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Institutos despenalizadores da lei 9099

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Institutos despenalizadores da lei 9099
TRANSAÇÃO PENAL 
Conceito:
É um acordo celebrado entre o MP e o acusado, quando o autor aceita uma pena antecipada que pode ser pecuniária ou restritiva de direitos em troca da extinção da punibilidade, mantidos sua primariedade e seus bons antecedentes. (Art. 76,§6, 1ª parte, da lei 9099/95). 
Portanto, a transação penal é uma relativização do princípio da obrigatoriedade da ação penal de iniciativa pública. NÃO obtida a conciliação, ou não sendo cabível, passa-se a proposta de transação penal, Arts. 72 e 76 da lei 9099. A aceitação da transação penal não importa em aceitação de culpa, pois se a vítima quiser, ela pode propor ação penal de indenização no juízo cível, Art. 76, §6, 2ª parte da lei 9099.
REQUISITOS:
Está expresso no Art. 76, §2º, III, da lei 9099, que são 3:
Não ter antessentes criminais;
Não ter sido beneficiado pela transação penal no período de 05 anos.
Não ter sido condenado.
NATUREZA JURÍDICA 
Aury e ADA entendem que é um direito subjetivo do acusado, desde que preenchidas as condições especificas da lei. Em razão disso, se o MP não oferecer transação, o próprio juiz pode fazer a pedido do interessado. 
MAJORITÁRIA nos Tribunais – É um poder dever do MP oferecer tais benefícios. Há uma decisão do STJ, isolada, no sentido de que cabe ao magistrado fiscalizar o respeito às regras legais de aplicação dos benefícios, podendo ele, de ofício, oferece-las. Majoritariamente deve-se aplicar o Art. 28 do CPP c/c Súmula 696 do STF.
Cabe transação em ação penal privada?
O Art. 76 da lei 9099 fala somente em ação penal pública. A jurisprudência, contudo, é predominante no sentido de que cabe transação penal em ação penal privada. HC 17006/PA. O raciocínio é de quem pode mais, pode menos. Se o querelante pode renunciar, perdoar, pode ter transação penal, sendo que a iniciativa da transação deverá ser do próprio ofendido, e, o magistrado analisará, na homologação, se não é um instrumento de vingança.
E se a transação for descumprida?
Duas correntes:
Não poderá ser feito nada, pois já homologou, não podendo desconstituir a coisa julgada.
STF entende que a sentença que homologa é inexistente, pois equivale a um acordo não realizado, devendo recompor o estado anterior. Portanto, a sentença é inexistente, razão pela qual NÃO transita em julgado. Sendo possível, então a retomada do processo. STF, RE 602.072-RG. HC 88.785 e STJ, RHC 29.435.
SURSIS 
O sursis é uma causa de extinção da punibilidade. Ele pode ser penal ou processual.
Penal – Pode ser simples e especial - Art. 77 e 78, §1 do CP.
Processual – Art. 89, §7º c/c 77 seguintes da Lei 9099.
OBS: Deve-se respeitar concurso de crime – súmula 243 STJ e 723 do STF. 
REQUISITOS:
 Denunciado cuja pena seja MÍNIMA seja igual ou inferior a 01 ano, suspendendo de 02 a 04 anos.
NATUREZA JURÍDICA
Poder dever do MP (Pollastri e STJ).
TJRJ, é direito subjetivo do acusado.
 Afrânio Silva Jardim – Poder discricionário do MP.
É o crime da Lei 8137, Art. 7º, cabe sursis. Sim, o STF analisa o mínimo como referência a multa substitutiva e não a pena de 02 anos. HC 83.926-6/STF. Nos crimes da Maria da Penha, aplica-se a súmula 542 e 536 STJ – ADC 19. ADI-4424.
MOMENTO:
É feito no próprio oferecimento da denúncia, porém, não é preclusivo, Súmula 337 STJ. Na lei 11.343, Art. 50, §2º, o laudo prévio serve apenas para denunciar e nãoo para condenar, pois deve haver o laudo DEFINITIVO. O laudo definitivo consiste numa perícia mais técnica. Há, contudo, condenações apenas no laudo prévio, STF, RHC 110.429/MG.

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