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Reforma Vacina 2018

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Reforma da Vacina 
Os determinantes econômicos, políticos e 
sociais, assim como os projetos de saúde 
pública em disputa neste período (1889 a 
1930), foram condicionantes do 
surgimento da enfermagem moderna 
brasileira alicerçada na assistência 
hospitalar. 
O tema foi abordado no contexto histórico-
social, delimitado às três primeiras décadas 
do século XX, período em que surgiram as 
Primeiras Escolas de enfermagem as 
principais epidemias e medidas que o 
governo tomou, quem foi Osvaldo cruz e o 
papel dele para a saúde do Brasil, porque 
houve a revolta da vacina e qual foram as 
primeiras escolas de enfermagem escola 
profissional de enfermeiros e enfermeiras 
uma das mais importantes é a Escola de 
Enfermeiras do Departamento Nacional de 
Saúde Pública, hoje denominada de Escola 
de Enfermagem Anna Nery. A partir da 
criação desta escola, e da formação das 
primeiras enfermeiras diplomadas 
efetivamente se inicia a profissionalização 
desta prática social no Brasil. 
Este trabalho tem como objetivo central 
falar da enfermagem profissional brasileira 
com a saúde pública. Através da 
identificação do papel efetivamente 
desempenhado por ela nos diferentes 
projetos saúde em disputa naquele período 
da prática marcada pelo predomínio do 
direcionamento a atenção à saúde para o 
campo hospitalar, conforme nos 
programas de ensino e modelos de saúde 
se impuseram e se firmaram nas escolas de 
enfermagem. 
A historiografia brasileira no campo da 
Enfermagem aponta como determinante 
básico da constituição da enfermagem 
moderna, as grandes epidemias e a 
necessidade de trabalhadores 
especializados para o combate às doenças 
infecto-contagiosas, que estariam 
ameaçando o comércio do Brasil com os 
países importadores nas primeiras décadas 
do século XX. Nessa perspectiva, sua 
atuação visava predominantemente a 
saúde pública, compreendida como as 
práticas de saúde preventivas e de atenção 
primária, realizadas fora do campo 
hospitalar e promovidas por órgãos 
estatais. 
Apesar de esta interpretação ter sido 
consagrada pelos historiadores da 
Enfermagem, outras possibilidades de 
leitura surgem na medida em que se 
aprofundam os estudos sobre a origem e o 
desenvolvimento da enfermagem 
profissional no Brasil. Estudo mais 
aprofundado nesse processo se faz 
necessário, quando entende que muitos 
dos problemas vividos hoje pela 
enfermagem foram reproduzidos no 
passado e se reproduzem no presente; daí 
a importância da investigação histórica 
para o seu desvendamento e superação. Se 
as interpretações que aí estão não dão 
conta ou ocultam a realidade, devem ser 
questionadas, lembrando que a maneira 
que escolhemos para interrogar é também 
a maneira pela qual obtemos as respostas. 
BRASIL E SAÚDE 
Fim do século XIX, Brasil passava por um 
processo de urbanização. Mesmo que 
ainda num estagio lento e progressivo era 
possível observar-se duas principais 
cidades a serem mais rapidamente 
povoadas que são Rio de Janeiro e São 
Paulo. Brasil neste período ainda 
continuava a receber grande numero de 
imigrantes europeus italianos e escravos 
africanos. Junto deles traziam as doenças 
infecto-contagiosas de onde vinham. 
A tese de que o combate às epidemias e o 
saneamento dos portos foram os principais 
motivos para a institucionalização da 
enfermagem moderna no Brasil, carece de 
base histórica de sustentação. Isso porque 
as doenças infecto contagiosas, que tinham 
sido uma constante em nossa história 
desde o século XVI, as principais eram 
estavam praticamente erradicadas quando 
da criação da Escola de Enfermeiras do 
Departamento Nacional de Saúde Pública 
(DNSP) em 1922. E também, porque a 
situação da saúde pública, nas cidades 
portuárias como Salvador Bahia, não 
representava um real empecilho às 
relações econômicas do Brasil com os 
países importadores, uma vez que a 
própria política de saneamento urbano 
constituía oportunidade de investimentos 
para o capital estrangeiro, e se a saúde do 
Brasil continuasse daquela forma ele 
perderia mercado estrangeiro pois eles 
estavam com medo de vir para o pais e 
contrair doenças. A Diretoria Geral de 
Saúde Pública (1897); o Instituto 
Soroterápico Municipal (1900); a 
notificação compulsória das doenças 
consideradas transmissíveis (1902) e 
instituiu a obrigatoriedade da vacina contra 
a varíola (1904). (COSTA, 1986, p. 45/46). 
A compreensão, de que as doenças 
contagiosas e parasitárias tinham como 
única causa o meio físico, levava os 
sanitaristas a pensarem que bastaria o 
extermínio dos focos e vetores para se ter 
o controle das mesmas. As práticas 
sanitárias realizadas pelos serviços públicos 
se concentravam, por conseqüência, na 
redução da desordem urbana, no combate 
às doenças epidêmicas, na limitação do 
desregramento moral, na higiene e no 
controle dos hábitos da sociedade. 
Durante esse período (1903-1908), 
praticamente erradicou-se a febre amarela, 
que só voltou a ter novo surto em 1928; 
diminuiu a mortalidade pela peste e 
acabou a epidemia da varíola; através do 
controle sanitário, da realização de 
campanhas de vacinação e do método de 
controle de vetores, característicos do 
modelo campanhista/policial, que se 
baseava na concepção ontológica e 
unicausal das doenças.. Essa situação, 
associada à mudança na postura do Estado, 
até então marcadamente liberal e de não 
intervenção nas áreas sociais e de trabalho, 
põem em discussão a chamada “questão 
social”. Expressão inevitável do processo 
de urbanização acelerado, das péssimas 
condições de trabalho e dos baixos 
salários, que impunham aos trabalhadores 
e suas famílias condições subumanas de 
vida. 
OSVALDO CRUZ 
Médico, cientista e sanitarista brasileiro, 
Osvaldo Cruz foi um pioneiro no estudo de 
moléstias tropicais e fundador da medicina 
experimental no Brasil. 
Osvaldo entrou na Faculdade de Medicina 
do Rio de Janeiro em 1887 aos 14 anos de 
idade. Ainda enquanto aluno, em 1891, ele 
publicou dois trabalhos sobre 
microbiologia. Formou-se como médico em 
1892, com apenas 20 anos de idade, tendo 
defendido a tese intitulada: Da veiculação 
microbiana pelas águas. Osvaldo Cruz 
clinicou no Rio de Janeiro até meados de 
1896, quando viajou para a França com sua 
esposa. Em Paris, começou a trabalhar com 
Ollier e Vilbert em medicina legal, mas sua 
verdadeira paixão era a microbiologia. Em 
1897, finalmente conseguiu ser admitido 
como estagiário no Instituto Pasteur, 
dirigido pelo Dr. Émile Roux, descobridor 
do soro anti-diftérico. Dr. Émile Roux e o 
Dr. Ellie Metchnikoff se tornaram seus 
principais orientadores profissionais. 
Osvaldo Cruz foi convidado pelo Dr. Roux – 
que admirava seu trabalho – para 
permanecer trabalhando no Instituto 
Pasteur. No entanto, Osvaldo decidiu 
regressar ao Brasil em 1899. Mal acabara 
de chegar, recebe a notícia, no porto de 
Santos, em São Paulo, que havia sido 
deflagrada uma epidemia de peste 
bubônica. O Instituto de Higiene o 
encarregou de avaliar a extensão do mal. 
Osvaldo Cruz é designado para organizar o 
combate ao surto da peste bubônica em 
Santos e em outras cidades portuárias. 
Ocorre que a epidemia seria incontrolável 
sem o uso de um soro adequado que era 
importado pelo Brasil. Diante da 
probabilidade de uma demora na 
importação do soro – que seria fatal para 
muitos brasileiros – Osvaldo Cruz propôs 
ao governo algo até então inédito: fabricar 
o soro no País. 
Foi fundado então em 1900 na fazenda de 
Manguinhos,nos arredores do Rio de 
Janeiro, o Instituto Soroterápico Nacional – 
atual Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). Os 
governantes brasileiros não acreditavam 
na capacidade de Osvaldo Cruz. Após 
afirmar que “Não há no País um técnico 
competente para dirigi-lo”, o Barão de 
Pedro Afonso – diretor do Instituto 
Soroterápico – escreveu ao Dr. Roux do 
Instituto Pasteur, solicitando que indicasse 
e cedesse um de seus melhores 
colaboradores para comandar o projeto. O 
Dr. Roux respondeu que um de seus 
técnicos mais qualificados vivia no Rio de 
Janeiro e se chamava Osvaldo Cruz! 
Em julho de 1900, Osvaldo Cruz é 
convidado para assumir a direção do 
Instituto de Manguinhos. Ele aceitou o 
convite, apenas assumindo o posto após 
conseguir que equipamentos de última 
geração fossem comprados para equipar o 
Instituto. Em sua gestão, Osvaldo 
conseguiu reunir uma excelente equipe de 
jovens pesquisadores – disciplinados e 
competentes – com quem fez a instituição 
atingir um elevado nível como centro de 
fabricação de vacinas e de medicina 
experimental. 
Em 15 de novembro de 1902, Rodrigues 
Alves foi eleito Presidente da República. O 
novo Presidente promoveu a revolução 
urbana no Rio de Janeiro e declarou que 
iria acabar com as doenças que traziam 
desgraça e vergonha para o País: febre 
amarela, peste bubônica e varíola. 
Rodrigues Alves nomeia Osvaldo Cruz 
como diretor-geral da Saúde Pública – um 
cargo que na época era equivalente ao de 
Ministro da Saúde nos dias de hoje. O 
objetivo da Saúde Pública era o de 
erradicar do Rio de Janeiro a febre 
amarela, a peste bubônica e a varíola. 
Sem contemplações políticas, Osvaldo Cruz 
assumiu pessoalmente a liderança da 
equipe sanitária, iniciando um rigoroso 
programa de combate à moléstia, que 
incluía o isolamento dos doentes e a 
vacinação obrigatória. Osvaldo instituiu as 
famosas brigadas de “mata-mosquitos” – 
guardas sanitários que percorriam as 
residências eliminando focos do mosquito 
transmissor da febre amarela – o Aeges 
aegypti. No primeiro semestre de 1903, no 
Rio de Janeiro, ocorreram 469 óbitos 
resultantes da febre amarela. Já no 
primeiro semestre de 1904, o número de 
óbitos caiu para 39. 
Em 1906, a epidemia da febre amarela foi 
dada como extinta. No entanto, ocorreram 
algumas manifestações populares contra as 
medidas adotadas por Osvaldo Cruz, 
principalmente em relação à 
obrigatoriedade da vacinação. Não 
obstante, a tenacidade e dedicação de 
Osvaldo Cruz contribuíram para erradicar 
doenças que anteriormente dizimavam a 
população brasileira. 
Em sua gestão como diretor-geral da Saúde 
Pública, Osvaldo Cruz conseguiu erradicar a 
febre amarela, a peste bubônica e a 
varíola. Em 1908, em reconhecimento pelo 
seu trabalho, o Presidente Afonso Pena 
nomeou o Instituto de Manguinhos de 
Instituto Osvaldo Cruz. Em 1909, exausto, 
Osvaldo renunciou à direção da Saúde 
Pública e passou a se dedicar 
integralmente ao Instituto Osvaldo Cruz. 
No ano seguinte, em 1910, foi convidado 
para investigar as condições sanitárias do 
local onde trabalhavam as pessoas 
responsáveis pela construção da via férrea 
Madeira-Mamoré, no Amazonas. Osvaldo 
Cruz verificou que os trabalhadores e a 
população vizinha da região sofriam crises 
de malária. Para combater a epidemia, 
Osvaldo receitou doses maciças de quinino, 
de acordo com os resultados das pesquisas 
de Artur Neiva e Carlos Chagas. Em 
seguida, foi para Belém do Pará, onde foi 
chamado para enfrentar a febre amarela 
mais uma vez. Em 1912, comandou com 
Carlos Chagas o saneamento do vale 
amazônico. 
Durante sua vida, Osvaldo Cruz recebeu 
várias honrarias e homenagens. Em 1907, 
em Berlim, no XIV Congresso Internacional 
de Higiene e Demografia, ganhou a 
medalha de ouro em reconhecimento por 
seu trabalho. 
Em 1916, exausto e doente e sofrendo de 
aguda insuficiência renal, Osvaldo Cruz 
retirou-se para Petrópolis. Abandonou suas 
atividades científicas e o Instituto Osvaldo 
Cruz que tanto amava e que era ainda 
chamado de Castelo de Manguinhos. No 
dia 11 de fevereiro de 1917, com apenas 
44 anos de idade, Osvaldo Cruz faleceu, 
deixando de herança uma fundação que 
produziu 60% das vacinas do mundo. 
Frase Famosa: 
“O saber contra a ignorância, a saúde 
contra a doença, a vida contra a morte… 
Mil reflexos da Batalha Permanente em 
que estamos todos envolvidos…“ 
REFORMA SANITÁRIA 
Para melhor entender e analisar a Reforma 
Sanitária da primeira republica, é 
necessário compreendê-la como um 
projeto setorial, articulado a uma 
estratégia maior, global para a sociedade 
brasileira, que está direcionada à 
consolidação da etapa democrática do 
capitalismo. Uma das diretrizes desta 
estratégia é a ampliação dos direitos de 
cidadania às camadas mais pobres no 
processo histórico de acumulação do 
capital, situação que se agravou 
enfaticamente com a supressão das 
liberdades de participação e organização e 
a limitação dos direitos civis durante os 
anos de autoritarismo. É dentro desta 
perspectiva que a “Saúde como um Direito 
do Cidadão e Dever do Estado” se coloca 
como idéia social básica do “Movimento 
Sanitário”. A Reforma Sanitária 
corresponde à necessidade de uma política 
de reformas no espaço setorial ela também 
faz parte de um projeto específico, 
constituinte de uma trajetória maior. 
Juntamente com outros projetos 
econômico-sociais reformadores – que se 
consubstancia por sua vez em uma série de 
“projetos parciais” que sinteticamente 
gravitam em torno dos seguintes eixos: 
1. Unificação do Sistema de Saúde e sua 
hierarquização e descentralização para 
estados e municípios, com unidade na 
Política de Saúde; 
2. Universalização do atendimento e 
equalização do acesso com extensão de 
cobertura de serviços; 
3. Participação da população através – de 
entidades representativas – na formulação, 
gestão, execução e avaliação das políticas e 
ações de Saúde; 
4. Racionalização dos recursos setoriais 
com financiamento do Estado através de 
um Fundo Único de Saúde a nível federal. 
Através destes “projetos parciais” se busca 
o apoio social ao projeto da reforma 
Sanitária. Hoje segmentos populacionais 
que não têm acesso, ou que têm um 
acesso difícil aos serviços de saúde e 
encontra respaldo nos movimentos sociais 
organizados (sindicais, populares, etc.) 
assim como a participação da população 
acolhe a vontade social de fiscalizar o 
Estado nas suas Ações e Políticas. De outro 
lado, a perspectiva da racionalização e 
otimização dos recursos que tem como 
pano de fundo a crise fiscal constituiriam 
argumentos incontestáveis aos políticos e 
burocratas governamentais, conformando 
pilares de sustentação do projeto no 
interior do aparelho estatal. 
De outro lado o governo com suas 
desencantadas políticas econômico-sociais 
não merece mais a confiança que a 
população lhe dedicava nos primórdios da 
“Nova República”. O desgaste do discurso 
oficial, a lentidão e os retrocessos da 
redemocratização e os limites das medidas 
ao técnico-burocrático afastam a 
sociedade, cada vez mais das iniciativas 
governamentais. O clientelismo político e o 
fisiologismo partidário ainda constituem 
uma das principais formas de como o 
Estado se movimenta e toma decisões, 
atropelando critérios técnicos, realidade e 
interesses sociais. 
Em resumo e em outras palavras: a 
“Reforma Sanitária” perde força com o 
descrédito da Nova República. No ano de 
1904, estourou um movimento de caráter 
popularna cidade do Rio de Janeiro. O 
motivo que desencadeou a revolta foi a 
campanha de vacinação obrigatória, 
imposta pelo governo federal, contra a 
varíola. 
SITUAÇÃO DO RIO DE JANEIRO NO INÍCIO 
DO SÉCULO XX 
A situação do Rio de Janeiro, no início do 
século XX, era precária. A população sofria 
com a falta de um sistema eficiente de 
saneamento básico. Este fato 
desencadeava constantes epidemias, entre 
elas, febre amarela, peste bubônica e 
varíola. A população de baixa renda, que 
morava em habitações precárias, era a 
principal vítima deste contexto. 
Preocupado com esta situação, o então 
presidente Rodrigues Alves colocou em 
prática um projeto de saneamento básico e 
reurbanização do centro da cidade. O 
médico e sanitarista Oswaldo Cruz foram 
designados pelo presidente para ser o 
chefe do Departamento Nacional de Saúde 
Pública, com o objetivo de melhorar as 
condições sanitárias da cidade. 
CAMPANHA DE VACINAÇÃO 
OBRIGATÓRIA 
A campanha de vacinação obrigatória é 
colocada em prática em novembro de 
1904. Embora seu objetivo fosse positivo, 
ela foi aplicada de forma autoritária e 
violenta. Em alguns casos, os agentes 
sanitários invadiam as casas e vacinavam 
as pessoas à força, provocando revolta nas 
pessoas. Essa recusa em ser vacinado 
acontecia, pois grande parte das pessoas 
não conhecia o que era uma vacina e 
tinham medo de seus efeitos. 
 
REVOLTA POPULAR 
A revolta popular aumentava a cada dia, 
impulsionada também pela crise 
econômica (desemprego, inflação e alto 
custo de vida) e a reforma urbana que 
retirou a população pobre do centro da 
cidade, derrubando vários cortiços e outros 
tipos de habitações mais simples. As 
manifestações populares e conflitos 
espalham-se pelas ruas da capital 
brasileira. Populares destroem bondes, 
apedrejam prédios públicos e espalham a 
desordem pela cidade. Em 16 de novembro 
de 1904, o presidente Rodrigues Alves 
revoga a lei da vacinação obrigatória, 
colocando nas ruas o exército, a marinha e 
a polícia para acabar com os tumultos. Em 
poucos dias a cidade voltava a calma e a 
ordem. As epidemias, a falta de segurança 
no trabalho, as péssimas condições de vida 
e a falta de assistência à saúde acabaram 
levando os trabalhadores mais organizados 
a explicitarem com mais clareza os 
antagonismos da relação capital/trabalho. 
Determinadas bandeiras liberais, que 
tinham sido assumidas no discurso pelos 
republicanos, foram reivindicadas como 
direitos de cidadania pelos trabalhadores, 
estimulando as lutas sociais que assumiram 
papel relevante no período de 1910/1920. 
É nesse contexto que o Estado brasileiro, 
tal como os estados burgueses em geral, 
entram como mediadores oferecendo 
determinados serviços de saúde, de 
educação entre outros, com o objetivo de 
desviar a atenção dos conflitos gerados 
pelo próprio modo de produção. Negava-se 
a cidadania pelo assistencialismo. Dessa 
forma, tais serviços, ao mesmo tempo em 
que atendiam determinadas necessidades 
dos trabalhadores, atuavam como 
instrumentos de controle social e 
ideológico. 
A SOCIEDADE BRASILEIRA E A SAÚDE 
PÚBLICA: A FORMAÇÃO DE AGENTES 
EDUCATIVOS 
Nos anos de 1920 o movimento sanitário 
que defendia um modelo de atenção á 
saúde formado por uma Rede Local 
Permanente de unidades de saúde 
começou a ganhar corpo. Os propositores 
deste projeto, que tomava como referência 
as ações da Fundação Rockfeller e a 
experiência americana, defendiam a 
necessidade de modificar os princípios da 
saúde pública brasileira na medida em que 
propunham uma administração dos 
serviços de saúde pública fundamentada 
cientificamente. Colocando a educação 
sanitária como instrumento básico das 
práticas médicas-sanitárias. 
Esse modelo, que Carlos Chagas, diretor do 
Departamento Nacional de Saúde Pública, 
tentou implantar através da primeira 
reforma sanitarista, no período de 1920 a 
1926, proclamava a necessidade de 
unidades de saúde locais e permanentes, 
com a formação de uma equipe de 
profissionais que atuassem de forma 
sistemática junto à população. Nesse 
projeto para a saúde pública, a enfermeira-
visitadora teria um papel fundamental a 
desempenhar como educadora sanitária, e 
foi com essa intenção, proclamada na 
ocasião, que se institucionalizou a 
enfermagem moderna no Brasil. 
Os registros históricos da Escola de 
Enfermeira do DNSP, hoje denominada de 
Escola de Enfermagem Anna Nery, 
reforçam a interpretação de que a 
enfermagem brasileira não priorizou a 
saúde pública, ao contrário do que as 
versões históricas predominantes nos 
fizeram crer. Os seus primeiros programas 
confirmam que a formação das 
enfermeiras, desde a sua origem, esteve 
centrada no espaço hospitalar e no estudo 
sistemático de doenças. As enfermeiras 
não eram, portanto, preparadas para 
atuarem no campo da saúde pública, na 
atenção primária e na prevenção, mas, 
para serem coadjuvantes da prática médica 
hospitalar que privilegiava uma ação 
curativa. 
O contexto histórico da constituição da 
enfermagem profissional no Brasil 
A tentativa de desenvolver um estudo de 
natureza histórica coloca, como primeira 
questão, a necessidade de se localizar no 
tempo o objeto da análise, no caso o 
nascimento da enfermagem profissional no 
Brasil. Parece haver consenso na 
historiografia da Enfermagem, que coloca o 
ano de 1922 como o marco inicial da 
enfermagem moderna brasileira, ano em 
que foi criada a Escola de enfermagem 
Anna Nery. Nesse período, a sociedade 
brasileira passava por profundas 
transformações, em que alguns 
acontecimentos contribuíram 
particularmente para isso. No campo 
político destacamos a proclamação da 
república em 1889. 
No campo da saúde, outra ordem de 
pressão foi se constituindo no decorrer da 
primeira república. Na tentativa de 
resolver os problemas de saúde, agravados 
no início do período republicano, dentre 
outras medidas o governo criou o Conselho 
de Saúde Pública (1890); regulamentou o 
Laboratório de Bacteriologia (1892); criou o 
Essas medidas, no entanto, não tiveram o 
efeito esperado. Somente a partir de 1903, 
quando Oswaldo Cruz assumiu a Direção 
Geral de Saúde Pública. Durante esse 
período (1903-1908), praticamente 
erradicou-se a febre amarela, que só 
voltou a ter novo surto em 1928; diminuiu 
a mortalidade pela peste e acabou a 
epidemia da varíola; através do controle 
sanitário, da realização de campanhas de 
vacinação e do método de controle de 
vetores, característicos do modelo 
campanhista/policial, que se baseava na 
concepção ontológica e uni causal das 
doenças. 
A compreensão, de que as doenças 
contagiosas e parasitárias tinham como 
única causa o meio físico, levava os 
sanitaristas a pensarem que bastaria o 
extermínio dos focos e vetores para se ter 
o controle das mesmas. As práticas 
sanitárias realizadas pelos serviços públicos 
se concentravam, por conseqüência, na 
redução da desordem urbana, no combate 
às doenças epidêmicas, na limitação do 
desregramento moral, na higiene e no 
controle dos hábitos da sociedade. 
Essa situação, associada à mudança na 
postura do Estado, até então 
marcadamente liberal e de não 
intervenção nas áreas sociais e de trabalho, 
põem em discussão a chamada “questão 
social”. Expressão inevitável do processo 
de urbanização acelerado, das péssimas 
condições de trabalho e dos baixos 
salários, que impunham aos trabalhadores 
e suas famílias condições sub-humanas de 
vida. 
As epidemias, a falta desegurança no 
trabalho, as péssimas condições de vida e a 
falta de assistência à saúde acabaram 
levando os trabalhadores mais organizados 
a explicitarem com mais clareza os 
antagonismos da relação capital/trabalho. 
É nesse contexto que o Estado brasileiro, 
tal como os estados burgueses em geral, 
entra como mediador oferecendo 
determinados serviços de saúde, de 
educação entre outros, com o objetivo de 
atenuar e/ou desviar a atenção dos 
conflitos gerados pelo próprio modo de 
produção. Dessa forma, tais serviços, ao 
mesmo tempo em que atendiam 
determinadas necessidades dos 
trabalhadores, atuavam como 
instrumentos de controle social e 
ideológico. 
SEDE CENTRAL DA CRUZ VERMELHA 
BRASILEIRA, NA PRAÇA CRUZ VERMELHA 
NO CENTRO DO RIO DE JANEIRO. 
A historia da cruz vermelha brasileira se 
iniciou no ano de 1907, graças a ação do 
Dr. Joaquim de oliveira, espírito culto e 
cheio de iniciativa que, inspirando-se 
naquilo que testemunhara em outros 
países, sentiu-se animado do desejo de ver 
também aqui, fundada e funcionando, uma 
sociedade de cruz vermelha, marcada um 
reunião para aclamação de sua diretoria 
provisória, o que se realizou, em 31 de 
dezembro de 1907. 
Em 05 e dezembro de 1908 no salão da 
sociedade de geografia do rio de janeiro 
foram discutidos e aprovados os estatutos 
da cruz vermelha brasileira, bem como 
procederam-se as eleições do conselho 
diretor e da diretoria. A data ficou 
consagrada como a de fundação da cruz 
vermelha brasileira, sociedade de socorro 
autônomo e independente, auxiliar dos 
poderes públicos. 
ENFERMEIRAS VOLUNTÁRIAS 
O registro e o reconhecimento da entidade 
nos âmbitos nacional e internacional se 
deram nos anos de 1911 e 1912, sendo que 
a i grande guerra (1914/1918) constitui-se, 
desde seus primórdios, no fator decisivo 
para o grande impulso que teria a novel 
sociedade. 
As “damas da cruz vermelha brasileira”, 
comitê criado por um grupo de senhoras 
da sociedade carioca, deu origem à seção 
feminina, que teria como primeira tarefa, a 
formação do corpo de enfermeiras 
voluntárias 
CRIAÇÃO DA PRIMEIRA ESCOLA PRATICA 
DE ENFERMAGEM 
Um dos vice-presidentes, o então cel. 
Médico Dr. Antonio Ferreira do Amaral, foi 
designado para presidir a comissão de 
ensino prático, destinada 
A formar aquelas enfermeiras, iniciando as 
primeiras atividades em outubro de 1914. 
Construção da sede: Uma grande 
preocupação, desde a fundação até essa 
fase, foi a referente às instalações 
destinadas ao funcionamento das diversas 
atividades da sociedade, particularmente 
no rio de janeiro. As aulas teóricas da 
escola de enfermagem eram ministradas 
em dependências de outras entidades, 
como por exemplo, a sociedade de 
geografia do rio de janeiro. De imediato foi 
construído um pavilhão que seria 
inaugurado em maio de 1917, onde 
funcionaria, em caráter provisório, a escola 
de enfermagem e o órgão central da 
entidade.Em 1919, deu-se início à 
construção do prédio definitivo, ate hoje 
em funcionamento e no qual, em junho de 
1924, começaram a funcionar algumas 
atividades. 
Além da construção da sede, o período 
entre as guerras caracterizou-se por um 
sem número de atividades, não apenas no 
Brasil, mas também no exterior. 
Campanhas básicas de saúde: O 
esclarecimento de toda a população, 
visando a prevenção de uma série de 
pertinazes doenças que minavam o povo 
brasileiro, e o atendimento aos já atingidos 
por essas doenças foi uma atividade 
permanente . 
O atendimento as calamidades: A 
tuberculose e as doenças venéreas foram 
as primeiras de extensa relação que 
constitui preocupação constante não só do 
órgão central, como também das filiais, 
sempre procurando ir de encontro aos 
problemas e às necessidades regionais. 
A calamidade pública, sob todas as formas, 
encontraria sempre nas primeiras linhas de 
seu atendimento, elementos da cruz 
vermelha. Secas, enchentes e inundações, 
catástrofes e epidemias, onde quer que se 
fizesse necessária a mão amiga do auxílio, 
do carinho e do conforto, lá estavam as 
incansáveis enfermeiras e socorristas, os 
desprendidos voluntários e o dedicado 
desvelo da cruz vermelha brasileira. 
Reconhecimento: O registro e 
reconhecimento da entidade no âmbito 
nacional foi em 1910 e no âmbito 
internacional pelo comitê internacional da 
cruz vermelha.. 
em 1912 participou da constituição da lida 
de sociedades de cruz vermelha em 1919 
filiando-se a ela. 
A luta dos trabalhadores pela assistência 
hospitalar e individualizada, somando-se à 
demanda que vinha sendo alimentado 
pelas novas camadas médias emergentes, 
impunha a necessidade de implementação 
de serviços dessa natureza, ou seja, de 
caráter curativo e centrado no espaço 
hospitalar. 
O modelo biomédico e suas implicações 
nas práticas de saúde. Refletir sobre o 
modelo biomédico, predominado na área 
da saúde desde o início do século xx, tem 
dupla intenção. Primeiro, contribuir para a 
discussão presente nos meios acadêmicos 
e sanitários, que vem questionando esse 
modelo, ao mesmo tempo em que tem 
ensaiado a construção de novos 
paradigmas para a assistência a saúde no 
brasil. Segundo, tentar mostrar que a 
enfermagem profissional brasileira, desde 
o seu nascedouro, esteve calcada nos 
princípios desse modelo, reforçando a tese 
de sua vinculação original com a assistência 
hospitalar. 
A crítica a esse modelo, no entanto, não 
significa a sua rejeição pura e simples, mas 
supõe a necessidade de conhecer 
profundamente seus fundamentos e 
limites, superá-los para construir novas e 
mais adequadas possibilidades de atuação 
na área. 
Segundo Mendes (1984), a consolidação 
efetiva do modelo biomédico, que será 
incorporado como paradigma para as 
profissões da saúde, ocorreu a partir do 
relatório de Flexner. Esse relatório, além de 
revelar a situação caótica em que se 
encontravam o ensino e o exercício da 
medicina nos eua, elaborou propostas de 
organização da educação e da prática 
médica. Dentre elas, destacamos a duração 
mínima de quatro anos para os cursos; a 
introdução do ensino em laboratório, a 
expansão do ensino clínico em hospitais; a 
ênfase na pesquisa biológica, como forma 
de superar a era empírica do ensino 
médico; o estímulo à especialização médica 
e o controle do exercício profissional, pela 
categoria organizada. Os elementos 
estruturais dessa medicina científica, são o 
mecanicismo; o biologicismo; a 
especialização; o individualismo; a exclusão 
de práticas alternativas; a tecnificação do 
ato médico; a ênfase na medicina curativa 
e a concentração de recursos no espaço 
urbano/hospitalar. 
 
As práticas de medicina tradicional, ou das 
terapias alternativas, como a homeopatia, 
a fitoterápia, a acupuntura, etc., passaram 
a encontrar muita resistência, no mundo 
ocidental. Essa forma racional de 
atendimento, fundamentada na ciência 
moderna aplicada, ao converter em prática 
os conhecimentos teórico-científicos, foi 
incorporada de maneira singular à área da 
saúde. 
As hierarquias dentro da equipe de 
enfermagem não conseguiam perceber 
diferenças significativas, quando são 
atendidas pelos distintos membros da 
equipe. 
Além desses princípios, próprios do modelo 
biomédico, freqüentemente, o exercício 
profissional reduz-se a um voluntarismo e 
um ativismo que compensam ou camuflam 
as frustrações dos resultados inicialmente 
esperados para qualquer projeto 
profissional. 
É importante considerar que essa “Ideiacurativa e não preventiva”, ou seja, de 
preocupação com doença e não com a 
saúde, incorporada durante toda a 
formação profissional. Provavelmente não 
iria desaparecer em duas semanas de 
estágio, mas continuaria nuclear na 
concepção de trabalho das enfermeiras e 
de suas opções por determinado campo de 
atividade. 
Entretanto, a pequena adesão ao trabalho 
na saúde pública não decorria apenas de 
uma escolha pessoal das enfermeiras, mas 
era conseqüência das precárias condições 
de trabalho das visitadoras e da própria 
política de saúde do país. 
 
CARLOS CHAGAS 
COMBATE À MALÁRIA 
Devido à tese de doutorado sobre a 
malária, em 1901 foi recrutado por Cruz 
para missão de controlar a doença em 
Itatinga, interior de São Paulo, que atacava 
a maioria dos trabalhadores da Companhia 
Docas de Santos, que construía uma 
represa na região, causando a paralisação 
das obras. Assim, realizou a primeira ação 
bem-sucedida contra a malária no Brasil, 
colocando em prática procedimentos que 
mais tarde se tornariam corriqueiros nas 
outras campanhas. 
Segundo ele, para se impedir a propagação 
da doença em regiões em que não havia 
ações sistemáticas de saneamento, fazia-se 
necessário concentrar as medidas 
preventivas nos locais onde viviam os 
homens e os mosquitos infectados com o 
parasito da malária. Seguindo tal 
orientação, em cinco meses Chagas 
consegue debelar o surto da doença – fato 
que serviu de base para o efetivo combate 
à moléstia no mundo inteiro. 
De volta ao Rio de Janeiro, Chagas 
continuou servindo a Diretoria Geral de 
Saúde Pública e, em 19 de março de 1906, 
transferiu-se para o Instituto Oswaldo Cruz. 
Foi solicitado, no ano seguinte, pela 
Diretoria Geral, a organizar o saneamento 
na Baixada Fluminense, onde estava 
acontecendo obras para a captação e 
bombeamento de água ao Rio de Janeiro. 
Junto com Arthur Neiva, seguiu para 
Xerém, e os resultados positivos que 
conseguiu nessa obra confirmaram a sua 
teoria da infecção domiciliar da malária. 
Em junho de 1907 Chagas foi enviado pelo 
Instituto à cidade de Lassance, Minas 
Gerais, perto do Rio São Francisco, para 
combater uma epidemia de malária entre 
os trabalhadores de uma nova linha de 
trem da Estrada de Ferro Central do Brasil. 
Instalou-se durante dois anos num vagão 
de trem, montando um pequeno 
laboratório e um consultório para 
atendimento dos doentes. 
Neste tempo, capturou, classificou e 
estudou os hábitos dos anofelinos, 
mosquitos transmissores da doença, e 
examinou o sangue de animais em busca 
de parasitas. Assim, Chagas identificou no 
sangue de um sagüi uma nova espécie de 
protozoário, ao qual deu o nome de 
Trypanosoma minasensis. Um engenheiro 
da ferrovia alertou-o para a infestação de 
um inseto hematófago nas residências 
rurais, da espécie Triatoma infestans, 
conhecido como barbeiro, assim chamado 
porque suga o sangue das pessoas durante 
a noite, atacando o rosto delas. Chagas 
levou alguns deles ao seu laboratório e 
percebeu que nos seus intestinos havia 
outros Trypanosoma minasensis, já numa 
fase evoluída. 
Chagas também foi o primeiro a descobrir 
o gênero Pneumocystis, uma parasitária 
fúngica, nos pulmões do Trypanosoma. Na 
época ele não reconhecê-lo como um 
organismo e, por isso, ele descreveu como 
gênero Schizotrypanum, para acomodar 
ambos os ciclos de vida que ele havia 
ilustrado. Porém, a sua descoberta levou 
Antonio Carini a aprofundar a investigação 
e descrever Pneumocystis como um gênero 
distinto, que agora é reconhecido como 
fungo. 
A descoberta da doença foi levada ao 
conhecimento da comunidade científica 
através de uma nota prévia escrita por 
Chagas em 15 de abril de 1909 e publicada 
na Revista Brasil-Médico em 22 de abril.. 
Em agosto de 1909 Chagas publicou o 
primeiro volume da revista do Instituto de 
Manguinhos, Memórias do Instituto 
Oswaldo Cruz, um estudo completo sobre a 
doença de Chagas e o ciclo evolutivo do 
protozoário que causa da doençaEm 26 de 
outubro de 1910, a Academia Nacional de 
Medicina reconheceu formalmente o 
trabalho realizado pelo cientista e o 
recebeu como membro honorário, já que 
tal entidade não dispunha de lugares vagos 
no momento. Nessa solenidadeNa década 
de 1910, o Instituto Oswaldo Cruz 
promoveu viagens científicas no interior 
brasileiro, com o objetivo de investigar os 
problemas médicos do país. Em 1912, com 
a crise do extrativismo da borracha na 
Amazônia, o governo federal firma parceria 
com a instituição para verificar as 
condições de salubridade do vale do Rio 
Amazonas e elaborar um plano de 
exploração racional dos recursos naturais. 
A expedição encerrou-se em março de 
1913, e os resultados encontrados foram 
expostos por Chagas em outubro daquele 
ano, na Conferência Nacional da Borracha, 
organizada pelo Senado Federal no Rio de 
Janeiro. Também foi possível viabilizar o 
desenvolvimento econômico da região. Tal 
expedição foi fundamental para fortalecer 
o movimento que, ao longo da década de 
1910, buscou alertar o governo para a 
importância do saneamento rural do país e 
para a necessidade de uma ampla reforma 
dos serviços de saúde pública brasileiros. 
VÍRUS H1N1 
Inicialmente, a epidemia conhecida como 
influenza, transmitida pelo vírus de mesmo 
nome ocorreu em 1889, quando 300 mil 
pessoas morreram, principalmente idosos, 
em decorrência de complicações. Em 1918, 
uma variação do vírus, tomando a doença 
conhecida como a gripe espanhola, 
acometeu cerca de 50% da população 
mundial e vitimou mais de 40 milhões de 
pessoas. 
GRIPE ESPANHOLA 
A gripe espanhola chegou ao Brasil em 
1918 e, no Rio de Janeiro, tal enfermidade 
atacou dois terços da população (por volta 
de seiscentos mil habitantes) e fez onze mil 
vítimas, devido às precárias condições de 
higiene e saneamento, além da falta de 
assistência médica. Tal quadro fez com que 
o então presidente da República 
Wenceslau Braz convidasse Carlos Chagas a 
assumir o controle da situação. 
Tal ação não foi fácil, pelo fato do próprio 
estar doente, além de sua mulher e de seus 
filhos. Porém, dentre suas atitudes, criou 
um serviço especial de postos de 
atendimento à população em vinte e sete 
pontos diferentes da cidade. Ao mesmo 
tempo que providenciou tal tarefa, criou 
cinco hospitais emergenciais e publicou 
cartazes e panfletos de alerta aos 
habitantes e buscando apoio de 
profissionais da sua área, conseguindo 
ajuda da maioria dos clínicos cariocas e de 
vários membros da Academia Nacional de 
Medicina. 
No Instituto Oswaldo Cruz, incentivou a 
pesquisa da doença, como causa da 
infecção, meio de contágio e diagnóstico. 
Chagas trabalhou integralmente para o 
desaparecimento da doença, em novembro 
do mesmo ano. 
Direção do Instituto Oswaldo Cruz 
Carlos Chagas, em recepção ao Presidente 
da República Epitácio Pessoa e ao Rei 
Alberto I da Bélgica no Instituto Oswaldo 
Cruz 
Três dias após a morte de Oswaldo Cruz, 
em 14 de fevereiro de 1917, Chagas foi 
nomeado para a direção do Instituto de 
Manguinhos através de um decreto 
presidencial. Ao assumir o cargo, buscou 
consolidar o modelo estabelecido por Cruz 
semelhante ao Instituto Pasteur, onde a 
autonomia administrativa e financeira 
eram as características principais, além de 
estreitar a relação entre a pesquisa, o 
ensino e a fabricação de produtos 
medicinais e veterinários. 
No campo da pesquisa, sua administração 
ficou marcada pela investigação das 
principais epidemias que assolavama zona 
rural brasileira em sua época, e com o 
objetivo de controlá-las, inaugurou em 
1918 o Hospital Oswaldo Cruz, nas 
dependências do Instituto, para constituir 
em um centro de estudos para os 
pesquisadores do Instituto. Mais tarde, em 
1942, o hospital passaria a ser chamado 
Hospital Evandro Chagas. 
Na área de produção, Chagas diversificou 
os medicamentos e produtos fabricados no 
Instituto, com a estimulação do comércio 
dos mesmos e a renda gerada por eles 
tornou-se fundamental para o 
funcionamento da instituição. Uma medida 
para a expansão da área de Produção foi a 
criação do Serviço de Medicamentos 
Oficiais, destinado para produzir, entre 
outros medicamentos, a quinina, usada no 
combate à malária. Na década de 1920 o 
Instituto ficou responsável por verificar o 
controle de qualidade dos produtos 
utilizados na Medicina brasileira, tanto os 
fabricados em laboratórios nacionais 
quanto os importados. Outra iniciativa foi a 
incorporação do Instituto Vacinogênio 
Municipal, ficando a cargo do Instituto 
Oswaldo Cruz a fabricação da vacina 
antivaríola. 
Carlos Chagas e equipe do Instituto 
Oswaldo Cruz, em recepção a Albert 
Einstein 
Em 1920 a autonomia administrativa do 
Instituto ficou preservada, mesmo que 
estivesse subordinada ao Ministério da 
Justiça e Negócios Interiores. 
Financeiramente, a autonomia assegurou-
se graças ao regulamento criado por 
Chagas e aprovado em 1919, onde toda a 
receita gerada por trabalhos realizados em 
Manguinhos a pedido de particulares seria 
dividida igualmente entre a instituição e os 
funcionários que os executassem. 
Porém, com o aumento das atividades do 
Instituto, no decorrer da década de 1920, 
acarretou num acúmulo de problemas 
financeiros, além das limitações 
orçamentárias agravadas pela crise 
econômica de 1929. Isso prejudicou o 
aperfeiçoamento tecnológico e a 
manutenção das instalações físicas da 
instituição, com uma conseqüente perda 
da qualidade dos produtos. 
Tal quadro se agravou na década de 1930, 
onde, com a criação do Estado Novo e a 
ditadura de Getúlio Vargas, aos poucos 
pôs-se o fim da autonomia administrativa e 
um aumento da intervenção do Estado.. A 
partir desse momento até a sua morte, em 
1934, Chagas enfrentou os efeitos da perda 
do modelo institucional criado por 
Oswaldo Cruz. 
DIREÇÃO DO DEPARTAMENTO NACIONAL 
DE SAÚDE PÚBLICA 
Ao tomar posse em 1919, para reorganizar 
a Saúde pública nacional, o presidente 
Epitácio Pessoa nomeou Carlos Chagas 
para a então Diretoria Geral de Saúde 
Pública (DGSP), acumulando a função com 
aquela praticada em Manguinhos. Um ano 
seguinte tal instituição se chamaria 
Departamento Nacional de Saúde Pública 
(DNSP), ligado ao Ministério da Justiça de 
Negócios Exteriores. 
Sua primeira atitude, exposta na Bilbioteca 
Nacional em fevereiro de 1921, foi a 
centralização das atividades, que até então 
a DNSP vinha trabalhando com a 
descentralização, onde os estados e 
municípios brasileiros tinham maior 
liberdade de organizar seus sistemas 
sanitários. Acordos com os mesmos foram 
essenciais para a segunda ação – a 
interiorização, em busca da erradicação 
das epidemias rurais, principalmente 
malária, ancilostomose e tripanossomíase 
americana. Em paralelo a esse projeto, 
criou um minucioso de medidas referentes 
à higiene pública. 
Chagas também foi responsável pela 
criação do primeiro curso de Higiene e 
Saúde Pública do Brasil, onde garantia 
vagas nos cargos federais aos aprovados. 
Como diretor da DNSP, representou o país 
no Comitê de Higiene da Liga da Nações, 
associação sediada em Genebra e 
percussora da Organização Mundial de 
Saúde (OMS). O médico permaneceu à 
frente do órgão até novembro de 1926, ao 
fim do mandato do presidente Arthur 
Bernardes. A DNSP foi transferida para o 
Ministério da Educação e Saúde, em função 
da reforma política do Estado Novo. 
A intenção inicial desse sanitarista, de 
formar profissionais enfermeiros que 
assumissem o papel de educadoras em 
saúde, não chegou a se concretizar como 
uma prática sistemática por uma série de 
fatores, que articulados, determinaram o 
desenvolvimento da enfermagem numa 
perspectiva diferente daquela 
originalmente pensada. O projeto da rede 
local permanente acabou não se 
consolidando enquanto modelo para a 
saúde pública brasileira. O projeto 
sanitarista que se incorporou, no final dos 
anos vinte, foi o vertical permanente 
especializado, que organizava “os serviços 
por problemas específicos, verticalmente 
administrados, e que atuavam 
paralelamente utilizando-se de todos os 
instrumentos das campanhas e da 
educação sanitária da Medicina curativa”. 
Tanto assim, que o único campo fora dos 
hospitais, onde a enfermagem teve algum 
desenvolvimento, foi nos programas de 
combate à tuberculose, onde a Fundação 
Rockfeller tinha particular interesse em 
que fosse investido recursos e ações de 
saúde. 
Esse projeto, o vertical permanente 
especializado foi beneficiado pelo forte 
movimento nacionalista presente naquela 
década, que rechaçava qualquer 
interferência estrangeira em assuntos 
nacionais, principalmente se fosse 
americana. Como o projeto da rede local 
permanente, preconizado por alguns 
sanitaristas entre os quais Carlos Chagas, 
tinha como matriz o modelo americano, 
não se firmou nessa conjuntura política. 
Da mesma forma, a tentativa de substituir 
as brigadas de polícia sanitária, que 
atuavam há mais de vinte anos de maneira 
impositiva e repressora, por profissionais 
que deveriam utilizar o convencimento e a 
educação sanitária como estratégia de 
mudança, não ocorreria de forma 
tranqüila. Tanto a população rejeitou essa 
“nova abordagem”, que recomendava 
alterações em seus padrões de 
comportamento, de higiene e moradia, 
como também as próprias 
enfermeiras acabavam rapidamente 
desistindo de atuar nessa área, por 
sentirem que seu trabalho não levava à 
mudança nos hábitos, nem nas condições 
de saúde da população. 
Em quatro anos de funcionamento, a 
escola formara 94 enfermeiras, mas no fim 
de 1929 havia apenas 28 enfermeiras-
visitadoras, pois 70% das diplomadas 
contratadas para tal função haviam 
desistido de ser ‘missionária de saúde’, 
preferindo ‘a posição menos trabalhosa e 
mais tranqüila de enfermeiras particulares 
ou de hospitais’ ou deixando mesmo a 
profissão de enfermeira. 
A EXCLUSÃO DE MULHERES NEGRAS DA 
ENFERMAGEM PROFISSIONAL 
BRASILEIRA: 
A pesquisa em história no Brasil muito 
recentemente incorporou a história das 
mulheres como perspectiva de 
investigação. 
Tratando especificamente a história do 
Brasil, é possível afirmar que o paradigma 
darwinista social utilizado pelas elites 
políticas e dominantes na Primeira 
República (1889-1930) afirmava que 
negros seriam naturalmente degenerados, 
projetando-os como sexualmente 
pervertidos, sujeitos de moral duvidosa ou 
desviantes sociais, fazendo recair sobre 
essa parcela significativa da população 
nacional uma suspeição generalizada. 
Políticas públicas, ordens médicas e regras 
de convívio social nivelavam diferenças 
entre negros e brancos, estes últimos 
identificados sempre como superiores. Tais 
princípios eram usados, inclusive, como 
critérios para definição social de uma 
pessoa, o que poderia incluí-la ou o seu 
contrário. As normas impostas pelo duplo 
poder, que atingiam habitação, higiene, 
alimentação, sexualidade, religião, 
literatura, entre outros, produziam juízos 
de valor que restringiampossibilidades. 
Vale dizer, ao perscrutar a história das 
mulheres negras no âmbito da história da 
enfermagem, pretende-se perceber os 
alcances da opinião pública, forjada pela 
medicina social, sobre o contingente negro 
do Brasil contribuindo. Assim, para o 
estudo das representações construídas 
para as mulheres negras, especificamente, 
as que interferem na formação da 
identidade profissional da enfermagem 
brasileira. Tal impedimento encontrava 
suporte no modelo educacional assumido 
como padrão profissional no Brasil, 
proposto originalmente por Florence 
Nigthingale (1820-1910), precursora da 
enfermagem moderna, bem como em suas 
intenções de moralizar a ação do cuidado, 
anteriormente identificada como prática 
desqualificada e, exercida por mulheres 
desviantes, vulgares e marginais. 
Contrariando a concepção de democracia 
que fundou o regime republicano no 
Brasil,bem como os antecedentes 
históricos da ação do cuidado realizado em 
território brasileiro. As estudantes 
deixaram claro, contudo, que esperavam 
que não fosse admitida nenhuma outra 
negra por algum tempo. 
A mulher negra, no Brasil, assumia as 
características da enfermagem pré-
nightingaleana, tal qual o que Mrs. Sairey 
Gamp foi para a enfermagem inglesaiv. Ou 
seja, a presença negra na enfermagem 
brasileira favoreceria a permanência de 
uma memória inglória, pautada em 
representações transformadas em 
correlatos de verdade,assumindo como 
cabais as representações que as teorias da 
degenerescência imprimiam às populações 
pobres e negras do Brasil. 
A partir do avanço das ciências 
experimentais e da mudança ocorrida na 
função do hospital, no século XIX, que 
deixou de ser um lugar para ficarem até 
morrer, para se transformar em centro de 
diagnóstico, tratamento, cura e pesquisa 
dos problemas de saúde. Assim a partir da 
segunda década do século XX, no Brasil, as 
práticas de saúde pública, inicialmente 
inspiradas no modelo sanitarista, vão 
rapidamente se transformando e 
assumindo as características do modelo 
biomédico. 
LEI ELOY CHAVES 
Publicada em 1923, a legislação consolidou 
sistema que hoje beneficia diretamente 72 
milhões de brasileiros Da Redação (Brasília) 
– A Lei Eloy Chaves, publicada em 24 de 
janeiro de 1923, consolidou a base do 
sistema previdenciário brasileiro, com a 
criação da Caixa de Aposentadorias e 
Pensões para os empregados das empresas 
ferroviárias. Após a promulgação desta lei, 
outras empresas foram beneficiadas e seus 
empregados também passaram a ser 
segurados da Previdência Social. 
Hoje, a Previdência Social brasileira é 
considerada uma das maiores 
distribuidoras de renda do país. 
Mensalmente, são desembolsados cerca de 
R$ 16 bilhões no pagamento de 27 milhões 
de benefícios, como aposentadorias, 
pensões e auxílio-doença. 
Nesses 87 anos, a Previdência passou por 
várias fases até chegar ao Ministério da 
Previdência Social e ao Instituto Nacional 
do Seguro Social (INSS). 
Constituinte – A Constituição de 1988 foi 
responsável por consolidar a Previdência 
Social como um sistema de direitos da 
cidadania baseado na solidariedade e 
exigindo como contrapartida um esforço 
de cada um dos membros da sociedade em 
seu financiamento. Os principais impactos 
na legislação decorrentes de sua 
promulgação foram a universalidade da 
cobertura e a noção de eqüidade no 
financiamento do sistema e na distribuição 
dos benefícios. 
Um dos princípios básicos da Carta de 1988 
é o de que a previdência solidária deve 
assegurar o sustento do trabalhador e de 
sua família quando ele não puder se 
manter, seja por doença, acidente, 
gravidez, prisão, morte ou velhice. Outra 
inovação foi a de tornar a Previdência 
Social um direito no âmbito da seguridade 
social junto com a saúde e a assistência. 
A universalidade da cobertura permitiu 
trazer para o sistema milhões de 
trabalhadores rurais que antes tinham 
cobertura do Funrural, que seguia o 
modelo assistencialista. Houve também um 
salto qualitativo na previdência rural, pois, 
até aquela época, as aposentadorias eram 
restritas aos cabeças de família, em geral 
homens, e no valor de meio salário 
mínimo. As mulheres tinham direito 
apenas se fossem arrimos de família, ou 
então às pensões, com valor limitado a um 
terço do mínimo. Isonomia – A 
Constituição de 1988 trouxe novidades 
para uma série de direitos sociais e 
individuais, principalmente para as 
mulheres. A licença maternidade, por 
exemplo, foi aumentada de 84 para 120 
dias. Desde 2007, até mesmo as seguradas 
desempregadas têm direito ao benefício. A 
isonomia de direitos entre os gêneros 
ampliou benefícios também para os 
homens, que passaram a ter direito à 
pensão por morte e ao auxílio-reclusão. 
Antes, somente a mulher tinha direito a 
esses benefícios em relação ao cônjuge. 
Ainda seguindo o princípio da isonomia 
entre os trabalhadores, os direitos dos 
empregados domésticos foram ampliados, 
com a irredutibilidade do salário, garantia 
do 13º salário, repouso semanal 
remunerado, férias remuneradas, licença 
maternidade, aviso prévio proporcional ao 
tempo de serviço e aposentadoria. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A realização de estudos históricos nos 
mostrou claramente como a técnica de 
enfermagem na primeira república 
influenciou para a prática da enfermagem 
que temos hoje. Pontos importantes como 
a preocupação política sanitarista para o 
Pais fez evoluir significativamente o modo 
de vida das pessoas. Osvaldo Cruz teve 
papel muito importante para a prática 
médica sanitarista juntamente com Carlos 
Chagas, bem como a Lei Eloy Chaves, 
algumas epidemias e a pandemia do vírus 
H1N1, a criação da Cruz vermelha e das 
escolas de enfermagem (que ensinavam as 
técnicas para as mulheres daquela época 
que escolhiam seguir a Enfermagem como 
Carreira profissional e não mais como uma 
caridade), a reação da população a 
respeito das vacinas, preconceito contra 
mulheres negras na profissão, que vem 
mudando de acordo com a evolução da 
sociedade. 
Atualmente notamos reflexos das situações 
encontradas na saúde da Primeira 
República no cotidiano prático/profissional 
vivenciado na atualidade. 
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1965. 
11. OLIVEIRA, Jaime A. – Reformas e 
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Políticas Sociais. Projeto de dissertação de 
Mestrado, IUPERJ, Rio de Janeiro, 1987 
mimeo. 
12. OLIVEIRA, Jaime A. e TEIXEIRA, Sonia M. 
F. – (IM)Previdência Social: 60 Anos da 
História da Previdência no Brasil, Rio de 
Janeiro, Vozes Abrasco, 1986. 
13. POULANTZAS, Nicos – O Estado, o 
Poder, O Socialismo. Rio de Janeiro, Graal, 
1980. 
14. RIVERA, F. J. U. – Determinantes 
Históricos do Planejamento de Saúde na 
América Latina.Dissertação de Mestado, 
IMS/ UERJ, 1982. 
15. TESTA, Mário – La Planificación 
Estratégica en el Sector Salud, 
CENDES/FGV, 1981, mimeo. 
16.. Artigo modificado a partir do trabalho 
de conclusão da disciplina Introdução ao 
Planejamento em Geral e Metodologia do 
Planejamento em Saúde ENSP. 1�. 
semestre de 1987. 
17. SCLIAR, Moacyr. Oswaldo Cruz & Carlos 
Chagas: o nascimento de ciência no Brasil. 
São Paulo: Odysseus, 2002. ISBN 
8588023245. 
18. COUTINHO, M., FREIRE, O. Jr, DIAS, J.C. 
O nobre enigma: A candidatura de Chagas 
ao Prêmio Nobel. 1999. 
19. CHAGAS, Carlos, Filho. Meu pai. Rio de 
Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, Fundação 
Oswaldo Cruz, 1993. ISBN 8585239050. 
20. LEÓN, Luis A., coord. Carlos Chagas 
(1879-1934) e a tripanossomíase 
americana. Quito: Edit. Casa de la Cultura 
Ecuatoriana, 1980. 
21. LEWINSOHN, R. Carlos Chagas (1879-
1934): a descoberta do tripanossoma cruzi 
e da tripanossomíase americana (notas da 
história da doneça de Chagas). 1979. 
22. Conselho Nacional de Pesquisas, 
Instituto Brasileiro de Bibliografia e 
Documentação. Doença de Chagas – 
bibliografia: complemento a “Doença de 
Chagas-bibliografia brasileira. Rio de 
Janeiro: O Instituto, 1959.

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