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Capítulo 5

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capítulo 5
Escoliose
Escoliose ........................................................................................ 121
Programas de Exercício............................................................... 121
Exame ............................................................................................ 122
Escoliose Resultante de Doença Neuromuscular .................... 123
Causas da Escoliose e Achados dos Testes.............................. 124
Escoliose e Inclinação Pélvica Lateral....................................... 126
Dominância em Relação à Escoliose........................................ 126
Maus Hábitos Posturais................................................................. 126
Exercícios ....................................................................................... 127
Suportes......................................................................................... 128
mportância da Intervenção Precoce ...................................... 129
Nota Histórica ............................................................................... 129
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ESCOLIOSE
Escoliose é uma curvatura lateral da coluna. A coluna possui curvaturas normais no sentido an-terior-posterior, mas uma curvatura em sentido lateral é considerada anormal. Como a coluna ver​tebral não pode inclinar-se lateralmente sem tam​bém fazer rotação, a escoliose envolve tanto flexão lateral quando rotação.
Existem muitas causas conhecidas de escoliose. Ela pode ser congénita ou adquirida; pode resul​tar de doença ou lesão. Algumas das causas da escoliose envolvem mudanças na estrutura óssea tais como formação de cunha no corpo vertebral; algumas relacionam-se com problemas neuromusculares que afetam diretamente a mus​culatura do tronco e algumas relacionam-se ao comprometimento de um membro, como por exem​plo o encurtamento de uma perna, ou comprome​timento da visão ou audição.
Existem também muitos casos de escoliose onde não se conhece a causa. Esses casos são chamados de idiopáticos. Apesar da bateria de testes que exis​te disponível para ajudar a estabelecer uma cau​sa, uma alta porcentagem dos casos cai nessa categoria.Esta secção sobre escoliose trata princi​palmente da escoliose idiopática. O desequilíbrio muscular que existe como resultado de uma doen​ça, tal como a poliomielite, é prontamente identi​ficado como causa de escoliose quando afeta a musculatura do tronco. Contudo, o desequilíbrio muscular se acha presente nos indivíduos chama​dos "normais" e geralmente passa despercebido, exceto por aqueles que empregam teste muscular ao examinar as causas de má postura. Um proble​ma clássico no manejo da escoliose idiopática é a falha em aceitar o fato de que o desequilíbrio mus​cular, que pode existir sem uma causa conhecida, tem papel importante na etiologia.
O propósito da discussão a seguir é enfocar um segmento desse assunto que merece mais atenção do que a que tem sido dada, ou seja, o cuidado da escoliose precoce onde exercícios e suportes apro​priados podem fazer diferença no resultado final. A literatura sobre escoliose é desprovida de proce​dimentos específicos para testagem do alinhamen​to postural geral e do desequilíbrio muscular. A análise do alinhamento postural aparece no Capí​tulo 4, testes de comprimento no Capítulo 3, e tes​tes de força nos Capítulos 6, 7 e 8.
�PROGRAMAS DE EXERCÍCIO
Através dos anos, programas elaborados de exer​cícios têm sido instituídos em resposta às necessi​dades de tratamento dos pacientes com escoliose. Os exercícios de rastejamento, defendidos por Klapp, foram descartados quando problemas com os joelhos das crianças forçaram a interrupção do programa (29). Exercícios que enfatizavam exces​sivamente a flexibilidade criaram problemas ao tornar a coluna mais vulnerável ao colapso. Ao tra​tar pacientes com curvas em S, deve-se evitar exer​cícios que afetem adversamente uma das curvas, ao mesmo tempo que se tenta corrigir a outra.
Não é de se surpreender, contudo, que a utilida​de dos exercícios em casos de escoliose tenha sido questionada. Por muitos anos, a atitude tem sido a de que os exercícios têm pouco ou nenhum valor. A ideia não é nova. A seguir transcrevemos uma afirmação feita anos atrás por Risser: "Era costu​me na clínica de escoliose no ...Orthopedic Hospi​tal, até por volta de 1920-1930, encaminhar novos pacientes com escoliose para o ginásio de exercíci​os. Invariavelmente os pacientes que tinham 12 a 13 anos de idade apresentavam um aumento na escoliose...e desse modo assumiu-se que os exercí​cios e o movimento da coluna faziam a curvatura aumentar" (30).
Exceto em alguns casos isolados, os programas de exercícios para pacientes com escoliose conti​nuaram a ser vistos com ceticismo. Na série da American Academy of Orthopedic Surgeons 1985 Lecture, apareceu esta afirmação: "A fisioterapia não pode prevenir uma deformidade progressiva, e existem aqueles que acreditam que programas de exercícios para coluna específicos trabalham de modo contraprodutivo tornando a coluna mais fle​xível do que seria naturalmente e desse modo tor​nando-a mais susceptível à progressão" (31).
A ênfase excessiva na flexibilidade era errada. Faltava uma avaliação musculoesquelética ade​quada e como resultado havia pouca base científi​ca que pudesse justificar a seleção de exercícios terapêuticos. A escoliose é um problema de assimetria. A restauração da simetria requer o uso de exercícios assimétricos junto com suporte apro​priado. O alongamento dos músculos retraídos é desejável, mas a flexibilidade geral da coluna não. É melhor ter rigidez na melhor posição possível de obter do que ter flexibilidade excessiva na coluna.
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Exame
 
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Em vez de abandonar o uso dos exercícios no tra​tamento da escoliose, a atenção deve ser focaliza​da em uma abordagem mais científica para avali​ação e seleção de exercícios apropriados. A avaliação musculoesquelética deve incluir alinha​mento e testes musculares.
Devem ser incluídos testes de alinhamento postural, tanto com fio de prumo quanto segmen​tares, nas vistas posterior, lateral e anterior (vide pp. 75-90.).
Os testes de comprimento muscular devem in​cluir, mas não serem limitados, ao seguinte: flexores de quadril (vide p. 33-37); isquiotibiais (vide p. 38-45); inclinação anterior para verificar o contorno da coluna e comprimento dos músculos posteriores (vide p. 46-48); tensor da faseia lata e banda iliotibial (vide p. 56-60); e redondos e gran​de dorsal (vide p. 63 e 64).
Os testes de força muscular devem incluir: extensores da coluna (vide p. 140); abdominais superiores e inferiores (vide p. 162 e 154); tronco lateral (vide p. 144); músculos oblíquos abdomi​nais (vide p. 146); flexores de quadril (vide p. 214 e 215); extensores de quadril (vide p. 226); abdutores de quadril e glúteo médio (vide p. 220-223); adutores de quadril (vide p. 229); e trapézio médio e inferior (vide p. 284 e 286).
Uma parte essencial do exame é a observação da coluna durante o movimento. O examinador fica em pé atrás da pessoa e faz com que ela se incline para frente, e então retorne lentamente à posição ereta. Se houver uma curvatura estrutural, have​rá algum aumento (proeminência) no lado da convexidade da curvatura. O aumento será em um lado somente se houver uma curvatura simples, ou curvatura em C. Em uma curvatura dupla, ou em S, como no tipo torácica à direita e lombar à esquerda, haverá um aumento no lado direito na coluna dorsal e aumento à esquerda na área lom​bar.
O aumento causado pela rotação pode também ser observado na vista lateral como se vê na foto​grafia abaixo.
�Para a maioria das pessoas, as curvaturas na coluna são "funcionais"; elas não se tornam fixas ou "estruturais." Quando as curvaturas tornam-se fixas, elas também tendem a mudar e torna​rem-se "compensatórias", ou seja, mudar de uma curvatura simples em C para uma curvatura em S. Geralmente, uma curvatura simples em dire-ção à esquerda permanece como curvatura esquer​da na coluna lombar e muda para uma curva di​reitana coluna superior.
Em uma curvatura em C comum, o ombro fica baixo no lado do quadril alto. Se o ombro estiver alto no mesmo lado que o quadril alto, haverá pro​vavelmente uma curvatura em S.
Em alguns casos, o alinhamento defeituoso pa​rece limitar-se à coluna. A figura ao lado mostra uma curvatura em C simples onde o alinhamento geral de prumo do corpo é bom. Segmentalmente, o ombro direito está baixo junto com a curvatura em C.
Para esta paciente, um salto no calcado não é indica​do porque a pelve está nivelada. São indicados exercíci​os para oblíquo externo direito e oblíquo interno esquer​do, transferindo-se o tronco superior em direção à direita sem qualquer movimento lateral da pelve (p. 127).
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Escoliose Resultante de Doença Neuromuscular
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As lições aprendidas com o tratamento de pacien​tes com pólio foram facilmente compreendidas de​vido aos efeitos óbvios da doença nas funções dos músculos. As pessoas que tratavam esses pacien​tes apreciavam o fato de que poderiam se desen​volver deformidades onde existisse desequilíbrio muscular. Eles viram os efeitos devastadores da fraqueza muscular e as retrações ou contraturas subsequentes nos músculos opositores, dos quais os piores eram os efeitos devastadores sobre a co​luna. Alguns problemas potencialmente graves foram resolvidos pela intervenção apropriada.
As fotografias abaixo mostram a fraqueza acen​tuada da musculatura abdominal esquerda e da curvatura lateral associada. Essa paciente teve pólio com l ano e 4 meses de idade, mas não foi admitida no hospital para tratamento até os 8 anos e 8 meses de idade. Ela foi colocada em uma estru​tura fletida para relaxar os músculos abdominais
�com um colete de tiras tracionando na direção do oblíquo externo direito. Foram dados exercícios es​pecíficos para os músculos fracos do tronco além do suporte pelo colete. Vários meses após ter sido iniciado o tratamento, a força dos músculos abdo​minais havia melhorado com o oblíquo externo di​reito mostrando um aumento do grau fraco para o grau bom.
No tratamento de pacientes com pólio, torna-se óbvio, em muitas casos, que a fraqueza devido ao alongamento é sobreposta à fraqueza inicial cau​sada pela doença. Como no caso ilustrado, os mús​culos não são reinervados pelo alívio do alonga​mento e da distensão sobre eles. Ainervação existia como um fator latente, mas os músculos alonga​dos eram incapazes de responder até que o alon​gamento e distensão foram aliviados pelo suporte adequado e estimulados com exercícios apropria​dos.
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ANTES
ANTES
DEPOIS
DEPOIS
 
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Casos de Escoliose e Achados dos Testes
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As fotografias a seguir mostram quatro pessoas com tipos e graus variados de escoliose, nenhum deles sendo grave. As informações sobre o tipo de
�curvatura, flexibilidade, comprimento muscular e força muscular de cada pessoa estão registradas embaixo
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Escoliose: Toracolombar Direita
Teste
Resultado
�Escoliose: Torácica Direita, Toracolombar Esquerda
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Inclinação anterior
(sentado) Contorno da coluna
Isquiotibiais Gastrocnêmio-sóTeo Abdominais inferiores Abdominais superiores Oblíquos, esquerdos Oblíquos, direitos Extensores da coluna Psoas, esquerdo Psoas, direito Glúteo médio, esquerdo Glúteo médio, direito Inclinação pélvica anterior Inclinação pélvica lateral
�(-) 7,5cm
Flexão levemente
excessiva, na coluna média
Levemente limitados Normal 6 10 10 10 10
7
10
Nenhuma
Levemente baixa à direita
�Teste
Inclinação anterior
(sentada)
Contorno da coluna Isquiotibiais Gastrocnêmio-sóleo Abdominais inferiores Abdominais superiores Oblíquos, esquerdos Oblíquos, direitos Extensores da coluna Psoas, esquerdo Psoas, direito Glúteo médio, esquerdo Glúteo médio, direito Inclinação pélvica anterior Inclinação pélvica lateral
�Resultado
Normal
Coluna lombar tensa
Normais
Normais
6
4
3
5
10
10
8
10
8
Moderada
Nenhuma
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Nota: A pessoa apresenta encurtamento real da per​na direita. Aumento reto de 1/4 de polegada colocado no calcanhar direito.Proeminência na área lombar direita na inclinação anterior.
�Nota: Rotação anti-horária acentuada. Coluna lom​bar tensa. Indicado exercício para psoas direito na posi​ção sentada. Aumento reto de 3/16 polegadas colocado no calcanhar esquerdo. (Vide exercícios, p. 127.)
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Casos de Escoliose e Achados dos Testes
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Escoliose: Torácica Esquerda, Lombar Direita Leve
�Escoliose: Lombar esquerda
�
 
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Resultado
Teste
Teste
Resultado
 
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�
Inclinação pélvica anterior Nenhuma
Inclinação pélvica lateral Levemente baixa à direita
Nota: Exercício para o psoas esquerdo sentado. Exer​cício em secção transversa contraindo o oblíquo externo esquerdo e oblíquo interno direito (Vide exercícios, p.
127.)
Nota: A pessoa em questão é dançarina e acrobata. Sempre fez espacato com a perna direita para frente. A postura mostra rotação anti-horária. Também fazia "es​trelas" seguidas de um modo que encorajava a mesma rotação. Leve curvatura anterior na área torácica alta.
Inclinação anterior
sentada) Contorno da coluna
Isquiotibiais Gastrocnêmio-sóleo Abdominais inferiores Abdominais superiores Oblíquos, esquerdos Oblíquos, direitos Extensores da coluna Psoas. esquerdo Psoas, direito Glúteo médio, esquerdo Glúteo médio, direito
�+ lOcm
Flexão levemente excessi​va na coluna lombar Normais + Normal 10 10
10
8
10
10
10
�Inclinação anterior
(sentada)
Contorno da coluna Isquiotibiais Gastrocnêmio-sóleo Abdominais inferiores Abdominais superiores Oblíquos, esquerdos Oblíquos, direitos Extensores da coluna Psoas, esquerdo Psoas, direito Glúteo médio, esquerdo Glúteo médio, direito Inclinação pélvica anterior Inclinação pélvica lateral
�(-) 15cm
Bom
Retraídos (60°)
Levemente retraídos
7
10
10
10
10
7
7
Moderada
Nenhuma
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Escoliose e Inclinação Pélvica Lateral
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ESCOLIOSE E INCLINAÇÃO PÉLVICA LATERAL
Se a pelve se inclina lateralmente, a coluna lombar move-se com a pelve em uma posição de curvatura lateral, convexa para o lado baixo. Uma diferença real no comprimento das pernas provoca uma inclinação lateral na posição em pé, mais baixa no lado da per​na mais curta. Uma posição temporária de inclina​ção lateral pode ser demonstrada ficando em pé com um aumento sob um pé.
Um exemplo de um problema muscular que foi identificado como causa contribuinte para escoliose entre pacientes de pólio é a retração unilateral do tensor da faseia lata e banda iliotibial. O efeito dessa retração é produzir uma inclinação pélvica lateral da pelve, mais baixa no lado da retração. A existência de retração unilateral dessas estruturas não se limi​ta a pessoas com alguma etiologia conhecida; ela é comum entre os indivíduos chamados normais.
Menos compreendido, porém igualmente importan​te, é o fato de que fraqueza unilateral pode resultar em inclinação pélvica lateral. A fraqueza dos abdutores do quadril direito como um grupo ou, mais especificamente, do glúteo médio direito posterior, permite que a pelve se eleve no lado direito, incli​nando-se para baixo no lado esquerdo. Do mesmo modo, a fraqueza dos músculos laterais esquerdos do tronco permite que o lado esquerdo da pelve se incli​ne para baixo. Essas fraquezas podem estar presen​tes separadamente ou em combinação-mais frequentemente em combinação.
Na posição sentada, a inclinação pélvica lateral acompanhada por uma curvatura lateral na espinha será resultado de fraqueza unilateral e atrofia do músculo glúteo máximo.
DOMINÂNCIA EM RELAÇÃO À ESCOLIOSE A combinação de pronação do pé esquerdo, retração da banda iliotibial esquerda e fraqueza do glúteo mé​dio direito, adutores de quadril esquerdos e abdomi​nais laterais esquerdos é vista frequentemente en​tre indivíduos destros que também exibem uma curvatura esquerda funcional. A maioria das pesso​as não desenvolve uma escoliose, mas naquelas que a desenvolvem ocorre uma predominância de curva​turas torácicas direitas e lombares esquerdas. Ocor​re também uma predominância de pessoas destras em nossa sociedade e muitas atividadese posições posturais predispõem essas pessoas a problemas de desequilíbrio muscular que são somente descobertos através de teste muscular manual preciso e adequa​do. Entre os indivíduos sinistros, os padrões tendem a ser o oposto mas com frequência um pouco menor, provavelmente porque essas pessoas precisam con​formar-se quanto a executar muitas atividades ou assumir posições que são elaboradas para uso com a mão direita. O desequilíbrio muscular relacionado com a dominância está ilustrado nas pp. 89 e 90.
�MAUS HÁBITOS POSTURAIS
E importante reconhecer os hábitos posturais de uma criança nas várias posições do corpo quando em pé, sentada e deitada. Para um indivíduo destro senta​do em uma carteira escrever, a posição é aquela onde o corpo (ou parte superior do corpo) está rodado leve​mente anti-horário, o papel está virado diagonalmente sobre a carteira e o ombro direito está levemente para frente.
Se uma mala escolar é carregada através de uma tira sobre o ombro esquerdo, e a criança mantém aquele ombro levantado para evitar que a tira escor-
Às vezes as crianças assumem uma posição de decúbito lateral sobre o chão ou a cama para fazer seus deveres de casa. Uma pessoa destra deitará sobre o lado esquer​do de modo que a mão direita fique livre para escrever ou virar as páginas de um livro. Tal posição coloca a coluna em uma curvatura esquerda.
Sentar sobre um pé (p. ex., pé es​querdo) faz com que a pelve incli​ne-se para baixo sobre o lado es​querdo e para cima sobre o lado direito porque a nádega direita é levantada pelo apoio sobre o pé es​querdo. A coluna curva-se para a esquerda.
regue, ocorre uma tendência para que a coluna se curve para a esquerda.
Crianças que estejam engajadas em atividades assimétricas repetidas, vocacionais ou recreacionais, têm propensão a desenvolver problemas de desequilíbrio muscular que podem levar a desvios laterais da coluna.
Quando a coluna habitualmente curva-se para o mesmo lado em diferentes posições posturais, isso torna-se uma questão de preocupação com respeito à correção ou prevenção de uma escoliose inicial.
Os problemas associados com pronação de um pé e não do outro, e do hábito de ficar em pé com um joelho levemente fletido—que é um problema caso seja sempre o mesmo joelho que vá ser fletido-não devem ser ignorados (vide p. 367). E lógico que o desequilíbrio da musculatura do quadril e as más posições dos pés ou pernas, que resultam em inclinação pélvica late​ral, se acham mais intimamente relacionados com as curvaturas lombares ou toracolombares primári​as que com as curvaturas torácicas primárias.
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Exercícios
 
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ime:r.c;s para pro-.- A s-e.r_ir _ir:. ;-xemplo:
:•:•: determinado que Ar-eííoa em questão
— iifí exercício; de alongamen-
-.m: eíz^aca: :• iT.di uma perna
* i :rrm rara :raí Rotineiramen-í*e i:*a r.a :'rer.:e e atras na
* -m"-:* ru^/itura i:rr::a r.a área
í-i-a; se :r.;ere r.as vértebras i; :rar.;ver;o; e discos mMscu-o p-oae tracionar dire-r,a. 5«e a eo.ur.a e ainda flexí-luerciada por uni exercício. aosamerte. que ajude a cor-L» esercic::- e feito na posição uma me;a cem os joelhos rncientes .V:::- t1 feito em rrar.de es:orçc e feito como ir a coxa direita em flexão. rc:a sur.cier.te por um assis-; c-esic-a para impedir movi-ric' :;;o. a força não é dissi-da C0'xa ma; e exercida sobre i-a para a direita. es: mostram A a curva em S ser.tada. B o efeito um tan-exercitar o iliopsoas esquer-e c-cc-rr-e auando se exercita o
�iliopsoas direito, e (D) a correção global quando se adiciona o exercício apropriado para corrigir a cur​vatura torácica.
Com respeito à correção da curvatura torácica, a pessoa alcança uma díreção diagonalmente para cima. levemente para frente com relação ao plano coronal, sentada ereta com a coluna no melhor ali​nhamento ântero-posterior possível. A meta é pra​ticar a manutenção da posição corrigida para de​senvolver um novo senso cinestésico daquilo que é reto. Aposição defeituosa se torna tão costumeira que a posição reta é sentida como anormal.
A pessoa que monitora esse exercício deve ficar em pé ao lado do sujeito enquanto o exercício está sendo feito para certificar-se que as duas curvatu​ras estão sendo corrigidas ao mesmo tempo. Como as curvas variam bastante, a monitoração cuida​dosa é necessária para evitar ênfase na correção de uma curvatura às custas da outra.
Em uma escoliose torácica direita, lombar es​querda, ocorre com frequência fraqueza da parte póstero-lateral do músculo oblíquo externo direito e encurtamento da parte anterior superior do oblí​quo externo esquerdo. Em decúbito dorsal, a pes​soa coloca a mão direita sobre a parede torácica lateral direita e a mão esquerda sobre o lado es​querdo da pelve. Mantendo as mãos posicionadas, o objetivo do exercício é aproximar as duas mãos através da contração dos músculos abdominais, sem fletir o tronco. É como se a parte superior do corpo mudasse em direção à esquerda e a pelve mudasse em direção à direita. Não permitindo a flexão do tronco, e contraindo as fibras posteriores laterais do oblíquo externo, ocorre uma tendência para alguma rotação anti-horária do tórax no sen​tido da correção da rotação torácica que acompa​nha uma curvatura torácica direita.
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Suportes
 
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Muito frequentemente, casos iniciais de curva​tura lateral são "tratados" meramente pela obser​vação e raio-x em intervalos específicos. Tendênci​as precoces para uma curvatura lateral são potencialmente mais sérias que os desvios ântero-posteriores vistos nas posturas defeituosas usu​ais. A instrução sobre boa mecânica corporal e exer​cícios posturais apropriados, mais a alteração de calçado necessária para assistir mecanicamente na correção do alinhamento constitui um tratamento mais racional e não mera observação.
A correção da inclinação pélvica lateral associa​da com uma curvatura pode ser auxiliada por ele​vação apropriada no salto. A cooperação da pessoa é de importância vital. As elevações precisam ser usadas em todos os calçados e pantufas. Mas não há elevação de calçado que possa ajudar se a pes​soa continuar a ficar em pé com o peso predomi-nantemente sobre uma perna com o quadril mais elevado e com o joelho fletido no lado da elevação.
Para uso de uma elevação junto com um tensor da faseia lata e banda iliotibial retraídos, veja a p. 60. Veja a p. 224 sobre o uso de elevação no calça​do oposto para aliviar sobrecarga sobre um glúteo médio enfraquecido.
Junto com o uso de exercícios apropriados, é importante evitar exercícios que exerçam um efei​to adverso. Existe um risco inerente em aumentar a flexibilidade global da coluna. Os ganhos de fle​xibilidade no sentido da correção das curvaturas é indicado, desde que a força também aumente de modo a manter as correções. Se a pessoa apresen​ta o potencial de ganhar força, e é dedicada a um programa estrito de exercícios de fortalecimento e ao uso de suporte, exercícios que aumentem a fle​xibilidade podem surtir o efeito desejado.
Uma pessoa que esteja desenvolvendo uma cifoescoliose junto com lordose não deve fazer exer​cícios de extensão da coluna em decúbito ventral. No esforço de conseguir uma melhor extensão da coluna superior, o problema da coluna lombar au​menta. A extensão da coluna superior pode ser fei​ta sentado sobre um banquinho com a coluna con​tra a parede, mas a coluna lombar não deve arquear-se em um esforço para fazer parecer que a coluna superior está reta. Nesse mesmo exem​plo, exercícios abdominais "superiores" através de exercícios de sentar a partir da posição deitada devem ser evitados mesmo que os abdominais su​periores estejam fracos. O exercício se torna con​traproducente porque a flexão do tronco ocorre com o curvamento da coluna superior. Quando existe uma cifoescoliose em desenvolvimento, esse exer​cício aumenta a curvatura cifótica. Exercícios dos abdominais inferiores, na forma de inclinação pélvica, ou inclinação pélvica e deslizamento da perna, enfatizando a ação do oblíquoexterno, po-
�dem, contudo, ser fortemente indicados. (Vide p. 158.)
A significância do desequilíbrio muscular e da postura defeituosa geral como fatores etiológicos na escoliose idiopática não deve ser ignorada. A escoliose é um problema postural complexo. Como tal, ela pede procedimentos de avaliação minucio​sos para determinar a existência de fraqueza ou retração de músculos que resultem em distorção do alinhamento. A verificação pode vir somente através de testagem repetida, mas o teste precisa ser feito com precisão. Deve-se apegar aos princí​pios sobre os quais está fundamentado o teste muscular manual. (Vide p. 179.) O uso de uma ala​vanca longa sempre que for apropriado é vitalmen​te importante para distinguir diferenças de força de alguns dos músculos grandes (p. ex., abdutores de quadril) quando comparado um lado com o ou​tro.
SUPORTES
Além dos exercícios e de correções de calçados apro​priadas, muitos pacientes iniciais de escoliose pre​cisam de algum suporte. Pode ser que somente um suporte do tipo colete seja necessário, ou, como em casos mais avançados, um suporte mais rígido. Os Kendalls criaram muitos desses suportes rígidos.
Na ilustração da página oposta, a pessoa está usando um colete de celulose removível do tipo frequentemente usado em casos de escoliose. O procedimento para fazer esse colete é descrito a seguir.
A pessoa era colocada na posição em pé com uma tração na cabeça exercida por uma tipóia de cabe​ça de Sayre. Era usada uma elevação sob o calca​nhar para nivelar a pelve e eram colocadas tiras de fita adesiva ou moleskin diagonalmente desde a caixa torácica até a crista ilíaca oposta para ob​ter a melhor correção possível da posição do tron​co antes de ser feito o molde original. Para meni​nas, era colocado um soutien com pequeno enchimento extra sob o forro do molde para per​mitir espaço para o desenvolvimento das mamas.
Em seguida era modelado e seco o molde positi​vo, eram feitos ajustes adicionais aparando leve​mente no lado da convexidade e acrescentando uma quantidade igual de gesso nos locais da concavidade no mesmo nível para manter as me​didas de circunferência necessárias. O colete era então feito sobre o molde de gesso.
Atualmente, existem muitos materiais mais novos que proporcionam maior versatilidade e fa​cilidade de manuseio, mas os princípios básicos para o uso de suportes permanece com pouca mu​dança: Obter o melhor alinhamento possível; per​mitir expansão na área da concavidade; aplicar pressão na área da convexidade na extensão tole​rada sem efeitos adversos ou desconforto.
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Importância da Intervenção Precoce
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IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO PRECOCE
Ao invés de esperar para ver se uma curvatura vai piorar antes de decidir fazer algo a respeito, por que não tratar o problema para ajudar a impedir que a curvatura piore?
Fazer algo nos estágios bem iniciais de tratamen​to de uma curvatura lateral não significa envolver-se em um programa vigoroso de exercícios ativos, mas, ao invés, prescrever alguns poucos exercícios seleci-onados cuidadosamente que ajudem a estabelecer um senso cinestésico de bom alinhamento. Significa pro​porcionar boa instrução para o paciente e seus pais sobre como evitar posições habituais ou atividades que claramente conduzem ao aumento da curvatura.
Pode significar tirar uma foto da coluna da crian​ça na posição usual de sentar e ficar em pé e tirar outra na posição corrigida de modo que a criança pos​sa ver o efeito que o exercício exerce sobre a postura. Também significa proporcionar incentivos que aju​dem a manter a pessoa interessada e cooperativa, já que a obtenção da correção é um projeto contínuo.
Para outros cujas curvaturas tenham-se tornado avançadas, é necessário e aconselhável, em muitos casos, proporcionar algum tipo de suporte de modo a manter a melhora de alinhamento que foi obtida atra​vés do programa de exercícios.
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Nota Histórica
Henry O. Kendall foi o primeiro fïsioterapeuta na Childrens Hospital School em Baltimore e começou seu trabalho em junho de 1920. A seguir apresen​tamos uma cópia de algumas anotações escritas à mão feitas por ele, no início dos anos 30, com relação à escoliose.
Não devem ser tentados exercícios simétricos. Deve ser feito um exame muscu​lar cuidadoso e os músculos devem ser classificados de acordo com sua força. Se um grupo ou um músculo estiver forte demais para seu antagonista, tal músculo ou grupo deve ser alongado e o antagonista mais fraco treinado até ter força suficiente para competir com ele.
Ao examinar mais de uma centena de casos de curvatura lateral, eu ainda estou por ver um caso com músculos eretores da espinha fracos; cada um dos casos que examinei foi capaz de hiperestender a coluna contra a gravidade e na maioria dos casos também contra resistência.
A fraqueza muscular era quase sempre encontrada nos músculos abdominais laterais, abdominais anteriores, pélvicos, dos quadris e pernas. Essa fraqueza fazia com que o corpo se desviasse ou do plano mediano lateral ou do plano medi​ano anterior-posterior, fazendo com que o paciente compensasse o desvio substi​tuindo outros músculos de modo a manter o equilíbrio. Ao fazer a substituição, o paciente invariavelmente desenvolve músculos que causam movimentos rotató​rios laterais e é fácil entender por que a curvatura lateral ocorre com rotação.
Ao corrigir o desequilíbrio muscular nós atingimos a causa primária de mui​tos casos de curvatura lateral.

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