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APRESENTAÇÃO, EMENTA E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Seja bem-vindo, Nesta nossa disciplina, trataremos de assuntos, dentre outros, como aqueles afetos aos títulos de crédito e o importante papel que desempenham no mundo econômico jurídico, procurando, dentro do escopo dos nossos estudos, compreender como tais títulos são projetados pela sociedade a fim de promoverem a circulação segura da riqueza. É nossa expectativa que você aprenda bastante. Considerando que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que se dedique, ao menos, dez horas por semana para esta disciplina, estudando as bibliografias indicadas e realizando os exercícios de autoavaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresentamos abaixo os assuntos que deverão ser estudados e a bibliografia indicada, para aprofundar o conhecimento e entender a posição da doutrina e jurisprudência atual. No mínimo, sugerimos a leitura de duas obras indicadas para cada assunto, pois somente assim você terá uma compreensão maior da matéria. Os assuntos e os conteúdos a serem estudados seguem abaixo: Módulo I - Conceito, princípios, legislação aplicável, atributos e classificação dos títulos de crédito Módulo II - Letra de câmbio Módulo III - Nota promissória Módulo IV - Cheque Módulo V - Duplicata Módulo VI - Ações e debêntures Módulo VII - Títulos impróprios Módulo VIII - Ação cambial A bibliografia básica sugerida é a seguinte: ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e prática dos títulos de crédito. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. COELHO, Fábio Ulhôa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 25. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. NEGRÃO, Ricardo. Manual de Direito Comercial e de Empresa. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. A bibliografia complementar sugerida é a seguinte: BERTOLDI, Marcelo M. Curso Avançado de Direito Comercial. 7. ed. São Paulo: Thomson Reuters RT, 2013. GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Títulos de crédito e contratos mercantis. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. MAMEDE, Gladston. Direito empresarial brasileiro: títulos de crédito. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. 24. ed. São Paulo: Saraiva, v. 2. ROQUE, Sebastião José. Títulos de crédito. Como é de seu conhecimento, você estará obrigado a realizar uma série de avaliações, cabendo a você tomar conhecimento do calendário dessas avaliações e da marcação das datas das suas provas, dentro dos períodos especificados. Por outro lado, é importante destacar que uma das formas de você se preparar para as avaliações é realizando os exercícios de autoavaliação, disponibilizados neste sistema de disciplinas online. O que precisa ficar claro, entretanto, é que os exercícios que são requeridos em cada avaliação não são a repetição dos exercícios de autoavaliação. Para sua orientação, informamos a seguir os assuntos requeridos em cada uma das avaliações: NP1 abrangerá o conteúdo referente aos módulos I a IV e a NP2, os módulos V a VIII. As avaliações substitutivas e o exame abrangerão todos os módulos. Conceito, princípios, legislação aplicável, atributos e classificação dos títulos de crédito a) Conceito: é o documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele mencionado (art. 887, diz contido, mas o direito não está incorporado no título). É uma modalidade de declaração unilateral de vontade e configura-se quando o agente faz uma emissão volitiva, materializada em um instrumento, obrigando-se a uma prestação determinada, independentemente de qualquer ato de aceitação emanado de outro agente. b) Origem: a palavra crédito provém do latim creditum, credere, e significa confiança, crença, ter fé, a partir de conotação moral, de conteúdo religioso. O Direito Cambiário pode ser dividido em quatro fases: b1- O Período Italiano, na Idade Média, precisa a decisiva influência dos mercadores italianos na evolução do título de crédito, pois nas cidades marítimas italianas ocorriam transações comerciais bastante significativas e havia diversidade monetária, já que cada feudo possuía uma moeda. Esse período foi marcado por saques e violência, tornando o trajeto entre as cidades bastante arriscado, fazendo surgir o câmbio trajectício. Nesse período, a letra de câmbio era considerada mero instrumento do contrato de câmbio, meio de troca da moeda. b2- No Período Francês, a letra de câmbio consagrada na Ordenação do Comércio Francesa, de 1763, passa a ser utilizada nas mais diversas situações comerciais, como meio de pagamento, inclusive de mercadorias a crédito, e deixa de estar vinculada ao contrato de câmbio para ser utilizada simplesmente como instrumento de crédito e é criada e incorporada a cláusula “à ordem”, que se torna obrigatória, com a indispensável assinatura do sacado. b3- No Período Alemão, que tem início com o surgimento de uma Ordenação Geral do Direito Cambiário, em 1848 (Algemeine Deutsche Wechsel Ordnug), a cambial se torna um título abstrato, motivo pelo qual passou a haver inoponibilidade das exceções pessoais, tornou-se, portanto, um valor por si mesmo, desvinculado do contrato. Surge o endosso para preservar e promover a circulação do crédito e a cambial adquire as características que encontramos na legislação contemporânea. b4- Por fim, chegamos ao Período Uniforme, por volta de 1930, com a Convenção de Genebra, que resultou na criação da Lei Uniforme de Genebra – LUG, acerca da letra de câmbio e nota promissória; e, em 1931, a LUG cobre cheques, correspondendo ao período de uniformização da legislação cambiária. c) Princípios: c1 – Cartularidade (documento necessário): título e direito se confundem, tornando imprescindível o documento para o exercício do direito que nele se contém. Exceção duplicata mercantil (LD, art.15, §2º) e os títulos virtuais (art. 889, § 3º CC). c2 – Literalidade: sua existência se regula pelo teor de seu conteúdo. Somente o que está nele inserido se leva em consideração. c3 – Autonomia: o portador da cártula é titular de um direito autônomo em relação ao direito que tinham seus antecessores, portanto, os vícios que comprometem a validade de uma relação jurídica, documentada em título de crédito, não se estendem as demais relações abrangidas no mesmo documento. Ela garante a circulabilidade do título de crédito. Esse princípio divide-se em 2 subprincípios: c3.1 – Abstração: posto em circulação, o título se desvincula do ato ou negócio jurídico que deu ensejo à sua criação, daí somente podendo ser oposta a causa originária do negócio entre o credor originário e o devedor. A circulação é obrigatória. c3.2 – Inoponibilidade: a segurança do terceiro de boa-fé é essencial na negociabilidade dos títulos de crédito. Daí, o devedor não poder alegar em seus embargos matéria de defesa estranha à sua relação direta com o exequente, salvo provando má-fé do referido. d) Legislação aplicável. Art. 903, do CC. e) Atributos: e1 – É unicamente uma relação de crédito. Não se documenta outra obrigação de dar, fazer, ou não fazer. Apenas o crédito titularizado por um ou mais sujeitos. e2 – Executabilidade: é título executivo extrajudicial (art. 585, I, CPC). e3 – Negociabilidade: como está sujeito a certa disciplina jurídica, torna mais fácil a circulação do crédito. f) Classificação: f1 – Quanto à natureza f1.1 – Títulos de crédito causais: cuja emissão depende da ocorrência de determinada hipótese ou causa específica, prevista na norma que os regule, constituindo tal causa requisito indispensável à sua emissão. Ex.: Duplicata Mercantil, que só pode ser emitida por empresário ou sociedade empresária por ocasiãoda venda e da entrega efetiva de mercadoria ou serviço. f1.2 – Títulos de crédito abstratos: não dependem da ocorrência de determinada hipótese ou causa específica. Não se confunde com o princípio da abstração. No princípio é necessária a circulação, aqui não o é. Ex.: se A emite um cheque em favor de B, esse título é abstrato, pois A não necessita explicar o motivo de sua emissão. Referido título, entretanto, não possui abstração cambiária, vindo a adquiri-la somente na hipótese de sua transferência – via endosso – a um terceiro de boa-fé. f2 – Quanto ao modelo: f2.1 – Vinculados: somente produzem efeitos cambiais os documentos que atendem ao padrão exigido. É o caso do cheque (fornecido pelo banco) e da duplicata (LD). f2.2 – Livres: não existe padrão de utilização obrigatória. Ex.: nota promissória e letra de câmbio. f3 – Quanto à estrutura: f3.1 – Ordens de pagamento: são os estruturados na forma de ordens de pagamento. Comportam três posições jurídicas distintas: o sacador ou emitente (aquele que emite o título pelo saque cambial); o sacado (obrigado cambiário) contra quem é emitida a ordem de pagamento; o beneficiário, aquele em favor de quem deve ser efetuado o pagamento por parte do sacado. Ex.: cheque, letra de câmbio. f3.2 – Promessa de pagamento: estruturados na forma de promessa de pagamento. Existem duas posições: o promitente ou devedor e o promissário ou credor. Ex.: nota promissória. f4 – Quanto ao modo de circulação: f4.1 – À ordem: são aqueles cuja titularidade se transfere mediante a indicação, por meio de endosso efetuado pelo atual beneficiário. O endosso é efetuado mediante a assinatura do credor (endossante) no verso ou anverso do título e transfere a sua propriedade a terceiro (endossatário), portanto, “em preto”, com a expressa indicação do nome do endossatário. Ex.: cheque, letra de câmbio, nota promissória. Se for indicado não a ordem, somente mediante cessão civil. f4.2 – Ao portador: são títulos que circulam por intermédio de quem os portar. Quem apresentá- lo é o credor, não é necessário o endosso para sua transferência. A Lei 8021/90 proibiu a emissão de títulos ao portador. Exceção do cheque até R$ 100,00 (cem reais) (Lei 9069/95, art. 69). f4.3 – Nominativos: o nome do credor encontra-se registrado em livro de registro próprio e circulam a partir da transferência de sua titularidade no livro de registro específico (arts. 921 a 926) (não existem esses títulos no Brasil). Letra de câmbio a) Conceito: é uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado para que este pague a importância consignada a um terceiro denominado tomador. b) Legislação: Decreto 57663/66; Decreto 2044/1908. c) Intervenientes c1 – Sacador: quem cria a letra. c2 – Sacado: é o devedor, aquele que aceitando a letra irá pagá-la na ocasião do vencimento. c3 – Beneficiário ou tomador: terceiro ou o próprio sacador. d) Requisitos essenciais: LU (arts. 1º e 2º). d1 – As palavras “letra de câmbio” ou a denominação equivalente na língua em que for emitida, inseridas no título. d2 – Uma ordem incondicional de pagar quantia determinada. d3 – O nome da pessoa que deve pagar (sacado). d4 – O nome da pessoa a quem, ou a ordem de quem, deve ser feito o pagamento (tomador). d5 – A assinatura de quem dá a ordem (sacador). d6 – Data do saque. d7 – Lugar do pagamento ou a menção de um lugar ao lado do nome do sacado. d8 – Lugar do saque ou a menção de um lugar ao lado do nome do sacador. e) Vencimento (dec. 2044). e1 – À vista: no ato da apresentação ao sacado (art. 17 LU). e2 – A dia certo: é o sacador quem determina o prazo. e3 – A tempo certo da data: a tempo certo da emissão. Ex.: a 30 dias desta. e4 – A tempo certo da vista: prazo só começa da data do aceite e, na falta deste, de protesto. f) Título em branco ou incompleto: pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto – Súmula 387, STF. g) Aceite: é o reconhecimento do débito, obrigando o aceitante cambialmente. Através dele, o sacado se vincula ao pagamento da letra de câmbio e se torna o seu devedor principal. Ele é facultativo, ou seja, o sacado não é obrigado a aceitar o título. Ele é feito no anverso da letra de câmbio. Na hipótese de recusa do aceite, o sacador deverá pagar o título imediatamente após a recusa, mesmo que o vencimento seja posterior (art. 22, LU, permite que o sacador introduza na letra a expressão não aceitável, o que não permitiria a antecipação). h) Endosso: é o meio pelo qual se transfere a propriedade de um título. Só é possível na letra que não contenha a cláusula não à ordem (só é possível a cessão de crédito). Endossante: o credor do título que resolve transferi-lo. Endossatário: para quem o crédito foi passado. O endossante será codevedor perante o endossatário, salvo se utilizar a expressão “sem garantia” (art. 914 não se aplica, vide art. 903 – existindo lei que regula não se aplica o código). Divide-se em: 1 – Endosso em branco: não é identificado o endossatário – o credor apenas assina no verso ou anverso (vira título ao portador), podendo: Inserir o seu nome, o nome de outra pessoa, endossar em preto, endossá-la em branco, entregar o título a outro. 2 – Endosso em preto – é identificado o endossatário – “Pague-se a ....”. 3 – Endosso posterior ao vencimento: não há coobrigação. 4 – Endosso tardio ou póstumo: posterior ao protesto por falta de pagamento, produz os efeitos de uma cessão ordinária de crédito. i) Endosso impróprio: lança-se na cambial um ato que torna legítima a posse do endossatário sobre o documento, sem que ele se torne credor. Divide-se em: - Endosso-mandato: o endossante imputa à outra pessoa a tarefa de proceder à cobrança do crédito. “Pague-se, por procuração, a .....”. - Endosso-caução: instrumento para instituição de penhor sobre o título de crédito. É entregue a letra ao credor do penhor com a expressão “pague-se, em garantia, a ...” j) Aval: é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar o título de crédito, nas mesmas condições que um devedor desse título (avalizado). O aval é autônomo. As exceções que possa gozar o avalizado não se estendem ao avalista. - Pluralidade de avais: diversos avalistas podem, simultânea ou sucessivamente, obrigar-se cambialmente. O credor pode exigir de qualquer um deles. - Assinatura no anverso do título; com a expressão por aval (verso ou anverso); tem que constar a expressão “por aval”. Também pode ser em branco ou preto. - Aval X fiança: o aval é autônomo, a fiança é acessória. Benefício de ordem só para o fiador. - Outorga uxória: inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu. k) Pagamento: extingue uma, algumas ou todas as obrigações cambiais nela mencionadas, dependendo de quem paga. Se for o devedor, extinguem-se todas as obrigações. Se for o codevedor que paga, o pagamento extingue a obrigação de quem pagou e a dos devedores posteriores e aquele que pagou pode exercer, em regresso, o direito creditício contra os devedores anteriores. O primeiro a ter que pagar é o aceitante, apresentada a ele a letra. Caso não pague, o credor (depois de providenciar o protesto do título) pode escolher qualquer um dos codevedores para, amigável ou judicialmente, exigir o valor do crédito. 1) Prazo: deve ser apresentado ao aceitante no dia do vencimento, dia não útil (expediente bancário) será no dia seguinte. Expirado o prazo para apresentação ou para se fazer o protesto, o portador perdeu os direitos de ação contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante. 2) Cautela: quitação no próprio título. Exigir a entrega do título,indispensável para poder utilizar o direito de regresso, caso necessário, e conferir os endossos. 3) Lugar do pagamento: se faltar a indicação, o lugar ao lado do sacado. 4) Pagamento em cartório: protestada a letra para fazer o pagamento em cartório, é necessário o pagamento dos juros de mora e a correção monetária, além das despesas de custas pelo credor para a tentativa do protesto. l) Protesto: é o ato praticado pelo credor, perante o competente cartório, para fins de incorporar ao título de crédito a prova de fato relevante para as relações cambiais, como a falta de aceite ou de pagamento da letra de câmbio. 1 - Hipóteses - Por falta de aceite: o portador deverá encaminhar o título para protesto até o fim do prazo de apresentação ao sacado para aceite, ou no dia seguinte ao término do referido prazo se a letra foi apresentada no último dia deste e o sacado solicitou o prazo de respiro, conforme art. 44 – LU. - Por falta de pagamento: o credor deverá encaminhar o título para protesto em um ou dois dias úteis seguintes ao vencimento do título (art. 44). 2 – Efeito: é elemento fundamental para o exercício do direito de regresso. 3 - Protesto necessário: para conservar o direito contra todos os coobrigados, ou quando existe o envio para aceite e o aceitante não devolve o título. Para cobrar do aceitante e do avalista, não é necessário o protesto do título. 4 - Cancelamento do protesto: cabe na hipótese de o devedor vir a pagá-lo posteriormente (Lei 9492/97 art. 26). 5 - Sustação do protesto (arts. 16 a 18, da Lei 9492/97). m) Correção monetária: Lei 6899/81 – art. 11, da Lei 9492/97. n) Juros: desde a data do vencimento (art. 48 da LU) Nota promissória a) Conceito: é uma promessa solene, direta e unilateral de pagamento, à vista ou a prazo, efetuada pelo promitente-devedor ao promissário-credor, ou à pessoa a quem esse transferir o título. b) Intervenientes b1 – Subscritor ou promitente-devedor b2 – O beneficiário ou promissário-credor. c) Requisitos essenciais (art. 75, da Lei Uniforme). c1 – Denominação “nota promissória”. c2 – Promessa solene, direta e incondicional de pagamento. c3 – Nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (promissário-credor ou beneficiário). c4- Indicação da data de emissão. c5 – Assinatura do emitente (subscritor ou promitente-devedor), o emitente deve ser indicado obrigatoriamente (Lei 6268/75, art. 3º) pela sua cédula de identidade, de inscrição no CPF/MF, ou do título eleitoral ou da carteira profissional. c6 – Local de emissão e local de pagamento (na falta de indicação especial, o local de emissão será considerado o de pagamento e, ao mesmo tempo, o local de domicílio do emitente da np). c7 – Data de vencimento (na sua ausência será considerada pagável à vista). d) Nota promissória em branco: facultado ao portador preenchê-la posteriormente, hipótese em que se consideram lançados ao tempo da emissão (STF 387). e) Vencimento; e1) À vista. e2) A dia certo. e3) A tempo certo da data. f) Características: f1 – É uma promessa de pagamento. f2 – Não necessita de aceite do devedor (é promessa unilateral). f3 – É abstrato não exige uma causa legal específica, não precisa trazer expresso o motivo que lhe deu origem. g) Súmula 258 – STJ (A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da liquidez do título que a originou. h) Protesto. Falta de pagamento até dois dias úteis seguintes ao vencimento. Cheque CHEQUE (Lei 7357/85) a) Conceito: é uma ordem direta e incondicional de pagamento emitida pelo titular de conta corrente mantida em determinada instituição financeira (banco sacado) e dirigida a essa mesma instituição, na qual o emitente tenha fundos disponíveis (dinheiro ou uma linha de crédito), a fim de que o banco sacado efetue o pagamento do valor literalmente expresso no título a determinada pessoa (beneficiário). b) Partes: b1 – Emitente, passador ou sacador: é o titular de conta corrente em uma instituição financeira, que está autorizado a emitir ordens de pagamento dirigidas a referida instituição(cheques). b2 – Sacado (instituição financeira): é o agente pagador (não é o devedor). Sua obrigação é acatar as ordens de pagamento emitidas pelo sacador ou emitente até o limite dos fundos disponíveis na conta corrente mantida no banco sacado. b3 – Tomador ou beneficiário: é aquele em favor de quem o cheque deve ser pago, podendo ser um terceiro ou o próprio emitente. c) Requisitos essenciais (art.1º). c1 – Denominação de cheque que deve estar inserida no próprio texto do cheque. c2 – Ordem incondicional de pagar quantia determinada. c3 – Identificação do banco sacado, o título deve ser emitido contra banco ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque (art. 3º). c4 – Data e lugar de emissão. c5 – Lugar de pagamento: onde se encontra o sacador. c6 – Assinatura do emitente ou de seu mandatário, com poderes especiais para tanto (Lei 6268/75, art. 3º) tem que ser identificado, por seu RG, CPF, TE, CP. d) Circulação - Transmite-se mediante endosso, tem a cláusula “a ordem” implícita – o endossante torna-se codevedor do título. O cheque admite a cláusula “sem garantia” e o endosso-mandato. A cláusula “não a ordem” pode ser inserida pelo emitente e aí só se transfere mediante cessão civil. e) Modalidades: e1 – Visado: é aquele em que o banco sacado, a pedido do emitente ou do portador legítimo, lança e assina, no verso, declaração confirmando a existência de fundos suficientes para a liquidação do título (art. 7º). Só o cheque nominativo e não endossado. e2 – Administrativo ou bancário: é o emitido pelo banco sacado, para liquidação por uma de suas agências. Nele, o emitente e sacado, são a mesma pessoa (art. 9º, III), ou seja, a instituição financeira ocupa, simultaneamente, a situação jurídica de quem dá a ordem de pagamento e a de seu destinatário. e3 – Cruzado: é o cheque em que o emitente ou o próprio credor traçam duas linhas paralelas na sua frente (anverso). Tem por finalidade tornar possível a identificação do beneficiário da ordem de pagamento representada pelo título (art. 44). Ele pode ser: - Geral: se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação “banco” ou outra equivalente. - Especial: se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco. O com cruzamento geral somente pode ser pago pelo banco sacado a banco ou a um cliente do banco sacado, mediante crédito em conta (art. 45). O com cruzamento especial somente poderá ser pago pelo banco sacado ao banco cujo nome estiver indicado entre os dois traços. e4 – Cheque para ser creditado em conta: é o em que o emitente ou o próprio credor proíbem o seu pagamento em dinheiro mediante a inscrição transversal da cláusula para ser creditado em conta, no anverso do título (art. 46). Tem por finalidade tornar possível a identificação do beneficiário da ordem de pagamento. e5 – Cheque de viagem: traveller’s check – emitido pelo próprio banco sacado contra si próprio, para pagamento à vista da quantia especificada ao beneficiário identificado. O seu pagamento pode efetivar-se em moeda corrente do local em que se encontrar o beneficiário, conforme cotação do câmbio em vigor. f) Endosso: em preto. g) Aval: no cheque ou em folha de alongamento. h) Prazo de apresentação: em 30 dias se da mesma praça ou em 60 dias se de praças diferentes (art. 33), perda do direito de executar os endossantes e seus avalistas e perda dodireito de ação executiva contra o emitente do cheque, se este dispunha de fundos durante o prazo de apresentação. Ex.: conta conjunta. Depois de prescrita a execução – 6 meses do término da apresentação, não pode mais depositar o cheque. i) Pós ou pré-datado: não produz efeitos perante o banco sacado, é descumprimento do acordo. j) Sustação do cheque: por comunicação escrita do emitente, antes de sua apresentação. k) Protesto: com inexistência de fundos, prazo de trinta dias na mesma praça e sessenta em praça diversa.
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