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Direito Tributário II

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1ª AULA
1. Imunidades Tributárias
1.1. Conceito
Norma constitucional demarcatória da competência tributária. É a impossibilidade da tributação de pessoas, bens situações jurídicas resultantes da vontade da Constituição Federal.
Constitui-se a Imunidade como Direito Público Subjetivo do sujeito de direito beneficiado pela norma constitucional exonerativa.
A imunidade tributária significa a incompetência dos entes políticos no intuito de estabelecer a obrigação tributária dos sujeitos de direito ou relações jurídicas imunes.
A imunidade tributária é uma forma qualificada na Carta Magna de não-incidência por supressão do Poder de Tributar dos entes federativos.
A imunidade tributária impede a incidência da lei ordinária sobre tributação em face dos sujeitos de direito imunes.
As imunidades tributárias atingem somente a obrigação tributária principal, o dever de pagar o tributo, ficando ao largo as obrigações acessórias, que significam os deveres instrumentais tributários de fazer ou não fazer em face do cumprimento da obrigação tributária principal. 
Ou seja, determinado contribuinte pode estar imune no tocante a obrigação de pagar o imposto sobre a renda, porém, deverá entregar a declaração de imposto de renda anual, visando o controle da fazenda pública, por meio da fiscalização tributária, do correto cumprimento da lei e da Constituição.
1.2. Classificação das Imunidades
Quanto aos valores constitucionais consagrados e protegidos pela Carta Magna: Genéricas e Específicas. Imunidades genéricas são aquelas previstas no Inciso VI, do art. 150 da CF e atingem todas as pessoas políticas que compõem a federação brasileira em face dos valores constitucionais básicos, tais como a liberdade religiosa; o direito a informação. As imunidades específicas são aquelas restritas a um único tributo e servem a valores mais limitados e conveniências especiais, tais como aquela prevista ao IPI ns operações com produtos industrializados destinados ao exterior.
Imunidades Objetivas e Subjetivas. Imunidades objetivas são aquelas concedidas em função de determinados fatos, bens ou situações jurídicas. É claro que as relações jurídicas envolvem sempre sujeitos de direitos, mas, as imunidades objetivas não são outorgadas na Constituição em função do interesse e em prol da pessoa humana. Atingem diretamente o bem jurídico. É o caso da imunidade dos livros, jornais e periódicos e os papéis destinados a sua impressão. As imunidades subjetivas são aquelas previstas em razão da condição de determinadas pessoas e de sua natureza jurídica, tais como, a imunidade veiculada nos §§ 2º e 4º do art. 150 da CF.
Imunidades ontológicas e políticas. As imunidades ontológicas são aquelas decorrentes de princípios constitucionais tributários e que não podem ser suprimidas do texto da Constituição pelo legislador constituinte derivado. Os exemplos dessa imunidade são a imunidade recíproca, decorrência lógica do princípio federativo e da autonomia dos entes políticos, como também da sua inerente falta de capacidade contributiva, assim como, também, as entidades de educação e de assistência social sem fins lucrativos. 
As imunidades políticas, a seu turno, derivam de um valor constitucionalmente consagrado e decorrem da expressa manifestação do legislador constituinte de desonerar pessoas ou relações jurídicas do dever de cumprir com a obrigação tributária, podendo, inclusive, serem suprimidas do texto da Carta Magna, conforme o interesse do Constituinte Derivado, por Emendas à Constituição. Os exemplos são as imunidades de partidos políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores, a imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão.
1.3. Diferenças entre Imunidade e Isenção
A imunidade decorre do texto da Constituição. As isenções são decorrentes de previsão legal.
Na imunidade não há o que se falar de existência de relação jurídica tributária, vez que a norma que imuniza impede o nascimento da obrigação tributária e o exercício da competência tributária. As isenções retiram um dos elementos da regra-matriz de incidência tributária, definindo os contornos da obrigação tributária no plano legal.
As imunidades são interpretadas de maneira ampla e as isenções são interpretadas literalmente, conforme o inciso I, do art. 111 do CTN.
1.4. A Imunidade e as Espécies Tributárias 
A imunidade tributária atinge as taxas, conforme o art.5º., incisos XXXIV; LXXIII; LXXIV; LXXVI e LXXVII, da CF. Art. 208 I, da CF. Art. 226, § 1º. Art. 230, § 2º.:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufiência de recursos.
LXXVI - são gratuitos, para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito.
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiverem acesso na idade própria.
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º. O casamento é civil e gratuita a celebração.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando a sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 2º. Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos
As imunidades são aplicáveis as Contribuições Sociais: Art. 195, § 7º.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(...)
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
As imunidades de contribuição social e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação: Art. 149, § 2º., Inciso I, da CF.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
(...)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
OBS: Não existe na Constituição imunidades especificas para as contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios.
OBS: Temos, ainda, Imunidades Específicas de determinados impostos tais como:
Imunidade do ICMS na operação que destine combustível a outro Estado da Federação (art. 155, §2º, X, "b", daCF);
Não incidência de ITBI sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica (art. 156, §2, I, da CF);
A imunidade da transmissão de bens imóveis decorrentes de extinção de pessoa jurídica, a não ser que o adquirente tenha como atividade preponderante a compra e venda e a locação de imóveis ou o arrendamento mercantil em relação ao ITBI (art. 156, §2º, I, da CF);
A não incidência de ITR sobre pequenas glebas rurais, assim definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, §4º, II, da CF).
1.5. Imunidade recíproca: art. 150, VI, a, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Respeito aos Princípios Federativos e da Autonomia das Pessoas Políticas. Ausência de capacidade contributivas das pessoas políticas de direito público, eis que os recursos obtidos são exclusivamente destinados a prestação de serviços públicos que lhes incubem por expressa dicção da lei.
As taxas, contribuições de melhoria e contribuições sociais não sofrem óbices de incidência em face da imunidade recíproca.
A imunidade recíproca alcança o IGF; o ITR; o ITCMD; o IPVA; o IPTU; o ITBI; o IR; o ISS.
A imunidade das entidades políticas que compõem a federação brasileira alcança também o Imposto de Importação, o Imposto de Exportação, o ICMS na Importação, o IPI na Importação e o IOF.
Extensão: § 2º do art. 150, da CF.
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei.
As autarquias temos a aplicação da antiga Súmula nº 73, do STF: "A Imunidade das autarquias, implicitamente contida no Art. 31, V, ‘a', da Constituição Federal, abrange tributos estaduais e municipais."
 
As fundações públicas são pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Pública Indireta criada pelo Estado para a prestação de certos serviços públicos típicos, consistente num patrimônio público personalizado e regido por normas de direito público, afetado à consecução de um determinado fim público.
Nesta seara temos a inclusão das autarquias de regime especial: agência executiva; agência reguladora e associação pública.
Agência executiva é uma autarquia ou fundação pública que celebra contrato de gestão com o respectivo ministério supervisor com a finalidade de cumprir certos objetivos e metas no desempenho de atividades estatais (Lei no. 9.649, de 27 de maio de 1998).
Agência reguladora é entidade de direito administrativo com alto grau de especialização técnica, integrante da Administração Pública, com a finalidade de regular um setor específico da atividade econômica. Exemplos: Agência Nacional das Águas; Anatel; ANP; Agência Nacional de Aviação Civil; Agência Nacional de Energia Elétrica; ANTT; Agência Nacional de Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Associação Pública é o consórcio público, como uma associação pública, com personalidade de direito público, conforme a previsão da legislação civil (Código Civil).
A parte final do parágrafo segundo deixa evidente que o patrimônio, renda e serviços imunes das autarquias e fundações mantidas pelo poder público devem estar vinculados a sua finalidade essencial ou às delas decorrentes. 
Neste sentido, não se presta o patrimônio de uma autarquia, por exemplo, que não estando vinculado às finalidades essenciais da mesma, possa estar alcançado pela imunidade. Caso concreto da jurisprudência nós temos com o não alcance da imunidade aos terrenos baldios das autarquias. (STF RE 98.382)
A imunidade recíproca não se aplica nos casos das entidades mencionadas efetuarem a aquisição de bens sujeitos ao ICMS e ao IPI. As entidades imunes irão se sujeitar ao ICMS e ao IPI incidentes nas compras de mercadorias e produtos, eis que atuam na condição de consumidoras finais arcando com os tributos incidentes no preços dos respectivos bens. 
Vigora na interpretação do STF sobre o assunto a interpretação de cunho formal, que não privilegia o fenômeno da interpretação econômica, ficando sem valia a figura do contribuinte de fato na relação jurídico-tributária do ICMS e do IPI.
Observar a aplicação da antiga Súmula nº 591 do STF: "A imunidade ou isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do IPI".
Exclusão: § 3º do art. 150, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel
Empresas públicas e sociedades de economia mista, a estas últimas se aplicando a antiga Súmula 76 do Supremo Tribunal Federal, que consigna As sociedades de economia mista não estão protegidas pela imunidade fiscal do Art. 37, V, a, Constituição Federal.
Tomar cuidado com determinadas empresas públicas ou sociedades de economia mista que exercem funções típicas de estado ou prestam serviços públicos de caráter obrigatório e exclusivos do Estado, daquelas que puramente são instrumentos do Estado e de sua participação na economia, com caráter de monopólio estatal e com participação majoritária de capital estatal. 
As empresas públicas que desenvolvem funções típicas de Estado e prestam serviços públicos de caráter obrigatório estão imunes e temos como exemplo na jurisprudência do STF, RE 407.099, a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), que desempenha atividade estatal, enquanto serviço próprio da União, em regime de exclusividade, inclusive, quando também os correios realizam serviços não tipicamente postais, em regime de concorrência.
A imunidade da empresa de correios e telégrafos atinge o IPTU de seus prédios próprios, bem como o ISS sobre os serviços prestados; em relação ao IPVA dos veículos que sejam utilizados para a realização do serviço; o ICMS sobre o serviço de transporte.
Nas mesmas condições temos a aplicação da imunidade à INFRAERO, conforme entendimento do STF, no RE-AgR 363.412.
Temos também os exemplos da Jurisprudência do STF nesse sentido:
CAERD. Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia. Sociedade de Economia Mista prestadora de serviços públicos de saneamento básico, abastecimento de água e esgotos sanitários. Ação Cautelar nº 1.550-2;
CODESP. Companhia das Docas do Estado de São Paulo. Sociedade de Economia Mista, que tem por missão executar serviços de administração de porto marítimo sob a reserva de monopólio estatal. RE 265.749;
Hospital Nossa Senhora da Conceição SA. Sociedade de Economia Mista prestadora de serviços de saúde, com capital majoritariamente estatal. RE 580.264;
Casa da Moeda do Brasil. Empresa pública estatal, que exerce a prestação de serviços de emissão da moeda, enquanto atividade de monopólio estatal. RE 610.517.
As concessionárias do serviço público, que prestam serviços públicos remunerados por preços ou tarifas submetem-se à tributação.
O promitente comprador de bem imóvelpúblico não estará alcançado pela imunidade recíproca.
Imunidade tributária dos cartórios e tabelionatos: agentes privados delegatários de serviços públicos, visando o lucro e são remunerados pelo Estado no exercício das suas funções em plena relação de mercado pelos serviços que prestam. Não estão abrangidos pela Imunidade. Posição majoritária do STF. (ADIn nº 3.089).
Imunidade Tributária Recíproca aplicada as embaixadas ou consulados. Ação Cível Originária nº 1.473 do STF.
1.6. Imunidades dos templos de qualquer culto: art. 150, VI, b, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre;
b) templos de qualquer culto;
Conceitos. O Estado brasileiro é laico e nesse sentido protege o exercício de manifestação de credos religiosos como ínsita característica do liberalismo político e preservação do Estado de Direito.
Imunidade de Impostos, o que não afeta a obrigatoriedade de pagamento de outros tributos, tais como as taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios.
O culto significa o prestígio a realização de valores transcendentais do ser humano de caráter pacífico e realçando os bons costumes, restando vedada a imunidade de cultos de inspiração e instigação a violência física de qualquer natureza, inclusive, psíquica ou moral.
Está inserido aí o culto da fé cristã apostólica romana; o culto das igrejas pentecostais; o budismo; o xintoísmo; o espiritismo; a umbanda; o candomblé; a maçonaria.
Limites: § 4º do art. 150, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Por óbvio, as rendas e patrimônio são isentos de recolhimentos tributários.
Não deve existir a incidência dos seguintes impostos:
IPTU: sobre o prédio onde é realizado o culto; sobre a residência de propriedade do culto onde os membros do culto residem; sobre o local que se destina ao aprendizado da liturgia;
IPVA: sobre os veículos do culto utilizados no trabalho eclesiástico; 
ITBI: incidente na aquisição pelo culto de imóveis destinados ao templo;
IR: incidente sobre a receita auferida dos dízimos e doações dos fiéis ou sobre as aplicações financeiras do templo;
IOF: incidente sobre as operações financeiras dos templos, que estejam ligadas às suas atividades essenciais;
ISS: incidente sobre todos os serviços religiosos;
O intérprete da imunidade deve tomar cuidado com a possibilidade de desoneração tributária no momento em que os cultos exercem atividades ou são proprietários de bens, que não estejam diretamente vinculados as suas finalidades essenciais, mas, que indiretamente permitem a obtenção de recursos para a manutenção de suas atividades. Exemplo: loja de venda de sacramento (santinhos e afins), estacionamento (admitida a cobrança).
Vigora nesse caso a interpretação ampliativa que leva em consideração o exercício de atividades correlatas das entidades "culto", que permite a reversão de recursos para a manutenção de suas atividades.
Desse modo, dois critérios são relevantes. O primeiro, implica na absorção de todos os recursos das atividades correlatas na manutenção das atividades do culto. O segundo critério, implica na inexistência do exercício a livre concorrência.
Portanto, estão imunes ao IPTU os imóveis, ainda, que alugados a terceiros, dos templos de qualquer culto, desde que os recursos dos alugueres estejam absorvidos nas atividades essências dos mesmos. Súmula 724 do STF.
Estão imunes do mesmo modo o exercício de atividades mercantis, relacionados com o próprio culto, como por exemplo, a loja de venda de santinhos, imagens ou de todos os materiais necessários a realização do culto. Estando nesse caso aplicada a imunidade do ICMS e IPI.
ATENÇÃO: Deve-se atentar para duas situações importantes:
(i) O patrimônio, obviamente, não pode se desvincular da atividade essencial para estar abrangido pela imunidade; e
(ii) O exercício dessas atividades indiretas não pode prejudicar a livre concorrência. (Prova)
Como também a renda e o imóvel imunes ao IR e ao IPTU do estacionamento alugado a empresa terceirizada, explora a atividade econômica de estacionamento de veículos.
No tocante a imunidade de ICMS e IPI na condição de consumidor final, ocorre a incidência dos referidos impostos, eis que não importa a repercussão econômica dos mesmos e por conta do culto não ser submetido a incidência do ICMS e do IPI na condição de contribuinte do imposto.
Por último, temos a incidência dos impostos sobre o patrimônio, quando se tratar de imunidade relativa aos cemitérios que são de propriedade dos particulares e explorados pelos mesmos, exercendo atividade econômica regida pelo direito privado. Esta é a tese que vem prevalecendo no STF (RE 544.815), ainda pendente de julgamento final, com Voto Vista do Ministro Celso de Mello.
PROGRAMA DE AULAS
QUADRO SINÓTICO
2ª AULA
1. Imunidades Tributárias
1.7. Imunidade do art. 150, VI, c, da CF
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Limites: § 3º, do art. 150, da CF:
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essências da entidades nela mencionadas.
A imunidade alcança o patrimônio, renda e serviços vinculados às atividades essenciais.
Imunidade de impostos somente!
Nesse contexto, temos a imunidade de IPTU de imóvel pertencente à instituição de assistência social, que é utilizado para estacionamento de veículos e explorado economicamente, visando a manutenção de suas atividades essenciais.
Verificar a previsão da Súmula nº 724 do STF e o Enunciado da Súmula Vinculante nº 52, ambas do STF:
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
Temos a imunidade de IR sobre a renda da locação da área explorada pelo estacionamento de veículos pertencente a entidade imune.
Temos a imunidade de IPTU sobre os imóveis locados a particular pela entidade imune, bem como em razão dos imóveis utilizados como escritório e residência de membros da entidade imune.
Devemos citar a circunstância de aplicação da imunidade quando as entidades imunes realizam a venda de mercadorias e produtos, que não se submeterão ao IPI e ao ICMS. Contudo, na condição de consumidores finais deve ocorrer a incidência de ICMS e IPI, não atingindo da imunidade das entidades da alínea "c", do inciso VI, do Art. 150, os contribuintes do IPI e do ICMS.
Do mesmo modo, que a imunidade aplicável aos templos de qualquer culto, verificamos a presença dos dois requisitos acerca da aplicaçãoda imunidade dessas entidades: a) a prova de que os recursos foram utilizados nas atividades essenciais das respectivas entidades e b) a inexistência que as atividades exercidas por tais entidades não são um prejuízo a livre concorrência.
Ocorrerá a normal exigibilidade de outros tributos, tais como, as taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e previdenciárias.
Contudo, deve se tomar cuidado com as entidades beneficentes de assistência social, que tem a imunidade relativa ao §7º do art. 195, da Constituição Federal.
A imunidade é relativa às contribuições sociais e contribuições patronais!
No tocante a imunidade dos partidos políticos, os mesmos devem ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral, estando fora da regra imunizante os partidos políticos não registrados, estrangeiros ou clandestinos, bem como aqueles que apregoam ideologias que não se esquadrem dentro do regime democrático e que não estejam inspirados no respeito aos direitos humanos encampados pela Constituição Federal de 1988.
As fundações mantidas pelos partidos políticos também estão atingidas pela imunidade, em relação ao seu patrimônio, renda e serviços.
Com relação a imunidade das entidades sindicais dos trabalhadores (entidade sindical patronal não tem imunidade), estão desoneradas somente os sindicatos dos empregados, sejam eles de cunho estadual ou nacional, bem como as Federações e Confederações de trabalhadores, bem como as centrais sindicais, excluindo-se os sindicatos patronais.
CUT e CGT estão imunes!
A imunidade das instituições de ensino e de educação envolve somente as entidades que desenvolvem a proteção do ensino, em nome do Estado, desenvolvendo atividades de proteção à educação formal ou curricular, como escolas, universidades, faculdades, como também, as instituições culturais que ainda não desenvolvam atividades de ensino, promovem a cultura, como as bibliotecas, centros de pesquisa, museus, teatros desde que sem fins lucrativos (caso em que pagará seus tributos normalmente)
As instituições beneficentes de assistência; social são aquelas que auxiliam o Estado no atendimento de direitos sociais tais como a saúde, a segurança, a maternidade, o trabalho, a moradia, a assistência aos desamparados, sem fins lucrativos, como por exemplo, as ONGs, as organizações sociais, as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) e etc.
São entidades privadas, submetidas ao direito privado, contudo, desenvolvendo atividades de interesse público, sem finalidade de lucro, realizando políticas assistencialistas em nome do Estado, pelo qual estão imunes aos impostos e contribuições sociais (art. 195, §7º, da CF).
Com relação às entidades fechadas de previdência privada ou fundos de pensão, que são aquelas cujos beneficiários geralmente são funcionários empregados de uma empresa ou grupo de empresas, não possuindo fins lucrativos e visam complementação da aposentadoria do regime geral, por interpretação constitucional do STF (RE 115.970), as considera imunes, desde que haja ausência de contraprestação aos beneficiários, conforme a Súmula 730. O ônus deve ser integralmente do empregador.
Ou seja, as entidades de previdência fechada para serem imunes, tais quais as entidades beneficentes de assistência social, não pode ser custeadas pelos seus beneficiários, assumindo plenamente o patrocinador ou financiador o pagamento das contribuições no lugar do empregado.
No mesmo rol das entidades imunes vamos encontrar as entidades promotoras da integração ao mercado de trabalho, que cumprem uma das funções de assistência social, tais como as entidades do sistema S (SESI, SENAI, SENAC, SEBRAE), estão imunes em relação ao seu patrimônio, renda e serviços vinculados às suas atividades essenciais.
A Constituição de 1988 impõe limites a fruição das imunidades inerentes às entidades previstas na alínea "c" do, inciso VI, do Art. 150. São os limites do Art. 14 do CTN, bem como a previsão de que as entidades previstas devem submeter-se a idéia de desenvolver suas atividades sem fins lucrativos.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I - não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
A afirmação sem fins lucrativos não indica que as referidas entidades são proibidas de obterem lucro, mas, que tais lucros sejam abusivamente distribuídos aos dirigentes ou administradores a ponto de caracterizar uma distribuição disfarçada de lucros.
Os dirigentes e administradores devem e podem ser remunerados, o que se veda é a apropriação do lucro dessas entidades de maneira abusiva e fora dos padrões de mercado, tudo isso em razão dos fins institucionais a que se submetem essas entidades.
O não cumprimento dos requisitos necessários contidos na Lei Complementar do CTN, em seu Art. 14, I a III, determina a aplicação do Art. 32, da Lei nº 9.430/1996, pela suspensão da imunidade tributária até que se faça o integral cumprimento da Lei Complementar.
I - Não se pode distribuir lucros a quem quer que seja, o que não significa que o Dirigente não receberá salário.
II - Partido político não pode ser acionista em Bolsa de Trabalho
III - Todas essas entidades deve dar conta de suas obrigações acessórias fiscais.
A imunidade tributária ficará suspensa em caso de descumprimento dos não cumprimento dos requisitos essenciais para o seu fruimento até o seu cumprimento.
A imunidade tributária não se perde! Ou a tem ou esta está suspensa.
1.8. Imunidades dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
 A referida imunidade é objetiva e alcança o livro, o jornal, os periódicos e o papel destinado a sua impressão. Ou seja, a regra imunizante atinge os impostos que incidem sobre a circulação e a produção destes bens e não alcança os impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços das empresa privadas que realizam a produção e a circulação desses bens.
Essa imunidade não é da entidade que o edita ou o circula! É da relação jurídica estabelecida para o livro, jornal, períodico ou papel destinado a sua impressão.
A empresa jornalística não pagará o ICMS, o IPI, o II e IE sobre o livro, jornal e periódico ou o papel destinado a sua impressão, mas, deverá sofrer o ônus da tributação inerente ao IPVA dos carros que por ventura realizam a distribuição do jornal, bem como, o IPTU incidente sobre a sede da empresa jornalística ou editora.
O livro será de base física e impresso, incluindo-se aí as apostilas e os manuais técnicos, desprezando-se os livros que não tenham finalidade de transmissão do pensamento, tais como, o livro de ponto, livro de bordo, livros fiscais, livro de atas.
Por outra lado, incluem-se na imunidade as partituras, o livro erótico, restando a jurisprudência do STF por decidir sobre a possibilidade de extensão da imunidade aos livros eletrônicos, vinculados em mídia digital, como por exemplo emCD ROM, que pode ser verificada a repercussão geral no RE 416.579, desde 2012.
Até o presente momento, há a cobrança dos tributos de ICMS e IPI.
Com relação aos jornais, estão inclusos na imunidade de ISS em relação as propagandas feitas e impressas nos jornais, como já decidido pelo STF (RE 87.049), não ocorrendo, a seu turno, a extensão da imunidade aos encartes de propaganda distribuídos conjuntamente com o jornal (RE 213.049).
Exemplo: encarte do Pão de Açucar.
Os periódicos envolvem todos os veículos de informação, até mesmo as revistas femininas, incluindo, as masculinas, inclusive, de conteúdo pornográfico.
Os calendários comerciais ficam excluídos da extensão da imunidade, pois não veiculam e nem transmitem pensamento ou informações de conteúdo cultural ou político.
Conforme entendimento do STF (RE 221.239), o álbum de figurinhas e os informativos semanais e sequenciais formadores do livro de figurinhas estão abrangidos pela imunidade.
No mesmo sentido, temos a inclusão das listas telefônicas, porque cumprem importante papel de utilidade social (RE 101.441).
Extensão: maquinários e tintas. Súmula 657 do STF
	 A imunidade prevista no art. 150,VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos".
1.9. Imunidade Musical
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser;
A imunidade atinge a obra intelectual artística de som e imagem produzida no Brasil, seja veiculada em CDs ou DVDs, e, nesse sentido, a imunidade é objetiva imunizando-se a incidência de ICMS sobre a circulação mercantil em face dessas mídias.
Não se aplica a Imunidade do IPI, contudo, na replicação industrial das mídias ópticas de leitura a laser ou a midia digital (CD ou DVD virgem, por exemplo) que não tem o conteúdo com imagem ou som.
1.10. Imunidade do inciso III, do § 3º, do art. 153
	Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
1.11. Imunidade do inciso II, do § 4º, do art. 153
	Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
1.12. Imunidade do inciso X, a, b, c e d, do art. 155
	Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003
Imunidade de ICMS.
1.12. Imunidade do inciso I, do § 2º, do art. 156
	Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
§ 2º - O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
3ª AULA
Responsabilidade Tributária
Art. 128 - Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
Em princípio, o tributo deve ser cobrado da pessoa que pratica o fato gerador: o sujeito ativo direto – contribuinte.
Responsabilidade tributária conceitualmente significa que um terceiro é chamado para dar conta do pagamento do tributo, muitas das vezes, depois de esgotada a via do contribuinte para pagar o tributo. Essa responsabilidade tributária é uma atribuição ao terceiro para o cumprimento do pagamento do tributo.
A responsabilidade tributária pode recair exclusivamente sobre o sujeito passivo – caso de exclusão da responsabilidade do contribuinte – ou sobre este incidir de modo subsidiário ou supletivo, ou seja, a hipótese em que um e outro serão chamados a arcar com o ônus tributário, em uma natural ordem de preferência. Esta, atribuída por lei, indica que o responsável designado em lei responde pela parte ou pelo todo da obrigação tributária que o contribuinte deixar de cumprir.
Sujeito ativo: União, Estados Membros, Municípios e Distrito Federal (competência tributária);
Sujeito passivo direto: contribuinte - é a pessoa, física ou jurídica, que tenha relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (art. 121, parágrafo único, I, do CTN). Sua responsabilidade é originária, existindo uma relação de identidade entre a pessoa que deve pagar o tributo (e/ou a multa) e a que participou diretamente do fato imponível, dele se beneficiando economicamente (fato gerador).
Responsável tributário ou sujeito passivo indireto: terceiro diretamente envolvido na relação tributária por força da lei, sem se revestir da condição de contribuinte (art. 121, § único, II do CTN) - a lei que lhe atribui o cumprimento do dever de pagar o tributo, ora excluindo o contribuinte ora o sendo supletivamente, ainda que ele não tenha realizado o fato oponível. 
Em sentido estrito, é a sujeição passiva indireta a submissão ao direito de crédito do Fisco, em virtude de expressa determinação legal, de pessoa diversa do contribuinte, desde que tenha um vínculo indireto com a situação que corresponda ao fato gerador.
Modalidades de Responsabilidade Tributária
Em alguns casos essa atribuição de responsabilidade ao terceiro se dá pelo inadimplemento do contribuinte, mas, existem casos em que o terceiro pode ser chamado imediatamente pela lei a dar conta do pagamento do tributo. As modalidades de responsabilidade tributária são: a) a responsabilidade por sucessão; b) a responsabilidade de terceiros; c) a responsabilidade por infrações e d) a substituição tributária.
Na responsabilidade por sucessão e responsabilidade de terceiros após a ocorrência de um evento determinado (morte do contribuinte, aquisição de bens, aquisição de fundo de comércio e outros), transfere-se o ônus tributacional, que até então estava a pesar sobre o devedor principal, para o responsável tributário. Em outras palavras, depois de surgida a obrigação tributária contra uma pessoa certa e determinada, é ela transferida a outrem, em consequência de um fato que lhe é posterior.
Responsabilidade dos Sucessores
A responsabilidadedos sucessores vincula um terceiro responsável sucessor, por meio de lei, que em nome do sujeito passivo será o responsável pelo pagamento do crédito tributário.
Ocorre por conta de um evento ou negócio jurídico que desencadeia o dever do cumprimento da obrigação tributária a um terceiro. 
A responsabilidade dos sucessores ocorre em virtude do "desaparecimento" do devedor original.
Um bom exemplo é a morte do primeiro devedor, recaindo o ônus da obrigação sobre os herdeiros.
Na responsabilidade dos sucessores, a Lei atinge o terceiro sucessor e esse terceiro sucessor será obrigado ao recolhimento do crédito tributário.
Trata-se de sucessão causa mortis.
A própria Lei desloca a sujeição passiva para um terceiro sucessor com o dever de pagamento do tributo, ao invés de recair sobre o Sujeito Passivo Direto (contribuinte que realiza o fato gerador).
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
Este artigo estabelece quais são os créditos tributários que serão atingidos pela responsabilidade dos sucessores.
A responsabilidade dos devedores sucessores, tratada nos arts. 129 a 133 do CTN, atingirá:
a) os créditos definitivamente constituídos (o lançamento já se realizou);
b) os créditos em procedimento de constituição, na data da ocorrência dos atos ou fatos determinantes da sucessão (o lançamento está em fase de realização);
c) os créditos ainda não constituídos, porém correspondentes a fatos geradores
ocorridos antes da realização dos atos ou fatos determinantes da sucessão (o
lançamento ainda não se realizou).
Em síntese, o sucessor tributário assumirá todos os débitos tributários relativos a fatos geradores que ocorreram antes do ato ou fato que demarcou a transmissão do dever de pagamento do tributo, independentemente de ter ocorrido o lançamento deste débito.
Sendo assim, teremos as quatro hipóteses de responsabilidade por sucessão:
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.
Diz respeito a impostos, taxas e contribuições de melhoria incidentes sobre bens imóveis, bem como domínio útil ou a posse dos mesmos.
A aquisição onerosa ou gratuita de bens imóveis transfere a responsabilidade dos sucessores de bens imóveis para o adquirente em relação a impostos (IPTU ou ITR), taxas (taxas de lixo, água e esgoto) e contribuições de melhorias (obras de asfaltamento, por exemplo) incidentes sobre bens imóveis, bem como domínio útil ou a posse dos mesmos.
Trata-se da sucessão inter vivos.
Subrogar significa assumir a obrigação tributária do antigo proprietário.
São as obrigações propter rem.
SALVO quando constar do título a prova de sua quitação, pelo Cartório, dos tributos em face da propriedade, em escritura lavrada, eliminando a responsabilidade do adquirente.
O cartorário responderá pela declaração que a põe.
*Hasta publica é o leilão de bens penhorados que visa a quitação dos débitos do devedor em execução. 
O cumprimento da obrigação tributária é de responsabilidade do devedor.
Para os bens arrematados em hasta pública, o arrematante (comprador) não é o responsável tributário porque os débitos tributários ficarão vinculados ao preço pago pelo arrematante (subroga-se no valor).
A sub-rogação é real, é sobre o preço, no caso de hasta pública, não pessoal!
O Art. 130, do CTN define o deslocamento da responsabilidade por sucessão no caso de transmissão de bens imóveis, com existência de débitos tributários pendentes de pagamento.
Todos os tributos devidos e relativos a bens imóveis, sub-rogam-se na pessoa do respectivo adquirente, quando da eventual transmissão do bem a qualquer título. 
;
EX: "A" proprietário de um imóvel é o Sujeito Passivo do IPTU. "B" quer comprá-lo e o adquire, com a existência de débitos pendentes sobre o bem. "B" será o responsável por sucessão para o cumprimento da obrigação tributária pendente, enquanto adquirente.
Quanto a possibilidade do novo adquirente pedir ressarcimento contra o anterior proprietário, o STJ já se posicionou no seguinte sentido:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ITR. EMBARGOS DO DEVEDOR. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE DO IMÓVEL PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO.
Consoante estabelece o "caput" do art. 130/CTN, sem qualquer distinção, o adquirente do imóvel sub-roga-se nos créditos fiscais cujo fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse do bem, assim como as taxas e contribuição de melhoria, podendo o sucessor ressarcir-se desses ônus, conforme previsto no contrato de compra e venda ou mediante acordo com o sucedido.
Recurso especial conhecido e provido. (REsp 192501/PR, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2001, DJ 18/02/2002, p. 285)
Observa-se, que a regra do artigo 130 comporta duas exceções: quando constar na escritura de transmissão de propriedade a menção à certidão negativa de débitos expedida pela Fazenda e quando o imóvel for adquirido em hasta pública.
Art. 130, § único traz o caso de arrematação em hasta pública. O adquirente do imóvel por arrematação em hasta pública vai pagar o tributo relativo ao imóvel em relação ao preço que foi arrematado o bem em hasta pública. Ou seja, o arrematante paga o preço da arrematação e desse preço pago será destinado o valor para a quitação dos débitos tributários.
Aquele que arremata o bem se exime, desde então, de quaisquer responsabilidades, recebendo o imóvel livre de ônus tributário.
 O arrematante não é responsável tributário nem quando o preço é insuficiente para cobrir o débito tributário, ele não ficará responsável pelo eventual saldo devedor.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de "cujus" até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de "cujus" até a data da abertura da sucessão.
Art. 131, Inciso I, do CTN estipula a responsabilidade por sucessão na transmissão de bens móveis.
Ex: IPVA. Ao adquirir um automóvel com débito do referido imposto, o adquirente será o sucessor responsável.
Este artigo designa hipóteses de responsabilidade pessoal e exclusiva, afastando-se a responsabilidade dos devedores originais. 
A remição é o pagamento do débito na execução pelo remitente que deverá arcar com o pagamento dos tributos até o ato. O interessado que remir o bem (remitente) será o responsável pessoal que assumirá a responsabilidade pelas dívidas anteriores à aquisição.
No inciso I menciona-se a sucessão tributária em face do instituto da remição, indicando o "resgate do bem penhorado, mediante pagamento da dívida pelo executado" como assim preconiza o Código de Processo Civil no Processo de Execução. 
Nos incisos II e III trata-se da sucessão tributária na sucessão hereditária. O evento jurídico é a morte.
Na sucessão hereditária o responsável tributário será o herdeiro ou o espólio; serão os terceiros sucessores no pagamento do crédito tributário devido pelo de cujus. 
O espólio será o terceiro sucessor responsável pelo pagamento dos tributos devidos pelo de cujus da data da abertura da sucessão e até quando?Será da data da abertura da sucessão até a partilha ou da adjudicação. O espólio é o sujeito de direito responsável pelos ativos e passivos que se referem ao patrimônio do de cujus representado, na pessoa do inventariante.
É a universalidade de bens e direitos que integravam o patrimônio do de cujus.
O inventariante tem que dar conta do pagamento dos tributos em relação aos bens a serem transmitidos pelo de cujos e que são de atribuição do espólio até a efetiva partilha dos mesmos no caso de arrolamento.
A responsabilidade dos herdeiros e do espólio ocorrem em momentos diferentes. 
O espólio paga os tributos devidos pelo de cujos antes de se efetuar a partilha. Já os herdeiros respondem pelas dívidas surgidas após a sentença de partilha no limite dos quinhões recebidos por cada sucessor.
No caso de processo de arrolamento os herdeiros quitam os débitos tributários do de cujo antes da sentença de homologação da partilha, em razão de não seguir o rito processual do procedimento de inventário.
Ressalta-se que o Artigo 131, do CTN, não menciona se a responsabilidade dos sucessores versa tão somente sobre o tributo ou inclui as penalidades. A posição do STF é no sentido de não incluir as penalidades, portanto, os herdeiros e o espólio não serão alvo de multas impostas ao falecido, conforme entendimento do STF no RE 95.213-6/SP, julgado em 11.05.1984. Contudo, temos posicionamento do STJ em sentido contrário, conforme o Resp 86.149/RS, julgado em 19.08.2004.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Fusão: Empresa A + B = C
Incorporação: Empresa A (incorporadora) + B (incorporada) = A
Transformação: Empresa A Ltda. = A S.A
Cisão Parcial: Empresa A = Ab e Ac
O que resultar dessas transformações empresariais responderá pelo negócio jurídico entabulado e será responsável pelas dívidas anteriores até a data do ato, valendo dizer que o desaparecimento de uma gera a responsabilização daqueloutra que ela suceder, independentemente de qualquer condição.
É a sucessão empresarial.
Até a data do ato a obrigação é de A e B, de cada um. Contudo, se existir inadimplemento de tributos até essa data, o C (resultado empresarial) responderá por transferência pelas obrigações tributárias como responsável tributário.
Até a data do ato, A e B são contribuintes. Após o ato, C é o responsável tributário.
A pessoa jurídica nasce do afectus societati com o objetivo de lucro pela pessoa natural, que a levará para registro no órgão competente.
A extinção da pessoa jurídica de direito privado depende do animus ou a morte de um dos sócios.
Na extinção da pessoa jurídica, na eventual possibilidade de tributos remanescentes, quem responde pelos tributos até o ato é o sócio remanescente ou seu espólio.
O art. 132, do CTN demonstra nos casos de fusão, transformação, cisão e incorporação de empresas a responsabilidade do terceiro sucessor.
Nestes casos, o terceiro sucessor, será a Pessoa Jurídica de Direito Privado que resultar de fusão, incorporação e da transformação, obrigado ao pagamento dos tributos devidos até a data do ato constitutivo. Exemplo: empresa "A" incorpora a empresa "B", que devia tributo.
"A" será responsável pelos tributos devidos de "B" até a data da incorporação. 
Ressalta-se, que o instituto da cisão não foi textualmente incluído neste artigo, pois apareceu na Lei das Sociedades Anônimas, bem depois da edição do CTN. 
Contudo, a doutrina e a jurisprudência tem entendido válida a extensão da regra para a cisão.
O parágrafo único abrange o caso de extinção da Pessoa Jurídica, quando será responsável terceiro sucessor o sócio que continuar com a atividade econômica ou o espólio.
Em tempo, é de salutar importância destacar que o art. 134, VII, do CTN disciplina, no âmbito da responsabilidade de terceiros, que os sócios serão responsabilizados pelos tributos relativos aos atos em que hajam intervindo ou pelas omissões que lhes sejam imputáveis, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Nesse passo, não se deve confundir a responsabilização do sócio, em caso de extinção de pessoa jurídica – aqui tratada no âmbito da sucessão empresarial – com a responsabilização pessoal dos sócios ou administradores, prevista no art. 135, III, do CTN.
Esta modalidade de responsabilidade prevê o alcance às multas tributárias, somente em decorrência da mora, excluída a transferência por sucessão nesse caso das multas punitivas, conforme entendimento do STF.
Art. 133 - A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de 6 (seis) meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Acrescentado pela LC-000.118-2005)
I - em processo de falência;
II - de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
§ 2º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo quando o adquirente for:
I - sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;
II - parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III - identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
§ 3º Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário.
O responsável tributário do caput é o adquirente, até a data do ato, sob duas condições sine qua non (incisos I e II).
Trata-se da sucessão comercial.
Esta é a atribuição de responsabilidade do terceiro sucessor no caso de aquisição de fundo de comércio ou de estabelecimento empresarial, a qualquer título (compra e venda, dação em pagamento, doação sem encargo, transferência gratuita de domínio, etc).
Neste caso, o adquirente que continuar a respectiva exploração do empreendimento será o sucessor responsável tributário pelos tributos devidos até a data do ato translativo, ainda que não tenha participado dos fatos que deram origem à obrigação tributária. 
No Inciso I, responde o adquirente integralmente quando o alienante cessar a atividade ex: se aposentou e não mais exerce atividade econômica. Assim, o CTN escolhe a pessoa que terá mais facilidade para pagar o tributo e por óbvio será o adquirente, que responderá por todo o débito (responsabilidade pessoal ou exclusiva).
No Inciso II, porém, se o alienante prossegue no exercício de atividade econômica ou, dentro de seis meses a contar da data da alienação, resolve retornar ao exercício de atividade econômica a responsabilidadedo adquirente é supletiva, ou seja, subsidiária em relação ao alienante. O dever de pagamento dos tributos devidos pelo fundo de comércio ou estabelecimento comercial atingirá primeiro o alienante para depois recair sobre o adquirente.
Nestes casos, não se transfere as multas de caráter punitivo, somente as multas de caráter moratório.
Parag. 1: quem será o responsável tributário.
O que existe é um procedimento judicial, levado a cabo pelo Estado-juiz e pelo seu auxiliar, o administrador judicial, que impõe, no procedimento de execução fiscal, com o produto da hasta publica, a solvência dos débitos tributários e as obrigações perante terceiros que serão pagos na exata medida em que ocorrer a alienação destes produtos.
O adquirente paga o preço.
Não existe um responsável tributário dos bens adquiridos em hasta pública, fruto de processo de falência ou de recuperação judicial.
Parag. 2: O adquirente não assume o ônus tributário em face da alienação desses ativos empresariais, de fundo de comércio ou estabelecimento comercial em processo de falência ou recuperação judicial (art. 133, § 1º).
Já no § 2º o adquirente voltará a adquirir a responsabilidade tributária nos casos especificados nos incisos.
 
O aluno deve prestar muita atenção quando se tratar de alienação judicial de empresas em processo de falência ou de recuperação judicial, caso em que se aplicarão as regras dos parágrafos mencionados pelo CTN.
O § 3º determina o que vai acontecer com a alienação judicial da pessoa jurídica de direito privado em geral no caso de processo de falência ou processo de recuperação judicial. O produto da alienação judicial dos bens da empresa é depositado em juízo e fica a disposição dos credores.
Os créditos extraconcursais preferem os créditos tributários, notoriamente, a responsabilidade por sucessão fica paralisada para o pagamento desses créditos, logo após isso, a responsabilidade tributária será atribuída no processo de falência e alienação judicial nas fórmulas previstas na nova lei de falência por determinação do juiz.
Evidentemente, os §§ 1º e 2º, do Art. 133 do CTN, tratam da não aplicação da responsabilidade tributária do sucessor adquirente, prevista nos incisos, quando for o caso de alienação de empresas, fundo de comércio ou estabelecimento, nos casos de falência ou recuperação judicial de empresas.
O artigo 133 do CTN chama a atenção do intérprete para os casos de processo de falência ou recuperação judicial de empresas, no tocante a responsabilidade dos sucessores para o pagamento dos tributos. 
Acontecida à hipótese dos parágrafos do Art. 133, a responsabilidade dos sucessores fica paralisada, não recai diretamente sobre o adquirente, na verdade todo o produto da alienação judicial dessas pessoas jurídicas de direito privado será depositado a disposição do juízo que capitaneia a falência ou recuperação judicial dessas empresas para dar quitação aos créditos extraconcursais, e depois virão os tributos que devem ser recolhidos e serem pagos.
A responsabilidade dos sucessores no caso do § 1º do 133 do CTN não ocorre de imediato. 
O Processo de Falência é um mecanismo judicial para que as empresas, que notoriamente não tem condição de pagar seus haveres futuros (débitos e créditos contraídos), tenham um prazo junto aos credores para pagá-los. 
Na lei de falências, antiga, existia uma ordem de créditos para pagamento (Preferências). A nova lei de falências mudou essa condição de privilégios de determinados créditos para o pagamento (adimplemento) das dívidas do falido, o crédito tributário vinha após os créditos trabalhistas, e agora acabou sendo postergado. Pela lei de falências antiga, o crédito tributário preferia qualquer um.
Sendo assim, o adquirente de uma empresa em processo de falência ou recuperação judicial não será responsável por tributos devidos anteriormente à aquisição. Essa alteração surgiu para dar incentivos às alienações.
Esta modalidade de responsabilidade inclui as multas tributárias.
4ª AULA
Responsabilidade Tributária de Terceiros
Esta responsabilidade não se prende à transmissão patrimonial, como se pôde notar na responsabilidade dos sucessores, mas no dever de zelo, legal ou contratual, que certas pessoas devem ter com relação ao patrimônio de outrem, geralmente pessoas naturais incapazes (menor, tutelado, curatelado) ou entes despidos de personalidade jurídica (espólio e massa falida).
Os “terceiros devedores”, são, em geral, administradores ou gestores da vida patrimonial de certos contribuintes, razão por que o CTN os responsabiliza em relação aos atos praticados sob sua gerência ou supervisão.
13.3. A Responsabilidade de Terceiros
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente (está errado! A responsabilidade é subsidiária) com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores (tem capacidade tributária que independe da civil);
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário (atualmente chama-se de administrador judicial), pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício (porque ele tem fé-publica);
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas (ALERTA VERMELHO: são as sociedades da qual a responsabilida é ilimitada para o cumprimento das obrigações de terceiros. Ficam excluídas as sociedades anônimas e com responsabilidade limitada).
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.
A expressão "solidariamente" deve ser entendida como "subsidiariamente". No caso entende-se: "respondem subsidiariamente", uma vez que não se pode cobrar tanto de um como de outro. Somente cobra-se o tributo dessas pessoas elencadas neste artigo, após a cobrança do tributo do contribuinte principal. A responsabilidade neste artigo ocorre por transferência diante da omissão do contribuinte em pagar o tributo.
Na responsabilidade solidária, os contribuintes solidários são chamados para quitar o tributo sem preferência de ordem.
Na responsabilidade dos sucessores a responsabilidade no pagamento do tributo se desloca, imediatamente, por sucessão ao sucessor. Exemplo: O tributo devido pelo alienante no caso de bem móvel (carro), quem paga é o adquirente.
A responsabilidade de terceiro é supletiva, subsidiária, em relação ao terceiro. Observar a expressão: "Nos casos de impossibilidade de exigência da obrigação principal pelo contribuinte" do Art. 134 do CTN, ou seja, o contribuinte deve, mas, não tem como pagar o tributo. O terceiro terá a obrigação de pagar de acordo com as hipóteses elencadas no Art.134.
O tributo está inadimplido pelo sujeito passivo e este não tem condições de pagar ou por conta de uma omissão do terceiro em face do contribuinte direto, o terceiro vai assumir a responsabilidade de pagar de acordo com as hipóteses do artigo 134 do CTN, portanto, devem ser cumpridas as condições:
(I) que seja impossível exigir o cumprimento da obrigação tributária principal do contribuinte (primeiramente, o Fisco cobra deste);
(II) que o responsável indicado tenha colaborado para o não pagamento do tributo, mediante ato ou omissão a ele atribuíveis. Assim, a atuação do terceiro na administração do patrimônio do representado deverá ter relação direta com o nascimento da obrigação tributária não cumprida.
A lei tributária fecha o círculo em torno da inadimplência tributária ou das omissões que o terceiro por dever legal oude ofício tem que zelar pelo cumprimento da obrigação tributária.
O fisco não pode ficar com o prejuízo, ele sempre está, de acordo com a lei tributária, imputando a alguém o dever de recolher tributo, seja esse alguém sujeito passivo ou responsável.
Enquanto a responsabilidade solidária é uma responsabilidade comum, ambos solidários pagam, a responsabilidade dos sucessores é uma responsabilidade por transferência.
A responsabilidade do terceiro é uma responsabilidade supletiva, inadimplido o tributo pelo contribuinte ou omisso o terceiro em face do contribuinte, será este terceiro quem pagará o tributo.
Análise do Art. 134, do CTN.
Inciso I. Os pais são os representantes legais dos filhos menores, devendo zelar
pelos seus bens e negócios. Em virtude disso é que se revestem da condição
de responsáveis tributários.
Os filhos menores exercendo atividade mercantil, estando submetidos ao pagamento de tributos e não os pagando, quem paga é o pai ou a mãe.
Inciso II. Nenhuma novidade. Tutores e Curadores dão conta dos tributos devidos em relação aos quais prestam assistência.
Em apertada síntese, podemos dizer que a tutela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar da pessoa do menor e administrar seus bens. Sua função está no suprimento da falta do poder familiar, tendo nítido caráter assistencial. O tutor exerce um múnus público, uma delegação do Estado.
Já a curatela é o encargo conferido por lei a alguém capaz para reger a pessoa e administrar os bens daquele que não consegue fazê-lo com os próprios meios. Em regra, a tutela é destinada a menores de dezoito anos de idade, enquanto a curatela é deferida a maiores.
Inciso III. O administrador de terceiro, esta hipótese é muito comum no meio rural e no caso do amigo que deixa procuração para você administrar bens quando ele está com algum problema ou viaja. Quem administra responde pelo pagamento do tributo devido, na condição de terceiro, seja o bem móvel ou imóvel. Se o sujeito passivo que tem os seus bens administrados não paga o tributo, quem paga é o administrador desses bens. O administrador responde pelo pagamento do tributo devido em relação ao bem administrado.
Inciso IV. O inventariante fica obrigado pelo pagamento dos tributos devidos em relação ao espólio. A responsabilidade do espólio pelos tributos devidos pelo "de cujus" é por sucessão (transferência). 
Se o espólio não arca com o pagamento dos tributos quem paga é o inventariante, por conta de omissões que for responsável. A função do inventariante é juntar todo o ativo e passivo contido no espólio, dá conta do pagamento dos débitos e do que sobrar, ele deverá fazer a divisão do quinhão hereditário. 
Se o inventariante for omisso em relação aos tributos referentes ao espólio, responderá por suas omissões. Como o inventariante representa o espólio, se ficar faltando tributo para pagar, evidentemente por omissão do inventariante que não destinou bens suficientes para pagar tributos, ele será chamado para assumir o pagamento do tributo. 
Não podemos confundir a responsabilidade do inventariante com o seguinte caso: se o montante do tributo for maior que o quinhão hereditário transmitido, o inventariante teria que arcar com o pagamento do tributo. Não. Os herdeiros são responsabilizados pelo pagamento dos tributos até o limite do quinhão hereditário. O inventariante só é chamado como terceiro por conta de ato omissivo que ele provoque a ponto de gerar inadimplência tributária do espólio. 
Inciso V. O Síndico, Comissário e Concordatário (estes não existem mais). A nova Lei de falências substituiu esses vocábulos pela figura do administrador judicial.
Inciso VI. É o caso típico da responsabilidade de sucessores em razão, principalmente, de tributos incidentes sobre alienação de bens imóveis (exemplos: ITBI, IPTU e taxas de contribuições sociais em relação ao imóvel na construção). Na compra de um bem imóvel, lavra-se a escritura de compra e venda na qual vai ficar disposta a forma de pagamento e todas as condições do negócio e, inclusive, a certificação ou não, pelo escrivão do pagamento dos tributos. Ou o escrivão dá conta (faz prova) de que os tributos estão quites ou ele dispensa a apresentação disso sob responsabilidade do adquirente.
No estudo do artigo 130 do CTN, nós vimos, que os adquirentes respondem, integralmente, pelos tributos havidos em razão de alienação de bem imóvel, exceto quanto do título translativo se comprove a quitação dos tributos. 
Quem faz a prova de quitação é o tabelião, escrivão do Cartório competente. Se por omissão do tabelião ou escrivão, transcrição de quitação de tributos não é absoluta, ou seja, existe sim tributo devido que o escrivão não identificou, a responsabilidade sai do adquirente e vai para o tabelião (ou escrivão) porque foi ato omissivo deste. Nessa hipótese há omissão de tabelião e ele assume a responsabilidade pelo pagamento do tributo devido.
Inciso VII. Aqui não estamos nos referindo à sociedade por ações e as sociedades jurídicas limitadas. A responsabilidade referida no inciso VII, do art. 134, do CTN, é relacionada com pessoas jurídicas de direito privado cuja responsabilidade dos sócios é ilimitada em face do capital da empresa, por dívidas contraídas.
Os sócios das pessoas jurídicas dessa modalidade empresarial são terceiros responsáveis tributários na medida em que a sociedade de pessoas são aquelas nas quais subsiste a responsabilidade subsidiária e ilimitadas dos mesmos pelas dívidas contraídas.
§ único do 134 do CTN - A multa como pena no direito tributário não passa do sujeito passivo. O terceiro somente pagará a multa de mora e os juros de mora. O terceiro só será responsável pelo pagamento do tributo e os consectários legais (consequência pelo atraso), notoriamente, relativos a multa de mora e os juros de mora pelo descumprimento da obrigação tributária principal. A multa pela infração não, uma vez que, essa não passa da pessoa do sujeito passivo.
Só arca com a multa de mora, ou seja, multa pelo atraso.
PROGRAMA DE AULAS
QUADRO SINÓTICO
5ª AULA
Responsabilidade Tributária do Art. 135 do CTN
Art. 135 - São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados; (Exemplo: contador)
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado (nãio tem relação de subordinação).
Aqui existe uma conduta realizada pelas pessoas elencadas nesses incisos, que desencadeiam a aplicação deste artigo.
O art. 135 determina que a responsabilidade é pessoal, objetiva e direta, afastando a obrigação tributária do contribuinte, porque as pessoas mencionadas nos incisos, praticam a ação com a vontade, finalidade e intenção de fraudar o Fisco. Essa é uma condição sine qua. 
Deve-se buscar a inequívoca prova da intenção de fraudar o Fisco para afastar o contribuinte da obrigação. 
Neste artigo, em geral, o contribuinte originário é vítima de atos abusivos, ilegais ou não autorizados cometidos por aqueles que o representam, ficando afastado da relação obrigacional.
Quando o terceiro ou as pessoas mencionadas nos incisos do art. 135 tiverem praticado atos com excesso de poderes serão diretamente responsáveis pelo pagamento do crédito tributário. 
Neste artigo a responsabilidade é pessoal e exclusiva das pessoas nele discriminadas. 
As pessoas referidas no artigo 134 (todas elas) e incisos II e III serão responsáveis pessoalmente (diretamente), ou seja poderão ser incluídas no rol do artigo 135 quando praticarem ato com excesso de poderes ou infração legal. 
Se todas as pessoas referidas nos incisos I, II e III, do artigo 135, cometerem atos que excedam os poderes estatuídos no contrato social ou estatuto ou pratiquem atos quese caracterizem como uma infração tributária, a conseqüência é que estas pessoas serão chamadas pessoalmente (diretamente) e vão pagar de acordo com os seus bens pessoais pelos tributos inadimplidos.
O excesso de poder ocorre quando o terceiro age por conta própria, além dos poderes que lhe foram conferidos. Difere-se da omissão prevista no artigo 134, pois no artigo 135 o terceiro sabe que não deveria praticar tal ato, mas mesmo assim pratica.
A infração legal caracteriza-se pela vontade, pelo dolo do terceiro em infringir a lei. Se o descumprimento da obrigação ocorrer sem dolo será apenas um inadimplemento da empresa.
PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE DECLARAÇAO - EQUÍVOCO NA FUNDAMENTAÇAO DO ACÓRDAO - CORREÇAO - EXECUÇAO FISCAL - DÍVIDA DA SOCIEDADE - IRREGULARIDADE NA CDA - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS SÓCIOS, GERENTES, ADMINISTRADORES - NECESSIDADE DE COMPROVAÇAO DA PRÁTICA DE ATO OU FATO COM EXCESSO DE PODERES OU INFRAÇAO DE LEI - CTN, ART. 135 - PRECEDENTE DA 1ª SEÇAO - ACOLHIMENTO.(EDcl no Resp 258.565/RS,2ªT,rel.Min.Francisco Peçanha Martins,j.06-05-2004)
Exemplo do artigo 135 do CTN: Gerente financeiro da Empresa, em que você é sócio, tem poderes, conforme o contrato social, para agir em nome da pessoa jurídica. Porém todo mês, ele deixa de pagar os tributos devidos e desvia uma parte desse dinheiro para si e apresenta guias de recolhimento falsas para você. Esse gerente financeiro agiu com excesso de poderes e com infração a lei.
Perguntamos, então: De acordo com a responsabilidade de terceiro, quem seria imediatamente responsável pelo tributo devido pela pessoa jurídica, caso ela não tivesse recursos para o pagamento dos tributos? 
Tratando-se de mero inadimplemento da pessoa jurídica de direito privado a responsabilidade pelo pagamento do tributo se exaure na sociedade nos limites do capital integralizado pelo sócio. 
Com o inadimplemento da pessoa jurídica sem recursos para a quitação do débito tributário e caracterizando-se a sua extinção de fato a responsabilidade tributária será do sócio ou do espólio, que continuarem o exercício de atividades econômicas, equiparando-se a previsão do parágrafo único, do art. 132, do CTN.
Temos, que então citar a Súmula 430 do STJ, que enuncia: "O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente".
Porque o mero inadimplemento não é fraude.
Porém, caso ocorra a prática de excesso de poderes ou infração de lei pelas pessoas referidas no artigo 134 do CTN, incluindo aí os mandatários, prepostos, empregados, diretores, gerentes ou representantes das pessoas jurídicas de direito privado, em face do estatuto social ou contrato social, eles é que respondem perante a Fazenda Pública com o pagamento do tributo.
Neste caso aplica-se a "teoria da desconsideração da personalidade jurídica", prevista no artigo 50 do Código Civil.
No entanto, a regra é a personificação jurídica da sociedade e, por isso, esta é quem deve responder pelas obrigações sociais. Assim, a indigitada teoria, prevista no art. 50 do Código Civil, deve suscitada em caráter excepcional, ou seja, apenas no caso de o administrador (sócio-gerente) se valer do véu da personalidade jurídica para, agindo com má-fé, prejudicar credores da sociedade.
O relevante, como se nota, é a condução da sociedade, com a prática de atos de direção ou gerência, no exercício de funções diretivas da empresa, e não as disposições constantes do contrato social da unidade empresarial.
Na responsabilidade tributária é preciso estabelecer premissas para o seu raciocínio.
Quando o caso concreto falar em responsabilidade solidária por determinação legal ou interesse comum, não há dúvida, o sujeito passivo solidário responderá pelo pagamento do tributo sem benefício de ordem.
Quando o caso concreto tiver um dos quatro subtipos da responsabilidade dos sucessores, presta atenção, porque se tratar de alienação de bem móvel/imóvel = o responsável é o adquirente, com as ressalvas dispostas no art. 130 ou 131 do CTN.
Se estivermos diante da aplicação do art. 134, do CTN, o terceiro sucessor assume o dever de pagar o tributo, porque o contribuinte não quitou a obrigação tributária ou por força da própria omissão do terceiro de exigir o correto cumprimento da obrigação tributária do contribuinte.
Na liquidação (extinção) da pessoa jurídica de direito privado, seja ela qual for, estando inadimplido o tributo, fatalmente a responsabilidade será de terceiros (sócio) ou do espólio que continuar no exercício da atividade econômica
Agora, o terceiro responsável na previsão do Art. 135, será chamado pessoalmente e exclusivamente para o cumprimento da obrigação tributária, porque agiu com o intuito de fraudar o fisco com a intenção de prejudicar o contribuinte no cumprimento da obrigação tributária.
Se for mandatário, preposto, gerente, diretor ou representante de pessoa jurídica de direito privado que cometeu o excesso de poder ou infração de lei, os bens deste é que respondem.
Nesse sentido, vejamos a previsão do enunciado da Súmula nº 435, do STJ: "Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente."
Isso é fraude presumida no cumprimento da obrigação tributária, cabendo a aplicação do artigo 135.
Ressalta-se que as pessoas elencadas neste artigo serão responsáveis pelo pagamento do tributo, juros e de todas as multas decorrentes da obrigação tributária, inclusive, as de caráter punitivo.
PROGRAMA DE AULAS
QUADRO SINÓTICO
6ª AULA
Responsabilidade Tributária por Infrações
Responsabilidade por Infrações
Art. 136 - Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
 
Art. 137 - A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no Art. 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
Art. 138 - A responsabilidade (pela multa punitiva) é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
Trata-se do pagamento de multa punitiva, independentemente da extensao da culpa.
A responsabilidade por infração se diferencia do art. 135 por uma única questão óbvia. No art. 135 cuida-se da responsabilidade pelo pagamento do tributo. 
Na responsabilidade por infrações, as pessoas mencionadas nos Arts. 136 e 137, do CTN, serão responsáveis notoriamente pelo pagamento da multa tributária.
O CTN está dando conta de como o intérprete tem que entender e aplicar toda a legislação tributária em relação à prática do ilícito pelo agente, que gera a multa tributária. 
O art. 136 estabelece que o sujeito passivo agente que pratica ilícito tributário será responsável pelo pagamento da multa tributária independentemente da intenção

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