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Neuroanatomia: telencéfalo, meninges, liquor, seios venosos e irrigação cerebral

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PROBLEMA 05 – “ATIRANDO PARA TODO LADO”
I
Compreender a morfofuncionalidade do telencéfalo.
O telencéfalo é constituído dos DOIS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS e a LÂMINA TERMINAL situada na porção anterior do III ventrículo. Esses dois hemisférios possuem cavidades, os VENTÍCULOS LATERAIS DIREITO E ESQUERDO, que se comunicam com o III ventrículo através dos FORAMES INTERVENTRICULARES.
Cada hemisfério possui 3 polos: POLO FRONTAL, POLO OCCIPTAL e POLO TEMPORAL, além de 3 faces: FACE DORSOLATERAL(que é convexa), FACE MEDIAL(que é plana) e FACE INFERIOR ou BASE DO CÉREBRO, que é muito irregular e repousa anteriormente nos andares anterior e médio da base do crânio e, posteriormente na tenda do cerebelo. 
A superfície do cérebro do homem possui SULCOS e GIROS. A existência dos sulcos permite o aumento da superfície sem aumento considerável do volume cerebral. 2/3 da área ocupada pelo córtex cerebral estão “escondidos” nos sulcos.
Principais sulcos dos hemisférios cerebrais
Sulco lateral: é uma fenda profunda que separa os lobos temporal e frontal. Acaba dividindo-se em 3 ramos: ascendente, anterior e posterior. Os ramos anterior e ascendente localizam-se no lobo frontal, já o ramo posterior dirige-se para trás e para cima, no lobo temporal, separando o lobo temporal, que está embaixo, dos lobos parietal e frontal, que estão em cima.
Sulco central: percorre obliquamente a face dorsolateral do hemisfério cerebral, separando os lobos parietal e frontal. Parte para o ramo posterior do lobo temporal. É ladeado por dois giros paralelos, os giros pré-central(motricidade) e pós-central(somestesia).
Na face medial do cérebro, o limite anterior do lobo occiptal é o SULCO PARIETOCCIPTAL.
Face dorsolateral
Os hemisférios cerebrais são divididos em lobos, de forma que cada um desses leva o nome do osso ao qual está em contato. São eles: frontal, parietal, occiptal e temporal. Além deles, existe a ínsula, que se situa profundamente ao sulco lateral e não tem nenhuma relação com os ossos. Essa divisão não corresponde a uma divisão funcional, com excessão do lobo occiptal, que está totalmente envolvido com a visão, direta ou indiretamente.
Lobo frontal:
O lobo frontal é composto pelo SULCO PRÉ-CENTRAL, SULCO FRONTAL SUPERIOR e SULCO FRONTAL INFERIOR. Entre o sulco pré-central e o sulco central, está o GIRO PRÉ-CENTRAL, onde se localiza a principal área motora do cérebro. Acima do sulco frontal superior, localiza-se o GIRO FRONTAL SUPERIOR, e abaixo do sulco frontal superior, está o GIRO FRONTAL MÉDIO. Abaixo do sulco frontal inferior, encontra-se o GIRO FRONTAL INFERIOR, sendo que o giro frontal inferior é dividido em 3 partes: parte orbital, que se localiza abaixo do ramo anterior do sulco lateral, a parte triangular, que se situa entre os ramos anterior e ascendente do sulco lateral, e a parte opercular, que se localiza entre o ramo ascendente e o sulco pré-central. 
OBS! É no giro frontal inferior que se localiza, na maioria dos indivíduos, uma das áreas de linguagem, a ÁREA DE BROCA.
Lobo temporal:
No lobo temporal, localiza-se o SULCO TEMPORAL SUPERIOR e o SULCO TEMPORAL INFERIOR, que dividem o lobo temporal em GIRO TEMPORAL SUPERIOR, GIRO TEMPORAL MÉDIO e GIRO TEMPORAL INFERIOR, que se limita inferiormente através do SULCO OCCÍPITO-TEMPORAL. No assoalho do giro temporal superior, localizam-se pequenos giros transversais, os GIROS TEMPORAIS TRANSVERSOS, dos quais o mais evidente é o GIRO TEMPORAL TRANSVERSO ANTERIOR, onde se localiza a área da audição.
Lobo parietal
Entre o sulco central e o SULCO PÓS-CENTRAL, encontra-se o GIRO PÓS-CENTRAL, onde localiza-se a área somestésica. Quase perpendicularmente ao sulco pós-central, localiza-se o SULCO INTRAPARIETAL, que separa dois lóbulos: o LÓBULO PARITAL SUPERIOR e o LÓBULO PARIETAL INFERIOR(onde se localiza os giros supramarginal e angular).
Lobo occiptal
Este lobo ocupa uma parte relativamente pequena da face dorsolateral do hemisfério, sendo formado apenas por pequenos sulcos e giros inconstantes e irregulares.
Ínsula
Este lobo cresce menos do que os outros lobos cerebrais. Ela tem forma cônica. É delimitada pelo SULCO CIRCULAR DA ÍNSULA, SÚLCO CENTRAL DA ÍNSULA, o GIRO LONGO DA ÍNSULA e os GIROS CURTOS.
Face medial
Corpo caloso: é uma estrutura formada por um grande número de fibras mielínicas que cruzam o plano sagital mediano, penetrando na substância branca de cada hemisfério cerebral. Essa estrutura é formada por:
Tronco do corpo caloso
Esplênio do corpo caloso(parte posterior)
Joelho do corpo caloso(parte anterior)
Rostro do corpo caloso
Após o rosto, há a COMISSURA ANTERIOR, uma das comissuras inter-hemisféricas, sendo que entre a comissura anterior e o quiasma óptico há a LÂMINA TERMINAL, delgada lâmina de substância branca que também une os dois hemisférios e constitui o limite anterior do III ventrículo.
Fórnix: situa-se abaixo do esplênio do corpo caloso. É uma estrutura composta por um feixe complexo de fibras, possuindo 2 metades laterais e simétricas. É formado por:
Corpo do fórnix: constitui a parte intermédia em que as duas partes de unem.
Colunas do fórnix: são as metades anteriores que se afastam. Essas colunas terminam no CORPO MAMILAR correspondente, cruzando a parede lateral de cada ventrículo.
Pernas(pilares) do fórnix: são as metades posteriores que se afastam. Essas pernas se dividem e penetram de cada lado no CORNO INFERIOR DO VENTRÍCULO LATERAL, onde se ligam ao HIPOCAMPO.
 
Corpo pelúcido: é constituído de duas delgadas lâminas de tecido nervoso que fica entre o corpo caloso e o fórnix. Esse septo separa os dois ventrículos laterais.
Lobo occiptal:
Sulco calcarino: inicia-se abaixo do esplênio do corpo caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao polo occiptal. Nos lábios do sulco calcarino, situa-se a ÁREA VISUAL, também chamada de ÁREA ESTRIADA, pois o córtex apresenta uma estria branca visível a olho nu.
Sulco parietocciptal: separa os lobos parietal e occiptal. Encontra-se com o sulco calcarino.
Entre os sulcos parietocciptal e o calcarino, situam-se os CÚNEUS, que é um giro complexo em forma triangular. Além disso, logo abaixo do sulco calcarino encontra-se o GIRO OCCIPTO-TEMPORAL MEDIAL, que continua anteriormente com o GIRO PARA-HIPOCAMPAL.
Lobos frontal e parietal:
Sulco do corpo caloso: começa acima do rostro do corpo caloso, atravessa-o todo, sendo contínuo com o SULCO DO HIPOCAMPO.
Sulco do cíngulo: é paralelo ao sulco do corpo caloso, sendo que, entre ele e o corpo caloso, há o GIRO DO CÍNGULO. Ele se estende até o SULCO SUBPARIETAL, além de ter um ramo, o RAMO MARGINAL DO SULCO DO CÍNGULO.
Além disso, há o SULCO PARACENTRAL, que, juntamente com o ramo marginal do sulco do cíngulo, delimita o LÓBULO PARACENTRAL, que se localiza na face medial. Nesse lóbulo, estão localizadas a área motora(parte anterior) e a área sensitiva(parte posterior) relacionadas com a perna e o pé.
A área localizada anteriormente ao rostro do corpo caloso e à lâmina terminal, é denominada ÁREA SEPTAL, que está relacionada com um dos centros de prazer do cérebro.
Face inferior
Sulco occípito-temporal: limita inferiormente o giro temporal inferior, além de delimitar o GIRO OCCÍPTO-TEMPORAL LATERAL, juntamente com o SULCO COLATERAL.
Sulco colateral: delimita os giros occípito-temporal lateral e medial, sendo que o medial é contínuo com o giro para-hipocampal, cuja porção anterior se curva sob o sulco do hipocampo para formar o ÚNCUS. O sulco colateral pode ser contínuo com o SULCO RINAL, que separa a parte mais anterior do giro para-hipocampal do resto do lobo temporal.
OBS!
A parte anterior do giro para-hipocampal é a área entorrinal, uma área importante para a memória, uma das primeiras áreas lesadas na Doença de Alzheimer.
Lobo frontal: o sulco de grande importância neste lobo é o SULCO OLFATÓRIO, que fica situado ao longo e anteriormente ao BULBO OLFATÓRIO. Lateralmente ao bulbo olfatório,situa-se o GIRO RETO. Ainda há, no lobo frontal, os SULCOS ORBITÁRIOS e os GIROS ORBITÁRIOS.
Bulbo olfatório: é uma massa de substância cinzenta que fica contínua com o TRATO OLFATÓRIO, ambos localizados no sulco olfatório. O bulbo olfatório recebe o nervo olfatório(NC I). Posteriormente, o trato olfatório se bifurca, formando a ESTRIA OLFATÓRIA MEDIAL e ESTRIA OLFATÓRIA LATERAL, as quais delimitam uma área triangular, o TRÍGONO OLFATÓRIO. Atrás do trígono olfatório, localiza-se uma área perfurada para a passagem de vasos sanguíneos, a SUBSTÂNCIA PERFURADA ANTERIOR.
 
Morfologia dos ventrículos laterais
São cavidades revestidas de epêndima e que contêm líquido cerebrospinal. É o VENTRÍCULO DIREITO e o VENTRÍCULO ESQUERDO, cada um sendo ligado ao III ventrículo através do FORAME INTERVENTRICULAR. Seu teto é formado pelo CORPO CALOSO.
São formados por:
Corno anterior: situa-se em frente ao forame interventricular, sendo que o seu teto e o seu limite anterior são constituídos do corpo caloso, já a sua parte medial é constituída pelo septo pelúcido, que separa o corno anterior dos dois ventrículos. Já o assoalho é constituído pela CABEÇA DO NÚCLEO CAUDADO. Essa parte se projeta no LOBO FRONTAL.
Parte central do ventrículo lateral: situa-se dentro do LOBO PARIETAL, posteriormente ao forame interventricular, indo até o esplênio do corpo caloso.
Corno posterior: situa-se no LOBO OCCIPTAL. Suas paredes são quase totalmente formadas pelo corpo caloso.
Corno inferior: segue em direção ao LOBO TEMPORAL.
O assoalho do corno inferior do ventrículo lateral apresenta duas eminências alongadas, a EMINÊNCIA COLATERAL, formada pelo sulco colateral, e o HIPOCAMPO, situado medialmente a ela.
Organização interna dos hemisférios cerebrais
Cada hemisfério possui uma camada superficial de substância cinzenta denominada CÓRTEX CEREBRAL, que reveste um centro de substância branca, o CENTRO BRANCO MEDULAR DO CÉREBRO(CBMC), no qual estão situados núcleos de substância cinzenta, os NÚCLEOS DA BASE.
Núcleos da base
Núcleo caudado: é formado pela CABEÇA DO NÚCLEO CAUDADO, situada no assoalho do corno anterior, pelo CORPO DO NÚCLEO CAUDADO, situado no assoalho da parte central do ventrículo lateral, e pela CAUDA DO NÚCLEO CAUDADO, que se estende até a extremidade anterior do corno inferior do ventrículo lateral.
Núcleo lentiforme: é dividido em PUTÂMEN e GLOBO PÁLIDO por uma fina lâmina de substância branca. O putâmen se situa lateralmente, enquanto que o globo pálido se situa medialmente.
Claustrum: é uma calota delgada de substância cinzenta situada entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme. Entre ele e o córtex da ínsula, encontra-se a CÁPSULA EXTREMA, entre ele e o núcleo lentiforme, encontra-se a CÁPSULA EXTERNA, e entre o núcleo lentiforme e o tálamo, encontra-se a CÁPSULA INTERNA.
Corpo amigdaloide ou amígdala: situa-se lateralmente à cauda do núcleo caudado. Tem importância no que tange às emoções, especialmente o medo.
Núcleo accumbens: é uma massa de substância cinzenta situada na zona de união entre o putâmen e a cabeça do núcleo caudado. É uma importante área do prazer do cérebro.
ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS NÚCLEOS DA BASE
Os núcleos da base podem ser integrados e divididos em dois circuitos: o CORPO ESTRIADO DORSAL(núcleo caudado, núcleo lentiforme) e o CORPO ESTRIADO VENTRAL(núcleo basal de Meynert, núcleo accumbens), que está associado ao sistema límbico. Além de ter predominantemente função motora, como é o caso do corpo estriado dorsal, os núcleos da base têm outras funções relacionadas a processos cognitivos, emocionais e motivacionais.
CORPO ESTRIADO
Pode ser dividido em:
NEOESTRIADO(STRIATUM), que compreende o putâmen e o núcleo caudado. 
PALEOESTRIADO(PALLIDUM), que compreende o globo pálido, que, por sua vez, está dividido em pálido medial e pálido lateral, que têm conexões diferentes.
Conexões e circuitos
Ao contrário dos outros componentes do sistema motor, o corpo estriado não tem conexões aferentes ou eferentes com a medula espinal. Seus circuitos consistem basicamente em projeções de áreas corticais distintas para áreas específicas do corpo estriado, que se ligam ao tálamo, que, por sua vez, ligam-se ao córtex de origem.
Há 5 circuitos em alça corticoestriado-talamocorticais conhecidas atualmente:
Circuito motor: começa nas áreas corticais motora e somestésica, participando da regulação da motricidade voluntária, sendo que a sua organização é somatotópica, ou seja, para cada região do córtex, há uma região correspondente no putâmen. A partir do putâmen, o circuito pode seguir duas vias:
Via direta: a conexão dá-se diretamente do putâmen com o pálido medial, e destes para os núcleos ventral anterior e ventral lateral do tálamo, onde se projetam para as mesmas áreas motoras de origem. Como o pálido medial exerce ação inibitória no tálamo, o putâmen inibe o pálido medial, cessando a inibição deste sobre o tálamo, permitindo a ativação do córtex e facilitando os movimentos. Além disso, o putâmen, nesta via, mantém uma conexão subsidiária com a substância negra(fibras nigroestriatais) que é excitatória(contém receptores D1 da dopamina), modulando a atividade desse núcleo.
Via indireta: a conexão do putâmen é com o pálido lateral, que, por sua vez, projeta-se para o núcleo subtalâmico, e deste para o pálido medial. Do pálido medial, as fibras seguem para o tálamo, e de lá para o córtex de origem, assim como na via direta. Nessa via, o putâmen inibe o pálido lateral, que, por sua vez, inibe o núcleo subtalâmico, que é excitatório para o pálido medial. Ou seja, nessa via, o putâmen vai ter ação inibitória do movimento. Além disso, o putâmen dessa via contém receptores D2, que são inibitórios. 
O comportamento motor depende do equilíbrio da ação das vias direta e indireta, de forma que a via direta tende a facilitar o movimento, enquanto a via indireta tende a freá-lo.
Circuito oculomotor: começa e termina no campo ocular motor e está relacionado aos movimentos oculares. 
Circuito pré-frontal dorsolateral: começa na parte dorsolateral da área pré-frontal. Projeta-se para o núcleo caudado, depois para o globo pálido, núcleo dorsomedial do tálamo e volta ao córtex pré-frontal. Tem a mesma função da área pré-frontal dorsolateral.
Circuito pré-frontal orbitofrontal: começa e termina na área orbitofrontal da parte pré-frontal e tem o mesmo trajeto do circuito pré-frontal dorsolateral. Suas funções são as mesmas da área pré-frontal orbitofrontal.
Circuito límbico: origina-se nas áreas neocorticais do sistema límbico, em especial na parte anterior do giro do cíngulo, projeta-se para o corpo estriado ventral, em especial para o núcleo accumbens, daí para o núcleo anterior do tálamo. Esse circuito está relacionado com processamento das emoções.
Os núcleos da base têm papel na preparação de programas motores e na execução automática de programas motores já aprendidos.
ESTRUTURA DA SUBSTÂNCIA BRANCA E DO CÓRTEX CEREBRAL
A substância branca(centro branco medular ou centro semioval, em cada hemisfério) é composta por fibras mielínicas. A substância branca possui 2 tipos de fibras: as FIBRAS DE PROJEÇÃO, que ligam o córtex cerebral a áreas subcorticais, e FIBRAS DE ASSOCIAÇÃO, que ligam o córtex a áreas corticais situadas em pontos diferentes do cérebro.
Fibras de associação intra-hemisféricas
Classificam-se em longas e curtas, sendo que as curtas(fibras arqueadas do cérebro ou fibras em U) projetam-se para áreas corticais vizinhas, como, por exemplo, dois giros, passando pelo fundo do sulco, e as longas se unem em fascículos, sendo que os mais importantes são:
Fascículo do cíngulo: percorre o giro do cíngulo, unindo o lobo frontal ao temporal, passando pelo lobo parietal.
Fascículo longitudinal superior(fascículo arqueado): liga os lobos frontal, parietal e occiptal por meio da face superolateral de cada hemisfério. Esse fascículo tem grande importância com relação à linguagem,já que liga as áreas anterior(lobo frontal) e posterior(junção dos lobos parietal e temporal) da linguagem.
Fascículo longitudinal inferior: une o lobo occiptal ao lobo temporal.
Fascículo unciforme: liga o lobo frontal ao temporal, passando pelo fundo do sulco lateral.
Fibras de associação inter-hemisféricas(Fibras comissurais)
Essas fibras são responsáveis por fazer a união entre áreas simétricas dos dois hemisférios.
Comissura do fórnix: essa comissura é pouco desenvolvida no homem. Situa-se entre as duas pernas do fórnix, fazendo a ligação entre os dois hipocampos.
Comissura anterior: tem uma porção olfatória, que liga os bulbos e tratos olfatórios, e uma porção não olfatória, que liga os dois lobos temporais.
Corpo caloso: a maior das comissuras telencefálicas, com o maior feixe de fibras do sistema nervoso. O corpo caloso estabelece conexão entre áreas corticais simétricas dos dois hemisférios, exceto o lobo temporal, que são unidas principalmente pelas fibras da comissura anterior. Ele permite a transferência de conhecimentos e informações de um hemisfério para outro.
Fibras de projeção
Essas fibras se agrupam para formar o fórnix e a cápsula interna.
Fórnix: liga o hipocampo aos corpos mamilares do hipotálamo, estando o mesmo relacionado com a memória. 
Cápsula interna: é um grande feixe de fibras que o tálamo e o núcleo lentiforme. Acima do núcleo lentiforme, ela é contínua com a COROA RADIADA, e abaixo é contínua com a base do pedúnculo cerebral. A cápsula interna é dividida em PERNA ANTERIOR, que se situa entre a cabeça do núcleo caudado e o núcleo lentiforme, PERNA POSTERIOR, situada entre o tálamo e o núcleo lentiforme, e JOELHO, situado no ângulo entre as duas pernas. Fibras que passam na cápsula interna e se dirigem ao córtex vêm do tálamo, sendo denominadas RADIAÇÕES.
CÓRTEX CEREBRAL
É uma fina camada de substância cinzenta formada por neurônios, células neurogliais e fibras. Sendo, com relação à sua estrutura, dividido em: 
Isocórtex: existem seis camadas. Sendo elas: camada molecular, camada granular externa, camada piramidal externa, camada granular interna, camada piramidal interna(ganglionar), camada de células fusiformes(ou multiforme).
O isocórtex pode ser dividido em:
Isocórtex homotípico: as seis camadas são sempre individualizadas com facilidade.
Isocórtex heterotípico: as seis camadas não podem ser claramente individualizadas no adulto, pois grande quantidade de células granulares ou piramidais que invadem as camadas II a VI. No isocórtex heterotípico granular, característico de áreas sensitivas, há uma grande quantidade de células granulares que invadem principalmente as camadas piramidais(III e V), com o desaparecimento quase completo dessas células. Já no isocórtex heterotípico agranular, característico de áreas motoras, há grande quantidade de células piramidais que invadem, inclusive, as camadas granulares(II e IV).
Alocórtex: o número de camadas varia, sendo menor do que seis.
Classificação filogenética do córtex:
Do ponto de vista filogenético, o córtex pode ser dividido em ARQUICÓRTEX, que se localiza no hipocampo, PALEOCÓRTEX, que ocupa o úncus e parte do giro para-hipocampal, sendo que neste giro, o sulco rinal separa o paleocórtex, situado medialmente, do neocórtex, situado lateralmente. Todo o restante do córtex se classifica como NEOCÓRTEX.
ANATOMIA FUNCIONAL DO CÓRTEX CEREBRAL
ÁREAS SENSITIVAS
As áreas sensitivas do córtex cerebral estão situadas nos lobos temporal, parietal e occiptal. Elas são divididas em ÁREAS PRIMÁRIAS(DE PROJEÇÃO), que correspondem à sensação do estímulo recebido, e ÁREAS SECUNDÁRIAS(DE ASSOCIAÇÃO), que estão associadas à percepção de características específicas desse estímulo.
Áreas corticais relacionadas com a sensibilidade somática
Área somestésica primária(S1): corresponde à área da sensibilidade somática geral, ou seja, à sensação de temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção consciente. Está localizada no GIRO PÓS-CENTRAL, nas áreas 1, 2 e 3 de Brodmann. Com relação à somatotopia, a área correspondente aos órgãos genitais encontra-se na parte medial, bem como a área dos pés. Já na parte superolateral do hemisfério, encontram-se as áreas das pernas, tronco e braços, todas pequenas. Vindo, posteriormente, as áreas das mãos, cabeça, língua e faringe.
Área somestésica secundária(S2): essa área localiza-se no lobo parietal, logo atrás da área somestésica primária, nas áreas 5 e 7 de Brodmann. Sendo que sua lesão causa agnosia, ou seja, a incapacidade de reconhecer objetos pelo tato.
Áreas corticais relacionadas com a visão
Área visual primária(V1): localiza-se nos lábios do sulco calcarino, correspondente à área 17 de Brodmann, também chamado de córtex estriado. A metade superior da retina se projeta no lábio superior do sulco calcarino, enquanto que a metade inferior se projeta no lábio inferior. A parte posterior projeta-se na parte posterior do sulco calcarino, enquanto que a parte anterior se projeta na parte anterior desse sulco.
Áreas visuais secundárias: corresponde a várias áreas visuais secundárias relacionadas apenas com a visão. Corresponde às áreas 18,19, estendendo-se às áreas 20, 21 e 37 de Brodmann e a uma pequena parte do lobo parietal, sendo que as mais conhecidas são V2, V3, V4 e V5. Essas áreas são unidas por duas vias corticais que se originam em V1:
Via ventral: une as áreas visuais do lobo temporal. Nessa via, estão as áreas relacionadas à percepção de cores, objetos e reconhecimento de faces, ou seja, ela permite detectar o que o objeto é. 
Via dorsal: dirige-se à parte posterior do lobo parietal. Nessa via, estão áreas relacionadas à percepção do movimento, de velocidade e representação espacial dos objetos, ou seja, ela permite identificar se o objeto está parado ou em movimento.
Áreas corticais relacionadas com a audição
Área auditiva primária(A1): está situada no giro temporal transverso anterior, nas áreas 41 e 42 de Brodmann. Nessas áreas, há uma representação tonotópica da cóclea, ou seja, para cada frequência, há um correspondente em A1. 
Área auditiva secundária(A2): é localizada no lobo temporal, na área 22 de Brodmann, adjacente à área auditiva primária.
Área vestibular
Localiza-se no lobo parietal, em uma pequena região próxima ao território da face.
Área olfatória
Localiza-se no córtex piriforme, na parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal.
Área gustativa
Área gustativa primária: situa-se na parte posterior da ínsula. Além de perceber estímulos gustativos, essa área também contém neurônios sensíveis ao olfato e à sensibilidade somestésica da boca.
Área gustativa secundária: essa área recebe aferências da ínsula. Está localizada na região orbitofrontal da área pré-frontal.
ÁREAS CORTICAIS RELACIONADAS COM A MOTRICIDADE
O objetivo do movimento é determinado pelo córtex pré-frontal, que passa a sua decisão para as áreas motoras do córtex: M1, áreas motoras secundárias pré-motora e motora suplementar. 
Área motora primária(M1): situa-se na parte posterior do giro pré-central, na área 4 de Brodmann. A área 4 é a que tem menor limiar para desencadear movimentos com a estimulação elétrica, além de determinar movimentos de grupos musculares do lado oposto. Essa área também é somatotópica, ou seja, para cada parte do corpo, há uma parte correspondente na área motora primária, que leva em consideração a delicadeza do movimento(por isso a mão está avantajada no homúnculo).
 
Área motora secundária(área pré-motora): localiza-se no lobo frontal, adiante da área motora primária 4, e ocupa toda a extensão da área 6 de Brodmann, situada na face lateral do hemisfério. É muito menos excitável do que os neurônios da área motora primária, exigindo correntes elétricas mais intensas para obter respostas motoras. Além disso, as respostas obtidas são menos localizadas do que as da área 4, já que envolvem grupos musculares maiores, como os do troncoou da base dos membros.
Área motora secundária(área motora complementar): ocupa a parte da área 6, situada na face medial do giro frontal superior. Assim como a área pré-motora, a sua função mais importante é o planejamento motor e de sequência complexas de movimentos.
ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO TERCIÁRIAS
Essas áreas de associação terciária não se relacionam isoladamente com nenhuma modalidade sensorial. Elas são responsáveis pela integração das informações elaboradas por todas as áreas secundárias e pela elaboração de várias estratégias comportamentais.
Área pré-frontal: compreende a parte anterior não-motora do lobo frontal. Essa área pode ser dividida em dorsolateral(parte mais medial) e orbito-frontal(parte mais lateral).
Essa área é responsável pelo comportamento inteligente, bem como pela memória operacional(memória que permite realizar tarefas cognitivas complexas, como a compreensão da linguagem, aprendizado, raciocínio).
Área pré-frontal dorsolateral: integra o circuito cortico-estriado-talâmico-cortical, ligando-se ao putâmen. Este circuito é importante no planejamento e execução de estretégias comportamentais adequadas à situação social e física do indivíduo, bem como a avaliação das consequências do planejamento e organização com inteligência. Além disso, é responsável pela MEMÓRIA OPERACIONAL, um tipo de memória de curto prazo que mantém na mente as informações relevantes para a conclusão de uma atividade que está em andamento.
Área pré-frontal orbitofrontal: está envolvido no processamento de emoções, supressão de comportamentos socialmente indesejáveis e manutenção da atenção.
 
Área parietal posterior: compreende todo o lóbulo parietal inferior, ou seja, os giros supramarginal(área 40 de Brodmann) e angular(área 39), estendendo-se também às margens do sulco temporal superior e parte do lobo parietal superior. Essa área funciona como centro de integração das informações recebidas das áreas secundárias auditiva, visual e somestésica, podendo reunir, por exemplo, o nome, formato, cor, cheiro, tato de um objeto, permitindo a sua identificação. Participa também do planejamento de movimentos e na atenção seletiva.
Córtex insular: a ínsula tem duas partes divididas pelo sulco central: anterior e posterior. A parte posterior está relacionada à gustação e sensibilidade visceral.
Córtex insular anterior: é responsável pela empatia(capacidade de se sensibilizar com o estado emocional do outro), conhecimento da própria fisionomia como diferente da dos outros, senso de nojo, percepção dos componentes subjetivos das emoções.
Áreas límbicas: compreende as áreas do hipocampo, giro denteado, gira para-hipocampal, giro do cíngulo, ínsula anterior e área pré-frontal orbitofrontal. Essas áreas estão relacionadas com o sistema límbico, responsável pelas emoções e pela memória.
ÁREAS RELACIONADAS COM A LINGUAGEM
As áreas relacionadas com a linguagem são divididas em:
Área anterior da linguagem (Área de Broca): situa-se nas partes triangular e opercular do giro frontal inferior, correspondendo à área 44 e parte da área 45 de Brodmann. Essa área é responsável pela programação da atividade motora relacionada à linguagem.
Área posterior da linguagem (Área de Wernicke): situa-se na junção dos lobos parietal e temporal, correspondendo à área 22 de Brodmann. Essa área está relacionada com a percepção da linguagem.
V
 Compreender a morfofuncionalidade das meninges.
DURA-MÁTER
É a membrana mais superficial, sendo constituída de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas, com vasos e nervos.
Ela é formada por dois folhetos, um FOLHETO INTERNO, que é contínuo com o da medula espinal, e um FOLHETO EXTERNO, que adere aos ossos do crânio, comportando-se como periósteo deles. Em virtude disso, não há, no encéfalo, um espaço epidural.
No encéfalo, a principal artéria que irriga a dura-máter é a ARTÉRIA MENÍNGEA MÉDIA, que é um ramo da artéria maxilar interna.
A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Sendo assim, toda a sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter e nos vasos sanguíneos, responsáveis, assim, pela maioria das dores de cabeça.
Pregas da dura-máter no encéfalo
Em algumas áreas, o folheto interno da dura-máter se separa do folheto externo, formando algumas pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. As principais pregas são:
Foice do cérebro: é um septo vertical mediano que penetra a fissura longitudinal, dividindo o cérebro nos dois hemisférios.
Tenda do cerebelo: é a continuação desse folheto interno. Fica localizado entre o lobo occipital e o cerebelo, formando uma superfície de cobertura semelhante a uma tenda. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio. Ainda separa a cavidade craniana em um COMPARTIMENTO SUPERIOR(SUPRATENTORIAL) e outro COMPARTIMENTO INFERIOR(INFRATENTORIAL). Essa prega contém uma borda livre, a INCISURA DA TENDA, que se ajusta ao mesencéfalo.
Foice do cerebelo: é uma lâmina do folheto interno que separa os dois hemisférios cerebelares.
Diafragma da sela: é uma lâmina horizontal de dura-máter que recobre a sela túrcica, protegendo a hipófise. 
Cavidades da dura-máter
Em algumas partes, os folhetos da dura-máter se separam e formam cavidades, uma delas é o CAVO TRIGEMINAL, que aloja o gânglio trigeminal.
Seios da dura-máter
São canais venosos revestidos de endotélio e situados entre os folhetos da dura-máter. Alguns seios apresentam expansões irregulares chamadas de LACUNAS SANGUÍNEAS. A função desses seios é drenar o sangue venoso proveniente das veias do encéfalo e do globo ocular para as VEIAS JUGULARES INTERNAS.
Seios da abóbada craniana:
Seio sagital superior: esse seio está localizado durante todo o percurso da foice do cérebro. Termina na CONFLUÊNCIA DOS SEIOS, local de encontro dos seios sagital superior, reto, occipital e pelo início dos seios transversos esquerdo e direito.
Seio sagital inferior: situa-se na parte inferior da foice do cérebro, desembocando no seio reto.
Seio reto: situa-se na união entre a foice do cérebro e a tenda do cerebelo, recebendo, anteriormente, o seio sagital inferior e a veia cerebral magna, terminando na confluência dos seios.
Seio transverso: é em número par, ou seja, há um seio transverso direito e um seio transverso esquerdo. Localiza-se posteriormente à tenda do cerebelo, indo até a parte petrosa do osso occipital, onde passa a ser denominado seio sigmoide.
Seio sigmoide: é uma extensão do seio transverso. O seu término é na veia jugular interna, através do forame jugular, onde desemboca todo o sangue venoso nela contido.
Seio occipital: localiza-se na extensão da foice do cerebelo, desembocando superiormente na confluência dos seios.
Seios venosos da base:
Seio cavernoso: situa-se ao lado do corpo do esfenoide e da sela túrcica. Recebe o sangue proveniente das veias oftálmica e central da retina, além de algumas veias do cérebro, drenando o seu conteúdo para os seios petrosos superior e inferior. Os dois seios comunicam-se entre si através do SEIO INTERCAVERNOSO. Além disso, a artéria carótida interna, o nervo abducente, o oculomotor e o ramo oftálmico do trigêmeo atravessam o seio cavernoso.
Seio esfenoparietal: percorre a face interior da asa menor do esfenoide e desemboca no seio cavernoso.
Seio petroso superior: dispõem-se ao longo da inserção da tenda do cerebelo, na porção petrosa do osso temporal. Esse seio drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmoide.
Seio petroso inferior: percorre o sulco petroso inferior, entre o seio cavernoso e o forame jugular, onde termina lançando-se na veia jugular interna.
Plexo basilar: ocupa a porção basilar do osso occipital. Comunica-se com os seios petroso inferior e cavernoso, liga-se ao plexo do forame occipital e, através deste, ao plexo venoso vertebral interno(PVVI).ARACNOIDE
É uma membrana muito delicada que está justaposta à dura-máter, mas se separa da mesma através do ESPAÇO SUBDURAL, que contém líquido que lubrifica essa comunicação. Além disso, há o ESPAÇO SUBARACNÓIDEO, que contém líquido cerebroespinal, bem como as TRABÉCULAS ARACNÓIDEAS, que ligam a aracnoide à pia-máter.
Cisternas subaracnóideas
São dilatações entre a aracnoide e a pia-máter preenchidas por líquido cerebroespinal.
Cisterna cerebelo-medular ou cisterna magna: é uma cisterna que fica na face dorsal do bulbo, na face posterior do cerebelo, que é contínua com o espaço subaracnóideo da medula espinal, ligando-se ao IV ventrículo através de sua abertura mediana. É a maior cisterna.
Cisterna pontina: situa-se ventralmente à ponte.
Cisterna interpeduncular: localiza-se na fossa interpeduncular.
Cisterna quiasmática: localiza-se ventralmente ao quiasma óptico.
Cisterna superior: localiza-se dorsalmente ao teto do mesencéfalo, inferiormente ao esplênio do corpo caloso.
Cisterna da fossa lateral do cérebro: corresponde à depressão formada por cada sulco lateral de cada hemisfério.
Granulações aracnóideas
São pequenos tufos, divertículos da aracnóide-máter na dura-máter, presentes principalmente no seio sagital superior. O sangue está separado do líquido cerebroespinal apenas por uma fina camada de aracnoide-máter e pelo endotélio do seio. A sua função é depositar liquor no sangue através de vacúolos que o transportam de dentro para fora. 
 
PIA-MÁTER
É a membrana mais profunda, estando aderida diretamente ao encéfalo. Em sua superfície mais interna, recebe prolongamentos de astrócitos do tecido nervoso, constituindo a MEMBRANA PIO-GLIAL.
A pia-máter dá consistência aos órgãos nervosos, visto que os mesmos são muito moles.
A pia-máter acompanha os vasos que penetram no tecido nervoso através do espaço subaracnóideo, formando a parede externa dos ESPAÇOS PERIVASCULARES, que também contêm liquor. Esse espaço auxilia na proteção contra as pulsações arteriais.
IV
 Compreender, do LCE: composição, produção, função e circulação.
Liquor ou líquido cerebroespinal é um fluido aquoso e incolor que se localiza no espaço subaracnóideo e nas cavidades ventriculares.
Características e composição do liquor
O liquor tem uma pressão de 5 a 20 cm de água com o paciente em decúbito lateral, sendo que seu volume é de 100 a 150 ml, sendo renovado a cada 8 horas.
O liquor apresenta de 0 a 4 leucócitos por , além de conter mais cloreto do que o sangue e menos proteínas do que o mesmo.
Formação do liquor: ele é produzido pelos PLEXOS CORIOIDES, estruturas enoveladas formadas por dobras de pia-máter, vasos sanguíneos e células ependimárias modificadas, presentes no teto do III e IV ventrículos e nos ventrículos laterais(responsáveis pela maior produção de liquor), bem como pelo EPÊNDIMA DAS CAVIDADES VENTRICULARES, que é responsável por 40% da produção do líquido cerebroespinal.
Sua formação envolve transporte ativo de através das células ependimárias dos plexos corioides, além de transporte de água, necessária para a manutenção do equilíbrio osmótico.
Circulação e absorção do liquor: o liquor passa dos ventrículos laterais para o III ventrículo através dos forames interventriculares. Depois, passa do III ventrículo para o IV através do aqueduto cerebral. Através das aberturas laterais e mediais do IV ventrículo, o liquor passa para o espaço subaracnóideo. Como a reabsorção do liquor se faz, em maior parte, no seio sagital superior, o LCE flui de baixo para cima, sendo que, na medula, o liquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, devido à reabsorção nas pequenas granulações aracnóideas existentes nos prolongamentos da dura máter que acompanha as raízes dos nervos espinais.
Essa circulação é extremamente lenta, sendo que alguns dos fatores que auxiliam nesse transporte são a sua produção em uma parte e a reabsorção em outra, a pulsação das artérias cranianas que, a cada sístole, aumentam a pressão liquórica, contribuindo para o seu movimento.
Funções do líquido cerebroespinal:
Amortecer os choques mecânicos e diminuir peso do encéfalo: segundo o princípio de Pascal, ao sofrer um choque mecânico, este se distribui igualmente a todos os pontos, isso acontecerá devido à presença do LCE. Além disso, o LCE, por se distribuir por todo o espaço subaracnóideo, segundo o Princípio de Arquimedes, diminui o seu peso de 1500 gramas para apenas 50 g.
Excreção de produtos tóxicos: os metabólitos produzidos pelo tecido nervoso passam para o tecido intersticial, onde são coletados pelo liquor e eliminados através da circulação sistêmica. 
Veículo de comunicação entre diferentes áreas do SNC: um exemplo disso é a liberação de hormônios do hipotálamo para o sangue, bem como para o LCE, podendo agir em regiões distantes do sistema ventricular.
Manutenção de um meio químico estável: através da troca de componentes com o espaço intersticial, o liquor mantém um meio químico estável no sistema ventricular até mesmo quando ocorrem grandes alterações na composição química do plasma.
II
 Compreender a irrigação do encéfalo.
O encéfalo consome cerca de 20% do oxigênio, embora represente apenas 2% da massa corpórea total, além de consumir 15% do total de aporte sanguíneo.
O FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL(FSC) é diretamente proporcional à pressão arterial(PA) e inversamente proporcional à resistência cerebrovascular(RCV).
 FSC = 
A resistência cerebrovascular depende de alguns fatores, tais como:
Pressão intracraniana: o aumento da pressão intracraniana também aumenta a resistência cerebrovascular.
Condição da parede vascular: pode estar alterada em certas situações, como na aterosclerose.
Viscosidade do sangue
Calibre dos vasos cerebrais: o calibre dos vasos que irrigam o encéfalo é regulado por fatores humorais e nervosos, sendo que estes últimos dependem da atuação de fibras do sistema nervoso autônomo, que se distribuem na parede das arteríolas cerebrais. Entre os fatores humorais, está o , que promove a vasodilatação cerebral.
Peculiaridades da vascularização arterial do encéfalo
A irrigação do encéfalo provém das artérias carótidas internas, que, como não dá nenhum ramo importante no pescoço, são especializadas para a irrigação, e vertebrais. Essas artérias formam um polígono anastomótico na base do crânio chamado de Polígono de Willis.
As artérias cerebrais têm, de modo geral, paredes finas, comparáveis a artérias de mesmo calibre em outras áreas do corpo, o que as tornam propensas a hemorragias. Sua túnica média tem menos fibras musculares, e a túnica elástica interna é mais espessa e tortuosa do que a de outras artérias.
Artéria carótida interna
É um ramo da ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM. Ela penetra na cavidade craniana pelo CANAL CAROTÍDEO DO OSSO TEMPORAL, atravessando o SEIO CAVERNOSO, onde descreve verticalmente uma dupla curva em forma de S, o SIFÃO CAROTÍDEO. Em seguida, ela perfura a dura-máter e a aracnoide, se ramificando, no início do sulco lateral, em:
Artéria cerebral anterior: percorre anteriormente, até chegar no joelho do corpo caloso, ramificando-se na face medial de cada hemisfério, do lobo frontal até o sulco parietocciptal. Ela também se distribui à parte mais alta da face dorsolateral, onde se limita com a artéria cerebral média. Entre elas estão as ARTÉRIAS COMUNICANTES ANTERIORES, que as anastomosam ventralmente ao quiasma óptico.
Artéria cerebral média: é o ramo principal da artéria carótida interna. Ela percorre toda a extensão do sulco lateral, ramificando-se em várias outras artérias menores que irrigam a maior parte da face dorsolateral, compreendendo áreas corticais importantes, como a área motora, a área somestésica e a área da linguagem.
Esses são os RAMOS CORTICAIS das artérias média e anterior. Existem, ainda, RAMOS CENTRAIS, que se originam da porção proximal de cada uma dessas artérias e das artériascomunicantes. Os ramos centrais penetram a base do cérebro, vascularizando o DIENCÉFALO, os NÚCLEOS DA BASE e a CÁPSULA INTERNA. Além disso, artérias denominadas ARTÉRIAS ESTRIADAS, que são ramos centrais que penetram nas substâncias perfuradas anterior e posterior. Ramos centrais da artéria cerebral média penetram a substância perfurada anterior, irrigando o corpo estriado e a cápsula interna.
 
Além desses ramos terminais, a artéria carótida interna dá origem aos seguintes ramos:
Artéria oftálmica: é originada antes mesmo da artéria carótida interna atravessar a dura-máter. Essa artéria irriga o bulbo do olho e seus anexos.
Artéria comunicante posterior: essa artéria se anastomosa com a artéria cerebral posterior, ramo da artéria basilar.
Artéria corióidea anterior: dirige-se para trás, ao longo do trato óptico, penetra o corno inferior do ventrículo lateral, irrigando os plexos corioides e parte da cápsula interna, núcleos da base e o diencéfalo.
Artérias vertebral e basilar
As artérias vertebrais originam-se das artérias subclávias correspondentes, sobem através dos FORAMES TRANSVERSOS DAS VÉRTEBRAS, atravessam a MEMBRANA ATLANTOCCIPTAL(que liga a vértebra atlas ao osso occiptal), a dura-máter e a aracnoide-máter, penetrando no crânio através do FORAME MAGNO. As artérias vertebrais dão origem às ARTÉRIAS ESPINHAIS POSTERIORES e à ARTÉRIA ESPINHAL ANTERIOR, que vascularizam a medula espinal. Um pouco acima das artérias espinhais posteriores, a artérias vertebrais dão origem às ARTÉRIAS CEREBELARES INFERIORES POSTERIORES, que irrigam as porções inferiores e posteriores do cerebelo. Nesse trajeto na parte ventral do bulbo, próximas ao sulco bulbo-pontino, as artérias vertebrais dão origem a um tronco único, a ARTÉRIA BASILAR, que percorre o sulco basilar da ponte, terminando anteriormente, dando origem às:
Artérias cerebrais posteriores: elas se dirigem à porção posterior do cérebro, contornando o pedúnculo cerebral, fazendo parte da irrigação da face inferior do lobo temporal, além do lobo occiptal. Sua obstrução causa cegueira em uma parte do campo visual.
Durante o seu trajeto até a artéria cerebral posterior, a artéria basilar dá origem aos seguintes ramos mais importantes:
Artéria cerebelar superior: sua origem é logo atrás das cerebrais posteriores, distribuindo-se ao mesencéfalo e à parte superior do cerebelo.
Artéria cerebelar inferior anterior: é a primeira artéria originada pela artéria basilar. Ela irriga a parte anterior da face inferior do cerebelo.
Artéria do labirinto: é a segunda artéria originada da artéria basilar. Ela irriga as estruturas do meato acústico interno.
Ramos pontinhos: são ramos que irrigam a ponte. 
 Conhecer os padrões imagenológicos da TC nas principais alterações do encéfalo.VII
ALTERAÇÕES VASCULARES
Este tipo de alteração encefálica por ser de natureza isquêmica, em que há a obstrução de um vaso, ou hemorrágica, em que há a ruptura do mesmo.
Lesões vasculares de natureza hemorrágica:
Lesões vasculares de localização intra-axial: são as lesões vasculares hemorrágicas que acometem o parênquima do encéfalo. A depender do tempo de sangramento, a imagem na TC pode se alterar. Na fase aguda, caracterizada por um sangramento de até 7 dias, a lesão se apresenta hiperdensa, já na fase subaguda, após um período de até 4 semanas, a imagem se torna isodensa em relação ao parênquima encefálico, e na fase crônica, que se define por um período de sangramento maior do que 4 semanas, a lesão torna-se hipodensa em relação ao parênquima circundante, semelhante ao liquor.
 
 A depender da área acometida, pode haver uma proeminência compensatória do sistema ventricular do mesmo lado da lesão, constituindo o chamado FENÔMENO EX-VÁCUO.
Lesões vasculares de localização extra-axial: são lesões de natureza hemorrágica que acometem o espaço extra-parênquima, ou seja, entre as meninges, podendo ser classificados em: 
Epidural: quando a lesão acomete a região entre a calota craniana e a dura-máter, devido à ruptura da artéria meníngea média. São mais comumente encontradas na região temporal ou têmporo-parietal. Comumente se encontra o apagamento dos sulcos entre os giros corticais, além de desvio das estruturas encefálicas da linha média. Pode-se encontrar fratura craniana. 
Subdural: é aquele hematoma que ocorre entre a dura-máter e a aracnóide-máter. 95% dos casos é de localização supratentorial, com o formato de uma coleção crescente, já que o sangue se espalha pelo espaço subdural. 
Subaracnóide: é uma lesão que ocorre no espaço subaracnóide, caracterizando-se por uma imagem hiperdensa. 
Lesões vasculares de natureza isquêmica: são caracterizadas pela redução do aporte sanguíneo ao segmento cerebral afetado, de forma que a isquemia leva a alterações celulares que causam um EDEMA CELULAR OU CITOTÓXICO, levando ao acúmulo de água dentro da célula, ou pode levar a um EDEMA VASOGÊNICO, quando há perda da integridade das células endoteliais. A imagem na TC se apresenta hipodensa em relação ao parênquima circundante.
NEOPLASIAS MALIGNAS
Nos adultos, o compartimento mais afetado é o supratentorial, já nos indivíduos abaixo dos 15 anos, é a fossa posterior do crânio.
Metástases: geralmente, os achados imagenológicos são lesões múltiplas, mas, em 20% dos casos, a lesão pode ser solitária. Essas metástases apresentam edema circundante. Elas apresentam-se, sem contraste, como imagens hipodensas, já com a injeção de contraste, há um realce intenso, que pode ser anular(em forma de anel) ou nodular.
Astrocitomas: são tumores primários do SNC, correspondentes a 70% dos gliomas(tumores de células gliais). Na TC, apresentam-se como imagens hipodensas, que não têm realce após injeção de contraste.
NEOPLASIAS BENIGNAS
Meningioma: é a neoplasia extra-axial mais comum em adultos. Na TC, é observada uma estrutura hiperdensa e bem definida(85% dos casos), com realce intenso na injeção de contraste. Em 20% dos casos, podem ser observadas calcificações.
Cisto colóide: corresponde a uma lesão situada na parede anterossuperior dos ventrículos laterais, podendo inclusive causar hidrocefalia devido à obstrução do forame interventricular. Na TC, é observada uma imagem hiperdensa.
PROCESSOS INFLAMATÓRIOS E INFECCIOSOS
Neurocisticercose: na TC sem constraste, apresentam-se como imagens hipodensas, já com contraste, apresentam-se como imagens hiperdensas.
Toxoplasmose: os achados podem conter hidrocefalia(ventrículos dilatados) e calcificações intracranianas. Na TC sem meio de contraste, apresenta-se como imagens hipodensas. Já com contraste, apresenta-se como imagens hipodensas com periferia hiperdensa, sendo a periferia correspondente à região inflamatória e o centro a área de necrose.
ALTERAÇÕES SECUNDÁRIAS A TRAUMAS CRANIOENCEFÁLICOS
Pneumoencéfalo: ocorre frequentemente por traumas faciais, em que há entrada de ar na caixa craniana.
Lesão axonal difusa(LAD): é causada pela ruptura de axônios devido às forças de aceleração e desaceleração decorrentes de acidentes automobilísticos envolvendo altas velocidades. Na TC, são observados pequenos pontos de hemorragia na junção entre a substância cinzenta e a substância branca.
Contusão cerebral cortical(CCC): consiste em uma lesão primária intra-axial devido a um trauma. Acomete a substância cinzenta superficial. Apresentam-se como áreas mistas hipo e hiperdensas.
Herniações cerebrais: ocorrem devido à migração do parênquima cerebral devido a efeitos compressivos. Na TC, os achados podem incluir apagamento ou alargamento de cisternas, deslocamento das estruturas cerebrais da linha média, e dilatação dos ventrículos.
Referência:
Artigo: Patologias encefálicas: aspectos de imagem. Neysa AparecidaTinoco Regattieri e Rainer Guilherme Haetinger.
VI
Diferenciar AVE-H de AVE-I.
Acidente vascular isquêmico: é causado por aporte sanguíneo insuficiente em parte ou em todo o encéfalo. Isso se deve à obstrução de alguma ou algumas artérias por um tombo devido a uma placa aterosclerótica ou coágulo embólico, bem como um êmbolo vindo de artérias coronárias ou de artérias adjacentes, impedindo o fluxo sanguíneo da artéria do encéfalo.
Acidente vascular hemorrágico: é provocado pelo rompimento de uma artéria que irriga o encéfalo.
Referências:
Livro: Goldman: Cecil medicina. Lee Goldman e Andrew I. Schafer. 24ª ed. Cap. 414 e 415.

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