ora, não conseguimos, efetivamente, pegar, tocar a nossa dor! Da mesma forma, que também não conseguimos pegar as informações “pare”, “atenção” e “prossiga” que são justamente os objetos substituídos pelas luzes vermelha, amarelo e verde (signos, naturamente!). A alegria pode, por sua vez, ser substituída por um simples sorriso (signo). Prossigamos, então. Falamos agora à pouco que em uma situação de luto, o preto pode ser signo da dor da perda de um ente querido. Ora, é bom aqui enfatizarmos uma das questões mais importantes da Semiótica: a necessidade de articularmos o signo com seu contexto – quer seja a cultura, a história, a classe social, a geração a que a pessoa pertence, o conhecimento (ou não) que ela possui de um idioma, de uma história ou de qualquer coisa etc. O signo sempre produz sentidos a partir de sua inserção em um contexto cultural. Usamos a cor preta para representar luto no Brasil ao passo que o mesmo objeto (dor da perda de entes amados) é representado pelo branco na Índia (portanto, usamos duas cores diferentes para representar a mesma dor!). O velho exemplo da vaca, a despeito de ser muito velho, é ainda importante: a vaca aqui representa coisas como ambiente rural, algo potencialmente comestível, produção de leite etc ao passo que, na Ìndia, ela representa o sagrado. Uma leitura semiótica equivocada da vaca na Índia pode ter consequências funestas!
Vale ainda observar outra questão que imprime uma pouco mais complexidade às nossas discussões. O ponto fundamental aqui é trocar a palavra “substituir” por “representar” na medida em que esta última pode ser considerada mais apropriada para definir a função do signo. Representar significa apresentar novamente, isto é, apresentar sob novas vestes, novos materiais algo ou alguma coisa. Tanto é que, ao quebrar a palavra, conseguimos observar melhor seu significado: re-presentar (o sufixo “re” significa novamente). Portanto, podemos dizer que o signo representa seu objeto, pois ele o apresenta de determinada maneira: no caso da casa, ela é apresentada sob a forma de pintura, fotografia, desenho, maquete etc. Portanto, ela está sendo apresentada sob tais formas, ou melhor ainda, ela está sendo presentificadacom ajuda de alguma coisa – o signo. Isso também é muito importante: o signo presentifica (ao representar, ao apresentar novamente) seu objeto. A casa não está realmente presente no desenho, mas parte dela passa a ser presentificada – a ficar presente – por meio daqueles traços! Podemos dizer, para concluir, que o signo é um elemento de representação (a palavra substituição peca por ser muito simples, mas ajuda sempre no início da discussã)!
Neste caso, por ser um elemento de representação, podemos dizer que o signo está na dimensão representacional. Além disso, acrescentando outro aspecto importante do signo, ele pode ser visto como um elemento fundamental na comunicação na medida em que nos comunicamos sempre por signos. Ora, as palavras são signos, pois estão o tempo todo representando coisas – assim a palavra “casa” representa a casa real ao passo que a palavra “paisagem” representa a paisagem real. Quando fazemos uma fotografia e a estampamos na capa de um jornal, essa fotografia (signo) também representa seu objeto real; da mesma forma, quando fazemos uma peça publicitária, ela também está comunicando sentido, está fazendo parte de um universo comunicacional. Portanto, os signos – sempre! – estão mergulhados na comunicação humana e aqui podemos até pensar que, dentro do universo da Semiótica, não há comunicação sem signos! (Atenção: isso no caso do universo semiótico. Não estamos aqui pensando na comunicação entre máquinas, por exemplo, que coloca uma série de questões que não nos interessam! A comunicação entre máquinas, podemos dizer, faz parte de análises que estão no campo da Teoria da Matemática e não no da Semiótica!). Assim, podemos observar que os signos são unidades representacionais e, como tais, - como elementos que representam seus objetos – fazem parte da comunicação. 
Ora, em seguida, vimos outra coisa muito importante: colocamos uma lente de aumento sobre o signo e descobrimos que ele tem uma estrutura triádica, isto é, trata-se de um triângulo. Então, recapitulemos: vimos o mundo como linguagem; em seguida, o signo; agora, queremos entender sua estrutura interna!! Saímos de um plano muito geral – comunicação e linguagens – para um plano bem mais próximo – o do signo – e agora estamos indo para, digamos, um plano microscópico – a estrutura do signo. Comparativamente, é como se tivéssemos estudado um pouco o átomo e, finalmente, estivéssemos agora nos debruçando sobre a sua estrutura interna, usando um microscópio muito potente. O importante, a princípio, é compreender que cada um dos polos do signo representa uma das maneiras pelas quais o signo se relaciona com seu objeto, com a mente humana ou com ele mesmo! Vale enfatizar aqui: cada um dos polos do signo – não se preocupem agora com o nome dos polos – cada pólo do signo nada mais é do que a forma pela qual o signo se relaciona com o objeto, com a mente humana e com ele mesmo!
Antes de começarmos a passar por cada pólo, é importante observar que os três polos – o que se relaciona com o objeto, o que se relaciona com a mente e o que se relaciona com ele mesmo – estão em relação permanente. Cada um influencia e impacta o outro de forma que, na verdade, não podem ser pensados separadamente. Aqui, sim, tentaremos separá-los para facilitar o entendimento, mas, mais tarde, é bom tentarmos obversar a relação que os três polos criam uns com os outros!!
Mas, agora, vamos passo a passo. Primeiro passo: o polo do objeto!! Aqui, é importante observar que o signo está em relação a seu objeto. Ou seja, o chamado polo do objeto nada mais faz do que mostrar que o signo está se relacionando com alguma coisa – o seu referente que, em Semiótica, também chamamos de objeto. Portanto, o que está em causa aqui é a relação signo/objeto. O importante é que a relação do signo com seu objeto permite com que ele – o signo – se relacione com seu objeto de três diferentes maneiras (que iremos estudar mais tarde!). 
Seja como for, o importante aqui é observar que o polo do objeto põe em questão duas coisas: 1) a relação do signo com seu objeto e 2) a natureza, isto é, o tipo de relação que o signo estabelece com seu objeto – que estudaremos, na verdade, depois da prova. Por enquanto, o importante é apenas enfatizar que – agora – o foco é que o signo se liga a algo, se liga àquilo que chamamos de seu referente. Portanto, o pólo do objeto é o pólo da referência. Pensem no desenho de um girassol e o girassol (signo e objeto). O polo do objeto permite com que nós vejamos a ligação, a ponte, o nexo! Uma foto de uma pessoa também poderia ser analisada pelo polo do objeto, ou seja, o signo seria a foto ao passo que o objeto nada mais seria que a pessoa fotografada. O que é importante, mais uma vez aqui, é a ligação entre a foto (signo) e a pessoa (objeto). Quando temos uma criança sorrindo, por exemplo, o que nos interessa aqui é apenas enfatizar que o sorriso (signo) se liga ao sentimento de alegria (objeto). Quando temos a intenção de criar a imagem de um produto sustentável, a peça publicitária será o signo ao passo que a ideia (a sustentabilidade) será o objeto. Ora, mais uma vez, o polo do objeto apenas nos ajuda a observar com mais pormenores a relação da peça publicitária (signo) com o objeto (a ideia de sustentabilidade). Em termos jornalísticos, quando tenho uma fotografia de uma manifestação, a fotografia é o signo e a manifestação, seu objeto. Neste caso, a fotografia (signo) se relaciona com seu referente – a manifestação!
Agora, algo importante: dissemos logo acima que iremos estudar a natureza da relação signo/objeto depois da prova. Lembram-se do que dissemos? Que o polo do objeto tem dois aspectos fundamentais: 1) a relação signo/objeto e 2) a natureza – o tipo -desta relação. Gostaríamos, apenas, de pontuar algumas questões sobre a natureza dessa relação para melhor compreendermos o polo signo/objeto. Ora, este polo nos permite descobrir o tipo de relação que se estabelece entre o signo e o objeto! Por exemplo, quando penso no desenho, ele quase sempre traz consigo certa ambiguidade. Vejam, por exemplo, o desenho de Charles Chaplin! 
No entanto, há uma certa dose de ambiguidade neste desenho no sentido de que certos detalhes – como o bigode! – podem momentaneamente nos levar a pensar que se trata de outra pessoa, talvez Hitler. Se olharmos rapidamente, a confusão aumenta ainda mais. Se há um tipo de imagem que – quase sempre – traz ambiguidades na sua leitura, essas imagens são os desenhos! Imaginem, por exemplo, os desenhos de crianças – são repletos de sugestões e ambiguidades. Bem, o que isso quer dizer? Quer dizer que há certos tipos de imagens que na relação com seu objeto criam sugestões. Trata-se, portanto, de uma relação signo/objeto sugestiva (sugestiva no sentido de que nem sempre tenho certeza absoluta do objeto!)
Todavia, quando penso em outro tipo de signo, como uma digital, descubro que ela, ao contrário, não traz sugestão alguma, pois uma digital indica perfeita e cientificamente a identidade da pessoa. Neste caso, portanto, a relação signo/objeto é completamente diferente da primeira – que é sugestiva – aqui, ao contrário, ela é indicativa, pois indica (com certeza quase que absoluta!) a identidade da pessoa que deixou suas marcas em uma vidraça, por exemplo. Temos aqui um segundo tipo de relação signo/objeto, a relação indicial. 
Para finalizar, podemos dizer que há ainda um terceiro tipo de relação que se estabelece entre o signo e seu objeto, que é uma relação mais cultural, vinculado ao contexto histórico. Vejamos: quando pego a cor vermelha em uma bandeira, tendo em vista o contexto histórico-político do Ocidente, a cor vermelha não irá necessariamente sugerir algo, muito menos indicar! O sentido do vermelho é muito mais cultural e político, pois todos nós – ao olharmos o vermelho – sabemos que ele representa uma ideologia de esquerda! Pensemos, como segundo exemplo, a história da vaca. Ora, quando a vaca está inserida em um universo cultural específico, como o indiano, ela passa a representar o sagrado!Temosaqui, portanto, uma terceira relação criada no interior do polo signo/objeto, que é a relação representacional.
Em síntese, podemos dizer várias coisas importantes sobre o polo signo/objeto: a primeira é a mais óbvia, no sentido de que ele leva nosso olhar a observar a relação signo e objeto! Simples assim! Mas, além disso, é importante observarmos que essa relação traz consigo diferentes naturezas, ou seja, o signo pode se relacionar de diferentes maneiras com seu objeto!! Uma delas – exemplificada pelos desenhos – é sugestiva (não tenho certeza sobre o objeto, ele é ambíguo), uma segunda relação é precisa, concreta, informacional, indicativa, que é o tipo de relação que a digital estabelece com a pessoa que deixou tal digital, digamos, em uma vidraça! Essa relação é indicial e, finalmente, uma relação mais cultural, política e contextualizada, como a cor vermelho representando a esquerda ou a vaca representando a sagrado. 
Em uma nova síntese, podemos dizer que o polo signo/objeto permite com que descubramos, compreendamos, enfim, reflitamos sobre a natureza, isto é, o tipo de relação que o signo tem com seu objeto – que pode ser sugestiva, indicativa ou representacional. Iremos aprofundar tudo isso, depois da prova!! 
Por enquanto, é importante saber que existem diferentes tipos de relação entre o signo e o objeto e que tais relações são estudadas, naturalmente, a partir do polo signo/objeto.
Ora, o segundo polo é o polo do chamado interpretante. Interpretante aqui não significa a pessoa que interpreta (no caso, tal pessoa seria o intérprete). O importante aqui é compreendermos que o polo do interpretante está ligado ao pensamento humano, isto é, para começo de conversa e de uma forma ainda muito simples, podemos equiparar o interpretante ao processo interpretativo de nossa mente. Ao preço de uma simplificação imperdoável, podemos dizer – para início de discussão – que o interpretante é a interpretação. Trata-se, portanto, da dinâmica intelectual que ocorre na nossa mente quando nos deparamos com um desenho, quando nos deparamos com uma fotografia, com uma bandeira, com uma digital, com uma vaca, em um contexto cultural específico!! Cada tipo de signo aqui vai impactar, isto é, vai criar tipos diferenciados de interpretação na nossa mente que serão, basicamente, divididos em interpretações sugestivas, concretas ou abstratas. Seja como for, o importante aqui é que saibamos que o interpretante é o polo da interpretação, do pensamento, da dinâmica da nossa cabeça!!!
Finalmente, podemos dizer que o último polo é o polo no qual o signo está em relação a si mesmo. Isso significa que este polo – chamado de representamen – é o polo pelo qual nós podemos descobrir o material de que é feito o signo! Assim, se tenho uma pintura de uma casa, o representamen será a própria pintura, isto é, seu conjunto de cores e traços. Se estamos em sala de aula e estou falando com vocês, o representamen das palavras – isto é, sua base, sua materialidade – será o próprio som. Se estamos vendo uma fotografia, o representamen será a própria película fotografia etc. Se vocês estão analisando um vestuário, por exemplo, o representamen será o conjunto de cores e tecidos que compõem tais roupas. É simples assim!
Portanto, cada polo do signo nos ajuda a compreender a relação que o signo tem com seu objeto, com a nossa mente e com seu material! E cada um destes polos está em relação com o outro, o que veremos ao longo do semestre.

Continue navegando