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Direito Civil II Arts 184 ao 232 Parte Geral Ato Ilícito Prescrição e Prova.

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TÍTULO II
DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS
Dispõe o artigo 185 do Código Civil que, aos “atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior”. 
Os atos jurídicos em geral são ações humanas lícitas ou ilícitas:
LÍCITOS – são os atos humanos a que a lei defere os efeitos almejados pelo agente. Praticados em conformidade com ordenamento jurídico, produzem efeitos jurídicos voluntários, queridos pelo agente. Dividem-se em ato jurídico em sentido estrito (Exemplo- Ocupação decorrente da pesca, em que basta a simples intenção de tornar-se proprietário da res nullius, que é o peixe), negócio jurídico (Exemplo- contrato de compra e venda) e ato-fato jurídico (Exemplo- encontro de tesouro, que demanda apenas o ato material de achar, independentemente da vontade ou consciência do inventor).
ILÍCITOS – por serem praticados em desacordo com o prescrito no ordenamento jurídico, embora repercutam na esfera do direito, produzem efeitos jurídicos involuntários mas impostos por esse ordenamento. Em vez de direitos, criam deveres e geram a obrigação de reparar o prejuízo. (Arts 186,187 e 927).
TÍTULO III
DOS ATOS JURÍDICOS ILÍCITOS
O capítulo referente aos atos ilícitos, no Código Civil, contém apenas três artigos (Arts 186, 187 e 188). Mas a verificação da culpa e avaliação da responsabilidade regulamenta-se pelos arts. 927 a 943 (“Da obrigação de Indenizar”) e 944 a 954 (“Da Indenização”).
CONCEITO: O Ato ilícito é, portanto, fonte de obrigação: a de indenizar ou ressarcir o prejuízo causado. É praticado com infração a um dever de conduta, por meio de ações ou omissões culposas ou dolosas do agente, das quais resulta dano para outrem. A obrigação de indenizar decorre, pois, da existência da violação de direito e do dano, concomitantemente. Em suma, poder-se-ia dizer que o ato ilícito é aquele praticado com infração a um dever e do qual resulta dano para outrem. Dever legal, ou dever contratual.
Quando alguém descumpre uma obrigação contratual pratica um ilícito contratual e seu ato provoca reação da ordenação jurídica, que impõe ao inadimplente a obrigação de reparar o prejuízo causado. O preceito que regula a responsabilidade contratual se encontra no artigo 389 do Código Civil: “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecido, e honorários de advogado”.
Nessa relação jurídica existe um liame convencional entre o agente e a vítima do dano. Exemplo: O inquilino que deixa de pagar o aluguel falta a um dever decorrente do contrato e, por conseguinte, constitui-se responsável pelo prejuízo que causou.
Por vezes, entretanto, o ilícito se apresenta fora do contrato. Quando isso ocorre, nenhuma ligação de caráter convencional vincula o causador à vítima do dano. Aquele que infringiu uma norma legal por atuar com dolo ou culpa, violou um preceito de conduta de que resultou prejuízo para outrem. Deve, portanto, indenizar. Exemplo: O motorista que, por dirigir distraidamente seu veículo, atropela um transeunte, causa-lhe prejuízo. Sua atitude culposa representa infração a um dever legal. Deve, por isso, reparar o dano causado, indenizando a vítima das despesas de tratamento, bem como repondo aquilo que a vítima deixou de ganhar em sua inatividade. Trata-se de uma responsabilidade extracontratual, ou aquiliana, que se fundamenta, no direito brasileiro, no Código Civil, Artigo 186:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
A infração à norma de conduta pode ser mais ou menos intensa.
Quando ela consiste na violação de um preceito de ordem penal, a reação do ordenamento jurídico é mais violenta e pode conduzir à aplicação de uma pena consistente em castigo corporal ou em multa.
Quando a infração não ofende a um princípio daquela natureza, mas causa dano a terceiro, a relação que se estabelece entre as partes se confina à ordem civil, resultando apenas o dever de indenizar. Todavia, não raro, a infração da norma penal provoca conseqüências criminais e civis, porque do fato, ademais, deriva prejuízo patrimonial para a vítima. Assim, por exemplo, no caso de homicídio. Há infração do preceito do artigo 121 do Código Penal, sujeitando o delinqüente à pena de prisão. Mas, como tal fato causa dano à família do morto, a lei sujeita o agente ao pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral, o luto da família e ao dever de fornecer pensão alimentícia às pessoas a quem o defunto a devia. (Art. 948 C.C.).
ESTUDO DOS PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILDIADE AQUILIANA:
Do exame do Artigo 186 do Código Civil, verifica-se que vários são os pressupostos necessários para que a responsabilidade emerja. Com efeito, para se apresentar o dever de reparar, necessário se faz: a)-que haja uma ação ou omissão, por parte do agente; b)-que a mesma seja causa do prejuízo experimentado pela vítima; c)-que haja ocorrido efetivamente um prejuízo; e d)-que o agente tenha agido com dolo ou com culpa. 
A)- AÇÃO OU OMISSÃO DO AGENTE – O ato ilícito pode advir não só de uma ação, mas também de omissão do agente. Em todo caso decorre sempre de uma atitude, quer ativa, quer passiva, e que vai causar dano a terceiro. 
A atitude ativa consiste em geral no ato doloso ou imprudente, enquanto a passiva, via de regra, retrata-se pela negligência. Exemplo: O empresário de um circo que esquece a porta da jaula aberta, permitindo que uma fera ataque espectadores, pratica ato ilícito por omissão, pois não tomou as medidas de segurança que lhe cumpria tomar. A omissão só ocorre quando o agente, tendo o dever de agir de determinada maneira, deixa de fazê-lo.
B)- RELAÇÃO DE CAUSALIDADE – Necessário se faz que, entre o comportamento do agente e o dano causado, se demonstre relação de causalidade.
Exemplo: assim, provado que a vítima se lançou propositadamente sob as rodas de um automóvel em alta velocidade, pois tinha o intuito de suicidar-se, não surge a relação de causalidade entre o ato imprudente do agente e o evento lamentado. Tal pressuposto é importante, porque na maioria das vezes incumbe à vítima provar tal relação.
C)- EXISTÊNCIA DE DANO – O terceiro elemento caracterizador da responsabilidade consiste na existência do dano. Em rigor, se alguém atua culposa ou dolosamente, mas não infringe a norma penal nem causa dano a terceiros, seu ato não gera qualquer conseqüência, pois a questão da responsabilidade civil só se apresenta em termos de indenização e esta só é possível se ocorrer prejuízo.
D)- DOLO OU CULPA DO AGENTE – Finalmente, para emergir a responsabilidade civil, é necessário que o agente do dano tenha agido dolosa ou culposamente. Age com dolo aquele que, intencionalmente, procura causar dano a outrem; ou ainda aquele que, consciente das conseqüências de seu ato, assume o risco de provocar o evento danoso. 
Atua culposamente aquele que causa prejuízo a terceiro em virtude de sua imprudência, imperícia ou negligência. Aqui existe infração ao dever preexistente de atuar com prudência e diligência na vida social. Exemplo: o motorista que, conduzindo imprudentemente seu automóvel, atropela um passante, age com culpa e, por isso, deve reparar o prejuízo causado. Se, ao invés, apenas deixa seu veículo num declive, sem o frear devidamente, de modo que o mesmo desliza e destrói um bem alheio, comporta-se com negligência, e caracterizada se manifesta sua culpa, devendo, por igual, reparar o dano causado.
 
O Código Civil de 1916, adotando a orientação do Código Civil alemão, tratou tanto os atos dolosos como os culposos sob a rubrica de atos ilícitos, pois o efeito por qualquer deles gerado é sempre o mesmo, isto é, o dever de indenizar. 
A idéia de culpa envolve a de imputabilidade; e esta a de capacidade. De sorte que o menorimpúbere ou os amentais, em rigor, não podem ser responsabilizados, a não ser através das pessoas em cuja guarda se encontram. 
O Código Civil de 2002, mantendo como tal a regra geral, entretanto criou uma importante exceção. Com efeito, o caput do Art. 944 consigna a regra geral, ao dizer que a indenização se mede pela extensão do dano, mas o parágrafo único traz a exceção, considerando o grau de culpa. Transcrevemos o dispositivo:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
 EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE. (CULPA DA VÍTIMA, CONCORRÊNCIA DE CULPA, CASO FORTUITO OU DE FORÇA MAIOR).
Faltando qualquer dos pressupostos mencionados, não se configura a responsabilidade. Ela pode, portanto, ser ilidida se provado ficar que não houve dano, ou culpa do agente, ou relação de causalidade. Aliás, a melhor defesa, nas ações de responsabilidade civil, consiste na demonstração da culpa da vítima, ou da existência de caso fortuito ou de força maior.
 
A culpa da vítima pode ser exclusiva, ou concorrente com a culpa do agente. No primeiro caso, ela exclui a responsabilidade, porque cessa a relação de causalidade entre o ato do agente e o evento danoso; no segundo, ela se atenua, porque a vítima também contribui para o dano com sua própria negligência ou imprudência. Nesta última hipótese, o julgador fixará a indenização em cifra inferior ao prejuízo, porque ambas as partes concorreram para seu advento e não é justo que só uma delas o sofra por inteiro.
 
Se o fato foi provocado por força maior ou caso fortuito, cessa igualmente a responsabilidade, pois a presença de uma dessas circunstâncias elimina a idéia de culpa, e sem culpa não há, via de regra, responsabilidade.
O Código Civil define tais expressões no parágrafo único do Art. 393: “O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir".
A inexistência de culpa torna incabível a ação de indenização, constituindo, portando, a alegação e prova da existência do caso fortuito ou de força maior meio de defesa eficaz do réu.
TENDÊNCIA DE EVOLUÇÃO NA TEORIA DA RESPONSABILIDADE CIVIL – RISCO:
Já descrevemos que a responsabilidade se baseia na idéia de culpa. Só provada a culpa do agente é que emerge a necessidade de reparar o dano. Tal idéia, tradicional no direito romano, inspirou as várias legislações, inclusive a nossa, que consagrou o princípio no art. 186 do Código Civil. 
Todavia, ao ver de muitos juristas, ela é insuficiente para atender aos problemas que a vida atual apresenta. O desenvolvimento da ciência, o progresso do maquinismo, a multiplicação e mecanização dos meios de transportes trouxeram um aumento brutal dos acidentes, criando um estado de coisas que não se compara com o do passado. Não podendo evitar desse crescente número de vítimas, mister, ao menos, proporcionar a elas os meios adequados para se indenizarem. 
Dentro da rigidez da teoria da culpa, não se encontram meios para obter amplo ressarcimento do dano, porque, para alcançar a indenização, necessário se faz que a vítima prove não só o ato do agente e o dano sofrido, como também a relação de causalidade e, principalmente, a culpa do réu. Como poderá o pobre pedestre, atropelado em lugar ermo e no meio da noite, provar que o automóvel que o colheu vinha com luzes apagadas, ou trafegava em excesso de velocidade? Como poderá o viajante que caiu do trem demonstrar que os empregados da estrada negligenciaram em fechar as portas do vagão, ao sair o comboio da última estação? Exigir prova adequada em casos semelhantes eqüivale a deixar sem reparação a vítima do acidente.
No sentido de remediar os inconvenientes advindos da estreiteza da teoria da culpa, e com o escopo de facilitar à vítima a obtenção de justa reparação, alguns procedimentos técnicos foram adotados pela lei e pela jurisprudência. Entre eles, cabe distinguir:
a) o acolhimento da noção de abuso de direito;
b) o acolhimento da idéia de culpa negativa;
c) a admissão, em muitos casos, da presunção de culpa do agente causador do dano;
d) o enquadramento, em outros, da responsabilidade dentro do campo do contrato;
e) a adoção, em determinadas hipóteses, da teoria do risco.
Através da idéia de abuso de direito amplia-se o conceito de culpa, pois se vai admitir que, mesmo agindo dentro dos quadros de sua prerrogativa, pode o agente ser obrigado a reparar o dano causado, se a não usar regularmente.
 A noção de falta negativa também envolve uma amplitude da idéia de culpa, pois através dela se admite a possibilidade de alguém ter de reparar prejuízo decorrente de mera omissão de sua parte. Assim, se o proprietário de um prédio conserva um elevador obsoleto, que oferece perigo, quando podia substituí-lo por um mais moderno e mais seguro, torna-se responsável, em virtude de sua omissão, pelo dano sofrido pela vítima de acidente ocorrido com tal aparelho.
 Ao propor ação de indenização a vítima do dano deve, ordinariamente, provar o alegado, pois, regra geral do processo, é a de que actori incumbit probatio. Ora, tal prova não raro se apresenta impossível, como já foi mencionado. De modo que em alguns casos a lei, ou a jurisprudência, reverte o ônus da prova, presumindo a culpa do agente causador do dano e permitindo apenas, que ele prove sua não-culpa. Portanto, em vez de o autor ter de provar a culpa do réu, é este quem deve provar sua não-culpa. Assim, por exemplo, a lei presume culpado o guarda do animal pelo dano por este causado, permitindo, entretanto, que o contrário seja demonstrado (CC, art. 936). 
Na responsabilidade contratual, não precisa o contratante pontual provar a culpa do inadimplente, para obter reparação das perdas e danos. Basta-lhe provar o inadimplemento, para que a regra do art. 389 do Código Civil opere. 
Ora, se ficar assentado que determinada responsabilidade é contratual, e não aquiliana (extracontratual) basta a prova do dano, para surgir o dever de indenizar, cumprindo, por conseguinte, ao agente demonstrar que ocorreu a força maior, ou outra excludente da responsabilidade, se quiser fugir a tal obrigação. 
Figure-se o exemplo do transporte em auto de aluguel, em que o passageiro é ferido em desastre no caminho. Se se entender que a responsabilidade é aquiliana, cumprirá à vitima provar a culpa do motorista; se, entretanto, entender-se que entre as partes se estabeleceu um contrato de transporte, no qual o transportador assumiu a obrigação de conduzir a vítima, incólume, ao lugar de destino, basta provar que tal resultado não foi alcançado, para que surja o dever de indenizar o dano sofrido. Pode, é verdade, o transportador ilidi-lo, se provar a ocorrência de força maior.
 e) Finalmente, o procedimento mais audaz se encontra na adoção da teoria do risco, ou seja, na da responsabilidade objetiva. Ela independe da existência de culpa e se baseia na idéia de que a pessoa que cria o risco deve reparar os danos advindos de seu empreendimento. 
Naqueles casos em que se admite a responsabilidade informada pelo risco, não é mister se provar a culpa do agente, bastando que se evidencie a relação de causalidade entre o ato e o prejuízo. 
Nenhuma legislação adota integralmente tal concepção. Em alguns casos, entretanto, o legislador determina sua aplicação, ordenando que a reparação decorra do advento do dano.
No sistema brasileiro, encontramos três casos em que aparece a responsabilidade objetiva: na Lei de Acidentes do Trabalho; no Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei n. 7565, de 19-12-1986), em referência aos prejuízos causados por objetos caídos de aeronaves e aos danos causados por suas manobras em terra; e no Decreto n. 2.681/12, em relação aos prejuízos causados pelas estradas de ferro aos proprietários marginais. Nestas hipóteses, o problema da culpa não se propõe; a responsabilidade é objetiva,e o dever de indenizar emerge da existência de uma relação de causalidade entre o fato gerador do prejuízo e este. Verdade que, ainda aqui, a responsabilidade pode ser ilidida pela prova da ocorrência de força maior. Mas nesta hipótese, desaparece a relação de causalidade.
RESPONSABILIDADE POR ATO PRÓPRIO E POR ATO DE TERCEIRO
A responsabilidade pode decorrer de ato próprio do agente, ou de ato de pessoa por quem se é responsável. Assim, o pai responde pelos atos dos filhos que estiverem em seu poder e em sua companhia; o tutor e o curador, pelos atos do pupilo ou do curatelado; o preponente, pelos atos do preposto etc. (CC, art. 932).
ATOS CAUSADORES DE DANO “NÃO” CONSIDERADOS ILÍCITOS: 
Atos há que causam dano a terceiros e que, contudo, não se enfileiram entre os ilícitos. São os referidos no art. 188 do Código Civil, isto é, os praticados em legítima defesa, ou no exercício regular de um direito, ou em estado de necessidade. Veremos, de passagem, cada uma das hipóteses:
1) – A LEGÍTIMA DEFESA
Diz a lei não constituir ato ilícito o praticado em legítima defesa.
Vimos que, em regra, a defesa dos direitos se processa pelo Poder Judiciário. Todavia, por vezes, a lei confere a um indivíduo e, excepcionalmente, um meio direto de preservação de seu direito subjetivo. A legítima defesa é um exemplo típico.
Em rigor, quando alguém é agredido, ou ameaçado, deve recorrer ao Poder Judiciário para obter reintegração do seu direito ou forças para defendê-lo da ameaça. Todavia, o próprio legislador, imaginando as dificuldades que se tem de vencer para alcançar a proteção do Poder Público, cujas providências poderiam chegar tarde demais, defere à vítima da agressão, excepcionalmente, o direito de reagir e defender-se com suas próprias forças. Por consistir em um meio direto de defesa, autorizado pela própria lei, dá-se-lhe o nome de legítima defesa.
Além da regra geral do art. 188, o Código Civil a consagra em outro dispositivo. Trata-se do Art.1.210, parágrafo primeiro, ao ensejo da posse, quando preceitua que o possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo. 
Colhem-se no Código Penal os requisitos necessários para que tal defesa direta seja legítima. Com efeito, para que isso se dê, mister se faz:
a) que a ameaça ou agressão seja iminente;
b) que ela seja injusta;
c) que os meios empregados sejam moderados, isto é, proporcionais à agressão.
Se a agressão ou ameaça é remota, deve o ameaçado recorrer às vias de direito; se ela é justa, não se justifica a reação; e, finalmente, se a reação ultrapassa o necessário para repelir a agressão, surge um excesso culposo, que o direito não legitima.
2) - O ABUSO DE DIREITO
Não constituem, igualmente, atos ilícitos aqueles decorrentes do exercício normal de um direito. É a aplicação do velho brocardo romano, segundo o qual neminem laedit Qui suo jure utitur, isto é, não causa dano a outrem que utiliza um seu direito.
Tal preceito já não representa uma verdade incontestável, pois a utilização de um direito só não constituirá ato ilícito se o seu titular o exercer regularmente. É o que proclama a lei. Daí decorre que, se o seu exercício foi irregular, há iliceidade.
 No dispositivo do art. 160, I, 2a parte, acolhia o Código Civil de 1916 a teoria do abuso de direito, segundo a qual, mesmo atuando dentro do âmbito de sua prerrogativa, podia a pessoa ser obrigada a indenizar dano causado, se daquela fez um uso abusivo.
Hoje, o Código de 2002 traz regra específica a respeito. Com efeito, dispõe o art. 187 do atual diploma:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
O aparecimento de tal concepção, como já mencionado, deve-se à evolução do problema da responsabilidade civil. Surge tímida, a princípio, condenando aqueles atos de emulação em que o titular do direito o exerce apenas para prejudicar terceiros. Assim, por exemplo, é abusivo o ato do proprietário que, com a finalidade de prejudicar o vizinho, ergue enorme chaminé em seu prédio, tão-só para deitar sombra sobre o do confrontante; também o é o daquele que, podendo colher água bastante em poço pouco profundo, escava desmedidamente o seu para privar de água os proprietários lindeiros.
Muitos escritores entenderam que a idéia de abuso de direito não podia cincunscrever-se apenas aos atos já praticados por espírito de emulação. Assim, aos poucos, julgados a ampliaram, para admitir como abusivos aqueles atos que, embora sem a intenção de prejudicar, causavam dano em virtude de o titular usar seu direito de maneira inconsiderada. E ainda aqueles outros em que o direito é usado sem interesse legítimo.
 
As faculdades são conferidas ao homem tão-só para a satisfação de seus interesses legítimos. Se há interesse legítimo, não há abuso e o titular pode responder, vitoriosamente, à vítima lesada por seu ato. Se tal interesse não se apresenta, o ato é abusivo. 
A teoria atingiu seu pleno desenvolvimento com a concepção segundo a qual há abuso de direito quando ele não é exercido de acordo com a finalidade social para a qual foi conferido, pois, os direitos são conferidos ao homem para serem usados de uma forma que se acomode ao interesse coletivo, obedecendo à sua finalidade, segundo o espírito da instituição.
Tal idéia, parece ter sido adotada pelo legislador brasileiro, ao preceituar no art. 5o da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro que: Art. 5o. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
3-) - ATOS PRATICADOS EM ESTADO DE NECESSIDADE.
Não constitui ato ilícito a destruição ou deterioração de coisa alheia a fim de remover perigo iminente (Art. 188, II, do C.C.). É a hipótese do ato praticado em estado de necessidade, em que, não havendo outro meio para evitar mal maior, sacrifica-se um valor patrimonial de terceiro, para impedir catástrofe. É o caso da destruição de um prédio onde surgiu incêndio, para salvar o quarteirão; ou do sacrifício de um automóvel alheio, para salvar vida humana.
 Ordinariamente, o ato seria ilícito, porque ninguém pode destruir um bem alheio, mas, dadas as circunstâncias e tendo em vista a finalidade que o inspirou, a lei declara lícito. Dessa maneira, por exemplo, quem mata um cão de outrem pratica ato ilícito, mas, se o animal se encontra atacado de hidrofobia, ameaça morder outras pessoas, o ato de quem o eliminou passa para o campo da liceidade, porque teve por escopo evitar perigo iminente.
Assim julgou o Tribunal de SP. Esta Corte decidiu, também, outra hipótese característica. Um mecânico despejava gasolina no carburador de um automóvel quando o chofer acionou estabanadamente a partida, deitando fogo à essência. O mecânico lançou à rua a lata que tinha em mão, para evitar que o incêndio se propagasse por toda a garagem, porém seu ato provocou a destruição de pequena carroça que passava pelo local. Entendeu-se que o ato danoso foi praticado em estado de necessidade e, portanto, não era ilícito.
A lei, entretanto, fixa dois requisitos para que o ato escape à censura de ilícito. Impõe:
que as circunstâncias o tornem absolutamente necessário;
que não exceda os limites do indispensável para a remoção do perigo.
O Art.929 do C.C. “Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do Inc II do Art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhe-á direito à indenização do prejuízo que sofreram”.
O Art. 930 do C.C. trata da matéria determinando que, se o dono da coisa destruída ou deteriorada não for culpado do perigo, o autor do dano o reparará, cabendo-lhe, entretanto, ação regressiva contra o terceiro que o causou. Portanto, embora a lei declara não ser ilícito o ato praticado em estado de necessidade, sujeita seu autor a reparar o prejuízo causado.
TÍTULO IV
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIADentro do Livro III da Parte Geral do Código Civil, o legislador, depois de disciplinar no Título I o “Negócio Jurídico”, no Título II os “Atos Jurídicos” e no Título III os “Atos Ilícitos”, consagra o Título IV à “Prescrição e Decadência”.
1. DA PRESCRIÇÃO (Arts. 189 a 206 do CC)
O “tempo” é um fato jurídico natural de enorme importância nas relações jurídicas travadas na sociedade, uma vez que tem grandes repercussões no nascimento, exercício e extinção de direitos.
O decurso do tempo tem grande influência na aquisição e na extinção de direitos, distinguindo-se por duas espécies de prescrição: a extintiva e a aquisitiva.
O Código Civil brasileiro regulamentou a prescrição extintiva na Parte Geral e a aquisitiva nos Direitos das Coisas (Usucapião).
O instituto da prescrição é indispensável à estabilidade e consolidação de todos os direitos. Dispensa a infinita conservação de todos os recibos de quitação, bem como o exame dos títulos do alienante e de todos os seus sucessores, sem limite no tempo. Assim, com a prescrição da dívida, basta conservar os recibos até a data em que esta se consuma, ou examinar o título do alienante e os de seus predecessores imediatos, em um período de dez anos apenas.
O elemento “tempo” é substancial, pois existe um interesse da sociedade em atribuir juridicidade àquelas situações que se prolongam no tempo.
Assim, o “tempo” apresenta-se na prescrição aquisitiva, onde o sujeito desfruta do direito adquirido em razão do extenso período de tempo do exercício de direito, deferindo a incorporação do direito ao seu patrimônio. E, na prescrição extintiva, tolhendo o direito daquele indivíduo que longamente deixou de exercer uma ação que resguardava seu direito subjetivo, perdendo a prerrogativa de utilizá-lo.
Adotou-se a tese da prescrição da pretensão.
1.2 Conceito
A prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia do seu titular no prazo previsto pela Lei. 
Disciplina o art. 189 do CC, “violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que se referem os arts. 205 e 206”.
Cumpre esclarecer que a prescrição atinge diretamente a pretensão�, que é o direito subjetivo do titular do dano de exigir do dever de uma ação ou omissão, o dano suportado.
Requisitos: a)- violação de um direito, com o nascimento da pretensão; b)- a inércia do titular; e c)- o decurso do tempo fixado em lei.
Nessas condições, resta claro que não se sujeitam a prescrição os direitos potestativos ou formativos, que não são direitos a uma prestação e, por isso mesmo, não dão lugar a pretensões que possam prescrever. Tais direitos podem estar sujeitos a prazo decadência, se fixado prazo para o seu exercício.
A prescrição tem por objeto direitos patrimoniais e disponíveis, não afetando, por isso, direitos sem conteúdo patrimonial, direito como os direitos personalíssimos, de estado ou de família, que são irrenunciáveis e indisponíveis, portanto, não prescrevem:
a)- as que protegem os direitos de personalidade, como o direito à vida, à honra, à liberdade, à integridade física ou moral, à imagem, ao nome, às obras literárias, artísticas ou científicas, etc;
b) as que se prendem ao estado das pessoas (estado de filiação, a qualidade de cidadania, a condição conjugal). Não prescrevem, assim, as ações de separação judicial, de interdição, de investigação de paternidade, etc;
c) as de exercício facultativo, em que não existe direito violado, como as destinadas as extinguir o condomínio (ação de divisão ou de venda da coisa comum – Art. 1.320 CC) e de pedir meação no muro do vizinho (Art. 1.297 a 1.327 do CC), etc;
d) as referentes a bens públicos de qualquer natureza, que são imprescritíveis;
e) as que protegem o direito de propriedade, que e perpétuo (reivindicatória);
f) as pretensões de reaver bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito, penhor e mandato;
g) as destinadas a anular inscrição do nome empresarial feita com violação de lei ou do contrato (Art. 1.167 do CC).
1.3 Institutos Afins
Os institutos da preclusão, perempção e decadência, possuem afinidade com a prescrição por também sofrerem influência do decurso do “tempo”.
A preclusão consiste na perda de uma faculdade processual, por não ter sido exercida no momento próprio, impedindo que se renovem as questões já decididas dentro da mesma ação.
A perempção igualmente é de natureza processual e consiste na perda de ação pelo autor contumaz, que deu causa a 03 (três) arquivamentos sucessivos (Art. 268, parágrafo único do CPC). Não extingue o direito material e nem a pretensão, os quais passam a ser oponíveis somente como defesa.
Relativamente a diferença entre prescrição e decadência condiciona o exercício de determinados direitos ao transcurso de um período de tempo, bem como poderá o “tempo” fulminar certos direitos ou as pretensões decorrentes de sua violação, como na decadência e na prescrição extintiva. Para facilitar a distinção, o Código Civil determina ser prazos de prescrição, apenas e exclusivamente os taxativamente discriminados na parte geral, Arts. 205 e 206 do CC, sendo de decadência todos os demais, estabelecidos como complemento a cada artigo que rege a matéria.
A prescrição atinge diretamente a ação (pretensão) e por via oblíqua, faz desaparecer o direito por ela tutelado (o que perece é a ação que protege o direito). A decadência, ao contrário, atinge diretamente o direito (é o próprio direito que perece) e, por via oblíqua, extingue a ação.
1.4 Disposições legais acerca da prescrição
Consoante disposto no Art. 189 do CC, podemos conceituar como linha de posicionamento que sustenta a prescrição, a perda da pretensão ou exigibilidade do direito subjetivo, em virtude do não exercício desse direito dentro de um prazo previsto em lei, esta é a linha adotada pelo Código Civil.
A exceção prescreve nos mesmo prazos (Art. 190 do CC).
O Art. 191 do CC, não admite a renúncia prévia da prescrição, isto é, antes que se tenha consumado. Não se admite a renúncia prévia, nem de prescrição em curso, mas só a consumada, porque o referido instituto é de ordem pública e a renuncia tornaria a ação imprescritível por vontade da parte. A renúncia, isto é, a desistência do direito de argüir a prescrição, pode ser expressa ou tácita. A renúncia expressa decorre de manifestação taxativa, inequívoca, escrita ou verbal, do devedor de que ela não pretende utilizar-se. A renuncia tácita, segundo dispõe o Art. 191, “é a renuncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição”. Consumada a prescrição, qualquer ato de reconhecimento da dívida por parte do devedor, como o pagamento parcial, visando à solução do débito, será interpretado como renúncia.
As partes não podem alterar os prazos prescricionais, nos termos do Art. 192 do CC. A prescrição em curso não cria direito adquirido, podendo o seu prazo ser reduzido ou ampliado por lei superveniente, ou, ainda transformado em prazo decadencial. Todavia, não se admite ampliação ou redução do prazo prescricional por vontade das partes.
Dispõe o Art. 193 do CC que a prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita. Podendo ser argüida em qualquer fase ou estado da causa, em primeira ou em segunda instância (instância ordinária). Assim, pode ser alegada em qualquer fase do processo de conhecimento, ainda que não tenha invocado na contestação, não implicando em renúncia do direito. Todavia, é inadmissível a alegação da prescrição em liquidação de sentença, recurso especial ou extraordinário, por falta de prequestionamento. 
O Art. 194 do CC�, que impedia o reconhecimento de oficio da prescrição quedou REVOGADO pela Lei 11.280/2006, introduzindo o §5º ao Art. 219 do Código de Processo Civil.
A prescrição diz respeito, em regra, a direitos patrimoniais. Os direitos não-patrimoniais (direitos pessoais, de família) estão sujeitos a decadência ou caducidade e devemser decretados de ofício pelo juiz (Art. 210 do CC).
O disposto no Art. 195 do CC, refere-se a uma regra de proteção aos relativamente incapazes, e das pessoas jurídicas em geral, todavia, não abrange os absolutamente incapazes, mencionados no Art. 3º, pois contra estes não corre prescrição (Art. 198, I do CC).
Consoante disposto no Art. 196 do CC, a prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. Desta feita, o herdeiro do “de cujus” disporá apenas do prazo faltante para exercer a pretensão, tendo o prazo iniciado com o autor da herança. 
1.5 Das Causas que IMPEDEM ou SUSPENDEM a prescrição
As mesmas causas podem impedir ou suspender a prescrição, dependendo do momento em que surgem.
Se o prazo ainda não começou a fluir, a causa ou obstáculo IMPEDE que comece (ex: a constância da sociedade conjugal). 
Todavia, tendo o obstáculo (casamento), surgido após o prazo ter se iniciado, ocorre a SUSPENSÃO, caso em que se somam os períodos, ou seja, cessa da causa suspensiva, o lapso temporal prescricional volta a fluir somente pelo tempo restante.
O fundamento para a suspensão da prescrição está na consideração legal de que certas pessoas, por sua condição ou pela situação em que se encontram, estão impedidas de agir, consoante disposto no rol taxativo do Art. 197� do CC. No caso em razão da confiança, amizade e laços afetivos existente entre as partes.
No mesmo viés, não corre prescrição nos termos do At. 198 do CC em face dos absolutamente incapazes, os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados e dos Municípios, e os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. Frisa-se que a prescrição, embora não corra contra essas pessoas, pode correr a favor destas. Ex: João se ausenta do país em missão de guerra, sendo credor, o prazo fica suspenso, permitindo que com o seu retorno ingresse com a ação. Todavia, sendo este devedor, o prazo fluirá normalmente, correndo o prazo a seu favor.
Não corre ainda, a prescrição pendendo de condição suspensiva, não estando vencido o prazo ou estando em curso ação de evicção, nos moldes do At. 199 do CC. Relativamente às duas primeiras hipóteses, verifica-se a inexistência de exigibilidade. Estando o negócio jurídico subordinado a condição suspensiva ou a prazo, referido crédito será inexigível até referido advento. 
No mesmo sentido não corre prescrição estando pendente de evicção�, ficando suspensa a prescrição até o desfecho final da ação de evicção.
Nos termos do Art. 200 do CC “quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição da respectiva sentença definitiva”. Determinados fatos geram repercussão tanto no juízo civil, quanto no criminal, correndo processos simultaneamente que poderiam gerar, inclusive, sentenças contraditórias, caso a sentença civil seja prolatada anteriormente a penal.
Por fim, salienta-se que a suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários somente aproveitará aos outros se a obrigação for indivisível, conforme Art. 201 do CC. Ex: João, Joaquim e Manuel são credores solidários de Barnabé, o qual deve R$1.000,00 e sendo verificada causa suspensiva em face de um, somente restará suspenso o prazo prescricional em favor do beneficiário direto da suspensão, por ser tratar de suspensão divisível. Todavia, se o objeto da obrigação fosse, por exemplo, um cavalo, a suspensão em face de um, beneficia a todos.
1.6 Das Causas que INTERROMPEM a prescrição.
A interrupção depende, em regra, de um comportamento ativo do credor, ao contrário da suspensão, que decorre de certos fatos previstos na lei. 
Qualquer ato de exercício ou proteção ao direito interrompe a prescrição. Ocorrida à interrupção, na hipótese de voltar a correr o prazo prescricional, o período decorrido queda inutilizado e volta a correr novamente por inteiro. É instantânea. (parágrafo único do Art. 202 do CC).
A interrupção da prescrição somente poderá ocorrer uma vez, nos termos do Art. 202 do CC, para não se eternizar as interrupções.
De acordo com o inciso I do Art. 202, a prescrição interrompe-se “por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual”. Salienta-se que o disposto o §1º do Art. 219 do CPC, dispõe que a interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação. A propositura da ação somente produz efeito após validamente citado.
A prescrição também se interrompe por “protesto, nas condições do inciso antecedente” (Art. 202, II do CC), quando por algum motivo não puder ser proposta a ação. Refere-se a protesto judicial, medida cautelar autorizada pelo Art. 867 do CPC, ainda que ordenado por juiz incompetente. 
Não se confunde com protesto cambial disposto no inciso III do art. 202 do CC.
Dispõe o Art. 202, IV do CC dispõe que interrompe a prescrição a “apresentação do título e crédito em juízo ou em concurso de credores”.
No mesmo sentido, nos moldes do inciso V “qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor” interrompe a prescrição.
De igual feita dispõe o inciso VI que “qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor”. A interrupção ocorre sem a manifestação de vontade do credor. (ex. pagamentos parciais)
A interrupção da prescrição poderá ser prevista em outras leis especiais.
Ainda, nos termos do art. 203 do CC, pode ser interrompida por qualquer interessado, ou seja, pelo próprio interessado, por quem legalmente o represente ou terceiro interessado (herdeiro, seus credores ou fiador do devedor).
Os efeitos da prescrição são pessoais (Art. 204 do CC), portanto a interrupção por um dos credores não aproveita aos demais, com EXCEÇÃO se tratar-se de obrigação solidárias e tratar de obrigações ou direitos indivisíveis nos termos do §§1º e 2º do art. 204 do CC�.
Da mesma forma, a interrupção produzida contra devedor principal prejudica o fiador, nos termos do §3º do art. 204 do CC, posto ser a fiança contrato acessório, segue o mesmo destino do principal. O contrário não é verdadeiro. A interrupção contra o fiador não prejudica o devedor.
2. DA DECADÊNCIA (Arts. 207 a 211 do CC)
A decadência é a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado em lei.
Tem como objeto os direitos potestativos de qualquer espécie, disponíveis ou indisponíveis, direitos que conferem ao respectivo titular o poder de influir ou determinar mudanças na esfera jurídica de outrem, por ato unilateral, sem que haja dever correspondente, apenas uma sujeição.
Na decadência o prazo começa a fluir no momento em que o direito nasce. Contrariamente, o prazo prescricional somente inicia a partir do momento em que este tem o seu direito violado.
A decadência resulta da lei, testamento e do contrato, enquanto a prescrição resulta exclusivamente de lei.
Na decadência, que é um direito substantivo, há a perda de um direito previsto em lei. O legislador estabelece que certo ato terá que ser exercido dentro de um determinado tempo, fora do qual ele não poderá mais efetivar-se porque ele decaiu o seu titular.
A decadência ocorre quando um direito potestativo não é exercido, extrajudicialmente ou judicialmente (ex.anulação), dentro do prazo para exercê-lo, o que provoca a decadência desse direito potestativo. Ora, os direitos potestativos são direitos sem pretensão, pois são insuscetíveis de violação, já que a eles não se opõe um dever de quem quer que seja, mas uma sujeição de alguém. Enfim, o meu direito de violar o negócio jurídico não pode ser violado pela parte a quem a anulação prejudica, pois esta está apenas sujeita a suportar as conseqüências, por tratar-se de direito potestativo.
2.1 Disposições Legais sobre a Decadência
 O Art. 211 do CC diferencia a decadência legal da convencional, pois estabelece que quanto a esta, “a parte a quem aproveita pode alega-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz nãopode suprir a alegação”.
A decadência, quando estabelecida por lei, deve ser alegada de ofício pelo juiz (Art. 210 do CC).
O Art. 207 do CC estabelece que salvo disposição em contrário, não se aplicam a decadência as causas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. Só se alei disser que “SIM”. A priori, os prazos decadenciais são fatais e peremptórios, pois não suspendem e não interrompem. Todavia, referida regra não é absoluta e não são revogados os casos em que um dispositivo legal (ex: Art. 26, §2º do CDC), atender a hipótese especialíssima.
Aplica-se ainda à decadência o disposto no Art. 208 do CC. Não admite a fluência de prazo decadencial contra os absolutamente incapazes (Art. 198, I), bem como permitindo que os relativamente incapazes responsabilizem os representantes e assistentes que derem causa à decadência, não a alegando oportunamente em seu favor (Art. 195).
É nula a renuncia à decadência fixada e lei nos termos do Art. 209 do CC. A irrenunciabilidade decorre da própria natureza da decadência. 
PARA INTERPRETAÇAO E ESTUDO: DIFERENÇAS COMPARATIVAS: 
PRESCRIÇÃO:
l)- Perda da pretensão ou exigibilidade de um direito subjetivo.
2)- Depende do sujeito passivo, um credor precisa de um devedor para exercer seu direito de crédito.
3)- É um instituto de direito privado.
4)- Se o titular do direito decidir exercer o direito, propondo uma ação, a sentença que será proferida pelo juiz será uma sentença condenatória. Ex. Cobrança.
5)- De regra, o prazo de prescrição pode ser interrompido, suspenso e impeditivo.
6)- Pode renunciar depois de decorrido o prazo prescricional.
7)- Começa a ser contado a partir de uma lesão, decorrida do descumprimento do dever jurídico que corresponde ao direito subjetivo. Ex. Devedor não paga no prazo estabelecido em lei, lesa o direito subjetivo do credor, em virtude desse fato inicia o decurso do prazo prescricional. 
DECADÊNCIA:
1)- Não recai sobre o direito subjetivo, recai sobre o direito Potestativo.
2)- O titular não depende do sujeito passivo, ele simplesmente exerce sozinho seu direito.
3)- É um instituto de direito público. Aqui o juiz tem a obrigação de reconhecer de oficio.
4)- Já na decadência, se o titular do direito (potestativo) decidir propor uma ação para exercer esse direito, será proferida uma sentença constitutiva, que modifica uma situação pré-existente. Ex. Anulação de um contrato feito por coação. (revogar, anular).
5)- Via de regra não pode ocorre, apenas se a lei dispuser nesse sentido expressamente, se a lei silenciar não ocorre nenhuma causa impeditiva, suspensiva ou interruptiva. Ex. Art.207.
6)- Não pode renunciar a decadência fixada em lei (Art.209).
7)- Não há lesão no direito potestativo, porque o titular do direito o exerce por si só, e se não exercer é problema dele, ninguém está lhe causando nenhuma lesão, se ele deixar de exercer dentro do prazo que a lei prescreve, ele decai do direito, caduca em virtude do prazo decadencial.
TÍTULO V
DA PROVA
Entre as inovações que esse título apresenta, destacam-se a disciplina da confissão (Arts. 213 e 214) e a admissão de meios modernos de prova (Arts. 223 e 225). 
CONCEITO: Prova é o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico. Deve ser admissível (não proibida por lei e aplicável ao caso em exame), pertinente (adequada à demonstração dos fatos em questão) e concludente (esclarecedora dos fatos controvertidos)
Não basta alegar: é preciso provar. “NADA ALEGAR E ALEGAR E NÃO PROVAR QUEREM DIZER A MESMA COISA”. O que se prova é o fato alegado, não o direito a aplicar, pois é atribuição do juiz conhecer e aplicar o direito. Por outro lado, o ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o contesta, sendo que os fatos notórios independem de prova. 
A regulamentação dos princípios referentes à prova é encontrada no Código Civil e no Código de Processo Civil. Ao primeiro cabe a determinação das provas, a indicação do seu valor jurídico e as condições de admissibilidade; ao diploma processual civil, o modo de constituir a prova e de produzi-la em juízo. 
Quando a lei exigir forma especial, como o instrumento público, para a validade do negócio jurídico, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. Por outro lado, não havendo nenhuma exigência quanto à forma (ato não formal), qualquer meio de prova pode ser utilizado, desde que não proibido, como estatui o artigo 332 do CPC: “Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda ação ou defesa”. Portanto, quando o Artigo 212 do Código Civil enumera os meios de prova dos negócios jurídicos a que não impõe forma especial, o faz apenas exemplificativamente e não taxativamente. 
MEIO DE PROVAS:
A)- CONFISSÃO – Ocorre quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Pode ser judicial (em juízo) ou extrajudicial (fora do processo), espontânea ou provocada, expressa ou presumida (ou ficta) pela revelia. Tem, como elementos essenciais, a capacidade da parte, a declaração de vontade e o objeto possível. Não é valida, assim, a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados (Art. 213 do C.C.). Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que este poder vincular o representado (Art. 213, parágrafo único). A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. (Art. 214 do C.C.).
B)- DOCUMENTO – Pode ser público ou particular. Tem função apenas probatória. Públicos são os elaborados por autoridade pública, no exercício de suas funções, como as certidões, traslados etc. Particulares quando elaborados por particulares. Uma carta, um telegrama, por exemplo, podem constituir importante elemento de prova. Documentos não se confundem com instrumentos públicos ou particulares. Estes são espécies e aqueles são o gênero. O instrumento é criado com a finalidade precípua de servir de prova, como, por exemplo, a escritura pública, ou a letra de câmbio. Os instrumentos públicos são feitos perante o oficial público, observando-se os requisitos do Art. 215 do Código Civil. Os particulares são realizados somente com a assinatura dos próprios interessados. Dispõe o Art. 221 do Código Civil que o “instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no registro público”. Mesmo sem testemunhas o documento particular vale entre as próprias partes, por força do Art. 219 do mesmo diploma que prescreve “As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos signatários”.
Estatui o Art. 220 do Código Civil que a “anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento”. Desse modo, só por instrumento público pode a mulher casada outorgar procuração ao marido para a alienação de bens imóveis, pois é essencial à validade do ato a escritura pública (Art. 108 do C.C.).
Em princípio, o instrumento deve ser exibido no original. Estatui o Art. 216 do Código Civil, porém, que farão a mesma prova que os originais “as certidões textuais de qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão consertados”. 
Esta regra é repetida no artigo 365 do Código de Processo Civil. O Art. 217 do Código Civil acrescenta que terão “a mesma força probante ostraslados e as certidões, extraídos por tabelião ou oficial de registro, de instrumento ou documentos lançados em suas notas”. Certidão é a reprodução do que se encontra transcrito em determinado livro ou documento. 
Quando integral, abrangendo todo o conteúdo da anotação, chama-se verbo ad verbum. Se abranger apenas determinados pontos indicados pelo interessado, denomina-se certidão em breve relatório. Traslado é cópia do que se encontra lançado em um livro ou em autos. A admissibilidade das diversas formas de reprodução mecânica de documentos hoje existentes, bem como os seus efeitos, está regulamentada no Código de Processo Civil, na seção em que trata da força probante dos documentos (Arts. 364 e s.). “O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante conferência com o original assinado” (Art. 222 do C.C.). “A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do 
original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição” (Art. 223 e parágrafo único). “As reproduções fotográficas, cinematográfica, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão” (Art. 225 do C.C.), não se exigindo que sejam autenticadas. “Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que pertencem e, em seu favor, quando escriturados sem vícios extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos”(Art. 226 e parágrafo único). Aduza-se, por fim, que os “documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para ter efeitos legais no País”(Art. 224 do C.C. ). 
C)- TESTEMUNHAS – Podem ser instrumentárias ou judiciárias. Judiciárias são as que prestam depoimento em juízo. Instrumentárias são as que assinam o instrumento. A prova testemunhal é menos segura que a documental. Por essa razão, não se admite, salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito (Art. 227 e parágrafo único do C.C.). Algumas pessoas, no entanto, não podem ser admitidas como testemunhas. O Art. 228 do Código Civil menciona os menores de dezesseis anos; aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil; os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam; o interessado no litígio, o amigo íntimo ou inimigo capital das partes; e os cônjuges, os ascendentes, ou descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade. No entanto, para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das referidas pessoas (Art. 228, parágrafo único do C.C.). o Código de Processo Civil, no art. 405, relaciona os incapazes para testemunhar, os impedidos e os suspeitos. E o Art. 229 do Código Civil dispõe que ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: a) cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; b)- a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo; c)- que o exponha, ou às pessoas referidas na letra antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato. 
D)- PRESUNÇÃO – É a ilação (dedução) que se extrai de um fato conhecido para se chegar a um desconhecido. Não se confunde com indício, que é o meio de se chegar a uma presunção. Exemplo de presunção: como é conhecido o fato de que o credor só entrega o título ao devedor por ocasião do pagamento, a sua posse pelo devedor conduz à presunção de haver sido pago. As presunções podem ser legais ou comuns: a)- Legais – são as que decorrem da lei, como a que recai sobre o marido, que a lei presume ser pai do filho nascido de sua mulher, na constância do casamento. b)- Comuns – são as que se baseiam no que ordinariamente acontece, na experiência da vida. Presume-se, por exemplo, embora não de forma absoluta, que as dívidas do marido são contraídas em benefícios da família. “As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que a lei exclui a prova testemunhal”. (Art. 230 do C.C.). As presunções legais dividem-se em absolutas e relativas. a)-Absolutas são as que não admitem prova em contrário. A presunção de verdade atribuída pela lei a certos fatos é, nesses casos, indiscutível. Exemplo: a de que são fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor (Art. 165 do C.C.). b)-Relativas são as que admitem prova em contrário. Por exemplo, a presunção de paternidade atribuída ao marido, em relação ao filho de sua mulher nascido na constância do casamento, pode ser elidida por meio da ação negatória de paternidade (Art. 1601 do C.C.).
E)- PERÍCIA – O Código de Processo Civil denomina “prova pericial” o exame e a vistoria (Art. 420). a)-EXAME é a apreciação de alguma coisa, por peritos, para auxiliar o juiz a formar a sua convicção. Exemplos: exame grafotécnico, exame hematológico nas ações de investigação de paternidade etc. b)-VISTORIA é também perícia, restrita porém à inspeção ocular. É diligência freqüente nas ações imobiliárias, como possessórias e demarcatórias. A vistoria destinada a perpetuar a memória de certos fatos transitórios, antes que desapareçam, reguladas atualmente no capítulo do Código de Processo Civil que trata da “produção antecipada de provas” (Art. 846 a 851 do C.C.). 
O referido diploma também considera prova pericial a avaliação. O arbitramento é forma de avaliação. É o exame pericial destinado a apurar o valor de determinado bem, comum nas desapropriações e ações de indenização. 
O novo Código Civil contém, nesse Título V, dois artigos novos: o Art. 231 “Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa” e o Art. 232 “A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame”. Exemplos: nas ações de investigação de paternidade, a recusa ilegítima à perícia pode suprir a prova que se pretendia ou também a recusa do investigado em submeter-se ao exame de DNA, aliado à comprovação de relacionamento sexual entre o investigado e a mãe do autor impúbere, gera presunção de veracidade. 
� Pretensão é a expressão utilizada para caracterizar o poder de exigir de outrem coercitivamente o cumprimento de um dever jurídico, vale dizer, é o poder de exigir a submissão de um interesse subordinado (do devedor da prestação) a um interesse subordinante (do credor da prestação) amparado pelo ordenamento jurídico.
� Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se favorecer a absolutamente incapaz”
� Art. 197. Não corre a prescrição:
I – entre os cônjuges, na constância, da sociedade conjugal:
II – entre ascendentes e descentes, durante o poder familiar;
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela”.
� Evicção, consiste na perda total ou parcial do direito do adquirente sobre a coisa, em razão de uma decisão judicial, que reconhece a propriedade anterior de outrem.
� Superior Tribunal de Justiça “ Se o direito em discussão é indivisível, a interrupção da prescrição por umdos credores a todos aproveita” RSTJ., 43/298

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