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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CAMPUS ACADÊMIDO DO AGRESTE NÚCLEO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL CALORIMETRIA ALINE ADRIANE PEREIRA DE SIQUEIRA NASCIMENTO CLENILDO DUDA DE LIRA E SILVA ELYAQUIM DOMINGOS TORRES FLAVIANNY KETHILLY CAVALCANTE BARBOSA REBECA THAYS FLORENCIO TEODORO DE SIQUEIRA Caruaru 2018 ALINE ADRIANE PEREIRA DE SIQUEIRA NASCIMENTO CLENILDO DUDA DE LIRA E SILVA ELYAQUIM DOMINGOS TORRES FLAVIANNY KETHILLY CAVALCANTE BARBOSA REBECA THAYS FLORENCIO TEODORO DE SIQUEIRA CALORIMETRIA Trabalho acadêmico de modelo de relatório laboratorial, como requisito à obtenção de nota do segundo exercício escolar, apresentado a disciplina de Química Geral I da Universidade Federal de Pernambuco. Orientadora: Professora Drª. Érika Pinto Marinho Caruaru 2018 RESUMO Este relatório objetiva expor os dados alcançados e observações feitas sobre os ensaios de calorimetria e comprovação dos estudos teóricos sobre termodinâmica vistos em sala de aula, concomitantemente discutindo-os. Além de, descrever as metodologias aplicadas e resultados obtidos na realização da atividade prática laboratorial dos discentes do curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal de Pernambuco – Campus Agreste, na disciplina de Química Geral I. Palavras-chave: Práticas laboratoriais. Química Geral I. Calorimetria. Termodinâmica. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 5 2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ........................................................................ 8 2.1 PRIMEIRO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................. 8 2.2 SEGUNDO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................. 8 2.3 TERCEIRO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ................................................. 9 2.4 QUARTO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................... 9 3 RESULTADOS ............................................................................................................ 10 3.1 CALORÍMETRO ................................................................................................... 10 3.2 VARIAÇÕES DE ENTALPIA E LEI DE HESS .................................................... 11 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 13 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 14 ANEXOS ......................................................................................................................... 15 5 1 INTRODUÇÃO Antes dos termos de calorimetria e termodinâmica serem utilizados, conceitos de pressão, volume, temperatura e energia já eram estudados desde a Grécia antiga devido as suas várias aplicações práticas e usuais. Com o decorrer dos anos e com o avanço das pesquisas científicas, vários instrumentos foram criados para utilidade pública e técnica. Com o aumento populacional e mercadológico, visando a gama de aplicações de tais conceitos, foram realizadas descobertas para incrementação e eficácia de processos manuais. O primeiro grande avanço que afetou globalmente o mercado foi a capacidade de transformação de energia, mais precisamente a transformação de energia térmica em energia mecânica. Advindo a isso, foi desencadeada a primeira revolução industrial. Segundo a lei da conservação da matéria: na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. O mesmo se aplica à energia da matéria. Toda energia pode ser transformada em outra forma de energia e esse processo é possível de ser estudado e até mesmo manipulado através do conhecimento de termodinâmica. É através dessa transformação que muitos serviços essenciais para a população são realizados, como o fornecimento de energia elétrica e funcionamento de indústrias que servem como fonte de renda e consumo. Por isso, um imenso esforço global está sendo desenvolvido em busca de novas fontes de energia que possam ser usadas de forma mais eficiente e sustentável. Dois conceitos fundamentais da termodinâmica são calor e trabalho, que é a energia transferida em decorrência de uma diferença de temperatura e a energia ganha ou consumida com um movimento que é realizado contra uma força oposta, respectivamente. Adentrando no conceito de calor, sabe-se que a energia flui da região de mais alta temperatura para a de menor temperatura. Porém, a transferência de calor pode ser atenuada ou impedida através de um isolante térmico. Isso acontece porque as paredes do isolante não permitem a condução de energia entre os meios interno e externo (sistema e vizinhança respectivamente). Por causa disso, é possível medir o calor transferido em um processo no sistema, pois devido ao influxo de energia há variação na 6 temperatura interna ⎯ na química, o isolante térmico será comumente denominado como calorímetro ⎯. Para converter essa mudança de temperatura em energia utiliza-se o termo de capacidade calorífica, que pode ser obtido através da razão entre o calor fornecido (Q) e a variação de temperatura observada (T). Em contraponto, não é possível estabelecer uma capacidade calorífica fixa para um material pois a mesma varia dependendo da proporção de suas grandezas físicas (massa, volume, etc). Para abranger tal situação usa-se o conceito de capacidade calorífica específica (c) que é calculada através da razão entre capacidade calorífica (C) e massa da amostra do material. No cotidiano pode-se presenciar muitas reações químicas acontecendo, onde na maioria ocorre a liberação ou absorção de energia térmica, como exemplo o descongelamento de um bloco de gelo, que para acontecer, absorve energia. Tais reações podem ser subdivididas em reações exotérmicas (que liberam energia na forma de calor quando acontecem) e reações endotérmicas (que absorvem energia para acontecer). Para complementar o método de acompanhamento das variações de energia sobre pressão constante foi necessária a criação de um novo conceito: entalpia (H). É através dela que é possível visualizar as alterações nas formas de energia já levando em consideração as perdas de energia em forma de trabalho. Previamente, é necessário compreender a entalpia como uma função de estado, ou seja, independente do caminho tomando no decorrer do processo, a variação de entalpia (H) será a mesma se o início e o fim do processo permanecerem inalterados ⎯ também conhecida como Lei de Hess ⎯. É através da H que é possível visualizar se uma reação é endotérmica ou exotérmica seguindo os seguintes parâmetros: se H < 0 a reação é exotérmica, portanto, libera calor; se H > 0 a reação é endotérmica e consequentemente absorve calor. A equação de uma reação termodinâmica pode ser expressada da seguinte forma: AB + CD AD + CB H= ± Xu 7 onde A, B, C e D são produtos e reagentes, X é um número inteiro que explicita a quantidade de energia liberada (-X) ou absorvida (+X) e u é a unidade de medida utilizada para energia, comumente J (joule) ou KJ (quilojoule). 8 2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Todo o experimento baseou-se na execução de quatro procedimentos experimentais consecutivos que visavam a comprovação na Lei de Hess na prática. Testandoseparadamente a entalpia de cada semi-reação, no final, quando a reação direta ocorresse, poder-se-ia conferir se a variação de entalpia foi a mesma. Os materiais utilizados foram: solução de ácido Clorídrico (HCl) nas concentrações de 1,0 M, 0,5 M e 0,25 M, agitador magnético, água destilada, balança analítica, barrinha magnética de agitação, béquer 250 ml, calorímetro, solução de hidróxido de sódio (NaOH) nas concentrações de 1,0 M e 0,5M, proveta e termômetro. 2.1 PRIMEIRO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Inicialmente mediu-se com a proveta de 50ml a solução de ácido clorídrico (HCl) 1,0 M. Em um béquer de 250 ml foi colocada a barra de agitação magnética e em seguida foi adicionada a solução de ácido clorídrico. Após isso, o béquer foi transferido para o calorímetro e este foi posto sobre o agitador magnético. Prontamente após fechar o calorímetro e ligar o agitador magnético em uma velocidade adequada, foi introduzido o termômetro. Mediu-se então a temperatura da solução. Decorrido isso, mediu-se 50 ml da solução de hidróxido de sódio (NaOH) 1,0 M e verteu-a sobre a solução de ácido clorídrico para a monitoração da variação da temperatura. Para a visualização total do termômetro, o calorímetro precisou ficar aberto. 2.2 SEGUNDO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Com uma proveta aferiu-se 100 ml de água destilada que foi posta em um béquer que continha a barra de agitação magnética e que posteriormente foi transferido para um calorímetro. Mediu-se então a temperatura da água destilada. Paralelamente pesou-se 2 g de hidróxido de sódio sólido em uma balança analítica e acrescentou-o no béquer. Após a sua total dissolução, com um termômetro, mediu-se a máxima temperatura atingida. 9 2.3 TERCEIRO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Com o auxílio de uma proveta, mediu-se 50 ml da solução de ácido clorídrico (HCl) 0,5 M e o mesmo volume da solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,5 M e com o termômetro verificou-se a temperatura de ambas das soluções separadamente. Em um béquer de 250 ml foi acrescentado a solução de ácido clorídrico e transferido para o calorímetro. Logo após a solução de hidróxido de sódio foi vertida sobre a primeira e agitada com o auxílio da barra de agitação magnética e o agitador magnético. Anotou-se a temperatura máxima atingida. 2.4 QUARTO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Utilizando uma proveta, foram aferidos 50 ml da solução de ácido clorídrico 0,25M. Esta solução foi transferida para o béquer e logo em seguida para o calorímetro. Simultaneamente, em uma balança analítica foram pesados 2g de hidróxido de sódio sólido e misturou-a com o ácido clorídrico presente no béquer do calorímetro. A mistura foi agitada com uma barra de agitação magnética e um agitador magnético até a dissolução do hidróxido de sódio sólido. Então mediu-se a temperatura máxima alcançada pela mistura. 10 3 RESULTADOS Após a realização de cada experimento, foi anotada a variação de temperatura para então calcular a capacidade calorífica do calorímetro e a quantidade de energia liberada ou absorvida na forma de calor de cada reação. 3.1 CALORÍMETRO Para descobrir a capacidade calorífica do calorímetro fazia-se necessário saber a quantidade de mols que as amostra de água destilada possuía para então multiplicá-la com a variação de entalpia (H) de neutralização e descobrir o calor envolvido na reação. Com isso, foi obtido o número de mols de água destilada através da fórmula 𝑀 = n v , onde M é concentração molar, n é a quantidade de mols e v é o volume. Então: 𝑀 = n v 1 = n v 1 = n 50. 10−3 n = 50 x 10−3mol Como, para esse experimento, n(água) = n(ácido) = n(base), então: n(HCl) = n(H2O) = n(NaOH) = 50 x 10−3 mols Ademais, obtendo a variação de temperatura (T) da reação ácido- base que teve o cloreto de sódio (NaCl) como produto, sabendo sua densidade (d), volume (v) e capacidade calorífica (c), foi possível obter o calor envolvido na reação através da formula Q(solução) = d.v.c.T. Então: Q(solução) = d.v.c.T Q(solução) = 1.02 g/ml . 100ml . 4,012J/g°C . 6°C Q(solução) = 2455,34 Joules 11 Com isso, calculou-se o calor envolvido na reação através da fórmula Q(reação) = n . H(neutralização). Então: Após a obtenção do calor envolvido na reação e na solução, é possível obter a capacidade calorífica do calorímetro (C) por meio da fórmula 𝐶 = 𝐐(reação) – 𝐐(solução) 𝑇 . Então: C = 2863,3J – (−2455,34)J 6°C C = 886,44 J/°C OU 212,06 cal/°C Utilizando como referencial o calorímetro, percebeu-se que quando a reação perde calor, o calorímetro recebe, o mesmo se aplica para a situação inversa. Isso implica que, para calcular a capacidade calorífica do calorímetro, os valores do Q(reação) e Q(solução) devem ser multiplicados por (-1). Com isso, tem-se que o calorímetro possui uma capacidade calorífica de 886,44J/°C ou 212,06cal/°C. 3.2 VARIAÇÕES DE ENTALPIA E LEI DE HESS No segundo procedimento experimental, foram medidas as temperaturas antes e após cada reação para obter a variação de temperatura. Unindo estes dados a capacidade calorífica do calorímetro (encontrada no primeiro procedimento experimental), foi calculado o calor do calorímetro e da solução, que somados resultaram no calor da reação, utilizado no cálculo da variação de entalpia (∆𝐻), as expressões utilizadas podem ser vistas abaixo: 𝑞𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 + 𝑞𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 Calor da reação 𝑞𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑑. 𝑣. 𝑐. ∆𝑡 Calor da solução Q(reação) = n . H(neutralização) Q(reação) = 50 x 10−3 mols . (-13,7 kcal/mol) Q(reação) = -685 cal ou -2863,3 J 12 𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 𝐶. ∆𝑡 Calor do calorímetro ∆𝐻 = 𝑞𝑟𝑒𝑎çã𝑜 𝑛𝑁𝑎𝑂𝐻 Variação de entalpia Na primeira reação, a temperatura inicial foi de 22ºC e após a adição do hidróxido de sódio, esta subiu para 26ºC, havendo uma variação de 4ºC. A reação correspondente e a variação de entalpia obtida estão representadas abaixo: 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑆) → 𝑁𝑎 + (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞) ∆𝐻1 = −12,105 Kcal/mol Na segunda reação a temperatura variou de 22ºC para 28ºC, obtendo uma variação de 8ºC. A entalpia e a reação estão representadas a seguir: 𝑁𝑎(𝑎𝑞) + + 𝑂𝐻(𝑎𝑞) ∓ + 𝐻(𝑎𝑞) + + 𝐶𝑙(𝑎𝑞) − ←→ 𝐻2𝑂(𝑙) + 𝑁𝑎(𝑎𝑞) + + 𝐶𝑙(𝑎𝑞) − ∆𝐻2 = − 36,324 Kcal/mol Por fim na última reação, que corresponde a soma das anteriores, a temperatura inicial (correspondente a temperatura do ácido clorídrico) foi 23º e a final 29ºC, obtendo também uma variação de 8ºC. A equação termoquímica que representa a reação pode ser vista abaixo: 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑠) + 𝐻(𝑎𝑞) + + 𝐶𝑙(𝑎𝑞) − ←→ 𝐻2𝑂(𝑙) + 𝑁𝑎(𝑎𝑞) + + 𝐶𝑙(𝑎𝑞) − ∆𝐻3 = − 48,8 Kcal/mol 𝐻2𝑂 13 CONCLUSÃO Com a finalização do primeiro procedimento experimental, foi possível calcular a capacidade calorífica do calorímetro através do calor da reação e da solução. O valor obtido para a capacidade calorífica do calorímetro foi 212,06cal/°C. Esse valor obtido serviu para calcular o calor envolvido nas reações, posteriormente. Com a execução dos demais procedimentos experimentais, que visavam constatar a Lei de Hess foi calculada a entalpia de cada reação: dissolução do hidróxido de sódio em água, reação entre hidróxido de sódio e ácido clorídrico e reação entre NaCl sólido e ácido clorídrico. Com isso, nota-se que as reações foram exotérmicas. Tal resultado era esperadovisto para a dissolução do NaOH por exemplo, é necessária a liberação de energia para a quebra de ligação. Na reação de neutralização, apesar de uma parcela da energia ser utilizada para formar as ligações, sua maior parte é liberada na forma de calor, assim como toda neutralização entre ácido e base forte. Portanto, ao somar as entalpias das reações e compará-la a reação de neutralização pode-se constatar que a entalpia realmente é uma função de estado, pois independente do processo de execução tomado, mantendo-se o início e o fim inalterados, a variação de energia em um sistema isolado é a mesma, constatando assim a Lei de Hess. 14 REFERÊNCIAS ATKINS, Peter. Principios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. 5ª ed. São Paulo: Bookman, 2011. 15 ANEXOS • Diferencie reações endotérmicas de exotérmicas. Uma reação endotérmica é aquela em que há absorção de energia do ambiente, o que desloca o equilíbrio para formação de produtos. Essas reações têm como caraterística possuírem variação de entalpia positiva quando subtraídas as energias entálpicas dos produtos com as dos reagentes. Isso indica que houve absorção de energia. Em contrapartida, reações exotérmicas são aquelas em que há um balanço negativo de energia quando são comparadas a entalpia dos reagentes com a dos produtos e indica que houve liberação de energia na forma de calor, que pode ser percebida através do aumento da temperatura em um sistema isolado. • A reação de dissolução do Hidróxido de Sódio é endotérmica? Por quê? Não, pois o NaOH sofre dissociação iônica, liberando cátion Na+ e ânion OH-, logo, haverá quebra de ligações com liberação de energia, ou seja, é uma reação exotérmica, o que também faz com que a temperatura da água aumente. • Qual a função de um calorímetro? O calorímetro serve para isolar o sistema e fazer com que esse alcance o equilíbrio térmico mais rapidamente. Ao colocar dois corpos com diferentes temperaturas no interior de um calorímetro, acontecerá a troca de calor entre os mesmos até que o equilíbrio seja atingido. Além disso também contribui para determinação de algumas grandezas, tais como capacidade térmica e calor específico. 16 • Qual o princípio de funcionamento de um calorímetro? Constituído basicamente de um recipiente de paredes finas que é envolvido por outro recipiente fechado de paredes mais grossas e isolantes ou simplesmente por um isolante térmico, o calorímetro é um instrumento hermético que evita a entrada e saída de calor, o que faz com que não haja troca de calor entre a vizinhança e o sistema.
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