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L i ç õ e s B í b l i c a s 2º trimestre 2018 A Igreja do Arrebatamento O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias 2358-8136 Professor cpad.com.br Professor cpad.com.br www.escola-ebd.com.br www.escola-ebd.com.br A mulher temente a Deus buscará conformar suas crenças e comportamento à Escritura, em vez de apenas selecionar e escolher o trecho da Escritura que é mais agradável para seus próprios desejos. A atenção à Palavra de Deus, a disposição para explorar a profundidade dos ensinamentos bíblicos, a disposição para ter comunhão com o Autor divino e para desfrutar desse relacionamento com o Senhor inspirarão sua boa vontade para se tornar uma mulher sábia cuja vida é estruturada de modo seguro sobre a rocha ao obedecer e pôr em prática o que quer que seja que o Senhor diga. Que o Senhor permita que cada uma de vocês ao usar a Bíblia como fonte de estudo possa renovar o compromisso do tempo pessoal e da determinação para buscar as riquezas encontradas em um estudo sério da Palavra de Deus — não só para você mesma, mas também para ensinar a Palavra escrita em seu coração. A mulher que se dedica ao estudo bíblico colhe seus muitos benefícios Professor cpad.com.br A IGREJA DO ARREBATAMENTO O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias Comentarista: Thiago Brazil L I Ç Õ E S B Í B L I C A S 2º trimestre 2018 Lição 1 INTRODUÇÃO ÀS CARTAS AOS TESSALONICENSES 3 Lição 2 A ALEGRIA PELA NOVA VIDA EM CRISTO 11 Lição 3 O FRUTO DE UM TRABALHO ZELOSO 19 Lição 4 CONSERVANDO UMA VIDA FRUTÍFERA 26 Lição 5 VIVENDO UMA VIDA SANTA 33 Lição 6 VIVENDO AMOROSA E HONESTAMENTE 40 Lição 7 NOSSA ESPERANÇA NA VINDA DO SENHOR 47 Lição 8 A VIDA CRISTÃ E A ESTIMA PELA LIDERANÇA 55 Lição 9 CORAGEM EM MEIO À PERSEGUIÇÃO 62 Lição 10 A MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO E O DIA DO SENHOR 69 Lição 11 FIRMES NA VERDADE E NA GRAÇA DE DEUS 76 Lição 12 UMA VIDA EXEMPLAR DIANTE DE DEUS E DOS HOMENS 83 Lição 13 CONSELHOS PARA A VIDA 90 2 JOVENS Presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil José Wellington Costa Junior Conselho Administrativo José Wellington Bezerra da Costa Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho Consultoria Doutrinária e Teológica Antonio Gilberto e Claudionor de Andrade Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfi m Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva Gerente Comercial Cícero da Silva Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Chefe de Arte & Design Wagner de Almeida Chefe do Setor de Educação Cristã César Moisés Carvalho Comentarista Thiago Brazil Redatora Telma Bueno Diagramação e Capa Suzane Barboza Fotos Shutterstock CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS Comunique-se com a redatora da revista de Jovens Por carta: Av. Brasil, 34.401 - Bangu CEP: 21852-002 - Rio de Janeiro/RJ Por e-mail: telma.bueno@cpad.com.br RIO DE JANEIRO CPAD MATRIZ Av. Brasil, 34.401 - Bangu - CEP21852-002 Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2406-7373 - Fax: (21) 2406-7326 E-mail: comercial@cpad.com.br TELEMARKETING 0800-021-7373 Ligação gratuita Segunda a sexta: 8h às 18h - Sábado de 8h às 14h. LIVRARIA VIRTUAL http://www.cpad.com.br A IGREJA DO ARREBATAMENTO O Padrão dos Tessalonicenses para Estes Últimos Dias Com a graça de Jesus, estamos dando início a uma nova revista. Depois de um trimestre abençoado a respeito do Evangelho de Mateus, estudaremos duas epístolas escritas pelo apóstolo Paulo — 1 e 2 Tessalonicenses. Encontramos nas Epístolas aos Tes- salonicenses importantes temas teoló- gicos e doutrinários, como por exemplo, a inspiração e autoridade da Escritura, a salvação baseada na morte expiatória de Cristo, a santifi cação do crente e a volta de Cristo para a sua Igreja. Embora essas epístolas tenham sido escritas em um contexto e em uma época diferente da nossa, elas têm importantes doutrinas para os crentes contemporâneos. Paulo visitou a cidade de Tessalônica no início de sua segunda viagem missionária. Tal fato nos mostra que ele possuía um projeto de evangelização que priorizava os grandes centros urbanos. Tessalônica era uma cidade estratégica para a proclama- ção do Evangelho, pois era o maior centro comercial do sudeste europeu. Que possamos, como Paulo, viver uma vida de santidade até a volta de Jesus e pregar um evangelho de salvação no interior das cidades, mas principalmente nos grandes centros urbanos, pois o fi m em breve virá. Que Deus o abençoe. Até o próximo trimestre! Os Editores. JOVENS 3 L I Ç Ã O 1 INTRODUÇÃO ÀS CARTAS AOS TESSALONICENSES TEXTO DO DIA “Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos.” (1 Ts 2.8) SÍNTESE O estudo das Cartas de Paulo aos Tessalonicenses realça a Igreja como um lugar de relacionamentos saudáveis e edifi cantes, porque Jesus está entre nós. AGENDA DE LEITURA SEGUNDA – 1 Ts 2.7 O amor de Paulo pelos tessalonicenses TERÇA – At 17.1-8 A oposição que Paulo enfrentou entre os tessalonicenses QUARTA – 1 Ts 5.27 O caráter epistolar de 1 Tessalonicenses QUINTA – 1 Ts 3.2 Timóteo e o discipulado dos tessalonicenses SEXTA – 2 Ts 3.17 A autoria paulina é afi rmada na Epístola SÁBADO – 1 Ts 2.17 Paulo desejava ver os tessalonicenses 01/04/201801/04/2018 www.escola-ebd.com.br 4 JOVENS OBJETIVOS 1. DEMONSTRAR que a Igreja pode e dever ser um am- biente de relacionamentos saudáveis; 2. APRESENTAR e discutir as Epístolas de 1 e 2 Tessa- lonicenses; 3. COMPARAR o conteúdo, estrutura e fi nalidade de 1 e 2 Tessalonicenses. INTERAÇÃO Caro professor(a), que alegria poder mais uma vez com- partilhar com você a jornada de mais um trimestre de ensinamentos e aprendizagem, desta vez a partir da leitura e refl exão das duas Epístolas do apóstolo Paulo à igreja em Tessalônica. Como todo novo começo, que em nosso caso na Escola Dominical dá-se sempre trimestralmente, temos a opor- tunidade de fazer melhor o que já vem dando certo em nossas aulas, e de tentar superar aquilo que não está funcionando da maneira correta. Por isso, aproveite esse momento inicial para desafi ar-se a fazer coisas diferentes; a mesmice é o pior inimigo de um educador, facilmente o levará à mediocridade. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Que tal aplicar em suas aulas a metodologia da “sala de aula invertida” (Flipped Classroom em inglês)? O méto- do da “sala de aula invertida” pode ser, resumidamente, apresentado da seguinte maneira: o modelo tradicional de aulas é completamente invertido, as tarefas de casa são feitas em classe e o estudo do conteúdo é realizado em casa. Por meio da própria revista, que o educando já tem acesso às lições completas, de vídeo aulas, textos sugeridos pelo educador, os alunos estudam a temática da lição em casa durante a semana. No dia da aula, ao invés de uma exposição exclusiva do professor, podem-se debater as principais questões da lição, tirar as dúvidas que surgiram e aprofundar outras temáticas que foram tocadas superfi cialmente pelo comentarista, mas que interessam à turma. Perceba que nesse ambiente educacional o aluno tem o protagonismo e o educador a responsabilidade de mediar com muita sabedoria as questões que serão discutidas. JOVENS 5 Atos 17.1-10 1 E, passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. 2 E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e, por três sábados, disputou com eles sobre as Escrituras, 3expondo e demonstrando que convinha que Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo. 4 E alguns deles creram e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos e não poucas mulheres distintas. 5 Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos dentre os vadios, e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e, assaltando a casa de Jasom, procuravam tirá-los para junto do povo. 6 Porém, não os achando, trouxeram Jasom e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo chegaram também aqui, 7 os quais Jasom recolheu. Todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus. 8 E alvoroçaram a multidão e os principais da cidade, que ouviram estas coisas. 9 Tendo, porém, recebido satisfação de Jasom e dos demais, os soltaram. 10 E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Bereia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. INTRODUÇÃO Você acredita que fortes amizades podem crescer em pouco tem- po? Bem, isso aconteceu entre Paulo e os irmãos da igreja em Tessalônica. Depois de uma breve estadia naquela cidade, que foi interrompida em virtude de uma forte perseguição contra Paulo, o apóstolo precisou sair às pressas – praticamente numa fuga, realizada na calada da noite – para Bereia, em seguida para Atenas, e por fim para uma pousada mais longa em Corinto. Apesar da brevidade da permanência de Paulo entre os tessalonicenses, o seu coração aliançou-se com aqueles irmãos. Talvez o cuidado do apóstolo com os crentes em Tessalônica envolvesse o caráter neófito da fé daquela comunidade. Para além de nossas conjecturas, o fato é que Paulo demonstra, textualmente, forte carinho e afeição por aquela igreja com quem conviveu tão pouco tempo. É sobre relacio- namentos assim, que produzem edificação mútua, que refletiremos durante todo este trimestre. TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO I-SOBRE RELACIONAMENTOS QUE EDIFICAM 1. Quando nosso cuidado manifesta o amor do Pai. Por que deveria Paulo demonstrar tanta afeição por um grupo de irmãos com quem conviveu tão pouco tempo? Aquela não era uma igreja rica e Paulo recebeu apoio financeiro de outra igreja para evangelizar Tessalônica (Fp 6 JOVENS tessalonicenses animaram Paulo para que este escrevesse cartas àquela co- munidade (1 Ts 3.6). É claro que Paulo não imaginou ao escrever estas correspondên- cias: “Agora vou escrever um texto que se tornará sagrado para todos aqueles que servem a Cristo!”. Porém, não há dúvidas sobre a canonicidade destes textos; eles são a inerrante e infalível Palavra de Deus historicamente reconhecidos pela Igreja. Contudo, é a simplicidade do contexto de sua composição que nos salta aos olhos: as cartas de um amigo, um discipulador, para seus amados irmãos que estão a quilômetros de distância, constituem-se em inspirada instrução não apenas para aquela comunidade, mas para toda a cristandade. Que nossos relacionamentos sejam assim, tão genuínos, que nossas mensagens, postagens, compartilhamen- tos, sirvam sempre para a edificação de quem nós amamos. Pense! Na maioria das vezes o modo como falamos é tão importante quanto à maneira como agimos. Um tratamento amável proporciona grandes chances de que nossa mensagem atinja seu objetivo. Anunciar o amor por meio do ódio é simplesmente impossível. O Evangelho precisa ser apresentado embebecido na graça. Ponto Importante Na sociedade da comunicação, onde escrevemos e falamos o tempo todo, será que nossos relacionamentos são de fato tão edificantes que uma simples men- sagem eletrônica, que enviamos para alguém, pode tornar-se um meio de comunicação da vontade de Deus para aqueles que preci- sam ouvir a voz do Senhor? 4.16). A multidão dos que creram também não foi capaz de garantir a segurança física de Paulo e sua equipe (At 17.4,5). Diante destas condições contrárias, o que poderia justificar tal atitude do apóstolo? Uma resposta adequada, ainda que muito abrangente, é o amor de Deus pelos tessalonicenses. Ou seja, a postura de Paulo materializa o zelo do Senhor por aquela jovem igreja, que mesmo sem muito destaque diante dos homens, era importantíssima para o Pai. Quando vivenciamos amizades num nível ade- quado de maturidade cristã, tornamo-nos a manifestação encarnada do amor do Senhor para com os outros. 2. Quando nem a distância enfra- quece um relacionamento. Paulo afirma que desejou ir ter novamente com os tessalonicenses, mas uma série de cir- cunstâncias, até aquele momento, impe- dira o reencontro (1 Ts 2.17.18). Entretanto, não era a distância ou a ausência física que faria aquela relação deteriorar-se; numa época de enormes dificuldades para comunicação à distância, o apóstolo testificou que o seu coração estava com os tessalonicenses e que eles eram um dos motivos da sua alegria diante do Se- nhor (1 Ts 2.19,20). Pelo exemplo de Paulo e dos tessalonicenses percebemos que a qualidade de nossos relacionamentos está associada diretamente ao valor que damos a cada pessoa, pelo que ela é, e não, necessariamente, pela quantidade de tempo que passamos ao seu lado. Em um tempo de comunicação instantânea à distância, vamos ficar atentos para não tratarmos com mais carinho nossos te- lefones do que nossos amigos. 3. Quando uma correspondência amorosa torna-se Palavra de Deus. As notícias que Timóteo trouxe sobre os JOVENS 7 II- PRIMEIRA CARTA AOS TESSA- LONICENSES 1. A mais antiga das cartas paulinas. É um consenso entre os especialistas que 1 Tessalonicenses, por ter sido redigida em Corinto durante a segunda viagem missionária por volta dos anos 50/51 d.C., é o mais antigo texto de Paulo registrado na Bíblia. Na verdade esta epístola seria a mais antiga obra do Novo Testamento. Este fato deve levar-nos a compreender que uma leitura mais cuidadosa da Primeira Carta aos Tessalonicenses nos revelará não só o pensamento paulino em sua estrutura mais original, mas também questões e demandas – teológicas e sociais – que preocupavam as comunidades cristãs do primeiro século. Deste modo o contexto da redação desta Carta refere-se ao mo- mento histórico em que o apóstolo dos gentios está desenvolvendo suas grandes sistematizações doutrinárias, as quais se- rão importantíssimas para o crescimento posterior de todo o Cristianismo. 2. Sobre uma possível estrutura da epístola. O texto inicia-se, como tradi- cionalmente Paulo faz em seus escri- tos, com uma apresentação dele e de sua equipe, seguida imediatamente de uma calorosa saudação pastoral. Após a saudação, na primeira parte do texto, o apóstolo concentra-se num testemunho de louvor pela vida dos tessalonicenses e de gratidão pela comunhão tão profunda que se desenvolveu entre ele, Paulo, e os crentes em Tessalônica. Como não podia ser diferente, neste momento da carta o apóstolo fala de seus sentimentos para com aquela comunidade, e reconhece as virtudes e cuidados daqueles irmãos para com ele e seu ministério. A segunda grande divisão, que naturalmente apresen- ta-se no texto, engloba o esclarecimento de Paulo quanto à paradosis (tradições judaicas) para aquela jovem comunidade. Logo em seguida há uma seção dedicada a uma série de exortações práticas. O texto finaliza-se com uma orientação para leitura coletiva da correspondência – daí o caráter epistolar desta obra paulina –, e com uma palavra de despedida.3. Uma escrita pastoral. Um dos as- pectos mais destacáveis desta epístola paulina é o tipo de linguagem utilizada pelo apóstolo. Não encontramos neste texto uma rigidez cerimonial ou mesmo um distanciamento formal; este texto é uma típica correspondência pastoral. 1 Tessalonicenses trata-se de uma carta redigida por um pastor amoroso e atento a uma comunidade de novos convertidos. Esta postura adotada por Paulo deve levar-nos a reavaliar constantemente nossos procedimentos relacionais: de que modo trato às pessoas à minha volta? Sou alguém que por meio de minhas ações reflito o amor de Deus pela humanidade? Estes são alguns dos questionamentos que devemos constantemente fazer-nos, tomando por base a vida de Cristo, e por que não, também o tratamento de Paulo para com os tessalonicenses. Pense! Qual a relevância dos novos convertidos para você? Você os vê como parte integrante da comunidade ou simplesmente como um grupo de pré-cristãos, “quase-cristãos”? Ponto Importante É necessário que nossos relaciona- mentos sejam literalmente desen- volvidos na Igreja, isto é, que tenha- mos a capacidade de partir de um momento inicial de estranhamento para uma amizade verdadeira. 8 JOVENS III- SEGUNDA CARTA AOS TES- SALONICENSES 1. Sobre a autenticidade desta carta. A partir do século XIX, uma série de teólo- gos colocou em cheque a autenticidade, com especial modo a questão da autoria paulina deste texto. Os argumentos seriam que há consideráveis diferenças entre a escatologia apresentada nas epístolas; o estilo, a estrutura e as pa- lavras da Segunda Carta seriam muito similares ao da Primeira o que apontaria para um plágio. Todavia, é necessário notar que os mesmos argumentos podem ser utilizados para demonstrar a autenticidade do texto: as mudanças na abordagem escatológica dão-se em razão deste ser um ensinamento em série para uma mesma comunidade – não faria sentido simplesmente repetir as mesmas ideias de uma carta para outra. A similaridade (estilística e vocabular) deve ser percebida como algo natural para dois textos de um mesmo autor. Defendemos assim a autoria paulina e a autenticidade da epístola. 2. Por que uma Segunda Carta? Ao assumirmos o caráter canônico do texto de 2 Tessalonicenses surge uma questão central: qual o propósito desta Segunda Carta (escrita num curto espaço de tempo depois da primeira)? Uma resposta natu- ral seria a forte ligação entre o apóstolo e aqueles irmãos – acrescentado ainda o fato de os tessalonicenses serem novos na fé em Cristo e estarem debaixo de forte perseguição (2 Ts 1.3-12). Outra pos- sível resposta, tomando como referência a centralidade da temática escatológica na Segunda Carta (2 Ts 2.1-17), seria o interesse do apóstolo em esclarecer àquela jovem comunidade cristã, pon- tos obscuros e dúvidas que surgiram a partir da divulgação da Primeira Carta. Em termos gerais, pode-se dizer que enquanto na Primeira Epístola o autor anima os tessalonicenses diante das per- seguições que sofrem/sofreram; neste segundo texto o objetivo é preveni-los e consolá-los quanto às perseguições que virão. 3. Sobre o conteúdo desta epístola. Menor que a primeira, 2 Tessalonicenses pode ser subdividida em três grandes partes: O capítulo 1, no qual o apóstolo procura animar os irmãos que estão aflitos diante da perseguição que os assola. Já no capítulo 2, Paulo concentra-se numa discussão sobre escatologia, com o objetivo de demonstrar que a vinda do Senhor será precedida por uma série de eventos que precisam ser discernidos e compreendidos pela Igreja. Por fim, no capítulo 3, o apóstolo oferece uma série de orientações para o bem-estar da comunidade local e para seus rela- cionamentos interpessoais. Pense! Se considerarmos estes argu- mentos como pertinentes para a escrita da Segunda Carta, po- demos notar o coração pastoral de Paulo, que mesmo à distância, não deixava de preocupar-se com o bem-estar daqueles novos convertidos em Tessalônica. Ponto Importante A fragilidade dos argumentos geralmente apresentados como contrários à canonicidade de 2 Tessalonicenses é tão notória que para desmontá-los não é necessário apresentar nenhum contra-argumento, mas apenas reposicioná-los como teses favoráveis à autenticidade do texto e da autoria de Paulo. JOVENS 9 “Não há razão importante para duvidar das palavras que iniciam 1 Tessaloni- censes 1.1, esta epístola é certamente um trabalho do apóstolo Paulo. O que temos diante de nós é certamente sua primeira contribuição ao Novo Testamento, que podemos datar de aproximadamente 50 ou 51 a.C. Paulo está escrevendo acerca de sua breve estada em Atenas (1 Ts 3.1; cf. At 17.16-34), ou mais provavelmente sobre sua próxima e prolongada via- gem missionária a Corinto (At 18.1-18). É um grupo pioneiro de crentes em Tessalônica que receberá essa imi- nente carta. Tessalônica, a ostentosa capital da Macedônia, um porto no Mar Egeu, situava-se na principal via leste-oeste do Império Romano — a Via Egnatia. Sua população relati- vamente grande, cerca de 200.000 habitantes, incluía um grupo de judeu suficientemente grande para apoiar a sinagoga que viria a ser o ponto inicial da pregação de Paulo na cidade. O ministério de Paulo em Tessalônica é reconhecido pela orquestração di- vina. Devia ser muito mais do que um simples povoado no itinerário de um ministério ocupado. Antes de passar- mos à ocasião precisa da epístola, um cronograma de eventos foi elaborado para facilitar a compreensão da visita de Paulo” (ARRINGTON, French L; ARRINGTON e STRONSTAD, Roger (Ed). Comentário Bíblico Pentecostal. 1 Tessalonicenses. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 1363). “Ocasião e propósito de 2 Tessalo- nicenses Esclarecer confusões a respeito da segunda vinda de Cristo. Depois de ter enviado a sua primeira carta à igreja de Tessalônica, Paulo recebeu notícias adicionais sobre os crentes dali. Eles estavam enfrentando intensa perseguição e grandes aflições, mas, apesar dos seus problemas, perse- veravam na fé. Alguns, no entanto, estavam afirmando que Jesus já teria retornado. Estes crentes podiam ter entendido mal a afirmação que Paulo fez, de que a volta de Cristo seria tão inesperada como a vinda de um ladrão no meio da noite (1 Ts 5.1-3). Ou talvez eles tivessem recebido outra carta que, afirmando ser de Paulo, simplesmente declarava que Cristo já teria retornado (2.2,3). Estes rumores, juntamente com a perseguição, estavam dividindo e enfraquecendo a jovem igreja. Pen- sando que já estavam nos últimos dias, alguns crentes recusavam-se a trabalhar (compare 1 Tessalonicenses 5.14 com 2 Tessalonicenses 3.11,12). Paulo percebeu que tinha que escrever uma segunda carta, para dissipar os rumores e para orientar a jovem igreja. Em resumo, esta carta revela o cora- ção de um pastor preocupado. Paulo não queria que nenhum falso ensino afastasse seus novos convertidos da fé cristã. Eles já tinham sofrido muito por Cristo, para serem desviados por mexericos de gente ociosa” (Comen- tário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. pp. 458,459). SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2 ANOTAÇÕES ESTANTE DO PROFESSOR RENOVATO, Elinaldo de Lima. 1 e 2 Tessalonicenses. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. HORA DA REVISÃO 1. Em que contexto do ministério do apóstolo Paulo ocorreu a fundação da igreja em Tessalônica? Durante a segunda viagem missionária de Paulo, após a prisão em Filipos, momento em que o apóstolo seguia uma visão de Deus.2. Segundo podemos observar no livro de Atos, e especialmente nas suas epístolas escritas aos tessalonicenses, como era o relacionamento entre o apóstolo Paulo e aquela igreja? Era muito afetuoso, cheio de atenção, cuidado e respeito mútuo. 3. Que argumentos são apresentados para tentar descredenciar 2 Tessalonicenses como um texto paulino os quais podem, na verdade, ser utilizados exatamente para demonstrar a autenticidade deste texto? Diferenças entre a escatologia apresentada nas epístolas; o estilo, a estrutura e as palavras da segunda carta seriam muito similares ao da primeira. 4. De que modo a relação entre Paulo e os irmãos em Tessalônica pode inspirar nossos relacionamentos enquanto cristãos? Através do cuidado pastoral de Paulo, do amor dos crentes Tessalonicenses, da fé corajosa daqueles irmãos. 5. É possível utilizar nossas mensagens, e-mails e posts como instrumentos para anúncio das verdades do Reino? Como? Justifi que sua resposta. Sim, por meio de uma compreensão de que tudo o que nós fazemos deve ser para a glória de Deus. CONCLUSÃO O estudo sistemático da Bíblia nos traz inúmeros benefícios; talvez um dos mais relevantes é a percepção de que os princípios que nortearam a obra de Deus no início da Igreja ainda são praticáveis hoje. As estratégias e os mecanismos podem mudar para dialogar com a sociedade atual, mas nossos princípios – dentre eles o amor, cuidado e respeito com o outro – são simplesmente inegociáveis. JOVENS 11 A ALEGRIA PELA NOVA VIDA EM CRISTO TEXTO DO DIA “Lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do tra- balho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai.” (1 Ts 1.3) SÍNTESE A nova experiência de vida dos tessalonicenses está inti- mamente ligada a uma forte comunhão com Deus, mas também um amor espontâneo entre eles e Paulo. AGENDA DE LEITURA SEGUNDA – 1 Co 13.13 As três virtudes cristãs TERÇA – 2 Co 5.17 A nova vida em Cristo QUARTA – Jo 15.13 O amor maior QUINTA – 1 Ts 2.19 Nossos relacionamentos devem ser causa de nossa alegria SEXTA – 1 Co 2.4 A palavra que salva SÁBADO – Rm 8.1 Como vivem os que estão em Cristo L I Ç Ã O 2 08/04/201808/04/2018 www.escola-ebd.com.br OBJETIVOS 1. REFLETIR a respeito dos benefícios de uma liderança afetuosa; 2. APRESENTAR as características da igreja em Tessalônica; 3. DISCUTIR a respeito da nova vida em Cristo e suas características. INTERAÇÃO A lição de hoje tratará a respeito do relacionamento de um experiente líder cristão com uma comunidade de novos convertidos. Como percebemos por meio da leitura das cartas à igreja em Tessalônica, em momento algum Paulo desprezou as aflições que inquietavam aqueles cristãos apesar de, em alguns casos, serem questões muito triviais com relação à fé. Esta postura do apóstolo deve-nos ser inspiradora. Paulo serviu aquela igreja, apesar de – segundo uma lógica humana – ele ter o direito de solicitar aos crentes daquela comunidade que o sustentasse, inclusive fi nanceiramente. A oportu- nidade que o Senhor nos concede de servir aos jovens de nossas igrejas não pode ser encarada como um fardo ou mesmo um ministério menor, mas como um chamado para servir àqueles que hoje precisam muito de nosso apoio, misericórdia e atenção. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Proponha um estudo de caso aos seus alunos. Crie uma situação de conflito, envolvendo a relação entre um líder e seus liderados, que exija uma tomada de decisão. Você pode criar todo um contexto, narrando a situação imaginária ou entregando as informações por escrito. O objetivo deste tipo de atividade é desafi ar os alunos a apresentarem respostas aos problemas com o máximo de empatia possível, isto é, colocando-se no lugar do outro, tanto do líder como dos liderados. Dependendo do tamanho de sua sala de aula podem ser criados dois grupos onde, após a discussão em separado, cada grupo apresentará suas respostas, as quais serão analisadas e avaliadas pelos membros do outro grupo (havendo apenas uma equipe, caberá ao professor o papel de avaliação e crítica). Após o debate, sempre faça uma conclusão, chamando os participantes mais uma vez à reflexão a respeito dos desafi os que se impõe, por exemplo, na liderança de novos convertidos na Igreja hoje. JOVENS 13 INTRODUÇÃO Logo no início de sua primeira Epístola aos Tessalonicenses, Paulo preocupa-se em tornar claro àqueles irmãos seu cui- dado e amor por eles. Como demonstrará o apóstolo, estes sentimentos tinham uma dupla origem: em primeiro lugar, natu- ralmente, brotavam do coração do Pai – de onde deriva toda e qualquer experiência de amor verdadeiro que vivenciamos. Em segundo lugar, mas não menos importante, a afeição daquele pastor por aquele grupo de no- vos convertidos era resultado da nobreza espiritual destes. É necessário lembrarmos que quando falamos da Igreja em Tessalônica estamos tratando de uma comunidade que nasceu debaixo de forte perseguição, que muito cedo ficou “órfã” de uma re- ferência espiritual e isto no meio de uma sociedade hostil e avessa aos valores cristãos. Entretanto, a despeito deste conjunto de cir- cunstâncias contrárias, a Igreja em Tessalônica floresceu. Os irmãos daquela cidade abandonaram suas tradições idólatras e propuse- ram-se a viver a radicalidade do Evangelho em sua versão literal; aspirando, com muita singeleza de coração, o Dia do Senhor. TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO 1 Tessalonicenses 1.2-10 2 Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, 3 lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai, 4 sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; 5 porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. 6 E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo. 7 de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia. 8 Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; 9 porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos con- vertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro 10 e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura. A despeito de um conjunto de circunstâncias contrárias, a Igreja em Tessalônica floresceu. 14 JOVENS I- PAULO E OS TESSALONICEN- SES: UM LÍDER E SEUS AMIGOS 1. Um líder que pode chamar seus liderados de amigos. A experiência de Paulo em Tessalônica aponta para um modelo bíblico de relacionamentos; o apóstolo não é só um pastor que tem amigos (algo raro atualmente), mas que seus amigos são os membros da comuni- dade que ele lidera. Paulo não se coloca em outro nível, acima dos outros, quase como um super-herói; pelo contrário, o apóstolo trata os Tessalonicenses como amigos queridos, pessoas com as quais ele não queria manter apenas uma relação institucional, e sim uma amizade mutuamente edifi cante. Não eram apenas os crentes daquela igreja que eram edifi cados pelos ensinamentos e ministério do apóstolo, mas o próprio Paulo, através da vida daqueles irmãos declarava-se abençoado e edifi cado. 2. Paulo um líder que se alegrava através da vida dos irmãos. Seus rela- cionamentostrazem-lhe alegria, paz e edifi cação, ou, ao contrário, são fonte de dores e problemas? Entre Paulo e os tessalonicenses essa questão estava muito clara: a alegria que aqueles irmãos traziam a Paulo não era pelo que eles tinham, mas por aquilo que eles eram. E o que eles eram? Amados de Deus e de Paulo. Grande parte dos relacionamentos na atualidade vem desgastando-se em virtude de expectativas erradas; não devemos aproximarmo-nos dos outros em vista de benefícios ou interesses pessoais, mas antes nossa alegria deve ser o privilégio de conviver com pessoas, principalmente com aquelas cujo coração já foi transformado pelo amor do Pai (Fp 4.1). Devemos alegrar-nos por pessoas, nunca por bens materiais ou instituições. 3. Uma amizade que tem como fun- damento Cristo. Só há uma razão para explicar o tipo de amizade edificante que surgiu a partir do encontro entre Paulo e a comunidade em Tessalônica: Cristo! Ora, como pessoas de locais diferentes, com uma formação cultural diversa, que permaneceram próximas durante um curto espaço de tempo conseguem desenvolver um relacionamento tão sólido, se não através da graça de Cristo, que as faz perceber umas às outras como impor- tantes e especiais (Rm 12.5;1 Co 12.25)? Todas estas convulsões so- ciais que vivenciamos hoje: intolerância, xe- nofobia, discriminação, são resultado de uma compreensão erra- da do amor de Cristo em relação ao próxi- mo, a qual ao invés JOVENS 15 de perceber o outro como o próximo, compreende-o como o estranho, o diferente, o inimigo. Somente o poder de Jesus em nossos corações é capaz de redirecionar nossos relacionamentos para retornarmos ao plano original do Pai para a humanidade. Acreditemos no poder do amor, o qual é capaz de causar uma transformação no mundo (Jo 13.35). Pense! Será que você se permite desen- volver relacionamentos sadios com os membros de sua igreja? Em alguns casos, infelizmente, muitos jovens parecem solitários, isolados e arredios a amizades; que o paradigma dos tessaloni- censes frutifique entre nós. Ponto Importante Percebemos que não eram apenas os tessalonicenses que eram ricamente abençoados nesse relacionamento, mas o próprio Paulo faz questão de reconhecer o quanto sua vida era tocada e animada por Deus através dos amáveis irmãos em Tessalônica. II- QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DESTA IGREJA QUE PAULO AMA? 1. Fé operosa. A experiência salvífica dos tessalonicenses não foi algo circuns- crito ao campo teórico, a um evento que envolvia elementos meramente abstratos. Ao contrário, o impacto da presença do Evangelho naquela comunidade produ- ziu mudanças visíveis, constatáveis por qualquer indivíduo, pois conduziu os tessalonicenses a uma salvação não-e- goísta, mas ao contrário, uma experiência de doação e comprometimento em fazer um mundo melhor para si e para os outros (1 Ts 1.7,8). Esta pode ser uma compreensão da expressão utilizada por Paulo em 1 Tessalonicenses 1.3. Não é de uma fé morta, estática, apática de que fala o apóstolo, mas de uma vivência dinâmica, viva e transformadora. 2. Amor abnegado. Os tessalonicen- ses receberam a verdade do Evangelho na convicção de que não era mais para si que eles deveriam viver, e sim para Cristo e para o serviço do outro (1 Ts 4.9,10,12). Não há amor egoísta; se é amor, necessariamente é altruísta. Uma postura que pensa apenas em si, que procura exclusivamente o autobenefício, jamais poderá ser denominada de amor; talvez seja ganância, inveja, cobiça; o amor, no entanto, é capaz de vivenciar perdas para garantir o bem-estar do outro (1 Co 13.4). Os irmãos desta comunidade foram capazes de vencer o ódio por meio do amor, a traição através do perdão (1 Co 13.6-9). As relações em nossas igrejas devem ser constituídas naturalmente, sem estratégias artificiais, promotoras de ilusões para ambas as partes. O amor não engana, mas antes, trata com verdade. 3. Esperança que não é ansiosa. A convicção de que nada deste mundo é permanente, e que, no entanto, é para a eternidade que caminhamos, não nos isenta de nossas responsabilidades imediatas, como por exemplo, o trabalho (2 Ts 3.10-12). Há pessoas que diante da notícia de uma mudança, não conseguem pensar ou fazer mais nada, paralisam suas vidas, tornam-se improdutívas e inúteis, aprisionadas pela expectativa do novo ou diferente. A esperança que tomava os corações daqueles irmãos tinha um fundamento sólido: Jesus Cristo (1 Ts 5.8). Tudo aquilo que realizamos, segundo a orientação do Salvador, certamente será próspero. A ansiedade é resultado de uma fé que não se estabeleceu em 16 JOVENS Cristo, mas nas riquezas, poderes ou influências dos homens. Nossa confiança no futuro, contudo, deriva da fé na obra realizada amorosamente na cruz do Calvário (1 Ts 2.19). Pense! Nossa sociedade necessita urgentemente de pessoas que retomem o princípio do amor divino. Ponto Importante Nossa fé dever ser operosa, não por nós mesmos, mas em função do fluir do ser de Deus para nossas vidas. III- A NOVA VIDA EM CRISTO E SEUS EFEITOS 1. A transformação que não se pode esconder. O testemunho de Paulo sobre os tessalonicenses é forte. Entretanto, este não era o ponto de vista isolado de um amoroso pastor; as igrejas cir- cunvizinhas (1 Ts 1.7) e a população pagã da região também eram testemunhas de que a salvação em Cristo mudou radicalmente a postura dos irmãos em Tessalônica (1 Ts 1.8). Ora, foi o próprio Jesus que anunciou a impossibilidade de se esconder os resultados da bên- ção de Deus na vida daqueles que o reconhecem como SENHOR (Mt 5.14). O impacto do poder da salvação na vida de uma pessoa, ou neste caso, de uma comunidade inteira, é incalculável; não se pode mensurar o quanto de mudança, e em que áreas e níveis, tal encontro é capaz de repercutir (2 Co 5.17). 2. A causa da nova vida. Sistemas religiosos não libertam pessoas. Frases de efeito e palavras de ordem podem até possuir algum poder retórico, mas são incapazes de construir qualquer realidade para além da ilusão (1 Co 2.4). Somente a genuína Palavra, que anuncia tanto a morte sacrifical quanto o retorno triunfal de Cristo, é poderosa para ressignificar toda história de vida de uma pessoa (1 Ts 1.5). Não foi uma estratégia ou método para crescimento de igrejas que fez a di- ferença na vida dos tessalonicenses, mas apenas a pregação do Evangelho puro e simples. Em tempos como os nossos, o caminho para um crescimento saudável da Igreja é retornar aos padrões bíblicos do Novo Testamento apresentados aqui em 1 Tessalonicenses: pregação avivada, testemunho individual eloquente, oração e liberdade para operação do Espírito Santo (1 T 5.17,19). 3. A nova vida exclusiva para Cristo. Não há acordo entre o Senhor Jesus e as entidades da maldade (Mt 6.24). A postura dos tessalonicenses foi muito corajosa; abandonar radicalmente as divindades vigentes de sua comunidade significava romper com todo o quadro cultural em que eles estavam inseridos. Reconhecer como falsos deuses aqueles que até pouco tempo eram seus patronos sociais exige muita convicção. Existem mudanças processuais, libertações lentas, antigas práticas culturais arraigadas que exigem tempo para ser abandonadas; contudo, com relação à adoração ao verdadeiro Deus não existem negociações (1 Rs 18.21). Nada pode estar acima de nossa relação com Cristo. Há, na contemporaneidade, um esforço contínuo,da mentalidade que rege o mundo, na direção de adequar práticas sociais reprováveis ao contexto da aceitação cristã. Assim como os tes- salonicenses, todavia, não devemos abrir mão de nenhum dos princípios revelados por Cristo. JOVENS 17 “A ação de graças de Paulo, sempre damos graças a Deus por vós todos (v.2) é mais que forma educada usada comumente em carta convencional escrita naqueles dias. Ela ilustra a relação afetuosa e pessoal do após- tolo com os seus convertidos, e um intenso sentimento de alegria e soli- citude. Esta passagem é testemunho vívido da igreja missionária primitiva, mostrando como a força totalmente transformadora do evangelho se comportava em ambiente pagão. [...] As evidências externas dos valores cristãos interiores e eternos têm de aparecer na vida diária destes con- vertidos: as atividades transformadas, a labuta amorosa, a resistência sob pressão. Inversamente, a eficácia surpreendente do testemunho (6-10) só pode ser explicada pela efusão de qualidades divinamente implan- tadas. A verdadeira fé se mostra por obras correspondentes; mas meras ‘boas obras’ que não emanem da fé carecerão de frutificação espiritual; o amor divinamente implantado fará surgir ações vigorosas de grande custo; motivos menores que estes fracassarão sob prova. A esperança cristã manterá os homens firmes sob tensão; o mero idealismo humano esfacela-se sob pressão (cf. Cl 1.4,5; Hb 10.22-24; 1 Pe 1.21,22; Ap 2.2-4)” (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol. 9, Gálatas a Filemom. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. pp. 360,361). “Sabendo... que a vossa eleição é de Deus; porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder (1 Ts 1.4,5). Paulo notou que as qualidades cristãs inte- riores acham expressão na maneira como o crente vive a sua vida. Agora ele apresenta um aspecto semelhante. O Evangelho vem como palavras, mas não simplesmente com palavras. O Espírito Santo infunde estas palavras com poder, e os dois têm um impacto visível. Nessa passagem do Evangelho, os termos ‘foi’ (1.5), ‘recebendo’ (1.6), e então ‘soou’ (1.8) vieram daqueles que foram tão poderosamente afe- tados por aqueles que se tornaram ‘nossos imitadores e do Senhor’ (1.6). Eles mesmos anunciam... como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro (1.9). A mensagem do Evangelho foca a nossa atenção em Cristo e na salvação que Deus nos oferece nEle. Os primeiros evangelistas cristãos não acatavam a idolatria, mas apresentavam a Jesus. A decisão de converter-se a Deus era crítica; a decisão de rejeitar a idolatria era uma consequência. Às vezes perdemos de vista essa ordem de conversão. A salvação não é uma questão de converter-se do álcool a Deus. É uma questão de se converter a Deus (e então) abandonar o álcool” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testa- mento. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. p. 455). SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2 ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES ESTANTE DO PROFESSOR Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996. HORA DA REVISÃO 1. É normal que um líder tenha seus liderados como amigos? Sim. Líderes verdadeiros são aqueles que acolhem amorosamente os que estão ao seu lado. 2. Qual a importância de termos uma fé operosa? Através deste tipo de fé podemos fazer grandes obras para Deus. Uma fé que nada faz, não é fé verdadeira. 3. De que modo superaremos as ansiedades que caracterizam tão fortemente nossa sociedade? Através de uma fé que se centraliza em Cristo, e não em riquezas, poderes ou glória humana. 4. Qual a importância do testemunho apresentado pelos tessalonicenses aos seus contemporâneos? Num contexto em que a pregação ao ar livre era perseguida, o testemunho era o modo por excelência para anunciar Cristo. 5. Por que é impossível servir ao Senhor e outras divindades ao mesmo tempo? Porque a adoração é uma decisão que implica exclusividade, ou seja, um coração dedicado inteiramente ao Senhor. CONCLUSÃO Os acontecimentos maravilhosos que envolveram os tessalonicenses não foram resultantes da ação humana, mas um ato gracioso do amor do Pai. Porém, uma vez salvos, aqueles irmãos resolveram viver intensamente seu chamado à salvação de modo que se tornaram modelo para as comunidades a sua volta. O mais importante em nossa relação com Deus é o quanto estamos dispostos a doar-nos a Ele, por seu Reino e fi lhos. JOVENS 19 L I Ç Ã O 3 O FRUTO DE UM TRABALHO ZELOSO TEXTO DO DIA “Assim nós, sendo-vos tão afei- çoados, de boa vontade qui- séramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos.” (1 Ts 2.8) SÍNTESE O caráter de uma comunidade não se constrói de modo repentino; é necessário um forte investimento espiritual – por meio de discipulado efi ciente e de testemunho pessoal edifi cante. AGENDA DE LEITURA SEGUNDA – Gl 1.10 Quando Deus confi rma o ministério de uma pessoa TERÇA – 1 Ts 2.11 A Igreja como espaço de edifi cação mútua QUARTA – At 20.24 O nível de doação exigido dos que anunciam o Evangelho QUINTA – 1 Ts 2.3 A integridade da mensagem SEXTA – 2 Pe 2.3 A denúncia contra os estelionatários da fé SÁBADO – 2 Co 7.7 A alegria do ministro fi el 15/04/201815/04/2018 www.escola-ebd.com.br 20 JOVENS OBJETIVOS 1. IDENTIFICAR o caráter de um ministro de Cristo; 2. DEMONSTRAR a relevância da Palavra de Deus numa Igreja local; 3. APRESENTAR os objetivos de um ministério íntegro. INTERAÇÃO Paulo era um exemplo para aquela comunidade. Uma das questões que se sobressai tanto na primeira como na segunda epístola é o caráter do apóstolo, sua inte- gridade, sinceridade e amabilidade. Sendo merecedor de honra e privilégios entre os tessalonicenses – por ser o orientador espiritual da comunidade, em virtude do grande risco de morte que o apóstolo pessoalmente enfrentou – este não usufruiu de nenhum benefício, antes, trabalhou incessantemente para não ser “pesado” a ninguém naquela localidade. Nossas ocupações, nosso trabalho, não podem ser utili- zados como desculpas para algum tipo de prejuízo à obra de Deus. É necessário que sigamos o inspirador exemplo de Paulo, para que, fazendo o melhor para o Reino de Deus, muitas vidas sejam alcançadas não apenas por nossa pregação, mas também por nosso testemunho enquanto fi éis discípulos de Cristo. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Uma sugestão para ser aplicada nesta lição é o uso de uma metodologia denominada de “aquário” (em inglês fi shbowl). A metodologia desenvolve-se da seguinte maneira: As cadeiras da classe são arrumadas em círculo. Ao centro do círculo coloque cinco cadeiras (sendo que sempre uma deve fi car livre). Quatro alunos são convidados a sentarem no centro e iniciarem um debate a partir de uma temática sugerida pelo professor. A qualquer momento do debate, alguém da classe pode sentar-se na cadeira vazia, com isso, necessariamente alguém que estava sentado participando do debate deve retirar-se de modo a sempre existir uma cadeira vazia para quem quiser participar, e não permitir que o debate seja atrapalhado. Um mesmo participante pode sair e retornar quantas vezes quiser, o papel do professor é não permitir que o debate acabe; assim este deve, sempre que possível, sugerir novos temas, formular perguntas, demonstrar falhas na argumentação de algum participante, etc. JOVENS 21 I- O MINISTRO COMO AQUELE QUE SERVE 1. Aquele que cuida dos outros. O vocacionado por Cristo possui um coração misericordioso, capaz de compreender a realidade por meio da ótica da graça e do cuidado. Enquanto a sociedadeatual apregoa o individualismo como forma padrão de relacionamento, o servo de Cristo envolvido na evangelização, discipulado e pastoreio experimenta a força do amor que se doa para outro; e isto não é à toa, Jesus encarnou este INTRODUÇÃO No capítulo dois de 1 Tessalonicen- ses, Paulo apresenta-nos o para- digma do verdadeiro plantador de Igrejas. Quais devem ser as moti- vações daqueles que se envolvem no ministério de evangelização e discipulado de novos cristãos? Por vivermos em dias tão difíceis, somos facilmente induzidos a imaginar que apenas nós enfrentamos os desafios de conviver com falsos obreiros, com indivíduos cujo objetivo é o estabelecimento de uma carreira profissional, e não a manifestação da graça do Pai nesta geração. Todavia, neste momento de sua Carta aos tessalonicenses, ao fazer questão de destacar alguns aspectos de sua prática ministerial naquela comuni- dade, o apóstolo acaba denunciando uma série de indivíduos, que já na Igreja Primitiva, tinham a intenção de instituir feudos particulares ao invés de militarem pelo Reino de Deus. Assim como os tessalonicen- ses, aprendamos com Paulo. TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO 1 Tessalonicense 2.1-12 1 Porque vós mesmos, irmãos, bem sabeis que a nossa entrada para convosco não foi vã; 2 mas, havendo primeiro padecido e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande combate. 3 Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência; 4 mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse con- fiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração. 5 Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha; 6 E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados; 7 antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos. 8 Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade quiséramos comuni- car-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma; porquanto nos éreis muito queridos. 9 Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, traba- lhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pre- gamos o evangelho de Deus. 10 Vós e Deus sois testemunhas de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos houvemos para convosco, os que crestes. 11 Assim como bem sabeis de que modo vos exortávamos e consolávamos, a cada um de vós, como o pai a seus filhos, 12 para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória. 22 JOVENS tipo de modelo relacional (Jo 10.26-30). Em Tessalônica, Paulo afirma cuidar da- queles irmãos tanto como uma ama (1 Ts 2.7) – que mesmo sem nenhum vínculo biológico com as crianças de quem cuida, é responsável pela nutrição mais básica como pelos carinhos –, como um pai (1 Ts 2.11) – cuja responsabilidade fundamental é a formação do caráter dos filhos que lhe são dependentes. O apóstolo não procurava benefícios próprios, mas o desenvolvimento daqueles irmãos. 2. Aquele que serve mesmo com o perigo de perder a vida. Desde o início, o ministério de Paulo entre os tessaloni- censes envolveu um nível de compro- metimento tal que, em várias ocasiões (1 Ts 2.2,15), o apóstolo testemunha que correu risco de vida. A radicalidade deste tipo de vocação pode ser comparada à chamada de nossos irmãos missionários que atuam em países hostis ao Evangelho hoje (Coreia do Norte, Irã, Vietnã, etc.). Eles não têm suas vidas por preciosas (At 20.24), mas são capazes de enfrentar vários tipos e níveis de riscos para levar a Palavra àqueles que ainda não ouviram as Boas Novas de paz (2 Co 11.23-26). O senso de serviço entre esses obreiros é altíssimo; para eles a vida não faz sentido se não é apresentada como oferta diária diante do altar do Cordeiro de Deus. Este nível de comprometimento com o Reino de Deus está numa condição diametral- mente oposta ao tipo de vida nababesca e luxuosa que alguns optam e impõem sobre suas comunidades. 3. Aquele que trabalha para não ser pesado a ninguém. Esta talvez é uma das características sociais mais marcantes do ministério de Paulo. Ele optou por um estilo de vida despojado, a tal ponto que, na maioria do tempo, não necessitava de uma comunidade ou instituição para garantir-lhe o sustento financeiro; ele mesmo produzia os recursos para sua manutenção (1 Ts 2. 6, 9). Deste modo, seus pedidos financeiros poderiam voltar-se para o sustento das novas comunidades fundadas (2 Co 8.1-5; 9.12). Esta opção de vida certamente exige muito mais daquele que realiza ações para o Reino, entretanto o autoriza a exigir de todos à sua volta uma postura similar (2 Ts 3.12). Pense! O privilégio de ser ministro do Rei- no não está associado a prêmios ou reconhecimentos humanos que se podem receber de homens ou instituições. A maior honraria que cabe ao cristão é ser achado digno de continuar a obra iniciada por Jesus há dois mil anos. Ponto Importante O Brasil tem sido muito abençoado em função de jovens que, seguindo uma visão de Deus, doaram- se completamente em favor do anúncio do Evangelho. Que essa chama evangelística volte a acender no coração desta geração para que os não alcançados possam ouvir de Cristo. II- O COMPROMISSO COM A PALAVRA 1. A pregação como exposição da verdade. O ministério de Paulo entre os tessalonicenses foi bem-sucedido porque o foco dele era o anúncio da Palavra; entretanto, tal tarefa não estava funda- mentada em sabedoria humana (1 Ts 1.5), e sim no poder que é próprio da vontade de Deus (1 Ts 2.3,5). Os tessalonicenses não foram envolvidos em estratégias de retórica ou oratória, mas pelo poder do Evangelho. Infelizmente na atualidade, JOVENS 23 em muitas igrejas, perdeu-se a espe- rança no poder da Palavra, em virtude disso em muitas celebrações voltadas para jovens a liturgia é preenchida com elementos dos mais diversos (shows de humor, MMA amador, muita música dançante). Que tipo de Igreja teremos daqui a alguns anos se os cristãos que a compõem não valorizam a Bíblia, nem sequer a conhecem? 2. A necessidade de honrar a Deus e a sua Palavra. A quem preocupamo-nos em agradar quando pregamos o Evangelho? Paulo deixou bem claro àquela jovem igreja que seu compromisso estava em agradar ao Pai, e não a eles (1 Ts 2.4). O apóstolo não temia o que poderia aconte- cer quanto à reação dos tessalonicenses, pois ele sabia que a aprovação de seu ministério não vinha das pessoas, mas do Deus que confirmara seu ministério (Gl 1.10). Àquele que foi vocacionado por Deus cabe o discernimento e a maturidade para permanecer firme em sua missão, mesmo quando todos e tudo levantam-se como oposição. Nestes dias trabalhosos o Evangelho não é bem recebido por uma geração incrédula e rebelde (Fp 2.15). Contudo, devemos ter a convicção de que não é a eles que buscamos agradar, mas ao SENHOR! 3. O discernimento e a confiança dos tessalonicenses. No caso da comunidade dos tessalonicenses, apesar do pouco tempo de fé que estes possuíam, a Pa- lavra fluiu entre eles com naturalidade. Um dos motivos de tal desenvolvimento do Evangelho nesta igreja foi o fato de os cristãos ali terem recebido as palavras de Paulo como Palavra de Deus (2 Ts 2.13). Numa sociedade cheia de vozes e mecanismos de comunicação odiscerni- mento é um dos dons mais importantes. Precisamos de maturidade para sermos capazes de rejeitar as falácias (2 Tm 4.4) e acolher a voz do Senhor (1 Co 2.14,15). Como o caso da Igreja em Tessalônica nos demonstra, discernir a vontade de Deus tem relação direta com nossa inti- midade com Deus, e não com o tempo que possuímos de fé. Pense! As estratégias para anúncio do Evangelho podem ser diversas, mas é necessário ter a consciência de que o conteúdo sempre tem que ser mais relevante do que a forma. A falência da Igreja é de- cretada quando as pessoas a pro- curam não com sede da Palavra, mas com fome de entretenimento. Ponto Importante A aprovação coletiva nem sempre esteve do lado dos profetas e ministros de Deus, todavia, eles permaneceram firmes e inabaláveis. Cresçamos continuamente em intimidade com o Pai, para que em momentos de adversidade tenhamos a serenidade de que nossa chamada é de Deus. III- OS OBJETIVOS DE UM MINIS- TÉRIO ÍNTEGRO 1. Colaborar para o desenvolvimento de uma comunidade espiritualmente sadia. O zeloso trabalho de Paulo tinha um objetivo claro: colaborar no cresci- mento espiritual dos tessalonicenses de tal forma que estes chegassem ao nível de intimidade desejado por Deus (1 Ts 2.12). O apóstolo, que naquele momento histórico estava em forte atividade mis- sionária, não tinha qualquer intenção de beneficiar-se, de alguma forma, através da vida daqueles irmãos; antes, a finalidade 24 JOVENS de seus cuidados pastorais era exclusiva- mente o bem-estar deles. Hoje, cada vez mais, na igreja, precisamos de pessoas comprometidas com o crescimento e amadurecimento de outros. 2. A edificação mútua. Um dos resul- tados mais destacáveis decorrentes do estabelecimento de um ministério sadio é a edificação mútua. É necessário reco- nhecer, apesar deste não ser o objetivo prioritário da presença de Paulo entre os tessalonicenses, que o apóstolo foi ricamente abençoado por meio da con- vivência com aquela igreja (1 Ts 2.19,20). É assim que o Reino de Deus manifesta-se por meio de uma liderança abençoadora, todos são enriquecidos pelo poder de Deus, tanto os que ministram como os que são ministrados (2 Co 7.7; Fm 7). Nunca devemos compreender a bênção de Deus de forma egoísta, na verdade, sempre que o Senhor abençoa-nos abundantemente, o seu objetivo é que sejamos capazes de compartilhar com os outros o muito que Ele nos tem dado (2 Co 9.8). 3. Denunciar as ações do Maligno. É inevitável: a luz sempre desarticula as trevas (Jo 12.46). Por mais que o foco daquele que faz a obra de Deus com sinceridade não seja esse, mais cedo ou mais tarde, as obras do Maligno acabam sendo reveladas através do estabelecimento dos princípios do Reino de Deus (At 26.18). Foi exatamente isto que ocorreu em Tessalônica (1 Ts 2.14-16); o anúncio do Evangelho foi seguido por uma onda de perseguição promovida por aqueles que, cheios de maldade, não desejavam o desenvolvimento da obra de Deus naquela cidade. A integridade do ministério de Paulo destacava-se, positivamente, em meio a um contexto de falsos pregadores e profetas de aluguel. “Jesus O nome Jesus quer dizer ‘Deus salva’. Conforme Paulo anuncia aos tessa- lonicenses: ‘Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo’ (1 Ts 5.9). Em uma passagem anterior da epístola, ele refere-se a Jesus como aquEle ‘que nos livra da ira futura’ (1.10). Poucas vezes (há cerca de dez ocorrências nessa epístola), Paulo refere-se a Jesus sem usar também o título ‘Cristo’ ou ‘Senhor’. Na maioria dessas passagens, o assunto é a morte de Jesus (1 Ts 1.10; 4.14), um lembrete da humanidade dEle e da forma custosa com que Ele efetuou a salvação (Rm 3.25,26). Talvez a advertência de Paulo de que ‘ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema’ (1 Co 12.3), seja um indício para entender a passagem em discrepância com esse padrão. Talvez os falsos profetas que negavam a humanidade de Jesus tenham feito uma denúncia desse tipo. A primeira heresia cristológica, o docetismo (de dokeõ, ‘parecer’ ou ‘ter a aparência’), negava a humani- dade de Jesus com o argumento de que Ele apenas parecia ser humano, mas, na verdade, não o era. O padrão das referências de Paulo a Jesus e sua morte negam firmemente esse tipo de ensino falso” (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. p. 282). SUBSÍDIO ANOTAÇÕES ESTANTE DO PROFESSORESTANTE DO PROFESSORESTANTE DO PROFESSORESTANTE DO PROFESSORESTANTE DO PROFESSOR Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. HORA DA REVISÃO 1. Tomando como base a Primeira Epístola aos Tessalonicenses, cite três caracte- rísticas de um ministério íntegro. Dedicação, diligência e doação. 2. Que riscos a Igreja corre ao retirar a centralidade da Palavra de suas reuniões de celebração? Perde-se a centralidade de Cristo na adoração, e a liturgia torna-se puro en- tretenimento. 3. Quais os efeitos em uma comunidade local de uma vocação ministerial cumprida segundo a vontade de Deus? Desenvolvimento espiritual, crescimento mútuo e denúncia das obras do mal. 4. Por que não devemos compreender a bênção de Deus em nossas vidas de modo egoísta? Sempre que o Senhor abençoa-nos abundantemente, o seu objetivo é que sejamos capazes de compartilhar com os outros o muito que ele nos tem dado (2 Co 9.8). 5. De que modo as obras do Maligno são denunciadas quando assumimos uma postura de espiritualidade madura? Por meio dos princípios do Reino de Deus que se estabelecem e manifestam as obras de Cristo. CONCLUSÃO O bem-estar da jovem Igreja em Tessalônica não era fruto do acaso, como vimos durante esta lição; o padrão paulino de implantar novas igrejas e de discipular novos cristãos fez com que aquele grupo de irmãos, mesmo tendo convivido pouco tempo com o apóstolo, tivesse um nível de espiritualidade diferenciado. Nós, como igreja, na atualidade precisamos cada vez mais disso: amor, integridade e responsabilidade. L I Ç Ã O 4 CONSERVANDO UMA VIDA FRUTÍFERA TEXTO DO DIA “Porque, agora, vivemos, se estais fi rmes no Senhor.” (1 Ts 3.8) SÍNTESE Muito mais desafi ador do que plantar uma Igreja é consolidá-la de tal forma que as pessoas permaneçam na vocação de Deus, mesmo di- ante de adversidades, perse- guições e frustrações. AGENDA DE LEITURA SEGUNDA – 1 Co 4.9-14 Paulo e sua entrega à obra de Deus TERÇA – At 14.22 As tribulações não podem nos impedir de entrar no Reino de Deus QUARTA – Mt 5.10-12 Os fi lhos do Reino serão perseguidos QUINTA – Hb 12.14 Santidade como elemento indispensável SEXTA – Ef 4.15,16 Somente o amor produz um crescimento saudável SÁBADO – Rm 12.14 Deve-se vencer o ódio com amor 22/04/201822/04/2018 www.escola-ebd.com.br JOVENS 27 OBJETIVOS 1. IDENTIFICAR as características de uma liderança frutífera; 2. RECONHECER os desafi os que a igreja em Tessalônica superou para frutifi car; 3. COMPREENDER o que é necessário fazer para frutifi car. INTERAÇÃO A palavra-chave desta lição é ‘frutifi cação’. Diante desse vocábulo, enquanto professores(as) devemos fazer a seguinte pergunta: Qual o fruto do trabalho que estou realizando para Deus? Por vivermos em uma sociedade imediatista, muitas vezes nossos corações satisfazem-se apenas com aquilo que se pode perceber com facilidade, de modo muito evidente; entretanto, é necessário termos a maturidade para acreditar que os resultados, especial- mente aqueles de repercussão espiritual, estãopara além daquilo que os olhos podem ver. Deste modo, acredite, seu ministério é muito importante, não apenas para um grupo de jovens com quem você se reúne semanalmente, mas também para sua igreja local, e ainda para o Reino de Deus como um todo. São extraordinariamente positivas as consequências do serviço de homens e mulher como você que, com dedicação e zelo, empenham-se em fazer as verdades da Bíblia Sagrada compreensíveis e relevantes para nossa geração de jovens. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Uma excelente estratégia que você pode utilizar durante suas aulas é a criação de “Grupos de Verbalização” (GV) e “Grupos de Observação” (GO). A lógica de funcionamento é simples, mas bastante dinâmica e participativa. No início da aula divida os alunos em dois grupos GV e GO, depen- dendo da quantidade de alunos. Uma vez separados os participantes, os membros do GV sentam-se em círculo próximos uns dos outros, enquanto os membros do GO devem sentar-se em um círculo maior em volta do GV. Você lança um tema para discussão do GV, que pode ser uma questão levantada na lição ou outra que ele acha conveniente, enquanto o GO analisa as falas dos membros do outro grupo. Após um tempo adequado para debate, os grupos trocam de função podendo aprofundar a questão em debate ou iniciar a abordagem de outra questão. Ao fi nal, ressalte o quanto todos aprenderam uns com os outros. 28 JOVENS 1 Tessalonicenses 3.6-13 6 Vindo, porém, agora, Timóteo de vós para nós e trazendo-nos boas novas da vossa fé e amor e de como sem- pre tendes boa lembrança de nós, desejando muito ver-nos, como nós também a vós, 7 por esta razão, irmãos, ficamos conso- lados acerca de vós, em toda a nossa aflição e necessidade, pela vossa fé, 8 porque, agora, vivemos, se estais firmes no Senhor. 9 Porque que ação de graças poderemos dar a Deus por vós, por todo o gozo com que nos regozijamos por vossa causa diante do nosso Deus, 10 orando abundantemente dia e noite, para que possamos ver o vosso rosto e supramos o que falta à vossa fé? 11 Ora, o mesmo nosso Deus e Pai e nosso Senhor Jesus Cristo encaminhem a nossa viagem para vós. 12 E o Senhor vos aumente e faça crescer em amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco; 13 para confortar o vosso coração, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos. INTRODUÇÃO O amor verdadeiro dos tessalonicen- ses, associado à necessidade de uma fuga repentina em virtude da forte perseguição que se levantou, deixaram em suspenso o coração de Paulo quan- to à permanência e consolidação da fé dos novos cristãos daquela cidade. De tal forma que, diante de um grande impedimento que se impôs com rela- ção à sua ida pessoal a Tessalônica – o qual o próprio apóstolo considerava uma ação diretamente promovida pelo Maligno (1 Ts 2.18) – Timóteo foi enviado àquela igreja para de lá trazer notícias a Paulo. Quão grande não foi a alegria do apóstolo ao receber de seu jovem auxiliar o relatório de viagem. Os tessalonicenses estavam bem espiritualmente, usufruindo da profunda alegria que caracteriza a vida daqueles que vivenciam uma experiência real de salvação. É sobre os fatores que levaram os tessalonicenses a uma experiência de fé consolidada que refletiremos nesta aula. TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO I- LIDERANÇA FRUTÍFERA, IGRE- JA FRUTÍFERA 1. Paulo, um líder de líderes. Se há uma característica peculiar do ministério de Paulo que se pode destacar, esta é a capacidade de perceber o potencial de novos líderes. São tantos, cujas listas estão presentes em quase todas as cartas que ele escreveu. Por isso, pen- semos apenas no paradigmático caso de Timóteo. Oriundo de uma família de dupla tradição religiosa e cultural (At 16.1); reconhecido por sua juventude (1 Tm 4.12); um inexperiente obreiro em sua primeira viagem missionária (At 17.14). Enquanto alguém poderia ver tais adjetivos como desqualificantes para a vocação de Ti- móteo, Paulo viu além, e compartilhou com o jovem obreiro suas experiências, conhecimentos e sonhos. A confiança do apóstolo era tamanha que, diante de sua impossibilidade de ir a Tessalônica, envia seu filho na fé – delegando-lhe autoridade para ensinar e exortar (1 Ts 3.2). JOVENS 29 2. Paulo, um líder de coração pas- toral. As palavras do apóstolo em 1 Tes- salonicenses 3.8 são, simultaneamente, fortes e amorosas. Paulo não esconde o sentimento de apaziguamento que as notícias de Timóteo trouxeram-lhe. A vida ganha novos horizontes diante da percepção de que a semente do Evangelho entre os tessalonicenses floresceu e que o testemunho deles já frutificava em outras cidades. Palavras como estas à igreja em Tessalônica não foram exceção na trajetória de Paulo; outros textos como 1 Coríntios 4.9-14; Efésios 3.13; Gálatas 4.19, evidenciam o comprometimento deste homem não apenas com a vocação que possuía, mas com as pessoas que eram o obje- tivo primário deste chamado. Este é um dos motivos pelos quais aquela igreja prosperou espiritualmente, havia uma visão de Deus, cumprida debaixo do mais abnegado e dadivoso amor. 3. Paulo, um líder a ser imitado. Atualmente ainda existem pessoas para as quais podemos olhar e dizer: “Este irmão/irmã inspira-me a ser um cristão melhor!”. Muitos são aqueles que podemos literalmente imitar. Paulo, era uma dessas pessoas especiais (1 Co 4.16; 11.1). Para aqueles novos cristãos, foi natural tomar o apóstolo como um ideal de cristão e de ministro. Hoje, ao invés de líderes que imponham sua vontade, necessitamos de homens e mulheres de Deus que nos inspirem a ser melhores – não mais excelentes que os outros, mas melhores que nós mesmos todos os dias. O imitar neste caso não é irracional ou negativo, mas um movimento positivo, de entusiasmar o povo. Será que hoje, somos padrão a ser imitado pela sociedade, ou perdemos de tal modo nossos referenciais que não somos mais modelo para esta geração? Pense! Você tem orado para que Deus levante homens como Paulo, in- trépidos não apenas na pregação, mas também em decisões que dinamizem o Reino de Deus? Ponto Importante O amor deve ser a lógica que fundamenta nossas relações; por isso não importa quão pequena ou limitada seja uma igreja, ela merece ser amada e abençoada. II- UMA IGREJA QUE FRUTIFICOU 1. Apesar das tribulações. Proble- mas dos mais variados como já vimos, envolveram a fundação e continuação do trabalho em Tessalônica (1 Ts 3.7). Mas isso não foi suficiente para barrar o crescimento da obra de Deus. Não devemos esperar boas oportunidades brotarem do nada para nossas vidas serem automaticamente transformadas; é necessário trabalho e fé. As tribula- ções que caracterizaram esse primeiro momento da Igreja Primitiva não foram capazes de impedir o florescer do Reino de Deus (At 14.22). Se assim aconteceu com Jesus, nosso Mestre, e com os nossos primeiros irmãos, não podemos esperar nada diferente no que diz respeito a nós e nossa relação com a sociedade atual (Mt 10.24,25). Por isso devemos ter a convicção de que, apesar das várias aflições no mundo, a vitória de Jesus já nos basta (Jo 16.33). 2. Apesar da falta de um acompa- nhamento integral. Paulo era consciente de que sua distância com relação aque- les irmãos tinha, de certa forma, deixado lacunas na formação cristã deles (1 Ts 30 JOVENS 3.10). Apesar desse fato, isto não foi um impedimento para que, em meio a muitas limitações, os tessalonicenses procurassem desenvolver sua fé. É claro que o ideal para a formaçãode uma nova igreja sadia é um discipulado completo, uma assistência absoluta, mas nem sempre isso é possível em virtude de uma variável de questões. Cabe então a um discipulador conscien- te de seus desafios investir no ensino dos componentes mais fundamentais e indispensáveis da fé cristã (1 Pe 2.2). Outras questões acessórias e secundá- rias devem ser reservadas para outras circunstâncias. As adversidades reais não devem impedir-nos de aspirar nossos ideais apontados por Cristo. 3. Apesar das oposições. Havia, em Tessalônica, uma forte oposição à men- sagem de Cristo (1 Ts 3.4,5) por parte de um grupo de religiosos contrários a Paulo e à sua pregação (1 Ts 2.14-16). Segundo informa-nos o autor de Atos, o que movia essas pessoas era a inveja em virtude da expansão do Evangelho na cidade (At 17.5). Esses então, uniram-se a um grupo de desordeiros sociais e estabeleceram uma resistência declarada ao Cristia- nismo que crescia entre a população. Qual o resultado de toda essa oposição? Maior crescimento do Evangelho. Ser perseguido por amor ao Evangelho é uma prova de que o Reino de Deus é nosso (Mt 5.10-12); todas as vezes que optamos por viver a profundidade do Cristianismo, acabamos por confrontar valores e conceitos desta sociedade, a qual, por vezes, nos rejeitará (2 Tm 3.12). Lembremos, não devemos ser nós a hostilizar os outros, contudo, devemos ter a consciência de que nosso compro- misso com Deus incomodará a muitos. Pense! Há pessoas, e até mesmo igrejas, que abortam prematuramente seus sonhos. Diante das primei- ras intempéries e tribulações, tendem a desistir daquilo que, convictamente, sabem para que foram chamados. Sejamos capa- zes de resolutamente lutar pelos projetos que Deus, graciosamen- te, preparou para cada um de nós. Ponto Importante É necessário anunciarmos o Evangelho. Mas saiba que como os valores do Reino colidem com a cosmovisão de nossa sociedade, muitas vezes, o embate vai se tornar inevitável. III- O QUE FAZER PARA CONTI- NUAR FRUTIFICANDO? 1. Não abandonar a fé. Somente uma opção definitiva por viver da fé fez com que os tessalonicenses pudessem continuar firmes em Cristo (1 Ts 3.6,7). Este é um princípio tão relevante para o Cristianismo que a Bíblia o enuncia em quatro contextos diferentes (Hc 2.4; Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). Não são nossas constatações ou nossas certezas racionais que nos fazem persistir no Evangelho, mas antes, é nossa viva esperança no que nosso Deus nos fará, e a convicção de que não é por vista que vivemos, mas por fé. A grandiosidade de nossa fé encontra respaldo no amor e cuidado de Deus que jamais falharão. O único modo de continuarmos firmes e frutíferos no Reino de Deus é reconhecendo que nossa segurança está no Senhor dos Exércitos. Não abandonemos a fé, antes, creiamos na contínua atenção de Deus a nós. 2. Assumir uma vida de santidade. Em meio a um contexto tão adverso e JOVENS 31 conturbado, somente por meio de uma vida de dedicação a Deus aquela comu- nidade poderia crescer (1 Ts 3.13). O que os adversários da jovem igreja queriam era uma série de motivos e pretextos para desacreditar a mensagem anunciada por eles. Lembremos desse áureo princípio do Cristianismo: a vida do mensageiro precisa condizer com o nível de mensa- gem que ele porta, se não, suas palavras não passarão de hipocrisia e religiosidade vazia. Foi por isso que Cristo encarnou-se, para demonstrar que a beleza da obra do Pai não se encontra em discursos teóricos, mas numa existência redimida e transformada. É imprescindível optarmos por uma vida santa, sem a qual, nunca teremos a real compreensão de quem é Deus (Hb 12.14). 3. Insistir no amor. Não há crescimen- to espiritual sem amor. Todo e qualquer tipo de “inchaço”, multiplicação numéri- ca, não terá nenhum sentido se não for mediado por um profundo e divino amor (Ef 4.15,16). Paulo, conhecedor desta verdade, tem uma oração em especial para com os tessalonicenses, o pedido ao Pai é que eles cresçam em amor, no amor, pelo amor e para o amor (1 Ts 3.12). Há um aspecto extremamente relevante nas palavras do apóstolo concernentes ao crescimento em amor dos tessaloni- censes: é que este amor não deve ser vivido apenas no interior da igreja, mas também com todos os que habitam naquela cidade. Somente uma pregação cheia do amor de Deus pode conduzir as pessoas a um encontro real com Ele. É claro que não devemos confundir amor com permissividade, todavia, deve ficar claro que o amor também é bem diferente do ódio ou de um discurso amaldiçoador (Rm 12.14). “O desafio é tanto pessoal quanto coletivo. Paulo está guiando a partir da frente de batalha, mostrando, com sua dedicação pessoal e disposição de sofrer, que Deus não é derrota- do pela oposição do ser humano nem pelas circunstâncias difíceis deles. Mas a igreja, como um todo, também tem de ser um exemplo de fidelidade e testemunho. Muitas vezes, ela é a atividade conjunta de um grupo de cristãos que causa um grande impacto nos outros. Assim, minha vida pessoal é um exemplo que encoraja os irmãos em Cristo e que mostra Jesus para o mundo? Nossa vida na igreja é harmonio- sa e dedicada a servir a Cristo em palavras e obras? Hoje em dia não está muito em voga pensar na volta de Cristo — nem mesmo pensar na jornada através da morte que todos nós empreenderemos. A volta de Je- sus, no entanto, representa um foco para o ministério de Paulo e a vida de muitos cristãos perseguidos ou destituídos. Mas Paulo não oferece uma promessa de esperança futura apenas para ajudar as pessoas a lidar com a angústia atual; é muito mais que isso. Ao manter o foco na volta de Jesus, temos um objetivo, uma meta. Temos uma tarefa a fazer – ajudar a edificar o Reino de Deus – em um período de tempo limitado (e desconhecido)” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. p. 364). SUBSÍDIO ANOTAÇÕES ESTANTE DO PROFESSOR Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. HORA DA REVISÃO 1. Apresente e comente três características de Paulo como um líder. Um líder que reconhece as qualidades dos liderados, um líder com coração pastoral e um líder a ser imitado. 2. De que modo o ministério de Paulo pode inspirar os líderes atuais a trabalharem com jovens e seus ministérios? Resposta pessoal. 3. Que desafi os a jovem igreja em Tessalônica enfrentou para permanecer fi rme na vocação de Deus? Tribulações internas, falta de acompanhamento pastoral integral, e persegui- ções externas. 4. Quais as medidas tomadas pelos irmãos tessalonicenses para continuarem frutifi cando espiritualmente? Não abandonar a fé, assumir uma vida de santidade, insistir no amor. 5. Qual a relevância do amor em nosso serviço ao Reino de Deus? Sem amor qualquer atividade na igreja torna-se mero ativismo religioso; o amor demonstra a presença de Deus naquilo que fazemos. CONCLUSÃO Não é sobre uma fórmula mágica a ser repetida para multiplicação de igrejas. Não se trata de uma suposta “revelação” divina sobre como o Reino de Deus deve ser anunciado. A Carta de Paulo ao Tessalonicenses é um testemunho histórico para o Cristianismo que, em tempos de oposição, afl ições e fragili- dade, somente por meio do verdadeiro amor a Igreja do Senhor Jesus poderá viver plenamente a vontade do Pai. JOVENS 33 L I Ç Ã O 5 VIVENDO UMA VIDA SANTA TEXTO DO DIA “Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também
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