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Princípios Tributários

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PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
A CF/88 estabeleceu dois tipos de limitações ao poder de tributar, qual seja, os princípios tributários e as imunidades. Como os princípios constitucionais são limitações ao poder de tributar, algumas consequências decorrem de tal natureza. 
 A primeira consequência é a de que toda regulamentação infraconstitucional dos princípios depende de LEI COMPLEMENTAR. Além disso, como os princípios são limitações constitucionais ao poder de tributar, eles constituem cláusulas pétreas, de modo que uma emenda constitucional NUNCA poderá eliminar ou reduzir o alcance de um princípio.
1.	Princípio da Legalidade/Princípio da Tipicidade Cerrada - significa que somente por meio de lei pode ser criado, majorado, reduzido ou extinto um tributo. Criação, aumento ou extinção de tributo SEMPRE dependem de lei. A regra é a utilização da lei ORDINÁRIA para a criação, extinção, redução ou majoração de tributo. 
♪♪♪♪♪♪♪ MÚSICA DE FIXAÇÃO♪♪♪♪♪♪♪♪ (ritmo da música do coelhinho da páscoa)
"É a lei ordinária que cria tributo, imposto, a taxa e a contribuição" - A regra é a lei ORDINÁRIA.
A lei complementar em direito tributário é a responsável por três tributos: empréstimos compulsórios, impostos residuais, imposto sobre grandes fortunas e novas fontes de custeio da seguridade. 
DÚVIDA: Medida provisória pode tratar de matéria tributária?
RESPOSTA: Sim, a medida provisória pode tratar de matéria tributária, DESDE QUE, o tema não esteja sobre reserva de lei complementar, ou seja, impréstimo compulsório, imposto sobre grandes fortunas, impostos residuais e novas fontes de custeio da seguridade não são abrangidas. 
****A medida provisória só pode criar ou aumentar IMPOSTO esse imposto só poderá ser exigido no ano seguinte, uma vez que a medida provisória só fará efeito no ano seguinte, após a conversão em lei. 
♪♪♪♪♪♪MÚSICA DE FIXAÇÃO♪♪♪♪♪ (ritmo - explode coração na maior felicidade)
"explode coração na maior felicidade, se a MP criar imposto só vai valer após a ANTERIORIDADE".
o PRIncípio da legalidade possui exceções, pois apenas seis tributos podem ser modificados por ato do executivo. Isso foge da legalidade porque o ato do executivo é um ato unilateral, sem que deva ser aprovado pelo legislativo. São: IOF, IPI, Imposto de Importação e Imposto de Exportação, ICMS de combustivéis e CID combustíveis. 
A atualização da base de cálculo monetária do tributo não é necessária uma lei ou base no princípio da legalidade. 
OBS:: Segundo entendimento do STF, a definição para a data pra pagar o tributo não depende de lei 
2. Princípio da Anterioridade/Princípio da não surpresa/Princípio da segurança jurídica - significa que o tributo criado ou majorado por um exercício só poderá ser exigido no ano seguinte, respeitando o intervalo mínimo de noventa dias. 
O princípio da anterioridade possui três grupos de exceções a esse princípio, ou seja, possuem regras especiais:
·	Tributos de exigência imediata, podendo ser exigida imediatamente após a publicação -> IOF, Imposto de importação, imposto de exportação, Impréstimo compusório de calamidade pública ou guerra e o imposto extraordinário de guerra. 
·	Tributos que respeitam somente os noventa dias da data da publição, podendo ser exigida após os noventa dias, ainda que no mesmo ano de exercício (chamada de anterioridade nonagesimal) -> IPI, contribuições previdenciárias do art. 195 da CF, ICSM combustiveis e CIDI combustíveis
·	Tributos que respeitam apenas a anterioridade anual, que respeitam somente após primeiro de janeiro do ano seguinte após a publicação da lei -> Imposto de renda e alterações da base de cálculo de IPTU e IPVA
3. Princípio da capacidade contributiva - significa que os tributos devem ser graduados conforme a capacidade econômica do contribuinte. É o pensamento de 	que pobre deve pagar pouco tributo e rico deve pagar muito tributo. Tal princípio é aplicado por meio de um sistema chamado de "alíquotas progressivas" que são aquelas que expandem em função da capacidade econômica do contribuinte. 
Quais tributos admitem alíquotas progressivas???? 
RESPOSTA: Na CF de 88 só três impostos são progressivos: o IR, o ITR e o IPTU.
4. Princípio da irretroatividade do direito tributário - A lei tributária é válida para o presente e para o futuro e não atinge o passado.
EXCEÇÃO: a LEI tributária retroage em duas ocasiões:
·	quando for interpretativa
·	quando for mais benéfica em matéria de infração e desde que o ato não tenha sido definitivamente julgado (ex: a lei que deixa de considerar um ato como infracional retroage por ser mais benéfica ao contribuinte em matéria de infração.
5. Princípio da Seletividade - afirma que as alíquotas do ICMS e o IPI serão graduadas conforme a essencialidade do produto e do serviço. Somente dois tributos no Brasil são seletivos, o ICMS e o IPI. No entanto, a CF estabeleceu regimes diferentes de seletividade a esses dois tritubutos:
·	IPI - a CF fiz que o IPI será seletivo
·	ICMS - o ICSM PODERÁ ser seletivo
Isso significa que no IPI, a seletividade é um dever, ou seja, o legislador está obrigado a diferenciar as alíquotas conforme a essencialidade do produto e do serviço; no ICSM a seletividade é uma FACULDADE, ou seja, o legislador não é obrigado a aplicar a mesma alíquota para qualquer produto ou serviço. 
♪♪♪♪♪♪MÚSICA DE FIXAÇÃO♪♪♪♪♪ 
"O ICMS E O IPI são impostos seletivos pela essencialidade do produto ou do serviço."
6. Princípio da vedação e do confisco - significa que o tributo não pode ser usado para suprimir todos os bens do contribuinte e para inviabilizar o exercício de atividade econômica.
OBS: pergunta sobre multas tributárias e vedação do confisco - DICA: o princípio da vedação do confisto também se aplica a multas tributárias, logo, se uma multa tributária foi muito exorbitante, é possível questionar a inconstitucionalidade desta invocando o princípio da vedação do confisco. 
7. Princípio da uniformidade geográfica - afirma que os impostos da União deverão ter a mesma alíquota em todo o território nacional - federal. O conteúdo de tal princípio decorre do próprio nome, o que ajuda a lembrar do seu conteúdo. 
EXCEÇÃO - Presente no art. 151, inciso I da CF, que afirma que aunião pode criar uma área de incentivos fiscais no território nacional, que dentro dessa área, é possível aplicar alíquotas mais vantajosas para estimulação do desenvolvimento econômico da região. 
8. Princípio da não limitação - significa que o tributo não pode ser usado para restringir a circulação de pessoas e bens no território nacional. 
EXCEÇÃO - presente no art. 150, inciso V da CF ressalva que é permitida a cobrança de pedáigo pelo uso de vias concervadas pelo poder público. O pedágio somente será uma exceção quando a via for explorada diretamente pelo poder público.
9. Princípio da não cumulatividade - tem o papel de evitar a tributação em cascata, se aplicando apenas ao IPI, ICSM, impostos residuas e as novas fontes de custeio da securidade. 
OBS: segundo o princípio da não cumulatividade, sempre que um tributo for plurifásico, ou seja, sempre que ele incidir várias vezes sobre o mesmo item, cada vez que o produto for pago em uma etapa de certa cadeia de circulação ou de produção, o tributo pago gerará um crédito que será descontado na saída da mercadoria.
A CF explica que tais tributos não cumulativos serão pagos compensando-se, em cada operação o montante recolhido na etapa anterior. Ex:. o ICMS é um imposto nao cumulativo. Como se aplica a nao cumulatividade no caso do ICSM? O ICM incide várias vezes cobre o mesmo item, como no caso de uma mercadoria de uma loja de bairro, como uma geleia d'água. Até que esta geleia chege na mão de um consumidor, essa geleia passou por várias etapas de uma cadeia circulatória. Em primeiro momento, houve a venda da caixa da geleia da fábrica para um atacadista, o que fez incidir o ICMS pela primeira vez. Depois, o atacadista pegou a mercadoria, acrescentou o lucro e revendeu pro varejista, incidindo, novamente, o ICMS. No entanto, dessa ultima vez,o valor pago de ICMS descontará o crédito gerado no pagamento da etapa anterior. Então, quando a fábrica vendeu o produto para o atacadista, o valor do imposto produziu um crédito em favor do atacadista, e esse crédito será abatido/descontado do valor devido na saída da mercadoria. Finalmente, o varejista pega a mercadoria e vende para o consumidor final. Sobre essa circulação de mercadorias, novamente incidirá o ICMS, só que esse ICMS será devido com o abatimento do crédito do valor recolhido na etapa anterior. 
Tributo não cumulativo é o tributo que, apesar de incidir várias vezes sobre uma mercadoria, ele não incidirá em cascata. 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
A CF/88 estabeleceu 5 tipos de tributo no nosso ordenamento jurídico, que são:
1.	Impostos;
2.	Taxas;
3.	Contribuições de Melhoria;
4.	Empréstimos compulsórios e;
5.	Contribuições especiais
·	As três primeiras, item 1, 2 e 3 (impostos, taxas e contribuiçoes de melhoria) são qualidifacas pelo fato gerador, conforme diz o Art. 4 do CTN, ou seja, é o fato gerador da obrigação que define a natureza específica do tributo. O mesmo artigo também afirma que são irrelevantes, para definir a natureza jurídica, a destinação e a denominação legal. 
·	Os empréstimos compulsórios são definidos, não pela qualidade do gato gerador, mas sim por outro critério, qual seja, pelo caráter restituível. 
·	As contribuições especiais são definidas pela destinação e finalidade que levou o legislador a instituir tal contribuição.
1.	Impostos -> É importante saber que os impostos são tributos desvinculados, ou seja, não dependem de uma atividade estatal. São denominados também de tributos unilaterais, pois é o contribuinte que realiza o fato gerador e o seu pagamento.
Os impostos são criados por LEI ORDINÁRIA. 
Quais são os impostos da União, Estados e Municípios?
·	Impostos Municipais: IPTU, ISS e ITBI
·	Impostos Estaduais: ICMS, IPVA e ITCMD (Imposto Causa Mortis)
·	Impostos Federais: 
O DF tem competência para os impostos municipais e estaduais: IPTU, ISS, ITBI, ICMS, IPVA e ITCMD
NÃO EXISTE IMPOSTO RESIDUAL NO BRASIL!!!! NO ENTANTO, SOMENTE QUEM PODE CRIÁ-LO É A UNIÃO. ALÉM DISSO, OS IMPOSTOS RESIDUAIS DEPENDEM DE LEI COMPLEMENTAR DESDE QUE NÃO SEJAM CUMULATIVOS.
·	Impostos extraordinários de guerra: São impostos exigidos na hipótese de guerra externa ou na iminência de guerra. São instituidos pela União por Lei ORDINÁRIA. Os impostos extraordinários podem ter fato gerador e base de calculo de outros impostos ja existentes, mesmo que estaduais ou municipais. Portanto, nada impede que, na hipótese de guerra externa, a união institua um imposto extraordinário de guerra tendo como base de cálculo o valor venal do imóvel, mesmo sendo tal valor a vase de cálculo do IPTU. Nesse hipótese, a união admite a bitributação. 
2. Taxas - são tributos vinculados, porque dependem de uma atuação estatal. É a contraprestação a algo que o estado faz a seu favor. Sempre estão relacionados a uma atividade do Estado. Portanto, as taxas são bilaterais, remuneratórios, tributos contraprestracionais ou sinalagmáticos. 
A taxa é instituída por lei ORDINÁRIA. 
♪♪♪♪♪♪MÚSICA DE FIXAÇÃO♪♪♪♪♪ (ritmo do coelhinho da páscoa)
"é a lei ordinária que cria tributo, o imposto, a taxa e a contribuição"
A competência é comum para a criação de taxa, podendo existir taxa municipal, distrital, estadual e federal. 
OBS: A questão mais comum de se cair em prova é o conteúdo do art. 145, parágrafo segundo da CF, que diz que as taxas não terão base de cálculo própria de impostos. O que significa que a taxa não pode ter valor como base de cálculo e sim o custo do serviço, pois o valor é a base de cálculo própria do imposto. 
Existem dois tipos de taxas:
a.	Taxa de serviço público - cobrada quando é realizada a prestação de um serviço público específico e divisível chamado de uti singuli, de fato que a fruição do serviço pode ser uma fruição efetiva ou potencial. Fruição potencial é aquela em que o serviço está à disposição do contribuinte, sendo certo que será cobrado um valor mínimo pelo uso potencial do serviço. Se o serviço for indivisível, a taxa será INCONSTITUCIONAL.
b.	Taxa de polícia - cobrada em troca de uma fiscalização efetiva. Ex: taxa de fiscalização ambiental, taxa para obtenção de certidões e etc. 
3. Contribuição de melhoria - São tributos vinculados, o que quer dizer que pressupõem uma atividade do estavo, sem que seja um serviço, mas sim uma OBRA PÚBLICA QUE VALORIZE O IMÓVEL DO CONTRIBUINTE. 
A lei de instituição de contribuição de melhoria são instituidas por LEI ORDINÁRIA.
A competência para cobrar a contribuição melhoria é COMUM, ou seja, estadual, municipal ou federal. 
A contribuição de obra pública é decorrente de obra pública, por isso, o art. 145, inciso III utiliza a palavra DECORRENTE DE OBRA PÚBLICA. Por isso, decorrente quer dizer que acontece DEPOIS da obra pública, pois é preciso que exista a obra para DEPOIS apurar a sua valorização. Com isso, se houver exigência de contribuição de melhoria ANTES da obra isso será considerado inconstitucional. 
Existem dois limites para a contribuição de melhoria, qual seja: o valor global da obra e a valorização que o imóvel sofrerá com a obra. 
5. Empréstimos compulsórios - são tributos restituíveis, ou seja, você paga e depois te devolvem. A competência nos empréstimos compulsórios é EXCLUSIVO/PRIVATIVA DA UNIÃO. É a LEI COMPLEMENTAR que institui o empréstimo compulsório. 
Quais são as duas hipóteses de instituição de empréstimo compulsório? 
a.	Calamidade pública ou guerra externa - são circunstâncias que autorizam a criação de empréstimo compulsório sem necessidade de respeitar a anterioridade, ou seja, publicada a lei complementar hoje, pode se exigir o pagamento amanhã. 
b.	Investimento público relevante - é obrigatório se respeitar a anterioridade ANUAL, ou seja, só será exigido no exercício do ano seguinte. 
OBS: O empréstimo compulsório não necessariamente é instituido com a calamidade pública, guerra externa e investimentos públicos não são fatos geradores do emprestimo compulsório, sendo certo que é necessário circunstâncias que autorizem a criação de tal tributo, o que não quer dizer que com calamidade ou guerra NECESSARIAMENTE se institua o emprésrtimo compulsório. 
6. Contribuições especiais - É competência privativa da UNIÃO. São tributos qualificados pela finalidade. Podem ter fato gerador e base de calculo próprio de impostos, ou seja, podem ser bitributadas. A lei de instituição de contribuição especial é por lei ORDINÁRIA.
DIFERENÇA DE TAXA E TARIFA
Tarifa não é considerado um tributo, é um valor pago por um serviço que não é realizado pelo estado, é cobrado pela prestação indireta por meio de concessionários.

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