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Titulos de Credito Unidade I R

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APRESENTAÇÃO, EMENTA E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
Seja bem-vindo, 
Nesta nossa disciplina, trataremos de assuntos, dentre outros, como aqueles afetos aos títulos 
de crédito e o importante papel que desempenham no mundo econômico jurídico, procurando, 
dentro do escopo dos nossos estudos, compreender como tais títulos são projetados pela 
sociedade a fim de promoverem a circulação segura da riqueza. É nossa expectativa que você 
aprenda bastante. 
Considerando que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que se 
dedique, ao menos, dez horas por semana para esta disciplina, estudando as bibliografias 
indicadas e realizando os exercícios de autoavaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir 
planejando o que estudar, semana a semana. 
Para facilitar seu trabalho, apresentamos abaixo os assuntos que deverão ser estudados e a 
bibliografia indicada, para aprofundar o conhecimento e entender a posição da doutrina e 
jurisprudência atual. No mínimo, sugerimos a leitura de duas obras indicadas para cada 
assunto, pois somente assim você terá uma compreensão maior da matéria. 
Os assuntos e os conteúdos a serem estudados seguem abaixo: 
Módulo I - Conceito, princípios, legislação aplicável, atributos e classificação dos títulos de 
crédito 
Módulo II - Letra de câmbio 
Módulo III - Nota promissória 
Módulo IV - Cheque 
Módulo V - Duplicata 
Módulo VI - Ações e debêntures 
Módulo VII - Títulos impróprios 
Módulo VIII - Ação cambial 
 
A bibliografia básica sugerida é a seguinte: 
ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e prática dos títulos de crédito. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 
2011. 
COELHO, Fábio Ulhôa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 25. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2013. 
NEGRÃO, Ricardo. Manual de Direito Comercial e de Empresa. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 
2012. 
 
 
 
A bibliografia complementar sugerida é a seguinte: 
BERTOLDI, Marcelo M. Curso Avançado de Direito Comercial. 7. ed. São Paulo: Thomson 
Reuters RT, 2013. 
 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Títulos de crédito e contratos mercantis. 4. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007. 
MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: títulos de crédito. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. 
REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. 24. ed. São Paulo: Saraiva, v. 2. 
ROQUE, Sebastião José. Títulos de crédito. 
 
Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, 
cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das 
datas das suas provas, dentro dos períodos especificados. 
Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as 
avaliações é realizando os exercícios de autoavaliação, disponibilizados neste sistema de 
disciplinas online. O que precisa ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos 
em cada avaliação não são a repetição dos exercícios de autoavaliação. 
Para sua orientação, informamos a seguir os assuntos requeridos em cada uma das 
avaliações: NP1 abrangerá o conteúdo referente aos módulos I a IV e a NP2, os módulos V a 
VIII. As avaliações substitutivas e o exame abrangerão todos os módulos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito, princípios, legislação aplicável, atributos e classificação dos títulos de crédito 
a) Conceito: é o documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele 
mencionado (art. 887, diz contido, mas o direito não está incorporado no título). 
É uma modalidade de declaração unilateral de vontade e configura-se quando o agente faz 
uma emissão volitiva, materializada em um instrumento, obrigando-se a uma prestação 
determinada, independentemente de qualquer ato de aceitação emanado de outro agente. 
b) Origem: a palavra crédito provém do latim creditum, credere, e significa confiança, crença, 
ter fé, a partir de conotação moral, de conteúdo religioso. 
 
O Direito Cambiário pode ser dividido em quatro fases: 
b1- O Período Italiano, na Idade Média, precisa a decisiva influência dos mercadores italianos 
na evolução do título de crédito, pois nas cidades marítimas italianas ocorriam transações 
comerciais bastante significativas e havia diversidade monetária, já que cada feudo possuía 
uma moeda. 
Esse período foi marcado por saques e violência, tornando o trajeto entre as cidades bastante 
arriscado, fazendo surgir o câmbio trajectício. 
Nesse período, a letra de câmbio era considerada mero instrumento do contrato de câmbio, 
meio de troca da moeda. 
b2- No Período Francês, a letra de câmbio consagrada na Ordenação do Comércio Francesa, 
de 1763, passa a ser utilizada nas mais diversas situações comerciais, como meio de 
pagamento, inclusive de mercadorias a crédito, e deixa de estar vinculada ao contrato de 
câmbio para ser utilizada simplesmente como instrumento de crédito e é criada e incorporada a 
cláusula “à ordem”, que se torna obrigatória, com a indispensável assinatura do sacado. 
b3- No Período Alemão, que tem início com o surgimento de uma Ordenação Geral do Direito 
Cambiário, em 1848 (Algemeine Deutsche Wechsel Ordnug), a cambial se torna um título 
abstrato, motivo pelo qual passou a haver inoponibilidade das exceções pessoais, tornou-se, 
portanto, um valor por si mesmo, desvinculado do contrato. Surge o endosso para preservar e 
promover a circulação do crédito e a cambial adquire as características que encontramos na 
legislação contemporânea. 
b4- Por fim, chegamos ao Período Uniforme, por volta de 1930, com a Convenção de Genebra, 
que resultou na criação da Lei Uniforme de Genebra – LUG, acerca da letra de câmbio e nota 
promissória; e, em 1931, a LUG cobre cheques, correspondendo ao período de uniformização 
da legislação cambiária. 
c) Princípios: 
c1 – Cartularidade (documento necessário): título e direito se confundem, tornando 
imprescindível o documento para o exercício do direito que nele se contém. Exceção duplicata 
mercantil (LD, art.15, §2º) e os títulos virtuais (art. 889, § 3º CC). 
c2 – Literalidade: sua existência se regula pelo teor de seu conteúdo. Somente o que está nele 
inserido se leva em consideração. 
c3 – Autonomia: o portador da cártula é titular de um direito autônomo em relação ao direito 
que tinham seus antecessores, portanto, os vícios que comprometem a validade de uma 
relação jurídica, documentada em título de crédito, não se estendem as demais relações 
abrangidas no mesmo documento. Ela garante a circulabilidade do título de crédito. Esse 
princípio divide-se em 2 subprincípios: 
c3.1 – Abstração: posto em circulação, o título se desvincula do ato ou negócio jurídico que deu 
ensejo à sua criação, daí somente podendo ser oposta a causa originária do negócio entre o 
credor originário e o devedor. A circulação é obrigatória. 
c3.2 – Inoponibilidade: a segurança do terceiro de boa-fé é essencial na negociabilidade dos 
títulos de crédito. Daí, o devedor não poder alegar em seus embargos matéria de defesa 
estranha à sua relação direta com o exequente, salvo provando má-fé do referido. 
d) Legislação aplicável. 
Art. 903, do CC. 
e) Atributos: 
e1 – É unicamente uma relação de crédito. Não se documenta outra obrigação de dar, fazer, 
ou não fazer. Apenas o crédito titularizado por um ou mais sujeitos. 
 
e2 – Executabilidade: é título executivo extrajudicial (art. 585, I, CPC). 
e3 – Negociabilidade: como está sujeito a certa disciplina jurídica, torna mais fácil a circulação 
do crédito. 
f) Classificação: 
f1 – Quanto à natureza 
f1.1 – Títulos de crédito causais: cuja emissão depende da ocorrência de determinada hipótese 
ou causa específica, prevista na norma que os regule, constituindo tal causa requisito 
indispensável à sua emissão. Ex.: Duplicata Mercantil, que só pode ser emitida por empresário 
ou sociedade empresária por ocasiãoda venda e da entrega efetiva de mercadoria ou serviço. 
f1.2 – Títulos de crédito abstratos: não dependem da ocorrência de determinada hipótese ou 
causa específica. Não se confunde com o princípio da abstração. No princípio é necessária a 
circulação, aqui não o é. Ex.: se A emite um cheque em favor de B, esse título é abstrato, pois 
A não necessita explicar o motivo de sua emissão. Referido título, entretanto, não possui 
abstração cambiária, vindo a adquiri-la somente na hipótese de sua transferência – via 
endosso – a um terceiro de boa-fé. 
f2 – Quanto ao modelo: 
f2.1 – Vinculados: somente produzem efeitos cambiais os documentos que atendem ao padrão 
exigido. É o caso do cheque (fornecido pelo banco) e da duplicata (LD). 
f2.2 – Livres: não existe padrão de utilização obrigatória. Ex.: nota promissória e letra de 
câmbio. 
f3 – Quanto à estrutura: 
f3.1 – Ordens de pagamento: são os estruturados na forma de ordens de pagamento. 
Comportam três posições jurídicas distintas: o sacador ou emitente (aquele que emite o título 
pelo saque cambial); o sacado (obrigado cambiário) contra quem é emitida a ordem de 
pagamento; o beneficiário, aquele em favor de quem deve ser efetuado o pagamento por parte 
do sacado. Ex.: cheque, letra de câmbio. 
f3.2 – Promessa de pagamento: estruturados na forma de promessa de pagamento. Existem 
duas posições: o promitente ou devedor e o promissário ou credor. Ex.: nota promissória. 
f4 – Quanto ao modo de circulação: 
f4.1 – À ordem: são aqueles cuja titularidade se transfere mediante a indicação, por meio de 
endosso efetuado pelo atual beneficiário. O endosso é efetuado mediante a assinatura do 
credor (endossante) no verso ou anverso do título e transfere a sua propriedade a terceiro 
(endossatário), portanto, “em preto”, com a expressa indicação do nome do endossatário. Ex.: 
cheque, letra de câmbio, nota promissória. 
Se for indicado não a ordem, somente mediante cessão civil. 
f4.2 – Ao portador: são títulos que circulam por intermédio de quem os portar. Quem apresentá-
lo é o credor, não é necessário o endosso para sua transferência. 
A Lei 8021/90 proibiu a emissão de títulos ao portador. Exceção do cheque até R$ 100,00 (cem 
reais) (Lei 9069/95, art. 69). 
f4.3 – Nominativos: o nome do credor encontra-se registrado em livro de registro próprio e 
circulam a partir da transferência de sua titularidade no livro de registro específico (arts. 921 a 
926) (não existem esses títulos no Brasil). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Letra de câmbio 
a) Conceito: é uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado para que este pague 
a importância consignada a um terceiro denominado tomador. 
b) Legislação: Decreto 57663/66; Decreto 2044/1908. 
c) Intervenientes 
c1 – Sacador: quem cria a letra. 
c2 – Sacado: é o devedor, aquele que aceitando a letra irá pagá-la na ocasião do vencimento. 
c3 – Beneficiário ou tomador: terceiro ou o próprio sacador. 
d) Requisitos essenciais: LU (arts. 1º e 2º). 
d1 – As palavras “letra de câmbio” ou a denominação equivalente na língua em que for emitida, 
inseridas no título. 
d2 – Uma ordem incondicional de pagar quantia determinada. 
d3 – O nome da pessoa que deve pagar (sacado). 
d4 – O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem, deve ser feito o pagamento (tomador). 
d5 – A assinatura de quem dá a ordem (sacador). 
d6 – Data do saque. 
d7 – Lugar do pagamento ou a menção de um lugar ao lado do nome do sacado. 
 
d8 – Lugar do saque ou a menção de um lugar ao lado do nome do sacador. 
e) Vencimento (dec. 2044). 
e1 – À vista: no ato da apresentação ao sacado (art. 17 LU). 
e2 – A dia certo: é o sacador quem determina o prazo. 
e3 – A tempo certo da data: a tempo certo da emissão. Ex.: a 30 dias desta. 
e4 – A tempo certo da vista: prazo só começa da data do aceite e, na falta deste, de protesto. 
f) Título em branco ou incompleto: pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da 
cobrança ou do protesto – Súmula 387, STF. 
g) Aceite: é o reconhecimento do débito, obrigando o aceitante cambialmente. Através dele, o 
sacado se vincula ao pagamento da letra de câmbio e se torna o seu devedor principal. Ele é 
facultativo, ou seja, o sacado não é obrigado a aceitar o título. Ele é feito no anverso da letra de 
câmbio. 
Na hipótese de recusa do aceite, o sacador deverá pagar o título imediatamente após a recusa, 
mesmo que o vencimento seja posterior (art. 22, LU, permite que o sacador introduza na letra a 
expressão não aceitável, o que não permitiria a antecipação). 
h) Endosso: é o meio pelo qual se transfere a propriedade de um título. Só é possível na letra 
que não contenha a cláusula não à ordem (só é possível a cessão de crédito). 
Endossante: o credor do título que resolve transferi-lo. 
Endossatário: para quem o crédito foi passado. 
O endossante será codevedor perante o endossatário, salvo se utilizar a expressão “sem 
garantia” (art. 914 não se aplica, vide art. 903 – existindo lei que regula não se aplica o código). 
Divide-se em: 
1 – Endosso em branco: não é identificado o endossatário – o credor apenas assina no verso 
ou anverso (vira título ao portador), podendo: 
Inserir o seu nome, o nome de outra pessoa, endossar em preto, endossá-la em branco, 
entregar o título a outro. 
2 – Endosso em preto – é identificado o endossatário – “Pague-se a ....”. 
3 – Endosso posterior ao vencimento: não há coobrigação. 
4 – Endosso tardio ou póstumo: posterior ao protesto por falta de pagamento, produz os efeitos 
de uma cessão ordinária de crédito. 
i) Endosso impróprio: lança-se na cambial um ato que torna legítima a posse do endossatário 
sobre o documento, sem que ele se torne credor. Divide-se em: 
- Endosso-mandato: o endossante imputa à outra pessoa a tarefa de proceder à cobrança do 
crédito. “Pague-se, por procuração, a .....”. 
- Endosso-caução: instrumento para instituição de penhor sobre o título de crédito. 
É entregue a letra ao credor do penhor com a expressão “pague-se, em garantia, a ...” 
j) Aval: é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar o título de 
crédito, nas mesmas condições que um devedor desse título (avalizado). 
O aval é autônomo. As exceções que possa gozar o avalizado não se estendem ao avalista. 
 
- Pluralidade de avais: diversos avalistas podem, simultânea ou sucessivamente, obrigar-se 
cambialmente. O credor pode exigir de qualquer um deles. 
- Assinatura no anverso do título; com a expressão por aval (verso ou anverso); tem que 
constar a expressão “por aval”. Também pode ser em branco ou preto. 
- Aval X fiança: o aval é autônomo, a fiança é acessória. Benefício de ordem só para o fiador. 
- Outorga uxória: inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu. 
k) Pagamento: extingue uma, algumas ou todas as obrigações cambiais nela mencionadas, 
dependendo de quem paga. Se for o devedor, extinguem-se todas as obrigações. Se for o 
codevedor que paga, o pagamento extingue a obrigação de quem pagou e a dos devedores 
posteriores e aquele que pagou pode exercer, em regresso, o direito creditício contra os 
devedores anteriores. 
O primeiro a ter que pagar é o aceitante, apresentada a ele a letra. Caso não pague, o credor 
(depois de providenciar o protesto do título) pode escolher qualquer um dos codevedores para, 
amigável ou judicialmente, exigir o valor do crédito. 
1) Prazo: deve ser apresentado ao aceitante no dia do vencimento, dia não útil (expediente 
bancário) será no dia seguinte. Expirado o prazo para apresentação ou para se fazer o 
protesto, o portador perdeu os direitos de ação contra os endossantes, contra o sacador e 
contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante. 
2) Cautela: quitação no próprio título. Exigir a entrega do título,indispensável para poder utilizar 
o direito de regresso, caso necessário, e conferir os endossos. 
3) Lugar do pagamento: se faltar a indicação, o lugar ao lado do sacado. 
4) Pagamento em cartório: protestada a letra para fazer o pagamento em cartório, é necessário 
o pagamento dos juros de mora e a correção monetária, além das despesas de custas pelo 
credor para a tentativa do protesto. 
l) Protesto: é o ato praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins de incorporar 
ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações cambiais, como a falta de aceite 
ou de pagamento da letra de câmbio. 
1 - Hipóteses 
- Por falta de aceite: o portador deverá encaminhar o título para protesto até o fim do prazo de 
apresentação ao sacado para aceite, ou no dia seguinte ao término do referido prazo se a letra 
foi apresentada no último dia deste e o sacado solicitou o prazo de respiro, conforme art. 44 – 
LU. 
- Por falta de pagamento: o credor deverá encaminhar o título para protesto em um ou dois dias 
úteis seguintes ao vencimento do título (art. 44). 
2 – Efeito: é elemento fundamental para o exercício do direito de regresso. 
3 - Protesto necessário: para conservar o direito contra todos os coobrigados, ou quando existe 
o envio para aceite e o aceitante não devolve o título. 
Para cobrar do aceitante e do avalista, não é necessário o protesto do título. 
4 - Cancelamento do protesto: cabe na hipótese de o devedor vir a pagá-lo posteriormente (Lei 
9492/97 art. 26). 
5 - Sustação do protesto (arts. 16 a 18, da Lei 9492/97). 
m) Correção monetária: Lei 6899/81 – art. 11, da Lei 9492/97. 
n) Juros: desde a data do vencimento (art. 48 da LU) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nota promissória 
a) Conceito: é uma promessa solene, direta e unilateral de pagamento, à vista ou a prazo, 
efetuada pelo promitente-devedor ao promissário-credor, ou à pessoa a quem esse transferir o 
título. 
b) Intervenientes 
b1 – Subscritor ou promitente-devedor 
b2 – O beneficiário ou promissário-credor. 
c) Requisitos essenciais (art. 75, da Lei Uniforme). 
c1 – Denominação “nota promissória”. 
c2 – Promessa solene, direta e incondicional de pagamento. 
c3 – Nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (promissário-credor ou 
beneficiário). 
c4- Indicação da data de emissão. 
c5 – Assinatura do emitente (subscritor ou promitente-devedor), o emitente deve ser indicado 
obrigatoriamente (Lei 6268/75, art. 3º) pela sua cédula de identidade, de inscrição no CPF/MF, 
ou do título eleitoral ou da carteira profissional. 
c6 – Local de emissão e local de pagamento (na falta de indicação especial, o local de emissão 
será considerado o de pagamento e, ao mesmo tempo, o local de domicílio do emitente da np). 
c7 – Data de vencimento (na sua ausência será considerada pagável à vista). 
d) Nota promissória em branco: facultado ao portador preenchê-la posteriormente, hipótese em 
que se consideram lançados ao tempo da emissão (STF 387). 
e) Vencimento; 
e1) À vista. 
e2) A dia certo. 
e3) A tempo certo da data. 
f) Características: 
f1 – É uma promessa de pagamento. 
f2 – Não necessita de aceite do devedor (é promessa unilateral). 
 
f3 – É abstrato não exige uma causa legal específica, não precisa trazer expresso o motivo que 
lhe deu origem. 
g) Súmula 258 – STJ (A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza 
de autonomia em razão da liquidez do título que a originou. 
h) Protesto. 
Falta de pagamento até dois dias úteis seguintes ao vencimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cheque 
CHEQUE (Lei 7357/85) 
a) Conceito: é uma ordem direta e incondicional de pagamento emitida pelo titular de conta 
corrente mantida em determinada instituição financeira (banco sacado) e dirigida a essa 
mesma instituição, na qual o emitente tenha fundos disponíveis (dinheiro ou uma linha de 
crédito), a fim de que o banco sacado efetue o pagamento do valor literalmente expresso no 
título a determinada pessoa (beneficiário). 
b) Partes: 
b1 – Emitente, passador ou sacador: é o titular de conta corrente em uma instituição financeira, 
que está autorizado a emitir ordens de pagamento dirigidas a referida instituição(cheques). 
b2 – Sacado (instituição financeira): é o agente pagador (não é o devedor). Sua obrigação é 
acatar as ordens de pagamento emitidas pelo sacador ou emitente até o limite dos fundos 
disponíveis na conta corrente mantida no banco sacado. 
b3 – Tomador ou beneficiário: é aquele em favor de quem o cheque deve ser pago, podendo 
ser um terceiro ou o próprio emitente. 
c) Requisitos essenciais (art.1º). 
c1 – Denominação de cheque que deve estar inserida no próprio texto do cheque. 
c2 – Ordem incondicional de pagar quantia determinada. 
c3 – Identificação do banco sacado, o título deve ser emitido contra banco ou instituição 
financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque (art. 3º). 
c4 – Data e lugar de emissão. 
c5 – Lugar de pagamento: onde se encontra o sacador. 
c6 – Assinatura do emitente ou de seu mandatário, com poderes especiais para tanto (Lei 
6268/75, art. 3º) tem que ser identificado, por seu RG, CPF, TE, CP. 
d) Circulação 
- Transmite-se mediante endosso, tem a cláusula “a ordem” implícita – o endossante torna-se 
codevedor do título. O cheque admite a cláusula “sem garantia” e o endosso-mandato. A 
cláusula “não a ordem” pode ser inserida pelo emitente e aí só se transfere mediante cessão 
civil. 
e) Modalidades: 
e1 – Visado: é aquele em que o banco sacado, a pedido do emitente ou do portador legítimo, 
lança e assina, no verso, declaração confirmando a existência de fundos suficientes para a 
liquidação do título (art. 7º). Só o cheque nominativo e não endossado. 
 
e2 – Administrativo ou bancário: é o emitido pelo banco sacado, para liquidação por uma de 
suas agências. Nele, o emitente e sacado, são a mesma pessoa (art. 9º, III), ou seja, a 
instituição financeira ocupa, simultaneamente, a situação jurídica de quem dá a ordem de 
pagamento e a de seu destinatário. 
 
e3 – Cruzado: é o cheque em que o emitente ou o próprio credor traçam duas linhas paralelas 
na sua frente (anverso). Tem por finalidade tornar possível a identificação do beneficiário da 
ordem de pagamento representada pelo título (art. 44). 
Ele pode ser: 
- Geral: se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação 
“banco” ou outra equivalente. 
- Especial: se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco. 
O com cruzamento geral somente pode ser pago pelo banco sacado a banco ou a um cliente 
do banco sacado, mediante crédito em conta (art. 45). 
O com cruzamento especial somente poderá ser pago pelo banco sacado ao banco cujo nome 
estiver indicado entre os dois traços. 
e4 – Cheque para ser creditado em conta: é o em que o emitente ou o próprio credor proíbem o 
seu pagamento em dinheiro mediante a inscrição transversal da cláusula para ser creditado em 
conta, no anverso do título (art. 46). Tem por finalidade tornar possível a identificação do 
beneficiário da ordem de pagamento. 
e5 – Cheque de viagem: traveller’s check – emitido pelo próprio banco sacado contra si próprio, 
para pagamento à vista da quantia especificada ao beneficiário identificado. O seu pagamento 
pode efetivar-se em moeda corrente do local em que se encontrar o beneficiário, conforme 
cotação do câmbio em vigor. 
f) Endosso: em preto. 
g) Aval: no cheque ou em folha de alongamento. 
h) Prazo de apresentação: em 30 dias se da mesma praça ou em 60 dias se de praças 
diferentes (art. 33), perda do direito de executar os endossantes e seus avalistas e perda dodireito de ação executiva contra o emitente do cheque, se este dispunha de fundos durante o 
prazo de apresentação. Ex.: conta conjunta. Depois de prescrita a execução – 6 meses do 
término da apresentação, não pode mais depositar o cheque. 
i) Pós ou pré-datado: não produz efeitos perante o banco sacado, é descumprimento do 
acordo. 
j) Sustação do cheque: por comunicação escrita do emitente, antes de sua apresentação. 
k) Protesto: com inexistência de fundos, prazo de trinta dias na mesma praça e sessenta em 
praça diversa.

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