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1 LITERATURA DE CORDEL NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: UM ESTUDO DO GÊNERO ÚLTIMO SOBRENOME, Nome Completo do autor[2: Graduada em Pedagogia Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Jandaia do Sul (FAFIJAN). Pós Graduada em Educação Especial Inclusiva pela Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER). Estudante de Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto RHEMA. Atua como Coordenadora Pedagógica. Contato: ferpereirafreitas@hotmail.com.] RESUMO O objetivo geral deste estudo, consiste-se numa releitura da Literatura do Cordel em sala de aula, apresentando para os alunos uma proposta na qual facilite o processo de ensino-aprendizagem deste conteúdo, para tanto buscou fundamentação teórica no levantamento das fontes de informação sobre o objeto, para definição do tema, a fim de explicar o cenário atual do ensino de Língua Portuguesa na escola. Desta forma, com certeza o processo de assimilação e acomodação do conhecimento ocorrerá de maneira mais eficaz, ocasionando o aprendozado. PALAVRA-CHAVE: Aprendizagem, Língua Portuguesa, Conhecimento. ABSTRACT The general objective of this study is to re-read the Cordel Literature in the classroom, presenting to the students a proposal in which to facilitate the teaching-learning process of this content, for which it sought theoretical rationale in surveying sources of information about the object, to define the theme, in order to explain the current scenario of Portuguese language teaching in school. In this way, the process of assimilation and accommodation of knowledge will certainly take place in a more effective way, causing the learned. KEYWORDS: Learning, Portuguese Language, Knowledge. INTRODUÇÃO O desenvolvimento de habilidades de leitura de alunos do Ensino Fundamental é um importante objetivo do ensino de Língua Portuguesa, previsto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – (BRASIL, 1998). Para tanto, Cunha (2018, p.1), fala que “o professor deve buscar a autonomia do educando e prepará-lo para melhorar sua vida e suas relações pessoais e profissionais, e para o uso adequado da linguagemcomunicativa”. Já o teórico abaixo fala que: O professor de Língua Portuguesa (LP) deve ter um aprofundamento teórico acerca da linguagem, e o principal, colocar em prática a teoria, pois não adianta nada ter conhecimentos sobre todas as teorias se não colocar em prática no ambiente escolar a leitura e a escrita de uma forma crítica e voltada para a construção de uma educação melhor. (DORNALES, 2018, P.3) Além disso, o professor precisa trabalhar a realidade do aluno, contribuindo na conversão dos conhecimentos empíricos dos alunos em conhecimentos científicos, facilitando o processo de acomodação do conhecimento, conforme teoria construtivista de Jean Piaget. Porquanto, “a dificuldade, o esforço e os erros na hora de compreender novos conhecimentos são realidades que todos os alunos conhecem”(SALA & GOÑI In: CETEB, 2008f, Apud CUNHA, 2018, p.7) Entretanto, muitos dos professores ficam restritos ao livro didático, presos ao método tradicional, desprezando todo o conhecimento prévio já adquirido pelo aluno, ao longo de sua vida seja ele do Ensino Fundamental I ou II, ou ainda Ensino Médio, Modalidade Regular ou EJA, esquecendo-se que todo indivíduo possui a Zona de Desenvolvimento Proximal, conforme Vygotsky fala no esquema abaixo:[3: Educação de Jovens e Adultos] Figura 1 - Zona de Desenvolvimento Proximal (2018). Ou seja, o ZDP é o resultado da fusão do Desenvolvimento Real e o Potencial, de acordo com esta teoria o professor intermedia o conhecimento, contribuindo para que o verdadeiro aprendizado aconteça.[4: Zona de Desenvolvimento Proximal][5: Este nível de desenvolvimento é determinado pela capacidade que uma pessoa tem de solucionar sozinha as atividades que lhe são apresentadas.][6: Este nível de desenvolvimento é determinado pela capacidade que uma pessoa tem para resolver as atividades propostas por uma pessoa mais experiente.] Diante de tais constatações, como trabalhar a Literatura de Cordel nas Aulas de Língua Portuguesa? Por isso, o professor pode começar a sua aula, exibindo para os alunos um vídeo (OLIVER, 2018), de duelo de passinho mostrando os desafios, nos quais o vencedor é aquele que apresenta melhor desempenho na dança e rima, e assim perguntar aos alunos o que eles sabem sobre “Literatura do Cordel”, contando um pouco da história deste gênero. Assim, o objetivo geral desta pesquisa consiste-se em propor uma sequência didática paraleitura do gênero discursivo cordel em sala de aula. Já os objetivos específicos a serem alcançados são: verbalizar a respeito de seus conhecimentos sobre literatura de cordel; distinguir o gênero cordel de outros gêneros textuais, reconhecendo suas especificidades estruturais, temáticas e estilísticas; expressar-se oralmente através de leituras coletivas de folhetos de cordel; interpretar as poesias de cordel trabalhadas; De acordo com Evaldt (2014, p.7), “realidade do Aluno, não é somente o meio onde ele vive, mas também seus interesses que são influenciados pelas informações que ele recebe”. Para tanto, se buscou fundamentação teórica no levantamento das fontes de informação sobre o objeto, para definição do tema, a fim de explicar o cenário atual do ensino de Língua Portuguesa na escola. Observa-se que o tópico proposto é carente de estudos, principalmente no campo educacional, sendo necessário recorrer a outras áreas para delineamento do assunto, fato que comprova a importância e a necessidade de aprofundamento sobre o tema proposto, na área da educação. Para Koche (2006), revisão bibliográfica pode ser definida como aquela desenvolvida na tentativa de explicar um problema utilizando-se de conhecimentos disponíveis a partir de teorias publicadas em livros e obras congêneres. DEFINIÇÃO DE LITERATURA DO CORDEL Literatura do cordel, também conhecida como folheto, de acordo com a Wikipédia livre, “é um gênero literário popular escrito frequentemente na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos”. COMO CHEGOU AO BRASIL? Surgiu na Idade Média, a partir da necessidade de fazer a impressão dos relatos orais, veio à xilogravura, e depois os punham pendurados num varal ou cordel de barbante em Portugal, conforme imagem abaixo:[7: Arte e técnica de fazer gravuras em relevo sobre madeira] Figura 2 - Os folhetos à venda, pendurados em cordéis (2018). De acordo com Melo (2018, p.2): A literatura de cordel teve início no século XVI, quando o Renascimento passou a popularizar a impressão dos relatos que pela tradição eram feitos oralmente pelos trovadores. A tradição desse tipo de publicação vem da Europa. No século XVIII esse tipo de literatura já era comum, e os portugueses a chamavam de literatura de cego, pois em 1789, Dom João V criou uma lei em que era permitido à Irmandade dos homens cegos de Lisboa negociar esse tipo de publicação. No início, a literatura de cordel também tinha peças de teatro, como as que Gil Vicente escrevia. Esta literatura foi introduzida no Brasil pelos portugueses desde o início da colonização. CARACTERÍSTICAS As suas gravuras, chamadas xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular; Pelo fato de funcionar como divulgadora da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais (lembre-se a vitalidade deste gênero ainda no nordeste do Brasil), a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro; Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo; A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo. DISTINGUINDO O CORDEL DE OUTROS GÊNEROSTEXTUAIS A principal diferença da Poesia da Literatura do Cordel para as demais poesias consiste-se no caráter oral das mesmas, que muitas vezes eram compostas oralmente, já que muitos de seus autores, como Patativa do Assaré, semi-analfabetos, as mesmas eram transcritas por outras pessoas, fidedignamente à oralidade do poeta ou desafiador. Inclusive, Nobre (2018), cita uma fala dele: 'Basta vê no mês de maio, um poema em cada gaio e um verso em cada fulô’. TRABALHANDO O CORDEL EM SALA DE AULA HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS ALUNOS Reconhecer a Literatura de Cordel como narrativa em verso com padrões formais fixos e temáticas variadas. Reconhecer a importância do Cordel como tradição em textos informativos. Identificar as semelhanças e diferenças no Desafio Poético e o Desafio de Rape, que será organizado e apresentado para toda escola no recreio cultural. DURAÇÃO DAS ATIVIDADES 3 aulas de 50 minutos cada CONHECIMENTO PRÉVIO TRABALHADO Habilidade de leitura e escrita ESTRATÉGIAS E RECURSOS DA AULA Uso da Internet. Apresentação do Duelo poético no pátio durante o recreio cultural GRUPO 1- Como surgiu a literatura de Cordel GRUPO 2- Poesia no barbante GRUPO 3 - Improviso feliz GRUPO 4- Versão extraoficial SENSIBILIZAÇÃO PARA ESTUDAR O CONTEÚDO O professor pode começar a sua aula, exibindo para os alunos um vídeo (OLIVER, 2018) de duelo de passinho mostrando os desafios, nos quais o vencedor é aquele que apresenta melhor desempenho na dança e rima, perguntando aos alunos o que eles sabem sobre rimas e desafios poéticos. Pois de acordo com a Jean Piaget, na teoria construtivista, afirma que o processo de ensino aprendizagem, se dá a partir da assimilação passando pela equilibração, chegando até a acomodação do conhecimento alcançando o aprendizado.[8: identidade ou semelhança de fenômenos naturais entre si.] Depois desta etapa da aula, dividir a sala em grupos de 5 alunos, conduzi-los até o laboratório de informática, entregando-lhes o estudo dirigido abaixo, a fim de que tenham uma linha de pesquisa a ser seguida. ESTUDO DIRIGIDO – LITERATURA DO CORDEL O que é literatura do Cordel? __________________________________________________________________________________________________________________________________________. Em que época originou-se?______________________________________________ ______________________________________________________________________ Quais as principais características deste estilo literário?_______________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________ Quais são as especificidades estruturais da literatura do cordel?________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________. Em que Região do Brasil este estilo literário predominou?___________________. Quais as principais diferenças entre o duelo poético na Literatura do Cordel e o Duelo do Passinho, exibido no vídeo assistido em sala de aula?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Depois desta fase da aula, fazer a correção do estudo dirigido, trabalhando e revisando com os alunos o conhecimento teórico, como também apresentando para eles de maneira lúdica, um gênero bastante parecido, ainda que marginalizado, bem próximo da realidade deles. A partir daí, pode dar o texto a seguir, para que o aluno aproprie-se do conhecimento relacionado à Literatura do Cordel. Dois Quadros Na seca inclemente do nosso Nordeste, sol é mais quente e o céu mais azul E o povo se achando sem pão e sem veste, Viaja à procura das terra do Sul. De nuvem no espaço, não há um farrapo, Se acaba a esperança da gente roceira, Na mesma lagoa da festa do sapo, Agita-se o vento levando a poeira. A grama no campo não nasce, não cresce: Outrora este campo tão verde e tão rico, Agora é tão quente que até nos parece Um forno queimando madeira de angico. Na copa redonda de algum juazeiro A aguda cigarra seu canto desata E a linda araponga que chamam Ferreiro, Martela o seu ferro por dentro da mata. O dia desponta mostrando-se ingrato, Um manto de cinza por cima da serra E o sol do Nordeste nos mostra o retrato De um bolo de sangue nascendo da terra. [...] Patativa do Assaré (Disponível: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/p/patativa05.htm ). Questões A palavra “Farrapo”, no primeiro verso da segunda estrofe, está no sentido figurado, Conotativo. No poema, “Farrapo” não é “pedaço de pano” sentido Denotativo, mas um pedaço de nuvem. Essa imagem que o poeta cria (Farrapo de nuvem) intensifica o quadro “seca inclemente”? Justifique a sua resposta. Quantos versos tem cada estrofes?____ Por isso temos um___________. Selecione uma estrofe, analise as rimas da mesma, por isto são __________. A que fase da Literatura o autor pertenceu? Professor, a apresentação dos alunos deverá ser complementada com mais informações por você. Pesquise mais sobre o assunto. Veja alguns sites nos recursos complementares. ATIVIDADE 2 MANTENDO CONTATO COM OS TEXTOS Depois da apresentação dos grupos, o professor deverá levar os alunos para o Laboratório de Informática e sugerir os sites abaixo para que tenham contato com os textos do gênero CORDEL. Segundo os PCNS, é importante e produtivo colocar os alunos em contato com os modelos de gêneros. TEXTO 1 Ai! Se sêsse !… Autor: Zé da Luz Se um dia nós se gostasse; Se um dia nós se queresse ; Se nós dois se impariásse , Se juntinho nós dois vivesse! Se juntinho nós dois morasse Se juntinho nós dois drumisse ; Se juntinho nós dois morresse! Se pro céu nós assubisse? Mas porém, se acontecesse qui São Pêdo não abrisse as portas do céu e fosse, te dizê quarqué toulíce ? E se eu me arriminasse e tu cum insistisse, prá qui eu me arrezorvesse e a minha faca puxasse, e o buxo do céu furasse?… Tarvez qui nós dois ficasse tarvez qui nós dois caísse e o céu furado arriasse e as virge tôdas fugisse!!! Disponível em: http://www.infoescola.com/literatura/literatura-de-cordel/ Acesso em: 18 agosto 2013. ATIVIDADE 2 MANTENDO CONTATO COM OS TEXTOS Depois da apresentação dos grupos, o professor deverá levar os alunos para o Laboratório de Informática e sugerir os sites abaixo para que tenham contato com os textos do gênero CORDEL. Segundo os PCNS, é importante e produtivo colocar os alunos em contato com os modelos de gêneros. TEXTO 1 Ai! Se sêsse !… Autor: Zé da Luz Se um dia nós se gostasse; Se um dia nós se queresse ; Se nós dois se impariásse , Se juntinho nós dois vivesse! Se juntinho nós dois morasse Se juntinho nós dois drumisse ; Se juntinho nós dois morresse! Se pro céu nós assubisse? Mas porém, se acontecesse qui São Pêdo não abrisse as portas do céu e fosse, te dizê quarqué toulíce ? E se eu me arriminasse e tu cum insistisse, prá qui eu me arrezorvesse e a minha faca puxasse, e o buxo do céu furasse?… Tarvez qui nós dois ficasse tarvez qui nós dois caísse e o céu furado arriasse e as virge tôdas fugisse!!! Disponível em: http://www.infoescola.com/literatura/literatura-de-cordel/ Acesso em: 18 agosto2013. TEXTO 2 Pretinho no sertão eu peguei um cego malcriado danei-lhe o machado caiu, eu sangrei o couro tirei em regra de escala espichei numa sala puxei para um beco depois dele seco fiz dele uma mala Disponível em: http://www.arteducacao.pro.br/Cultura/cordel/cordel.htm Acesso em: 18 agosto 2013. TEXTO 3 Cego Negro, és monturo Molambo rasgado Cachimbo apagado Recanto de muro Negro sem futuro Perna de tição Boca de porão Beiço de gamela Venta de moela Moleque ladrão Disponível em: http://www.arteducacao.pro.br/Cultura/cordel/cordel.htm Acesso em: 18 agosto 2013. TEXTO 3 (Leandro Gomes de Barros) Semore adotei a doutrina Ditada pelo rifão, De ver-se a cara do homem Mas não ver-se o coração, Entre a palavra e a obra Há enorme distinção. Zé-pitada era um rapaz Que em tempos idos havia Amava muito uma moça O pai dela não queria… Disponível em: http://cordeldobrasil.com.br/v1/ Acesso em: 18 agosto 2013. TEXTO 4 História de Zezinho e Mariquinha O pobre do sapateiro, Com o seu viver pobrezinho, Além de ter muitos filhos Tinha um pequenininho, Que chamavam de José E tratavam por Zezinho. Esse era um bom menino Por obra da Providência, Apesar de ser tão novo Tinha rara inteligência, O seu pai se orgulhava Por ver sua sapiência Disponível em: http://cordeldobrasil.com.br/v1/ Acesso em: 18 agosto 2013. OBS: Professor, pesquise mais modelos de textos em sites diversos e apresente a seus alunos. MÓDULO 2 - RESOLVENDO ATIVIDADE DE BLOG ATIVIDADE 1 O professor deverá solicitar aos alunos que, no laboratório de Informática, entrem no BLOG http://lereumabeleza.blogspot.com.br/2011/05/atividade-com-cordel.html ACESSO EM: 18 AGOSTO 2013, para resolver a atividade proposta abaixo. Eles poderão resolver as atividades em duplas. A literatura de cordel é uma espécie de poesia popular, composta em geral de sextilhas, que é impressa e divulgada em livretos ilustrados com xilogravura. Ganhou este nome porque, para sua venda, os livretos são pendurados em cordões estendidos nos mercados populares, nas feiras ou nas ruas. A literatura de cordel chegou ao Brasil na segunda metade do século XIX, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando mais popular e, atualmente, podemos encontrá-la principalmente na região Nordeste. Os principais assuntos abordados nos livretos de cordel são: festas, política, seca, disputas, milagres, vida de cangaceiros, atos de heroísmo e mortes. Muitas vezes a declamação destes poemas é feita por seus autores acompanhados por violeiros. TEXTO 1 Apresente nos textos abaixo algumas das características do poema de cordel. TEXTO 2 1. Procure na internet a biografia do autor que usava o pseudônimo de Patativa do Assaré, mas que se chamava Antônio Gonçalves da Silva. 2. Responder: 2.1. Como você acha que surgiu o apelido adotado pelo autor? 2.2. Explicar o uso do verso "Hoje eu tô na terra estranha". Que terra estranha é essa? Em que estrofe está essa informação? 2.3. Copie os versos da primeira estrofe que mostram como se sente o personagem nessa terra estranha. 2.4. O narrador participa da história como personagem ou é apenas um observador? Quem é ele? 2.5.Em que estrofe ficamos sabendo quem é essa pessoa que conta a história? 2.6. De que maneira a linguagem usada no poema ajuda a caracterizar a personagem? 2.7. O que o uso de versos e rimas proporciona a esse texto narrativo? Professor, depois que os alunos terminarem a atividade, faça a correção e comente as questões. ESPECIFICIDADES ESTRUTURAIS DA LITERATURA DO CORDEL Este Gênero Literário, muitas vezes manifestado em forma de desafio ou duelo poético, pode apresentar-se de duas formas a Narrativa e a Poética. NARRATIVA Normalmente narravam fatos heroicos, os mais comuns eram os recursos narrativos mais utilizados nesses cordéis são as descrições dos personagens em cena e os monólogos com queixas, súplicas, rogos e preces por parte do protagonista. POÉTICA Rautenberg (2018, p.1.), fala que “no Brasil esta arte difundiu-se no Nordeste recebendo modificações e ganhando as mais variadas formas de estrutura para seus textos, havendo hoje mais de trinta modalidades diferentes desse gênero da poesia popular brasileira (RAUTENBERG, 2018, p.1)”. Dentro da modalidade poética ele pode ser: quadra, sextilha, septilha, oitava, quadrão, décima, martelo, redondilha e carretilha.Muitas vezes ele ela era feita no improviso. Veja: Quadra Estrofe de quatro versos, normalmente o duelista usava tal modalidade por ser mais fácil para declamá-la, na estrofe abaixo temos Zé da Luz, numa declamação, com rimas entrelaçadas. Veja: E nesta constante lida (a) Na luta de vida e morte (b) O sertão é a própria vida (a) Do sertanejo do Norte (b) Sextilha Estrofe ou estância de seis versos.Estilo muito usado nas cantorias, onde os cantadores fazem alusão a qualquer tema ou evento e usando o ritmo de baião. Quem inventou esse "S" Com que se escreve saudade Foi o mesmo que inventou O "F" da falsidade E o mesmo que fez o "I" Da minha infelicidade Septilha Estrofe com sete versos. Eu me chamo Zé Limeira Da Paraíba falada Cantando nas escrituras Saudando o pai da coaiada A lua branca alumia Jesus, Jose e Maria Três anjos na farinhada. Napoleão era um Bom capitão de navio Sofria de tosse braba No tempo que era sadio, Foi poeta e demagogo Numa coivara de fogo Morreu tremendo de frio. Na septilha usa-se o estilo de rimar os segundo, quarto e sétimo versos e o quinto com o sexto, podendo deixar livres o primeiro e o terceiro. Oitava Estrofe ou estância (grupo de versos que apresentam, comumente, sentido completo) de oito versos: oito-pés-em-quadrão. Oitavas-a-quadrão. Como o nome já sugere a oitava é composta de oito versos (duas quadras), com sete sílabas. Quadrão Oitava na poesia popular, na qual os três primeiros versos rimam entre si, ou seja, o quarto com o oitavo, o quinto, o sexto e o sétimo também rimam entre si. Gonçalves: Eu canto com Zé Limeira Rei dos vates do Teixeira Nesta noite prazenteira Da lua sob o clarão Sentindo no coração A alegria deste canto * Por isso é que eu canto tanto * NOS OITO PÉS A QUADRÃO Limeira: Eu sou Zé Limeira e tanto Cantando por todo canto Frei Damião já é santo Dizendo a santa missão Espinhaço e gangão Batata de fim de rama * Remédio de velho é cama * NOS OITO PÉS A QUADRÃO. Décima Estrofe com dez versos cada possuindo de 7 a dez sílabas poéticas, muitas vezes caracterizada pelas rimas paralelas. Mote: VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO COM OS POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU. Sobrinho: Vou lhe avisar agora Zé Limeira <A Dizem que quem avisa amigo é >B Vou lhe amarrar agora a mão e o pé >B E lhe atirar naquela capoeira <A Pra você não dizer tanta besteira <A Nesta noite em que Deus nos acolheu >C Você hoje se esquece que nasceu >C E se lembra que eu sou bom e perfeito >D Você hoje me paga o que tem feito >D Com os poetas mais fracos do que eu. >C Zé Limeira: Mais de trinta da sua qualistria Não me faz eu correr nem ter sobrosso Eu agarro a tacaca no pescoço E carrego pra minha freguesia Viva João, viva Zé, viva Maria Viva a lua que o rato não lambeu Viva o rato que a lua não roeu Zé Limeira só canta desse jeito Você hoje me paga o que tem feito Com os poetas mais fracos do que eu. Martelo Estrofe composta de decassílabos, muito usada nos versos heroicos ou mais satíricos, nos desafios ou duelos poéticos, sendo o mais empregado, o Martelo agalopado, por causa da velocidade na qual o duelo é feito. Sobrinho: Provo que eu sou navegador romântico Deixando o sertão para ir ao mirífico Mar que tanto adoro e que é o Pacífico Entrandodepois pelas águas do Atlântico E nesse passeio de rumo oceânico Eu quero nos mares viver e sonhar Bonitas sereias desejo pescar Trazê-las na mão pra Raimundo Rolim Pra mim e pra ele, pra ele e pra mim Cantando galope na beira do mar. Limeira: Eu sou Zé Limeira, caboclo do mato Capando carneiro no cerco do bode Não gosto de feme que vai no pagode O gato fareja no rastro do rato Carcaça de besta, suvaco de pato Jumento, raposa, cancão e preá Sertão, Pernambuco, Sergipe e Pará Pará, Pernambuco, Sergipe e Sertão Dom Pedro Segundo de sela e gibão Cantando galope na beira do mar. Redondilha Antigamente, quadra de versos de sete sílabas, na qual rimava o primeiro com o quarto e o segundo com o terceiro, hoje, verso de cinco ou de sete sílabas. Carretilha Décima de redondilhas menores rimadas na mesma disposição da décima clássica; miudinha, parcela, parcela-de-dez. MÉTRICA E RIMA Métrica Arte que ensina os elementos necessários à feitura de versos medidos, ou seja, contamos as sílabas poéticas, para medi-las devemos ajuntar as palavras em número prefixado de pés. Veja: Minha terra tem palmeiras Mi | nha | ter | ra |tem | pal | mei| Não contamos a sílaba final "ras" porque o verso acaba no último acento tônico. O verso a quem sobra uma sílaba final chama-se grave. Aquele a quem sobram duas sílabas finais chama-se esdrúxulo. Assim,dentro da poética do Cordel, temos: Sinalefa:Figura pela qual se reúnem duas sílabas em uma só, por elisão, crase ou sinérese. Sinérese:Contração de duas sílabas em uma só, mas sem alteração de letras nem de sons. Veja: As aves que aqui gorjeiam As| aves | que a| qui | gor| jei | Rimas As rimas podem ser: Consoantes - no som desde a vogal ou ditongo do acento tônico até a última letra ou fonema. Toantes - Aquelas em que só há identidade de sons nas vogais, a começar das vogais ou ditongos que levam o acento tônico, ou, algumas vezes, só nas vogais ou ditongos da sílaba tônica. REFERÊNCIAS AUGUSTO, França. Zona de Desenvolvimento Proximal. http://alunosdeletrasuerj.blogspot.com.br/2012/09/zona-de-desenvolvimento-proximal-zdp.html, acesso em 13/03/2018. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa.Brasília: MEC/SEF. 1998. CUNHA, Sérgio Fabiano Labruna. O Papel do Professor de Língua Portuguesa o Paradigma da Educação Inclusiva. http://www.esamcuberlandia.com.br/revistaidea3/pdf/2010-idea3-v2-1-artigo02.pdf, acesso em: 13/03/2018. DORNALES, Darlan Machado. A Leitura e Escrita no Ensino de Língua Portuguesa. http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/wp-content/uploads/2014/06/volume_2_artigo_090.pdf, acesso em: 13/03/2018. EVALDT, Liziane Acheffer. REALIDADE DO ALUNO: Em busca de um novo olhar.https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/37729/000821779.pdf?sequence=1, Três Cachoeiras – RS, 2010, acesso em: 13/03/2018. KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia cientifica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 23ª Ed. Petrópolis: Vozes, 2006. MELO, Priscila.Literatura de cordel. https://www.estudopratico.com.br/literatura-de-cordel/, acesso em 14/03/2018. NOBRE, Isabel. Patativa do Assaré:Um Gênio Semi-Analfabeto. http://lounge.obviousmag.org/pra_nao_dizer_que_nao_falei_das_flores/2012/03/patativa-do-assare-um-genio-semi-analfabeto.html, acesso em 14/03/2018. OLIVER, Waldecky. Duelo dos passinhos 3 Passinhos 2015/2016 (Dj Waldecky Olivier), https://www.youtube.com/watch?v=gO7loO5rxLk, acesso em 13/03/2018. RAUTENBERG, Jaziel Cleiton. Diário de Cordel. http://projetos.unioeste.br/cursos/toledo/filosofia/attachments/article/105/Di%C3%A1rio%20de%20Cordel.pdf, acesso em: 13/03/2018. 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