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Trab prost e dir hum

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A PROSTITUIÇÃO AOS OLHOS DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL.
Preliminares para a compreensão do tema inserido no Direito.
Preliminarmente, deve-se compreender como o Direito vê a regulamentação ou não da prostituição como profissão. Existem, basicamente, três sistemas acerca do tema: O Sistema Abolicionista, o Proibicionista e o Regulamentarista. 
O primeiro, entende a prostituta como sendo vítima social, passível de coação por um terceiro, “cafetão ou gerente”, e que se submete a este para realizar serviços sexuais em troca de uma quantia mínima de dinheiro. Aqui, a lei admite o Gerente da Casa de prostituição como o verdadeiro causador de malefícios sociais, punindo este e não aquele que, de fato, presta o serviço.
Já o segundo, encontra seu significado na própria morfologia, imprimindo sobretudo a impossibilidade do particular em prestar serviços relacionados a troca de favores sexuais por objetos ou valor em dinheiro. A decisão do Estado sobre o domínio das ações dos particulares se dá de maneira expressa, na proibição da atividade, sendo passível de punição tanto quem presta o serviço, como quem agencia essa prestação, e ainda, quem requer a prestação.
O último, onde se concentra a liberdade da pessoa, valida a atividade como profissão, abarcando direitos e deveres conseqüentes desta regulamentação. 
Qual seria o melhor sistema, no sentido da segurança e desenvolvimento social, a ser adotado? Existe resposta para essa pergunta ou não passa de mera falácia, tendo em vista que cada Estado Soberano deve reter em si o controle dos particulares? No que diz respeito aos tratados internacionais acerca das liberdades individuais, até que ponto se faz cumprir quando, em determinado Estado, a realidade social parece não acompanhar a evolução legislativa? São algumas das indagações válidas para reflexão.
O Estado Brasileiro e as ações para a regulamentação da Prostituição como profissão pelo Estado.
No Estado brasileiro, encontra-se em transição do sistema abolicionista para o sistema regulamentarista. É uma transição lenta e dependente de uma série de questões políticas, afinal, não se muda algo sem aprovação do Congresso Nacional. Em 2003, através do Deputado Federal Fernando Gabeira, foi levada à casa a discussão desta regulamentação através de projeto de lei, entretanto, não se pode dar continuidade devido a não reeleição do Deputado no ano de 2006. Em 2012, o deputado Jean Wyllys, formatou o projeto de lei 4.211, que regulamentaria a atividade dos profissionais do sexo. Segundo o site oficial da câmara dos deputados, o PL encontra-se sujeita a apreciação do Plenário em regime ordinário, devendo ser observado o mérito e o Art. 54 do Regimento Interno da câmara dos deputados, que trata da questão orçamentária para implementação dos projetos.
Compreendemos então que como ainda é projeto não possui força coercitiva, e só a terá quando se tornar lei, de fato. Enquanto não se adéqua ao ordenamento jurídico brasileiro os males decorrentes dessa falta de regulação e/ou falta de definição de planos para esse tipo de atividade geram suas vítimas, dos mais diversos âmbitos.
Prostituição e a Lógica Constitucional.
Raízes da atividade. 
A atividade sexual paga existe desde quando o mundo é mundo. Há, inclusive, registros históricos das civilizações Romana e Grega onde o Estado regulamentava a atividade, considerada respeitada. Todavia, a formação histórica brasileira nos mostra uma realidade diversa, pois aqui antes de ser Estado de Direito fora uma colônia de exploração do Império Português. Eram enviados ao Brasil (antes nomeado diferente) apenas a escória do Estado Português: ladrões, assassinos e prostitutas. Ou seja, para cá era enviado como punição todo aquele que apresentava risco social ao Estado. Assim se deu a formação brasileira: o branco renegado, negro e índio explorado. Ainda somos um Estado bebê, com apenas 500 anos de existência, marcada pela falta de estruturação desde áreas mais básicas. O atual Estado Brasileiro sofre com a herança herdada da defeituosa formação do mesmo, pois se houvesse, desde os primórdios a preocupação com o bem estar social, tudo seria diferente.
 A atividade sexual remunerada esteve presente desde o início, considerada por autores como Regina Mazzariol como “mal necessário” para a preservação da moral familiar seguindo a lógica do regime patriarcal em que se encontrava o país, onde o homem deveria satisfazer suas vontades indo ao encontro das mulheres da vida, pois seus desejos não poderiam ser satisfeitos pela esposa “dona do lar e protetora da família”, pois se assim o fizesse, faltaria com a moral. A realidade social fez com que essa visão fosse, em parte, superada, dando a prostituta o lugar imoral de” destruidora do lar e da moral”. Assim, essa classe de trabalhadores que sempre esteve presente, torna-se marginalizada e discriminada no decorrer dos séculos. Avanços e avanços foram feitos no ordenamento jurídico brasileiro, inclusive constitucionalmente, com a mudança de direção dos esforços estatais em função de novas ordens diretores expressas na Carta Magna do Estado. 
A Constituição e seus princípios (não cumpridos).
A mais recente Constituição, de 1988, está em harmonia com a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, garantindo expressamente as condições mínimas compreendidas pelos diversos Estados assinantes da DUDH como sendo necessárias para a vida do ser humano pela sua própria natureza humana, o que se mostra claro na introdução à própria constituição:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacificadas controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.
Apreendemos na Academia que, a Carta Magna é a ordem máxima do Estado, sendo as outras leis subordinadas a esta, devendo ser respeitada, protegida, assegurada e contemplada pelos dos três poderes, garantindo ao particular a plena cidadania descrita na Constituição.
A maior prova de que nem sempre se faz cumprir a letra da lei são as incontáveis ações tendo o Estado como parte, na busca do particular pela tutela do direito garantido por lei. Entende-se, portanto, que o particular, mesmo tendo constitucionalmente garantido determinado direito, ainda tem que procurar o Estado para que o garanta, sendo que a função do Estado é exatamente esta que não cumpre. Tendo o Brasil, como princípios fundamentais expressos no Título I, Art. 1º da CRFF/88 a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, devendo ser garantido através da execução do poder por meio de representantes eleitos pelo povo, de onde emana esse poder. Ou seja, é observado a realidade social para a interferência de representantes em resguardar e fazer valer aquilo que está previsto. Seguindo esse cronologia lógica, compreende-se o porque do PL 4.211 ter sido formatado pelo deputado Jean Wyllys. Este projeto visa estabelecer diretrizes para a regulamentação da atividade sexual remunerada, visando garantir a dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho (previsto Art.1º, incisos III e IV), erradicar a pobreza, a marginalização e a redução de desigualdades sociais (prevista no Art. 3º, inciso III) expressos constitucionalmente em consonância com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A prostituição é uma profissão marcada pela marginalização dos que a praticam, sendo vistos pela sociedade como não merecedores de direitos. Compreendo diversamente por entender que a mulher ou homem ou transexual que exerce essa atividade não perde sua natureza humana pura e simplesmente por exercerlivremente o domínio sobre o seu próprio corpo. 
Conclusão
Vivemos em um Estado Democrático de Direito, sendo a liberdade um dos bens mais valiosos. Partindo daqui, avalio a regulamentação desta profissão usando a lente dos Direitos Humanos, resultando na conclusão de que o fato social é existente, antigo e permanente, devendo o Estado tomar providências para que este fato deixe de ser um mal social e passe a ser uma alternativa de eliminação da discriminação, dando os direitos devidos aqueles que estão na escuridão na compreensão social.
Bibliografia
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
MAZZARIOL, Regina; "Mal necessário": ensaio sobre o confinamento da prostituição na cidade de Campinas. Editora Universidade Estadual de Campinas, 1976. 
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/114091.pdf
http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/saules_st9.pdf
http://ultima-instancia.jusbrasil.com.br/noticias/100217561/jean-wyllys-quer-garantir-direitos-a-prostitutas-antes-da-copa-e-das-olimpiadas?ref=home
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=551899
http://www.usp.br/aun/exibir.php?id=5760

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