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Sensações e Percepções

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PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
AULA 1
PRINCIPAIS CONCEITOS : SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
Profa. Patrícia Araújo
DINÂMICA
O QUE VOCÊ VIU?
PENSE EM UMA PESSOA, OBJETO OU ANIMAL.
DESCUBRAM O QUE ELE PENSOU, PARA ISSO APENAS UMA PERGUNTA POR RODADA.
SÓ PODERÁ RESPONDER SIM OU NÃO.
CASO ACERTE, TOMARÁ SEU LUGAR, SE ERRAR NÃO PODERÁ TENTAR NOVAMENTE.
Sim, milhões de pessoas estiveram envolvidas em discussões acaloradas em torno da cor de um vestido. Uns juraram que a roupa é azul com rendas pretas, outros gritaramm que é branco com rendas douradas.
A discussão virou um dos temas mais compartilhados nas redes sociais, em especial no Twitter, onde virou trending topic (um dos assunto mais comentados), depois que Caitlin McNeill, uma escocesa de 21 anos, que faz parte de uma banda de folk, publicou a foto. Celebridades como Kim Kardashian, Kanye West Julianne Moore, Taylor Swift e Justin Bieber deram seus palpites.
E você? O que enxerga?
Na verdade, este debate não tanto é sobre a peça de roupa em si ou sobre a sanidade mental e ocular dos internautas. É ciência!
O fenômeno é conhecido como "ilusão de luminosidade", um tipo de ilusão de ótica.
Como os seres humanos evoluíram para ver a luz do dia, seus cérebros começaram a levar em conta o fato de que a luz muda de cor. "O que está acontecendo é que seu sistema visual está olhando para esse vestido e você está tentando compensar o viés cromático do eixo de luz do dia", disse o neurocientista Bevil Conway em entrevista à revista norte-americana de tecnologia "Wired".
O que isso significa exatamente? Significa que a iluminação do entorno faz a parte do cérebro responsável por formar a imagem entender uma determinada cor de jeitos diferentes.
O nosso olho vê uma aproximação da realidade e está treinado para enxergar com a luz natural. Ao longo do dia, quando a luz do Sol muda de cor, vamos descontando a luminosidade para tentar ver algo mais perto do real. 
Os objetos têm um certo tom vermelho rosado de madrugada, mais azul-branco ao meio-dia e voltam a ser mais avermelhados no pôr do sol.
Isto quer dizer que a cor enxergada depende do ambiente em que você está e da forma como seu cérebro interpreta esta composição. Se você olhar para a foto do vestido com outro fundo, com uma luz mais equilibrada, verá que ele é azul e preto. Mas, se a luz mudar, você poderá vê-lo branco e dourado.
Este fenômeno existe há milhares de anos, mas há algo especial nesta foto do vestido que tornou as diferenças na forma como vemos a cor mais clara do que nunca.
Mas vamos à resposta que interessa: o vestido, da marca Roman Originals, é azul e preto.
Segundo a editora de fotografia do Serviço Mundial da BBC, Emma Lynch, todos os tons da cor do vestido são azuis, e não brancos. Ao aumentar a saturação - tornando as cores existentes mais fortes, mas sem acrescentar novas cores - o vestido aparece azul para todos. Estes resultados são confirmados pelo uso da ferramenta de conta-gotas do software, que captura amostras de áreas específicas do tecido. Este software identifica o código de cor do computador de qualquer pixel na tela. E nesse caso também gera resultados em tons de azul.
Há uma grande diferença entre o que está no mundo e o que experimentamos no mundo.
 O processo de coleta de dados sobre nosso meio ambiente é conhecido como SENSAÇÃO. 
O processo de seleção, organização e interpretação dos dados sensoriais (sensações) para desenvolver a consciência do meio ambiente e de nós mesmos é conhecido como PERCEPÇÃO.
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PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
Sensação: recepção, transformação e transmissão de estímulos internos e externos ao organismo até o córtex.
Percepção: interpretação dos sentidos em função de aspectos cognitivos, emocionais e motivacionais.
 
A consciência dos aspectos externos e internos é produto da percepção.
O processo ensino aprendizagem depende da percepção.
 
PERCEPÇÃO
“Em uma noite chuvosa, um matemático de 33 anos saiu após o jantar para um passeio trágico. Seus amigos sempre o consideraram o “gourmet dos gourmets” porque ele possuía a capacidade fantástica de provar um prato e citar todos os ingredientes contidos nele. Um dos amigos comentava que ele tinha o “dom perfeito” para a comida. No momento em que o matemático colocou os pés na rua naquele dia, um carro que vinha devagar pela estrada o atropelou e ele caiu na calçada, batendo a cabeça. Quando saiu do hospital descobriu, horrorizado, que havia perdido o sentido do olfato. 
PERCEPÇÃO
Devido ao fato de o olfato e o paladar estarem fisiologicamente relacionados, seus dias como gourmet tinham chegado ao fim.
Seus botões gustativos estavam funcionando: ele conseguia dizer se uma comida era salgada, amarga, ácida ou doce. Mas, sem sentir os aromas, ele já não podia mais experimentar as misturas sutis dos sabores que tornavam a comida deliciosa e memorável. O ato de comer agora era uma árdua tarefa.
Alguns anos mais tarde ele processou o motorista do carro, alegando, primeiramente, que seu prazer de viver havia sido lesado sem possibilidade de reparação
PERCEPÇÃO
e, em segundo lugar, que a perda do olfato fazia com que ele corresse risco de vida. De fato, não conseguiu perceber o cheiro de fumaça quando seu apartamento pegou fogo; intoxicou-se por não perceber que estava comendo comida estragada; e não foi capaz de detectar o cheiro de um vazamento de gás. O matemático ganhou a causa na justiça. O termo técnico para a desordem que ele sofria é anosmia (palavra originária da combinação greco-latina que significa “sem cheiro”).” (Ackerman, 1995)
Texto extraído do livro Introdução à Psicologia, de Charles Morris e Albert Maisto, p.81, 6° edição)
SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
As sensações que incluem odores, visões, sons, gostos, equilíbrio, tato e dor, são os dados brutos da experiência. Nossos vários órgãos dos sentidos são continuamente bombardeados por informações, todas competindo entre si por atenção.
A percepção é o processo mental de separar, identificar e organizar essas porções para que formem padrões dotados de significado.
A sensação e a percepção são os fundamentos da consciência; juntas, elas nos informam o que está acontecendo dentro e fora do nosso corpo.
SENSAÇÃO
A sensação começa quando a energia, oriunda de uma fonte externa ou do interior do corpo, estimula uma célula receptora em um dos órgãos sensoriais (olho, ouvido). Cada célula receptora envia um sinal por meio dos nervos sensoriais até a área apropriada do córtex cerebral. 
E como o cérebro distingue imagens de sons, sensações de tato e equilíbrio?
As células receptoras estão conectadas a caminhos neurais especializados para cada um dos sentidos.
SENSAÇÃO
A energia que chega até um receptor deve ser suficientemente intensa para tornar-se perceptível. A intensidade mínima de energia necessária para produzir qualquer tipo de sensação é chamada de limiar absoluto.
A sensibilidade à luz, ao som, à pressão ou a outros estímulos varia de pessoa para pessoa e até mesmo, de momento para momento para a mesma pessoa.
SENSAÇÃO
O limiar absoluto é o ponto em que uma pessoa é capaz de detectar um estímulo 50 por cento das vezes em que ele for exibido.
Em circunstâncias ideais, os limiares absolutos são aproximadamente os seguintes (McBurney e Collings, 1984): 
LIMIAR ABSOLUTO
AUDIÇÃO: o tique-taque de um relógio a uma distância de seis metros em condições de bastante silêncio.
VISÃO: a chama de uma vela vista a uma distância de 50 quilômetros em uma noite escura e de céu limpo.
PALADAR: uma grama de sal diluído em 500 litros de água.
OLFATO: uma gota de perfume espalhada em um apartamento de três cômodos.
TATO: a asa de uma abelha caindo de uma altura de um centímetro sobre sua bochecha,
ADAPTAÇÃO SENSORIAL
Em condições normais, os limiares absolutos variam de acordo com o nível e a estimulação sensorial que estiver ocorrendo.
EX: Você entra em uma sala de cinema escura e não consegue ver nada além da imagem na tela, entretanto, gradualmente seus olhos se acostumam com a escuridão.
Depois de comer um saco
de pipoca salgada, seria necessário muito mais que um grama de sal em 500 litros para perceber um gosto salgado.
Esse fenômeno é chamado de adaptação sensorial.
ADAPTAÇÃO SENSORIAL
Nossos sentidos se ajustam automaticamente ao nível geral médio da estimulação existente em um ambiente particular. Quando confrontados com uma grande quantidade de estimulação, eles se tornam muito menos sensíveis. Diante de um mesmo sinal, quando o nível de estimulação cai, nosso aparato sensorial se torna muito mais sensível do que estaria sob condições de alta estimulação. Esse processo de adaptação permite que todos os nossos sentidos se sintonizem com um grande número de indicações do ambiente sem ficar sobrecarregados.
ADAPTAÇÃO SENSORIAL
Somos capazes de ouvir um
bebê dormindo em um quarto
silencioso.
O barulho do tráfego seria ensudercedor se nossos ouvidos não se tornassem menos sensíveis à estimulação.
LEI DE WEBER – limiar de diferença é uma fração ou proporção constante de 
um estímulo específico. Quanto maior o estímulo existente, maior a mudança necessária para produzir uma diferença apenas perceptível.
PERCEPÇÃO
Podemos definir a percepção como a capacidade dos organismos coletarem informações no ambiente analisá-las em diversas etapas de processamento, relacioná-las com informações já existentes no organismo e combiná-las com outras funções cognitivas de maneira a permitir que o organismo opere no ambiente.
Neste sentido a percepção não é uma “coisa”, mas sim um processo
PERCEPÇÃO
Partindo dessa perspectiva podemos pensar que a experiência (o fenômeno) pode ter um efeito cumulativo. A cada experiência estamos, de alguma maneira, aprimorando a relação com o ambiente que é essencial para o futuro. Este processo chama-se aprendizagem. Para que possamos lidar melhor com outras experiências no futuro, armazenamos estas informações. Este armazenamento de informações é chamado de memória. Neste sentido podemos dizer que a experiência é o conjunto de dados que o organismo coleta no ambiente e a maneira como ele transforma esses dados e armazena. Se pudermos considerar esse processo como definição conceitual de experiência, temos elemento para crer que o conceito está muito próximo do conceito de percepção.
PERCEPÇÃO
Para reconhecer, precisamos acessar a nossa MEMÓRIA para lembrarmos que conhecemos os dados visualizados e antes disso, para PERCEBERMOS, precisamos direcionar a nossa ATENÇÃO.
PERCEPÇÃO
Além da memória, atenção e motivação a emoção também influencia a percepção.
Podemos perceber com certa facilidade, principalmente em pessoas com distúrbio bipolar, mas não só nestas pessoas, que a variação de humor influencia significativamente na percepção em geral, incluindo a autoimagem
e autoestima. Quando a pessoa está bem emocionalmente, além de perceber o mundo de forma mais favorável, também tende a se perceber de forma mais positiva, seja a nível físico, cognitivo ou outros.
PERCEPÇÃO
Nossa experiência também influencia a percepção.
Nossa percepção vai se desenvolvendo em função das nossas experiências.
Outro aspecto fundamental refere-se a influência das crenças na percepção. Esta talvez seja uma das mais importantes. O fato é que muitas vezes das informações ambientais, selecionamos aquelas que confirmam nossas crenças.
EXEMPLO
O fato de eu achar que estou mal vestida pode fazer com que eu acredite que todos que me olham estão achando o mesmo que eu. Esta costuma ser a causa de muitos conflitos pessoais e interpessoais.
LEMBRETE
Assim, a percepção revela-se como um processamento em um nível superior, agregando elementos de outras funções como memória, atenção, emoção e motivação
PERCEPÇÃO – TENDÊNCIA NO ESTUDO CONTEMPORÂNEO
A percepção é um processo cognitivo e como tantos outros está sujeito a falhas e equívocos. Este ponto de partida é fundamental para a prática profissional do psicólogo em qualquer área de atuação.
PERCEPÇÃO – TENDÊNCIA NO ESTUDO CONTEMPORÂNEO
Podemos dizer AINDA que a percepção tem duas limitações:
		O TEMPO E O ESPAÇO
Não podemos perceber informações que não atingem o nosso organismo, em razão da distância ou algum obstáculo; assim como não podemos perceber eventos experiências que ocorreram no passado.
Ou seja, só podemos perceber aquilo que está acontecendo no presente e a uma distância limitada.
MSc Vera Deccó
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
Percepção:entre o estímulo do meio e a resposta do indivíduo existe o processo de percepção.
Percepção é o processo de seleção, organização e interpretação dos dados/impulsos sensoriais (sensações) para desenvolver a consciência do meio ambiente e de nós mesmos. 
A Percepção envolve interpretação; a sensação, não.
A Percepção é:
 um processo cognitivo, uma forma de conhecer o mundo.
“O ponto em que a cognição e realidade encontram-se e, talvez, a atividade cognitiva mais básica da qual surgem todas as outras”. (Neisser, 1976)
É um processo complexo que depende tanto do meio ambiente como da pessoa que o percebe.
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
Contribuições:
Meio Ambiente: analisamos os padrões que vão mudando à medida que nos movimentamos. Recuperamos as propriedades válidas do mundo que nos rodeia a partir das informações sensoriais (Gibson, 1979)
Do Sujeito: o conhecimento sobre o mundo combina-se com as habilidades construtivas, a fisiologia e as experiências do sujeito da percepção. 
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
Habilidades Construtivas:
São certas operações cognitivas que ocupam lugar de destaque na percepção. (Buffart at al, 1983)
As pessoas se movimentam, olham aqui e ali e registram informações. Cada olhar parece ser dirigido por uma hipótese a respeito de dados importantes que podem ser encontrados. Ex: olhar para barriga do cão se movendo – sugere que está dormindo.
Como sujeitos da percepção, antecipamos o que ocorrerá depois com base no que acabamos de reunir.
MSc Vera Deccó
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
Habilidades Construtivas:
As informações são armazenadas na memória, caso contrário serão perdidas.
Referem-se as operações de teste de hipótese, antecipação, amostragem, armazenamento e integração.
Não temos consciência de que absorvemos apenas uma pequena parte dos detalhes e indícios disponíveis. Absorvemos apenas uma pequena parte!!!
MSc Vera Deccó
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
A Percepção, enquanto um processo de testar hipóteses, torna-se clara quando nos vemos diante de ambiguidades ou situações que podem ser interpretadas de variadas formas.
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
Sensações exigem novas hipóteses perceptivas.
Todos os dados não se encaixam em quaisquer teoria sobre o melhor ponto.
Fixamo-nos em uma ideia e depois em outra.
Prédio de Escher, The National Gallery of Art
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DA PERCEPÇÃO
Psicofísica:
Psicofísica é o estudo da relação entre os processos físico e mentais, cujo principal representante foi o cientista Gustav Fechner.
Os estudos de psicofísica afirmavam que era possível estabelecer uma relação quantitativa entre o estímulo físico e sua produção subjetiva.
LIMIAR ABSOLUTO X LIMIAR DIFERENCIAL
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DA PERCEPÇÃO
Estruturalismo:
Este, influenciado por ciências como a física e a química propunha que para se compreender os padrões psíquicos complexos como a percepção, era necessário decompô-la em seus elementos mais fundamentais: as sensações (Morris e Maisto, 2004). Segundo o estruturalismo a percepção seria um somatório de sensações elementares. Para estudar a percepção seria necessário identificar sensações tais como cor, forma, textura e outros porque estes posteriormente formariam a percepção.
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DA PERCEPÇÃO
Fisiologia:
O sistema sensorial e nervoso, coleta as informações e as processa. 
As diferentes espécies de animais possuem aparelhos distintos de percepção, inclusive da mesma espécie. Ex. Na gravidez e terceira idade as sensibilidades sensoriais mudam.(Corso, 1981)
Experiência:
A percepção depende do ponto de fixação da pessoa.
Criam expectativas e motivos. 
LEMBRETE
Em oposição ao estruturalismo, um grupo de psicólogos alemães céticos à proposta atomista do estruturalismo propõe que a percepção depende mais da disposição dos elementos do que suas unidades decompostas. Psicólogos como Marx Wertheimer (1880-1943), Wolfgang köhler (1887-1967) e Kurt Kolffka (1886-1914) lideraram o movimento que ficou conhecido como Psicologia da Gestalt.
GESTALT – PSICOLOGIA DA FORMA
Participação do sujeito e do objeto na percepção é ponto fundamental para a Gestalt.
Percepção dos objetos é entendida mais no sentido do que eles são, e não como resultante das impressões sensoriais, que são determinadas pelas circunstâncias.
Percepção provém da interação sujeito-objeto e também do relacionamento dos elementos do objeto.
PSICOLOGIA DA GESTALT
Ela representa uma oposição nítida ao princípio do estruturalismo de que a percepção é um somatório de sensações.
Segundo o gestaltismo, percebemos a relação entre os elementos e não os elementos em si.
A psicologia da Gestalt contribuiu para o que hoje entendemos como percepção de forma e gerou uma série pesquisas que mais tarde influenciaram o aparecimento da Psicologia Cognitiva.
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DA PERCEPÇÃO
Neuropsicologia: especialidade que estuda a relação entre o funcionamento cerebral, a cognição e o comportamento.
Maior aprofundamento no entendimento da relação entre o comportamento e o funcionamento neurológico em indivíduos sadios.
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DA PERCEPÇÃO
Construtivismo: abordagem que sustenta que a percepção depende da organização que o organismo faz para a construção da percepção onde o organismo participa ativamente da construção da percepção e que esta não é uma mera “representação de uma realidade exterior”.
Ou ainda a abordagem direta de Gibson, que ao contrário enfatiza que as informações do ambiente são suficientes para fornecer todos dados da percepção sem a necessidade de um processamento adicional.
James Jerome Gibson, foi um importante psicólogo americano da universidade de Princeton especializado na percepção visual.
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
As EXPECTATIVAS são modificadoras de nossas percepções!!!!
PSICOLOGIA DA PERCEPÇÃO
UMA PAUSA PARA LEITURA...
O sofrimento depende de nossas percepções
 
Muito do nosso sofrimento depende de nossas percepções. Sempre que nós não conseguimos o que queremos, vemos isso como sofrimento. É claro, se nós não conseguimos o que queremos, nós sofremos. Mas a verdade é que às vezes nós conseguimos o que queremos e sofremos ainda mais. Talvez não fosse o que pensávamos, ou muda algo em nossa vida para pior. Às vezes, depois de receber a coisa que pensávamos que queríamos, nós não a valorizamos mais e queremos algo mais.
 A dor pode ser inevitável. Mas se você sofre ou não é com você. O sofrimento é opcional; você escolhe sofrer ou não sofrer. Nascimento, velhice, e doença são naturais. É possível não sofrer por causa deles se você escolheu aceitá-los como parte da vida. Você pode optar por não sofrer, mesmo se a dor ou a doença estiverem presentes. Como você vê a vida e sua situação em particular depende de sua maneira de olhar.
Se olharmos profundamente para o nosso sofrimento, podemos nos perguntar o que fizemos, ou ainda estamos fazendo, que contribui para ele. Isso não significa que o nosso sofrimento não seja real, só que nós podemos diminuí-lo, em vez de fazê-lo crescer e que podemos transformá-lo.
 O Buda disse que não devemos ampliar nossa dor, exagerando a situação. Ele usou a imagem de alguém que é atingido por uma flecha. Poucos minutos depois, uma segunda flecha atinge exatamente o mesmo local. Após receber a segunda seta, não só a dor dobrou, mas pode ser 10 vezes mais dolorosa e intensa. Então, quando nós temos um pouco de dor, seja ela física ou mental, podemos reconhecê-la como o sofrimento, mas não precisamos exagerar.
 Podemos respirar com ela:
 Inspirando, eu sei que eu estou sofrendo.
Expirando, eu sorrio para meu sofrimento.
 
 Nós podemos muito bem fazer amizade com o nosso sofrimento, como parte de nosso esforço para transformá-lo. Se nós o reconhecermos e chamá-lo pelo seu nome verdadeiro, então podemos fazer as pazes com ele e não sofreremos tanto. Quando vemos a dor no mundo, causada por todo o sofrimento, queremos ajudar o mundo a sofrer menos.
 Mas vamos começar com nós mesmos. Temos que produzir a paz em nós mesmos e reduzir o sofrimento em nós mesmos em primeiro lugar, porque nós representamos o mundo. Paz, amor, felicidade começam em nós mesmos. O sofrimento que vemos no mundo é reflexo do sofrimento, medo e raiva dentro de nós. Então, quando nós cuidamos de nós mesmos, estamos dando o primeiro passo para cuidar do mundo.
 
 Imaginem que não haja sofrimento. Isso é como tentar imaginar uma flor de lótus crescendo sem a lama para alimenta-la. Você não pode plantar lótus em mármore. Se não há lama, não há de lótus. Então, se você quer ter flores de lótus, tem que ter um pouco de lama. Se você olhar profundamente para a natureza da flor de lótus, vai ver a lama nele. Você não precisa olhar para a lama, só precisa olhar para o lótus e vai ver a lama nele. Você não pode remover a lama do lótus. Se você tentar fazê-lo, o lótus deixaria de ser uma flor de lótus. Flores de lótus são feitas de elementos não-lótus, incluindo a lama. A felicidade é feita de elementos não-felicidade, incluindo sofrimento.
 
Muitas pessoas pensam no céu como um lugar de pura felicidade onde não haja sofrimento. Mas a substância que faz a felicidade é a compreensão e o amor. Neste mundo, não temos entendimento e amor suficientes. Estamos sedentos por isso. Às vezes, podemos sentir, por vezes, que ninguém nos entende ou nos ama. Se as pessoas nos amassem e compreendessem, não seria necessário esperar pelo céu. Poderíamos ser felizes na Terra, aqui e agora. Minha definição de paraíso é um lugar onde há abundância de compreensão e compaixão, e isso implica que também há sofrimento. Se não há sofrimento, então não é um lugar muito bom para aprender.
 Muitos de nós têm medo do mal-estar, e nossa tendência natural é tentar fugir dele. Isso se tornou um hábito coletivo. Há uma epidemia de medicar-se com álcool, drogas, sedativos e tranquilizantes para escapar do nosso sofrimento. Mas a Primeira Nobre Verdade sugere que devemos ficar e reconhecer o nosso sofrimento. Se não entendermos o sofrimento, não podemos entender a felicidade.
 Compaixão e amor nascem da compreensão. Como você pode amar alguém, a menos que compreenda a sua alegria e dor? Como você pode amar o seu filho ou o seu parceiro, a menos que entenda sua dor e desafios? Se você quer amar e fazê-los felizes, pode fazer a pergunta, "Eu entendo o meu filho o suficiente?" "Eu entendo o meu parceiro o suficiente?" Você pode até mesmo ir para o seu parceiro, seu amigo, ou seu filho e perguntar: "Querido, você acha que eu te entendo o suficiente?" Essa pessoa irá dizer-lhe a resposta.
 O que aconteceria se você dissesse à sua parceira: "Querida, porque eu te amo e quero te fazer feliz, eu quero te entender melhor. Quando criança, o que te fez sofrer e o que te fez feliz. Por favor me diga. Me ajude. Sei muito bem que, se eu não te entender, não vou ser capaz de ser o melhor parceiro para você. " Essa é a linguagem do amor.
Compreensão exige a compreensão das dificuldades, da frustração e da dor da pessoa que você ama. Se você já entendeu sua própria dor, será muito mais fácil entender a dor da outra pessoa. Se entendermos a natureza do mal-estar dentro de nós, será muito mais fácil entender a natureza do mal-estar ao nosso redor. O Buda nos aconselha a não tentar fugir do nosso próprio sofrimento, mas abraçá-lo e olhar profundamente para ele. Com olhar profundo, a compreensão irá surgir, e a compaixão vai nascer. Compreensão e compaixão fazem a felicidade possível.
 Para começar a entender o sofrimento de outra pessoa, precisamos praticar o olhar, ouvir
e observar o nosso próprio sofrimento mais profundamente. A maneira de olhar profundamente é parar tudo o mais que estamos fazendo e nos concentrar no que realmente estamos observando. Isto tem duas partes. A primeira é parar, shamatha em sânscrito. Quando você para, sua mente fica muito quieta, e você vê as coisas profundamente. A segunda parte é vipashyana, olhar profundamente. Quando você pratica parar, sua mente vê as coisas mais claramente. Ao parar e estar em contato com o que é positivo, você fica refrescado. Você se nutre com o alimento da prática.
 Quando paramos, o que estamos parando? Nós estamos parando nossas mentes. Se estiver andando conscientemente ou sentando conscientemente, você continua a andar ou sentar, mas você para a sua mente e volta para o momento presente a cada passo e em cada respiração. Você para de se concentrar em suas preocupações e ansiedades e as deixa passar. É claro que essas preocupações e ansiedades vão voltar de qualquer jeito, mas você pode apenas dizer "Olá" e "adeus" para elas de novo. Você não precisa força-las ou combatê-las. Você não precisa pensar, "Oh, é terrível, eu penso demais sobre tudo isso!" Você acabou de dizer "Olá" e "adeus", gentilmente assim. Se seus pensamentos são fortes, pode ser necessário dizer isto muitas vezes. Lentamente sua parada vai se tornar mais relaxada e eficaz.
 Podemos aprender muito com o sofrimento. Olhar profundamente a natureza do sofrimento vai nos ajudar a cultivar a compreensão e compaixão. É assim que se pode falar sobre a "bondade de sofrimento." Se sofremos, isso é bom, então temos os materiais para aprender e temos a possibilidade de sermos felizes. Nós fazemos uso do sofrimento, é com ele que nós podemos fabricar compreensão e amor. A manipulação do sofrimento é uma arte. Se você sabe como lidar com sua dor, sua tristeza e seu medo, sabe como criar felicidade. A arte de criar felicidade e a arte de manipulação de sofrimento são a mesma coisa.
 De acordo com a Primeira Nobre Verdade, precisamos chamar o nosso sofrimento por seu verdadeiro nome. Uma vez que nomeamos o que está nos está fazendo sofrer, somos mais capazes de olhar profundamente para cada sofrimento, a fim de encontrar uma maneira de transformá-lo. Se não entendermos a natureza do mal-estar, estaremos cegos para o caminho que conduz ao bem-estar. Olhando para o sofrimento, descobriremos a verdade sobre como o mal-estar é feito e que tipo de caminho pode levar à sua transformação em bem-estar.
 
(Do livro de Thich Nhat Hanh - "Good Citizens” - Tradução Leonardo Dobbin)

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