Buscar

Licitações: Conceito e Legislação

Prévia do material em texto

No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	2	de	102	
PROCESSOS	LICITATÓRIOS	
Conceito	
Para iniciar nosso estudo vamos primeiro conceituar a licita‹o. Para
Maria Sylvia Zanella Di Pietro1:
[...] pode-se definir a licita‹o como o procedimento administrativo
pelo qual um ente pœblico, no exerc’cio da fun‹o administrativa, abre
a todos os interessados, que se sujeitem ˆs condi›es fixadas no
instrumento convocat—rio, a possibilidade de formularem propostas
dentre as quais selecionar‡ e aceitar‡ a mais conveniente para a
celebra‹o de contrato. (grifos nossos)
Em seguida, a autora faz alguns coment‡rios importantes de alguns
pontos do conceito. Um procedimento administrativo Ž um conjunto de
atos integrados que s‹o realizados dentro de uma sequncia para alcanar um
resultado ou ato final. Dessa forma, a licita‹o Ž um procedimento utilizado
para oferecer a oportunidade aos diversos interessados em apresentar
propostas para, ao final, selecionar aquela considerada a mais vantajosa para
a Administra‹o.
Ainda complementando, Di Pietro destaca que Ž atravŽs da licita‹o que
a Administra‹o abre, a todos os interessados que se sujeitem ˆs
condi›es fixadas no instrumento convocat—rio, a possibilidade de
apresenta‹o de proposta. O instrumento convocat—rio, seja a carta-
convite ou o edital, apresenta as condi›es b‡sicas para participar da licita‹o
e estabelece as normas a serem observadas no contrato que se pretende
celebrar. Assim, o atendimento da convoca‹o implica na aceita‹o das
condi›es ali estabelecidas.
Por fim, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais
selecionar‡ e aceitar‡ a mais conveniente para a celebra‹o de
contrato Ž a parte final do conceito. Segundo a autora, diferentemente do
que ocorre na iniciativa privada, quando uma parte faz uma proposta e a outra
aceita, no setor pœblico a licita‹o equivale a uma oferta dirigida a toda a
coletividade que preencha os requisitos legais e regulamentares. Dentro
dessa coletividade, algumas pessoas apresentar‹o propostas, que equivalem
ˆ aceita‹o da oferta da Administra‹o. Por fim, o ente pœblico dever‡
																																																													
1
	Di	Pietro,	2013,	p.	370.	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	3	de	102	
selecionar a proposta que seja mais conveniente para resguardar o interesse
pœblico, dentro dos requisitos fixados no ato convocat—rio.
Legislação	
O arcabouo jur’dico das licita›es Ž amplo. O fundamento principal
decorre do inciso XXI do artigo 37 da Constitui‹o Federal de 1988 (CF/88),
segundo o qual:
XXI - ressalvados os casos especificados na legisla‹o, as obras,
servios, compras e aliena›es ser‹o contratados mediante
processo de licita‹o pœblica que assegure igualdade de condi›es
a todos os concorrentes, com cl‡usulas que estabeleam obriga›es de
pagamento, mantidas as condi›es efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitir‡ as exigncias de qualifica‹o tŽcnica e
econ™mica indispens‡veis ˆ garantia do cumprimento das obriga›es.
(grifos nossos)
Desde j‡, Ž importante destacar que o dispositivo constitucional permite
que a legisla‹o estabelea casos em que n‹o se aplica a licita‹o, ponto que
estudaremos mais adiante.
Prosseguindo, o artigo 22, inciso XXVII, da CF/88 estabelece como
competncia privativa da Uni‹o legislar sobre Ònormas gerais de licita‹o
e contrata‹o, em todas as modalidades, para as administra›es pœblicas
diretas, aut‡rquicas e fundacionais da Uni‹o, Estados, Distrito Federal e
Munic’pios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pœblicas
e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, ¤ 1¡, IIIÓ, conforme
reda‹o dada pela EC 19/1998. Dessa forma, ˆ Uni‹o compete estabelecer as
normas gerais, aplic‡veis a todos os entes federados, cabendo aos estados,
Distrito Federal e munic’pios editarem normas espec’ficas. De certa forma,
a Uni‹o tambŽm pode editar normas espec’ficas, mas que, neste caso, n‹o se
aplicaria aos demais entes federados.
Ainda na Constitui‹o, a EC 19/1998, dando nova reda‹o ao artigo 173,
¤ 1¼, da CF, fez previs‹o para o estatuto jur’dico das empresas pœblicas
e sociedades de economia mista, dispondo, entre outros temas, sobre
normas pr—prias de licita‹o e contrata‹o para essas entidades. Esse estatuto
foi elaborado, constituindo-se na Lei 13.303/2016, que apresenta um
regime licitat—rio espec’fico para as empresas estatais.
Partindo para a legisla‹o infraconstitucional, a Lei 8.666/1993, que
regulamenta o inciso XXI do artigo 37 da CF, estabelece normas gerais
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	4	de	102	
sobre licita›es e contratos administrativos pertinentes a obras,
servios, inclusive de publicidade, compras, aliena›es e loca›es no ‰mbito
dos Poderes da Uni‹o, dos estados, do Distrito Federal e dos
munic’pios.
Outro documento importante Ž a Lei 10.520/2002, que institui, no
‰mbito da Uni‹o, estados, Distrito Federal e munic’pios, a modalidade de
licita‹o denominada preg‹o, para aquisi‹o de bens e servios comuns.
A partir de agora, nossa an‡lise tomar‡ por base a Lei 8.666/1993 (Lei
de Licita›es e Contratos, LLC, Lei de Licita›es, Estatuto geral das licita›es
ou somente Estatuto). Assim, quando n‹o houver men‹o sobre qual lei
estamos falando ou sobre qual lei se refere os dispositivos mencionados,
estaremos tratando Lei 8.666/1993.
Destinatários	
O artigo 1¼ da Lei de Licita›es estabelece o seu campo de aplica‹o da
seguinte forma:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licita›es e contratos
administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive de publicidade,
compras, aliena›es e loca›es no ‰mbito dos Poderes da Uni‹o, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios.
Par‡grafo œnico. Subordinam-se ao regime desta Lei, alŽm dos —rg‹os
da administra‹o direta, os fundos especiais, as autarquias, as
funda›es pœblicas, as empresas pœblicas, as sociedades de economia
mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
Uni‹o, Estados, Distrito Federal e Munic’pios. (grifos nossos)
Dessa forma, as normas gerais de licita‹o se aplicam a todos os entes
federados (Uni‹o, estados, Distrito Federal e munic’pios), envolvendo os trs
Poderes (Executivo, Legislativo e Judici‡rio), incluindo ainda os Tribunais de
Contas e o MinistŽrio Pœblico. Aplica-se tambŽm aos —rg‹os encarregados de
gerir os fundos especiais e ˆs autarquias, funda›es pœblicas.
Contudo, sobre a parte final do art. 1¼, par‡grafo œnico, da Lei
8.666/1993, surge um tema que poder‡ gerar dœvidas nas pr—ximas provas.
Conforme mencionado acima, a EC 19/1998 permitiu a elabora‹o de
legisla‹o pr—pria para empresas pœblicas e sociedades de economia
mista. Essa nova legisla‹o Ž a Lei 13.303/2016, que apresenta um regime
licitat—rio espec’fico para as empresas pœblicas, as sociedades de economia
mista e suas subsidi‡rias, exploradoras de atividade econ™mica, ainda
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeidawww.estrategiaconcursos.com.br															Página	5	de	102	
que a atividade econ™mica esteja sujeita ao regime de monop—lio da Uni‹o,
ou prestadoras de servios pœblicos (Lei 13.303/2016, art. 1¼, caput).
Ademais, as disposi›es da Lei 13.303/2016 aplicam-se inclusive ˆs
sociedades, inclusive as de prop—sito espec’fico, que sejam controladas por
empresa pœblica ou sociedade de economia mista (Lei 13.303/2016, art. 1¼,
¤ 6¼).
Assim, desde a edi‹o da Lei 13.303/2016, podemos dizer que houve
uma revoga‹o t‡cita do trecho final do art. 1¼, par‡grafo œnico, da Lei
8.666/1993, uma vez que esta n‹o se aplica mais ˆs empresas pœblicas e ˆs
sociedades de economia mista, incluindo ainda ˆs suas subsidi‡rias e
sociedades por elas controladas.
Salientamos, entretanto, que Ž preciso tomar cuidado nas quest›es de
concursos. Principalmente em quest›es literais, uma vez que o art. 1¼,
par‡grafo œnico, da Lei 8.666/1993 n‹o foi expressamente revogado. Se a
quest‹o cobrar o ‰mbito de aplica‹o da Lei 8.666/1993, o mais adequado,
atualmente, Ž excluir a aplica‹o ˆs empresas estatais.
Ressalta-se, por fim, que ao longo desta aula a Lei 13.303/2016 n‹o ser‡
estudada, j‡ que o assunto aqui abordado refere-se ˆs normas gerais de
licita›es previstas na Lei 8.666/1993.
Finalidade	
A finalidade ou destina‹o da licita‹o encontra-se disciplinada em seu
artigo 3¼ nos seguintes termos:
Art. 3o A licita‹o destina-se a garantir a observ‰ncia do princ’pio
constitucional da isonomia, a sele‹o da proposta mais vantajosa
para a administra‹o e a promo‹o do desenvolvimento nacional
sustent‡vel e ser‡ processada e julgada em estrita conformidade com
os princ’pios b‡sicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,
da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vincula‹o
ao instrumento convocat—rio, do julgamento objetivo e dos que lhes s‹o
correlatos. (grifos nossos)
Essa reda‹o foi dada pela Lei 12.349/2010, incluindo como terceira
finalidade a promo‹o do desenvolvimento nacional sustent‡vel. Dessa forma,
podemos destacar as finalidades da seguinte forma:
¥ garantir a observ‰ncia do princ’pio constitucional da isonomia:
o procedimento deve proporcionar igualdade entre os participantes no
procedimento licitat—rio. Este princ’pio sofreu flexibiliza‹o a partir da
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	6	de	102	
Lei 12.349/2010, uma vez que essa Lei incluiu possibilidades de se
instituir margem de preferncia para os poss’veis candidatos;
¥ sele‹o da proposta mais vantajosa: a proposta mais vantajosa Ž
aquela que atende da melhor maneira ˆs necessidades da entidade e
do interesse pœblico, o que nem sempre ser‡ o menor preo;
¥ promo‹o do desenvolvimento nacional sustent‡vel: devido ao
grande impacto que as compras governamentais tm na economia. As
licita›es pœblicas devem buscar o desenvolvimento econ™mico e o
fortalecimento de cadeias produtivas de bens e servios domŽsticos,
com vistas ˆ institui‹o de incentivos ˆ pesquisa e ˆ inova‹o.
Dessa forma, foram inclu’das margens de preferncia na Lei de
Licita›es, a exemplo da previs‹o o ¤5¼ do artigo 3¼ (grifou-se): ÒNos
processos de licita‹o, poder‡ ser estabelecida margem de preferncia para
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 13.146, de 2015): (i) produtos manufaturados
e para servios nacionais que atendam a normas tŽcnicas brasileiras; e (ii)
bens e servios produzidos ou prestados por empresas que comprovem
cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
deficincia ou para reabilitado da Previdncia Social e que atendam ˆs
regras de acessibilidade previstas na legisla‹oÓ.
Princípios	
O artigo 3¼ apresentado acima traz como princ’pios b‡sicos da licita‹o
a2:
¥ legalidade: n‹o pode prevalecer a vontade do administrador, pois sua
atua‹o deve pautar-se no que a lei imp›e;
¥ impessoalidade: na licita‹o, esse princ’pio est‡ intimamente ligado
aos princ’pios da isonomia e do julgamento objetivo. As decis›es da
Administra‹o devem pautar-se em critŽrios objetivos, sem levar em
considera‹o as condi›es pessoais dos licitantes;
¥ moralidade e probidade administrativa: o comportamento da
Administra‹o n‹o deve ser apenas l’cito, mas tambŽm se basear na
moral, nos bons costumes, nas regras de boa administra‹o, nos
princ’pios da justia e de equidade, na ideia comum de honestidade;
																																																													
2
	Comentários	com	base	em	Di	Pietro,	2013,	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	7	de	102	
¥ igualdade: a licita‹o n‹o se destina exclusivamente a escolha da
proposta mais vantajosa. Para isso, bastaria que o Administrador
comprasse de uma empresa de seu irm‹o com o menor preo do
mercado. Contudo, deve ir alŽm disso, garantindo tambŽm a igualdade
de direitos a todos os interessados em contratar;
¥ publicidade: diz respeito n‹o apenas ˆ divulga‹o do procedimento
para conhecimento de todos os interessados (publica‹o do edital,
divulga‹o da carta-convite), como tambŽm aos atos da Administra‹o
praticados nas v‡rias fases do procedimento. Quanto maior a
competitividade, maior deve ser a publicidade.
O ¤3¼ da Lei 8.666/1993 estabelece que a licita‹o (grifou-se) Òn‹o ser‡
sigilosa, sendo pœblicos e acess’veis ao pœblico os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteœdo das propostas, atŽ a respectiva aberturaÓ.
Esta ressalva d‡ origem a outro princ’pio da licita‹o, qual seja o sigilo na
apresenta‹o das propostas.
Outrossim, o artigo 4¼ d‡ o direito a qualquer cidad‹o para acompanhar
o desenvolvimento da licita‹o, desde que n‹o interfira de modo a perturbar
ou impedir a realiza‹o dos trabalhos. AlŽm disso, diversos outros dispositivos
constituem aplica‹o do princ’pio da publicidade, constituindo meios para a
ampla fiscaliza‹o sobre a legalidade do procedimento.
¥ vincula‹o ao instrumento convocat—rio: segundo o artigo 41, ÒA
Administra‹o n‹o pode descumprir as normas e condi›es do edital,
ao qual se acha estritamente vinculadaÓ. Em complemento, o inciso
V do artigo 43 estabelece que o: Òjulgamento e classifica‹o das
propostas de acordo com os critŽrios de avalia‹o constantes do
editalÓ. Dessa forma, o edital constitui a lei interna da licita‹o, ao
qual est‹o vinculados a entidade licitante e todos os concorrentes;
¥ julgamento objetivo: decorre do princ’pio da legalidade,
estabelecendo que o julgamento das propostas h‡ de ser feito de
acordo com os critŽrios fixados no edital. Esse princ’pio decorre
tambŽm do artigo 45, que estabelece o seguinte:
Art. 45. O julgamento das propostas ser‡ objetivo, devendo a
Comiss‹o de licita‹o ou o respons‡vel pelo convite realiz‡-lo em
conformidade com os tipos de licita‹o, os critŽrios previamente
estabelecidos no ato convocat—rio e de acordo com os fatores
exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferi‹o
pelos licitantes e pelos —rg‹os de controle. (grifos nossos)
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	8	de	102	
O artigo 3¼, alŽm de apresentar os princ’pios expressos, estabelece, ao
seu final, que se aplicam tambŽm os princ’pios que Òlhes s‹o correlatosÓ.
Dessa forma, adoutrina menciona diversos outros princ’pios. Hely Lopes
Meirelles3, por exemplo, apresenta uma rela‹o maior de princ’pios:
procedimento formal, publicidade, igualdade entre os licitantes, sigilo das
propostas, vincula‹o ao edital, julgamento objetivo, probidade administrativa
e adjudica‹o compuls—ria.
Segundo o autor, como procedimento formal, a licita‹o deve
obedincia ˆs prescri›es legais que a regem em todos os seus atos e fases,
devendo seguir, ainda, os regulamentos e cadernos de obriga›es pr—prios da
entidade, alŽm do edital ou carta-convite.
Por fim, a adjudica‹o diz respeito ao ato da autoridade competente
que atribui ao vencedor do certame o seu objeto. A adjudica‹o Ž o ato
unilateral pelo qual a Administra‹o declara que, se vier a celebrar o
contrato referente ao objeto da licita‹o, obrigatoriamente o far‡ com o
licitante vencedor4. Dessa forma, a adjudica‹o compuls—ria ao vencedor
impede que a Administra‹o, conclu’do o procedimento licitat—rio, atribua seu
objeto a terceiro que n‹o seja o leg’timo vencedor.
Esse princ’pio, porŽm, d‡ direito apenas a adjudica‹o, n‹o garantindo
a celebra‹o do contrato. Assim, impede-se que o —rg‹o celebre o contrato
com outro ou abra novo procedimento licitat—rio para o mesmo objeto
enquanto estiver v‡lida a adjudica‹o. Impede, tambŽm, que o —rg‹o protele
a contrata‹o indefinidamente sem apresentar motivo para tal. Todavia, n‹o
constitui direito subjetivo ˆ assinatura do contrato, ou seja, a Administra‹o
possui a prerrogativa de, por motivos supervenientes, deixar de assinar o
contrato.
Objeto	
Segundo Hely Lopes Meirelles5, o objeto da licita‹o Ҏ a obra, o servio,
a compra, a aliena‹o, a concess‹o, a permiss‹o e a loca‹o que, afinal, ser‡
contratada com o particularÓ. Dessa forma, o objeto da licita‹o confunde-se
com o pr—prio objeto do contrato.
																																																													
3
	Meirelles,	2013,	p.	299.	
4
	Barchet,	2008,	p.	427.	
5
	Meirelles,	2013,	p.	300.	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	9	de	102	
Vejamos algumas defini›es apresentadas pela pr—pria Lei 8.666/1993
(art. 6¼):
¥ obra: toda constru‹o, reforma, fabrica‹o, recupera‹o ou
amplia‹o, realizada por execu‹o direta ou indireta;
¥ servio: - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de
interesse para a Administra‹o, tais como: demoli‹o, conserto,
instala‹o, montagem, opera‹o, conserva‹o, repara‹o, adapta‹o,
manuten‹o, transporte, loca‹o de bens, publicidade, seguro ou
trabalhos tŽcnico-profissionais;
¥ compra: toda aquisi‹o remunerada de bens para fornecimento de
uma s— vez ou parceladamente;
¥ aliena‹o: toda transferncia de dom’nio de bens a terceiros;
A concess‹o e a permiss‹o s‹o formas de delega‹o de servios
pœblicos previstas no artigo 175 da CF/88. Por fim, a loca‹o ocorre quando
um propriet‡rio cede determinado bem para utiliza‹o de terceiros.
 
1. (Cespe – Administrador/DPF/2014) A utilização da licitação pública para a 
aquisição de produtos e serviços atende ao princípio da isonomia para a contratação, 
assegurando igualdade de condições aos interessados em fornecer ao Estado. 
Comentário: a realização de licitação ocorre para oferecer oportunidade a mais 
de um interessado em apresentar proposta, e para assegurar a igualdade de 
condições a todos os participantes do processo. A garantia disso reflete o 
princípio da igualdade/isonomia apresentada no artigo 3º da LLC. 
Gabarito: correto. 
2. (Cespe – Administrador/DPF/2014) O princípio da impessoalidade, no que se 
refere à execução de obras públicas, proíbe a subcontratação de empresas para a 
execução de parte do serviço licitado, porquanto a escolha pessoal do subcontratado 
pelo contratado viola o interesse público. 
Comentário: o princípio da impessoalidade afirma que a Administração deve 
pautar-se em critérios objetivos, sem levar em consideração as condições 
pessoais dos licitantes. Quanto à subcontratação, cabe saber que ela é permitida 
desde que expressamente prevista no edital. 
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	10	de	102	
Gabarito: errado. 
3. (Cespe – Agente Administrativo/DPF/2014) Em razão do princípio da eficiência, 
é possível, mediante licitação, a contratação de empresa que não tenha apresentado 
toda a documentação de habilitação exigida, desde que a proposta seja a mais 
vantajosa para a administração. 
Comentário: o princípio da eficiência determina que a Administração Pública, 
agindo com moralidade e legalidade, se utilize dos bens públicos de modo a 
garantir maior rentabilidade social e evitando desperdícios. 
Somente conhecendo o princípio já é possível ver que ele não se alinha com o 
enunciado da questão. 
Além disso, a contratação de qualquer empresa que não apresente a 
documentação solicitada é vedada, obedecendo ao princípio da legalidade. 
Gabarito: errado. 
4. (Cespe – Agente Administrativo/DPF/2014) Não há previsão legal para o 
estabelecimento, nos processos licitatórios, de margem de preferência para bens e 
serviços com tecnologia desenvolvida no Brasil. 
Comentário: a margem de preferência foi instituída pela MP 495/2010, que 
flexibilizou o conceito de proposta mais vantajosa para a Administração, 
incluindo como um de seus objetivos o desenvolvimento nacional sustentável. 
Assim, é possível considerar uma proposta como mais vantajosa, mesmo que 
ela não seja a de menor valor. 
Os casos de margem de preferência devem levar em conta (art. 3º, §6º): 
I - geração de emprego e renda; 
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; 
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; 
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e 
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. 
Além disso, poderá ser estabelecida margem de preferência adicional para os 
produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e 
inovação tecnológica realizados no País. 
Logo, há previsão legal para margem de preferência para bens e serviços com 
tecnologia desenvolvida no Brasil. 
Gabarito: errado. 
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	11	de	102	
5. (Cespe – Agente Administrativo/DPF/2014) Dadas as alterações feitas, nos 
últimos anos, no marco regulatório das licitações públicas, aos requisitos do melhor 
preço e da maior vantagem para a administração pública somaram-se, também, 
critérios de sustentabilidade ambiental. 
Comentário: as finalidades da licitação estão previstas no artigo 3º da LLC. Para 
tanto, o texto traz como finalidades 
¥ a garantia e observância ao princípio da isonomia; 
¥ a seleção da proposta mais vantajosa; e 
¥ a promoção do desenvolvimento nacional sustentável (conforme redação 
da Lei 12.349/2010). 
Dessa forma, correta a assertiva. 
Gabarito: correto. 
6. (Cespe – Agente Administrativo/DPF/2014) Cabe privativamente à União 
legislar acerca de normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, 
para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos 
estados, do DF e dos municípios. 
Comentário: competeà União estabelecer as normas gerais, aplicáveis a todos 
os entes federados, cabendo aos estados, Distrito Federal e municípios editarem 
normas específicas. 
Gabarito: correto. 
7. (Cespe – Grupo Gestor/MPOG/2013) O primeiro critério de desempate a ser 
utilizado, em uma concorrência, é o de bens e serviços produzidos no país. 
Comentário: os critérios desempate que constam no artigo 3º, § 2o da Lei 
8.666/93 são os seguintes: 
¤ 2o Em igualdade de condi›es, como critŽrio de desempate,
ser‡ assegurada preferncia, sucessivamente, aos bens e
servios:
II - produzidos no Pa’s;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa
e no desenvolvimento de tecnologia no Pa’s.
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
deficincia ou para reabilitado da Previdncia Social e que atendam ˆs
regras de acessibilidade previstas na legisla‹o.
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	12	de	102	
Para tanto, correta a assertiva. 
Gabarito: correto. 
8. (Cespe – Grupo Gestor/MPOG/2013) Todo o processo licitatório deve ocorrer em 
sigilo, para que seja possível manter a isonomia do processo. 
Comentário: o processo licitatório deve ter seu acesso liberado ao público, 
sendo apenas o conteúdo das propostas sigiloso até a sua abertura (§3º da Lei 
8.666/1993). 
Gabarito: errado. 
9. (Cespe – APGI/INPI/2013) Um dos objetivos dessa lei é dar transparência ao 
processo licitatório e permitir igualdade de participação a todos, além de observar a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável. 
Comentário: segundo o artigo 3º (vamos repetir esse artigo várias vezes, pois 
ele é fundamental para a prova) da Lei 8.666/1993: 
Art. 3¼ A licita‹o destina-se a garantir a observ‰ncia do princ’pio
constitucional da isonomia, a sele‹o da proposta mais vantajosa
para a administra‹o e a promo‹o do desenvolvimento nacional
sustent‡vel e ser‡ processada e julgada em estrita conformidade
com os princ’pios b‡sicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vincula‹o ao instrumento convocat—rio, do
julgamento objetivo e dos que lhes s‹o correlatos.
As finalidades da licitação expressamente previstas no artigo 3º são: 
¥ garantir a observância do princípio constitucional da isonomia; 
¥ seleção da proposta mais vantajosa para a administração; e 
¥ promoção do desenvolvimento nacional sustentável. 
Podemos enquadrar também a garantia do cumprimento de seus princípios, 
dentre eles o da publicidade que tem, entre seus objetivos, a garantia da 
transparência do procedimento. 
Gabarito: correto. 
10. (Cespe – AJ/TJ ES/2010) A licitação é um processo administrativo por se constituir 
de atos jurídicos praticados com o propósito de se alcançar um determinado resultado. 
Comentário: a licitação é um procedimento administrativo, sendo realizada para 
alcançar determinado resultados: “garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a 
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável”. 
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	13	de	102	
Gabarito: correto. 
11. (Cespe – AJ/TJ ES/2010) Como forma de favorecer a celeridade na contratação 
de serviços públicos ou na alocação de bens, a legislação atribui competência 
concorrente aos municípios para que estes possam criar modalidades simplificadas de 
licitação. 
Comentário: somente a União pode legislar sobre normas gerais de licitação. 
Assim, os demais entes federados não podem criar outras modalidades 
licitatórias, conforme determina o §8º do art. 22 da LLC: 
¤ 8o ƒ vedada a cria‹o de outras modalidades de licita‹o ou a
combina‹o das referidas neste artigo.
Gabarito: errado. 
12. (Cespe – APGI/INPI/2013) Compete à União, aos estados e ao Distrito Federal, 
de forma concorrente, editar normas gerais de contratação, em todas as modalidades, 
para suas administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista que lhes são vinculadas. 
Comentário: a competência para editar normas gerais sobre licitações e 
contratos é da União, cabendo aos estados, Distrito Federal e municípios apenas 
editar normas específicas. 
Gabarito: errado. 
Modalidades	
O artigo 22 da Lei 8.666/1993 estabelece as seguintes modalidades de
licita‹o: concorrncia, tomada de preos, convite, concurso; e leil‹o.
AlŽm dessas, a Lei 10.520/2002 instituiu a modalidade de licita‹o chamada
preg‹o. Por fim, a Lei 9.472/1997, Lei da Agncia Nacional de
Telecomunica›es (Anatel), criou a modalidade chamada consulta, aplic‡vel
ˆs demais agncias reguladoras por determina‹o do artigo 37 da Lei
9.986/2000.
O ¤8¼ do artigo 22 da Lei veda expressamente a cria‹o de outras
modalidades de licita‹o ou a combina‹o das modalidades nela
referidas. Esse dispositivo deve ser entendido como uma veda‹o para que
se criem novas modalidades de licita‹o por atos administrativos, decretos ou
lei federal, estadual ou municipal. PorŽm, a cria‹o de novas modalidades por
meio de lei nacional Ž permitida, a exemplo da Lei 10.520/2002, que Ž uma
lei nacional, aplic‡vel a todos os entes federados.
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	14	de	102	
O critŽrio para escolha da concorrncia, tomada de preos ou convite
Ð conhecidas como modalidades comuns Ð, em geral, decorre do valor do
objeto a ser licitado.
O convite Ž aplic‡vel para obras e servios de engenharia atŽ o valor
de R$ 150 mil e para compras e demais servios o limite Ž de R$ 80 mil.
Por sua vez, a tomada de preos (TP) pode ser utilizada em obras e
servios de engenharia de atŽ R$ 1,5 milh‹o e para compras e demais
servios o valor m‡ximo Ž de R$ 650 mil. Acima desses valores, aplica-se a
concorrncia.
Cabe destacar que as modalidades mais complexas podem ser utilizadas
nos valores abrangidos pelas modalidades mais simples. Isso quer dizer que
seria poss’vel, por exemplo, aplicar a concorrncia em uma obra ou servio
de engenhar de R$ 70 mil, ou R$ 350 mil. Essa aplica‹o decorre do ¤3¼ do
artigo 23, vazado nos seguintes termos:
¤ 3o A concorrncia Ž a modalidade de licita‹o cab’vel, qualquer
que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou aliena‹o de
bens im—veis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concess›es
de direito real de uso e nas licita›es internacionais, admitindo-se neste
œltimo caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preos,
quando o —rg‹o ou entidade dispuser de cadastro internacional de
fornecedores ou o convite, quando n‹o houver fornecedor do bem ou
servio no Pa’s.
Dessa forma, podemos afirmar que a concorrncia abrange a tomada de
preos e o convite, enquanto a tomada de preos abrange o convite. A figura
a seguir resume tudo isso:
	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeidawww.estrategiaconcursos.com.br															Página	16	de	102	
¥ universalidade: significa a possibilidade de participa‹o de
quaisquer interessados que, na fase de habilita‹o preliminar,
comprovem possuir os requisitos m’nimos de qualifica‹o exigidos no
edital6, independentemente de registro cadastral;
¥ ampla publicidade: a divulga‹o da concorrncia dever‡ ocorrer por
todos os meios dispon’veis, por tantas vezes quantas julgar
necess‡ria7.
A publicidade da concorrncia Ž a mais ampla. AlŽm do prazo mais
dilatado entre a publica‹o do edital e o recebimento das propostas ou da
realiza‹o do evento, deve-se buscar divulgar os meios em jornais, internet
ou outros meios.
Vamos aproveitar para apresentar os prazos exigidos pela Lei entre a
publica‹o do edital e recebimento das propostas ou da realiza‹o do evento
(artigo 21, ¤2¼ e incisos):
Prazo Situação 
45 dias 
a) concurso; ou 
b) concorrência, para o regime de empreitada integral ou 
quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e 
preço"; 
30 dias 
c) concorrência, nos casos não especificados acima; ou 
d) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor 
técnica" ou "técnica e preço"; 
15 dias 
e) tomada de preços, nos casos não especificados acima; ou 
f) leilão; 
5 dias úteis g) convite. 
Conforme consta no ¤4¼, art. 21, qualquer modifica‹o no edital exige
divulga‹o pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se
o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
altera‹o n‹o afetar a formula‹o das propostas.
Voltando para a concorrncia, podemos destacar ainda outra
caracter’stica dessa modalidade, que Ž a fase de habilita‹o preliminar,
realizada ap—s a abertura do procedimento (publica‹o do resumo do edital)8.
																																																													
6
	Di	Pietro.	2013.	p.	412.	
7
	Borges	e	Bernardes,	2010,	p.	81.	
8
	Alexandrino	e	Paulo,	2011,	p.	621.	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	17	de	102	
A aplica‹o da concorrncia n‹o decorre somente do preo. A LLC
estabelece outros casos que exigem a utiliza‹o dessa modalidade,
independentemente do valor do objeto. Maria Di Pietro9 resume da seguinte
forma os casos em que a concorrncia Ž obrigat—ria:
a) obras e servios de engenharia de valor superior a R$
1.500.000,00 (um milh‹o e quinhentos mil reais);
b) compras e servios que n‹o sejam de engenharia, de valor
superior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais);
c) compra e aliena‹o de bens im—veis, qualquer que seja o seu
valor, ressalvado o disposto no artigo 19, que admite concorrncia ou
leil‹o para aliena‹o de bens adquiridos em procedimentos judiciais
ou mediante da‹o em pagamento (¤3¼ do artigo 23);
Uma pequena pausa para explicar este item. Para compra ou aliena‹o
(venda) de bens im—veis (constru›es, terrenos etc.), deve-se utilizar a
concorrncia. Entretanto, o artigo 19 permite que se utilize tanto a
concorrncia quanto o leil‹o, para a aliena‹o, quando a aquisi‹o do bem
decorrer de procedimento judicial ou da‹o em pagamento10.
d) concess›es de direito real de uso (¤3¼ do art. 23);
e) licita›es internacionais. PorŽm, a Lei admite uma exce‹o em que
se poder‡ utilizar a tomada de preos e outra em que se poder‡
utilizar o convite. De acordo com o ¤3¼ do art. 23, a concorrncia Ž
obrigat—ria:
[...] nas licita›es internacionais, admitindo-se neste œltimo caso,
observados os limites deste artigo, a tomada de preos, quando o
—rg‹o ou entidade dispuser de cadastro internacional de
fornecedores ou o convite, quando n‹o houver fornecedor do bem
ou servio no Pa’s.
Cabe ressaltar que, mesmo nas hip—teses apresentadas acima para
licita›es internacionais, os limites de valores utilizados para o convite e para
tomada de preos devem ser respeitados.
f) aliena‹o de bens m—veis de valor superior a R$ 650 mil (art. 17,
¤ 6¼, c/c art. 23, II, b);
																																																													
9
	Di	Pietro,	2013,	p.	408-409.	
10
	Segundo	a	Receita	Federal,	a	dação	em	pagamento	é	“a	extinção	de	uma	obrigação	consistente	no	pagamento	da	
dívida	mediante	a	entrega	de	um	objeto	diverso	daquele	 convencionado.	Nesses	 termos,	o	devedor	 transfere	ao	
credor	da	obrigação	um	bem	imóvel	que	é	de	sua	propriedade”.	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	20	de	102	
em nœmero m’nimo de 3 (trs) pela unidade administrativa, a qual afixar‡,
em local apropriado, c—pia do instrumento convocat—rio e o estender‡ aos
demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu
interesse com antecedncia de atŽ 24 (vinte e quatro) horas da
apresenta‹o das propostas.
Essa Ž a modalidade mais simples das trs comuns. Assim, a comiss‹o
de licita‹o, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e
em face da exiguidade de pessoal dispon’vel, poder‡ ser substitu’da por
servidor formalmente designado pela autoridade competente (art. 51, ¤1¼).
A diferena fundamental em rela‹o a outras modalidades Ž que o convite
utiliza a carta-convite no lugar do edital para fins de convoca‹o dos
participantes. Esse instrumento n‹o precisa ser publicado em di‡rio oficial,
mas deve ser afixado em local apropriado para que os demais cadastrados
possam participar.
Resumindo, h‡ dois grupos de poss’veis participantes. O primeiro envolve
os concorrentes, cadastrados ou n‹o, em nœmero m’nimo de trs, aos
quais a Administra‹o envia a carta-convite. O segundo grupo Ž formado pelos
demais cadastrados, que poder‹o manifestar interesse em participar com
antecedncia m’nima de atŽ 24 horas da apresenta‹o da proposta.
H‡ possibilidade de convidar menos do que trs interessados quando,
por limita›es de mercado ou manifesto desinteresse, seja imposs’vel a
obten‹o do nœmero m’nimo de licitantes. Essas circunst‰ncias dever‹o ser
devidamente justificadas no processo, sob pena de repeti‹o do convite (art.
22, ¤7¼).
Por outro lado, quando existirem mais do que trs poss’veis
interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idntico ou
assemelhado, Ž obrigat—rio o convite a, no m’nimo, mais um interessado,
enquanto existirem cadastrados n‹o convidados nas œltimas licita›es (art.
22, ¤6¼).
Para fechar, essa Ž a modalidade aplic‡vel nas seguintes situa›es:
a) obras e servios de engenharia com valor estimado em atŽ R$
150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);
b) compras e demais servios com valor estimado em atŽ R$ 80.000,00
(oitenta mil reais);
6
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	22	de	102	
O concurso destina-se ˆ contrata‹o de trabalhos tŽcnico, cient’fico ou
art’stico, a exemplo de obras de artes, projetos arquitet™nicos, monografias,
etc. Dessa forma, os critŽrios de avalia‹o ser‹o distintos para cada processo,
tendo em vista ˆs peculiaridades do tipo de aquisi‹o.
Por fim, Ž importante n‹o confundir o concurso, como modalidade de
licita‹o realizada com o objetivo de contratar trabalhos; com o concurso
pœblico, utilizado, nos termos do inciso II do art. 37 da CF/88, para selecionar
pessoas para ocupar cargos/empregos pœblicos.
Leilão	
Nostermos do ¤ 5¼ do art. 22, o leil‹o Ž a modalidade de licita‹o entre
quaisquer interessados para a venda, a quem oferecer o maior lance, igual ou
superior ao valor da avalia‹o, dos seguintes bens:
a) bens m—veis inserv’veis para a administra‹o;
b) produtos legalmente apreendidos ou penhorados; ou
c) para a aliena‹o de bens im—veis, em que a aquisi‹o derivou de
procedimentos judiciais ou da‹o em pagamento, conforme determina
os art. 19, III.
N‹o Ž em todos os casos, porŽm, que se pode utilizar o leil‹o para a
aliena‹o de bens m—veis. O Estatuto de Licita›es define como limite o valor
de R$ 650 mil reais, acima desse valor deve-se utilizar a concorrncia.
Com efeito, o artigo 53 estabelece que o leil‹o pode ser cometido a
leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administra‹o. AlŽm disso,
todo bem a ser leiloado ser‡ previamente avaliado pela Administra‹o
para fixa‹o do preo m’nimo de arremata‹o.
Os bens arrematados ser‹o pagos ˆ vista ou no percentual estabelecido
no edital, n‹o inferior a 5% (cinco por cento), com exce‹o dos leil›es
internacionais, nos quais o pagamento da parcela ˆ vista poder‡ ser feito em
atŽ vinte e quatro horas.
Finalizando, o ¤5¼ do artigo 53 estabelece, para fins de atendimento do
princ’pio da publicidade, que o edital de leil‹o deve ser amplamente divulgado,
principalmente no munic’pio em que se realizar‡.
f
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	24	de	102	
Art. 1¼ Para aquisi‹o de bens e servios comuns, poder‡ ser
adotada a licita‹o na modalidade de preg‹o, que ser‡ regida por esta
Lei.
Par‡grafo œnico. Consideram-se bens e servios comuns, para os fins e
efeitos deste artigo, aqueles cujos padr›es de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especifica›es usuais no mercado.
Destacamos o poder‡, pois, para a Uni‹o, o preg‹o Ž obrigat—rio,
preferencialmente na forma eletr™nico, conforme determina o artigo 4¼ do
Decreto 5.450/2005:
Art. 4o Nas licita›es para aquisi‹o de bens e servios comuns ser‡
obrigat—ria a modalidade preg‹o, sendo preferencial a utiliza‹o da sua
forma eletr™nica.
A aplica‹o do preg‹o n‹o decorre de seu valor, mas do objeto. O preg‹o
Ž utilizado para a aquisi‹o de bens e servios comuns,
independentemente do valor estimado para a contrata‹o.
Consideram-se bens e servios comuns, aqueles cujos padr›es de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo
edital, por meio de especifica›es usuais do mercado. Bem ou servio
comum n‹o quer dizer que seja simples, mas que suas caracter’sticas podem
ser descritas no edital atravŽs das especifica›es de mercado. Dessa forma,
o TCU j‡ entendeu poss’vel atŽ a contrata‹o de servios de engenharia ou o
fornecimento de bens e servios comuns de inform‡tica e automa‹o.
 
13. (Cespe – APGI/INPI/2013) A venda de bens imóveis de propriedade da União 
poderá ser realizada diretamente ao interessado, desde que realizado o pagamento 
integral do valor do imóvel até 24 horas da abertura da respectiva concorrência. 
Comentário: a questão fez uma misturança dos artigos que tratam do leilão, 
vejamos: 
Art. 53. O leil‹o pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor
designado pela Administra‹o, procedendo-se na forma da legisla‹o
pertinente.
¤ 1o Todo bem a ser leiloado ser‡ previamente avaliado pela
Administra‹o para fixa‹o do preo m’nimo de arremata‹o.
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	25	de	102	
¤ 2o Os bens arrematados ser‹o pagos ˆ vista ou no percentual
estabelecido no edital, n‹o inferior a 5% (cinco por cento) e, ap—s a
assinatura da respectiva ata lavrada no local do leil‹o,
imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigar‡
ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de
convoca‹o, sob pena de perder em favor da Administra‹o o
valor j‡ recolhido.
¤ 3o Nos leil›es internacionais, o pagamento da parcela ˆ vista
poder‡ ser feito em atŽ vinte e quatro horas. (grifos nossos)
Dessa forma, os bens arrematados poderão ser pagos à vista ou em percentual 
estabelecido no edital, que não pode ser inferior a 5%. Depois de lavrada a ata, 
os bens devem ser entregues imediatamente. O prazo para pagamento do 
restante deve constar no edital de convocação. Por fim, o prazo de vinte e quatro 
horas é para pagamentos à vista em licitações internacionais. 
Gabarito: errado. 
14. (Cespe – APGI/INPI/2013) A unidade administrativa poderá endereçar convites a 
empresas do ramo do objeto licitado, cadastradas ou não. No entanto, o processo deve 
transcorrer conforme o que prevê a lei. 
Comentário: a carta-convite pode ser enviada para empresas cadastradas ou 
não, desde que sejam do ramo do objeto licitado. Além disso, a cópia do 
instrumento convocatório deverá ser afixada, em local apropriado, para permitir 
a participação de demais interessados, cadastrados, que manifestarem interesse 
em participar do convite no prazo de até 24 horas antes da apresentação da 
proposta. A repetição é fundamental para o concurseiro: 
Art. 22. [...] ¤ 3¼ Convite Ž a modalidade de licita‹o entre
interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou n‹o,
escolhidos e convidados em nœmero m’nimo de 3 (trs) pela unidade
administrativa, a qual afixar‡, em local apropriado, c—pia do
instrumento convocat—rio e o estender‡ aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedncia de atŽ 24 (vinte e quatro) horas da apresenta‹o das
propostas.
Por fim, é óbvio que o procedimento deve transcorrer conforme determina a lei 
(princípio da legalidade). 
Gabarito: correto. 
15. (Cespe – AGPI/INPI/2013) Para um serviço de engenharia que tiver o valor integral 
de R$ 750.000,00, é possível utilizar a modalidade licitatória denominada 
concorrência. 
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	26	de	102	
Comentário: a concorrência abrange as demais modalidades, podendo ser 
aplicada, em geral, a qualquer valor. Assim, para serviços de engenharia cujo 
valor estimado seja de R$ 750 mil (poderia utilizar a tomada de preços também). 
Assim, nas situações em que o convite é permitido, também é possível utilizar a 
tomada de preços; e quando a tomada de preços for permitida, também será 
possível utilizar a concorrência. A tabela abaixo resume os limites para as 
modalidades: 
Modalidade Obras e Serviços de 
Engenharia 
Compras e Demais 
Serviços 
Concorrência Acima de R$ 1,5 milhão Acima de R$ 650 mil 
Tomada de preços Até R$ 1,5 milhão Até R$ 650 mil 
Convite Até R$ 150 mil Até R$80 mil 
Gabarito: correto. 
16. (Cespe – AGPI/INPI/2013) A modalidade licitatória tomada de preços será 
obrigatória apenas nas licitações internacionais de valor de contratação superior a R$ 
1.000.000,00. 
Comentário: vamos ao §3º do artigo 22: 
¤ 3¼ A concorrncia Ž a modalidade de licita‹o cab’vel, [...] nas
licita›es internacionais, admitindo-se neste œltimo caso, observados
os limites deste artigo, a tomada de preos, quando o —rg‹o ou
entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o
convite, quando n‹o houver fornecedor do bemou servio no Pa’s.
(grifos nossos)
Não há situações em que a tomada de preços seja obrigatória. Ela é cabível, mas 
nada impede que se utilize a concorrência. Além disso, os limites apresentados 
na tabela acima devem ser respeitados. Dessa forma, não seria possível utilizar 
a tomada de preços em licitação internacional que se destine a compras e 
serviços que não de engenharia no valor estimado de R$ 1 milhão, uma vez que 
o limite para a TP é de R$ 650 mil. Para obras e serviços de engenharia o limite 
fica em R$ 1,5 milhão. 
Gabarito: errado. 
17. (Cespe – Analista de Licitação/MME/2013) O Poder Público pode se utilizar, 
exclusivamente, do procedimento licitatório na modalidade concurso para celebrar 
contrato de 
a) credenciamento. 
b) trabalhos artísticos. 
c) empréstimo público. 
d) serviços de publicidade. 
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	27	de	102	
e) convênio. 
Comentário: segundo o §4º do artigo 22: 
¤4o Concurso Ž a modalidade de licita‹o entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho tŽcnico, cient’fico ou art’stico,
mediante a institui‹o de prmios ou remunera‹o aos vencedores,
conforme critŽrios constantes de edital publicado na imprensa oficial
com antecedncia m’nima de 45 (quarenta e cinco) dias.
Dessa forma, quando se deseja celebrar um contrato para trabalhos artísticos, a 
modalidade obrigatória será o concurso, com estipulação de prêmio ou 
remuneração ao vencedor. 
Gabarito: alternativa B. 
Obrigatoriedade	
Vimos que o artigo 37, inciso XXI, da CF/88 determina que, ressalvados
os casos especificados na legisla‹o, as obras, servios, compras e
aliena›es ser‹o contratados mediante processo de licita‹o pœblica
que assegure igualdade de condi›es a todos os concorrentes.
Regulamentando o mencionado inciso, a Lei 8.666/1993 disp›e, em seu
artigo 2¼, que as obras, servios, inclusive de publicidade, compras,
aliena›es, concess›es, permiss›es e loca›es da Administra‹o
Pœblica, quando contratadas com terceiros, ser‹o necessariamente
precedidas de licita‹o, ressalvadas as hip—teses previstas nesta Lei.
Percebe-se, dessa forma, que se a Administra‹o desejar contratar com
terceiros a realiza‹o de obras, servios e compras; alienar bens; fazer
concess›es ou permiss›es de servios pœblicos; ou, ent‹o, realizar loca›es;
dever‡ utilizar o procedimento licitat—rio para proporcionar a todos os
interessados iguais oportunidades de concorrncia, buscando obter, ainda, a
sele‹o da proposta mais vantajosa para a administra‹o e a promo‹o do
desenvolvimento nacional sustent‡vel.
Nesse contexto, Hely Lopes Meirelles ensina que,
A express‹o obrigatoriedade de licita‹o tem um duplo sentido,
significando n‹o s— a compulsoriedade da licita‹o em geral
como, tambŽm, a da modalidade prevista em lei para a espŽcie,
pois atenta contra os princ’pios de moralidade e eficincia da
Administra‹o o uso de modalidade mais singela quando se exige a mais
complexa, ou o emprego desta, normalmente mais onerosa, quando o
objeto do procedimento n‹o a comporta.
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	28	de	102	
Em que pese as li›es do autor, cabe destacar, principalmente para
concursos, que nada impede que se aplique a licita‹o mais complexa quando
se poderia utilizar uma mais simples, como no caso em que se utiliza a
concorrncia quando poderia ser aplicada a tomada de preos.
Por fim, vimos que a Constitui‹o e, por conseguinte, a Lei 8.666/1993
permitem ressalvas ˆ utiliza‹o da licita‹o, s‹o os casos de dispensa e
inexigibilidade de licita‹o, conforme veremos a seguir.
Inexigibilidade	de	licitação	
A inexigibilidade de licita‹o ocorre quando h‡ inviabilidade jur’dica de
competi‹o entre contratantes, quer pela natureza espec’fica do neg—cio,
quer pelos objetivos sociais visados pela Administra‹o13. Ocorre em situa›es
que, mesmo que o Administrador desejasse, n‹o seria poss’vel proporcionar
a competi‹o. Dessa forma, as situa›es de inexigibilidade s‹o vinculadas.
Imagine uma prefeitura municipal que deseje contratar a cantora Ivete
Sangalo, diretamente ou atravŽs de seu empres‡rio exclusivo, como fazer
uma competi‹o nessa situa‹o? Agora, pense em uma situa‹o em que um
—rg‹o, localizado no interior da Amaz™nia, em um munic’pio em que s— existe
um fornecedor de pneus. Como fazer a competi‹o se s— h‡ um fornecedor?
S‹o situa›es como essas em que se aplica a inexigibilidade de licita‹o.
Dessa forma, o artigo 25 da Lei de Licita›es disp›e o seguinte:
Art. 25. ƒ inexig’vel a licita‹o quando houver inviabilidade de
competi‹o, em especial:
I - para aquisi‹o de materiais, equipamentos, ou gneros que s—
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferncia de marca, devendo a
comprova‹o de exclusividade ser feita atravŽs de atestado fornecido
pelo —rg‹o de registro do comŽrcio do local em que se realizaria a
licita‹o ou a obra ou o servio, pelo Sindicato, Federa‹o ou
Confedera‹o Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contrata‹o de servios tŽcnicos enumerados no art.
13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas
de not—ria especializa‹o, vedada a inexigibilidade para servios de
publicidade e divulga‹o;
																																																													
13
	Meirelles,	2013,	p.	309.	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	29	de	102	
III - para contrata‹o de profissional de qualquer setor art’stico,
diretamente ou atravŽs de empres‡rio exclusivo, desde que consagrado
pela cr’tica especializada ou pela opini‹o pœblica.
A primeira observa‹o que devemos fazer Ž que o rol de situa›es
apresentadas no artigo 25 Ž apenas exemplificativo. Isso quer dizer que a
inexigibilidade n‹o ocorre apenas nas trs situa›es apresentadas no artigo.
Sempre que existir a inviabilidade de competi‹o, estar‡ presente um caso de
inexigibilidade.
Agora vamos analisar cada um dos casos enumerados no artigo.
Produtor	ou	vendedor	exclusivo	
A primeira hip—tese, produtor, empresa ou representante comercial
exclusivo, Ž bem —bvia. Se s— h‡ uma pessoa dispon’vel para fornecer o
produto ou servio, seria inœtil realizar uma licita‹o.
Contudo, Meirelles destaca que se deve diferenciar a exclusividade
industrial da comercial. A primeira Ž a do produtor privativo no Pa’s;
enquanto a segunda Ž a dos vendedores e representantes na praa. Dessa
forma, quando s— h‡ um produtor, n‹o h‡ dœvida que a Administra‹o s—
poder‡ adquirir daquela empresa. Assim, a exclusividade de produtor Ž
absoluta, afastando a possibilidade de licita‹o em qualquer de suas
modalidades.
PorŽm, o conceito de exclusividade de vendedor e representante
comercial Ž relativo. Assim, o autor prop›e que a exclusividade para o convite
Ž na praa (œnico vendedor na localidade); para a tomada de preos Ž no
registro cadastral (œnico vendedor no registro cadastral); e para a
concorrncia Ž no Pa’s (œnico vendedor no Pa’s).
Serviços	técnicos	profissionais	especializados	
A situa‹o do item II Ž a mais complexa. Conforme entendimento do
Tribunal de Contas da Uni‹o (Sœmula252/2010), devem estar presentes,
simultaneamente, trs requisitos para que ocorra a inexigibilidade prevista no
inciso II do artigo 25 da Lei 8.666/1993:
¥ servio tŽcnico especializado, entre os mencionados no artigo
13 da Lei;
¥ natureza singular do servio; e
¥ not—ria especializa‹o do contratado.
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	30	de	102	
O artigo 13 disp›e sobre os servios tŽcnicos profissionais especializados
da seguinte forma:
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se servios tŽcnicos
profissionais especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos tŽcnicos, planejamentos e projetos b‡sicos ou executivos;
II - pareceres, per’cias e avalia›es em geral;
III - assessorias ou consultorias tŽcnicas e auditorias financeiras ou
tribut‡rias;
IV - fiscaliza‹o, supervis‹o ou gerenciamento de obras ou servios;
V - patroc’nio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeioamento de pessoal;
VII - restaura‹o de obras de arte e bens de valor hist—rico.
¤ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licita‹o, os
contratos para a presta‹o de servios tŽcnicos profissionais
especializados dever‹o, preferencialmente, ser celebrados mediante a
realiza‹o de concurso, com estipula‹o prŽvia de prmio ou
remunera‹o. [...]
¤ 3o A empresa de presta‹o de servios tŽcnicos especializados que
apresente rela‹o de integrantes de seu corpo tŽcnico em procedimento
licitat—rio ou como elemento de justifica‹o de dispensa ou
inexigibilidade de licita‹o, ficar‡ obrigada a garantir que os
referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os servios
objeto do contrato. (grifos nossos)
Assim, se houver possibilidade de competi‹o, o servio deve ser
contratado por concurso. De outra forma, caso preenchidos os demais
requisitos, deve-se utilizar a inexigibilidade.
A natureza singular decorre de caracter’sticas pr—prias e
espec’ficas do objeto do contrato. Isso envolve a peculiaridade da situa‹o
que motivou o contrato e a existncia de certo contratado que, em fun‹o da
qualidade e singularidade do servio, torne-se essencial para a situa‹o.
Assim, trata-se de dupla singularidade: (1) da situa‹o que motivou o
contrato; (2) dos servios prestados pelo especialista14.
Finalmente, o conceito de profissional de not—ria especializa‹o Ž
encontrado na pr—pria Lei (artigo 25, ¤1¼):
¤ 1o Considera-se de not—ria especializa‹o o profissional ou
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de
																																																													
14
	Barchet,	2008,	p.	460.	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	31	de	102	
desempenho anterior, estudos, experincias, publica›es, organiza‹o,
aparelhamento, equipe tŽcnica, ou de outros requisitos relacionados
com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho Ž essencial e
indiscutivelmente o mais adequado ˆ plena satisfa‹o do objeto
do contrato. (grifos nossos)
Dessa forma, a not—ria especializa‹o ocorre quando o trabalho do
profissional ou da empresa Ž indiscutivelmente o mais adequado para a plena
realiza‹o do objeto do contrato15.
Contratação	de	artistas	
A œltima hip—tese, tambŽm de f‡cil compreens‹o, ocorre na contrata‹o
de profissionais de qualquer setor art’stico, a exemplo dos mœsicos. Essa
contrata‹o deve ocorrer diretamente ou mediante empres‡rio
exclusivo. AlŽm disso, Ž imprescind’vel que o profissional seja consagrado
pela cr’tica especializada ou pelo pœblico em geral.
Dispensa	de	licitação	
A dispensa de licita‹o ocorre quando, apesar de existir a possibilidade
de competi‹o, o legislador tenha autorizado ou determinado que a
Administra‹o n‹o realize a licita‹o. Diferentemente da inexigibilidade, as
hip—teses de dispensa est‹o taxativamente previstas em lei. Dessa forma, a
Administra‹o n‹o pode ampliar discricionariamente as hip—teses de dispensa.
A forma de contrata‹o direta por dispensa de licita‹o divide-se em
licita‹o dispensada e licita‹o dispens‡vel.
Licitação	dispensada	(vedações)	
As hip—teses em que a licita‹o Ž dispensada est‹o expressamente
previstas no artigo 17 da Lei 8.666/1993. S‹o casos em que, apesar de ser
vi‡vel a competi‹o, a Lei determina que n‹o se realize licita‹o.
Todas as situa›es de licita‹o dispensada se referem ˆ aliena‹o de bens
im—veis ou m—veis, previstas respectivamente nos incisos I e II do artigo 17.
N‹o quer dizer que todas as situa›es de aliena‹o s‹o de licita‹o
																																																													
15
	“Havendo	impossibilidade	jurídica	de	competição	e	não	sendo	o	serviço	de	natureza	singular,	de	modo	a	permitir	
a	execução	por	mais	de	um	profissional,	em	respeito	ao	princípio	da	igualdade,	o	administrador	deve	proceder	a	
pré-qualificação	dos	interessados	(art.	114)	e	implantar	sistemática	objetiva	e	imparcial	na	distribuição	dos	serviços”	
(Meirelles,	2013,	p.	312,	a	partir	da	Decisão	69/93	TCU	e	Parecer	GQ-77/95,	da	AGU).	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	32	de	102	
dispensada, mas que todos os casos de licita‹o dispensada s‹o de
aliena‹o de bens.
Inicialmente, vamos entender os casos em que se exige licita‹o para
aliena‹o de bens.
Quando se tratar de bens im—veis, para a administra‹o direta,
aut‡rquica e fundacional, exige-se:
1. autoriza‹o legislativa;
2. existncia de interesse pœblico devidamente justificado;
3. avalia‹o prŽvia;
4. licita‹o na modalidade de concorrncia, admitindo-se o leil‹o
nos casos previstos no artigo 19 da Lei (bens oriundos de da‹o em
pagamento ou procedimentos judiciais);
Para as empresas pœblicas e sociedades de economia mista n‹o se exige
autoriza‹o legislativa.
Tratando-se de bens m—veis, para todas as entidades da
Administra‹o, exige-se:
1. existncia de interesse pœblico devidamente justificado;
2. avalia‹o prŽvia;
3. licita‹o Ð neste caso a Lei n‹o especifica a modalidade. A doutrina
ensina que a modalidade decorre dos valores previstos no artigo 23
para o convite, TP e concorrncia. Ademais, Ž poss’vel utilizar o leil‹o
para m—veis cuja avalia‹o n‹o ultrapasse R$ 650 mil.
O artigo 19 da LLC disp›e que os bens im—veis da Administra‹o
Pœblica, cuja aquisi‹o haja derivado de procedimentos judiciais ou de
da‹o em pagamento, poder‹o ser alienados por ato da autoridade
competente, observadas as seguintes regras:
1. avalia‹o dos bens alien‡veis;
2. comprova‹o da necessidade ou utilidade da aliena‹o;
3. ado‹o do procedimento licitat—rio, sob a modalidade de
concorrncia ou leil‹o.
Assim, a aliena‹o de bens im—veis, quando a aquisi‹o decorrer de
da‹o em pagamento ou procedimento judicial, n‹o exige autoriza‹o
legislativa. AlŽm disso, Ž poss’vel utilizar a concorrncia ou o leil‹o.
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	33	de	102	
N‹o entraremos em detalhes nos casos de licita‹o dispensada, uma vez
que, alŽm de ser um assunto amplo e complexo, raramente Ž cobradoem
concursos, ainda mais quando a matŽria n‹o est‡ inserida no Direito
Administrativo. Assim, vamos apenas enumerar os casos.
Para a aliena‹o de bens im—veis, a licita‹o Ž dispensada nas seguintes
situa›es (art. 17, inciso I): a) da‹o em pagamento; b) doa‹o, permitida
exclusivamente para outro —rg‹o ou entidade da administra‹o pœblica; c)
permuta, por outro im—vel que atenda aos requisitos constantes do inciso X
do art. 24 (compra ou loca‹o de im—vel destinado ao atendimento das
finalidades prec’puas da administra‹o); d) investidura; e) venda a outro
—rg‹o ou entidade da administra‹o pœblica, de qualquer esfera de governo;
f) aliena‹o gratuita ou onerosa, aforamento, concess‹o de direito
real de uso, loca‹o ou permiss‹o de uso de bens im—veis residenciais
constru’dos, destinados ou efetivamente utilizados no ‰mbito de programas
habitacionais ou de regulariza‹o fundi‡ria de interesse social; g)
procedimentos de legitima‹o de posse de que trata o art. 29 da Lei no
6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e delibera‹o dos
—rg‹os da Administra‹o Pœblica em cuja competncia legal inclua-se tal
atribui‹o; h) aliena‹o gratuita ou onerosa, aforamento, concess‹o de
direito real de uso, loca‹o ou permiss‹o de uso de bens im—veis de
uso comercial de ‰mbito local com ‡rea de atŽ 250 m² (duzentos e cinquenta
metros quadrados) e inseridos no ‰mbito de programas de regulariza‹o
fundi‡ria de interesse social desenvolvidos por —rg‹os ou entidades da
administra‹o pœblica; e i) aliena‹o e concess‹o de direito real de uso,
gratuita ou onerosa, de terras pœblicas rurais da Uni‹o e do Incra,
onde incidam ocupa›es em ‡reas n‹o superiores a 2.500 ha (dois mil e
quinhentos hectares) para fins de regulariza‹o fundi‡ria, atendidos os
requisitos legais.
AlŽm desses casos, a Lei 11.195/2005 deu nova reda‹o ao ¤2¼ do artigo
17, dispondo sobre casos em que a Administra‹o poder‡ conceder t’tulo
de propriedade ou de direito real de uso de im—veis com licita‹o
dispensada.
Tratando-se de bens m—veis, os casos de licita‹o dispensada s‹o os
seguintes: a) doa‹o, permitida exclusivamente para fins e uso de
interesse social, ap—s avalia‹o de sua oportunidade e convenincia
socioecon™mica, relativamente ˆ escolha de outra forma de aliena‹o; b)
permuta, permitida exclusivamente entre —rg‹os ou entidades da
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	34	de	102	
Administra‹o Pœblica; c) venda de a›es, que poder‹o ser negociadas em
bolsa, observada a legisla‹o espec’fica; d) venda de t’tulos, na forma da
legisla‹o pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados
por —rg‹os ou entidades da Administra‹o Pœblica, em virtude de suas
finalidades; f) venda de materiais e equipamentos para outros —rg‹os
ou entidades da Administra‹o Pœblica, sem utiliza‹o previs’vel por
quem deles disp›e.
Licitação	dispensável	
As hip—teses de licita‹o dispens‡vel encontram-se taxativamente
previstas no artigo 24 da Lei de Licita›es. Maria Sylvia Zanella Di Pietro divide
as hip—teses de licita‹o dispens‡vel em quatro grupos, vejamos:
¥ em raz‹o do pequeno valor (incisos I e II do artigo 24):
o atŽ R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para obras e servios de
engenharia (10% do valor previsto no artigo 23, I, a);
o atŽ R$ 8.000,00 (oito mil reais) para compras e servios que n‹o
sejam de engenharia (10% do valor previsto no artigo 23, II, a).
Para cons—rcios pœblicos, sociedade de economia mista, empresa
pœblica e para as autarquias ou funda›es qualificadas como Agncias
Executivas, os limites acima s‹o aplicados em dobro (20%).
¥ em raz‹o da situa‹o (art. 24):
o nos casos de guerra ou grave perturba‹o da ordem (inciso III);
o nos casos de emergncia ou de calamidade pœblica, quando
caracterizada urgncia de atendimento de situa‹o que possa
ocasionar preju’zo ou comprometer a segurana de pessoas, obras,
servios, equipamentos e outros bens, pœblicos ou particulares, e
somente para os bens necess‡rios ao atendimento da situa‹o
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e servios que
possam ser conclu’das no prazo m‡ximo de 180 (cento e
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da
ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada a prorroga‹o
dos respectivos contratos (inciso IV);
o licita‹o deserta ou frustrada Ð quando n‹o acudirem interessados
ˆ licita‹o anterior e esta, justificadamente, n‹o puder ser repetida
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	35	de	102	
sem preju’zo para a Administra‹o, mantidas, neste caso, todas as
condi›es preestabelecidas (inciso V);
o quando a Uni‹o tiver que intervir no dom’nio econ™mico para
regular preos ou normalizar o abastecimento Ð por exemplo: a Uni‹o
adquire determinado bem e o coloca no mercado para baixar os
preos e normalizar o abastecimento do produto (inciso VI);
o quando as propostas apresentadas consignarem preos
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional,
ou forem incompat’veis com os fixados pelos —rg‹os oficiais
competentes (inciso VII) Ð a Administra‹o deve dar oito dias œteis
para apresenta‹o de novas propostas;
o quando houver possibilidade de comprometimento da
segurana nacional, nos casos estabelecidos em decreto do
Presidente da Repœblica, ouvido o Conselho de Defesa Nacional (inciso
IX);
o na contrata‹o de remanescente de obra, servio ou
fornecimento, em consequncia de rescis‹o contratual, desde
que atendida a ordem de classifica‹o da licita‹o anterior e aceitas
as mesmas condi›es oferecidas pelo licitante vencedor,
inclusive quanto ao preo, devidamente corrigido (inciso XI);
o para a aquisi‹o de bens ou servios nos termos de acordo
internacional espec’fico aprovado pelo Congresso Nacional,
quando as condi›es ofertadas forem manifestamente vantajosas
para o Poder Pœblico (inciso XIV);
o nas compras ou contrata›es de servios para o abastecimento de
navios, embarca›es, unidades aŽreas ou tropas e seus meios
de deslocamento quando em estada eventual de curta dura‹o em
portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por
motivo de movimenta‹o operacional ou de adestramento, quando a
exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os
prop—sitos das opera›es e desde que seu valor n‹o exceda ao limite
previsto na al’nea "a" do inciso II do art. 23 Ð R$ 80.000,00 Ð (inciso
XVIII);
o na contrata‹o da coleta, processamento e comercializa‹o de
res’duos s—lidos urbanos recicl‡veis ou reutiliz‡veis, em ‡reas
com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa›es
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	36	de	102	
ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas f’sicas
de baixa renda reconhecidas pelo poder pœblico como catadores de
materiais recicl‡veis, com o uso de equipamentos compat’veis com as
normas tŽcnicas, ambientais e de saœde pœblica (inciso XXVII); e
o para o fornecimento de bens e servios, produzidos ou prestados no
Pa’s, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
tecnol—gica e defesa nacional, mediante parecer de comiss‹o
especialmente designada pela autoridade m‡xima do —rg‹o (incisoXXVIII);
¥ em raz‹o do objeto (art. 24):
o para a compra ou loca‹o de im—vel destinado ao atendimento das
finalidades prec’puas da administra‹o, cujas necessidades de
instala‹o e localiza‹o condicionem a sua escolha, desde que
o preo seja compat’vel com o valor de mercado, segundo avalia‹o
prŽvia (inciso X);
o nas compras de hortifrutigranjeiros, p‹o e outros gneros
perec’veis, no tempo necess‡rio para a realiza‹o dos
processos licitat—rios correspondentes, realizadas diretamente
com base no preo do dia (inciso XII);
o para a aquisi‹o ou restaura‹o de obras de arte e objetos
hist—ricos, de autenticidade certificada, desde que compat’veis ou
inerentes ˆs finalidades do —rg‹o ou entidade (inciso XV);
o para a aquisi‹o de componentes ou peas de origem nacional
ou estrangeira, necess‡rios ˆ manuten‹o de equipamentos
durante o per’odo de garantia tŽcnica, junto ao fornecedor
original desses equipamentos, quando tal condi‹o de
exclusividade for indispens‡vel para a vigncia da garantia
(inciso XVII);
o para as compras de material de uso pelas Foras Armadas, com
exce‹o de materiais de uso pessoal e administrativo, quando
houver necessidade de manter a padroniza‹o requerida pela
estrutura de apoio log’stico dos meios navais, aŽreos e terrestres,
mediante parecer de comiss‹o institu’da por decreto (inciso XIX);
o para a aquisi‹o ou contrata‹o de produto para pesquisa e
desenvolvimento, limitada, no caso de obras e servios de
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	37	de	102	
engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a al’nea
ÒbÓ do inciso I do caput do art. 231617 (inciso XXI);
o na contrata‹o realizada por Institui‹o Cient’fica e
Tecnol—gica - ICT ou por agncia de fomento para a transferncia
de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de
explora‹o de cria‹o protegida (inciso XXV);
o na aquisi‹o de bens e contrata‹o de servios para atender aos
contingentes militares das Foras Singulares brasileiras
empregadas em opera›es de paz no exterior, necessariamente
justificadas quanto ao preo e ˆ escolha do fornecedor ou executante
e ratificadas pelo Comandante da Fora (inciso XXIX);
o na contrata‹o de institui‹o ou organiza‹o, pœblica ou privada, com
ou sem fins lucrativos, para a presta‹o de servios de
assistncia tŽcnica e extens‹o rural no ‰mbito do Programa
Nacional de Assistncia TŽcnica e Extens‹o Rural na
Agricultura Familiar e na Reforma Agr‡ria, institu’do por lei
federal (inciso XXX);
o na contrata‹o em que houver transferncia de tecnologia de
produtos estratŽgicos para o Sistema ònico de Saœde - SUS, no
‰mbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
elencados em ato da dire‹o nacional do SUS, inclusive por ocasi‹o
da aquisi‹o destes produtos durante as etapas de absor‹o
tecnol—gica (inciso XXXII);
¥ em raz‹o da pessoa:
o para a aquisi‹o, por pessoa jur’dica de direito pœblico interno
(Uni‹o, estados, DF, munic’pios, autarquias e funda›es pœblicas de
direito pœblico), de bens produzidos ou servios prestados por
—rg‹o ou entidade que integre a Administra‹o Pœblica e que
tenha sido criado para esse fim espec’fico em data anterior ˆ
vigncia desta Lei, desde que o preo contratado seja compat’vel
com o praticado no mercado (inciso VIII);
o na contrata‹o de institui‹o brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do
																																																													
16
	Tomada	de	preços	-	até	R$	1.500.000,00	(um	milhão	e	quinhentos	mil	reais)	-	art.	23,	I,	“b”.	
17
	 Quando	 aplicada	 a	 obras	 e	 serviços	 de	 engenharia,	 seguirá	 procedimentos	 especiais	 instituídos	 em	
regulamentação	específica.	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	38	de	102	
desenvolvimento institucional, ou de institui‹o dedicada ˆ
recupera‹o social do preso, desde que a contratada detenha
inquestion‡vel reputa‹o Žtico-profissional e n‹o tenha fins
lucrativos (inciso XIII);
o para a impress‹o dos di‡rios oficiais, de formul‡rios padronizados
de uso da administra‹o, e de edi›es tŽcnicas oficiais, bem como
para presta‹o de servios de inform‡tica a pessoa jur’dica de
direito pœblico interno, por —rg‹os ou entidades que integrem
a Administra‹o Pœblica, criados para esse fim espec’fico;
o na contrata‹o de associa‹o de portadores de deficincia
f’sica, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por —rg‹os
ou entidades da Administra‹o Pœblica, para a presta‹o de servios
ou fornecimento de m‹o-de-obra, desde que o preo contratado seja
compat’vel com o praticado no mercado (inciso XX) Ð exemplo:
Apae18;
o na contrata‹o de fornecimento ou suprimento de energia
elŽtrica e g‡s natural com concession‡rio, permission‡rio ou
autorizado (inciso XXII);
o na contrata‹o realizada por empresa pœblica ou sociedade de
economia mista com suas subsidi‡rias e controladas, para a
aquisi‹o ou aliena‹o de bens, presta‹o ou obten‹o de servios,
desde que o preo contratado seja compat’vel com o praticado no
mercado (inciso XXIII);
o para a celebra‹o de contratos de presta‹o de servios com as
organiza›es sociais, qualificadas no ‰mbito das respectivas
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gest‹o (inciso XXIV); e
o na celebra‹o de contrato de programa com ente da Federa‹o
ou com entidade de sua administra‹o indireta, para a presta‹o
de servios pœblicos de forma associada nos termos do autorizado em
contrato de cons—rcio pœblico ou em convnio de coopera‹o
(inciso XXVI);
o na contrata‹o de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementa‹o de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso ˆ
																																																													
18
	Exemplo	apresentado	na	obra	de	Borges	e	Bernardes,	2008,	p.	156.	
No›es de Direito Administrativo p/ DETRAN-MA
Analista e Assistente de Tr‰nsito
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert Almeida Ð Aula 6
	 	
Prof.	Herbert	Almeida																www.estrategiaconcursos.com.br															Página	39	de	102	
‡gua para consumo humano e produ‹o de alimentos, para beneficiar
as fam’lias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular
de ‡gua (XXXIII);
o para a aquisi‹o por pessoa jur’dica de direito pœblico interno de
insumos estratŽgicos para a saœde produzidos ou distribu’dos por
funda‹o que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade
apoiar —rg‹o da administra‹o pœblica direta, sua autarquia ou
funda‹o em projetos de ensino, pesquisa, extens‹o,
desenvolvimento institucional, cient’fico e tecnol—gico e est’mulo ˆ
inova‹o, inclusive na gest‹o administrativa e financeira necess‡ria ˆ
execu‹o desses projetos, ou em parcerias que envolvam
transferncia de tecnologia de produtos estratŽgicos para o Sistema
ònico de Saœde Ð SUS, e que tenha sido criada para esse fim
espec’fico em data anterior ˆ vigncia da Lei 8.666/1993, desde que
o preo contratado seja compat’vel com o praticado no mercado
(XXXIV);
o para a constru‹o, a amplia‹o, a reforma e o aprimoramento de
estabelecimentos penais, desde que configurada situa‹o de grave e
iminente risco ˆ segurana pœblica (XXXV).
 
18. (Cespe – Administrador/DPF/2014) A dispensa de licitação é prevista em caso 
de inviabilidade de competição,

Continue navegando