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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA LICENCIATURA EM QUÍMICA Componente Curricular: Físico-Química Experimental I Docente: Luíz Elói da Silva Discentes: Íngrede Ferreira, Thaís Aparecida Menezes, Naiara Patez, Rener Cambuí, Regina Morais DETERMINAÇÃO DO EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO EM UM SISTEMA BINÁRIO DETERMINAÇÃO DO EQUILÍBRIO LÍQUIDO-LÍQUIDO EM UM SISTEMA BINÁRIO Íngrede Ferreira, Naiara Patez, Regina Morais, Rener Cambuí e Thaís Aparecida Menezes Relatório de aula prática, apresentado por Íngrede Silva, Naiara Patez, Regina Morais, Rener Cambuí e Thaís Aparecida Menezes, para avaliação parcial da II unidade do componente curricular Físico-Química Experimental I, orientado pelo professor Luíz Elói da Silva. 1 Introdução A fase de uma substância é uma forma da matéria que é homogênea no que se refere à composição química e ao estado físico. Assim, temos as fases sólida, líquida e gasosa de uma substância. Uma transição de fase é a conversão espontânea de uma fase em outra e ocorre numa temperatura característica para uma dada pressão. Nesse sentido, a 1atm, o gelo é a fase estável da água em temperaturas abaixo de 0°C, mas acima de 0°C a água líquida é mais estável. Essa diferença indica que abaixo de 0°C a energia de Gibbs diminui quando o gelo se transforma em água líquida. A temperatura de transição, Ttrs, é a temperatura em que as duas fases estão em equilíbrio e a energia de Gibbs é mínima na pressão prevalecente (ATKINS, 2006). Alguns pares de líquidos puros, quando misturados em proporções apropriadas a certas temperaturas e pressões, não formam apenas uma fase líquida homogênea, mas duas fases líquidas com diferentes composições. Este fato acontece devido ao estado bifásico ser mais estável que o estado monofásico. Se estas fases estão em equilíbrio, então o fenômeno é chamado equilíbrio líquido-líquido (ELL) (SMITH et al., 2000). O estado de equilíbrio termodinâmico é buscado por todos os sistemas. A termodinâmica fornece um critério de estabilidade que deve ser satisfeito, estabelecendo que, a uma temperatura e pressão constantes, um estado estável é aquele que apresenta um mínimo na energia livre de Gibbs. A equação abaixo mostra que a energia de Gibbs é em função da pressão e da temperatura. dG = VdP – SdT (1) À pressão constante, essa equação torna-se dG = – SdT (II) Ao misturar duas ou mais substâncias, define-se dG como a diferença entre a energia livre de Gibbs da solução e a dos compostos puros. Se dG ≤ 0 , forma-se uma solução monofásica estável, porém, se dG ≥ 0 , a solução homogênea é instável e o sistema é obrigado a se dividir em duas ou mais fases, a fim de minimizar a energia livre de Gibbs. Desta maneira se formam sistemas bifásicos ou até multifásicos (HACKBART, 2007). A miscibilidade de dois líquidos, assim como a solubilidade de um sólido em um líquido, pode variar com a temperatura, aumentando ou diminuindo, dependendo da característica de cada componente. Em sistemas em que a miscibilidade aumenta com o aumento da temperatura, a temperatura acima da qual os dois líquidos passam a ser completamente miscíveis é chamada temperatura crítica superior (TCS). Em sistemas em que a solubilidade decresce com o aumento de temperatura, a temperatura mínima que permite a total miscibilidade é a temperatura crítica inferior (TCI). Existem ainda os sistemas que apresentam as duas temperaturas e exemplos desses comportamentos estão dados na figura 1 (GUIMARÃES, et al., 2013). Figura 1 . Representações esquemáticas de diagramas de fases de líquidos parcialmente miscíveis que possuem a) um valor de TCS, b) TCI e c) ambos.O comportamento dos sistemas pode então ser estudado pela construção de diagramas de fases como os da figura 1 e diagramas de fases binários podem ser interpretados qualitativamente, fazendo-se uso da regra de Gibbs: p + f = c + 2 Onde p = o número de fases presentes no sistema; f = termo grau de liberdade do sistema, dá o número de variáveis intensivas; c = número de componentes, necessário para definir o sistema (CHANG, 2008). Objetivos Determinar a curva de miscibilidade de uma mistura de fenol com água, em funçãoda temperatura. 3 Procedimentos Experimentais 3.1 – Materiais e Reagentes Vitória da Conquista, Bahia 2017.2 Manta de aquecimento; Capela com exaustor; 6 tubos de ensaio; Prendedores para tubos de ensaio; Béquer de 1L; Água; Fenol; Luvas, óculos, e mascara de segurança; Balança analítica; Termômetro. 3.2 – Procedimentos Realizados a) Adiciona-se 4 g de Fenol á 3 tubos de ensaio e a eles adiciona-se sucessivamente 2, 4 e 6 mL de água. Aquece os três em banho-maria (70-80ºC) até a homogeneização da solução; b) Os tubos são retirados do banho-maria, e no momento do inicio da turvação a temperatura deve ser medida; c) Os procedimentos são repetidos para 1 g de Fenol. 4 Resultados e Discussão Os procedimentos realizados na parte experimental compõem uma analise físico-química da chamada Ebulioscopia que, na qual, consiste testar certas propriedades de compostos em função de temperatura, ou seja, da elevação da temperatura do sistema. Quando colocou-se o fenol junto a água em um tubo de ensaio e aqueceu, no momento em que a mistura tornou-se homogênea, a temperatura foi registrada (Figura 2.a). Após a misturar tornar-se homogênea, esperou esfriar até que a solução ficasse novamente turva e, com isso, a temperatura de turvação fosse anotada (Figura 2.b). A partir das temperaturas de solubilização e turvação, obteve-se uma média somando essas duas e dividindo por 2 para que colocasse no gráfico. A tabela 1 indica, exatamente, a massa de fenol e de água que foram colocadas nossete tubos, o número de mols total e de cada um, além da fração molar de ambos os componentes. Já as tabelas 2 e 3 apresentam atemperatura média, citadas anteriormente, com a composição em (%) do fenol e da água, respectivamente. A partir desses dados plotados, foram construídos os gráficos 1 e que são de temperatura média em função da composição. Figura 1. (a) fenol dissolvido em água. (b) fenol turvo após o banho-maria. Tabela 1 - Componentes inseridos nos tubos de ensaios Exp m(g)Fenol m(g)Água n fenol n água n total Xifenol Xiágua 1 1,01 9 0,01073 0,5 0,5107 0,021 0,9790 2 2,2 8 0,02337 0,44 0,46337 0,05043 0,9495 3 3,0 7 0,03187 0,38 0,41187 0,07737 0,9226 4 4,0 6 0,04250 0,33 0,3725 0,1140 0,8859 5 5,08 5 0,05399 0,27 0,32399 0,1666 0,8333 6 6,28 4 0,06673 0,22 0,2873 0,2322 0,7657 7 7,05 3 0,07491 0,16 0,23491 0,3188 0,6811 Tabela 2 - Temperatura média e composição do fenol Temperatura média °C Composição (%) Xifenol 48,5 2,1 64 5,043 65,5 7,737 67,5 11,4 70 16,66 63,5 23,22 51,5 31,88 Tabela 3 - Temperatura média em função da composição da água Temperatura média °C Composição (%) Xiágua 48,5 97,90 64 95,95 65,5 92,26 67,5 88,59 70 83,33 63,5 76,57 51,5 68,11 Gráfico 1 - Temperatura média (eixo Y) em função da composição % (eixo X) do fenol Gráfico 2 - Temperatura média (eixo Y) em função da composição % da água (Eixo X) De acordo o diagrama da miscibilidade do fenol, mostrado na figura 2 a seguir, foi possível observar que o gráfico real construído a partir deste experimento se aproxima com o diagrama real, isto é, cresce e decresce a medida que vai aumentando a composição, se assemelhando com uma parábola. No diagrama teórico, a temperatura crítica é de 65,86 °C, enquanto que no gráfico real,a temperatura foi bem próxima aos 70 °C. Este resultado foi satisfatório devido ao fato de haver erros experimentais durante a prática, além do fenol ser tóxico e ocorrer dificuldades em seu manuseio e, também, a volatilidade da solução é um fator que pode ser considerado. A partir do gráfico construído nesse experimento, quando são colocados 4 gramas de fenol e 6 gramas de água em um tubo de ensaio, exatamente, na temperatura de 50 ° C, o sistema estará na fase líquida, isto é, a temperatura de 50 ° C não está superior a temperatura de saturação para essa composição com base no gráfico 3. Para essas massas de fenol e de água, a composição (%) do fenol = 11,33. Para esse valor, a temperatura de de saturação é acima dos 60 graus. Logo, há duas fases (líquido + líquido). Figura 2 - Diagrama real da miscibilidade do fenol Gráfico 3 - Para a composição de 11,33 %, a temperatura de saturação é acima dos 60 graus 5 Conclusão A partir da análise de todos os dados, a realização dessa prática, apesar das atividades de manuseio e erros experimentais, ocorreu de forma bastante eficaz, além de proporcionar uma aprendizagem mais consolidada, na prática, dos conteúdos vistos teoricamente em sala de aula. 6 Referências ATKINS, P;PAULA, J. Físico-Química Volume 1. São Paulo: LTC, 2003. ATKINS, P.; PAULA, J. de. Físico-Química, Vol1. 8ª ed., Editora LTC, Rio de Janeiro, 2006. CHANG, R. Físico-Química: Para as ciências químicas e biológicas: Vol. 1. 3ª. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2008. Pág. 175 -186. GUIMARÃES, F. F.; JÚNIOR, F. C.; MARTINS, T. D.; XAVIER, M. L.B; SALGADO, A. M. Manual de Laboratório Físico-Química Experimental II.Instituto de Química. Universidade Federal de Goiás, 2013. Pág. 50. Disponível em:<https://anselmo.quimica.ufg.br/up/56/o/FQExp2_apostila.pdf>. Acesso em 13 de jan. de 2016. HACKBART, L.M. Equilíbrio Líquido-Líquido De Sistemas Contendo Fenol-Água-solvente: Obtenção E Modelagem Termodinâmica.Dissertação ao programa Pós-graduação. Universidade Federal do Paraná, Curitiba 2007. Disponível em: <http://www.pipe.ufpr.br/portal/defesas/dissertacao/119.pdf>. Acesso em 12 de Jan. de 2016. SMITH, J.M.; VAN NESS, H.C.; ABBOTT, M.M. Introdução à Termodinâmica da Engenharia Química. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
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