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Construção Civil I

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Construção Civil I
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Extrair do cliente o maior número de dados. O quê o cliente quer fazer x O que ele pode fazer?
Dados do cliente: nome, estado civil, ocupação, endereço, telefone-email, futuros ocupantes: idade, gênero, ocupação.
Dados do terreno: localização/endereço, situação da propriedade, dimensões, perfil aproximado, benfeitorias existentes, utilidades públicas existentes: água, energia, pavimentação, padrão das construções, restrições.
Dados da obra: finalidade e tipo, metragem total, tipos e dimensões dos cômodos, materiais empregados (acabamento, instalações elétricas, instalações hidrossanitárias, teto, paredes), verba disponível.
Necessidade dos moradores: veículos, visitantes, animais de estimação, paisagismo, rotina dos ocupantes, estilo de vida, preferências arquitetônicas, cômodos mais importantes, móveis, necessidades especiais.
Serviços de construção: profissionais já contratados (projeto, execução), profissionais a serem contratados (projeto, execução), serviços solicitados, formas de contratação e pagamento, prazo para projeto e execução.
Visita ao local da obra
Objetivos: Confrontar as informações obtidas com o cliente; aquisição de informações para fomentar os projetos; aquisição de informações para implantação da obra.
Material necessário: Vestimenta adequada (segurança e conforto), trena de 30 metros, prancheta de mão, papel para anotações e croqui (quadriculado), canetas de cores diferentes, lapiseira e borracha, máquina fotográfica, balizas, documentos pré-existentes (planta, escritura).
Atividades
Com relação ao terreno: Confirmar as medidas planimétricas do lote, medição altimétrica aproximada, orientação do terreno em relação à linha Norte-Sul, localização de árvores existentes de caule com diâmetro superior a 5 cm (medido na altura do peito), demarcações de cursos d’água, verificar faixas non aedificandi (áreas pertencentes ao patrimônio público) e galerias de água pluviais existentes no imóvel, verificar as benfeitorias existentes.
Com relação à vizinhança: localização de postes, árvores, bocas-de-lobo, fiação e mobiliários urbanos existentes em gente ao imóvel. Verificação da existência ou não de redes de água, redes de energia elétrica, redes de gás, redes de telefonia. Profundidade dos poços de água dos vizinhos, numeração dos imóveis vizinhos, natureza do leito carroçável (terra, asfalto, paralelepípedo, etc.).
Estudo da legislação: área do lote que pode ser edificada, recuo mínimo de frente, recuos mínimos laterais, recuo mínimo de fundo, altura máxima para o edifício, existência ou não de projeto de desapropriação para alargamento de rua ou outro melhoramento público, tipo de construção permitida, ambiental.
Alguns documentos a serem consultados: Plano diretor, Lei de Uso e ocupação do solo, Código de obras e edificações, legislação ambiental, Regulamento de condomínios.
Com todas essas informações, faz-se o anteprojeto e sendo este aprovado, faz-se o projeto.
Outras providências importantes:
Levantamento topográfico: Escala variando de 1:100 a 1:250, indicação das medidas dos segmentos dos perímetros (levantado e escritura), indicação dos ângulos entre os segmentos do perímetro, demarcação de benfeitorias existentes, indicação da área do imóvel (levantada e escritura), curvas de nível, vegetação, cursos d’água, confrontantes, ruas e equipamentos públicos.
Investigação do subsolo: sondagens.
Demolições: Dicas de segurança: Toda equipe no mesmo pavimento, garantir iluminação no local de trabalho, usar roupas adequadas, evitar acúmulo de carga (sobrecarga) em pontos localizados, escorregar em vez de arremessar, não demolir a peça em que se está trabalhando, usar equipamentos de segurança, processo inverso ao de construção.
Limpeza do terreno: retirada de toda vegetação existente, restos de materiais e outros empecilhos para execução da obra. Retirar árvores, tocos e raízes. Verificar legislação ambiental (autorizações, APP).
Serviços preliminares: cópias e plotagens; despesas legais; licenças, taxas e registros; seguros; assessoria contábil e jurídica; laudo de vistoria dos vizinhos.
Canteiro de obras
Áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção. Dividem-se em áreas operacionais e áreas de vivência. Pode ser definida também como área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.
Local onde se dá a produção das obras de construção, exigindo análise prévia e criteriosa de sua implantação, visando: qualidade, produtividade e segurança.
O canteiro de obras, por mais simples que seja, é o local da obra onde serão executados todos os trabalhos intermediários e preparativos para a obra, além de ser o local destinado aos depósitos de materiais e muitas das vezes onde serão construídas as instalações operacionais (escritórios, almoxarifados etc.) e as instalações de convivência (refeitórios, área de lazer).
A organização do canteiro tem como objetivo propiciar a infraestrutura necessária para a produção do edifício, com os recursos disponíveis, no momento necessário para sua utilização.
Projeto de canteiro do obras: atender as exigências legais, possibilitar a otimização das condições de trabalho, segurança nas obras.
Fatores condicionantes a serem considerados para o planejamento e organização do canteiro:
O tipo e a natureza da obra;
As características dos materiais empregados;
Os processos e métodos construtivos empregados;
Os tipos de equipamentos disponíveis empregados;
Os prazos de execução de cada etapa da obra e da obra total
A quantificação e a tipificação da mão-de-obra a ser utilizada em cada etapa.
Aspectos relativos ao recebimento, armazenamento e movimentação de materiais são os que mais 
problemas acarretam ao funcionamento eficiente dos canteiros. Sempre pensar na logística do canteiro.
Fases de um canteiro de obras (organizado e planejado para cada fase da obra):
Inicial: movimentação de terra, execução das fundações e do subsolo.
Intermediária: grande volume de produção: estrutura, cobertura e instalações.
Final: revestimentos, acabamentos, esquadrias e limpeza.
Localização do canteiro: deve-se escolher um local onde ele possa permanecer o maior tempo possível, pois desmobilizações durante a obra geram muitos transtornos.
Deve-se escolher um local que não interfira nas movimentações horizontais e verticais de material e pessoal e que ao mesmo tempo assegure controle da obra e facilidade de acesso para funcionários e visitantes. 
Deve-se procurar ter: economia de movimento, fluxo progressivo, flexibilidade, integração, uso do espaço cúbico (superposição de planos de trabalho), satisfação e segurança (motivar os operários e melhorar as condições de higiene e segurança do trabalho). 
Estudar os slides 22, 23, 24, 25 e 26 (layout de canteiros de obras).
Elementos do canteiro de obras
Áreas operacionais
Portaria: Junto ao portão de acesso da obra. Estoque de EPI. Controle de acessos à obra.
Escritório: Aconselhável com visão para o canteiro de obras. Telefones de emergência.
Almoxarifado: Estoque de materiais e ferramentas. Local deve ser limpo e organizado. Materiais volumosos ficam nos depósitos. Deve ficar próximo da descarga de caminhões, do elevador de carga, e do escritório. 
PEPS: primeiro a entrar é o primeiro a sair => produtos com prazo de validade crítico. Armazenar conforme a data de compra, prazos de validade. Recomenda-se que o estoque tenha uma abertura pra entrada e outra pra saída de paletes.
Organização: Materiais: usar planilhas./ Ferramentas: quadro de identificação./ Tipos de suprimentos: comprados regularmente e comprados com base no planejamento da obra (previsão de consumo).
Depósitos: para materiais volumosos ou de uso corrente. Podem ser cobertos ou cercados. 
Areia e brita: áreas planas, perto do portão de materiais. Devem ser cobertos. De preferência, devem ser levantadas baias (divisórias) de cerca de 1,20m de altura com blocos de concreto para evitar o vazamento de materiaise sua mistura com entulhos ou outros tipos de pedras e areia. Não deve ter contato direto com o solo. Cada tipo de areia ou brita deve ter sua baia.
Cimento e cal: ambiente fechado e isento de umidade. Estocar por no máximo 30 dias. Em estrados de madeira e 30 cm afastados das paredes, pilhas de 10 sacos de cimento e 15 de cal.
Madeiras para formas: pode ser em local aberto, sempre cobertas com lona plástica. Não deixar em contato com o solo. Fabricante determina número máximo a ser empilhado. Geralmente as pilhas tem 0,5m de altura. Tabicamento: colocação de ripas transversais para que o ar possa circular livremente entre as peças.
Telhas cerâmicas: local aberto e arejado, porém coberto. Devem ser acondicionadas verticalmente, em até três fiadas sobrepostas, sobre camada de areia.
Louças sanitárias: acondicionadas em local coberto, nos pavimentos onde serão instaladas, evitando contato com material agressivo ou abrasivo. Devem ser mantidas nas embalagens originais. Empilhar conforme instruções do fabricante.
Tijolos e blocos: podem ser armazenados a céu aberto, em terreno nivelado, desde que cobertos com lona plástica. Empilhadas com amarração (mudando o sentido dos blocos a cada fiada) para maior estabilidade. Pilhas de no máximo 1,40m de altura. As peças devem ser estocadas o mais próximo possível de onde serão utilizadas ou do equipamento de transporte vertical.
Vergalhões: lugar seco e protegido de intempéries. Podem ser armazenados em prateleiras, cavaletes ou empilhados no piso. O aço deve ficar em pilhas organizadas conforme a bitola. Separas as pilhas com estacas de madeira. Não ficar expostos a céu aberto por mais de 90 dias. Ficar o mais próximo possível da central de corte e dobra do canteiro.
Esquadrias: estocadas em locais fechados, com baixa umidade e isentos de pó ou poeira, sem contatos com material abrasivo e se possível no andar onde será instalada. Ficar guardadas na própria embalagem em posição quase vertical, apoiadas sobre caibros, encostadas umas nas outras e separadas por cunhas, papelão ou carpetes. Identificar com etiquetas.
Tubos e conexões de PVC: locais fechados (almoxarifado), organizados por bitolas, ou pelo menos cobertos, livres da ação do sol. Pilhas de no máximo 1,80m de altura. Conexões em prateleiras (embalagem ou caixas).
Tintas: almoxarifado, depósito ou sala de armazenamento bem ventilada, com paredes, pisos e teto de material não combustível. Observar validade. Armazenar em prateleiras resistentes. A temperatura ambiente não pode ser superior a 40ºC.
Telhas metálicas: preferencialmente em local coberto, seco e ventilado, ou proteger com lona, permitindo a ventilação. Pilhas de no máximo 2m, sobre calços. Tempo de armazenamento inferior a 60 dias.
Cerâmicas de revestimento: armazenar em local aberto, protegido do sol e poeira. Sobre estrado de madeira. Seguir instruções de estocagem do fabricante.
Central de argamassa: proximidades do estoque de areia, próximo ao equipamento de transporte vertical, de preferência local coberto. Número de betoneiras depende da necessidade da obra. É sempre bom ter uma betoneira reserva.
Central de concreto: para demanda de alto volume de concreto. Mais comum em obras de infraestrutura. É composta por reservatórios de agregados, silo de aglomerante e misturador. Podem ser móveis.
Central de armação: próxima ao estoque de aço e de fácil acesso quanto ao transporte vertical.
Áreas de vivência	
Vestiários: próximos dos alojamentos. Deve conter armários individuais com fechaduras.
Instalações sanitárias: locais seguros e de fácil acesso. A 150 m do posto de trabalho. Vaso sanitário, lavatório e mictório para cada 20 pessoas. Portas de acesso e garantia de privacidade. 1 chuveiro para cada 10 trabalhadores. Piso impermeável e antiderrapante.
Alojamentos: proibido ser instalados em subsolo. 1 bebedouro para cada grupo de 25 pessoas. 1 telefone comunitário.
Refeitório: lavatórios instalados nas suas proximidades ou interior. Independente do número de funcionários, deve haver local exclusivo para aquecimento das refeições. Não pode ficar no subsolo ou porões, e nem ter comunicação direta com instalações sanitárias.
Cozinha;
Lavanderia: tanques individuais e coletivos em número adequado. A terceirização é uma opção, mas sem ônus ao trabalhador.
Área de lazer: o local de refeições pode ser usado para esse fim.
Ambulatório: para frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores. Deve ter material necessário à prestação de primeiros socorros. Esse material deve ser mantido guardado e sob cuidados de pessoa treinada para esse fim.
Questões:
1. Com suas palavras, defina o que é canteiro de obras.
2. O que deve ser considerado na hora de planejar um canteiro de obras?
3. Cite características do canteiro de obras em fase inicial, intermediária e final
4. O que são áreas de vivência? E áreas operacionais?
5. Como devem ser armazenados: areia e brita, ferragens, esquadrias e blocos?
6. Quais as áreas de vivência devem ser contempladas no casos de trabalhadores
alojados?
Movimento de terra
O movimento de terra é feito para adequar a topografia do terreno à necessidade da obra. É definido como o conjunto de operações de escavação, carga, transporte, descarga, compactação e acabamentos executados a fim de modificar-se a conformação topográfica do terreno.
Os tipos de movimento de terra são: corte, aterro e seção mista.
Empolamento: fenômeno característico dos solos, que ocorre pela sua expansão volumétrica ao ser escavado, devido a entrada de ar nos vazios. Processo oposto ao da compactação.
Corte: Minimiza o risco de recalques. Transporte de solo.
Aterro: Maiores riscos de recalque (cuidado com a compactação do solo). Necessidade de aquisição de terra. Transporte de solo.
Seção Mista: Aproveitamento do solo de corte para execução do aterro. Risco de recalque na área de aterro. Reduz as atividades de transporte do solo.
Equipamentos
Escavação: 
Escavadeiras (sobre rodas ou sobre esteiras):
Sobre rodas: Vantagens: maior mobilidade/ maior velocidade de deslocamento. Desvantagem: patinação.
Sobre esteiras: Vantagens: maior estabilidade e aderência ao terreno/ rampas de grande inclinação./ Condições mais adversas/ Menor pressão sobre o terreno./ Desvantagens: locomoção e mobilidade.
Pá carregadeira: Não tem movimento de rotação/ Pá sempre corta o terreno de baixo para cima.
Escavadeiras: Geralmente trabalha estacionada/ Estrutura portante possibilita apenas seu deslocamento, mas não participa do ciclo de trabalho/ Geralmente são montadas sobre esteira/ Possuem capacidade de giro de 360°/ Tipo de trabalho executado varia conforme a lança.
Lança escavocarregadeira: Adequada para escavação acima do nível da máquina.
Lança retroescavadeira: Adequada para escavação abaixo do nível da máquina.
Lança clam shell (caçamba de mandíbula): Adequada para escavação valas ou dentro d’água. Caçamba de mandíbula é sustentada por cabos de aço. Escavação se faz pela queda da mandíbula e seu posterior fechamento. Em obras de edifícios é mais usada na escavação de fundações e contenções do que em movimento de terra.
Pequeno Porte / BobCat: Diferentes configurações/ Locais de difícil acesso/ Facilidade de Transporte.
Compactação:
Compactação de pequeno porte: Quando o nível de exigência da compactação é baixo, isto é, não é fundamental para o desempenho estrutural do edifício, é possível utilizar-se pequenos equipamentos: equipamentos manuais; O próprio equipamento de escavação (grande peso). Equipamentos: sapo mecânico, placa vibratória./ Compactação de grande porte.
Transporte:
Caminhões basculante: Caminhão toco: carga mínima de 4m3/ Caminhões trucados: carga dobrada (possui terceira linha de eixos).
Sistemas de contratação: 
Empreitada global: empresa de terraplenagem contratada pelo serviço como um todo. Verifica-se a topografia do terreno, a cota de fundo e geometria da escavação e o tipo de solo (empolamento). Cobra-se por m3 retirado, com uma estimativa do volume a ser retirado. 
Visão do empreiteiro:maior produtividade possível. Maior volume possível por caminhão.
Visão do contratante: vistoriar o excesso de material nos caminhões (necessidade de limpeza na vizinhança). Vistoriar o atendimento das especificações do aterro e escavação.
 Aluguel de equipamentos: Máquinas e operadores pagos por hora; Caminhões pagos por viagem./ Visão do Contratante: Constituição adequada da frota; Cuidado com a lentidão dos serviços; Cuidado com caminhões mal cheios; Registrar o número de viagens.
Dimensionamento da frota depende: Número de máquinas de escavação; Produção da máquina de escavação; Tempo de ciclo por caminhão (depende do local do bota fora)
Número ideal de caminhões: Não parar a máquina de escavação; Não deixar caminhões esperando em fila empreitada por viagem ou volume. Ex.: Obras < 1500 m2 - Pouco espaço para mais de uma máquina. As máquinas devem ser usadas ao máximo para diluir o aluguel.
Empreitada por viagem: Remuneração pelo serviço é feita por caminhão retirado (volume retirado), estando o aluguel da máquina incluso no preço da viagem. Número de máquinas de escavação; Produção da máquina de escavação; Tempo de ciclo por caminhão (depende do local do bota fora). Visão do Contratante: Cuidado com caminhões pouco cheios; Registrar o número de viagens (ou controlar pelo volume escavado).
Controle de execução
Observar: cota de fundo de escavação, inclinação de talude, características do solo a ser movimentado.
Cota de fundo de escavação: é um parâmetro de projeto, pois define em que momento deve-se parar a escavação do terreno. É preciso conhecer: cota do pavimento mais baixo, tipo de fundação utilizada, características das estruturas de transmissão de cargas do edifício para as fundações (blocos e vigas baldrames).
Inclinação do talude: Depende do tipo de solo, definida pelo projetista de fundações. Ferramenta: gabarito construído em madeira.
Depende do tipo de solo.
 
Locação de Obras
É o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação para o terreno.
O que é transferido: recuos, afastamentos, alicerces, paredes, aberturas, etc.
Termos utilizados:
Cota de arrasamento (ou respaldo): cota da face superior das estacas ou sapatas.
Esquadros: gabaritos ou triângulos retângulos com lados iguais ou múltiplos de 30, 40 e 50 cm.
Piquetes: pequenas estacas de madeira utilizadas para marcar o local de execução de um elemento estrutural.
Pontos notáveis: pontos de referência iniciais (alinhamento predial, marco topográfico, poste, etc.)
RN: referência de nível. Origem das cotas para o terreno.
Testemunhos: marcos ou estacas que marcam a existência de um piquete.
Tolerância: erro admitido nas marcações.
Triangulação: verificação dos esquadros com os triângulos retângulos.
Condições para o início: Projetos da edificação, liberação do terreno (movimentação de terra, drenagem, contenção), materiais e equipamentos.
Equipamentos necessários: estação total, teodolito, nível, nível de mangueira, nível de pedreiro, trena, prumo de centro, linha de nylon ou arame, prego, marreta, tintas, martelo.
Métodos de Locação:
Implantação sem instrumentos topográficos;
Implantação com instrumentos topográficos.
Processo de locação
1º) Definir uma referência: Pode ser: o alinhamento da rua; um poste no alinhamento do passeio; um ponto deixado pelo topógrafo quando da realização do controle do movimento de terra; uma lateral do terreno; um vértice do terreno; um ponto específico para a locação.
Referência de nível (RN): Ponto marcado em algum elemento fixo que dá a referência de altura (cota).
É necessário, no mínimo, um ponto fixo materializado e dois eixos ortogonais. Trio ordenado: (X e Y: planimétricas, Z: altimétrica.).
Materialização dos pontos
Instrumentos de topografia e piquetes: indicados para obras maiores e que exigem maior precisão (estruturas metálicas, pré-fabricadas). Atualmente o equipamento mais utilizado é a estação total. O processo consiste em inserir as coordenadas dos eixos no aparelho e efetuar sua restituição em campo.
Vantagens: precisão, produtividade, economia de material. Desvantagens: necessidade de equipamento e profissional habilitado (o que pode ficar caro).
Cavaletes: indicados para obras de menor porte e com poucos elementos a serem locados. Alinhamentos definidos por pregos cravados nos cavaletes, constituídos de duas estacas cravadas no solo e travados por uma travessa nivelada. Vantagens: fácil de nivelar, economia de material. Desvantagens: não oferece muita segurança (pode se movimentar).
Gabarito: Indicado para obras com muitos elementos a serem locados. Consiste em contornar uma futura edificação com um cavalete contínuo constituído de estacas e tábuas niveladas e em esquadro. Vantagens: menor chance de perda de nível e alinhamento. Referencial planialtimétrico. Desvantagens: alto consumo de madeira, pode interferir no processo construtivo.
Cravação de pontaletes a intervalos regulares alinhados e distantes aproximadamente 1,20m da borda exterior da edificação; Esquadro correto do alinhamento dos eixos perpendiculares; Colocação de tábuas niveladas; Marcação das coordenadas na tabeira com pregos; Passagem de fios (nylon ou arame recozido nº 18); Descida das coordenadas planimétricas até o solo pelo fio de prumo. Com duas linhas de nylon ou de preferência arame recozido esticados, a partir das marcações do gabarito e no cruzamento das linhas, transferir as coordenadas das estacas (sapata ou elemento que venha a ser executado) para o terreno, usando um fio de prumo (250 g) marcar o ponto exato da estaca (centro), cravando um piquete (pintado de branco)./ No gabarito, as informações devem ser pintadas nas tábuas. No caso de desníveis, o gabarito deve ser executado em plataformas (degraus)./ Algumas obras podem exigir um projeto de gabaritos.
No gabarito, são demarcados: Eixos ortogonais de referência; Posições das estacas; Eixos das vigas baldrame; Centro geométrico e face dos blocos; Eixo de paredes/pilares. SEMPRE MARCAR OS EIXOS.
DICAS:
Para evitar erros e sua propagação: Coordenadas marcadas sempre a partir da mesma origem;/ Marcação com cotas acumuladas;/ Marcação dos eixos primeiro, a partir da origem;/ Marcação das faces posteriormente a partir dos eixos;/ Identificação de eixos e faces com algum código (cores, tamanho, etc.);/ Reconferência dos eixos a cada etapa ou período de tempo.
Marcar faces confunde: Qual das faces foi usada?/ Com ou sem revestimento?
A correção do serviço de locação é essencial para a qualidade da obra./ Erros na locação se propagam por todos os subsistemas do edifício (estrutura, vedações, instalações, etc.) gerando custos materiais e de tempo para resolução de incompatibilidades e correção de erros./ Em erros mais graves pode resultar na demolição de estruturas.
Fundações
Fundações: elementos estruturais com função de transmitir as cargas da estrutura ao terreno onde ela se apoia. Devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes. Solo deve ter resistência e rigidez apropriadas para não sofrer rupturas ou deformações exageradas. Deve ser feito estudo preliminar do solo e dos esforços solicitantes para definição da fundação mais adequada (ordem crescente de complexidade e custos). Fundações bem projetadas correspondem de 3 a 10% do custo total do edifício (podendo chegar a 5 a 10 vezes esse valor, se mal projetadas ou concebidas).
Elementos necessários e critério de projeto:
Topografia da área: levantamento planialtimétrico da área; dados sobre taludes no terreno (que possa, no caso de acidente, atingir o terreno ou ser atingido); dados sobre erosões.
Dados geológicos-geotécnicos: investigação do subsolo: sondagens de simples reconhecimento (sondagem à percussão). 
O número de sondagens necessário para uma boa caracterização do subsolo é definido pela NBR 8036/93 e leva em consideração a área de projeção em planta da construção:
De 200m2 até 1200m2 de área de projeção: 1 furo de sondagem a cada 200m2.
De 1200m2 até 2400m2, 1 furo desondagem a cada 400m2 que excederem os 1200m2.
Acima de 2.400m2 o número de sondagens será fixado pelo engenheiro responsável.
Deve se considerar a distância entre os furos de 15 a 20 metros, evitando que fiquem num
mesmo alinhamento.
O número mínimo é 3 furos de sondagem, e quanto a profundidade mínima é de 8 metros.
Tendo-se executado as sondagens corretamente, as informações são condensadas e apresentadas em um relatório escrito e outro gráfico, que deverá conter as seguintes informações referentes ao subsolo estudado:
• Locação dos furos de sondagem;
• Determinação dos tipos de solo até a profundidade de interesse do projeto;
• Determinação das condições de compacidade, consistência e capacidade de carga de cada tipo de solo;
• Determinação das espessuras das camadas e avaliação dos planos que as separam;
• Informação do nível do lençol freático.
Resistência à compressão:
Boa > 4,0 kg/cm2 Regular = 2,0 kg/cm2 Fraca = 0,5 kg/cm2
3) Dados da estrutura a construir:
• Tipo e uso que terá a nova obra:
• Arquitetura, edifício, torre, ponte, subsolo,
• Sistema Estrutural;
• Cargas (Ações nas fundações).
• Realizando este estudo, descartam-se as fundações que oferecem limitações ao seu emprego na obra. Mas ainda haverá uma gama de soluções possíveis.
Dados sobre construções vizinhas:
• Tipo de estrutura e fundações
• Número de pavimentos, carga média por pavimento;
• Desempenho das fundações;
• Existência se subsolo;
• Possíveis consequências de escavações e vibrações provocadas pela nova obra.
• Em zonas urbanas as condições dos vizinhos constituem, frequentemente, fator decisivo na definição da solução da fundação.
• Quando fundações profundas ou escoramentos de subsolo são previstos, deve-se prever a disponibilidade de equipamentos na região.
5 – Aspectos econômicos:
• Além do custo direto para a execução do serviço, deve-se considerar o prazo de execução. Há situações em que uma solução mais custosa oferece um prazo de execução menor, tornando-se mais atrativa.
Ações nas fundações
No Brasil, a Norma NBR 8681/2003 (Ações e Segurança nas Estruturas”) classifica as ações nas estruturas em:
(a) Ações permanentes: as que ocorrem com valor constante durante praticamente toda a vida da obra (peso próprio da construção e de equipamentos fixos, empuxos).
(b) Ações variáveis: as que ocorrem com valores que apresentam variações significativas (ações devidas ao uso da obra, tipicamente).
(c) Ações excepcionais: as que tem duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida da obra, mas que precisam ser consideradas na projeto (explosões, colisões, incêndios, enchentes, sismos, etc).
Requisitos de um projeto de fundações
(a) Deformações aceitáveis sob condições de trabalho;
(b) Segurança adequada ao colapso do solo de fundação (estabilidade “externa”);
(c) Segurança adequada ao colapso dos elementos estruturais (estabilidade “interna”).

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