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Thais Souza Alves
Gestão Financeira 
E Orçamentária
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Mas afinal, o que é Gestão Financeira? ......................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
1.1 Conhecendo as estruturas e processos de gestão financeira e seus recursos ....................05
1.1.1 Evolução histórica ...........................................................................................06
1.1.2 As abordagens da administração financeira .......................................................07
1.1.3 Processos financeiros .......................................................................................08
1.1.4 Controle de Gestão .........................................................................................09
1.2 Conceitos da administração financeira .......................................................................11
1.2.1 Funções existentes no departamento financeiro ...................................................13
1.3 Fundamentos dos cálculos financeiros ........................................................................14
1.4 Relatórios financeiros, como entendê-los? ...................................................................20
1.4.1 Relatórios financeiros essenciais ........................................................................21
Síntese ..........................................................................................................................24
Referências Bibliográficas ................................................................................................25
Capítulo 1
05
Introdução
Atualmente, a Gestão Financeira é um dos principais ramos da Administração. Você sabe como 
ocorreu a evolução da administração financeira? Pois bem, esta será a primeira questão a ser 
respondida neste capítulo. Em termos gerais, podemos dizer que a Gestão Financeira é formada 
pelo conjunto de recursos que estão disponíveis, circulando em dinheiro, em espécie e que po-
derão ser utilizados em transferências e transações financeiras diversas.
Após o estudo necessário da evolução histórica, você conhecerá os principais temas ligados à 
gestão financeira, compreendendo os cálculos básicos da estrutura financeira empresarial. Na se-
quência, entenderá os processos financeiros, analisando os recursos disponíveis na busca de sua 
melhor otimização, compreendendo os principais conceitos e focando em sua aplicação prática.
Você sabe qual é a diferença entre custos e despesas? Sabe qual a competência da Gestão 
Financeira sobre questões contábeis? Veremos tais distinções, assim como a estratégia de negó-
cios, na condição dos gestores, para tomada de decisão, analisando fatos com base nos conhe-
cimentos de processos financeiros.
No último tópico, procederemos à distinção dos relatórios financeiros com base nas operações 
financeiras. Você saberá quais são os pontos que necessitam de ajustes. Ao final deste tópico, 
você terá construído uma boa base teórica a respeito dos fundamentos financeiros para sua 
melhor aplicação nas organizações. Vamos começar? Então, acompanhe-nos e bons estudos!
1.1 Conhecendo as estruturas e processos de 
gestão financeira e seus recursos
Para começarmos, veremos as estruturas e processos de gestão financeira, enumerando os re-
cursos disponíveis, bem como o processo de evolução histórica da administração financeira. 
Vamos lá? A gestão financeira apresenta o que as organizações possuem. Como? Por meio de 
recursos monetários. A forma como é apresentada, neste caso, a partir dos recursos financeiros 
existentes, ocorre nos setores internos, da mesma forma como se relaciona com setores externos, 
por exemplo, fornecedores e investidores.
Saiba que toda empresa possui funções de adquirir, transformar e/ou produzir bens e serviços, 
assim como prestar serviços ou vender bens a outras estruturas econômicas. Por isso, para que as 
empresas se mantenham vivas, é necessário produzir, vender, comprar, trocar, enfim, relacionar-
-se por meio de recursos financeiros com clientes, fornecedores, instituições financeiras etc. 
Assim, podemos entender a importância da área financeira das empresas, cujo objetivo é cuidar 
dos recursos com fins de aumentar o máximo possível os resultados. Não pensando somente 
na lucratividade imediata, mas em resguardar a lucratividade futura, protegendo o capital para 
que as organizações possam desenvolver seu potencial diante da competitividade do mercado. 
A partir disso, a gestão financeira definirá metas como: controle de bens, evitando mau uso, oti-
mização dos recursos e sua utilização, alimentação da empresa de recursos quando necessário, 
dentre outros.
Mas afinal, o que é 
Gestão Financeira?
06 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
1.1.1 Evolução histórica
Para começarmos, é preciso compreender um pouco da história da gestão, também chamada de 
Administração Financeira. Por mais incrível que possa parecer, até o século XIX, ela não era uma 
área específica de estudo, mas sim, parte da Economia ou Ciência Econômica, como pode ser 
também nomeada. No entanto, a partir do século XX, os cientistas econômicos passaram a dar 
atenção especial ao tema, ao perceberem que as fusões e consolidações empresariais tornaram-
-se mais constantes e desdobravam-se na área da Administração Financeira.
VOCÊ QUER VER? 
O filme “Tempos Modernos” retrata os princípios da Administração, descriminados 
por Frederick Taylor em Administração Científica. Os princípios são apresentados em 
diversas cenas do filme, assim como os problemas oriundos deles, tudo isso com um 
humor debochado, provocando reflexão. Chaplin enfatiza os problemas, como desgas-
te físico e emocional dos empregados da indústria, provocados pelo excesso de tempo 
de trabalho.
 
Figura 1 – Imagem do filme “Tempos Modernos”, estrelado por Charles Chaplin. 
Fonte: neftali, Shutterstock, 2015.
Diante disso, é importante ressaltarmos as principais ocorrências de cada década. Acompanhe-nos.
• 1920: Com o surgimento da nova legislação nos EUA, as organizações foram obrigadas 
a apresentar as informações financeiras para o mercado consumidor e técnico em geral, 
passando a dar mais importância ao estudo das estruturas empresariais, como também 
foram impulsionados pelo surgimento das novidades em tecnologia e o nascimento das 
indústrias de grande porte, o que resultou na necessidade de angariar recursos financeiros 
para o aumento dos investimentos.
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• 1930: Período que a importância foi desviada para o estudo da liquidez dos negócios em 
curto prazo, gerando melhorias no entendimento do capital e seus resultados perante o 
mercado externo. Esse movimento gerou consideráveis alterações políticas e empresariais 
nas organizações.
• 1940: Neste período, a gestão financeira permaneceu focada nas técnicas de capital de 
giro e planejamento em curto prazo para investimento de inovações. Mais especificamente 
nos EUA, por causa da primordialidade decorrente da Segunda Guerra Mundial, ocorrida 
entre 1939 e 1945. 
• 1950: Período acelerado em crescimento empresarial, focado em grandes avanços 
econômicos, alinhados à depressão dos mercados causada pela Guerra Fria, nesta 
década surgiram os métodos de avaliar o desempenho de investimentos e a realização de 
orçamentos de capital com foco em geração de maior controle.
• 1960: Neste período, a possibilidade de lucros reduziu em função do aumento de 
competividade, por isso, o aperfeiçoamento de métodos de planejamento e controle 
cresceu sensivelmente. Então, surgiu o papel do Controller, que veio para equacionar 
as dificuldades com relação à lucratividade, por meio dos conhecimentos técnicos 
especializados, além do rápido avanço tecnológico respaldando a tomadade decisões 
empresariais. Neste momento, o Brasil passou a utilizar os conhecimentos de Administração 
Financeira por meio das organizações estrangeiras “multinacionais” aqui instaladas. 
Em virtude da implementação de novos formatos de Administração, surgiram os órgãos 
federais de controle, tais como: Programa de PIS/PASEB, Fundo de Garantia (FGTS), 
Conselho monetário, Banco Central, Comissão de Valores mobiliários e outros.
• 1970 e 1980: A evolução da Gestão Financeira corria a passos largos e surgiram diversas 
abordagens: a Tradicional, a Administrativa e a Mista, as quais serão apresentadas a 
seguir. Além dessas, o avanço tecnológico, o uso da informática e novos sistemas surgiram 
para respaldar a tomada de decisões, dos mais simples aos mais elaborados, como a 
gestão eletrônica de dados.
1.1.2 As abordagens da administração financeira
Sabemos que existem recursos envolvidos em todas as atividades das empresas e eles deverão 
ser direcionadas para obtenção do lucro, certo? No período de 1970 a 1980, para respaldar 
a evolução da administração financeira, sugiram as abordagens da Administração. Foram três 
tipos diferentes: a Tradicional, a Administrativa e a Mista. Veja cada uma delas a seguir.
• Abordagem Tradicional: Foca seus estudos nas características de grandes organizações, 
com fundamento nas modalidades de investimentos vindos de fontes externas à empresa e 
na estruturação de sociedades anônimas voltadas para fusões e incorporações.
• Abordagem Administrativa: Voltada para as atividades do dia a dia, operações 
rotineiras, controle de orçamento, precisão de faturamento, análise de estudo de preço, 
fluxo de caixa, estudos dos custos e seus controles.
• Abordagem Mista: A junção das duas primeiras abordagens deu origem a esta, na qual 
existe a busca pela geração de valor para os investidores e utiliza como ferramenta o 
planejamento orçamentário financeiro, centralizando estratégias e esforços financeiros.
08 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
1.1.3 Processos financeiros
O que devemos entender sobre processos financeiros de uma organização empresarial? O que 
são e para que servem?
Antes de responder, é muito importante sinalizarmos que os processos não devem ser confundi-
dos com os nomes das áreas, que, às vezes, recebem o mesmo nome.
Os processos financeiros estão relacionados com outros da gestão empresarial, tais como: de-
sempenho, análise e controle, sendo eles responsáveis pelos recursos financeiros, operação, 
planejamento, captação e gestão dos mesmos na organização. 
Confira quais são eles a seguir.
• Faturamento: processo responsável por emissões de notas fiscais, baixa de estoque, 
contratos com fornecedores de logística e transporte.
• Controles de estoque: cuida da entrada e saída de mercadorias. Setores de estocagem 
e logística respondem por questões físicas e a contabilidade processa as questões 
financeiras.
• Crédito e cobrança: este processo é separado em dois momentos: o primeiro verifica 
a capacidade de pagamentos dos clientes, de acordo com as regras estabelecidas 
internamente; o segundo momento responde pelo acompanhamento dos valores referentes 
a produtos/ serviços vendidos e não recebidos dos clientes, que possivelmente vão se 
tornar inadimplentes. 
• Contas a receber: cuida da operação de recebíveis; é um processo necessário e possui 
duas características básicas: agilidade e confiança.
• Contas a pagar: processo cuja responsabilidade é da tesouraria e responde pela 
operação de pagamentos de toda ordem. Possui as mesmas características do contas a 
receber – agilidade e confiança.
• Controle de fluxo de caixa: processo de suma importância para administração financeira 
e que liga os recebimentos e pagamentos por meio de projeções, gerando possibilidade 
de captação e aplicação dos recursos monetários.
• Captação de recursos monetários: processo de buscar recursos para utilização nas 
fontes de produção da empresa, recursos esses que possuem custos diferentes visando 
levantar dinheiro com redução de custos.
• Aplicação dos recursos: processo que consiste em aplicar temporariamente as sobras de 
recursos em caixa em investimentos de baixo risco e liquidez rápida.
• Apresentação de resultados: processo que demonstra os lucros e dividendos da empresa, 
de acordo com a apuração dos saldos de suas contas, com clareza e transparência.
• Controle do patrimônio: esse processo refere-se à atualização de valores que 
correspondem ao patrimônio da empresa, de forma a depreciar e controlar os bens. 
Relacionado com o Balanço Patrimonial.
• Orçamento: é o método pelo qual a empresa analisa sua rentabilidade, por meio de 
organização das despesas e custos, e a projeção para geração de receitas, identificando 
os riscos e buscando solidez.
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• Comunicação: apesar de parecer inerente à outra área, as empresas buscam a cada dia 
informar não somente acionistas, como o mercado em geral a respeito de sua atuação, 
principalmente, quando se trata de uma S/A, devido o envolvimento do impacto de sua 
operação na vida dos acionistas, fornecedores e clientes. Neste momento, a maioria 
possui uma assessoria responsável por divulgar relatórios anuais, desempenho financeiro 
da empresa, vendas de ações no mercado, dentre outros.
O “Manual do Departamento Financeiro”, escrito por Eduardo Rosa Ferreira, possui 
linguagem simples, contendo exemplos de fácil entendimento, e proporciona uma ideia 
clara e ampla das práticas do dia a dia dentro do financeiro. Este livro irá complemen-
tar a compreensão do conteúdo e a importância de cada setor dentro do departamen-
to, que vão do contas a pagar até a formação de custo dos produtos.
VOCÊ QUER LER?
E por que conhecer estes processos é relevante? Identificar, mapear e conhecer os processos que 
vimos e seus indicadores propicia a implementação de políticas de investimento, melhorias de 
rotinas administrativas e operacionais, na busca pela melhor cromada de decisões nas empresas 
1.1.4 Controle de Gestão
O controle de gestão é o método que as empresas utilizam para avaliar seus desempenhos, 
sejam os fatores financeiros, operacionais ou humanos. Ele também visa garantir que a estraté-
gia seja cumprida em relação às metas estabelecidas. Quanto à fatores humanos, sua atuação 
ocorre na orientação de pessoas com foco no êxito de resultados.
Josir Simeone Gomes é Pós-Doutorado pela Universidad Carlos III de Madrid, na Espa-
nha, e tem especialização pela Harvard Business School. Entre tantas áreas, atua, prin-
cipalmente, nos temas ligados a: controles de gestão, controles gerenciais, orçamento 
e contabilidade pública. Escreveu livros como “Tópicos Avançados em Contabilidade 
e Controle Gerencial” e “Controle de Gestão: Uma Abordagem Contextual e Orga-
nizacional”. Atualmente, é Vice-Presidente de Pesquisa e Estudos Técnicos do CRCRJ, 
dentre outras ocupações como docente.
VOCÊ O CONHECE?
Gomes e Salas (2001, p. 22) desvendam que o controle de gestão é o “[...] mecanismo de 
reforço do comportamento positivo e correção de rumo no caso de resultados não desejados”. 
Portanto, o controle de gestão servirá de apoio para que os administradores façam a melhor 
utilização dos recursos empresariais possível, abastecendo-os de informações e em um tempo 
adequado para a tomada de decisões assertivas.
Mas, para que o controle de gestão flua de maneira adequada, precisará seguir algumas etapas. 
Vejamos quais são elas.
1. Planejar: Assimilar o negócio, compreendendo sua missão, objetivos gerais e específicos, 
além da estruturação do plano estratégico da organização.
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Gestão Financeira
2. Organizar: Inclui a formatação de um departamento de controle, normalmente chamado 
controladoria, dispondo da estrutura organizacional, sua definição de cargos, funções e 
atividades de setores, departamentose colaboradores.
3. Preparar: Antecipar a necessidade de um sistema de informações gerenciais, alimentado 
por um processo de levantamento e conexão de dados indispensáveis para a melhor 
performance da empresa.
4. Controlar o desempenho: Formar um controle de custos, associado ao controle de 
orçamentos e desempenho do negócio, por meio de implantação do sistema de 
informações gerenciais.
5. Qualificar: Criar um sistema de gestão e controle de qualidade com foco em estratégias 
de inovação e no desenvolvimento do capital intelectual humano.
 
Figura 2 – Exemplo de acompanhamento e controle de execução e gestão dentro de uma fábrica.
Fonte: michaeljung, Shutterstock, 2015.
Outras matérias da administração precisarão ser conhecidas e estudadas para que se mantenha 
um eficaz controle de gestão. Quais? Por exemplo, a contabilidade de custos; controladoria; 
administração de riscos; KPI (indicadores chave de desempenho); centro de custos e custeio,; 
gestão administrativa; e os métodos para tomada de decisão.
Para que servem e o que são os KPIs? Sigla derivada do termo em inglês Key Performan-
ce Indicator, na tradução literal, indicadores chave de desempenho, são as ferramentas 
utilizadas pela gestão para medir o nível de desempenho das organizações ou de um 
processo específico, com foco em “como”, apresentando como estão as atividades e 
processos da empresa, com foco em melhor performance de resultados. Eles podem 
ser de diferentes tipos: qualitativos, quantitativos, direcionais, financeiros, de proces-
sos. São as ferramentas que permitem que as empresas comuniquem as suas equipes o 
quanto é necessário para atingir determinado resultado.
VOCÊ SABIA?
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Ao final, é importante reforçarmos que, com a implementação do controle eficaz da gestão, ha-
verá produção de alguns impactos positivos:
• melhoria nos processos de decisão;
• melhor utilização dos recursos financeiros;
• crescimento dos resultados individuais e em equipe.
1.2 Conceitos da administração financeira
Antes de qualquer especificação, precisamos compreender o significado da palavra finanças. 
Você saberia dizer com precisão? Vejamos o que diz o Dicionário Priberam: “substantivo femini-
no plural, item 3: Ciência que tem por fim coadunar os interesses pecuniários do Estado com o 
bem-estar público. (Também se diz ciência das finanças.)”.
Portanto, podemos dizer que finanças se referem ao grupo de recursos que estão disponíveis à 
empresa de forma circulante e que poderão ser utilizados em transações diversas, assim como 
negócios. Dessa forma, é possível analisar a situação real financeiro-econômica da empresa. 
As finanças sempre fizeram e sempre farão parte do dia a dia das empresas, seja dos controles 
dos recursos até a gestão geral da instituição e seus setores. Quer seja marketing, administrativo 
ou operacional e independente dos níveis, as finanças fornecerão dados para melhor tomada de 
decisão no processo de administração da empresa. 
A gestão de finanças é um método usado para o controle mais eficiente de investimentos, plane-
jamento, liberação de crédito, redução de custos e o controle de saídas de recursos, além da for-
ma mais eficaz de análise para busca de financiamento de recursos para viabilidade do negócio, 
com foco no crescimento da empresa, ponto de equilíbrio, objetivando o indispensável – o lucro.
Muitos pequenos e até médios empreendedores falham por falta de informações fidedignas que 
possam auxiliar no planejamento e controle, causando a falência, em sua maioria, até o segundo 
ano de existência. Informações dos relatórios financeiros, como Demonstrativo de Resultados, 
Balanço Patrimonial, que deverão ser analisados com detalhes focados na tomada decisória.
Dessa forma, podemos compreender que a contabilidade beneficia em muito à administração 
financeira, pois ambas possuem relacionamento profundo e, em alguns momentos, confundem-
-se e até se sobrepõem.
É importante elucidarmos que o papel do contador nas organizações é essencialmente o de 
apresentar informações em forma de dados para determinar a performance da empresa, a fim 
de avaliar a situação econômico-financeira junto ao fisco e demais órgãos legais, apresentando 
demonstrações quando necessário. A diferença entre as funções financeiras e contábeis é que as 
financeiras asseguram o fluxo do caixa, que é a saída e entrada de recursos financeiros, e que 
mostram de fato qual a condição da empresa e sua capacidade para quitar suas obrigações e 
obter bens e/ou direitos, com foco nos objetivos estabelecidos. Em resumo, a área de contabi-
lidade reúne e organiza as informações, enquanto a área financeira gera e administra os dados 
que servem de base à contabilidade. 
O departamento financeiro utiliza o regime estabelecido pela contabilidade e esta compreende 
a relevância do fluxo de caixa, entendendo cada uma de suas peculiaridades e suas diferenças 
em apresentar a posição da empresa, sem diminuição da relevância de cada e internalizando a 
dependência mútua no movimento de dados e informações para execução individualmente e/
ou em conjunto.
12 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
Figura 3 – Exemplo de relatórios utilizados pelo departamento financeiro apresentando o gráfico de fluxo de 
caixa, sua relevância e peculiaridades.
Fonte: Nataliiap, Shutterstock, 2016.
A gestão financeira pode ser entendida em seções, relacionadas às transações ou negócios. 
Estas seções podem ser separadas da seguinte forma: investimentos, organizações financeiras, 
finanças empresariais e finanças empresariais.
A gestão financeira deverá sempre ser conduzida e liderada por um especialista na matéria, 
seja ele um Diretor Financeiro, Controller, gerente, independente de como seja classificado, ele 
responderá pela totalidade o departamento financeiro ou controladoria, mas é necessário com-
preendermos que cada empresa, dependendo do seu porte, possuirá a estrutura de organograma 
adequada à sua realidade. As pequenas empresas, muitas vezes, acumulam as funções finan-
ceiras e contábeis em um único departamento e responsável, a fim de reduzir custos obviamente 
e devido ao volume de demandas ainda pequeno. Porém, na medida em que crescem, também 
desenvolvem a gestão das finanças, assim como a área contábil necessita de maior atenção, 
principalmente no quesito fiscal, devido à necessidade de encontrar melhores formas de estarem 
dentro da legislação, pagando o mínimo possível de impostos, por isso, a análise é tão essencial 
para o equilíbrio financeiro nesse momento, auxiliando totalmente a tomada de decisões. 
Já nas empresas de grande porte, é impossível começar a operação sem a segmentação de 
cada departamento. Caso isso ocorra, os riscos de erro, sobrecarga e transtorno aumentam 
consideravelmente. Portanto, é necessário estimar volume de demandas de atividades antes de 
definir a quantidade de pessoas na equipe, começar devagar é sempre uma boa pedida, aos 
poucos avaliando a necessidade, sem nunca perder a qualidade dos serviços prestados. Assim, a 
gestão de finanças poderá responder e cuidar daquilo que lhe cabe primordialmente: captação 
de recursos monetários, análise de dados para tomada de decisões, administração de caixa e 
seu fluxo financeiro, planejamento financeiro, gestão de crédito e cobrança, dentre outros. Já a 
contabilidade (ou controladoria) se manterá como responsável pela gestão de impostos, fiscal, 
controles contábeis, custos e patrimônio da estrutura empresarial.
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Figura 4 – Departamento e sinalização da importância de cada indivíduo, onde a exclusão de quatro deles gera 
impacto na formação e execução do todo.
Fonte: Ai825, Shutterstock, 2016.
1.2.1 Funções existentes no departamento financeiro
Mas quais são as funções? E qual a importância de cada papel dentro da estrutura financeira?
Já falamos aqui o quão importante as finanças sãodentro da estrutura empresarial, inclusive, 
podemos afirmar que o seu papel é essencial para o bom andamento das operações e negócios. 
Controlar e administrar as finanças de forma eficaz conduzirá ao sucesso empresarial, assim como 
o inverso também é verdadeiro. A administração dos recursos financeiros conduzirá a decisões 
assertivas e resultará em sucesso individual e coletivo. Assim sendo, o gestor financeiro pode 
exercer suas atividades em diversas áreas, de diversas formas e cargos. Quer conhecer algumas 
opções? Confira no quadro a seguir algumas funções de atuação do administrador financeiro.
Cargo Função
Assistente e analista 
financeiro
A função principal do assistente financeiro é a execução de atividades 
relacionadas com a operação financeira, conciliação bancária, acom-
panhamento de contas a pagar e receber, atendimento a fornecedores e 
outros. O analista, como o próprio nome já diz, cuida dos planos finan-
ceiros, prepara relatórios, analisando projeções e previsões, avaliando o 
desempenho, e está sempre trabalhando em parceria com a contabilida-
de, assistindo o gestor financeiro no respaldo das decisões.
Assistente e analista 
de crédito
Avalia as concessões de crédito a clientes, acompanha e realiza cobran-
ças e diariamente verifica a evolução do Contas a receber, mantendo 
contato direto com setor comercial, devido demandas em conjunto.
Gestor de orçamento
É responsável por avaliar propostas de investimento com base nas metas 
futuras da empresa, com foco na alavancagem financeira.
Gestor de caixa
É responsável por controlar os saldos de caixas e bancos da empresa e, 
consequentemente, seu fluxo de caixa, em algumas empresas também 
responde por cobrança e despesas de caixa.
14 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
Cargo Função
Gestor geral de finanças
É responsável estratégico para operações financeiras em qualquer em-
presa, possui grandes responsabilidades, realiza gestão de equipe e dos 
recursos financeiros da organização. Além de planejar e controlar, pos-
sui papel fundamental na tomada de decisões da direção da empresa. É 
essencial para o bom funcionamento deste departamento.
Gestor de projetos e 
financiamentos
Normalmente, é responsável existente em empresa de grande porte, que 
busca captar recursos para investimentos e projetos; analisa custos fi-
nanceiros e de mercado; estabelece metas e condições de cumprimento 
do financiamento; compara possibilidades e alternativas a depender de 
cada situação ou atuação.
Gestor de patrimônio
Por ser o responsável pelos ativos físicos da empresa, está diretamente 
ligado ao financeiro, gere o patrimônio da organização, busca melhorias 
de processos com fins de reduzir custos e cuidar dos ativos, efetua inven-
tário de bens e estabelece procedimentos de uso e aquisição de bens.
Quadro 1 – Cargos e funções de atuação no administrador financeiro.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
1.3 Fundamentos dos cálculos financeiros
Você já notou como a matemática está em tudo que fazemos? A matemática financeira também 
possui papel preponderante na vida empresarial e, quando elaborada de forma correta e as-
sertiva, traz inúmeros benefícios, como maior equilíbrio financeiro, rentabilidade e melhoria nos 
processos e resultados.
De forma mais simples, podemos também dizer que é a área da matemática que estuda a ma-
neira como se comportam os recursos financeiros – dinheiro – em um determinado período. A 
matemática procura calcular as transações que circulam no mundo financeiro, considerando o 
tempo, sendo assim, considerando o valor x tempo. Os fatores mais utilizados para calcular essa 
relação são: tempo, valor ou dinheiro e a taxa definida. 
Com o aparato eficiente e necessário, uma ou mais possibilidades de investimentos podem ser 
comparadas, assim como de captação de recursos, avaliando os possíveis ganhos de um projeto 
ou, até mesmo, evidenciando potenciais prejuízos,
Nenhum projeto, seja de que área for ou que volume financeiro conceba, poderá ser colocado 
em prática sem que se considere relevante a figura da gestão financeira.
A matemática financeira é utilizada não apenas nos ambientes corporativos ou no mercado 
financeiro, ela pode ser aplicada em nosso dia a dia. Por exemplo, quando você financia um imó-
vel, um carro ou outro bem qualquer, a matemática financeira é utilizada para o cálculo dos juros, 
das prestações e do valor futuro daquele bem financiado. Quanto melhor você conhecer as regras 
e os cálculos, mais chances você terá de fazer um bom negócio e de evitar cair em armadilhas.
Se na vida pessoal já somos afetados por essa ferramenta, de maneira a definir como procede-
remos com nossas finanças, pense na vida empresarial, cujo volume de investimentos, vendas 
e faturamento são dezenas de vezes maiores do que nas unidades familiares! Perceba que, no 
nível de decisão, o processo é semelhante, o que altera é o volume envolvido em cada 
operação e a capacidade daquele que executará os cálculos.
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Dessa forma, podemos compreender que estudar os aspectos das relações financeiras é de 
extrema relevância para qualquer um que deseja tomar melhores decisões acerca de seus flu-
xos monetários, quer seja no nível pessoal ou empresarial, como nos grandes fluxos de recursos 
globais, envolvendo as trocas entre as várias economias do mundo. Os recursos financeiros con-
duzem quase todos os aspectos da vida cotidiana. Além de sua gestão ser matéria de aprovação 
essencial em provas, testes e concursos em geral. 
A gestão financeira é um instrumento essencial para analisar de diversas formas a vida diária e, 
assim, podermos projetar e planejar a vida financeira em um futuro, tanto individualmente quan-
to coletivamente, como no caso das empresas.
Mas, para isso, é necessário antes de tudo conhecer os termos mais utilizados e familiarizar-se 
com eles. Veja a seguir.
i = taxa de juros 
n = número de períodos (ou determinação do tempo)
P = valor do dinheiro no presente 
F = valor do dinheiro no futuro
A partir deste entendimento, você poderá conhecer e executar diversos cálculos. Acompanhe-nos 
para conhecer alguns deles.
• Percentagem
Normalmente as taxas de juros são descritas em percentuais. Antes de qualquer outro 
cálculo, é necessário, e até imprescindível, que se domine este conceito.
Exemplo: i = 50% 
= 50/100 
= 0,5
Ou seja, 50% podem ser descrito também como 0,5 em numeral.
Figura 5 – Domine o cálculo de percentual para compreender a taxa de juros.
Fonte: studioarz, Shutterstock, 2016.
16 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
• Juros
Após entender como encontrar o percentual, é necessário compreendermos o maior 
dentre os conceitos: o juro, que pode ser compreendido como o custo do dinheiro. E o 
que é isto? É o valor pago por quem necessita contrair um empréstimo ou, do ponto de 
vista de quem empresta, é aquilo que se espera lucrar em um investimento.
Fundamentalmente, existem dois tipos de capitalização de juros: a simples e composta. 
Vamos entender a mais fácil, como próprio nome já diz, simples.
• Juros Simples
Nesta modalidade não se cobra “juros sobre juros”. Eles incidem em cima do valor 
principal, ou seja, sobre o valor aplicado e, como resultado, gera o rendimento ou custo, 
relacionados ao valor principal envolvido na movimentação. 
Para se calcular os juros, podemos utilizar inicialmente a fórmula a seguir: J = C x i x n, 
onde:
J = Juros
C = Capital (ou valor presente)
i = taxa de juros 
n = tempo
Confira o exemplo a seguir:
Qual o juro de uma aplicação de R$ 3.000,00, por 2 meses, à taxa de juros de 5% ao 
mês?
C= 3000,00
i= 5% ao mês (ou 0,05)
n= 2 meses
J = C x i x n 
J = 3000 x 0,05 x 2 
J = R$ 300,00, ou seja, o total de juros vai ser de R$ 300,00.
Agora, podemos encontrar o Montante, também conhecidocomo Valor Futuro, que é o 
capital (ou valor presente) mais os juros. O Montante pode ser calculado pela fórmula 
a seguir: 
M = C + J 
M = Montante (ou valor final)
C = Capital (ou valor presente)
J = valor dos juros 
Exemplo: Ao final de um mês, qual o montante de um investimento cujo capital é de R$ 
1000,00, aplicado à taxa de juros simples de 2% ao mês? 
M = ? 
C = 1.000,00
i = 2% = 0,02
n=1
17
J = C x i x n
J = 1000,00 x 0,02 x 1
J = 20,00
M = C + J
M = 1000,00 + 20,00
M = 1.020,00
Agora que você já compreendeu como encontrar a taxa de juros, o Montante, os juros 
simples, chegou a hora de encontrar a taxa.
• Taxa nominal de juros
Refere-se à taxa contratada em determinada operação. Geralmente é determinada em 
um tempo superior ao da existência dos juros. Um contrato que seja firmado na modali-
dade de quitação mensal, sendo definida a taxa de 12% ao ano, por exemplo. A opera-
ção nesta situação é considerada anu al, mas a taxa é calculada mensalmente.
É muito importante sinalizar que taxa nominal de juros é diferente de taxa real da opera-
ção. A taxa de juros nominal inclui a inflação do período.
A taxa nominal de juros pode ser calculada pela seguinte fórmula:
in = J/C
Conforme o seguinte exemplo:
Empréstimo: R$ 10.000,00 / Prazo: 1 ano / Valor final: R$ 13.000,00
Qual a taxa nominal da operação? 
Para encontrarmos o valor financeiro do Juro, basta subtrair o capital do Montante:
J = 13.000 – 10.000 = 3 000 
in = 3 000 / 10 000 = 0,3 
Em percentual: 
in = 30%
• Taxa proporcional
Quando duas taxas geram valores iguais na mesma unidade de tempo, podemos dizer 
que são proporcionais. 
Por exemplo: O valor de R$ 1.000 a juros simples de 10% ao mês possui taxas proporcionais 
de 20% ao bimestre, 30% ao semestre, e assim sucessivamente, ou seja, a taxa de juros 
para um período seria multiplicada, respectivamente, para 2 e para 3 períodos de tempo. 
Em termos de valor financeiro, teríamos:
Para o mês:
J = 1000 x 0,10 x 1 = 100,00
Para o bimestre:
J = 1000 x 0,10 x 2 = 200,00
18 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
Para o trimestre:
J = 1000 x 0,10 x 3 = 300,00
Para se compreender mais claramente o significado destas taxas, devemos reconhecer que 
toda operação envolve dois prazos: (1) o prazo que se refere à taxa de juros; e (2) o prazo 
de capitalização (ocorrência) dos juros (ASSAF NETO, 2001).
• Juros Compostos
Este é o método mais importante, conhecido e de uso comum no Brasil. 
Neste método são aplicados os juros sobre juros, como geralmente os bancos calculam, 
tanto na questão de empréstimos como na remuneração de investimentos.
Normalmente aplicado na fórmula a seguir para encontrar os juros compostos:
F = P.(1 + i)n, onde:
F = valor futuro
P = valor principal (ou valor presente) 
n = tempo
i = taxa
Esta modalidade de juros incide sobre o saldo acumulado e o sugerido é utilizar a 
calculadora financeira HP 12C.
Conforme exemplo a seguir:
Empréstimo: R$ 2.000,00 / Prazo: 1 ano (12 meses) / Juros compostos: 2% ao mês
F = 2000 x (1+0,02) x 12 
F= 2000 x 1,268242
F = 2.536,48
O valor futuro no final será de R$ 2.536,48.
Os juros também podem trabalhar a favor da gente? Melhor do que pegar dinheiro 
emprestado com o banco, podemos investir dinheiro, aplicando em algum produto de 
renda fixa ou até mesmo na poupança. Dessa forma, o banco utilizará os juros em 
nosso benefício. Para isso, o cálculo é aplicado nos dois lados. Mas você pode estar 
se perguntando: como o banco vai ganhar dinheiro? Muito simples! Ele capta de um 
cliente a uma taxa de juro menor e repassa para outro a uma taxa de juro maior. Ou 
seja, sempre haverá ganhos para os bancos.
VOCÊ SABIA?
Resumindo, juros compostos foram criados como uma forma de computar juros sobre os juros de 
períodos anteriores, e não apenas sobre o capital inicial. 
A taxa de juros no Brasil é tida como uma das mais elevadas do mundo. Isso porque estamos 
falando da taxa de juros básica da economia, a Taxa Selic, a qual está girando em torno de 
14,25% ao ano. Se observarmos os juros do cheque especial ou as taxas rotativas de cartão de 
crédito, as taxas passam de 300% ao ano, uma vez que as taxas mensais estão em torno de 12,5 
19
a 13,5%! Mais um detalhe: essas taxas mensais são capitalizadas pelos juros compostos, então, 
cuidado! Pense bem antes de gastar acima dos seus ganhos! 
Com base nisso, apresentamos a seguir um comparativo contendo as fórmulas para calcular os 
juros, sejam eles simples ou compostos, de forma a facilitar seu entendimento, permitindo, assim, 
aprender a calcular sem a dependência das calculadoras. 
Comparativo de fórmulas de Juros
 Juros Simples Juros Compostos
Valor Futuro (ou Montante): F = P.(1 + i.n) F = P.(1 + i)n
Valor Presente (ou Principal): P = F/(1 + i.n) P = F/(1 + i)n
Taxa de Juros: i = (F - P)/(P.n) i = (F/P)1/n - 1
Número de Períodos: n = (F - P)/(P.i) n = log(F/P)/log(1 + i)
Juros: J = F - P J = F - P
O autor José Ricardo Silva Nunes, em “Os juros no Brasil”, questiona o ponto em que 
os interesses pessoais e até particulares se cruzam com os interesses gerais e coletivos, 
e materializam-se na forma de lei, com benefícios, na maioria das vezes, para somente 
uma das partes. Esse livro faz uma forte crítica às instituições bancárias e à legislação 
vigente no Brasil, e como o próprio autor cita, “[...] perversa é a atuação das mesmas” 
no país.
VOCÊ QUER LER?
• Capitalização e Descapitalização
São métodos inversos, mas conhecidos, quando calculamos o valor presente por 
meio do valor futuro realizamos a descapitalização, e quando calculamos o inverso, o 
valor futuro por meio do valor presente realizamos então a capitalização.
• Pagamento ou recebimento em série
Os pagamentos e recebimentos podem ser analisados de acordo com suas prioridades, 
e podem ser classificados como uniformes e não uniformes. Quando os pagamentos ou 
recebimentos forem distintos quanto ao valor ou períodos, o valor presente é calculado pela 
soma dos fluxos de caixa, e então, é chamado não uniforme. Já quando o valor do 
recebimento ou pagamento é regular, isto é, periódico, então é nomeado uniforme.
• Coeficiente de financiamento (CF)
Os coeficientes de financiamento, também chamados de fatores de financiamento, são 
valores que, quando multiplicados pelo capital ou valor presente, resultam no valor de 
cada parcela.
• Taxa interna de Retorno
Essa taxa é a referência do desconto da descapitalização. Quando lançada em uma 
série de fluxos de caixa, ela resulta no valor igual ao valor presente do cálculo. Pode 
ser utilizada para analisar investimentos e identificar as taxas de retorno do projeto e/ou 
quando é preciso analisar se o investimento é interessante ou não.
20 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
• Valor presente
É o cálculo que estabelece o valor presente para pagamentos que ainda ocorrerão
abatidos da taxa de juros, deduzindo o custo inicial. Muito utilizado para cálculos de
aquisições de investimentos e localização de melhores opções.
• Valor Futuro
Os juros compostos possuem grande impacto na análise de longo prazo, possibilitando
que pequenos valores investidos possam garantir retorno satisfatório.
A seguir, vamos verificar a fórmula de Valor Futuro:
F = P .(1 + i)n + M . [ (1 + i)n - 1] / [ (1 + i) - 1 ]
F = valor futuro
P = valor principal
M = mensalidade (também chamado PMT)
n = número de períodos
i = taxa de juros 
F1 = P + P.i + M 
F1 = P.(1+i) + M (após 1 mês)
(após 2 meses)
(após 3 meses)
1.4 Relatórios financeiros, como entendê-los?
A maioria dos relatórios financeiros não fornece, de forma isolada, informações totais necessá-
rias para analisar a situação financeira de uma empresa e todas as suas nuances. Para possuí-
-los em conjunto, uma empresa precisa utilizarum sistema de gestão financeira que possua e
disponibilize relatórios diversos, passíveis de alterações e ajustes e que permitam ao gestor ana-
lisar se a empresa é rentável, seu respectivo desempenho e crescimento, na busca por melhorias
operacionais.
Para isso, é necessário também que a empresa conte com gestores que possuam conhecimentos 
específicos na área.
Hoji (2004) sinaliza as três funções principais do gestor financeiro: 
• análise, planejamento e controle financeiro;
• tomadas de decisões de investimentos; e
• tomadas de decisões de financiamentos.
Porém, independente das habilidades e conhecimentos operacionais, o administrador precisará 
utilizar relatórios analíticos. Os mais conhecidos, de uso comum e também mais eficientes na 
administração financeira são: o Balanço Patrimonial – BP, o Demonstrativo de Resultado do Exer-
cício – DRE e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa – DF. Esses relatórios contábeis são capazes de 
resumir o lote principal de informações da empresa. 
21
1.4.1 Relatórios financeiros essenciais
Hoji (2004, p. 21) afirma que, quando o assunto é Administração Financeira, é importante 
lembra-se de que
[...]o objetivo econômico das empresas é a maximização de seu valor de mercado, pois 
dessa forma estará sendo aumentada a riqueza de seus proprietários. (...) Os proprietários 
de empresas privadas esperam que seu investimento produza um retorno compatível com o 
risco assumido, por meio de geração de resultados econômicos e financeiros (lucro e caixa) 
adequados por longo prazo [...].
Para atingir o resultado esperado, é necessário conhecer e compreender alguns dados e rela-
tórios financeiros, além de observar inúmeras variáveis. Alguns possuem relação direta com o 
proprietário do negócio, como: tomada de decisões, organização, conhecimento, capacidade 
de perceber os riscos, dentre outras. Mas isso não é tudo! As necessidades de manter uma orga-
nização vão desde a elaboração do planejamento até a escolha da tecnologia escolhida. Infeliz-
mente, nem todos os gestores de negócios conhecem ou acreditam que as ferramentas de apoio 
ao financeiro forneçam resultado. Mesmo com a evolução dos tempos, ainda hoje verificamos 
gestores desacreditados por falta de conhecimento e outros motivos diversos. 
Os relatórios financeiros apresentam as projeções de movimentação de recursos financeiros, for-
necem projeções futuras para compreensão do prolongamento da empresa, apresentam dados a 
respeito do faturamento, informam quais áreas são mais onerosas ou rentáveis ao negócio, 
apresentam resultados por setor e seu percentual de retorno. Demonstram ainda o lucro real, audi-
tam conciliações de caixa e bancos, enfim, demonstram o equilíbrio do saldo financeiro da empresa.
Um dos mais importantes relatórios é o Balanço Patrimonial – BP, que apresenta os ativos da 
empresa valorados, informações sobre financiamentos, o passivo – dívidas e o valor líquido, de 
nomenclatura patrimônio líquido, que poderá financiar a estrutura pelo tempo necessário. O que 
isso significa? É como uma fotografia tirada em um momento específico. E de posse dela, 
poderá compreender se possui dinheiro em caixa, se suas despesas serão possíveis de cobertura 
pelo capital existente, quanto em recursos está imobilizado em bens e estoques, ou seja, esse 
relatório proporciona a visão geral da empresa.
O segundo mais importante relatório é o Demonstrativo de Resultado do Exercício – DRE, que 
apresenta dados a respeito das despesas e receitas da empresa e qual o lucro obtido no período 
estudado, assim como sua capacidade de geração de capital. Eliminando os custos, o 
empreendedor poderá analisar sua margem bruta e líquida. Com esse relatório, a empresa 
perceberá sua rentabilidade.
Na sequência, existe o Demonstrativo de Fluxo de Caixa – DFC. Este relatório demonstra as ori-
gens das receitas das operações existentes e de possíveis financiamentos referentes ao uso do va-
lor monetário por determinado período de tempo. Ele apresenta as movimentações de entradas 
e saídas registradas no caixa, sendo elas operacionais ou não, pois não existe exigibilidade fiscal 
para ele quando a empresa pertence ao grupo de micro à médio porte. Este relatório mantém o 
controle de capital de giro da empresa, planeja recebíveis e mantém os compromissos atualiza-
dos, evitando exposição no mercado e problemas com fornecedores. 
Como dito no início deste item, com base nos três relatórios citados, é possível ter uma visão 
completa da estrutura financeira operacional da empresa, tornando mais segura as decisões 
estratégicas garantindo a sobrevivência do negócio a médio e longo prazo.
22 Laureate- International Universities
Gestão Financeira
Figura 6 – Exemplo de um relatório visto detalhadamente, proporcionando uma visão mais completa da organi-
zação por meio dos dados fornecidos pelo mesmo.
Fonte: AGorohov, Shutterstock, 2016.
Contudo, a análise individual destes demonstrativos pode prejudicar a visão do empreendedor, 
causando grandes equívocos, inclusive, comprometendo a continuidade do negócio. Portanto, 
para que qualquer conclusão consistente seja tirada, é necessária a análise dos demonstrativos 
de forma conjunta.
CASO
É possível afirmar que uma empresa se perpetue sem a elaboração, utilização e acom-
panhamento do fluxo de caixa e análise do Demonstrativo de Fluxo de Caixa? A resposta 
é, com certeza, não. 
Veja um exemplo prático: Uma indústria familiar de peças de caminhões não apresenta atrativos 
ou diferenciais competitivos há algum tempo, dessa forma, vem perdendo sensivelmente clientes 
para a concorrência, apesar de compreenderem a situação, os gestores não conseguem perce-
ber o motivo. Analisando com mais atenção, identificaram que é necessário reestruturar a linha 
produtiva e, consequentemente, para isso precisarão adquirir novo maquinário que ocasionaria 
o aumento de produtividade, a redução de custos e o retorno ao patamar competitivo. Mas eles 
não sabem se conseguirão arcar com tantos custos novos e despesas porque não possuem con-
troles adequados e não conseguem enxergar além das contas do próprio mês. 
Agora, analise: como pode uma indústria não saber quais os custos e despesas estão progra-
mados a longo prazo? O que você acredita que esteja faltando para que possam enxergar mais 
além? Certamente o que falta a eles é o conhecimento de uma das mais poderosas ferramentas 
de análise: o Fluxo de caixa. Ele auxilia o controle do negócio, pois poderão acompanhar o mo-
vimento financeiro e a utilização monetária dos recursos financeiros, normalmente utilizados em 
períodos semanais e mensais e, posteriormente, avaliados via Balanço Patrimonial. Consequen-
temente, poderão utilizar seu resultado na tomada de decisões de investir ou não no maquinário. 
Agora, reflita: se a ferramenta de Fluxo de caixa é tão importante, por que tão poucas empresas 
a utilizam de forma precisa e constante? 
23
Embora seja amplamente divulgada no meio técnico e acadêmico, a maioria dos empresários 
busca, por meio da informalidade, administrar seus negócios, justificando falta de tempo, ques-
tões pessoais e tantas outras prioridades, deixando de analisar dados importantes, aumentando 
os riscos e possibilitando o fracasso da operação, devido à falta do conhecimento. A partir da 
análise desse relatório, importantes informações e consequentes decisões são definidas pela em-
presa, para que seja possível projetar o seu futuro.
O mais essencial é compreender a liquidez da empresa. Verificando relatórios financeiros, iden-
tifique se a empresa é capaz de cumprir com suas obrigações e lhe sobra a possibilidade de 
reinvestir em si própria. Por menos que se apresente, caso ocorra como descrito aqui, a empresa 
está caminhando com assertividade em direção ao êxito.
24 Laureate- International Universities
Chegamos ao fim deste capítulo sobre a introdução dagestão financeira. Agora, você já identifi-
ca as estruturas, conceitos e fundamentos da gestão, assim como seus cálculos e relatórios, que 
servirão de embasamento teórico para uma boa gestão de finanças. Entenda que seu domínio é 
essencial e poderá proporcionar a melhor tomada de decisões.
Aqui, você pôde: 
• identificar as estruturas e processos financeiros, com vistas à analise dos recursos 
disponíveis, buscando a sua melhor utilização; 
• identificar os principais e mais usuais cálculos financeiros, assim como efetuar os cálculos 
mais específicos ligados ao tema principal, para sua melhor utilização no dia a dia; 
• compreender os principais conceitos da administração de finanças com foco em sua 
atuação na prática; 
• identificar as operações financeiras existentes dentro da organização via relatórios técnicos 
específicos e que servem de análise dos pontos de ajustes e melhorias contínuas;
• praticar os conhecimentos da gestão de Fluxo de caixa e estratégias de negócios com foco 
na tomada de decisão, com base na análise de fatos e dados, além dos conhecimentos a 
respeito das demonstrações financeiras.
Esperamos ter colaborado com seu aprendizado e torcemos para que você possa fazer bom uso 
de tudo que vivenciou nesta oportunidade. 
SínteseSíntese
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Referências
FINANÇAS. In: Dicionário da Língua Portuguesa. Lisboa: Priberam Informática, 1998. Disponível 
em: <http://www.priberam.pt/dlpo/finan%C3%A7as>. Acesso em: 29 mai. 2016.
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas Aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2001.
FERREIRA, Eduardo Rosa. Manual do departamento financeiro. Editora Buscajus, 2012.
______. Finanças corporativas e valor. 3. ed. – 2. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2008.
HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 5. ed. – São Paulo: 
Atlas, 2004.
GOMES, Josir S.; SALAS, Joan M. Controles de gestão: uma abordagem contextual e 
organizacional. São Paulo: Atlas, 1999.
SILVA NUNES, José Ricardo. Os juros no Brasil. Ed. E-papers, 2005.
Bibliográficas

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