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Direito Penal Aula 03

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Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) 
Teoria e exercícios comentados 
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AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E 
CAUSAS DE EXCLUSÃO. IMPUTABILIDADE PENAL. 
PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I - Culpabilidade 02 
II – Punibilidade e sua extinção 13 
III - Questões para praticar 23 
IV - Lista das questões comentadas 29 
Gabarito 41 
 
Salve, salve, meu povo! 
 
Devorando os papiros? 
Na última aula nós estudamos o Fato Típico e seus Elementos, 
a ilicitude, as causas de sua exclusão, bem como o excesso 
punível. 
Hoje, a matéria é “punk”. Vamos estudar a Culpabilidade, 
(Elementos e Causas de Exclusão), bem como a Imputabilidade 
Penal. 
Chega de papo. Vamos ao trabalho!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I - Culpabilidade 
 
A culpabilidade nada mais é que o juízo de reprovabilidade acerca da 
conduta do agente, considerando-se suas circunstâncias pessoais. 
Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato 
típico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de 
estudo não é o fato, mas o agente. Daí alguns doutrinadores entenderem 
que a culpabilidade não integra o crime (por não estar relacionada ao fato 
criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos trabalhá-la como elemento 
do crime. 
Quatro teorias existem acerca da culpabilidade: 
A) Teoria psicológica – Para essa teoria a culpabilidade era analisada 
sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e culpa). Esta 
teoria entende que o agente seria culpável se era imputável no 
momento do crime e se havia agido com dolo ou culpa. Vejam que 
essa teoria só pode ser utilizada por quem adota a teoria 
naturalística da conduta (pois o dolo e culpa estão na 
culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Código 
penal), essa teoria acerca da culpabilidade é impossível, pois a 
teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no 
fato típico; 
B) Teoria normativa ou psicológico-normativa – Possui os mesmos 
elementos da primeira, mas agrega a eles a inexigibilidade de 
conduta diversa, que é a “possibilidade de agir conforme o 
Direito”. Para essa teoria, mais evoluída, ainda que o agente fosse 
imputável e tivesse agido com dolo ou culpa, só seria culpável se 
no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro 
comportamento que não o comportamento criminoso; 
C) Teoria normativa pura – Essa já muda de ares. Já não mais 
considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do 
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fato típico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta 
teoria, os elementos da culpabilidade são: a) imputabilidade; b) 
potencial consciência da ilicitude; c) inexigibilidade de conduta 
diversa. A potencial consciência da ilicitude seria a análise 
concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer 
o caráter ilícito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses 
elementos mais à frente; 
D) Teoria limitada – É A ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL. Possui 
os mesmos elementos da teoria normativa pura, mas difere dela 
ao tratar as descriminantes putativas. 
 
Assim, vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao 
final, o tratamento conferido por esta teoria às descriminantes putativas. 
 
1) IMPUTABILIDADE PENAL 
 
O Código Penal não define o que seria imputabilidade penal, apenas 
descreve as hipóteses em que ela não está presente. 
A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade 
mental de entender o caráter ilícito da conduta e de comportar-se 
conforme o Direito. 
Existem três sistemas acerca da imputabilidade: 
 Biológico – Basta a existência de uma doença mental ou 
determinada idade para que o agente seja inimputável. É 
adotado no Brasil com relação aos menores de 18 anos. Trata-
se de critério meramente biológico: Se agente tem menos de 
18 anos, é inimputável; 
 Psicológico – Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na 
análise do caso concreto; 
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 Biopsicológico – Deve haver uma doença mental (critério 
biológico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso 
concreto se o agente era ou não capaz de entender o caráter 
ilícito da conduta e de se comportar conforme o Direito (critério 
psicológico). Essa foi a teoria adotada como REGRA pelo nosso 
Código Penal. 
 
Cuidado! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do fato. 
Assim, se A (menor com 17 anos e 11 meses de idade) seqüestra B e o 
seqüestro só termina quando A já era maior de 18 anos, este responde 
pelo crime, pois nos crimes permanentes, entende-se que o tempo do 
crime é o momento em que cessa a atividade criminosa. 
Entretanto, imaginemos que Alfredo (com 17 anos) efetua disparos 
de arma de fogo contra Poliana, que entra em coma e vem a falecer seis 
meses depois, quando Alfredo já era maior de 18 anos. Nesse caso, 
Alfredo não responde pelo crime de homicídio, mas por ato infracional, 
nos termos do ECA, pois o crime se considera praticado quando da 
conduta, ainda que outro seja o momento do resultado. 
As causas de inimputabilidade estão previstas nos arts. 26, 27 e 28 
do CP: 
 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por 
doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de 
um a dois terços, se o agente, em virtude de 
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perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento.(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Menores de dezoito anos 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos 
são penalmente inimputáveis, ficando 
sujeitos às normas estabelecidas na 
legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
Emoção e paixão 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Embriaguez 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo 
álcool ou substância de efeitos análogos.(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por 
embriaguez completa, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, era, ao tempo da 
ação ou da omissão,inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois 
terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, 
não possuía, ao tempo da ação ou da 
omissão, a plena capacidade de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento.(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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Percebam que os critérios biológicos (circunstâncias que 
presumidamente retiram a capacidade de discernimento) estão 
grifados em preto, e os critérios psicológicos (análise efetiva da 
ausência de discernimento quanto à ilicitude do fato e 
possibilidade de agir conforme o Direito) estão grifados em 
vermelho. 
Para facilitar, ainda, o estudo de vocês, grifei em azul as hipóteses 
de semi-imputabilidade. 
Vamos explicar as hipóteses de inimputabilidade: 
 
A) Menor de 18 anos 
 
Esse é um critério meramente biológico e taxativo: Se o agente é 
menor de 18 anos, responde perante o ECA não se aplicando a ele o CP< 
nos termos do art. 27 do CP. 
 
B) Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado 
 
No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da conduta ou se era 
parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, será inimputável, ou seja, 
isento de pena. No segundo caso, será semi-imputável, e será aplicada 
pena, porém, reduzida de um a dois terços. 
Além dos doentes mentais, nesse grupo encontram-se ainda os 
silvícolas (índios), que são imputáveis (caso integrados à sociedade), 
semi-imputáveis (caso parcialmente integrados à sociedade), ou 
inimputáveis (caso não tenham se integrado de maneira nenhuma à 
sociedade, ou muito pouco). 
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Nos dois casos acima, se o agente for inimputável, exclui-se a 
culpabilidade e ele é isento de pena. Se for semi-imputável, será 
considerado culpável (não se exclui a culpabilidade), mas sua pena será 
reduzida de um a dois terços. 
No caso de o agente ser inimputável, por ser menor de 18 anos, não 
há processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser 
inimputável em razão de doença mental ou desenvolvimento incompleto, 
será isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicará uma medida de 
segurança (internação ou tratamento ambulatorial). Isso é o que se 
chama de sentença absolutória imprópria. 
No caso de o agente ser semi-imputável, ele não será isento 
de pena! Será condenado a uma pena, que será reduzida. Entretanto, a 
lei permite que o Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de 
liberdade por uma medida de segurança (internação ou tratamento 
ambulatorial). 
CUIDADO! O semi-imputável não pode cumprir a pena e depois a 
medida de segurança (antigo sistema do “duplo binário”). Atualmente, a 
medida de segurança só poder substitutiva da pena privativa de liberdade 
(sistema vicariante). 
 
C) Embriaguez 
 
Segundo o CP, a embriaguez não é uma hipótese de 
inimputabilidade, salvo se decorrente de caso fortuito ou força maior. 
Assim, imaginem que Poliana é embriagada por Carlos (que coloca álcool 
em seus drinks). Sem saber, Poliana ingere as bebidas alcoólicas e 
comete crime. Nesse caso, Poliana poderá ser inimputável ou semi-
imputável, a depender de seu nível de discernimento quando da prática 
da conduta. 
Assim: 
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Embriaguez: 
 
Voluntária 
Culposa 
 
Acidental (caso fortuito ou força maior) 
 
 
Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, não será 
possível aplicação de medida de segurança, pois essa visa ao tratamento 
do agente considerado doente, e que oferece risco à sociedade. No caso 
da embriaguez acidental, o agente é são, tendo ingerido álcool por caso 
fortuito ou força maior. 
 
2) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE 
 
A potencial consciência da ilicitude é a possibilidade de o agente, de 
acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do fato. Não se 
trata do parâmetro do homem médio, mas de uma análise da pessoa GO 
agente. Assim, aquele que é formado em Direito, em tese, tem maior 
potencial consciência da ilicitude que aquele que nunca saiu de uma 
aldeia de pescadores e tem pouca instrução. É claro que isso varia de 
pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime, pois alguns 
são do conhecimento geral (homicídio, roubo), e outros nem todos 
conhecem (bigamia, por exemplo). 
Quando o agente age acreditando que sua conduta não é 
ilícita, comete erro de proibição (art. 21 do CP). 
O erro de proibição pode ser: 
Não excluem a 
imputabilidade 
COMPLETA – agente é 
inimputável 
PARCIAL – agente é 
semi-imputável 
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 Escusável – Nesse caso, era impossível àquele agente, 
naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrária ao 
Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente é 
isento de pena; 
 Inescusável – Nesse caso, o erro do agente quanto à 
proibição da conduta não é tão perdoável, pois era possível, 
mediante algum esforço, entender que se tratava de conduta 
ilícita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo 
crime, com pena diminuída de um sexto a um terço (conforme 
o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude). 
 
3) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA 
 
Não basta que o agente seja imputável, que tenha potencial 
conhecimento da ilicitude do fato, é necessário, ainda, que o agente 
pudesse agir de outro modo. 
Desta maneira, imagine a situação de uma mãe que vê seu filho 
clamar por comida e, diante disso, rouba um cesto de pães. Nesse caso, a 
mãe era maior de idade, sabia que a conduta era ilícita, mas não se podia 
exigir que, naquelas circunstâncias, agisse de outro modo. Dessa forma, 
nesse caso, sua culpabilidade estaria excluída (isso sem comentar o 
princípio da bagatela, que excluiria a própria tipicidade, por ausência de 
lesão tutelável); 
Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclusão 
da culpabilidade: 
 Coação moral irresistível – É o ato no qual uma pessoa coage 
outra a praticar determinado crime, sob a ameaça de lhe fazer 
algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na cabeça de 
Poliana e diz que se ela não atirar em Romeu, matará seu filho, 
que está seqüestrado por seus comparsas. Nesse caso, não se 
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pode exigir de Poliana que deixe de atirar em Romeu,pois está 
sob ameaça de um mal gravíssimo (morte do filho). Cuidado! 
O STF entende que se a coação é resistível (o mal não é 
tão grave assim), o coagido responde juntamente com o 
coator. Ex.: No mesmo caso anterior, imagine que ao invés de 
ameaçar matar o filho de Poliana, Alberto ameaçasse dar um 
tapa em Poliana caso ela não atirasse. Ora, nesse caso, o mal 
não é tão grave, e Poliana deveria tê-lo suportado ao invés de 
atirar. Se atirar e matar Romeu, responderá juntamente com 
Alberto por homicídio. Esse é o entendimento do STF! 
 Obediência hierárquica – É o ato cometido por alguém em 
cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior 
hierárquico. Cuidado! A ordem não pode ser 
MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem 
sabe que está cometendo uma ordem ilegal, responde pelo 
crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem 
não é manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu 
estará acobertado pela excludente de culpabilidade da 
inexigibilidade de conduta diversa. Ex.: Um Delegado 
experiente determina a dois policiais novatos que entre na casa 
de Marcelo e realizem sua prisão. Entretanto, o Delegado não 
possuía um mandado judicial para isso. Nesse caso, os policias 
não tinha como contrariar a ordem do Delegado, nem saber 
que ela era ilegal. 
Cuidado! Nesse caso, só se aplica aos funcionários públicos, 
não aos particulares! 
 
4) DESCRIMINANTES PUTATIVAS 
 
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Como disse a vocês antes, a teoria limitada, que é a adotada pelo 
CP, difere da teoria normativa pura com relação ao tratamento dado às 
descriminantes putativas. 
As descriminantes putativas são tratadas nos arts. 20, § 1° e 21 do 
CP: 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro 
plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação 
legítima. Não há isenção de pena quando o erro 
deriva de culpa e o fato é punível como crime 
culposo 
(...) 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é 
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se 
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço. 
 
Para a teoria normativa pura, as descriminantes putativas 
serão sempre erro de proibição. Ou seja, sempre que um agente 
supor que existe uma situação fática que legitima sua ação, e esta não 
existir, estará errando com relação à licitude do fato, logo, comete erro de 
proibição, o que pode afastar a culpabilidade. 
Já a teoria limitada (adotada pelo CP), divide as descriminantes em 
dois blocos: 
 De fato – O agente supõe que existe um fato que legitima sua 
ação. Por exemplo: Agente pega um relógio que está sobre a 
mesa, acreditando que é seu. Na verdade, o relógio era de 
outra pessoa. Nesse caso, o agente cometeu um erro de fato, 
não de Direito, pois sabe que furtar é errado, apenas acreditou 
se tratar de bem a ele pertencente. Nesse caso, há erro de 
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tipo, logo, não se chega nem a ter fato típico, desde que se 
trate de erro escusável. Se o erro for inescusável, o agente 
responde pelo crime na modalidade culposa, se houver. No 
exemplo, não responderia, pois não há o crime de furto 
culposo; 
 De Direito – São tratadas como ERRO DE PROIBIÇÃO. Aqui, 
o agente representa fielmente a realidade (não se engana 
quanto aos fatos), mas acredita que mesmo assim sua 
ação é legítima. No exemplo acima, imaginem que o agente 
pega o relógio sabendo que não é seu, mas acredita que furtar 
não é crime. Assim, nesse caso, o erro não é de fato, mas de 
direito. Se o erro for escusável (O agente não tinha condições 
de saber que era ilícito), está excluída a culpabilidade. Se for 
erro inescusável (o agente tinha como saber que era ilícito), 
responderá pelo crime, com pena diminuída de um sexto a um 
terço. 
 
Vejam que há implicações práticas, principalmente se o erro for 
inescusável, pois no erro de tipo inescusável o agente responde por crime 
culposo, se houver (se não houver, o fato é atípico). Já no erro de 
proibição inescusável o agente responde pelo crime doloso, só que com 
pena diminuída (no caso acima, responderia por furto, com pena 
diminuída). 
Assim, o fato de ter-se adotado a teoria limitada tem reflexos 
práticos na configuração da conduta criminosa, não apenas doutrinários. 
II – PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO 
 
Quando alguém comete um fato definido como crime, surge para o 
Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius 
puniendi. 
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Em regra, todo fato típico, ilícito e praticado por agente culpável, é 
punível. No entanto, o exercício do ius puniendi encontra limitações de 
diversas ordens, sendo a principal delas a limitação temporal (prescrição). 
Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira 
prevista na lei (através do manejo da Ação Penal no processo penal), bem 
como deve fazê-lo no prazo legal. 
Para o nosso estudo interessam mais as hipóteses de extinção da 
punibilidade. Vamos analisá-las então! 
O art. 107 do CP prevê que: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - pela morte do agente; 
II - pela anistia, graça ou indulto; 
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato 
como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos 
crimes de ação privada; 
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; 
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
O primeiro caso é bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a 
punibilidade do crime, pois, como vimos, no Direito Penal vigora o 
princípio da intranscendência da pena, ou seja, a pena não pode passar 
da pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa o direito de 
punir do Estado. 
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A anistia, a graça e o indulto são modalidades muito parecidas de 
extinção da punibilidade. Entretanto, não se confundem. 
A anistia exclui o próprio crime, ou seja, o Estado determina que 
as condutas praticadas pelos agentes não sejam consideradas crimes. A 
anistia pode ser concedida pelo Poder Legislativo, e pode ser conferida a 
qualquer momento (inclusive após a sentença penal condenatória 
transitada em julgado). 
Já a Graça e o indulto são bem mais semelhantes, pois não 
excluem o crime em si, mas apenas extinguem a punibilidade em 
relação àqueles casos específicos, e só podem ser concedidos pelo 
Presidente da República. 
A Graça é conferida de maneira individual, e o indulto é conferido 
coletivamente (a um grupo que se encontre na mesma situação). 
A anistia só pode ser causa de extinção total da punibilidade (pois, 
como disse, exclui o próprio crime). Já a Graçae o indulto podem ser 
parciais. 
Pode ser extinta a punibilidade, também, pelo fenômeno da abolitio 
criminis, nos termos do art. 107, III do CP. Como vimos, a abolitio 
criminis ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o fato 
como crime. 
Pode ocorrer, ainda, de o ofendido, nos crimes de ação penal 
privada, renunciar ao direito de oferecer queixa, ou conceder o 
perdão ao acusado. Nesses casos, também estará extinta a 
punibilidade. 
A renúncia ao direito de queixa ocorre quando, dentro do prazo de 
seis meses de que dispõe o ofendido para oferecê-la, este renuncia a este 
direito, de maneira expressa ou tácita. A renúncia tácita ocorre quando o 
ofendido pratica algum ato incompatível com a intenção de processar o 
agente (quando, por exemplo, se casa com ele). 
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O perdão, por sua vez, é muito semelhante à renúncia, com a 
ressalva que o perdão só pode ser concedido quando já ajuizada a ação 
penal privada, e que o simples oferecimento do perdão, por si só, não 
gera a extinção da punibilidade, devendo o agente aceitar o perdão. 
Ocorrendo a renúncia ao direito de queixa, ou o perdão do 
ofendido, e sendo este último aceito pelo querelado (autor do 
fato), estará extinta a punibilidade. 
Em determinados crimes o Estado confere o perdão ao infrator, por 
entender que a aplicação da pena não é necessária. É o chamado “perdão 
judicial”. É o que ocorre, por exemplo, no caso de homicídio culposo no 
qual o infrator tenha perdido alguém querido (Lembram-se do caso 
Herbert Viana?). Essa hipótese está prevista no art. 121, § 5° do CP: 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de 
aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o 
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
Então, nesse caso, ocorrendo o perdão judicial, também estará 
extinta a punibilidade. Além disso, o art. 120 do CP diz que se houver o 
perdão judicial, esta sentença que concede o perdão judicial não é 
considerada para fins de reincidência. 
Nos termos do inciso VI do art. 107, a retratação do agente 
também é hipótese de extinção da punibilidade, nos casos em que a 
lei a admite. Acontece isto, por exemplo, nos crimes de calúnia ou 
difamação, nos quais a lei admite a retratação como causa de extinção da 
punibilidade, se realizada antes da sentença. Nos termos do art. 143 do 
CP: 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata 
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de 
pena. 
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Por fim, temos a clássica e mais comum hipótese de extinção da 
punibilidade: a prescrição. A prescrição é a perda do poder de exercer um 
direito em razão da inércia do seu titular. Ou seja, é o famoso “camarão 
que dorme a onda leva”. 
A prescrição pode ser dividida basicamente em duas espécies: 
Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão 
executória. 
A primeira pode ocorrer quando ainda não há sentença penal 
condenatória transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer 
somente depois de já haver sentença penal condenatória 
transitada em julgado. Vamos estudá-las em tópicos separados. 
 
A) Prescrição da pretensão punitiva 
 
Aqui o Estado ainda não aplicou (em caráter definitivo) uma sanção 
penal ao agente que praticou a conduta criminosa. 
Mas qual é o prazo de prescrição? O prazo prescricional varia de 
crime para crime, e é definido tendo por base a pena máxima 
estabelecida, em abstrato, para a conduta criminosa. Nos termos do art. 
109 do CP: 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença 
final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-
se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao 
crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 
2010). 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito 
anos e não excede a doze; 
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III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro 
anos e não excede a oito; 
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e 
não excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, 
sendo superior, não excede a dois; 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) 
ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
Prescrição das penas restritivas de direito 
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os 
mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Assim, no crime de homicídio simples, por exemplo, para o qual a lei 
estabelece pena máxima de 20 anos (art. 121 do CP), o prazo 
prescricional é de 20 anos, pois a pena máxima é superior a 12 anos. O 
crime de furto simples, por exemplo, (art. 155 do CP) prescreve em oito 
anos, pois a pena máxima prevista é quatro anos. 
 
 
Portanto, não confundam: O prazo de prescrição do crime não é 
igual à pena máxima a ele estabelecida, mas é calculado através de 
uma tabela que leva em consideração a pena máxima! 
 
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Mas Renan, quando começa a correr o prazo prescricional? Simples, 
meus caros. A resposta para esta pergunta está no art. 111 do CP: 
 
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença 
final, começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade 
criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a 
permanência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de 
assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou 
conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Apenas um comentário em relação a este artigo: A regra, aqui, é que 
o prazo prescricional comece a fluir no dia em que o crime se consuma. 
Cuidado! Lembrem-se que o crime se considera praticado (tempo do 
crime) quando ocorre a conduta, e não a consumação. Assim: 
Tempo do crime – Momento da conduta 
Início do prazo prescricional – Momento da consumação 
Prestem atenção para não errarem isso, pois esta é uma pegadinha 
que pode derrubar vocês no concurso. 
Como nos crimes tentados não há propriamente consumação (pois 
não há resultado naturalístico esperado), o prazo prescricional começa a 
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fluir da data em que cessa a atividade criminosa, mesmo critério 
utilizado para os crimes permanentes. 
Vejam que no que se refere aos crimes permanentes, o início do 
prazo prescricional coincide com o tempo do crime. Lembram-se do 
verbete n° 711 da súmula de jurisprudência do STF? Então, esse verbete 
diz que se considera praticado o crime quando da cessação da atividade 
criminosa. Assim, nesses crimes, o tempo do crime e o início do 
prazo prescricional ocorrem simultaneamente! 
Na hipótese de pena de multa, como calcular o prazo prescricional? 
Se a multa for prevista ou aplicada isoladamente, o prazo será de dois 
anos. Porém, se a multa for aplicada ou prevista cumuladamente com a 
pena de prisão (privativa de liberdade), o prazo de prescrição será o 
mesmo estabelecido para a pena privativa de liberdade. Isto é que se 
extrai do art. 114 do CP: 
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação 
dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou 
aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena 
privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou 
cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. 
(Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
 
B) Prescrição da pretensão executória 
 
Como disse a vocês, a prescrição pode ocorrer antes do trânsito em 
julgado (pretensão da pretensão punitiva) ou depois do trânsito em 
julgado (quando teremos a prescrição da pretensão executória). Esta 
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última ocorre quando o Estado condena o indivíduo, de maneira 
irrecorrível, mas não consegue fazer cumprir a decisão. 
Nos termos do art. 110 do CP: 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a 
sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se 
nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de 
um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Assim, na hipótese do crime de homicídio, conforme o exemplo dado 
acima, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, o prazo 
prescricional é regulado pela pena máxima cominada ao crime em 
abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Após o trânsito 
em julgado, o parâmetro utilizado pela lei para o cálculo do prazo 
prescricional deixa de ser a pena máxima prevista e passa a ser a pena 
efetivamente aplicada. 
Assim, se no crime de homicídio simples, que tem pena prevista de 
06 a 20 anos, se o agente for condenado a apenas 06 (seis) anos de 
reclusão, o prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos 
termos do art. 109, III do CP. 
O art. 112 do CP estabelece o marco inicial (termo a quo) do prazo 
prescricional da pretensão executória: 
 
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição 
começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
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I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, 
para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da 
pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o 
tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
C) Disposições gerais sobre a prescrição 
 
O CP prevê, ainda, hipóteses nas quais a prescrição não corre, tanto 
no que se refere à prescrição da pretensão punitiva quanto à prescrição 
da pretensão executória, embora as circunstâncias sejam diferentes para 
cada uma delas. Nos termos do art. 116 e seu § único, do CP: 
 
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição 
começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, 
para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da 
pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o 
tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença 
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o 
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condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Assim, nestes casos, o prazo prescricional não se inicia. Pode 
ocorrer, ainda, de o prazo prescricional se iniciar, mas ser interrompido, 
em razão da ocorrência de alguns fatos. É o que prevê o art. 117 do CP: 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios 
recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007). 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
(Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 
1º.4.1996) 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a 
interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos 
os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do 
mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a 
qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V 
deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do 
dia da interrupção. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
A interrupção é uma causa de paralisação do prazo 
prescricional, assim como a suspensão. Entretanto, na interrupção o 
prazo prescricional, cessado o motivo que levou à interrupção, volta a 
correr desde o início, e não de onde havia parado. 
Exemplo: Imagine que Poliana esteja sendo acusada pelo crime de 
homicídio simples (prescrição em 20 anos). O prazo prescricional vem 
fluindo normalmente até que o Juiz “pronuncia” Poliana (decisão na qual o 
Juiz diz que o caso deve ser levado à Júri popular). Nesse caso, se o 
prazo prescricional estava já com 04 anos, por exemplo, ele será 
interrompido e voltará a ser contado do zero (mais 20 anos), e não 
apenas os 16 (dezesseis) anos que faltavam. 
 
 
Meus caros, por hoje é só! Estudem bastante! 
Até a próxima! 
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III – Questões para praticarAcesse www.baixarveloz.net
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Agora chegou a hora de revisarmos e fixarmos a matéria estudada 
através da resolução de questões que foram cobradas em concursos 
recentes. Começaremos com uma espécie de simulado com as questões 
sem comentários! Ao final do curso, prestem bem atenção nos 
comentários das questões! 
Vamos ao trabalho, galera! 
Abraço! 
 
 
01 - (CESPE – 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA) 
Exclui-se a culpabilidade do agente 
A) que falece após a ocorrência do fato. 
B) inteiramente incapaz ao tempo do fato. 
C) que age em estrito cumprimento do dever legal. 
D) portador de perturbação mental após o fato. 
E) maior de 70 anos de idade na data da sentença. 
 
02 - (CESPE – 2010 – DETRAN/ES – ADVOGADO) 
Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a teoria 
limitada são derivações da teoria normativa pura e divergem apenas a 
respeito do tratamento das descriminantes putativas. 
 
 
03 - (CESPE – 2011 – PC/ES – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
A falta de consciência da ilicitude, se inevitável, exclui a culpabilidade. 
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04 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
As causas legais de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de 
conduta diversa incluem a estrita obediência a ordem não 
manifestamente ilegal de superior hierárquico. Caso o agente cumpra 
ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram determinados, a 
conduta é culpável. 
 
 
05 - (CESPE – 2009 – DPE/AL – DEFENSOR PÚBLICO) 
Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro, toda 
espécie de descriminante putativa, seja sobre os limites autorizadores da 
norma, seja incidente sobre situação fática pressuposto de uma causa de 
justificação, é sempre considerada erro de proibição. 
 
 
06 - (CESPE – 2004 – AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL) 
A coação física e a coação moral irresistíveis afastam a própria ação, não 
respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responderá pelo crime o 
coator. 
 
07 - (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
ADMINISTRATIVA) 
Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito, 
cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime, 
ele era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. Nessa 
situação, embora tenha praticado fato penalmente típico e ilícito, Abel 
ficará isento de pena. 
 
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08 - (CESPE – 2008 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Na obediência hierárquica, para que se configure a causa de exclusão de 
culpabilidade, é necessário que exista dependência funcional do executor 
da ordem dentro do serviço público, de forma que não há que se falar, 
para fins de exclusão da culpabilidade, em relação hierárquica entre 
particulares. 
 
 
09 - (CESPE – 2011 – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
O perdão judicial, uma das possíveis causas extintivas da punibilidade, 
consiste na manifestação de vontade, expressa ou tácita, do ofendido ou 
de seu representante legal, acerca de sua desistência da ação penal 
privada já iniciada. 
 
10 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Além de conduzir à extinção da punibilidade, a abolitio criminis faz cessar 
todos os efeitos penais e cíveis da sentença condenatória. 
 
11 - (CESPE – 200P – SEJUS /ES – AGENTE PENITENCIÁRIO) 
A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a 
punibilidade, tendo, de regra, ao contrário da graça, o caráter da 
generalidade, ao abranger fatos e não pessoas. 
 
 
12 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
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Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente cominada ou 
cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os mesmos prazos previstos 
para as respectivas penas privativas de liberdade. 
 
13 - (FGV-2010-DELEGADO-DELEGADO DE POLÍCIA-AMAPÁ) 
Relativamente à extinção da punibilidade, analise as afirmativas a seguir: 
I. Extingue-se a punibilidade, dentre outros motivos, pela morte do 
agente; pela anistia, graça ou indulto; pela prescrição, decadência ou 
perempção; e pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra 
os costumes, definidos nos capítulos I, II e III, do Título IV do Código 
Penal. 
II. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, 
quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. 
III. A renúncia do direito de queixa, ou o oferecimento de perdão pelo 
querelante, nos crimes de ação privada, acarreta a extinção da 
punibilidade. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
 
14 - (FGV-2005-TJ/PA- JUIZ SUBSTITUTO)A00 
A mulher que ingere substância abortiva, com o intuito de provocar um 
aborto, supondo, erroneamente, estar grávida, realiza o que a doutrina 
penal denomina de: 
(A) delito putativo por obra do agente provocador. 
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(B) delito putativo por erro de proibição. 
(C) erro de tipo. 
(D) delito putativo por erro de tipo. 
(E) erro de proibição. 
 
15 - (FGV-2005-TJ/PA- JUIZ SUBSTITUTO)A00 
Segundo o Código Penal, o curso da prescrição se interrompe: 
(A) enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. 
(B) durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. 
(C) pela continuação do cumprimento da pena. 
(D) pela decisão confirmatória da sentença condenatória recorrível. 
(E) enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa 
o reconhecimento da existência 
do crime. 
 
16 - (FGV-2008-TCM-AUDITOR) 
Assinale a afirmativa correta. 
(A) São causas de extinção da punibilidade a anistia, graça, indulto e 
perdão da vítima nos crimes de ação pública incondicionada. 
(B) A retroatividade da lei que não considera mais o fato como criminoso 
extingue a punibilidade do agente, salvo quando se tratar de crime 
hediondo. 
(C) A reparação do dano extingue a punibilidade do peculato 
culposo, se ocorre antes da sentença condenatória irrecorrível. 
(D) Nos crimes contra a fé pública, extingue-se a punibilidade do agente 
quando este espontaneamente confessa o crime no interrogatório judicial. 
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(E) A morte do agente só extingue a punibilidade se houver expressa 
concordância do Ministério Público ou do querelante. 
 
 
 
01 - (CESPE – 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA) 
Exclui-se a culpabilidade do agente 
A) que falece após a ocorrência do fato. 
B) inteiramente incapaz ao tempo do fato. 
C) que age em estrito cumprimento do dever legal. 
D) portador de perturbação mental após o fato. 
E) maior de 70 anos de idade na data da sentença. 
COMENTÁRIOS: O falecimento após a ocorrência do fato gera, apenas, a 
extinção da punibilidade, mas o crime considera-se praticado, nos termos 
do art. 107, I do CP. A superveniência de doença mental também não é 
causa de exclusão da culpabilidade, que é aferida no momento da 
conduta. A circunstância de ser o agente maior de 70 anos na data da 
sentença é mera causa de diminuição de pena. Aquele que age em estrito 
cumprimento do dever legal não chega, sequer, a praticar fato ilícito, pois 
essa circunstância é uma causa de exclusão da ilicitude. Por fim, se o 
agente era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato à 
época da conduta, ou será considerado inimputável (se se enquadrar nas 
hipóteses de inimputabilidade), ou não terá culpabilidade em razão da 
ausência de potencial consciência da ilicitude. Assim, a alternativa 
correta é a letra B. 
IV – Questões Comentadas 
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02 - (CESPE – 2010 – DETRAN/ES – ADVOGADO) 
Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a 
teoria limitada são derivações da teoria normativa pura e 
divergem apenas a respeito do tratamento das descriminantes 
putativas. 
 
CORRETA: Como disse a vocês antes, a teoria limitada, que é a 
adotada pelo CP, difere da teoria normativa pura com relação ao 
tratamento dado às descriminantes putativas. As descriminantes 
putativas são tratadas nos arts. 20, § 1° e 21 do CP:§ 1º - É isento de 
pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há 
isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como 
crime culposo. (...) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O 
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, 
poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Para a teoria normativa pura, as descriminantes putativas 
serão sempre erro de proibição. Ou seja, sempre que um agente 
supor que existe uma situação fática que legitima sua ação, e esta não 
existir, estará errando com relação à licitude do fato, logo, comete erro de 
proibição, o que pode afastar a culpabilidade. 
Já a teoria limitada (adotada pelo CP), divide as descriminantes em 
de fato e de direito. Na primeira hipótese, o agente age supondo haver 
uma situação fática que legitime sua função. No segundo caso, o agente 
visualiza corretamente a situação fática, mas acredita que a conduta, no 
entanto, não é proibida. 
Assim, a afirmativa está correta. 
 
03 - (CESPE – 2011 – PC/ES – ESCRIVÃO DE POLÍCIA) 
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A falta de consciência da ilicitude, se inevitável, exclui a 
culpabilidade. 
CORRETA: A potencial consciência da ilicitude é um dos elementos da 
culpabilidade. Assim, se o agente pratica a conduta mas não possuía, ao 
tempo da ação ou omissão, capacidade de entender que a conduta 
praticada era ilícita, não é considerado culpável, pois ausente um dos 
elementos da culpabilidade. Desta maneira, a afirmativa está correta. 
 
04 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
As causas legais de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade 
de conduta diversa incluem a estrita obediência a ordem não 
manifestamente ilegal de superior hierárquico. Caso o agente 
cumpra ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram 
determinados, a conduta é culpável. 
CORRETA: De fato, o art. 22 do CP diz: Art. 22 - Se o fato é cometido 
sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não 
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da 
coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
Assim, se a ordem emanada não é manifestamente ilegal, e o agente a 
cumpre, não comete crime, pois não é culpável. No entanto, se a ordem 
for manifestamente ilegal, ou se o agente extrapolar os limites da ordem 
recebida, responderá pelo crime. A questão deveria, apenas, ter colocado 
o termo “manifestamente” no enunciado, pois a sua ausência pode gerar 
no concursando a dúvida acerca de ser ou não uma pegadinha. 
Entretanto, a banca considerou a questão como correta. 
05 - (CESPE – 2009 – DPE/AL – DEFENSOR PÚBLICO) 
Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro, 
toda espécie de descriminante putativa, seja sobre os limites 
autorizadores da norma, seja incidente sobre situação fática 
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pressuposto de uma causa de justificação, é sempre considerada 
erro de proibição. 
 
ERRADA: A teoria limitada da culpabilidade, embora adota pelo nosso 
CP, ao contrário da teoria normativa pura, diferencia as hipóteses de 
descriminantes putativas, dividindo-as em de fato e de direito. Assim, a 
afirmativa está errada. 
 
06 - (CESPE – 2004 – AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL) 
A coação física e a coação moral irresistíveis afastam a própria 
ação, não respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, 
responderá pelo crime o coator. 
ERRADA: Apenas a coação física irresistível (vis absoluta) exclui a 
própria conduta, pois, nesse caso, o agente é mero objeto na mão de um 
terceiro, que é quem, de fato, comete o crime. Na coação moral 
irresistível, há conduta, embora seja uma conduta viciada (pois o agente 
não é inteiramente livre para realizar a escolha de praticar ou não o 
crime, pois se encontra sob coação). Assim, a afirmativa está errada. 
07 - (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
ADMINISTRATIVA) 
Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso 
fortuito, cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao 
tempo do crime, ele era inteiramente incapaz de entender o 
caráter ilícito do fato. Nessa situação, embora tenha praticado 
fato penalmente típico e ilícito, Abel ficará isento de pena. 
 
CORRETA: A embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força 
maior, exclui a imputabilidade do agente, se ele era, ao tempo do fato, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, nos 
termos do art. 28, § 1° do CP. 
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08 - (CESPE – 2008 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Na obediência hierárquica, para que se configure a causa de 
exclusão de culpabilidade, é necessário que exista dependência 
funcional do executor da ordem dentro do serviço público,de 
forma que não há que se falar, para fins de exclusão da 
culpabilidade, em relação hierárquica entre particulares. 
 
CORRETA: A Doutrina é pacífica em afirmar que para que seja 
caracterizada a excludente de culpabilidade em questão, é necessário que 
haja uma relação de hierarquia funcional entre o autor do fato e o 
mandante. Assim, a afirmativa está correta. 
 
09 - (CESPE – 2011 – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
O perdão judicial, uma das possíveis causas extintivas da 
punibilidade, consiste na manifestação de vontade, expressa ou 
tácita, do ofendido ou de seu representante legal, acerca de sua 
desistência da ação penal privada já iniciada. 
 
ERRADA: O enunciado da questão descreve a figura do perdão do 
ofendido, não do perdão judicial. Em determinados crimes o Estado 
confere o perdão ao infrator, por entender que a aplicação da pena não é 
necessária. É o chamado “perdão judicial”. É o que ocorre, por exemplo, 
no caso de homicídio culposo no qual o infrator tenha perdido alguém 
querido (Lembram-se do caso Herbert Viana?). Essa hipótese está 
prevista no art. 121, § 5° do CP: § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, 
o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração 
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se 
torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977). Este sim 
é o chamado perdão judicial. 
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Portanto, a afirmativa está errada. 
 
10 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Além de conduzir à extinção da punibilidade, a abolitio criminis faz 
cessar todos os efeitos penais e cíveis da sentença condenatória. 
ERRADA: A abolitio criminis, de fato, conduz à extinção da punibilidade 
(art. 107, III do CP). Entretanto, apenas faz desaparecer os efeitos penais 
de eventual condenação, não possuindo reflexos na seara cível, nos 
termos do art. 2° do CP. 
Assim, a alternativa está errada. 
 
11 - (CESPE – 200P – SEJUS /ES – AGENTE PENITENCIÁRIO) 
A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue 
totalmente a punibilidade, tendo, de regra, ao contrário da graça, 
o caráter da generalidade, ao abranger fatos e não pessoas. 
 
CORRETA: A anistia é uma forma de extinção da punibilidade mais 
abrangente que a graça e o indulto, pois a anistia é um instituto mediante 
o qual o Estado passa a considerar que as condutas praticadas pelos 
agentes não são mais crimes. Não se trata de abolitio criminis, pois as 
condutas já foram realizadas. Já a graça e o indulto são de caráter 
pessoal, ou seja, o Estado concede àquela(s) pessoas a extinção da 
punibilidade, por razões de política criminal, embora permaneça a 
consideração de que o fato praticado foi um crime. 
Assim, a afirmativa está correta. 
 
12 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente 
cominada ou cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os 
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mesmos prazos previstos para as respectivas penas privativas de 
liberdade. 
CORRETA: Esta é a previsão legal, contida no art. 114, II do CP: Art. 114 
- A prescrição da pena de multa ocorrerá: (...) II - no mesmo prazo 
estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a 
multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente 
aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
Portanto, a alternativa está correta. 
 
13 - (FGV-2010-DELEGADO-DELEGADO DE POLÍCIA-AMAPÁ) 
Relativamente à extinção da punibilidade, analise as afirmativas a 
seguir: 
I. Extingue-se a punibilidade, dentre outros motivos, pela morte 
do agente; pela anistia, graça ou indulto; pela prescrição, 
decadência ou perempção; e pelo casamento do agente com a 
vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos capítulos I, 
II e III, do Título IV do Código Penal. 
ERRADA: O casamento da vítima com o infrator não mais é causa de 
extinção da punibilidade, em razão da reforma realizada pela Lei 
11.106/05. 
II. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles 
impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da 
conexão. 
ERRADA: A redação da parte final do art. 108 do CP é expressamente 
contrária a isto: 
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é 
pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante 
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de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção 
da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a 
agravação da pena resultante da conexão. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III. A renúncia do direito de queixa, ou o oferecimento de perdão 
pelo querelante, nos crimes de ação privada, acarreta a extinção 
da punibilidade. 
ERRADA: Cuidado! A questão parece estar correta, mas guarda um 
grave erro. O “oferecimento do perdão pelo querelante” não é causa de 
extinção da punibilidade, pois é necessário que ele seja aceito pelo 
infrator, nos termos do art. 107, V do CP: 
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos 
crimes de ação privada; 
 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente a afirmativa III estiver correta. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
 
14 - (FGV-2005-TJ/PA- JUIZ SUBSTITUTO)A00 
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A mulher que ingere substância abortiva, com o intuito de 
provocar um aborto, supondo, erroneamente, estar grávida, 
realiza o que a doutrina penal denomina de: 
(A) delito putativo por obra do agente provocador. 
(B) delito putativo por erro de proibição. 
(C) erro de tipo. 
(D) delito putativo por erro de tipo. 
(E) erro de proibição. 
COMENTÁRIOS: O erro de tipo ocorre quando o agente pratica um 
delito, mas o pratica sem saber que o faz, pois incide em erro sobre 
elemento constitutivo do tipo penal. Já no erro de proibição, o agente 
comete o crime não por representar erroneamente a realidade, mas por 
acreditar que sua conduta não é ilícita. No delito putativo por erro de tipo, 
o agente comete um erro de tipo “ao contrário”, pois acredita que está 
praticando um delito, mas em razão de representar erradamente um 
elemento constitutivo do tipo penal, não comete crime algum (ex.: Furto 
de coisa própria, achando que é coisa alheia). Já no delito putativo por 
erro de proibição, o agente crê estar praticando um delito, mas na 
verdade, sua conduta é lícita penalmente. Por fim, o delito putativo por 
obra do agente provocador, é o crime no qual o agente crê estar 
cometendo crime,mas não comete crime algum, pois o agente que 
provoca essa conduta impedirá sua consumação (ex.: Policial que provoca 
a atuação do criminoso para prendê-lo com “a boca no botija”). Trata-se 
de crime impossível. 
Assim, no caso concreto, a mulher acreditou estar praticando um delito 
(crime putativo), mas não comete crime algum, pois supõe erradamente 
uma situação fática (erro de tipo). Logo, temos um delito putativo por 
erro de tipo. 
Portanto, a alternativa correta é a letra D. 
 
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15 - (FGV-2005-TJ/PA- JUIZ SUBSTITUTO)A00 
Segundo o Código Penal, o curso da prescrição se interrompe: 
(A) enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. 
(B) durante o tempo em que o condenado está preso por outro 
motivo. 
(C) pela continuação do cumprimento da pena. 
(D) pela decisão confirmatória da sentença condenatória 
recorrível. 
(E) enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que 
dependa o reconhecimento da existência 
do crime. 
COMENTÁRIOS: As causas interruptivas da prescrição estão previstas no 
art. 117 do CP. Vejamos: 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios 
recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007). 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
(Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
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VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 
1º.4.1996) 
Assim, a única das alternativas que contempla uma hipótese de causa 
interruptiva da prescrição é a letra C. 
 
16 - (FGV-2008-TCM-AUDITOR) 
Assinale a afirmativa correta. 
(A) São causas de extinção da punibilidade a anistia, graça, 
indulto e perdão da vítima nos crimes de ação pública 
incondicionada. 
(B) A retroatividade da lei que não considera mais o fato como 
criminoso extingue a punibilidade do agente, salvo quando se 
tratar de crime hediondo. 
(C) A reparação do dano extingue a punibilidade do peculato 
culposo, se ocorre antes da sentença condenatória irrecorrível. 
(D) Nos crimes contra a fé pública, extingue-se a punibilidade do 
agente quando este espontaneamente confessa o crime no 
interrogatório judicial. 
(E) A morte do agente só extingue a punibilidade se houver 
expressa concordância do Ministério Público ou do querelante. 
COMENTÁRIOS: A extinção da punibilidade pode se dar pela anistia, 
graça e indulto (art. 107, II do CP), bem como pelo perdão do ofendido, 
nos crimes de ação penal PRIVADA (art. 107, V do CP). A retroatividade 
da lei penal que não considera mais o fato como crime (abolitio criminis), 
extingue a punibilidade em qualquer caso, sem ressalvas (art. 107, III do 
CP). A reparação do dano, no peculato culposo, é causa de extinção da 
punibilidade se ocorre antes do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória (art. 312, §§ 2° e 3° do CP). Nos crimes contra a fé pública, 
a confissão do infrator no interrogatório judicial não é causa de extinção 
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da punibilidade. Por fim, a morte do agente é causa de extinção da 
punibilidade SEMPRE, independentemente de concordância do MP ou 
querelante, nos termos do art. 107, I do CP. 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
 
1) ALTERNATIVA B 
2) CORRETA 
3) CORRETA 
4) CORRETA 
5) ERRADA 
6) ERRADA 
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7) CORRETA 
8) CORRETA 
9) ERRADA 
10) ERRADA 
11) CORRETA 
12) CORRETA 
13) ALTERNATIVA E 
14) ALTERNATIVA D 
15) ALTERNATIVA C 
16) ALTERNATIVA C

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