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Apostila Tributario Damasio 2 FASE

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Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
1 
 
PRÁTICA TRIBUTÁRIA 
2ª FASE DO EXAME DA OAB 
 
 
INTRODUÇÃO GERAL 
 
 Primeiramente, parabenizamos você, nobre candidato ao ingresso 
na carreira advocatícia por mais uma conquista. Uma das principais barreiras, 
que é a aprovação para a segunda fase do exame da OAB torna mais próximo 
a meta de tornar-se um(a) advogado(a). 
 
 Para tanto, cumpre enfatizar alguns detalhes importantes sobre a 
avaliação da segunda fase que deve ser levado em consideração na matéria 
de Direito Tributário e, porque não dizer, nas demais matérias. 
 
a) A nota mínima exigida para aprovação do candidato é a nota 6,0 (seis), 
sendo a segunda fase composta de uma peça prático-profissional e 
cinco questões dissertativas. A peça prática tem a pontuação máxima 
de 5,0 (cinco) pontos, sendo que a cada questão é atribuída a valoração 
de 1,0 (um) ponto; 
b) A nota atribuída pela banca examinadora não é uma nota com números 
inteiros, podendo ser fracionada dependendo de cada examinador (4,5; 
6,25, etc), sendo havendo arredondamento, tanto para mais, quanto 
para menos; 
 
1. Material bibliográfico a ser utilizado 
 
Atualmente, a única utilização permitida é de legislação tributária 
sem comentários (denominada de ―lei seca‖), juntamente com a Constituição 
Federal. 
 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
2 
 
Assim, o ideal é adquirir, o quanto antes, um material de 
legislação atualizado, com as principais leis tributárias existentes, além do 
Código de Processo Civil para em embasar as peças processuais. 
 
A maior importância da 2ª fase do Exame da OAB não está no 
direito processual; pelo contrário: a maior importância deverá ser dada ao 
Direito Material Tributário. 
 
Vejamos o seguinte exemplo: se um candidato realiza um primor 
de peça prático profissional, o máximo que receberá dos examinadores será a 
nota 5,0 (cinco). Se porém, apesar da primorosa peça apresentada, errar a 
totalidade das questões dissertativas, restará reprovado! 
 
No entanto, o candidato que não fez uma peça que seria 
adequada dentro do esperado pelo examinador, conseguindo uma pontuação 
2,0 (dois), porém, acertou quatro das cinco questões dissertativas, alcançou a 
pontuação suficiente para a sua aprovação! 
 
Isto significa apenas a dica mais importante: o estudo do direito 
material prevalece sobre o direito processual tributário. Primeiramente, porque 
o candidato dependerá do direito material para fundamentar a sua peça e, 
segundo, porque dependerá deste conteúdo para responder cada uma das 
questões dissertativas. 
 
 
2. O que devo começar primeiro? 
 
Com a mudança na forma de pontuação do exame da OAB, indico 
a você candidato que comece respondendo as questões dissertativas. Isto 
porque, por mais tempo que você demore respondendo as questões, você terá 
grande chance nos resultados, deixando por último a peça prático-profissional. 
O ideal é que, ao longo desse curso, você consiga realizar as questões num 
prazo médio de 2 (duas) horas, tempo que reputo mais do que suficiente para 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
3 
 
responder cinco questões. As 3 (três) horas restantes, você poderá se 
debruçar sobre sua peça. 
 
a) Questões dissertativas 
 
Nunca responda as questões dissertativas de uma forma extensa 
demais, sendo extremamente repetitivo e nem curta demais, a ponto de citar 
determinados artigos de lei. Articule bem as palavras a serem utilizadas, 
descrevendo com clareza o que o enunciado pede. Não inicie a resposta, sem 
que antes você saiba efetivamente do que o examinador deseja de você. 
Lembre-se: você está fazendo uma prova para ingresso para a OAB, mas não 
significa que, nas questões, você tenha que defender, a qualquer custo, o 
contribuinte (no caso, seu cliente). Você deve buscar uma coerência nas 
informações prestadas, justificando e fundamentando suas respostas da forma 
com que lhe seja requerido. Recomendo que se observe as questões dos 
últimos exames, para saber exatamente como é o entendimento dos 
examinadores na hora da correção de suas questões. 
 
b) Peça Prático-Profissional 
 
Um dos principais erros dos candidatos da OAB na segunda fase 
é necessitar rascunhar a peça como um todo. Além de desnecessário, toma-
se um tempo tamanho que faz com que não dê tempo suficiente para ―passar a 
limpo‖ na folha de respostas definitiva. 
 
Você aprenderá, no decorrer deste curso, que a necessidade de 
rascunhar está em dois pontos básicos: fundamentação (direito) e o pedido. 
 
O endereçamento, o preâmbulo e os fatos serão objeto de fácil 
identificação depois do estudo das peças. Você verá que não há qualquer 
espécie de mistério em descrever estes itens, ficando extremamente simples a 
forma com que se deve elencar cada um deles. 
 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
4 
 
A par dessas considerações, passemos a analisar as teses, 
modelos de peças, questões dissertativas e outros itens que te levarão a 
aprovação no exame da OAB. 
 
Bons estudos ! 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
5 
 
 
I – PRINCIPAIS TESES JURÍDICAS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA 
 
Notadamente no que tange ao exame da peça prático-
profissional, as teses, em direito tributário, são específicas para cada caso 
apresentado, sendo didaticamente divididas em dois blocos de estudo: 
 
a) Teses de Inconstitucionalidade 
 
Esta deve ser a primeira tese analisada pelo candidato, tanto na peça 
quanto nas questões. Com relação è peça, é plenamente comum a afronta às 
chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar, subdividindo-se nos princípios 
constitucionais tributários ou nas imunidades tributárias. 
 
Lembre-se, no entanto, que a tese de inconstitucionalidade poderá ser 
tanto formal quanto material. P.ex., se a criação de um empréstimo compulsório for 
instituído através de lei ordinária, padecerá de inconstitucionalidade formal, uma vez 
que o art. 148 CF determina a instituição por meio de lei complementar. 
 
Já em relação as questões, o candidato primeiramente deve se resguardar 
se existe alguma inconstitucionalidade ou constitucionalidade do procedimento adotado. 
Determinando-se que a questão não se refere à ordem constitucional, passará para o 
crivo da legalidade ou ilegalidade. 
 
b) Teses de Ilegalidade 
 
Neste caso, competirá ao candidato, após a análise dos pressupostos 
constitucionais, a análise das questões legais, iniciando pela lei complementar que 
versa sobre as normas gerais em matéria tributária, qual seja, o Código Tributário 
Nacional. 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
6 
 
 
Muitas vezes, a resposta da fundamentação não se encontra 
expressamente prevista no CTN, mas em outras legislações extravagantes, tais como a 
Lei nº 87/96, que versa sobre as normas gerais do ICMS e a LC 116/03, que versa 
sobre as normas gerais do ISS, além de outras que serão cabíveis, dependendo da 
teses adotada. 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
7 
 
 
II – PRINCIPAIS PEÇAS PRÁTICAS E RECURSOS EM MATÉRIA 
TRIBUTÁRIA 
 
Dentre as principais peças tributárias e recursos que devem ser 
observados pelos candidatos, temos os seguintes: 
1) Ação Declaratória de Inexistência ou Existência de Relação Jurídica 
Tributária 
2) Ação Anulatória de Débito Fiscal 
3) Ação de Repetição do Indébito Tributário 
4) Ação de Consignação em Pagamento 
5) Ação Cautelar 
6) Mandado de Segurança 
7) Embargos a Execução Fiscal 
8) Exceção de Pré-Executividade 
9) Demais recursos 
 
III – MODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS IMPORTANTESDentre as principais inovações legislativas, colacionamos algumas que 
servirão de parâmetro para o estudo dos candidatos. 
 
1) Lei n° 11.457/07 e a Receita Federal do Brasil (Super-Receita 
 
A Administração Fiscal Federal sofreu substanciais alterações 
com a edição da Lei que criou a Super-Receita. Destacam-se adiante algumas 
dessas principais inovações. 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
8 
 
Nas localidades em que havia uma Delegacia da Receita Federal 
e uma Delegacia da Receita Previdenciária, passou a haver apenas uma 
Delegacia da Receita Federal do Brasil. Rio de Janeiro e São Paulo, no 
entanto, continuam, num primeiro momento, a ter Delegacias especializadas 
tais como a Delegacia Especial de Fiscalização – DEFIS, Delegacia Especial 
de Administração Tributária – DERAT e Delegacia da Receita Previdenciária - 
DRP. 
 
Relativamente às contribuições previdenciárias, o prazo para 
Impugnação Administrativa passa de quinze para trinta dias, devendo ser 
dirigida ao Delegado da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ). Os 
Recursos, por outro lado, passam a ser dirigidos ao Conselho de Contribuintes 
do Ministério da Fazenda. 
 
As certidões de regularidade fiscal passam a ser: i) Certidão 
Específica relativa às contribuições previdenciárias; ii) Certidão Conjunta 
Negativa de Débitos relativos a Tributos Federais e à Dívida Ativa da União. 
 
Destacam-se da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007, que 
criou a Receita Federal do Brasil, os seguintes dispositivos pertinentes à 
representação judicial do INSS: 
 
Art. 1° A Secretaria da Receita Federal passa a denominar-se Secretaria da Receita 
Federal do Brasil, órgão da administração direta subordinado ao Ministro de Estado da 
Fazenda. 
 
Art. 2° Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da 
Receita Federal, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, 
acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, 
cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do 
parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições 
instituídas a título de substituição. 
(...) 
Art. 16. A partir do 1° (primeiro) dia do 2° (segundo) mês subseqüente ao da publicação 
desta Lei, o débito original e seus acréscimos legais, além de outras multas previstas 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
9 
 
em lei, relativos às contribuições de que tratam os arts. 2° e 3° desta Lei, constituem 
dívida ativa da União. 
§ 1° A partir do 1° (primeiro) dia do 13° (décimo terceiro) mês subseqüente ao da 
publicação desta Lei, o disposto no caput deste artigo se estende à dívida ativa do 
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação - FNDE decorrente das contribuições a que se referem os arts. 2° e 3° desta 
Lei. 
§ 2° Aplica-se à arrecadação da dívida ativa decorrente das contribuições de que trata o 
art. 2° desta Lei o disposto no § 1° daquele artigo. 
§ 3° Compete à Procuradoria-Geral Federal representar judicial e extrajudicialmente: 
I - o INSS e o FNDE, em processos que tenham por objeto a cobrança de contribuições 
previdenciárias, inclusive nos que pretendam a contestação do crédito tributário, até a 
data prevista no § 1° deste artigo; 
II - a União, nos processos da Justiça do Trabalho relacionados com a cobrança de 
contribuições previdenciárias, de imposto de renda retido na fonte e de multas impostas 
aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações do trabalho, mediante 
delegação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. 
(...) 
Art. 23. Compete à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a representação judicial 
na cobrança de créditos de qualquer natureza inscritos em Dívida Ativa da União. 
 
2) Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/09) 
 
Para que haja uma efetiva adaptação do candidato às novas 
modificações à lei que regulamenta o Mandado de Segurança, previsto no art. 
5º, LXIX da CF, destacamos toda a legislação, sublinhando os aspectos de 
maior relevância. Senão, vejamos: 
Art. 1
o
 Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer 
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de 
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
§ 1
o
 Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os 
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de 
entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as 
pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no 
que disser respeito a essas atribuições. 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
10 
 
§ 2
o
 Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão 
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
§ 3
o
 Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, 
qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança. 
Art. 2
o
 Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as 
consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o 
mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela 
controlada. 
Art. 3
o
 O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições 
idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do 
direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, 
quando notificado judicialmente. 
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo 
submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação. 
Art. 4
o
 Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos 
legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax 
ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. 
§ 1
o
 Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, 
radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a 
imediata ciência pela autoridade. 
§ 2
o
 O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) 
dias úteis seguintes. 
§ 3
o
 Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão 
observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-
Brasil. 
Art. 5
o
 Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Parágrafo único. (VETADO) 
 
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Art. 6
o
 A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos 
pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos 
que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da 
autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha 
vinculada ou da qual exerce atribuições. 
§ 1
o
 No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache 
em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se 
recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, 
preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em 
cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 
(dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documentopara juntá-las à segunda 
via da petição. 
§ 2
o
 Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, 
a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação. 
§ 3
o
 Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato 
impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática. 
§ 4
o
 (VETADO) 
§ 5
o
 Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 
267 da Lei n
o
 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
§ 6
o
 O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do 
prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o 
mérito. 
Art. 7
o
 Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a 
segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no 
prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa 
jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, 
querendo, ingresse no feito; 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver 
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da 
medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante 
caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à 
pessoa jurídica. 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
12 
 
§ 1
o
 Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a 
liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei 
n
o
 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
§ 2
o
 Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a 
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens 
provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de 
servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de 
vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 
§ 3
o
 Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão 
até a prolação da sentença. 
§ 4
o
 Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. 
§ 5
o
 As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas 
neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 
273 e 461 da Lei n
o
 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo 
Civil. 
Art. 8
o
 Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex 
officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, 
o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de 
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe 
cumprirem. 
Art. 9
o
 As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas 
da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se 
acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a 
representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade 
apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim 
como indicações e elementos outros necessários às providências a serem 
tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado 
como ilegal ou abusivo de poder. 
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando 
não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos 
legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração. 
§ 1
o
 Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, 
quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber 
originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o 
órgão competente do tribunal que integre. 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
13 
 
§ 2
o
 O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o 
despacho da petição inicial. 
Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito 
juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao 
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a 
prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no 
caso do art. 4
o
 desta Lei, a comprovação da remessa. 
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7
o
 desta Lei, 
o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do 
prazo improrrogável de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos 
serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente 
proferida em 30 (trinta) dias. 
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do 
oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de 
recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa 
jurídica interessada. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no 
art. 4
o
 desta Lei. 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe 
apelação. 
§ 1
o
 Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao 
duplo grau de jurisdição. 
§ 2
o
 Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 
§ 3
o
 A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser 
executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a 
concessão da medida liminar. 
§ 4
o
 O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em 
sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da 
administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente 
será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data 
do ajuizamento da inicial. 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público 
interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
14 
 
saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual 
couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão 
fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá 
agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a 
julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 
§ 1
o
 Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere 
o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do 
tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou 
extraordinário. 
§ 2
o
 É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1
o
 deste 
artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra 
a liminar a que se refere este artigo. 
§ 3
o
 A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas 
ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem 
condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo. 
§ 4
o
 O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo 
liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a 
urgência na concessão da medida. 
§ 5
o
 As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma 
única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da 
suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do 
pedido original. 
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator 
a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do 
julgamento. 
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a 
medida liminarcaberá agravo ao órgão competente do tribunal que 
integre. 
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos 
respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, 
contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas 
notas taquigráficas, independentemente de revisão. 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única 
instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
15 
 
casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for 
denegada. 
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem 
decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os 
seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos 
terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus. 
§ 1
o
 Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira 
sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator. 
§ 2
o
 O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) 
dias. 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido 
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus 
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou 
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de 
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo 
podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de 
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas 
entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os 
decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da 
totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada 
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo 
impetrante. 
§ 1
o
 O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as 
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o 
impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado 
 
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16 
 
de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da 
impetração da segurança coletiva. 
§ 2
o
 No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida 
após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito 
público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á 
decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo 
interessado, do ato impugnado. 
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei 
n
o
 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a 
interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento 
dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no 
caso de litigância de má-fé. 
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-
Lei n
o
 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões 
proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções 
administrativas e da aplicação da Lei n
o
 1.079, de 10 de abril de 1950, 
quando cabíveis. 
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização 
judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de 180 
(cento e oitenta) dias, contado da sua publicação. 
 
Para tanto, se faz necessário estrita observância aos ditames 
estabelecidas nas referidas legislações, salvo ainda aquelas que estejam 
previstas no ordenamento jurídico pátrio. 
 
Creio que, num primeiro momento, as ações do Mandado de 
Segurança não terão uma modificação substancial naquilo em que já ocorria 
para sua efetiva utilização, mas deve o candidato tomar o devido cuidado 
quando das respostas das questões dissertativas. 
 
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17 
 
 
IV – DEFINIÇÃO COMUM DA COMPETÊNCIA PARA AJUIZAMENTO DAS 
AÇÕES 
 
 
Para determinar o juízo competente devemos atentar-nos para o 
tributo em questão. Se o tributo for federal a competência é da justiça 
federal; se for municipal ou estadual, a competência poderá ser da Vara da 
Fazenda Pública (quando houver vara especializada) ou de Vara Cível 
comum (nas comarcas onde não existe vara especializada). 
 
1) Correção nos endereçamentos 
 
Os endereçamentos serão os seguintes: 
 
a) se tributo federal 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal de ___ Vara Cível da 
Seção Judiciária de ___ (para capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, etc.). 
Quando versar sobre a outras regiões que não façam parte das Capitais dos 
Estados (interior, por exemplo) a competência será da Vara Cível da Subseção 
Judiciária de ________. 
 
b) se tributo estadual ou municipal 
 
Nos locais onde exista vara especializada ou anexo fazendário, a 
competência será do Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara 
da Fazenda Pública da Comarca de ________, e nos locais onde não houver 
vara especializada, a competência será do Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz 
de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de _______ . 
 
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18 
 
 
c) outros endereçamentos 
 Recursos endereçados ao Supremo Tribunal Federal 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Supremo 
Tribunal Federal 
 
 Recursos endereçados ao Superior Tribunal de Justiça 
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Colendo Superior 
Tribunal de Justiça 
 
 Recursos endereçados aos Tribunais Regionais Federais 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Federal Presidente do Egrégio 
Tribunal Regional Federal da _____ Região 
 
 Recursos endereçados aos Tribunais de Justiça dos respectivos 
Estados 
 Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal 
de Justiça do Estado de __________. 
 
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19 
 
 
V – ROTEIRO BÁSICO PARA REDAÇÃO DAS PEÇAS TRIBUTÁRIAS 
 
Para redigir quaisquer das peças práticas em direito tributário 
devem ser observados os seguintes tópicos: 
 
a) Endereçamento: o candidato deverá analisar o juízo competente pelo local 
indicado na questão. Caso o problema não indique o local da questão, poderá 
se levar em consideração o local onde se está realizando a prova. 
 
 
 capacidade postulatória 
b) preâmbulo fundamento legal da peça 
nome da ação correspondente 
qualificação da outra parte 
 
c) fatos: os fatos determinam o problema exigido na prova prático-profissional, 
indicando os atos equivocados praticados pelo Fisco e eivados de ilegitimidade 
ou inconstitucionalidade. Logicamente, sempre haverá na prova um meio de 
defesa plausível para o contribuinte, no qual você, candidato, atuará como 
advogado. 
 
Procure não criar os fatos, utilizando-se das mesmas expressões 
trazidas no problema apresentado,com a apresentação da terminologia jurídica 
apresentada. P.ex., autor, ré, embargante, embargado, etc. 
 
d) direito: trata-se da causa de pedir próxima devendo o candidato apontar e 
justificar a defesa encontrada, fundamentando-a na lei ou na própria 
Constituição Federal, discorrendo sobre o tema e enriquecê-lo com citações de 
 
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20 
 
doutrina e jurisprudência, fazendo um fechamento das idéias. Lembre-se que 
toda a fundamentação deve ter um início, meio e fim. 
Importante ressaltar que, se a peça apresentada possui pedido de antecipação 
de tutela ou pedido de liminar, é interessante que o candidato abra um tópico 
apartado, explicando os motivos pelo qual deseja a concessão da referida 
medida. 
 
e) pedidos: são os pedidos específicos para cada tipo de peça apresentada, 
onde o candidato somente saberá sua melhor sequencia após a realização do 
maior número de peças específicas. 
 
f) provas: demonstrar as provas com o que se quer comprovar o direito 
alegado, notadamente a prova documental acostada aos autos e outras que se 
fizerem necessárias ao julgamento do douto Juízo. O candidato somente 
deverá se atentar que tal tópico não pode ser utilizado em sede de mandado 
de segurança, uma vez que este independe de instrução probatória futura. 
 
g) valor da causa: valor dado pela ação demandada. 
 
h) desfecho: são os verdadeiros ―chavões‖ utilizados em direito, tais como 
termos em que, pede deferimento, dentre outras expressões. 
 
 
 
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21 
 
 
PEÇAS PROCESSUAIS TRIBUTÁRIAS 
 
1. Ação Declaratória de Inexistência (ou Existência) de Relação 
Jurídico-Tributária 
A Ação Declaratória de Existência ou Inexistência de Relação 
Jurídico-Tributária funda-se no disposto pelo artigo 4.º, inciso I, do Código de 
Processo Civil - CPC. 
 
Nesta ação o Sujeito passivo da obrigação tributária busca 
estabelecer em seu favor uma decisão judicial aplicável aos casos futuros e 
que lhe declare a existência de certo direito ou a inexistência da obrigação 
tributária em casos concretos. 
 
Essa ação tem por objeto, portanto, o pronunciamento da Justiça 
(declaração por sentença) no sentido da existência de certo direito ou da 
inexistência de certa relação jurídica, e deve ser proposta quando tributo não 
tenha ainda sido pago, pois a sentença favorável ao Autor não o habilita a 
haver repetição de indébito pago. 
 
Pode ser utilizada para declarar inexistência de obrigação 
tributária, para fixar obrigação tributária em quantia menor, para declarar a não-
incidência tributária, declarar a imunidade ou a isenção fiscal, etc. 
 
A ação comporta, nos termos do que dispõe o artigo 273 do CPC, 
o pedido de antecipação da tutela, desde que presentes os requisitos exigidos 
para tal. 
 
Importa ressaltar, no entanto, que na ação declaratória a urgência 
que reclama a antecipação de tutela reside no interesse de se evitar que, até 
que seja a ação finalmente julgada, perca a sentença ao final proferida sua 
 
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22 
 
eficácia, pois o Autor teria que continuar a despender quantias para o 
pagamento de exação devida à Ré, desfalcando seu patrimônio com a 
perspectiva de apenas recuperar tais valores num prazo, sem dúvida, bastante 
longo. 
 
Levando-se porém, em consideração que o pedido de tutela 
antecipada na prejudica o cliente, é interessante que o candidato requeira em 
sua prova a antecipação da tutela, para os fins de evitar que o lançamento 
tributário realmente ocorra e que possa induzi-lo ao denominado ―solve et 
repete‖ (pagar para depois restituir). 
 
a) Competência 
 
A Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídico-Tributária 
deve ser proposta no Foro do domicílio do Autor. Geralmente os problemas 
trazem o local da ocorrência do respectivo fato gerador que enseja tal 
competência. 
 
b) Endereçamento 
 
Tributos Municipais ou Estaduais: 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara da Fazenda 
Pública da Comarca de São Paulo – SP (sendo da Capital de São Paulo ou de 
outro Estado que possua vara especializada). 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Cível da Comarca 
de _________. (em se tratando de locais onde não se dispõe de varas 
especializadas) 
 
Tributos Federais: 
 
 
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23 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara da Seção Judiciária 
de _______ (em se tratando das capitais) ou da Subseção Judiciária de 
_______ (em se tratando de demais comarcas fora da Capital). 
 
c) Pólo Passivo 
Tributo Municipal: Municipalidade de ________; 
Tributo Estadual: Fazenda Pública do Estado de ________; 
Tributo Federal: União Federal; 
 
 
2. Ação Anulatória de Débito Fiscal 
 
Diferentemente da Declaratória, pressupõe a existência de um 
lançamento tributário, uma vez que seu objetivo é anulá-lo. Seja qual for a 
modalidade sob a qual se apresente (AIIM, DARF, entre outros), só é cabível 
após o lançamento, que será combatido por ser indevida sua cobrança. 
 
Possui como fundamento legal o artigo 38 da lei 6830/80, devendo 
respeitar (como toda petição inicial) o disposto nos artigos 282 e seguintes do 
CPC, bem como o artigo 169 do CTN, nos casos em que couber. 
 
A propositura da Ação Anulatória somente é possível se não houver 
defesa administrativa nem execução fiscal em curso. 
 
O artigo 38 da lei 6830/80 estabelece que caberá ação anulatória desde 
que acompanhada do depósito preparatório, no entanto este requisito não é 
indispensável. Caso não ocorra o depósito o crédito não fica suspenso, mas 
este efeito pode ser conseguido com a antecipação da tutela jurisdicional 
pleiteada. 
Portanto mesmo após a propositura da Ação Anulatória pelo contribuinte 
o Fisco poderá ingressar com Execução Fiscal da sua dívida ativa. Somente se 
 
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24 
 
houve o depósito da quantia discutida, ou antecipação da tutela, fica impedido 
o ajuizamento da execução. 
 
Quadro comparativo entre ação declaratória e ação anulatória 
 AÇÃO DECLARATÓRIA AÇÃO ANULATÓRIA 
Momento Anterior ao lançamento Posterior ao lançamento 
Pedido Declaração de inexistência da 
obrigação tributária ou da 
relação jurídica 
Anulação do lançamento (ou 
ato equivalente) 
Fund. Legal Art. 4º e 282 e ss. do CPC Art. 38 da lei 6830/80 e 282 ss 
CPC 
 
a) Tutela Antecipada 
 
Fundamentada nos artigos 273 e 461 do Código de Processo Civil, 
objetiva assegurar a proteção jurisdicional. 
 
O art. 273 visa afastar os efeitos nocivos do lapso temporal entre o início 
da demanda e sua concessão definitiva, que podem lesar de forma grave o 
direito do autor. Portanto se presentes a verossimilhança do direito e perigo de 
dano irreparável ou de difícil reparação, o juiz poderá antecipar os efeitos da 
tutela pleiteada. 
 
É dever do juiz concedê-la se demonstrados seus requisitos, podendo 
ser concedida em qualquer fase do processo (até mesmo antes da citação do 
réu). 
São seus requisitos: a) prova inequívoca da verossimilhança da 
alegação e b) existência de um dano irreparável o de difícil reparação. 
 
 
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25 
 
IMPORTANTE: no caso de ação declaratória, o dano irreparável poderá ser a 
existência do lançamento e a constituição definitiva do crédito tributário, que se 
pretende afastar. No caso da ação anulatória, entende-se como dano 
irreparável a existência da execução fiscal, tornando o sujeito passivo 
economicamente inviabilizado.b) Competência 
Trata-se da mesma competência da ação declaratória. 
 
c) Endereçamento 
Trata-se do mesmo endereçamento da ação declaratória, em 
relação a cada um dos tributos exigidos. 
 
3. Ação de Repetição de Indébito Fiscal 
 
A Ação de repetição de Indébito é prevista no artigo n° 165 do 
Código Tributário Nacional, que garante ao sujeito passivo da obrigação 
tributária, independentemente de prévio protesto, o direito à restituição total ou 
parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, nos seguintes 
casos: 
 i) cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou 
maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou 
circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; 
ii) erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da 
alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; 
iii) reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão 
condenatória. 
 
Essa ação tem por objeto, portanto, e ressarcimento do sujeito 
passivo da obrigação tributária pelo indevido pagamento de exação tributária. 
O Autor da ação , no entanto, deve atentar para o que dispõe o artigo n° 166 do 
 
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26 
 
CTN, segundo o qual a restituição de tributos que comportem, por sua 
natureza, transferência do respectivo encargo financeiro, somente será feita a 
quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a 
terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. 
 
É imprescindível que o candidato abra um tópico ao final do item 
―Do Direito‖ demonstrando a juntada do comprovante dos pagamentos dos 
tributos. 
 
4. Ação de Consignação em Pagamento 
 
A ação de consignação em pagamento está ligada ao pagamento 
por consignação, uma das formas de extinção das obrigações quando há mora 
do credor (artigos 972 a 984, do Código Civil). 
 
Tal pagamento, nos termos do que nos ensina Antonio Carlos 
Marcato, perfaz-se "com o depósito judicial ou extrajudicial, da quantia ou coisa 
devida, o qual, sendo aceito pelo credor ou reconhecido como válido e 
suficiente pelo juiz, tem o condão de extinguir a obrigação, liberando o 
devedor". 
Em matéria fiscal, a Ação de Consignação em Pagamento é 
prevista no art. 164 do Código Tributário Nacional, segundo o qual a 
importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito 
passivo, nos casos: 
i) de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao 
pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação 
acessória; 
ii) de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências 
administrativas sem fundamento legal; 
iii) de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito 
público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. 
 
 
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27 
 
Também prevê o referido dispositivo que a consignação só pode 
versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar, sendo que, caso 
seja julgada procedente a consignação, o pagamento reputar-se-á efetuado e a 
importância consignada será convertida em renda. A eventual improcedência 
da consignação, no todo ou em parte, desencadeará a cobrança do crédito 
acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
A Ação de Consignação é regulada pelo que dispõe os artigos 
890 e seguintes do Código de Processo Civil. 
 
A ação deverá ser proposta no lugar do pagamento, cessando 
para o devedor, tanto que se efetue o depósito, os juros e os riscos, salvo se 
for julgada improcedente. Tratando-se de prestações periódicas (parcelamento 
tributário, por exemplo), uma vez consignada a primeira, pode o devedor 
continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se 
forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco) dias, 
contados da data do vencimento. 
 
O autor, na petição inicial, requererá: 
i) o depósito da quantia a ser efetivado no prazo de cinco dias 
contados do deferimento; 
ii) a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer resposta. 
Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o 
pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos que o disputam para 
provarem o seu direito. Não comparecendo nenhum pretendente, converter-se-
á o depósito em arrecadação de bens de ausentes; comparecendo apenas um, 
o juiz decidirá de plano; comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o 
depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente 
entre os credores, caso em que se observará o procedimento ordinário. 
 
Na contestação, o réu poderá alegar que: 
i) não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa 
devida; 
 
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28 
 
ii) foi justa a recusa; 
iii) o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
iv) o depósito não é integral (tal alegação somente será 
admissível se o réu indicar o montante que entende devido) - nesta hipótese, 
poderá o autor completá-lo, dentro de 10 dias, salvo se corresponder a 
prestação, cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato. 
 
Alegada a insuficiência do depósito, poderá o réu levantar desde 
logo a quantia depositada, com a conseqüente liberação parcial do autor, 
prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida. 
 
Não oferecida a contestação, e ocorrentes os efeitos da revelia, o 
juiz julgará procedente o pedido, declarará extinta a obrigação e condenará o 
réu nas custas e honorários advocatícios (proceder-se-á do mesmo modo se o 
credor receber e der quitação). 
 
A sentença que concluir pela insuficiência do depósito 
determinará, sempre que possível, o montante devido, e, neste caso, valerá 
como título executivo, facultado ao credor promover-lhe a execução nos 
mesmos autos. 
 
a) Competência 
 
Conforme anteriormente citado, o foro competente para propositura da 
consignação do pagamento é o do local onde o pagamento. 
 
Quando o conflito for entre União e Estado-membro, prevalece a 
competência da União (justiça federal). Quando entre Estado-membro e 
Município, deve ser consultada a lei de Organização Judiciária do Estado, mas 
o examinando poderá remeter para o Estado, para fins do Exame da OAB. 
 
5. Ação Cautelar 
 
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Sempre que houver fundado receio de lesão a um direito ou do 
perecimento de um bem, será cabível a medida cautelar inominada (art. 796 e 
ss. do CPC). 
 
A Ação Cautelar poderá ser preparatória de outra ação judicial (cautelar 
preparatória), ou poderá ser proposta no curso da ação principal (cautelar 
incidental). Em qualquer dos casos é sempre competente o mesmo juízo da 
ação principal. 
 
Para sua propositura é indispensável comprovar a presença de fumus 
boni juris (indício de existência de um direito) e de periculum in mora (ameaça 
a este direito pela demora em sua concessão). 
 
A sentença não tem eficácia constitutiva, mas declarativa, só possuindo 
efeito devolutivo 
 
Obs.: A OAB tem preferido, nos últimos exames, que o candidato 
ingresse diretamente com a ação principal e nela peça a antecipação da tutela 
pleiteada, por ser mais benéfico ao cliente. No entanto a antecipação da tutela 
não se confunde com a cautelar, pois não se limita a assegurar o resultado e 
sim objetiva o próprio provimento jurisdicional. 
 
6. Mandado de Segurança 
 
É um remédio constitucional que objetiva atacar lesão ou ameaça de 
lesão à direito líquido e certo, não protegido porHabeas Corpus ou Habeas 
Data e cometido por autoridade coatora. 
 
 
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Trata-se de uma ação cível de conhecimento, com procedimento 
especial. É mandamental e de rito sumário. 
 
O candidato deverá observar as especificações constantes na Lei 
12.016/09, conforme já assinalada na referida apostila. 
a) Legitimidade 
 
Ativa: 
É do titular do direito líquido e certo ameaçado ou lesionado. No âmbito 
tributário será um contribuinte, quer pessoa física, quer jurídica, órgãos 
públicos ou universalidades patrimoniais, sendo possível até o litisconsórcio 
entre elas. 
 
O titular de direito líquido e certo decorrente de direito de terceiro que se 
encontre em situação autorizadora do mandado de segurança, poderá impetrá-
lo em favor do direito originário, se o titular não o fizer em prazo razoável, 
mesmo que para isso tenha sido notificado judicialmente. 
 
Passiva: 
 
É a autoridade coatora que ilegalmente ou com abuso pratica (ação) ou 
deixa de praticar (omissão) determinado ato e assim fere o direito líquido e 
certo do contribuinte. 
 
É cabível contra atos administrativos, legislativos e judiciais. 
Atenção: 
 
Devemos entender por autoridade coatora aquele que ordenou, 
executou ou se omitiu na prática do ato impugnado e que tenha competência 
 
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31 
 
para corrigir a ilegalidade ou inconstitucionalidade, ou praticar o ato a que se 
omitiu. 
 
Segundo o art. 1º, § da Nova Lei do MS, equiparam-se às autoridades, 
para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e 
os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de 
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
 
b) Competência 
 
É o local do domicílio funcional da autoridade coatora. Devemos levar 
em conta este dado: se o domicílio funcional da autoridade coatora for federal, 
será competente a Justiça Federal, se por outro lado o domicílio for estadual ou 
municipal, é necessário verificar se no local há vara da Fazenda Pública, se 
houver será este o foro competente, se não houver a competência é da justiça 
cível comum. 
 
c) Liquidez e certeza 
 
A doutrina tradicionalmente vem definindo direito líquido e certo como 
aquele manifesto em sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser 
exercido. Na petição inicial cabe ao impetrante fazer as provas dos fatos e, 
conseqüentemente, da liquidez e certeza do direito. 
 
Em sumas palavras, direito líquido e certo é aquele que independe de 
instrução probatória futura, podendo decorrer de ameaça ou de efetiva lesão a 
um direito líquido e certo. 
 
Para efeitos do Exame da OAB, o Mandado de Segurança Preventivo é 
aquele que deverá ser impetrado antes do lançamento. Quando ocorrer o 
 
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32 
 
lançamento e antes do ajuizamento da execução fiscal, observando o prazo 
decadencial de 120 dias contados do lançamento válido, será considerado o 
Mandado de Segurança Repressivo. 
 
ATENÇÃO: Não se faz a necessidade do candidato impetrar um 
Mandado de Segurança dotado da expressão PREVENTIVO ou 
REPRESSIVO, uma vez que a própria natureza do problema já vai determinar 
se ocorreu ou não o lançamento. 
 
 
 
d) Liminar 
 
Trata-se de um provimento cautelar incidente previsto na lei do Mandado 
de Segurança, possível desde que presentes os requisitos do Mandado de 
Segurança acrescidos do periculum in mora. Cabe ao impetrante demonstrar 
sua necessidade e requerê-lo. 
 
Em tese, quando da impetração do Mandado de Segurança, é 
interessante que o candidato possam requerer a liminar, pois isto não 
acarretará prejuízo ao cliente. 
 
 
 
Tabela das possíveis Autoridades Coatoras 
TRIBUTO MUNICIPAL TRIBUTO ESTADUAL TRIBUTO FEDERAL 
ISS e taxas sobre bens 
móveis: 
 Tributos aduaneiros (II e 
IE): 
Diretor do Departamento de 
Rendas Mobiliárias 
Em todos os casos: Inspetor Alfandegário da 
Receita Federal 
 
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IPTU, ITBI e taxas sobre 
imóveis: 
 Tributos não aduaneiros: 
Diretor do Departamento de 
Rendas Imobiliárias 
Delegado Regional 
Tributário 
Delegado da Receita 
Federal 
Para Certidões: INSS: 
Diretor do Departamento de 
Arrecadação e Fiscalização 
 Gerente Regional de 
Arrecadação e Fiscalização 
do INSS 
 
Obs.: Nesta ação não cabem honorários advocatícios, nem 
sucumbência. 
 
Obs.: Não existe pólo passivo no Mandado de Segurança, pois a ação é 
movida contra o ato da autoridade coatora e, portanto, contra o Estado, sendo 
que sequer é obrigatória a presença de um advogado na relação processual. 
 
7. Embargos à Execução Fiscal 
 
Todas as decisões tomadas na esfera administrativa poderão ser 
revistas pelo poder judiciário (exceção feita à justiça desportiva). Não forem a 
esta regra os créditos tributários a serem exercidos pela União, Estados 
Membros, Municípios, Distrito Federal, suas autarquias e fundações, que o 
fazem pela inclusão na dívida ativa e posterior execução judicial do crédito. 
 
Sempre que o contribuinte entender que a execução que lhe move o 
Fisco é indevida, deverá embargar em conformidade com o artigo 736 do CPC 
e artigos 16 e ss. da lei 6830/80. 
 
 
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34 
 
Os Embargos à Execução constituem uma ação autônoma, correndo em 
apenso à Ação de Execução Fiscal. Por este motivo a inicial dos embargos 
deve observar os artigos 282 e ss. do CPC. 
 
É obrigatória a garantia do juízo para que os embargos sejam recebidos 
e processados, suspendendo-se o curso da execução fiscal, enquanto não 
forem julgados. 
 
a) Legitimidade 
 Passiva 
 
Os embargos à execução fiscal somente terão lugar nas execuções de 
quantia certa que tenham no pólo passivo uma pessoa jurídica de direito 
público, que obviamente será aquela que ingressou com a execução. 
 
Poderá ser o devedor (que é citado para pagar o débito fiscal) ou um 
garantidor (que é intimado da apreensão e depósito do bem penhorado). 
 
Se o executado for o responsável tributário deve apresentar Embargos 
do Devedor e não de Terceiro, pois seu objetivo é desconstituir a dívida. 
 
 Ativa 
 
É defesa embora autônoma, de uma ação de execução fiscal em curso, 
portanto só poderá ter como autor um contribuinte contra o qual venha 
movendo execução fiscal a Fazenda Pública. 
 
b) Prazo 
 
 
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O prazo é de 30 dias contados da data da efetivação do depósito judicial 
da quantia, da intimação da penhora do bem na execução fiscal ou da juntada 
de prova de fiança bancária. 
 
c) Competência 
 
O local do domicílio do executado. Se houver mais de um executado, 
ficará a cargo da Fazenda Pública escolher um deles. É importante verificar se 
há conexão, continência e litispendência com Ação Declaratória ou Ação 
Anulatória em curso. 
 
O endereçamento deverá obedecer a seguinte regra: 
 
 se tributo federal: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara das 
Execuções Fiscais da Seção Judiciária de ___ 
 
 se tributo estadual ou municipal 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ____ Anexo das 
Execuções Fiscais da Comarca de _____ 
 
O contribuinte em sede de execução fiscal tem mais uma possibilidade 
de defesa, além dos Embargos, a Exceção de Pré-Executividade, cabível a 
qualquer momento do processo (diferentementedos Embargos) e sem a 
necessidade de estar garantido o juízo. 
 
No entanto, esta ação somente poderá ser proposta em determinados 
casos, em que haja defeito formal na formação do título executivo suficiente 
para torná-lo anulável. 
 
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36 
 
 
Assim, seria cabível a Exceção de Pré-Executividade nos casos de 
nulidades absolutas ou nos casos de apreciação de matérias de ordem pública, 
tais como decadência, prescrição, etc. Isto faz com que o contribuinte não 
necessite garantir o juízo de execuções para que possa ser admitida a 
exceção. 
 
 
 
RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
Prevê o Código de Processo Civil - CPC, em seu artigo n° 522, 
que das decisões interlocutórias (despachos) caberá agravo, no prazo de 10 
(dez) dias. O CPC prevê a possibilidade de interposição do recurso por 
instrumento ou, ainda, a interposição do recurso que ficará retido nos autos. 
 
Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o 
tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação 
(não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas 
razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo Tribunal). Interposto o 
agravo, o juiz poderá reformar sua decisão, após ouvida a parte contrária, em 5 
(cinco) dias. 
 
O agravo de instrumento (art. 524 do CPC) será dirigido 
diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes 
requisitos: 
i) a exposição do fato e do direito; 
ii) as razões do pedido de reforma da decisão e; 
iii) o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do 
processo. 
 
A petição de agravo de instrumento será instruída: 
 
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37 
 
i) obrigatoriamente, com cópias de decisão agravada, da certidão 
da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do 
agravante e do agravado; 
ii) facultativamente, com outras peças que o agravante entender 
úteis. 
 
Deverá acompanhar a petição o comprovante do pagamento das 
respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos. No prazo do recurso, 
a petição será protocolada diretamente no tribunal. 
 
O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos 
autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento e do 
comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que 
instruíram o recurso. 
 
Recebido o agravo de instrumento no tribunal e ocorrida a 
distribuição, o Relator do Recurso: 
i) poderá negar-lhe seguimento, liminarmente, nos casos do art. 
557; 
ii) poderá converter o agravo de instrumento em agravo retido, 
salvo quando se tratar de provisão jurisdicional de urgência ou houver perigo 
de lesão grave e de difícil ou incerta reparação; 
iii) poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou 
deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, 
comunicando ao juiz sua decisão; 
iv) irá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no 
prazo de 10 (dez) dias; 
v) irá mandar intimar o agravado, na mesma oportunidade, por 
ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para 
que responda no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe juntar cópias das peças 
que entender convenientes; vi) ultimadas as providências anteriores, mandará 
ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 
(dez) dias. 
 
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O artigo n° 527, inciso III, do CPC, prevê a possibilidade do 
Tribunal no qual foi interposto o Agravo de Instrumento atribuir efeito 
suspensivo ao Recurso. A antecipação de tutela mencionada no inciso em 
comento é equivalente ao ―antigo‖ ―efeito suspensivo ativo‖, aplicado em 
situações onde a decisão interlocutória era de conteúdo negativo. 
 
Quando a decisão recorrida referir-se ao indeferimento de tutela 
antecipada dever-se-á demonstrar a presença dos requisitos previstos no artigo 
273 do CPC: 
i) a prova inequívoca da alegação e verossimilhança; 
ii) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou 
abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu. 
 
a) Competência 
 
A competência para julgar o Recurso de Agravo de Instrumento é 
do Tribunal ao qual se subordinar o juízo a quo (juízo recorrido). O Recurso 
deverá ser interposto diretamente no Tribunal. 
 
b) Endereçamento 
Tributo estadual ou municipal: 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal 
de Justiça do _____________________. 
 
Tributo federal: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal 
Regional Federal da ______ Região. 
 
c) Pólo Passivo 
 
 
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39 
 
Além de informar o juízo contra a decisão do qual se recorre, o 
Recurso deverá indicar a parte Agravada (pólo passivo): 
Tributo Municipal: Municipalidade de _______; 
Tributo Estadual: Fazenda Pública do Estado de ____________; 
Tributo Federal: União Federal; 
Agravo de Instrumento interposto em Mandado de Segurança: no pólo 
passivo deve figurar a pessoa jurídica de direito público – cujo Procurador 
possui capacidade postulatória para recorrer (União Federal, Fazenda Pública, 
etc.), não obstante mencione a autoridade coatora em face da qual foi 
impetrado o MS. 
 
d) Principais Elementos do Recurso 
 
 Endereçamento ao Tribunal competente (TJ ou TRF-3ª região); 
 Qualificação da Agravante; 
 Especificação do juízo recorrido; 
 Qualificação da parte Agravada; 
 Descrição dos fatos e síntese da decisão recorrida; 
 Razões para reforma da Decisão Agravada; 
 Requisitos para a concessão do Efeito Suspensivo ou Antecipação dos 
Efeitos da Tutela Recursal; 
 Pedido: 
- Reforma da decisão recorrida, concedendo-se o Efeito 
Suspensivo ou a Antecipação dos Efeitos da Tutela Recursal, para o fim de 
(...); 
- Provimento do Agravo de Instrumento, reformando-se em 
definitivo a decisão agravada; 
- Requerimento de intimação da parte agravada, para que a 
mesma ofereça resposta ao recurso; 
- Declaração de autenticidade das cópias que compõem o 
instrumento. 
 Local, data, nome do advogado e n.º da OAB; 
 
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40 
 
 Documentos que acompanham o Recurso: 
 Peças Obrigatórias: 
 cópia da decisão agravada; 
 certidão de intimação da decisão agravada 
 procuração dos advogados das partes; 
 Peças facultativas: (...); 
 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Conforme expressa disposição do art. 513, do Código de 
Processo Civil – CPC, contra a sentença proferida em 1ª instância caberá a 
interposição do recurso de apelação. 
 
O art. 267 do CPC elenca as hipóteses de extinção do processo 
sem julgamento do mérito: 
i) quando o juiz indeferir a petição inicial; 
ii) quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por 
negligência das partes; 
iii) quando, por não promover os atos e diligências que lhe 
competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
iv) quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição 
e de desenvolvimento válido e regular do processo; 
v) quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência 
ou de coisa julgada; 
vi) quando não concorrer qualquer das condições da ação, como 
a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; 
vii) pela convenção de arbitragem; 
viii) quando o autor desistir da ação; 
ix) quando a ação for considerada intransmissível por disposição 
legal;x) quando ocorrer confusão entre autor e réu e; 
 
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41 
 
xi) nos demais casos prescritos pelo CPC. 
 
O artigo n° 269 do CPC, por outro lado, elenca as hipóteses de 
extinção do processo com julgamento de mérito: 
i) quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; 
ii) quando o réu reconhecer a procedência do pedido; 
iii) quando as partes transigirem; 
iv) quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição e; 
v) quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. 
A apelação deverá ser interposta por petição dirigida ao juiz que 
proferiu a sentença. Na citada petição será requerido o encaminhamento do 
recurso à instância superior. 
 
O Recurso de Apelação devolve ao tribunal o conhecimento da 
matéria impugnada. Após a interposição da apelação, o juiz, declarando os 
efeitos em que a recebe, mandará dar vista ao apelado para responder. 
 
A regra geral é que a apelação seja recebida em seu efeito 
devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, 
quando interposta de sentença que: 
i) homologar a divisão ou a demarcação; 
ii)condenar à prestação de alimentos; 
iii) julgar a liquidação de sentença; 
iv) decidir o processo cautelar; 
v) rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los 
improcedentes e; 
vi) julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. 
 
a) Petição de interposição (1ª instância) 
 
O Recurso de Apelação deve ser interposto no mesmo juízo que 
proferiu a decisão recorrida. 
 
 
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Ações propostas pelo Contribuinte para discutir tributo municipal ou 
estadual: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da _____ Vara da Fazenda 
Pública da Comarca de São Paulo - SP. 
 
Ações propostas pelo Contribuinte para discutir tributo federal 
 Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da _____ Vara da Seção Judiciária 
de _________ (capitais) ou Subseção Judiciária de _________ (demais 
comarcas); 
 
Embargos à Execução Fiscal de tributo municipal ou estadual: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara de Execuções 
Fiscais Estaduais (ou Municipais) da Comarca de ________________; 
 
Embargos à Execução Fiscal de tributo federal: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ da Vara de Execuções 
Fiscais da Seção Judiciária de _______ (capitais) ou Subseção Judiciária de 
_________. (demais comarcas). 
 
Embargos à Execução Fiscal de contribuição previdenciária: 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ____ Vara de Execuções 
Fiscais Previdenciárias da Seção Judiciária de ____________ (capitais) ou 
Subseção Judiciária de _____________ (demais comarcas). 
 
b) Competência 
 
A competência para julgar o Recurso de Apelação é do Tribunal 
ao qual se subordinar o juízo a quo (juízo recorrido). 
 
Tributo estadual ou municipal: 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
 
 
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43 
 
Tributo federal ou contribuição previdenciária: 
 
Egrégio Tribunal Regional Federal da ___ Região. 
c) Principais Elementos do Recurso 
1. Petição de interposição (1ª instância): 
1.1. Endereçamento ao juiz que proferiu a sentença; 
1.2. Informação do processo ao qual se refere o Recurso; 
1.3. Qualificação da Apelante; 
1.4. Especificação da parte Apelada; 
1.5. Requerimento de recebimento e processamento do Recurso de 
Apelação, com posterior envio dos autos à instância superior; 
1.6. Informação de juntada da Guia de Preparo devidamente solvida; 
2. Recurso de Apelação: 
2.1. Endereçamento ao Tribunal competente (TJ ou TRF-3ª região); 
2.2. Especificação do processo, do juiz a quo e das partes (Apelante e 
Apelado) 
2.3. Homenagens (Colenda Turma, Doutos Julgadores, etc.) 
2.4. Descrição dos fatos e síntese da decisão recorrida); 
2.5. Razões de Direito; 
2.6. Pedido: 
2.7. Provimento do Recurso de Apelação; 
2.8. Reforma da sentença recorrida; 
2.9. Objetivo almejado com a reforma (―para o fim de ...‖) 
2.10. Local, data, nome do advogado e n.º da OAB; 
Justificativa da solução adotada para o problema. 
 
 
 
 
 
 
RECURSO ESPECIAL 
 
 
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44 
 
O Recurso Especial é o recurso, de competência exclusiva do 
STJ, cabível contra decisões de última ou única instância, proferidas por 
tribunal (TRF ou TJ), das quais não é mais cabível qualquer recurso ordinário. 
 
O recurso especial será cabível apenas nas hipóteses taxativas 
previstas no art. 105, III da CF, quais sejam: 
(a) decisão que contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe 
vigência, 
(b) julgar válido ato de governo local, contestado em face de lei 
federal e 
(c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja 
atribuído outro tribunal. 
 
A admissibilidade deste recurso fica condicionada ao 
apontamento de uma destas espécies de vício e anterior questionamento da 
matéria (o famoso pré-questionamento). 
 
Não há previsão de recolhimento de custas para a interposição de 
Recurso Especial, contudo, é necessário que se recolha as custas relativas ao 
porte de remessa e de retorno, que nada mais são do que os valores que o 
tribunal ad quo deverá suportar para remeter ao STJ o processo, e sua 
posterior devolução. Portanto, haverá preparo (porte e retorno), devendo ser 
recolhido no ato de interposição do recurso. 
 
O recurso deve ser proposto no prazo de 15 dias, definido pela 
regra geral dos recursos do art 508 do CPC. Igual prazo será dado à parte 
contrária para oferecimento de contra razões. 
 
A previsão legal do processamento deste recurso, assim como do 
Extraordinário, está no art. 541 a 545 do CPC. Será endereçado ao presidente 
do tribunal que proferiu a decisão, onde será realizado o juízo de 
admissibilidade do recurso (no caso do TRF é o Vice-Presidente, nos termos 
do regimento interno, art 277). 
 
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45 
 
 
Neste juízo, será verificado o preenchimento dos requisitos legais, 
assim como o recolhimento do preparo. Caso seja denegado o cabimento do 
recurso, caberá agravo de instrumento, diretamente ao STJ, no prazo de 10 
dias. Este agravo tem por fim determinar a admissão do recurso, podendo o 
Recurso Especial ser analisado no mérito nos próprios autos do agravo, desde 
que suficientemente instruído. 
 
A petição de recurso especial deve conter a exposição do fato e 
do direito, a demonstração do cabimento do recurso e as razões do pedido de 
reforma da decisão. 
 
O pedido no recurso especial será para a reforma (ou 
manutenção, em caso de contra razões) da decisão, com base nos argumentos 
de mérito (tese de violação de legislação federal). 
 
a) Aspectos práticos 
 
As partes no Recurso Especial são identificadas como recorrente 
(parte que apresentou o recurso) e recorrido (parte adversa na ação). 
 
O recurso será proposto ao Tribunal que proferiu o acórdão, no 
prazo de 15 dias. Seu fundamento legal está no art 541 e seguintes do CPC. 
 
A petição do Recurso Especial deverá ser apresenta em uma 
petição de interposição, endereçada ao presidente (ou vice) do tribunal prolator 
da decisão, e as razões de recurso, direcionadas ao STJ. 
 
Na petição de interposição deve ser requerida a admissão do 
recurso, com seu regular processamento, e envio à superior instância. 
 
 
 
 
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46 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
O Recurso Extraordinário é o recurso, de competência exclusiva 
do STF, cabívelcontra decisões de última ou única instância, proferidas por 
tribunal (TRF ou TJ), das quais não é mais cabível qualquer recurso ordinário. 
 
O recurso extraordinário será cabível apenas nas hipóteses 
taxativas previstas no art. 102, III da CF, quais sejam: 
(a) contrariar dispositivo da Constituição Federal, 
(b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, 
(c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da 
Constituição Federal e 
(d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
 
A admissibilidade deste recurso fica condicionada ao 
apontamento de uma destas espécies de vício e anterior questionamento da 
matéria (o famoso pré-questionamento). 
 
As demais questões são idênticas ao recurso especial, tanto que 
a fundamentação legal é a mesma, ou seja, art. 541 e seguintes do CPC. Vale 
lembrar, apenas, que no Recurso Extraordinário haverá incidência de custas, 
diferente do Especial, em que não há esta incidência. 
 
O recurso deve ser proposto no prazo de 15 dias, definido pela 
regra geral dos recursos do art 508 do CPC. Igual prazo será dado a parte 
contrária para oferecimento de contra razões. 
 
A previsão legal do processamento deste recurso, assim como do 
Especial, está no art. 541 a 545 do CPC. Será endereçado ao presidente do 
tribunal que proferiu a decisão, onde será realizado o juízo de admissibilidade 
do recurso. Neste juízo, será verificado o preenchimento dos requisitos legais, 
assim como o recolhimento do preparo. 
 
 
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47 
 
Caso seja denegado o cabimento do recurso, caberá agravo de 
instrumento, diretamente ao STF, no prazo de 10 dias. Este agravo tem por fim 
determinar a admissão do recurso, podendo o Recurso Extraordinário ser 
analisado no mérito nos próprios autos do agravo, desde que suficientemente 
instruído. 
 
A petição de recurso extraordinário deve conter a exposição do 
fato e do direito, a demonstração do cabimento do recurso e as razões do 
pedido de reforma da decisão. 
 
O pedido no recurso extraordinário será para a reforma (ou 
manutenção, em caso de contra razões) da decisão, com base nos argumentos 
de mérito (tese de violação de texto constitucional). 
 
Pode acontecer da parte ajuizar, ao mesmo tempo, Recurso 
Extraordinário e Especial, já que pode haver, ao mesmo tempo, violação de 
legislação federal e do texto constitucional. Neste caso, os dois recursos são 
propostos independentemente, com prazos e peças distintas. 
 
Contudo, os dois recursos serão remetidos ao STJ, que após 
julgar o Especial, em não tendo havido prejuízo para o pedido do 
Extraordinário, o remeterá ao STF. Assim, o Extraordinário somente chega ao 
STF após o STJ haver se manifestado no Especial (nos termos do 543 do 
CPC). 
 
a) Aspectos práticos 
 
As partes no Recurso Extraordinário são identificadas como 
recorrente (parte que apresentou o recurso) e recorrido (parte adversa na 
ação). 
O recurso será proposto ao Tribunal que proferiu o acórdão, no 
prazo de 15 dias. Seu fundamento legal está no art 541 e seguintes do CPC. 
 
 
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48 
 
A petição do Recurso Extraordinário deverá ser apresentada em 
uma petição de interposição, endereçada ao presidente do tribunal prolator da 
decisão (no caso do TRF é o Vice-Presidente, nos termos do regimento interno, 
art. 277), e as razões de recurso, direcionadas ao STF. 
 
Na petição de interposição deve ser requerida a admissão do 
recurso, com seu regular processamento, e envio à superior instância. 
 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
 
O Recurso Ordinário Constitucional é o recurso de competência 
do STF ou STJ, cabível contra as decisões enumeradas na CF. 
 
O recurso ordinário será cabível ao STF nos casos mencionados 
no art 102, II da CF e 539, I do CPC. Na seara tributária, nos interessam os 
casos de denegação de ordem em mandado de segurança de competência 
originário dos tribunais superiores (STJ, TSE e TST). 
 
Já ao STJ, será cabível nos casos de decisão denegatória de 
ordem em mandado de segurança de competência originária de TRF ou 
Tribunal de Justiça dos Estados, nos termos do art 105, II da CF e 539, II do 
CPC. 
 
Perceba-se que o objetivo do presente recurso é permitir a 
reapreciação de decisões tomadas em sede de competência originária de 
tribunais. 
O recurso ordinário deve ser interposto em face do relator do 
acórdão proferido, no prazo de 15 dias. Nos termos do art 540 do CPC, aplica-
se a este recurso, no que se refere a admissibilidade e procedimento no juízo 
de origem as regras aplicáveis à apelação e ao agravo. 
 
O recurso será endereçado ao Presidente do STF ou STJ. 
 
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49 
 
 
Não há previsão de recolhimento de custas para a interposição de 
Recurso Ordinário, contudo, é necessário que se recolha as custas relativas ao 
porte de remessa e de retorno, que nada mais são que os valores que o 
tribunal ad quo deverá suportar para remeter ao STJ o processo, e sua 
posterior devolução. Portanto, haverá preparo (porte e retorno), devendo ser 
recolhido no ato de interposição do recurso. 
 
Este recurso será endereçado ao presidente do tribunal que 
proferiu a decisão, onde será realizado o juízo de admissibilidade do recurso 
(no caso do TRF é o Vice-Presidente, nos termos do regimento interno, art 
274). Neste juízo, será verificado o preenchimento dos requisitos legais, assim 
como o recolhimento do preparo. 
 
Caso seja denegado o cabimento do recurso, caberá agravo de 
instrumento, diretamente ao STJ/STF, no prazo de 10 dias. Este agravo tem 
por fim determinar a admissão do recurso, podendo o Recurso Ordinário ser 
analisado no mérito nos próprios autos do agravo, desde que suficientemente 
instruído. 
 
A petição de recurso ordinário deve conter a exposição do fato e 
do direito, a demonstração do cabimento do recurso e as razões do pedido de 
reforma da decisão. 
 
O pedido no recurso ordinário será para a reforma (ou 
manutenção, em caso de contra razões) da decisão, com base nos argumentos 
de mérito (tese de violação de legislação federal), a fim de conceder a ordem 
denegada pelo tribunal prolator de decisão recorrida. 
 
a) Aspectos práticos 
 
As partes no Recurso Especial são identificadas como recorrente 
(parte que apresentou o recurso) e recorrido (parte adversa na ação). 
 
Prof. Caio Marco Bartine Nascimento 
50 
 
 
O recurso será proposto ao Tribunal que proferiu o acórdão, no 
prazo de 15 dias. Seu fundamento legal está nos art 102, II e 105, II da CF, 
além dos art 539 e seguintes do CPC. 
 
A petição do Recurso Ordinário deverá ser apresenta em uma 
petição de interposição, endereçada ao presidente (ou vice, no caso do TRF) 
do tribunal prolator da decisão, e as razões de recurso, direcionadas ao STJ ou 
STF. 
Na petição de interposição deve ser requerida a admissão do 
recurso, com seu regular processamento, e envio à superior instância. 
 
EMBARGOS INFRINGENTES 
 
Os embargos infringentes são o recurso cabível contra acórdão, 
proferido em apelação1, não unânime, que tiver reformado sentença ou houver 
julgado procedente ação rescisória. 
 
Seu fundamento legal está no art 530 e seguintes do CPC. Busca-
se, com esse recurso, não a obtenção da unanimidade no julgamento, mas 
apenas a prevalência do voto vencido, favorável ao embargante. No caso de 
São Paulo, os embargos serão analisados pela Turma, composta por 5 juízes. 
 
O mesmo tribunal que julgou a apelação é competente

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