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Manifesto comunista

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A Obra “Manifesto do Partido Comunista”, escrita por Karl Marx e Friedrich Engels em consonância com as reinvidicações da liga comunista, mantém sua atualidade em sua critica ao modo de produção e de vida capitalista. A obra expõe o papel da burguesia, que embora revolucionário em derrubar as nobrezas obsoletas e impulsionar o crescimento de classes menos abastadas, ”coisificou” o homem, transformando-o em mero objeto, como outra qualquer máquina, tornando frias as relações econômicas e as sociais. 
Marx sugere então a sua singular teoria da luta de classes, que demonstra a historia do mundo como uma mera sequencia factual de revoluções, que derrubando uma determinada classe dominante, alcança o poder e chegará a se tornar tão obsoleta quanto a sua antecessora, que se faça necessária nova revolução que a derrube. Assim ele admite a derrubada da nobreza por mãos da burguesia e o papel revolucionário da mesma, particularmente na simplificação da oposição de classes, reduzindo-a a dois únicos blocos opostos: burguesia e proletariado, mas assegura que é apenas um meio caminho que virá a ser superada para que se chegue a perfeição de um modo socioeconômico equilibrado, o qual ele denomina comunismo, sendo necessária para isso nova revolução,a qual ele denominou “Revolução proletária”, ou “Revolução comunista”.
Marx traça no desenvolver de sua obra varias criticas ao modo de produção capitalista, elencando-se de modo particular:
Destruição dos laços naturais: Para Marx, a burguesia destruiu a relação natural entre o senhor feudal e seu servo, entre pais e filhos, entre amigos e amantes, alem de criar relações de frieza entre as pessoas, mormente pautadas em interesses econômicos.
“Onde quer que tenha chegado ao poder, a burguesia destruiu todas as relações feudais, patriarcais, idílicas, estilhaçou sem piedade os variegados laços feudais que subordinavam o homem seus superiores naturais, e não deixou subsistir entre os homens outro laço senão o interesse nu e cru, senão o frio dinheiro vivo”. (Manifesto, p.27)
Destituição da dignidade pessoal e instrumentalização do homem: Para Marx, a burguesia conseguiu converter e reduzir o valor pessoal do ser humano a valor monetário de serventia ao sistema, tornando o homem descartável. Assim, as profissões perderam qualquer prestigio próprio, sendo seu novo prestigio associado a quanto produzirá e renderá de lucro, o que a burguesia já não faz mais questão de dissimular.
“Reduziu a dignidade pessoal a simples valor de troca (...) substituiu a exploração disfarçada sob ilusões religiosas e políticas pela exploração aberta, cínica, direta e brutal”. A burguesia despojou de sua aura todas as atividades até então consideradas com respeito e temor religioso. Transformou o medico, o jurista, o padre, o poeta, o homem de ciência em assalariados por ela remunerados”.
Invenção de um estilo de família burguês: Marx propõe um rompimento com o estilo de família proposto pela burguesia como ideal, já que afinal de contas, as pessoas comuns não tinham acesso a ela; para ele a família era uma invenção romantizada da realidade; poucas eram as famílias que tinham, pai, mãe, casa, comida, comunhão familiar em uma casa. A maioria das famílias convivia unicamente enquanto trabalhavam juntas nas maquinas ou nos campos, não sobrando tempo disponível para passeios ou recreações entre si. Para ele também, essas mesmas famílias entrelaçavam-se umas com as outras, não sendo uma comunidade fechada de mãe, pai e filhos – isso quando haviam todos integrantes - o convívio da família era a produção.
“A Burguesia rasgou o véu da emoção e da sentimentalidade das relações familiares e reduziu-as a mera relação monetária”
Propostas continuas de mudanças: Apesar de ver como importantes as continuas revoluções burguesas enquanto aprimoramentos de soluções, Marx critica a proposta burguesa de criar as necessidades para vender as soluções; assim na industria, ele cita, não se emprega matéria prima local, mas por mero capricho, busca-se distante a matéria prima empregada em produções simples.
“As antigas necessidades antes satisfeitas pelos produtos locais, dão lugar a novas necessidades que exigem, para sua satisfação, produtos dos países e climas mais remotos” (p. 30)
Globalização forçada: É outra critica feita por Marx. Apesar do autor elogiar em certo ponto a globalização, a qual ele chama de “interdependência geral entre as nações”, que impulsiona o desenvolvimento também intelectual universal, ele critica o modo em que isso ocorre: 
“Pelo rápido desenvolvimento de todos os instrumentos de produção, pelas comunicações infinitamente facilitadas, a burguesia impele todas as nações, mesmo as mais bárbaras, para a torrente da civilização. Os preços baixos de suas mercadorias são sua artilharia pesada (...) obriga todas as nações a adotarem o modo de produção burguesa, sob pena de se arruinarem”.
Subordinação do campo a cidade: As cidades tornaram-se o núcleo da burguesia, logo também das fabricas, forçando ao êxodo rural; os campos se tornaram meros quintais, dominados também por burgueses. Em consonância, os países agrícolas foram gradualmente se submetendo a burguesia e a corrida maquinista, sob risco de se arruinarem e serem engolidos por países “avançados” e maquinizados.
“A burguesia submeteu o campo à dominação da cidade (...) aumentou macicamente a população das cidades (...)e tal como subordinou campo e cidade, tornou dependentes os países bárbaros, ou semibárbaros dos países civilizados” (p.31)
Aglomeração populacional – centralização política: Tendo em vista o acima exposto, a burguesia aglomerou pessoas, concentrou propriedades em poucas mãos, e logo, cooperou para uma centralização política.
“Províncias independentes, apenas federadas, com interesses, leis, governo, em um só código de leis, em um só interesse nacional de classe, em uma só fronteira alfandegária”.
(p.31)
Mudança nos modos fabris: A Burguesia tirou, segundo Marx, a atratividade de qualquer serviço ao tirar ao homem a manufatura e consequentemente a criatividade, e inseri-lo como mera peça de operação das maquinas.
“O trabalho perdeu todo caráter de autonomia e, assim, todo atrativo para o operário. Este se torna simples acessório para a maquina.” (p.35)
Conclusão
Alem do supracitado, Marx expõe a necessidade de uma revolução proletaria para se derrubar a burguesia, que de certo modo já começou a ruir de propria conta; um sistema que não é capaz de ser sustentado pelos escravos, mas que tem que sustenta-los, que acumula riquezas em poucas mãos, que vê o restante da sociedade morrer de fome e se mantem impassivel, tende ao declinio. 
Uma das criticas memoraveis e basilares da obra contra a burguesia, é a questão da propriedade privada, que se constitui um privilegio de 1/10 da sociedade, ou seja, a Burguesia, enquanto 9/10 padecem miseria e não tem moradia. Merece atenção especial pois é uma questão atual a ser discutida no mundo.
Não obstante a utopicidade do Comunismo e da obra enquanto vistos como objetivos a serem alcançados e até mesmo a ineficacia e ilegitimidade dos metodos apontados para que se chegue a obte-los, a critica ao capitalismo dá a singularidade da obra, ao apontar as varias brechas de um sistema forte e ainda em vigor e propor uma ameaça ao mesmo, apresentando um sistema tão forte quanto ameaçador, porém, como ficara dito quando da derrubada da URSS “Um gigante de pés de barro”. Marx talvez não estivesse completamente errado ao afirmar a luta e alternancia de classes no poder, porem não observou que de certo modo as mudanças são naturais e paulatinas, e que não seria da noite para o dia que todos teriam a compreensao do que seria o correto a ser feito para uma pretensa “igualdade”. Daí as atrocidades que observamos nas tentativas frustradas de implantação do comunismo.

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