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INFORMATIVOS 2017

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Instagram @Magistraturaestadualemfoco @dizerodireito – Maio de 2017
COMPILAÇÃO DOS INFORMATIVOS DO DIZER O 
DIREITO – 2017
www.dizerodireito.com.br
DIREITO ADMINISTRATIVO
STJ 594 - SERVIDORES PÚBLICOS. Piso salarial nacional para os professores da 
educação básica e reflexos na carreira e nas demais verbas recebidas por tais 
profissionais
 A Lei nº 11.738/2008, em seu art. 2º, § 1º, ordena que o vencimento inicial das 
carreiras do magistério público da educação básica deve corresponder ao piso 
salarial profissional nacional, sendo vedada a fixação do vencimento básico em valor 
inferior, não havendo determinação de incidência automática em toda a carreira e 
reflexo imediato sobre as demais vantagens e gratificações, o que somente ocorrerá 
se estas determinações estiverem previstas nas legislações locais. STJ. 1ª Seção. REsp 
1.426.210-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo)
STJ 595 - PODER DE POLÍCIA. Não cabe ao Banco Central fiscalizar o Serasa
O Banco Central tem o dever de exercer o controle do crédito e fiscalizar a atividade 
das instituições financeiras. O Serasa não é uma instituição financeira, considerando 
que não exerce coleta, intermediação nem aplicação de recursos financeiros, nem a 
custódia de valor de propriedade de terceiros, seja como atividade principal ou 
acessória. Logo, não é da atribuição do Banco Central a fiscalização das atividades 
do Serasa. STJ. 4ª Turma. REsp 1.178.768-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado 
em 1/12/2016
IMPORTANTÍSSIMO!!! STF 851 - CONFISCO DO ART. 243 DA CF/88. 
Possibilidade de o proprietário afastar a sanção do art. 243 da CF/88 se provar que 
não teve culpa
A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, 
Instagram @Magistraturaestadualemfoco @dizerodireito – Maio de 2017
desde que o proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in 
vigilando ou in eligendo. STF. Plenário. RE 635336/PE, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 14/12/2016 (repercussão geral)
Art. 243 da CF. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem 
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo 
na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de 
habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras 
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência 
do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo 
será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.
IMPORTANTÍSSIMO!!! STF 851 - SERVIDORES PÚBLICOS. Aposentadoria 
compulsória não se aplica a cargos comissionados
Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão NÃO se submetem à 
regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge 
apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer 
idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. Ressalvados impedimentos 
de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo, 
aposentado compulsoriamente, permaneça no cargo comissionado que já 
desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, 
uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a 
Administração. STF. Plenário. RE 786540/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
15/12/2016 (repercussão geral)
STF 852 - SERVIDORES PÚBLICOS. Regime de subsídio e pagamento de 13º e 
férias a Prefeito e Vice-Prefeito
O art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o pagamento de terço 
de férias e décimo terceiro salário. Segundo o Min. Luís Roberto Barroso, o regime 
de subsídio é incompatível apenas com o pagamento de outras parcelas 
remuneratórias de natureza mensal, o que não é o caso do décimo terceiro e das 
férias, que são verbas pagas a todos os trabalhadores e servidores, com 
periodicidade anual. STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. 
p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017 (repercussão geral) 
STF 853 – APOSENTADORIA. Aproveitamento do tempo trabalhado como aluno-
aprendiz
O servidor que trabalhou como "aluno-aprendiz" pode utilizar este período como 
tempo de serviço para fins de aposentadoria? 
Sim, no entanto, para isso é necessário que ele apresente certidão do estabelecimento 
de ensino frequentado. Tal documento deve atestar a condição de aluno-aprendiz e 
o recebimento de retribuição pelos serviços executados, consubstanciada em auxílios 
materiais diversos. 
Com a edição da Lei nº 3.353/59, passou-se a exigir, para a contagem do tempo 
mencionado, a demonstração de que a mão de obra foi remunerada com o 
pagamento de encomendas. O elemento essencial à caracterização do tempo de 
serviço como aluno-aprendiz não é a percepção de vantagem direta ou indireta, mas 
a efetiva execução do ofício para o qual recebia instrução, mediante encomendas de 
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terceiros. 
Como consequência, a declaração emitida por instituição de ensino 
profissionalizante somente comprova o período de trabalho caso registre 
expressamente a participação do educando nas atividades laborativas desenvolvidas 
para atender aos pedidos feitos às escolas. STF. 1ª Turma. MS 31518/DF, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgado em 7/2/2017
STF 853 – APOSENTADORIA. Juiz Federal que completou os requisitos para se 
aposentar quando ainda vigorava o art. 192, I, da Lei 8.112/90 tem direito de se 
aposentar com proventos de Desembargador
A redação originária do art. 192, I, da Lei nº 8.112/90 previa que o servidor público 
federal, ao se aposentar, deveria receber, como proventos, a remuneração da classe 
superior a que pertencia. Esse art. 192 foi revogado em 1997 pela Lei nº 9.527. 
Determinado Juiz Federal completou os requisitos para se aposentar em 1994. No 
entanto, optou por continuar trabalhando até 2010, quando pediu a aposentadoria. 
O STF entendeu que, como ele preencheu os requisitos para se aposentar em 1994, 
ou seja, antes da Lei nº 9.527/97, ele teria direito à regra prevista no art. 192, I, da 
Lei nº 8.112/90.
Logo, ele, ao se aposentar como Juiz Federal, tem direito de receber os proventos 
como se fosse Desembargador Federal (classe imediatamente superior àquela em 
que ele se encontrava posicionado). STF. 1ª Turma. MS 32726/DF, rel. orig. Min. 
Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/2/2017
IMPORTANTE!! STJ 596 – DESAPROPRIAÇÃO. Desistência da desapropriação
É possível que o expropriante desista da ação de desapropriação? 
SIM, é possível a desistência da desapropriação a qualquer tempo, mesmo após o 
trânsito em julgado, desde que: 
a) ainda não tenha havido o pagamento integral do preço (pois nessa hipótese já terá 
se consolidado a transferência da propriedade do expropriado para o expropriante); 
e
b) o imóvel possa ser devolvido sem que ele tenha sido alterado de forma substancial 
(que impeça sua utilização como antes era possível). É ônus do expropriado provar 
a existência de fato impeditivo do direito de desistência da desapropriação. STJ. 2ª 
Turma. REsp 1.368.773-MS, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. para acórdão Min. Herman 
Benjamin, julgado em 6/12/2016
STJ 596 - SERVIDORES PÚBLICOS. É constitucional o art. 2º, parágrafo único, 
da LC 152/2015, que prevê regra especial de transição para a idade da aposentadoria 
compulsória dos servidores do Serviço Exterior Brasileiro
Não viola o princípio da isonomia o implemento de regra de transição de 
aposentadoria dos servidores integrantes do Serviço Exterior Brasileiro (Lei nº 
11.440/2006), como está previsto no parágrafo único do art. 2º da LC 152/2015,considerando-se as peculiaridades da carreira, as necessidades do Estado e a ordem 
constitucional vigente. STJ. 1ª Seção. MS 22.394-DF, Rel. Min. Humberto Martins, 
julgado em 9/11/2016
STJ 596 - PODER DE POLÍCIA. Empresas brasileiras poderão desenvolver 
atividades de segurança privada, ainda que tenham sócios estrangeiros
A Lei nº 7.102/83 estabelece normas para constituição e funcionamento das 
empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de 
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valores. 
O art. 11 dessa Lei prevê que “a propriedade e a administração das empresas 
especializadas que vierem a se constituir são vedadas a estrangeiros.” 
Esse art. 11 deve ser interpretado segundo a Constituição Federal que, desde a EC 
6/95, proíbe, em regra, que a lei faça discriminação entre “empresa brasileira de 
capital nacional” e “empresa brasileira de capital estrangeiro”. Em outras palavras, 
para o texto constitucional atual, em regra, desde que uma empresa seja brasileira 
(constituída no Brasil e sujeita às leis brasileiras), a origem do seu capital é 
irrelevante. 
Diante disso, a interpretação atual do art. 11 deve ser a seguinte: 
• Empresas constituídas no exterior são proibidas de atuar no setor de segurança 
privada. 
• Todavia, empresas que sejam constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua 
sede e administração no País são consideradas “empresas brasileiras” (art. 1.126 do 
Código Civil), sendo irrelevante que tenham na sua composição societária, direta ou 
indiretamente, participação ou controle pelo capital estrangeiro. 
• Logo, “empresas brasileiras” poderão praticar atividades de segurança privada no 
país ainda que tenham sócios estrangeiros. A restrição veiculada pelo art. 11 da Lei 
nº 7.102/83, de acordo com a CF/88, não impede a participação de capital estrangeiro 
nas sociedades nacionais (empresas brasileiras) que prestam serviço de segurança 
privada. STJ. 1ª Seção. MS 19.088-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 
14/12/2016
STJ 596 - PENSÃO ESPECIAL DE EX-COMBATENTE Termo inicial em caso de 
pensão requerida por dependente incapaz (Obs: tema que só interessa para 
concursos federais)
Em se tratando de dependente incapaz, o termo inicial para o pagamento do 
benefício da pensão especial de ex-combatente é o óbito do instituidor. STJ. Corte 
Especial. EREsp 1.141.037-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 7/12/2016
STF 854 – APOSENTADORIA. Não se aplica a aposentadoria compulsória para 
titulares de serventias judiciais não estatizadas não ocupantes de cargo público e que 
não recebam remuneração dos cofres públicos
Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos 
titulares de serventias judiciais não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de 
cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente dos cofres públicos. 
STF. Plenário. RE 647827/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/2/2017 
(repercussão geral)
IMPORTANTÍSSIMO!!! STF 854 - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. 
Estado deve indenizar preso que se encontre em situação degradante
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em 
seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento 
jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a 
obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos 
detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de 
encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ 
o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral)
STJ 597 - ATOS ADMINISTRATIVOS. Portaria interministerial produzida, em 
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conjunto, por dois Ministérios não pode ser revogada por portaria posterior editada 
por apenas uma das Pastas
A portaria interministerial editada pelos Ministérios da Educação e do 
Planejamento demanda a manifestação das duas Pastas para a sua revogação. 
Ex: o art. 7º do Decreto 6.253/2007 determinou que os Ministérios da Educação e da 
Fazenda deveriam editar um ato conjunto definindo os valores, por aluno, para fins 
de aplicação dos recursos do FUNDEB. Atendendo a este comando, em março de 
2009, os Ministros da Educação e da Fazenda editaram a Portaria interministerial 
221/2009 estipulando tais valores. Ocorre que alguns meses depois, o Ministro da 
Educação editou, sozinho, ou seja, sem o Ministro da Fazenda, a Portaria 788/2009 
revogando a Portaria interministerial 221/2009 e definindo novos valores por aluno 
para recebimento dos recursos do FUNDEB. O STJ concluiu que esta segunda 
portaria não teve o condão de revogar a primeira. A regulamentação do valor por 
aluno do FUNDEB exige um ato administrativo complexo que, para a sua formação, 
impõe a manifestação de dois ou mais órgãos para dar existência ao ato (no caso, 
portaria interministerial). Por simetria, somente seria possível a revogação do ato 
administrativo anterior por autoridade/órgão competente para produzi-lo. Em 
suma, o primeiro ato somente poderia ser revogado por outra portaria 
interministerial das duas Pastas. STJ. 1ª Seção. MS 14.731/DF, Rel. Min. Napoleão 
Nunes Maia Filho, julgado em 14/12/2016
STJ 598 - SERVIÇOS PÚBLICOS. É válida a interrupção do serviço público por 
razões de ordem técnica se houve prévio aviso por meio de rádio
Em regra, o serviço público deverá ser prestado de forma contínua, ou seja, sem 
interrupções (princípio da continuidade do serviço público). 
Excepcionalmente, será possível a interrupção do serviço público nas seguintes 
hipóteses previstas no art. 6º, § 3º da Lei n.º 8.987/95:
a) Em caso de emergência (mesmo sem aviso prévio); 
b) Por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, desde que o usuário 
seja previamente avisado; 
c) Por causa de inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado.
Se a concessionária de energia elétrica divulga, por meio de aviso nas emissoras de 
rádio do Município, que haverá, daqui a alguns dias, a interrupção do fornecimento de 
energia elétrica por algumas horas em virtude de razões de ordem técnica, este aviso 
atende a exigência da Lei nº 8.987/95?
SIM. A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por 
meio de emissoras de rádio, dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso 
prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª Turma. REsp 1.270.339-
SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016
IMPORTANTE!! STJ 598 - SERVIDORES PÚBLICOS Não se aplica a teoria do 
fato consumado para remoção realizada fora das hipóteses legais
A “teoria do fato consumado" não pode ser aplicada para consolidar remoção de 
servidor público destinada a acompanhamento de cônjuge, em hipótese que não se 
adequa à legalidade estrita, ainda que tal situação haja perdurado por vários anos 
em virtude de decisão liminar não confirmada por ocasião do julgamento de mérito.
Em outras palavras, se a pessoa consegue uma decisão provisória garantindo a ela a 
remoção e, posteriormente, esta decisão é revogada, esta remoção terá que ser 
desfeita mesmo que já tenha se passado muitos anos. 
Não se aplica a "Teoria do Fato Consumado" em relação a atos praticados sob 
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contestação das pessoas envolvidas, que o reputam irregular e manifestam a 
existência da irregularidade nas vias adequadas, ainda que, pela demora no 
transcurso do procedimento destinado à apuração da legalidade do ato, este gere 
efeitos no mundo concreto.
Verificada ou confirmada a ilegalidade, o ato deve ser desfeito, preservando-se 
apenas aquilo que, pela consolidação fática irreversível, não puder ser restituído ao 
status quo ante. 
Se a Administração Pública, mesmoapós a decisão liminar, continuou questionando 
no processo a legalidade da remoção do servidor/autor, não se pode aplicar a teoria 
do fato consumado, devendo o ato ser desfeito, salvo se tivesse havido uma 
consolidação fática irreversível (ou seja, se não fosse mais possível voltar ao "status 
quo ante"). STJ. Corte Especial. EREsp 1.157.628-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado 
em 7/12/2016
STJ 598 - SERVIDORES PÚBLICOS URV e 11,98%
O término da incorporação dos 11,98%, ou do índice obtido em cada caso, oriundo 
das perdas salariais resultantes da conversão de cruzeiro real em URV, na 
remuneração do servidor, deve ocorrer no momento em que a carreira passa por 
uma restruturação remuneratória. STJ. 3ª Seção. EREsp 900.311-RN, Rel. Min. Felix 
Fischer, julgado em 22/2/2017
IMPORTANTE!! STJ 598 - PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. 
Competência para instaurar e julgar PAD relacionado com servidor cedido
A instauração de processo disciplinar contra servidor efetivo cedido deve ocorrer, 
preferencialmente, no órgão em que tenha sido praticada a suposta irregularidade. 
Por outro lado, o julgamento e a eventual aplicação de sanção só podem ocorrer no 
órgão ao qual o servidor efetivo estiver vinculado.
Ex: João é servidor efetivo (técnico judiciário) do TJDFT e foi cedido para um cargo 
em comissão no STJ. Quando ainda estava prestando serviços no STJ, João praticou 
uma infração disciplinar. A Instauração do PAD deverá ser feita preferencialmente 
pelo STJ. Por outro lado, o julgamento do servidor e aplicação da sanção deverão 
ser realizados obrigatoriamente pelo TJDFT. STJ. Corte Especial. MS 21.991-DF, 
Rel. Min. Humberto Martins, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado 
em 16/11/2016
IMPORTANTE!! STF 858 – PRECATÓRIOS. É possível aplicar o regime de 
precatórios às sociedades de economia mista?
É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras 
de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. Plenário. 
ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017
STF 858 - CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. Lei de contratação temporária não 
pode prever hipóteses genéricas nem a prorrogação indefinida dos contratos
São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa 
genérica para contratação temporária e a permissão de prorrogação indefinida do 
prazo de contratações temporárias. STF. Plenário. ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 23/3/2017
STF 859 - ABONO DE PERMANÊNCIA. Magistrado que estava recebendo abono 
de permanência e foi promovido terá direito de continuar percebendo o benefício
Instagram @Magistraturaestadualemfoco @dizerodireito – Maio de 2017
A ocupação de novo cargo dentro da estrutura do Poder Judiciário, pelo titular do 
abono de permanência, não implica a cessação do benefício. Ex: determinada pessoa 
ocupa o cargo de Desembargador do Trabalho e está recebendo abono de 
permanência; se ela for promovida ao cargo de Ministro do TST, terá direito de 
continuar recebendo o abono, não sendo necessário completar cinco anos no cargo 
de Ministro para requerer o benefício. STF. 1ª Turma. MS 33424/DF e MS 33456/DF, 
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/3/2017
STF 859 – PENSÃO. O art. 11 da EC 20/98 não proibiu a percepção de pensão civil 
com pensão militar
A CF/67 e a CF/88 (antes da EC 20/98) não proibiam que o militar reformado 
voltasse ao serviço público e, posteriormente, se aposentasse no cargo civil, 
acumulando os dois proventos. 
Ex: João foi reformado como Sargento do Exército em 1980. Voltou ao serviço 
público e se aposentou como servidor da ABIN (órgão público federal), concedida 
em 1995. Essa acumulação de proventos é possível. 
O art. 11 da EC 20/98 proibiu, expressamente, a concessão de mais de uma 
aposentadoria pelo regime de previdência dos servidores civis. No entanto, este 
dispositivo não vedou a cumulação de aposentadoria de servidor público com 
proventos de militar. 
Sendo possível a cumulação de proventos, é também permitido que o dependente 
acumule as duas pensões. Ex: Em 1996, João faleceu e Maria, sua esposa, passou a 
receber duas pensões por morte, uma decorrente de cada vínculo acima explicado. 
STF. 2ª Turma. MS 25097/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/3/2017
IMPORTANTÍSSIMO!!! STF 860 – GREVE. Policiais são proibidos de fazer greve.
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos 
policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de 
segurança pública. É obrigatória a participação do Poder Público em mediação 
instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do 
art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. STF. Plenário. ARE 
654432/GO, Rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 5/4/2017 (repercussão geral)
STF 860 – APOSENTADORIA. EC 70/2012 produz efeitos financeiros somente a 
partir da data de sua promulgação
Os efeitos financeiros das revisões de aposentadoria concedida com base no art. 6º-
A da EC 41/2003, introduzido pela EC 70/2012, somente se produzirão a partir da 
data de sua promulgação (30/3/2012). STF. Plenário. RE 924456/RJ, rel. orig. Min. 
Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017
DIREITO AMBIENTAL
DIREITO CIVIL
IMPORTANTE!!! STJ 594 - CONTRATO DE SEGURO. Embriaguez ao volante e 
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agravamento do risco
No seguro de automóvel celebrado por uma empresa com a seguradora, é devida a 
indenização securitária se o condutor do veículo (funcionário da empresa segurada) 
estava embriagado? 
• Em regra: NÃO. 
• Exceção: será devido o pagamento da indenização se a empresa segurada conseguir 
provar que o acidente ocorreria mesmo que o condutor não estivesse embriagado.
Não é devida a indenização securitária decorrente de contrato de seguro de 
automóvel quando o causador do sinistro – preposto da empresa segurada – estiver 
em estado de embriaguez, salvo se o segurado demonstrar que o infortúnio ocorreria 
independentemente dessa circunstância. STJ. 3ª Turma. REsp 1.485.717-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 22/11/2016
STJ 594 - SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO. Imóveis vinculados ao SFH 
não são suscetíveis de usucapião
O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro de 
Habitação, como está afetado à prestação de um serviço público, deve ser tratado 
como bem público, sendo, pois, imprescritível (insuscetível de usucapião). STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.448.026-PE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/11/2016 
STJ 594 - DIREITOS AUTORAIS. Imagem da fachada do imóvel utilizada em 
propaganda comercial com permissão do proprietário, mas sem autorização do 
autor do projeto
O autor de projeto de obra arquitetônica, ainda que situada permanentemente em 
logradouros públicos, integrando de modo indissociável o meio ambiente, a compor 
a paisagem como um todo, faz jus ao ressarcimento por danos de ordem material e 
moral em virtude da representação por terceiros de sua obra, com fins comerciais, 
sem a devida autorização e indicação de autoria, ainda que tenha havido 
aquiescência do proprietário da obra. STJ. 3ª Turma. REsp 1.562.617-SP, Rel. Min. 
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/11/2016
IMPORTANTE!!! STJ 594 - DIREITOS AUTORAIS. Possibilidade de a pessoa 
jurídica ser titular dos direitos autorais
Nos contratos sob encomenda de obras intelectuais, a pessoa jurídica que figura 
como encomendada na relação contratual pode ser titular dos direitos autorais, 
conforme interpretação do art. 11, parágrafo único, da Lei nº 9.610/98. Assim, 
ocorrendo a utilização indevida da obra encomendada, sem a devida autorização, 
caberá à pessoa jurídica contratada pleitear a reparação dos danos sofridos.STJ. 4ª 
Turma. REsp 1.473.392-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11/10/2016
IMPORTANTÍSSIMO!!! STJ 594 – POSSE. Particular que ocupa bem público 
dominical poderá ajuizar ações possessórias para defender a sua permanência no 
local?
1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER 
PÚBLICO: NÃO É POSSÍVEL. Não terá direito à proteção possessória. Não poderá 
exercer interditos possessórios porque, perante o Poder Público, ele exerce mera 
detenção. 
2) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face de outro 
PARTICULAR: TERÁ DIREITO, EM TESE, À PROTEÇÃO POSSESSÓRIA. É 
possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem 
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público dominical, pois entre ambos a disputa será relativa à posse. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2016
IMPORTANTE!!! STJ 594 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. Devedor que perdeu o 
veículo tem direito de retirar aparelhos instalados no carro para permitir a direção 
por deficiente físico
Havendo adaptação de veículo, em momento posterior à celebração do pacto 
fiduciário, com aparelhos para direção por deficiente físico, o devedor fiduciante 
tem direito a retirá-los quando houver o descumprimento do pacto e a consequente 
busca e apreensão do bem. STJ. 4ª Turma. REsp 1.305.183-SP, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 18/10/2016
STJ 594 - INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. Unidade habitacional já quitada e 
que foi dada em garantia ao banco
A recusa do banco em substituir a garantia dada pela incorporadora em contrato de 
financiamento imobiliário, mesmo após a ciência de que a unidade habitacional se 
encontrava quitada, viola os deveres contratuais da informação e cooperação, 
tornando ineficaz o gravame perante o adquirente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.478.814-
DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/12/2016
STJ 594 – DIVÓRCIO. Cotas sociais que serão partilhadas após mancomunhão 
deverão ser calculadas no momento efetivo da partilha
Verificada a existência de mancomunhão, o pagamento da expressão patrimonial 
das cotas societárias à ex-cônjuge, não sócia, deve corresponder ao momento efetivo 
da partilha, e não àquele em que estabelecido acordo prévio sobre os bens que fariam 
parte do acervo patrimonial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.537.107-PR, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 17/11/2016
STJ 595 – FIANÇA. Fiança limitada e honorários advocatícios
A fiança limitada decorre da lei e do contrato, de modo que o fiador não pode ser 
compelido a pagar valor superior ao que foi avençado, devendo responder tão 
somente até o limite da garantia por ele assumida, o que afasta sua responsabilização 
em relação aos acessórios da dívida principal e aos honorários advocatícios, que 
deverão ser cobrados apenas do devedor afiançado. Por se tratar de contrato 
benéfico, as disposições relativas à fiança devem ser interpretadas de forma 
restritiva (art. 819 do CC), razão pela qual, nos casos em que ela é limitada (art. 
822), a responsabilidade do fiador não pode superar os limites nela indicados. Ex: 
indivíduo outorgou fiança limitada a R$ 30 mil; significa que ele não terá obrigação 
de pagar o que superar esta quantia, mesmo que esse valor a maior seja decorrente 
das custas processuais e honorários advocatícios. STJ. 3ª Turma. REsp 1.482.565-SP, 
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/12/2016
Súmula 586-STJ: A exigência de acordo entre o credor e o devedor na escolha do 
agente fiduciário aplica-se, exclusivamente, aos contratos não vinculados ao Sistema 
Financeiro da Habitação – SFH.
STJ 595 – CASAMENTO. Regime da separação obrigatória de bens para idosos não 
se aplica se o casamento foi precedido de união estável iniciada antes da idade-limite
A proteção matrimonial conferida ao noivo, nos termos do art. 258, parágrafo único, 
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II, do Código Civil de 1916, não se revela necessária quando o enlace for precedido 
de longo relacionamento em união estável, que se iniciou quando os cônjuges não 
tinham restrição legal à escolha do regime de bens. STJ. 4ª Turma. REsp 1.318.281-
PE, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 1/12/2016
IMPORTANTE!!!! STJ 595 - UNIÃO ESTÁVEL. Contrato de convivência não 
exige escritura pública
É válido, desde que escrito, o pacto de convivência formulado pelo casal no qual se 
opta pela adoção da regulação patrimonial da futura relação como símil (igual) ao 
regime de comunhão universal, ainda que não tenha sido feito por meio de escritura 
pública. 
Em outras palavras, um casal que vive (ou viverá) em união estável pode celebrar 
contrato de convivência dizendo que aquela relação será regida por um regime de 
bens igual ao regime da comunhão universal. Esse contrato, para ser válido, precisa 
ser feito por escrito, mas não é necessário que seja realizado por escritura pública. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.459.597-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 1/12/2016
IMPORTANTE!!!! STJ 595 - GUARDA COMPARTILHADA. Aplicação 
obrigatória da guarda compartilhada
REGRA: o CC determina que, quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto 
à guarda do filho, o juiz deverá aplicar a guarda compartilhada (art. 1.584, § 2º). 
EXCEÇÕES: Não será aplicada a guarda compartilhada se: 
a) um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor; 
b) um dos genitores não estiver apto a exercer o poder familiar.
O § 2º do art. 1.584 afirma que “encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o 
poder familiar”, será aplicada a guarda compartilhada. O que significa essa expressão: 
“genitores aptos a exercer o poder familiar”? Quando o genitor não estará apto a 
exercer o poder familiar? 
A guarda compartilhada somente deixará de ser aplicada quando houver inaptidão 
de um dos ascendentes para o exercício do poder familiar, fato que deverá ser 
declarado, prévia ou incidentalmente à ação de guarda, por meio de decisão judicial 
(STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.994-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/12/2016)
O § 2º do art. 1.584 somente admite duas exceções em que não será aplicada a guarda 
compartilhada. A interpretação desse dispositivo pode ser relativizada? É possível 
afastar a guarda compartilhada com base em peculiaridades do caso concreto mesmo 
que não previstas no § 2º do art. 1.584 do CC?
O STJ está dividido, havendo decisões em ambos os sentidos: 
1ª) NÃO. A guarda compartilhada apresenta força vinculante, devendo ser 
obrigatoriamente adotada, salvo se um dos genitores não estiver apto a exercer o 
poder familiar ou se um deles declarar ao magistrado que não deseja a guarda do 
menor (STJ. 3ª Turma. REsp 1626495/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
15/09/2016). 
2ª) SIM. As peculiaridades do caso concreto podem servir como argumento para que 
não seja implementada a guarda compartilhada. Ex: se houver dificuldades 
geográficas (pai mora em uma cidade e mãe em outra, distante). Isso porque deve-
se atentar para o princípio do melhor interesse dos menores. Assim, as partes 
poderão demonstrar a existência de impedimento insuperável ao exercício da 
guarda compartilhada, podendo o juiz aceitar mesmo que não expressamente 
previsto no art. 1.584, § 2º. A aplicação obrigatória da guarda compartilhada pode 
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ser mitigada se ficar constatado que ela será prejudicial ao melhor interesse do 
menor (STJ. 3ª Turma. REsp 1605477/RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado 
em 21/06/2016). STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.994-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 6/12/2016).
STF 853 - AUTONOMIA DAS ENTIDADES DESPORTIVAS O art. 59 do CC é 
compatível com a autonomia conferida aos clubes pelo art. 217, I, da CF/88
A autonomia das entidades desportivasnão é absoluta. O art. 59 do CC é compatível 
com a autonomia constitucional conferida aos clubes pelo art. 217, I, da CF/88. STF. 
1ª Turma. ARE 935482/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 07/02/2017 
STJ 596 – CONSÓRCIO. Herdeiros de consorciado falecido e liberação da carta de 
crédito em razão da quitação do saldo devedor pelo seguro prestamista
Em 2006, Maria celebrou com a “Caixa Consórcios” contrato de participação em 
grupo de consórcio destinado à aquisição de um bem imóvel. Neste contrato havia 
uma cláusula prevendo um seguro prestamista com cobertura para o risco de morte. 
Isso significa que havia uma espécie de seguro de vida como pacto acessório ao 
contrato de consórcio. Por meio deste seguro prestamista, a administradora do 
consórcio afirmou o seguinte: se a contratante falecer antes de quitar todas as 
parcelas do consórcio, a contratada (Caixa Consórcios) irá quitar o saldo devedor 
relativo à cota da consorciada falecida, viabilizando não só a continuidade do grupo 
consorcial, como também a proteção financeira da família da segurada. 
Antes do fim do consórcio, Maria faleceu. Ocorre que a Caixa Consórcios recusou-
se a pagar a indenização do seguro (quitação do saldo devedor do consórcio) O STJ 
decidiu que: 
1) Os herdeiros de consorciado falecido antes do encerramento do grupo consorcial 
detêm legitimidade para pleitear a liberação, pela administradora, do montante 
constante da carta de crédito, quando ocorrido o sinistro coberto por seguro 
prestamista.
2) Os herdeiros de consorciada falecida têm direito à liberação imediata da carta de 
crédito, em razão da quitação do saldo devedor pelo seguro prestamista, 
independentemente da efetiva contemplação ou do encerramento do grupo 
consorcial, nos termos da norma regulamentar vigente à época da contratação do 
consórcio (Circular Bacen 2.766/97). STJ. 4ª Turma. REsp 1.406.200-AL, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 17/11/2016
STJ 596 – CONDOMÍNIO. Prazo prescricional para cobrança de cotas 
condominiais: 5 anos
Na vigência do Código Civil de 2002, é quinquenal o prazo prescricional para que o 
condomínio geral ou edilício (vertical ou horizontal) exercite a pretensão de 
cobrança de taxa condominial ordinária ou extraordinária, constante em 
instrumento público ou particular, a contar do dia seguinte ao vencimento da 
prestação. STJ. 2ª Seção. REsp 1.483.930-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado 
em 23/11/2016 (recurso repetitivo)
IMPORTANTE!!! STJ 597 - DIREITO AUTORAL. Transmissão de músicas por 
streaming exige pagamento de direitos autorais ao ECAD
A transmissão de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o 
emprego da tecnologia streaming (webcasting e simulcasting) demanda autorização 
prévia e expressa pelo titular dos direitos de autor e caracteriza fato gerador de 
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cobrança pelo ECAD relativa à exploração econômica desses direitos. STJ. 2ª Seção. 
REsp 1559264/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 08/02/2017
STJ 597 – CASAMENTO. Justiça brasileira poderá, em processo de divórcio, dispor 
sobre a partilha de bem situado no exterior
É possível, em processo de dissolução de casamento em curso no país, que se 
disponha sobre direitos patrimoniais decorrentes do regime de bens da sociedade 
conjugal aqui estabelecida, ainda que a decisão tenha reflexos sobre bens situados 
no exterior para efeitos da referida partilha. STJ. 4ª Turma. REsp 1.552.913-RJ, Rel. 
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 8/11/2016
IMPORTANTE!! STJ 598 - RESPONSABILIDADE CIVIL. Agressões físicas ou 
verbais praticadas por adulto contra criança geram dano moral in re ipsa
A conduta de um adulto que pratica agressão verbal ou física contra criança ou 
adolescente configura elemento caracterizador da espécie do dano moral in re ipsa. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.642.318-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/2/2017
STJ 598 - CONTRATO DE SEGURO. Não é devida a indenização prevista em 
contrato de seguro de RC D&O caso o segurado tenha praticado insider trading
O seguro de RC D&O (Directors and Officers Insurance) não abrange operações de 
diretores, administradores ou conselheiros qualificadas como insider trading.
O RC D&O é um tipo de seguro feito por grandes executivos (exs: CEOs) por meio 
do qual a seguradora assume os custos caso eles sejam responsabilizados por algum 
ato culposo praticado durante a gestão da empresa. 
O insider trading ocorre quando uma pessoa (insider), por força do exercício 
profissional, possui informações relevantes sobre a empresa e utiliza tais dados para 
negociar as ações dessa companhia antes que essas informações sejam reveladas ao 
público em geral. 
O administrador que praticou insider trading não tem direito à cobertura 
securitária do seguro RC D&O por dois motivos:
1) o insider trading não é um ato culposo, mas sim doloso (fraudulento); 
2) o insider trading não configura ato de gestão, mas sim um ato pessoal do 
administrador com o objetivo de gerar proveitos financeiros próprios, em 
detrimento dos interesses da companhia. STJ. 3ª Turma. REsp 1.601.555-SP, Rel. Min. 
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/2/2017
STJ 598 – DPVAT. Sucessores do falecido podem cobrar a indenização DPVAT por 
invalidez permanente que a vítima deveria ter recebido quando estava viva
Determinada pessoa sofreu acidente de trânsito que causou sua invalidez 
permanente. Ela não requereu indenização DPVAT. Meses depois, ela faleceu por 
outras razões. Seus herdeiros poderão cobrar a indenização do DPVAT que ela deveria 
ter recebido quando estava viva? 
SIM. Os sucessores da vítima têm legitimidade para ajuizar ação de cobrança de 
pagamento de indenização do seguro DPVAT por invalidez permanente ocorrida 
antes da morte daquela. O direito à indenização do seguro DPVAT por invalidez 
permanente integra o patrimônio da vítima e transmite-se aos seus sucessores com 
o falecimento do titular. Os sucessores, portanto, têm legitimidade para propor a 
ação de cobrança da quantia correspondente. STJ. 4ª Turma. REsp 1.185.907-CE, Rel. 
Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 14/2/2017
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IMPORTANTE! STJ 598 – DIVÓRCIO. Ex-cônjuge que está utilizando o bem 
comum de forma exclusiva poderá ser condenado a indenizar o outro mesmo que 
ainda não tenha havido partilha
Na separação e no divórcio, o fato de certo bem comum ainda pertencer 
indistintamente aos ex-cônjuges, por não ter sido formalizada a partilha, não 
representa automático empecilho ao pagamento de indenização pelo uso exclusivo 
do bem por um deles, desde que a parte que toca a cada um tenha sido definida por 
qualquer meio inequívoco. 
Ex: João e Maria eram casados e decidiram se divorciar. Maria foi morar com a sua 
mãe e João continuou no apartamento que pertence ao casal. Vale mencionar que 
este é o único bem que o casal tem a partilhar. O juiz determinou o divórcio e 
afirmou, na sentença, que o imóvel deveria ser dividido igualmente entre os dois 
(50% para cada um dos ex-cônjuges). Apesar disso, a partilha formal do bem ainda 
não foi feita. Como a partilha ainda não foi realizada, João continuou morando no 
apartamento. Enquanto a partilha não for concretizada, João poderá ser condenado 
a indenizar Maria, pagando a ela, mensalmente, a quantia equivalente a 50% do 
valor arbitrado como sendo o aluguel deste apartamento onde ele está morando. Isso 
ocorre para evitar o enriquecimento sem causa daquele que está utilizando o bem 
de forma exclusiva. 
Suponhamos que o juiz entenda que Maria tem direito à indenização. Ela terá direito 
de receber as parcelas pretéritas desde quando? O termo inicial para o ressarcimento 
deve ser a data da ciência do pedido da parte contrária, ou seja, será a data da citação 
(caso seja uma ação proposta unicamente para isso) ou da intimação(caso a 
indenização seja requerida em pedido reconvencional feito pelo réu na contestação). O 
fato de João ter sido condenado a pagar esta indenização poderá influenciar no valor 
pago a título de pensão alimentícia? Ele poderá pedir a revisão do valor da prestação 
alimentícia? 
SIM. A indenização pelo uso exclusivo do bem por parte do alimentante pode influir 
no valor da prestação de alimentos, pois afeta a renda do obrigado, devendo as 
obrigações serem reciprocamente consideradas pelo juiz, sempre atento às 
peculiaridades do caso concreto. STJ. 2ª Seção. REsp 1.250.362-RS, Rel. Min. Raul 
Araújo, julgado em 8/2/2017
IMPORTANTE!! STJ 599 - CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. A capitalização de 
juros, seja qual for a sua periodicidade, somente será considerada válida se estiver 
expressamente pactuada no contrato
A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando 
houver expressa pactuação. 
Isso significa que a capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade (anual, 
semestral, mensal), somente será considerada válida se estiver expressamente 
pactuada no contrato. A pactuação da capitalização dos juros é sempre exigida, 
inclusive para a periodicidade anual. O art. 591 do Código Civil permite a 
capitalização anual, mas não determina a sua aplicação automaticamente. Não é 
possível a incidência da capitalização sem previsão no contrato. STJ. 2ª Seção. REsp 
1.388.972-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 8/2/2017 (recurso repetitivo)
IMPORTANTE!! STJ 599 - RESPONSABILIDADE CIVIL. A responsabilidade 
civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, condicional, mitigada e 
equitativa. A vítima de um ato ilícito praticado por menor pode propor a ação 
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somente contra o pai do garoto, não sendo necessário incluir o adolescente no polo 
passivo. Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor 
simplesmente pelo fato de que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no 
momento da conduta
A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária, 
condicional, mitigada e equitativa.
Os incapazes (ex: filhos menores), quando praticarem atos que causem prejuízos, 
terão responsabilidade subsidiária, condicional, mitigada e equitativa, nos termos 
do art. 928 do CC. Subsidiária: porque apenas ocorrerá quando os seus genitores 
não tiverem meios para ressarcir a vítima. 
Condicional e mitigada: porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do 
patrimônio mínimo do infante. 
Equitativa: tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação 
do mínimo necessário para a sobrevivência digna do incapaz. 
A responsabilidade dos pais dos filhos menores será substitutiva, exclusiva e não 
solidária.
A vítima de um ato ilícito praticado por menor pode propor a ação somente contra o 
pai do garoto, não sendo necessário incluir o adolescente no polo passivo 
Em ação indenizatória decorrente de ato ilícito, não há litisconsórcio necessário 
entre o genitor responsável pela reparação (art. 932, I, do CC) e o menor causador 
do dano.
É possível, no entanto, que o autor, por sua opção e liberalidade, tendo em conta que 
os direitos ou obrigações derivem do mesmo fundamento de fato ou de direito, 
intente ação contra ambos – pai e filho –, formando-se um litisconsórcio facultativo 
e simples. 
Ex: Lucas, 15 anos de idade, brincava com a arma de fogo de seu pai e, por 
imprudência, acabou acertando um tiro em Vítor, que ficou ferido, mas sobreviveu. 
Vítor ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais contra João (pai de 
Lucas). Não era necessário que Vítor propusesse a ação contra João e Lucas, em 
litisconsórcio. Vale a pena esclarecer, no entanto, que seria plenamente possível que 
o autor (vítima) tivesse, por sua opção e liberalidade, ajuizado a ação contra ambos 
(pai e filho). Neste caso, teríamos uma hipótese de litisconsórcio: facultativo e 
simples.
Não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor simplesmente pelo fato 
de que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no momento da conduta
O art. 932 do CC prevê que os pais são responsáveis pela reparação civil em relação 
aos atos praticados por seus filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em 
sua companhia. 
O art. 932, I do CC, ao se referir à autoridade e companhia dos pais em relação aos 
filhos, quis explicitar o poder familiar (a autoridade parental não se esgota na 
guarda), compreendendo um plexo de deveres, como proteção, cuidado, educação, 
informação, afeto, dentre outros, independentemente da vigilância investigativa e 
diária, sendo irrelevante a proximidade física no momento em que os menores 
venham a causar danos. 
Em outras palavras, não há como afastar a responsabilização do pai do filho menor 
simplesmente pelo fato de que ele não estava fisicamente ao lado de seu filho no 
momento da conduta. STJ. 4ª Turma. REsp 1.436.401-MG, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 2/2/2017 (Info 599). Obs: cuidado com o REsp 1.232.011-SC, Rel. 
Min. João Otávio de Noronha, julgado em 17/12/2015 (Info 575), precedente em sentido 
um pouco diverso envolvendo uma mãe que morava em outra cidade.
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IMPORTANTE!! STJ 599 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. Não se aplica a teoria do 
adimplemento substancial aos contratos de alienação fiduciária em garantia regidos 
pelo DL 911/69
Não se aplica a teoria do adimplemento substancial aos contratos de alienação 
fiduciária em garantia regidos pelo Decreto-Lei 911/69. STJ. 2ª Seção. REsp 
1.622.555-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio Bellizze, 
julgado em 22/2/2017
STJ 599 - DIREITOS AUTORAIS. Na antiga Lei de Direitos Autorais, o contrato 
de cessão de direitos precisava ser averbado à margem do registro para que pudesse 
ter eficácia contra terceiros
A Lei nº 5.988/73 (antiga Lei de Direitos Autorais) exigia que o contrato de cessão 
de direitos de obra musical fosse averbado à margem do registro no órgão 
competente para que pudesse ter eficácia contra terceiros. Isso estava previsto no 
art. 53, § 1º (Para valer perante terceiros, deverá a cessão ser averbada à margem 
do registro a que se refere o artigo 17). 
É possível averbar o contrato de cessão de direitos autorais firmado na vigência da 
Lei nº 5.988/73 mesmo sem que tenha havido anterior registro da obra por seu titular 
no órgão oficial competente. Em outras palavras, ainda que o titular dos direitos 
autorais sobre a música (cedente) não tenha registrado sua canção no registro 
adequado, o cessionário tem legitimidade para fazer a averbação. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.500.635-RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 21/2/2017
STJ 599 - DIREITO DE VISITAS. É possível a fixação de astreintes para forçar a 
genitora que está com a guarda da criança a respeitar o direito de visita do pai
É válida a aplicação de astreintes quando o genitor detentor da guarda da criança 
descumpre acordo homologado judicialmente sobre o regime de visitas. 
A aplicação das astreintes em hipótese de descumprimento do regime de visitas por 
parte do genitor, detentor da guarda da criança se mostra como um instrumento 
eficiente e também, menos drástico para a criança. STJ. 3ª Turma. REsp 1.481.531-
SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 16/2/2017
IMPORTANTE!! STJ 599 – ALIMENTOS. O devedor de alimentos, executado sob 
a ameaça de prisão, pode comprovar a impossibilidade de pagamento por meio de 
testemunhas?
Na execução de alimentos pelo rito do art. 733 do CPC/1973 (art. 528 do CPC/2015), 
o executado é intimado pessoalmente para, em 3 dias: 
a) pagar o débito; 
b) provar que o fez (provar que já pagou a dívida); ou 
c) justificar a impossibilidade de efetuá-lo (provar que não tem condições de pagar).
É possível que o devedor justifique a impossibilidade de pagarpor meio de 
testemunhas? 
SIM. Em tese, é possível que isso seja feito por meio de prova testemunhal. Neste 
caso, as testemunhas terão que ser ouvidas obrigatoriamente no prazo de 3 dias. 
Na execução de alimentos pelo rito do art. 733 do CPC/1973 (art. 528 do CPC/2015), 
o executado pode comprovar a impossibilidade de pagamento por meio de prova 
testemunhal, desde que a oitiva ocorra no tríduo previsto para a justificação. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.601.338-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 13/12/2016
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STF 857 – ALIMENTOS. Prisão civil não serve para cobrança de débitos pretéritos
A prisão por dívida de natureza alimentícia está ligada ao inadimplemento 
inescusável de prestação, não alcançando situação jurídica a revelar cobrança de 
saldo devedor. STF. 1ª Turma. HC 121426/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 
14/3/2017
DIREITO CONSTITUCIONAL
STF 851 - DIREITO DE RESPOSTA. Sentença que nega direito de resposta por não 
ter havido ofensa não ofende a decisão do STF na ADPF 130/DF
Não cabe reclamação para o STF contra sentença que julgou improcedente pedido 
de direito de resposta sob o fundamento de que não houve, no caso concreto, ofensa. 
Esta sentença não afronta a autoridade da decisão do STF no julgamento da ADPF 
130/DF. 
Como a sentença não violou nenhuma decisão do STF proferida em sede de controle 
concentrado de constitucionalidade, o que se percebe é que o autor, por meio da 
reclamação, deseja que o Supremo examine se a sentença afrontou, ou não, o art. 5º, 
V, da CF/88. 
Para isso, seria necessário reexaminar matéria de fato, o que não é possível em 
reclamação, que se presta unicamente a preservar a autoridade de decisão do STF. 
Ademais, isso significaria o exame per saltum, ou seja, "pulando-se" as instâncias 
recursais do ato impugnado diretamente à luz do art. 5º, V, CF/88. STF. 1ª Turma. 
Rcl 24459 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/12/2016
IMPORTANTÍSSIMO!! STF 851 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. 
Conversão da MP em lei antes que a ADI proposta seja julgada
Se é proposta ADI contra uma medida provisória e, antes de a ação ser julgada, a 
MP é convertida em lei com o mesmo texto que foi atacado, esta ADI não perde o 
objeto e poderá ser conhecida e julgada. 
Como o texto da MP foi mantido, não cabe falar em prejudicialidade do pedido. Isso 
porque não há a convalidação ("correção") de eventuais vícios existentes na norma, 
razão pela qual permanece a possibilidade de o STF realizar o juízo de 
constitucionalidade. 
Neste caso, ocorre a continuidade normativa entre o ato legislativo provisório (MP) 
e a lei que resulta de sua conversão.
Ex: foi proposta uma ADI contra a MP 449/1994 e, antes de a ação ser julgada, houve 
a conversão na Lei nº 8.866/94. 
Vale ressaltar, no entanto, que o autor da ADI deverá peticionar informando esta 
situação ao STF e pedindo o aditamento da ação. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. 
Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016
STF 851 - MEDIDA PROVISÓRIA. Análise dos requisitos constitucionais de 
relevância e urgência e MP que trate sobre situação tipicamente financeira e 
tributária
O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar 
medidas provisórias em caso de relevância e urgência. 
A definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de medidas 
provisórias consiste, em regra, em um juízo político (escolha política/discricionária) 
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de competência do Presidente da República, controlado pelo Congresso Nacional. 
Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir 
na análise dos requisitos da MP. 
No caso de MP que trate sobre situação tipicamente financeira e tributária, deve 
prevalecer, em regra, o juízo do administrador público, não devendo o STF declarar 
a norma inconstitucional por afronta ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 
1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016
IMPORTANTE! STF 851 – TRIBUNAL DE CONTAS. Criação de Procuradoria do 
Tribunal de Contas e impossibilidade de que tal órgão seja responsável pela 
cobrança das multas
É constitucional a criação de órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas 
estaduais, vedada a atribuição de cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio 
tribunal. 
É inconstitucional norma estadual que preveja que compete à Procuradoria do 
Tribunal de Contas cobrar judicialmente as multas aplicadas pela Corte de Contas. 
A Constituição Federal não outorgou aos Tribunais de Contas competência para 
executar suas próprias decisões.
As decisões dos Tribunais de Contas que acarretem débito ou multa têm eficácia de 
título executivo, mas NÃO podem ser executadas por iniciativa do próprio Tribunal. 
STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016
STF 851 - PODER JUDICIÁRIO. Análise da constitucionalidade de resolução que 
permite reeleição para cargos de direção no TJ
É inconstitucional norma do Tribunal de Justiça que permite a reeleição de 
desembargadores para cargos de direção após o intervalo de dois mandatos. 
Esta previsão viola o art. 93, caput, da CF/88, segundo o qual a regulamentação da 
matéria afeta à elegibilidade para os órgãos diretivos dos tribunais está reservada a 
lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal. Além disso, esta 
norma afronta o tratamento que foi dado à matéria pelo art. 102 da LOMAN (LC 
35/79), que regulamenta o art. 93 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5310/RJ, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 14/12/2016
IMPORTANTE!! STF 851 - CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. CNJ, no 
exercício de controle administrativo, pode deixar de aplicar lei inconstitucional
CNJ pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem 
concurso público para cargos em comissão que não se amoldam às atribuições de 
direção, chefia e assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88. Esta decisão 
do CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle 
da validade dos atos administrativos do Poder Judiciário. STF. Plenário. Pet 4656/PB, 
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016
STF 851 - MINISTÉRIO PÚBLICO. Compete ao PGR decidir conflito negativo 
entre MPE e MPF
Compete ao Procurador-Geral da República (e não ao STF) decidir conflito negativo 
de atribuições entre Ministério Público estadual e Ministério Público Federal. O 
PGR decide conflitos de atribuições entre MPE e MPF, seja este conflito positivo ou 
negativo, tanto em matéria cível como criminal. 
O conflito negativo ocorre quando ambos os órgãos (MPE e MPF) entendem que 
não possuem atribuição para atuar no caso; o conflito positivo é o contrário, ou seja, 
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tanto um como o outro defendem que têm atribuição para a causa.
No caso concreto, o MPE e o MPF divergiram sobre quem teria atribuição para 
apurar, em inquérito civil, irregularidades em projeto de intervenção urbana que 
estaria causando risco de danos ao meio ambiente e à segurança da população local. 
STF. Plenário. Pet 5586 AgR/RS, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Teori 
Zavascki, julgado em 15/12/2016
IMPORTANTANTÍSSIMO!! STF 852 - CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE. TJ pode julgar ADI contra lei municipal tendo como 
parâmetro norma da Constituição Federal?
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis 
municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que 
se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados. 
STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto 
Barroso, julgado em 1º/2/2017 (repercussão geral)
OBS: a tese acima fala em "leis municipais", mas elatambém pode ser aplicada para 
representações de inconstitucionalidade propostas no TJ contra "leis estaduais". A 
tese falou apenas de leis municipais porque foi o caso analisado no recurso 
extraordinário
Exemplo: Município do Paraná aprovou lei tratando sobre direito do trabalho; foi 
proposta uma ADI estadual no TJ contra esta lei; o TJ poderá julgar a lei 
inconstitucional alegando que ela viola o art. 22, I, da CF/88 (mesmo que a 
Constituição do Estado não tenha regra semelhante); isso porque essa regra de 
competência legislativa é considerada como norma de reprodução obrigatória. Nesse 
sentido: STF. 1ª Turma. Rcl 17954 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 
21/10/2016.
IMPORTANTE!!! STF 856 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. Na 
ADI a causa de pedir é aberta
O STF, ao julgar as ações de controle abstrato de constitucionalidade, não está 
vinculado aos fundamentos jurídicos invocados pelo autor. Assim, pode-se dizer que 
na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir (causa petendi) é aberta. Isso significa que 
todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do bloco de 
constitucionalidade poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para 
declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional. STF. Plenário. ADI 3796/PR, 
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/3/2017
STF 856 - COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS. Estado-membro pode legislar 
sobre a concessão, por empresas privadas, de bolsa de estudos para professores
É constitucional lei estadual que preveja a possibilidade de empresas patrocinarem 
bolsas de estudo para professores em curso superior, tendo como contrapartida a 
obrigação de que esses docentes ministrem aula de alfabetização ou aperfeiçoamento 
para os empregados da empresa patrocinadora. 
Essa lei insere-se na competência legislativa do Estado-Membro para dispor sobre 
educação e ensino, prevista no art. 24, IX, da CF/88. STF. Plenário. ADI 2663/RS, 
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/3/2017
IMPORTANTE! STF 856 - DEFENSORIA PÚBLICA. Para que a DPE atue no STJ, 
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é necessário que possua escritório de representação em Brasília
A Defensoria Pública Estadual pode atuar no STJ, no entanto, para isso, é necessário 
que possua escritório de representação em Brasília. Se a Defensoria Pública estadual 
não tiver representação na capital federal, as intimações das decisões do STJ nos 
processos de interesse da DPE serão feitas para a DPU. 
Assim, enquanto os Estados, mediante lei específica, não organizarem suas 
Defensorias Públicas para atuarem continuamente nesta Capital Federal, inclusive 
com sede própria, o acompanhamento dos processos no STJ constitui prerrogativa 
da DPU. 
A DPU foi estruturada sob o pálio dos princípios da unidade e da indivisibilidade 
para dar suporte às Defensorias Públicas estaduais e fazer as vezes daquelas de 
Estados-Membros longínquos, que não podem exercer o múnus a cada recurso 
endereçado aos tribunais superiores. STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 378.088/SC, Rel. 
Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/12/2016. STF. 1ª Turma. HC 118294/AP, rel. 
orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 7/3/2017 (Info 
856).
STF 857 - DIREITO À INFORMAÇÃO. Pesquisador tem direito de acesso aos 
áudios das sessões secretas de julgamento ocorridas no STM durante a época do 
regime militar
O STF deu provimento a recurso em mandado de segurança impetrado por 
pesquisador que queria ter acesso aos áudios das sessões de julgamento do STM 
ocorridas na década de 1970, época do regime militar. 
Entendeu-se que a coleta de dados históricos a partir de documentos públicos e 
registros fonográficos, mesmo que para fins particulares, constitui-se em motivação 
legítima a garantir o acesso a tais informações. 
Ocorre que, mesmo com essa decisão judicial, o STM somente autorizou que o 
pesquisador tivesse acesso aos áudios das sessões públicas realizadas (na qual havia 
leitura do relatório e sustentação oral dos advogados). O Tribunal se negou, 
contudo, a fornecer os áudios das sessões secretas, nas quais os votos dos 
magistrados eram colhidos.
O impetrante ingressou, então, com reclamação, julgada procedente pelo STF. 
Ao autorizar a consulta apenas dos registros relacionados com a parte pública das 
sessões, o STM violou a decisão do Supremo, que deu acesso amplo aos áudios das 
sessões. 
Além disso, a recusa do STM está em descompasso com a ordem constitucional 
vigente, que garante o acesso à informação como direito fundamental. STF. Plenário. 
Rcl 11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017
IMPORTANTE! STF 857 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. 
Modulação de efeitos em recurso extraordinário
É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle 
incidental de constitucionalidade. STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 16/3/2017
IMPORTANTE! STF 857 - AMICUS CURIAE. Cabimento de amicus curiae em 
reclamação
É cabível a intervenção de amicus curiae em reclamação. STF. Plenário. Rcl 
11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017
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STF 857 – COMPETÊNCIAS. Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, 
desde que o façam fundamentadamente
Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam 
fundamentadamente. STF. 2ª Turma. ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, 
julgado em 14/3/2017
IMPORTANTE!!! STF 857 - MEDIDAS PROVISÓRIAS. Emenda parlamentar em 
medida provisória e contrabando legislativo
Durante a tramitação de uma medida provisória no Congresso Nacional, os 
parlamentares poderão apresentar emendas? 
SIM, no entanto, tais emendas deverão ter relação de pertinência temática com a 
medida provisória que está sendo apreciada. Assim, a emenda apresentada deverá 
ter relação com o assunto tratado na medida provisória. 
Desse modo, é incompatível com a Constituição a apresentação de emendas sem 
relação de pertinência temática com medida provisória submetida à sua apreciação. 
A inserção, por meio de emenda parlamentar, de assunto diferente do que é tratado 
na medida provisória que tramita no Congresso Nacional é chamada de 
"contrabando legislativo", sendo uma prática vedada. 
Vale ressaltar, no entanto, que a primeira vez que o STF declarou inconstitucional 
o contrabando legislativo foi no julgamento da ADI 5127/DF, em 15/10/2015 (Info 
803). Como antes desse julgamento, a prática do contrabando legislativo era algo 
muito comum, o STF decidiu, por razões de segurança jurídica, modular os efeitos 
da decisão e afirmou o seguinte: todas as leis que foram aprovadas até 15/10/2015 
serão mantidas como válidas (hígidas) mesmo que tenham sido fruto de contrabando 
legislativo. Os dispositivos legais aprovados após 15/10/2015 e que tenham sido 
resultado de contrabando legislativo deverão ser julgados inconstitucionais. 
Seguindo este raciocínio, o STF reconheceu que os arts. 113 a 126 da Lei nº 
12.249/2010 foram fruto de contrabando legislativo (porque inseridos durante a 
tramitação de uma MP que tratava sobre assunto diverso), no entanto, declarou que 
eles deverão ser mantidos como válidos porque aprovados antes de 15/10/2015. STF. 
Plenário. ADI 5012/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 16/3/2017
STF 858 - TRIBUNAL DE CONTAS. Prazo prescricional para aplicação de multa 
pelo TCU
O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5 anos, aplicando-se a 
previsão do art. 1º da Lei nº 9.873/99. 
Caso esteja sendo imputada ao agente público a conduta omissiva de ter deixado de 
tomar providências que eram de sua responsabilidade, tem-se que, enquanto ele 
permaneceu no cargo, perdurou a omissão. No momento em que o agente deixou o 
cargo, iniciou-se o fluxo do prazo prescricional. STF. 1ª Turma. MS 32201/DF, rel. 
Min. Roberto Barroso, julgado em 21/3/2017STF 859 – NACIONALIDADE. Brasileiro, titular de green card, que adquire 
nacionalidade norte-americana, perde a nacionalidade brasileira e pode ser 
extraditado pelo Brasil
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir adquirir a 
nacionalidade norte-americana, ele irá perder a nacionalidade brasileira. 
Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista na 
alínea “b” do inciso II do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o 
green card, não havia necessidade de ter adquirido a nacionalidade norte-americana 
como condição para permanência ou para o exercício de direitos civis. 
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O estrangeiro titular de green card já pode morar e trabalhar livremente nos EUA. 
Dessa forma, conclui-se que a aquisição da cidadania americana ocorreu por livre e 
espontânea vontade. 
Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele perde os direitos e garantias 
inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime nos EUA e fugir para o 
Brasil, poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88. 
STF. 1ª Turma. Ext 1462/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 28/3/2017
DIREITO DO CONSUMIDOR
IMPORTANTE!! STJ 596 - CONTRATOS BANCÁRIOS. Validade da cobrança de 
tarifa bancária a partir do quinto saque mensal
O cliente paga alguma tarifa bancária quando ele saca dinheiro de sua conta? Os 
bancos adotam a seguinte prática contratual: o cliente pode fazer até quatro saques 
por mês sem pagar nada. A partir do quinto saque, é cobrada uma tarifa bancária. 
Esta prática bancária é válida? SIM. 
É legítima a cobrança, pelas instituições financeiras, de tarifas relativas a saques 
quando estes excederem o quantitativo de quatro realizações por mês. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1.348.154-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/12/2016
IMPORTANTE!! STJ 597 - CONTRATOS BANCÁRIOS. A instituição pode 
cobrar tarifa bancária pela liquidação antecipada do saldo devedor?
Nos contratos de arrendamento mercantil, é permitido que a instituição cobre do 
consumidor tarifa bancária pela liquidação antecipada (parcial ou total) do saldo 
devedor? 
• Contratos celebrados antes da Resolução CMN nº 3.516/2007 (antes de 
10/12/2007): SIM. 
• Contratos firmados depois da Resolução CMN nº 3.516/2007 (de 10/12/2007 para 
frente): NÃO. 
Assim, para as operações de crédito e arrendamento mercantil contratadas antes de 
10/12/2007 (data de publicação da referida Resolução), podem ser cobradas tarifas 
pela liquidação antecipada no momento em que for efetivada a liquidação, desde 
que a cobrança dessa tarifa esteja claramente identificada no extrato de conferência. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.370.144-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
7/2/2017
STJ 597 -- PLANO DE SAÚDE. Trabalhador aposentado que é contratado por 
empresa e posteriormente demitido tem direito de manter o plano de saúde, nos 
termos do art. 31 da Lei 9.656/98
Em 1999, João aposentou-se pelo INSS. Em 2000, voltou a trabalhar para uma 
empresa e passou a usufruir do plano de saúde coletivo empresarial no qual a 
empregadora pagava metade e ele a outra metade das mensalidades. Em 2009, João 
foi demitido sem justa causa, mas continuou no plano, assumindo o pagamento 
integral das mensalidades. Em 2015, João faleceu e Maria continuou no plano, não 
mais na condição de dependente, mas sim na de beneficiária principal. Em 2017, 
contudo, o plano enviou uma carta para Maria comunicando que havia cessado a 
sua condição de segurada no plano de saúde coletivo. O argumento utilizado pelo 
plano de saúde para cessar a condição de segurada de Maria foi o de que a sua 
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situação se enquadrava no art. 30 da Lei nº 9.656/98. Maria não concordou e afirmou 
que, quando João faleceu, ele estava aposentado, de forma que deveria incidir a 
regra do art. 31 da Lei nº 9.656/98. A manutenção de Maria no plano ocorreu com 
base no art. 30 ou no art. 31 da Lei nº 9.656/98?
Aplica-se o disposto no art. 31 da Lei nº 9.656/98 ao aposentado – e ao grupo familiar 
inscrito, na hipótese de seu falecimento – que é contratado por empresa e, 
posteriormente, demitido sem justa causa. 
No caso concreto, Maria terá direito de continuar no plano por tempo indeterminado 
(regra do caput do art. 31) ou por prazo determinado (regra do § 1º do art. 31)? 
Por prazo determinado. A lei somente assegura ao aposentado a sua manutenção 
como beneficiário, sem qualquer restrição temporal, quando houver contribuído 
para os planos de assistência à saúde pelo prazo mínimo de 10 anos (regra do caput 
do art. 31). 
A vigência do contrato de seguro saúde iniciou-se em 2000, quando João foi 
contratado pela empresa X. Em 2009 João foi demitido sem justa causa e continuou 
como beneficiário do plano de saúde, assumindo o ônus integral do pagamento das 
mensalidades, o que fez até a data de seu óbito, em 2015. Desta feita, tem-se que o 
tempo de filiação original ao plano foi de 9 anos (2000 a 2009), mostrando-se, 
impossível, portanto, a aplicação do art. 31, caput, da Lei, que exige tempo de 
contribuição mínimo de 10 anos. 
Maria alegou que, com a morte de João, ela o teria sucedido no plano de saúde, 
devendo, portanto, somar o tempo que João contribuiu (9 anos) com o tempo que ela 
também pagou o plano (2 anos, ou seja, de 2015 a 2017). Logo, somando esses dois 
períodos, haveria mais que 10 anos de contribuição ao plano. Essa tese foi aceita pelo 
STJ?
NÃO. O art. 31 da Lei expressamente exige que o APOSENTADO tenha contribuído 
por prazo mínimo de 10 anos, não prevendo a possibilidade de haver a soma do 
período de contribuição do aposentado com seus eventuais sucessores. 
João contribuiu por 9 anos para o plano coletivo de assistência à saúde. Logo, a 
manutenção do contrato em favor de Maria deve se dar por 9 anos. O termo inicial 
para a contagem desses 9 anos de manutenção do contrato não pode ser considerado 
a data do óbito de João (2015) mas sim a data em que ocorreu a cessação do vínculo 
empregatício (2009), considerando que foi neste momento que nasceu o direito à 
manutenção do titular, bem como de sua dependente no plano de saúde. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.371.271-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/2/2017
STJ 597 - BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES. 
Responsabilidade por notificação do consumidor no endereço errado
O que acontece se o órgão mantenedor do cadastro restritivo (ex: SERASA) enviar a 
notificação para um endereço errado, ou seja, um endereço que não seja o do 
consumidor? 
Neste caso, o consumidor terá que ser indenizado, mas quem pagará a indenização? O 
consumidor deverá propor a ação contra o credor (ex: loja onde foi feita a compra) ou 
contra o órgão mantenedor do cadastro e que enviou a notificação? 
Depende: 
• Se o credor informou o endereço certo para o órgão mantenedor do cadastro e este 
foi quem errou: a responsabilidade será do órgão mantenedor. 
• Se o credor comunicou o endereço errado do consumidor para o órgão mantenedor 
do cadastro e este enviou exatamente para o local informado: a responsabilidade 
será do credor. 
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Veja, no entanto, uma situação diferente julgada pelo STJ: 
É passível de gerar responsabilização civil a atuação do órgão mantenedor de 
cadastro de proteção ao crédito que, a despeito da prévia comunicação do 
consumidor solicitando que futuras notificações fossem remetidas ao endereço por 
ele indicado, envia a notificação de inscrição para endereço diverso. Neste caso 
concreto, o consumidor informou ao órgão mantenedor do cadastro que seu 
endereço estava errado no banco de dados e pediu para ser comunicado no endereço 
certo em futuras notificações. Apesar disso, o órgão mandou novamente para o 
endereçoerrado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.620.394-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 15/12/2016
STJ 598 - VÍCIO DO PRODUTO. É válida a prática de loja que permite a troca 
direta do produto viciado se feita em até 3 dias da compra
Determinada loja adota a seguinte prática: se o produto vendido apresentar algum 
vício (popularmente conhecido como "defeito"), o consumidor poderá solicitar a 
troca da mercadoria na própria loja, desde que faça isso no prazo de 3 dias corridos, 
contados da data da emissão da nota fiscal. Por outro lado, se o consumidor detectar 
o vício somente após esse prazo, ele deverá procurar a assistência técnica 
credenciada e lá irão verificar a existência do vício e a possibilidade de ele ser 
reparado ("consertado").
Essa prática é válida? Sim.
É legal a conduta de fornecedor que concede apenas 3 (três) dias para troca de 
produtos defeituosos, a contar da emissão da nota fiscal, e impõe ao consumidor, 
após tal prazo, a procura de assistência técnica credenciada pelo fabricante para 
que realize a análise quanto à existência do vício.
A loja conferiu um "plus", ou seja, uma providência extra que não é prevista no 
CDC, não sendo, contudo, vedada porque favorece o consumidor. Vale ressaltar que 
a política de troca da loja (direito de troca direta do produto em 3 dias) não exclui a 
possibilidade de o consumidor realizar a troca, na forma do art. 18, § 1º, I, do CDC, 
caso o vício não seja sanado no prazo de 30 dias. Em outras palavras, a loja concede 
uma opção extra, além daquelas já previstas no art. 18, § 1º. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.459.555-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/2/2017
STJ 599 – ACESSIBILIDADE. Logo depois de ter sido publicada a Lei 10.098/2000, 
as empresas de transporte coletivo já tinham o dever de adaptar seus veículos para 
pessoas com deficiência
A Lei nº 10.048/2000 determinou que os proprietários de veículos de transporte 
coletivo teriam o prazo cento e oitenta dias, a contar da regulamentação da Lei, para 
proceder às adaptações necessárias ao acesso facilitado das pessoas portadoras de 
deficiência. A regulamentação da Lei nº 10.048/2000 só foi feita em 2004, com a 
edição do Decreto nº 5.296/2004. 
As empresas alegavam, portanto, que o seu dever de adaptar os ônibus só começou 
a ser contado após o Decreto nº 5.296/2004. 
O STJ, contudo, não concordou. Isso porque a Lei nº 10.098/2000 trouxe nova regra 
posterior estipulando o dever das empresas de adaptarem os ônibus sem condicionar 
essa obrigação ao regulamento. Essa nova regra posterior é a Lei nº 10.098/2000, 
que previu o seguinte: "Art. 16. Os veículos de transporte coletivo deverão cumprir 
os requisitos de acessibilidade estabelecidos nas normas técnicas específicas."
Muito antes do Decreto nº 5.296/2004 existiam diversas normas regulamentares 
sobre a acessibilidade dos transportes coletivos. 
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Desse modo, logo depois de ter sido publicada a Lei nº 10.098/2000, as empresas de 
transporte coletivo já tinham o dever de adaptar seus veículos considerando que isso 
foi previsto no art. 16 e, nesta época, existiam normas técnicas específicas que diziam 
como deveria ser feita essa acessibilidade. 
Em suma, o STJ decidiu que: o dever de adaptar os veículos de transporte coletivo 
para pessoas com deficiência foi suficientemente disciplinado pela Lei nº 
10.098/2000, de modo que, a partir da edição da Lei nº 10.098/2000, as empresas de 
transporte já deveriam cumprir essa determinação, sendo desnecessário esperar a 
regulamentação da Lei nº 10.048/2000 (o que só ocorreu com o Decreto nº 
5.296/2004). STJ. 2ª Turma. REsp 1.292.875-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado 
em 15/12/2016
STJ 599 - PLANO DE SAÚDE. Ex-empregado demitido sem justa causa tem direito 
de permanecer vinculado ao plano de saúde em que se encontrava antes da demissão 
com as mesmas condições de valor
É indevido cobrar reajuste de ex-empregado demitido sem justa causa que opta por 
permanecer vinculado ao plano de saúde em que se encontrava antes da demissão, 
na condição de beneficiário, pelo prazo que lhe assegura o art. 30, § 1º, da Lei nº 
9.656/98, nas mesmas condições de cobertura assistencial e mediante o pagamento 
integral das mensalidades, só lhe podendo ser atribuído algum aumento que também 
tenha sido estipulado aos empregados em atividade. 
Em 2011, a ANS editou a Resolução ANS 279/2011, prevendo que "a manutenção 
da condição de beneficiário no mesmo plano privado de assistência à saúde em que 
se encontrava quando da demissão ou exoneração sem justa causa ou aposentadoria 
observará as mesmas condições de reajuste, preço, faixa etária e fator moderador 
existentes durante a vigência do contrato de trabalho" (art. 16). 
Vale ressaltar, no entanto, que, mesmo antes da Resolução ANS 279/2011, os 
empregados demitidos sem justa causa já possuíam esse direito de permanecerem 
pagando o mesmo valor. Isso porque esse direito decorre diretamente do art. 30 da 
Lei nº 9.656/98 (e não da Resolução, que só veio confirmar essa conclusão). STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.539.815-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/2/2017
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
DIREITO ELEITORAL
STJ 596 – COMPETÊNCIA. Causas que podem produzir reflexos no processo 
eleitoral são de competência da Justiça Eleitoral
Em regra, as ações tratando sobre divergências internas ocorridas no âmbito do 
partido político são julgadas pela Justiça Estadual. 
Exceção: se a questão interna corporis do partido político puder gerar reflexos 
diretos no processo eleitoral, então, neste caso a competência será da Justiça 
Eleitoral. Assim, compete à Justiça Eleitoral processar e julgar as causas em que a 
análise da controvérsia é capaz de produzir reflexos diretos no processo eleitoral. 
STJ. 2ª Seção. CC 148.693-BA, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
Instagram @Magistraturaestadualemfoco @dizerodireito – Maio de 2017
14/12/2016
DIREITO EMPRESARIAL
STJ 595 - DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE. Momento em que se 
considera dissolvida a sociedade empresária para fins de apuração de haveres
Na hipótese em que o sócio de sociedade limitada constituída por tempo 
indeterminado exerce o direito de retirada por meio de inequívoca e incontroversa 
notificação aos demais sócios, a data-base para apuração de haveres é o termo final 
do prazo de 60 dias, estabelecido pelo art. 1.029 do CC/02. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.602.240-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/12/2016
STJ 595 - SOCIEDADE ANÔNIMA. Dissolução parcial da sociedade anônima que 
não está gerando lucros
É possível que sociedade anônima de capital fechado, ainda que não formada por 
grupos familiares, seja dissolvida parcialmente quando, a despeito de não atingir 
seu fim – consubstanciado no auferimento de lucros e na distribuição de dividendos 
aos acionistas –, restar configurada a viabilidade da continuação dos negócios da 
companhia. STJ. 3ª Turma. REsp 1.321.263-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 
6/12/2016
STJ 596 – FALÊNCIA. Autor do pedido de falência não precisa provar insolvência 
patrimonial do devedor
O autor do pedido de falência não precisa demonstrar que existem indícios da 
insolvência ou da insuficiência patrimonial do devedor, bastando que a situação se 
enquadre em uma das hipóteses do art. 94 da Lei nº 11.101/2005. 
Assim, independentemente de indícios ou provas de insuficiência patrimonial, é 
possível a decretação da quebra do devedor que não paga, sem relevante razão de 
direito, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos 
executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-
mínimos na data do pedido de falência (art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005). STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.532.154-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 
18/10/2016
STJ 598 - RECUPERAÇÃO

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