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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
Existe como uma alternativa penal em 1984. Elas se dão de maneira autônoma, visto que antigamente era comum existir uma cumulação entre PPL e PRD. Agora, a PRD vem sozinha, substituindo a PPL, quando for possível.
Primeiramente, a substituição da PPL pela PRD se daria apenas em crimes de 3 meses a 1 ano de condenação e apenas em crimes culposos, porém em 1998, com o advento da Lei 9.714, houve uma mudança que conferiu uma nova redação aos artigos que tratavam das PRDs. Com essa lei, teve a criação de novas modalidades de pena, e não seriam só para os crimes culposos, porém também para os dolosos. Então: para crimes culposos – sempre entra a prd, não importando a quantidade de pena; para crimes dolosos – condenação em até 4 anos, se o crime for cometido sem violência ou grave ameaça.
OBS: pena substitutiva não se confunde com pena alternativa. Alternativa é uma espécie de pena originária, pode ser aplicada logo de cara. Substitutiva é quando o julgador aplica a PPL para em seguida substitui-la. 
A PRD se subdivide em: 
Genérica: prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços a comunidade ou entidades publicas, limitação de fim de semana.
Específica: aplicação limitada a determinados delitos perpetrados no exercício de certas atividades, mediante violação do dever a elas inerentes, ou a delitos culposos.
Exemplo: interdição temporária de direitos.
Espécies de PRD
Artigo 43 – podem ser aplicadas a toda parte especial e leis extravagantes: 
Prestaçao pecuniária (art. 43, I)
Pagamento em dinheiro a vitima, seus dependentes ou a entidades publicas ou privadas com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a um salario mínimo e não superior a sessenta salários. Seria uma reparação civil travestida de sanção criminal.
Perda de bens e valores (art. 43, II)
A perda de bens e valores pertencentes aos condenados se dará em favor do fundo penitenciário nacional, e seu valor terá como teto o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou terceiro em consequência da pratica do crime. Ele alcança apenas a pessoa que cometeu o crime, pois colidiria com os princípios da personalidade e individualização da pena. E a morte do agente é causa de extinção da punibilidade. Tem como escopo impedir que o réu se beneficie da pratica da infração penal.
Prestaçao de serviços a comunidade ou a entidades publicas (art. 43, IV e art. 46, parag. 1 e 2)
Atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, devendo ser cumprida em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. As tarefas serão atribuídas de acordo com as aptidões, devendo ser cumpridas uma hora por dia de condenação, desde que não prejudique a jornada normal de trabalho. A prestação de serviços com pena superior a um ano poderá ser cumprida em menor tempo, desde que não inferior a metade da condenação da PPL. A pena superior a seis meses e inferior a um ano deve ser cumprida integralmente. 
Interdição temporária de direitos (art. 43, V e art. 47)
Abrangem: proibição do exercício do cargo, função ou atividade publica, bem como mandato eletivo; proibição do exercício da profissão, atividade ou oficio que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; suspensão ou de autorização ou de habilitação para dirigir veiculo; proibição de frequentar determinados lugares; proibição de se inscrever em concurso, avaliação ou exame publico. 
Essa pena tem sua aplicação particularmente indicada nas hipóteses de violação de dever funcional relativo ao regular desempenho do cargo, função ou atividade publica (para o inciso primeiro do art. 47). 
Limitação de fins de semana (art. 43, VI e art. 48)
Consiste em permanecer sábado e domingo por cinco horas diárias em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Substituição (art. 44)
Condições objetivas: PPL igual ou inferior a 4 anos para crimes dolosos desde que não exista violência ou grave ameaça; crime culposo com qualquer pena aplicada.
Na aplicação da PPL igual ou inferior a um ano: substituição por 1 PRD ou multa
Na aplicação da PPL superior a um ano: 1 PRD + multa ou 2 PRD
OBS: no concurso de crimes, a substituição será possível se o total das penas impostas por delitos dolosos obedecer ao limite traçado pela norma.
OBS: é possível uma pessoa receber mais de uma pena para o mesmo crime. Por exemplo: furto simples, pena de multa + restritiva de liberdade. Essa de liberdade pode virar 2 PRD, então irá se cumprir: multa + 2 PRD.
Condições subjetivas: que o réu não seja reincidente em crime doloso (regra) e que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstancias, indiquem que a substituição seja suficiente. 
OBS: a reincidência em crime doloso não veda por inteiro a substituição se, em face da condenação anterior, a medida for socialmente recomendável e se não tiver sendo reincidente no mesmo crime (paragrafo 3 do art. 44)
OBS: prestação de serviço a comunidade, interdição temporária de direitos e limitação do fim de semana terão a mesma duração da PPL substituída (paragrafo 4)
OBS: o rotulo de “crime hediondo” não pode figurar empecilho à substituição, desde que cabível. 
Conversão
Esse instituto apresenta caráter liberativo ou detentivo. Na primeira hipótese, quando o condenado não é beneficiado pela substituição pela PRD, é possível que ocorra durante o cumprimento da pena, mediante conversão. Desde que sua condenação não tenha sido superior a dois anos. Além disso, precisa estar cumprindo pena em regime aberto; cumprir ¼ da pena; antecedentes e personalidade indiquem a conversão recomendável.
O instituto será detentivo quando houver o descumprimento injustificado da restrição imposta, havendo, então a conversão em PPL. Essa conversão será feita pelo tempo restante da pena aplicada, detraindo então o que foi cumprido em PRD. Porém, existe o saldo mínimo de 30 dias a se cumprir, se o saldo devedor for inferior a 30 dias, cumpre-se 30. Se for superior, cumpre-se o que deve.
OBS: Lei 9099/95 – Lei dos Juizados Especiais.
Art. 61: Crimes de menor potencial ofensivo: rito sumaríssimo. Este rito é a possibilidade que as pessoas tem de não serem nem processados (alternativa ao processo penal).
Art. 76: Transação penal: é um acordo entre o MP e o autor do fato, onde você abre mão do devido processo legal para cumprir uma pena imposta antes, fazendo com que você não fique com antecedentes criminais. Sendo assim, uma pessoa pode estar cumprindo uma PRD sem passar pelo devido processo legal, podendo pegar essa pena com o rito da transação penal. Sendo assim, a PRD pode ser uma alternativa ao processo penal.

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