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Saneamento Básico Rev 01

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23/11/2016 
1 
Saneamento Básico 
1 
Recursos Hídricos 
Visão Global 
• Durante séculos a água foi considerada um bem público de 
quantidade infinita, à disposição do homem por se tratar de um recurso 
natural auto-sustentável pela sua Capacidade de autodepuração. 
Porém, o crescimento das Cidades aumentou de tal forma a quantidade 
de esgotos lançados nos córregos, rios, represas e lagos próximos às 
aglomerações, que a capacidade de autodepuração desses corpos 
receptores foi superada pela carga poluidora dos efluentes. 
• Atualmente, estima-se que um terço da população da Terra viva em 
áreas com escassez de água por Causa da degradação ou por se tratar 
de regiões áridas e semi-áridas, como as regiões metropolitanas e as 
áreas ao norte da África e do Oriente Médio, respectivamente. Como 
agravante, esses locais possuem alta densidade demográfica; estima-
se que em 2025 dois terços da população do planeta vão habitar essas 
regiões (ONU 1998). 
2 
23/11/2016 
2 
Recursos Hídricos 
Visão Global 
• A escassez e a poluição dos recursos hídricos têm conseqüências 
sociais, econômicas e ambientais, uma vez que: 
• Comprometem o equilíbrio dos ecossistemas, dificultando a 
conservação da flora e da fauna e a diluição de efluentes 
• Provocam doenças por causa da má qualidade ou pela falta de água 
em quantidade suficiente para as necessidades mínimas; 
• Impedem o desenvolvimento socioeconômico, ao prejudicar as 
atividades de recreação e pesca e as propostas paisagísticas, o 
desenvolvimento industrial ao dificultar a geração de energia elétrica, 
produção de alimentos, navegação e turismo, e o desenvolvimento da 
agricultura, ao dificultar a produção de cereais, frutas e hortaliças. 
3 
Recursos Hídricos 
Visão Global 
• Essas situações têm provocado conflitos regionais, como os 
ocorridos entre a Turquia e lraque pelas águas do rio Eufrates; entre 
Síria, Israel e Jordânia pelas águas do rio Jordão e mananciais das 
colinas de Golã; entre Brasil Argentina e Paraguai pelas águas do rio 
Paraná, para geração de energia elétrica. 
• Por causa desses conflitos a água tem sido chamada de ouro azul do 
terceiro milênio pelo valor econômico que lhe é atribuído. 
• A quantidade total dc água do planeta Terra é constante, variando 
apenas de estado físico e a forma como é encontrada na natureza. 
Cerca de 75% da superfície do planeta é constituída de água. Dessa 
proporção, cerca de 97% é salgada e está situada nos oceanos e mares. 
Outros 2,7% estão em forma de geleiras, neve, Vapor atmosférico e em 
profundidades inacessíveis, restando 0,3% disponível para 
aproveitamento. 
4 
23/11/2016 
3 
Recursos Hídricos 
Visão Global 
• Para consumo humano são utilizados 8% do disponível. Já para 
agricultura e indústrias são consumidos respectivamente 70 e 22%, em 
média. 
• Em situações extremas essas proporções podem chegar a 1% para 
consumo humano e 99% para agricultura, em países como Madagascar 
na África, Afeganistão na Ásia e Guiana na América do Sul. 
• Por outro lado, em países industrializados, como a Finlândia, o 
consumo nas indústrias é de 85%, na agricultura 3% e 12% para 
consumo humano (ONU 1998). Como fator agravante a quantidade 
disponível está distribuída de forma extremamente desigual. Somente 
três países possuem cerca de 60% dessa quantidade: Brasil, China e 
Rússia. 
5 
Recursos Hídricos 
Visão Global 
• Representação esquemática do ciclo hidrológico. 
6 
23/11/2016 
4 
Recursos Hídricos 
Visão Global 
• Considerando que o volume de água disponível nos rios, lagos e no 
subsolo seja de 44.800 km3 e a população do planeta de 6,60 bilhões de 
pessoas, a disponibilidade para cada pessoa é de 591 m3 de água. Com 
consumo médio de 100 litros/habitante/dia, cada pessoa teria água 
suficiente para se abastecer por dezessete anos. Supondo uma 
expectativa de vida de setenta anos, pode-se concluir que uma mesma 
pessoa irá fazer uso da mesma água quatro vezes. Fica evidente, por 
esse cálculo expedito, a necessidade de tratamento dos efluentes. 
Estima-se que o consumo per capita de água no mundo na década de 
1940 era em torno de 400 m3/habitante/ano. Já na década de 1990, esse 
valor subiu para 800 m3/habitante/ano (BID 1992). 
7 
Recursos Hídricos 
Visão Global 
• Em algumas regiões do planeta, entretanto, houve redução no 
consumo doméstico, Como ocorreu na França em 1974 e 1975, e ao 
longo da década de 1990. Nos dois primeiros casos a causa mais 
provável foi a crise econômica daqueles anos. Já na década de 1990, as 
causas encontradas foram outras. Entre elas destacam-se a eliminação 
de desperdícios nas residências, a modernização dos aparelhos 
sanitários e o desenvolvimento de tecnologia que possibilita menor 
consumo de água pelos equipamentos domésticos como as máquinas 
de lavar louça e roupa. 
• O aumento da expectativa de vida da população também pode ser 
considerado outro fator indutor da redução do consumo de água, uma 
vez que as pessoas mais velhas, em geral tomam mais cuidados e 
evitam desperdícios. 
8 
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5 
Recursos Hídricos 
Visão Global 
• Nos países europeus e nos Estados Unidos as legislações ambientais, 
com inclusão dc cobrança por volume dc água captada e por carga 
poluidora lançada nos cursos d'água, provocaram aumento da tarifa e, 
possivelmente, afetaram o consumo (Barbier e Cambon-Grau 2000). 
• O consumo médio de cidades com população em torno de 100 mil 
habitantes, operadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado 
de São Paulo (SABESP), em 1990, foi de 19,54 m3/economia/mês e em 
2000 foi de 13,54 m3/economia/mês. Várias razões podem ter 
contribuído para essa queda do consumo. Nesse período, enquanto a 
variação da tarifa teve tendência crescente, a do salário mínimo foi 
decrescente. Houve aumento do desemprego e perda do poder 
aquisitivo dos assalariados. As campanhas feitas para uso racional da 
água com instalação de equipamentos econômicos em universidades, 
escolas e restaurantes também podem ter contribuído para essa 
redução (Martins 2001). 
9 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
• O Brasil possui cerca de 11,6% da água doce disponível nos 
mananciais superficiais do planeta. Essa quantidade, no entanto, está 
distribuída de forma muito heterogênea, conforme mostra a Tabela 
seguir. A Região Sudeste, com 42,65% da população do país, possui 
apenas 6% dos recursos hídricos, enquanto que a Região Norte, com 
cerca de 6,98 % da população, possui 68,50% dos recursos hídricos. A 
Região Nordeste é a que possui a menor proporção dos recursos 
hídricos no Brasil Nela está localizada a região semi-árida brasileira que 
padece de falta de água nos períodos de estiagem, que se estende por 
dez a onze meses no ano. O semi-árido atinge todos os estados do 
Nordeste, inclusive o norte de Minas Gerais, representa 13% do Brasil e 
abriga 63% da população nordestina. Além da baixa precipitação, a 
região possui alta evaporação e salinização da água, por causa do alto 
teor de sódio do solo, tornando a água imprópria para Consumo 
humano (ECOFORÇA 2001) 
• . 
• 
10 
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6 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
O Ciclo Urbano da Água e a Poluição Difusa 
11 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
• Distribuição dos Recursos hídricos, superfície e população do Brasil, 
por Região, em porcentagem em relação ao total do país 
 
12 
Região 
Recursos 
Hídricos (%) 
Superfície 
(%) 
População 
(%) 
Norte 68,50 45,30 6,98 
Centro-Oeste 15,70 18,80 6,41 
Sul 6,50 6,80 15,05 
Sudeste 6,00 10,80 42,65Nordeste 3,30 18,30 28,91 
Total 100,00 100,00 100,00 
23/11/2016 
7 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
As regiões metropolitanas do Nordeste já passam por situações de grande 
escassez, tendo que buscar água em bacias hidrográficas Vizinhas, como 
ocorre no Recife, cuja água para abastecimento é proveniente do Sistema 
Tapacurá. Em Natal, 35% do abastecimento é feito com água da lagoa 
Extremoz, distante quinze quilômetros da área urbana, sendo o restante 
proveniente de manancial subterrâneo. 
Mesmo nas regiões com disponibilidade de água, as regiões metropolitanas 
Vêm enfrentando problemas de escassez, devido à poluição dos mananciais 
próximos às áreas urbanas. Para abastecimento da região metropolitana de 
São Paulo, cerca de metade da água é captada a cinqüenta quilômetros da 
área urbana, no Sistema Cantareira. O mesmo ocorre na região 
metropolitana de Florianópolis, onde 80% da água é captada no Sistema 
Cubatão/Pilões, a cerca de trinta quilômetros da área urbana. 
13 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
Para evitar o desperdício de água e conservar os mananciais, desde 1934 o 
Brasil possui uma legislação para regulamentação do uso dos recursos 
hídricos, baseada no Decreto Federal n. 24.643, conhecido como Código de 
Águas. Esse código já previa a cobrança pelo uso da água conforme a carga 
poluidora e contemplava vários princípios estabelecidos na Lei n. 9.433 de 
08.01.1997, que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos. 
Em Virtude da sensação de fartura, entretanto, o Código de Águas nunca foi 
colocado em prática. As políticas voltadas para a preservação dos recursos 
hídricos, já implementadas nos países desenvolvidos, são baseadas nos 
princípios de crime ambiental para os casos de poluição poluidor-
pagador e consumidor-pagador. 
Princípios recepcionados, também, na Política Nacional de 
Recursos Hídricos – Lei 9.433 de 1997 
 
14 
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8 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
• A cobrança do uso dos recursos hídricos tem por objetivo 
principal reconhecer a água como um bem econômico e dar ao 
usuário uma indicação do seu valor real incentivar a 
racionalização do uso, bem como obter recursos financeiros 
para o financiamento de programas de recuperação e 
conservação dos recursos hídricos (Thame 2000). 
• Os valores a serem cobrados serão função do volume retirado 
e de seu regime de variação no caso das derivações, captações 
e extrações de água. 
• já para os esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, 
além do volume lançado e seu regime de variação, deverão ser 
observadas as características físico-químicas, biológicas e de 
toxicidade. 
15 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
• A utilização da água para abastecimento da população deve ter 
prioridade sobre os demais usos dos recursos hídricos. 
• Do ponto de vista operacional o abastecimento de água pode ser 
considerado um processo que faz parte do Ciclo do Abastecimento de 
Água e Esgotamento Sanitário mostrado na Figura 2. 
• Esse ciclo compreende um conjunto de atividades inter-relacionadas 
que têm início na Gestão dos Recursos Hídricos para preservação dos 
mananciais. A água bruta captada é transportada até a Estação de 
Tratamento de Água (ETA) por uma Adutora de Água Bruta (AAB). 
Após o processo de tratamento, a água é transportada, por meio de 
tubulação denominada Adutora de Água Tratada (AAT), até os 
reservatórios localizados em pontos estratégicos do sistema de 
abastecimento. 
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9 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
• A partir desses reservatórios ocorre a distribuição da água tratada por 
meio de tubulações que formam verdadeiras redes. Para operação 
eficiente do sistema de distribuição, as redes são divididas em Zonas 
de pressão. 
• Cada zona de pressão é constituída por equipamentos especiais que 
permitem a operação do sistema de abastecimento de maneira 
independente, mantendo as pressões mínimas necessárias para que a 
água chegue até as moradias. 
• Estima-se que 80% da água de abastecimento que chega nas 
moradias retorne como esgotos provenientes das instalações 
sanitárias, banheiros, cozinhas e lavanderias em geral. Esses esgotos 
são recolhidos por meio de redes coletoras e afastados das áreas 
urbanas por tubulações de maior porte, chamadas interceptores, e 
também por caminhão do tipo limpa fossa ou outros meios até as 
Estações de Tratamento de Esgotos (ETE). 
 
17 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
• A ETE é constituída por equipamentos que possibilitam transformar 
os esgotos em efluentes: 
– Líquidos, podem ser reutilizados em diversas aplicações 
– Sólidos denominados biossólidos, que podem ser aplicados como 
fertilizante ou condicionados do solo, na agricultura; 
– Gasosos, denominados biogás que podem ser utilizados na geração de 
energia; 
 
• A disposição do efluente líquido tratado nos cursos de água ou no 
solo constitui a última etapa desse ciclo, em que o manancial recebe 
de volta a água, que dele foi retirada, em condições diferentes. 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
19 
Fig. 2 
Recursos Hídricos 
Recursos Hídricos no Brasil 
 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
• O processo de produção de água tratada constitui a primeira etapa do Ciclo do 
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário. O insumo é a água bruta e o 
produto gerado é a água tratada pronta para consumo humano. O 
processament0, no entanto, passa por diversas etapas, aqui denominadas: 
Gestão dos Recursos Hídricos, Adução de Água Bruta, Tratamento de Água Bruta, 
Adução de Água Tratada e Reservação de Água Tratada. Cada uma dessas etapas, 
por sua vez, possui componentes, conforme relatado a seguir. 
Gestão de Recursos Hídricos 
A gestão de recursos hídricos faz parte do sistema de gestão ambiental, constituindo 
um conjunto de ações que objetivam a adoção de medidas preventivas e corretivas 
relacionadas a impactos prejudiciais ao meio ambiente. É um processo que inclui 
monitoramento e controle das fontes de poluição e da qualidade da água dos 
mananciais, propondo soluções preventivas e corretivas para a conservação das 
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, tendo em vista a 
proteção da saúde do homem e dos ecossistemas. 
22 
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12 
Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Gestão de Recursos Hídricos 
Além disso, a gestão de recursos hídricos procura propiciar o desenvolvimento de 
atividades sociais e econômicas em perfeito equilíbrio com a natureza, assumindo 
atitudes proativas e criativas em relação ao meio ambiente e não se restringindo 
somente ao atendimento à legislação. 
Os principais poluentes dos recursos hídricos são os efluentes domésticos e 
industriais lançados sem tratamento adequado, as chuvas com impurezas da 
atmosfera ou do solo, o lixo urbano jogado nas vias públicas, os pesticidas e 
fertilizantes utilizados na agricultura, os detergentes utilizados para remoção de 
gorduras e os materiais provenientes de erosão causada por desmatamento. Esses 
poluentes provocam consumo do oxigênio dissolvido na água, eutrofização e 
contaminação por microrganismos patogênicos. 
Quando se consegue determinar o local de lançamento dos efluentes diz-se que a 
fonte é localizada equando não se consegue diz-se que ela é difusa. Exemplos de 
poluição difusa são as águas provenientes das chuvas que escoam ou se infiltram no 
solo, encaminhando-se posteriormente para os cursos d’água, e os esgotos 
clandestinos Lançados nos cursos d'água. 
 
 
23 
Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Gestão de Recursos Hídricos 
• As soluções propostas para a conservação e recuperação das condições 
naturais do meio ambiente são: implantação de sistemas de 
esgotamento sanitário, coleta e destino adequado do lixo, controle de 
fertilizantes e pesticidas, regulação do uso do solo e modificação dos 
processos industriais poluidores. 
• Para colocar em prática essas medidas, no entanto, é preciso que as 
ações segam planejadas de forma integrada entre as diversas instituições 
do governo e da sociedade, como Comitê de Bacia, Consórcio 
Intermunicipal, Secretarias Municipais e Estaduais do Meio Ambiente, da 
Educação, de Recursos Hídricos Saneamento e Obras, Polícia Florestal, 
Organizações Não-Governamentais (ONG) e representantes das 
comunidades. 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Gestão de Recursos Hídricos 
• Para suporte a essas ações há uma série de instrumentos legais, por 
exemplo, o Plano Diretor Municipal, a Lei de Proteção de Mananciais, o 
Código Florestai a Lei de Crimes Ambientais, as Políticas de Recursos 
Hídricos, e a Política Nacional de Educação Ambiental 
• Esses instrumentos permitem a fiscalização, de maneira integrada, e o 
controle de atividades intervenientes no meio ambiente que possam 
provocar problemas relacionados ao uso e à ocupação do solo, bem 
como ações de autuação, embargos e aplicação de sanções penais e 
administrativas aos infratores. 
25 
Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• A captação pode ser feita em mananciais de: 
– águas superficiais, 
– subterrâneas ou 
– meteóricas. 
• Manancial superficial 
Os mananciais superficiais podem ser córregos, rios, lagos, represas e todos os meios 
de captação contenção de águas pluviais. 
Dependendo da Cota do manancial superficial a Captação pode ser feita com simples 
tomada de água em barragem de elevação de nível, ou por meio de bombeamento 
da água a partir de poços de sucção ou flutuadores dispostos na superfície da água. 
A água captada em mananciais superficiais passa por grades para retenção do 
material grosseiro, como folhas e pedaços de madeira e animais (ABNT 1990b). 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• Manancial subterrâneo 
• O manancial subterrâneo constitui importante reserva estratégica para 
suprimento de água. Geralmente essa água não precisa de tratamento 
para consumo, devido ao processo natural de filtragem do subsolo. 
Incluem os poços rasos e profundos, as nascentes e as galerias de 
infiltração. As camadas subterrâneas, que podem conter água, são 
Chamadas de aqüíferos, sendo formações geológicas com poros ou 
espaços abertos (fraturas ou fissuras) em seu interior. 
• A parte superior do aqüífero, que está sob pressão atmosférica como em 
um reservatório ao ar livre, chama-se lençol freático ou aqüífero livre. A 
água pode ser extraída por meio de poços rasos, com até vinte metros de 
profundidade. Essa camada de água possui nível móvel em função dos 
períodos de estiagem (nível baixo) ou de chuva (nível alto) (FUNASA l999). 
27 
Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• Manancial subterrâneo 
• Quando o aqüífero está localizado entre duas camadas impermeáveis, 
como a argila, diz-se que ele está confinado ou em condições artesianas. 
Esse aqüífero é denominado artesiano e a sua pressão é superior à 
atmosférica. 
• A extração da água se dá por meio da perfuração de poço tubular 
profundo, com profundidades variáveis, dependendo das localidades. 
• Quando a perfuração atinge a camada artesiana, a água se eleva até o 
nível do topo do aqüífero, muitas vezes acima da superfície do solo, 
conforme figura a seguir. 
28 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
 
29 
Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• Manancial subterrâneo 
• O solo pode ser formado por rochas sedimentares, ígneas ou 
metamórficas. 
• As sedimentares constituem os melhores aqüíferos, armazenam cerca de 
95% das águas subterrâneas da crosta terrestre, embora correspondam 
somente a 5 % da crosta. 
• Calcário, arenito e folhelho são exemplos de rochas sedimentares. O 
calcário não é muito poroso, mas possui fraturas e fissuras que permitem 
penetração da água, formando redes de canais que fornecem grandes 
quantidades de água aos poços. 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• Manancial subterrâneo 
• Os arenitos são sedimentos consolidados que resultam do depósito de 
areia em ambiente subaquático, quando fraturado e parcialmente 
cimentados formam excelentes aqüíferos. 
• Os folhelhos são sedimentos consolidados que resultam do depósito de 
argila em ambiente subaquático, não constituem aqüíferos, mas podem 
fornecer água desde. que possuam fraturas ou fissuras (Johnson 1978). 
• O granito, que permite a passagem da água através das fraturas e 
fissuras e o basalto, que possui interstícios provocados pela saída de 
gases da lava na sua formação, são exemplos de rochas ígneas. 
31 
Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• Manancial subterrâneo 
• O mármore é um exemplo de rocha metamórfica, que quando fraturado 
constitui sistemas dc canais e cavernas que armazenam a água. 
• Os aqüíferos não respeitam limites geográficos, espalhando-se por 
diversos países e por isso envolvem uma série de questões de solução 
complexa, como o controle da poluição, que passa a exigir normas 
internacionais. O aqüífero Guaraní é um exemplo de reserva de água 
utilizada pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Possui uma área 
equivalente a soma das áreas de Espanha, França e Inglaterra (1,2 
milhões de km2) e constitui um recurso natural estratégico de água 
potável para o Mercosul. 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• Poço raso ou freático 
• Na construção do poço raso ou freático devem-se tomar medidas para evitar a 
extração de água contaminada. A distância mínima entre o poço e a fossa, 
do tipo seca, deve ser de quinze metros. Em relação a outros focos de 
contaminação como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de 
infiltração e outros, que possam comprometer o lençol de água que alimenta o 
poço, a distância mínima deve ser de 45 metros 
• O poço deve ser devidamente protegido contra infiltração e escoamento de 
águas da superfície e entrada de objetos contaminados. 
• Após a construção, a água deve ser desinfetada antes de ser consumida. Os 
desinfetantes mais utilizados são hipoclorito de cálcio, cloreto de cal e hipoclorito 
de sódio (água sanitária) (FUNASA 1999). 
33 
Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• Poço tubular profundo 
• A profundidade do poço tubular profundo depende do aqüífero e 
normalmentevaria de sessenta a trezentos metros. O diâmetro Varia de 
150 a 200 mm e é determinado em função da Vazão a ser extraída 
(FUNASA 1999). 
• A perfuração é feita com utilização de equipamento denominado 
perfuratriz rotativa ou de percussã0. A rotativa é utilizada para solos 
sedimentares e rocha branda. A de percussão é utilizada para rocha mais 
dura. 
• Dependendo do tipo de solo, o poço pode ser revestido com tubos de 
aço ou cloreto de polivinil - PVC, para evitar desmoronamento ou conta- 
minaçã0. Pode ainda ser equipado com filtros e às Vezes pré-filtros, na 
entrada da água do aqüífero para o poço. 
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Recursos Hídricos 
Ciclo de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário 
Produção de Água Tratada 
Captação 
• Poço tubular profundo 
• As características principais do poço tubular profundo são: vazão, nível 
estático (nível da água no poço sem bombeamento), nível dinâmico 
(nível durante o bombeamento), profundidade de instalação da bomba 
(normalmente dez metros abaixo do nível dinâmico) (FUNASA l999, ABNT 
1990d). 
• Galeria de infiltração 
• As galerias de infiltração geralmente são localizadas nos fundos de vales. 
A captação se dá por meio de tubos perfurados protegidos por camadas 
de areia e pedra por onde a água passa antes de chegar aos tubos 
coletores. A água captada é conduzida para poços onde se acumula e é 
posteriormente retirada para uso. 
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Captação 
• Meteórica 
• As águas meteóricas são provenientes da chuva, neve ou granizo. A 
captação se dá por meio de calhas e tubulações instaladas nos telhados e 
conectadas a cisternas feitas de tambor, alvenaria, plástico ou cimento. 
As primeiras águas servem para lavagem do telhado e em seguida são 
coleta- das nas cisternas. 
• São utilizadas em localidades de grande escassez, principalmente para 
abastecimento doméstico, depois de cloradas, para garantia de 
potabilidade. 
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• Adução 
• O transporte da água da captação até a estação de tratamento e desta 
até os reservatórios é feito por adutoras de água bruta e adutoras de 
água tratada, respectivamente. 
• As adutoras podem operar como condutos livres ou forçados. São 
Condutos livres quando operam por gravidade e a água ocupa apenas 
parte da seção do escoamento, e apresenta assim superfície livre sujeita 
à pressão atmosférica. Os condutos livres podem ser abertos (canal) ou 
fechados. Já os condutos forçados são aqueles em que a água ocupa 
toda a seção de escoamento, com pressão diferente da atmosférica, 
podendo ser por recalque (bombeament0), no sentido ascendente, ou 
por gravidade, no sentido descendente. 
• As adutoras de água bruta possuem dispositivos de inspeção para 
introdução e retirada de equipamentos de limpeza. 
 
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Adução 
• Cuidados especiais devem ser tomados na travessia de rodovias, ferrovias, 
oleodutos, avenidas, rios e córregos. Quando utilizam áreas particulares e 
públicas são previstas faixas de servidão para proteção das adutoras, com largura 
Variando de dois a quatro metros, geralmente para tubulações com diâmetros de 
400 mm a 1500 mm 
• Os materiais mais utilizados para diâmetros até 400 mm são ferro fundido, PVC e 
aço. Para diâmetros maiores são utilizados tubos de aço com paredes de no 
mínimo 1/4”. Esses materiais devem resistir à pressão interna da água, quando 
for conduto forçado, bem como à pressão do vácuo e às cargas externas. 
• Nos pontos baixos as adutoras possuem Válvulas para drenagem da água em 
caso de manutenção. Nos pontos altos, onde ocorre mudança de declividade, as 
adutoras possuem ventosas para a eliminação de ar que pode reduzir a Vazão de 
água aduzida ou mesmo impedir a sua passagem (ABNT 1990a). 
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• A água não é encontrada pura na natureza. Ao cair na forma de chuva já 
incorpora impurezas da atmosfera e no escoamento carreia substâncias 
que alteram ainda mais a sua qualidade. Algumas substâncias são 
dissolvidas na água e outras ficam em suspensão. Antes do consumo, 
portanto, a água precisa passar por um processo de adequação das suas 
características aos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria 
1.469/00 do Ministério da Saúde, que alterou a Portaria 36/90. 
• Para atingir os padrões de potabilidade são utilizados vários processos 
que dependem da qualidade e da quantidade da água a ser tratada, bem 
como das circunstâncias em que se fará o uso da água. 
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• Fervura 
• Pequenas quantidades a serem consumidas para beber e preparar ali- 
mentos podem ser tratadas por meio da fervura. Esse tipo de tratamento 
é recomendado em casos de surtos epidêmicos ou situações de 
emergência, em localidades onde a água distribuída não tiver a garantia 
de potabilidade. 
• Quando fervida a água passa a ter sabor desagradável porque perde o ar 
dissolvido nela. Antes de ser bebida, portanto, ela pode ser colocada em 
contato com o ar, afim de retomar o sabor. 
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• Sedimentação simples 
• Consiste em deixar a água em repouso por um período para que as 
partículas em suspensão sejam depositada no fundo do recipiente por 
efeito da gravidade. Na sedimentação as partículas podem arrastar 
também microrganismos presentes na água. 
• Essa técnica foi utilizada até o início do século XVII quando foi 
substituída pela filtração primeiramente como forma de proteção da 
saúde de soldados (Rosen 1994). 
• Nas captações a técnica da sedimentação é utilizada para retirar areia da 
água, a fim de proteger tubulação e bombas de desgastes e obstruções. 
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• Filtração Lenta 
• A filtração lenta foi utilizada pela primeira vez em 1829, para trata- 
mento da água do sistema de abastecimento de Londres, que era 
captada no rio Tâmisa. Consiste em fazer a água passar por camadas de 
areia e cascalho sobrepostas, com cerca de um metro de espessura na 
camada de areia e meio metro na camada de cascalho na parte inferior. 
• Na superfície do leito de areia é formada uma camada gelatinosa pela 
ação das bactérias nos grãos da areia. Essa camada gelatinosa, por 
adsorção retém os microrganismos presentes na água. Já as partículas 
maiores são retidas nos interstícios e nas superfícies dos grãos de areia, 
por sedimentação. 
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• Aeração 
• A água no seu estado natural é formada pela combinação de oxigênio e 
hidrogênio. Ela pode, no entanto, apresentar gases dissolvidos como 
nitrogênio, gás carbônico (C02), gás sulfídrico (H2S) e o próprio 
oxigênio(02), por exemplo. 
• As águas com elevado teor de CO2 são ácidas e corrosivas. As que 
possuem H2S são prejudiciais à saúde humana. Já as águas com elevado 
teor de ferro (Fe) apresentam coloração avermelhada e, quando 
utilizadas para lavar roupas podem provocar manchas. 
• Além desses problemas, as águas com essas características possuemgosto desagradável 
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Aeração 
• O processo de aeração consiste em fazer a água entrar em contato com o 
oxigênio da atmosfera, por qualquer meio disponível afim de provocar a 
troca de gases e substâncias voláteis com o ar, introduzindo oxigênio na 
água. Especificamente para a redução de teores de ferro, a aeração deve 
ser seguida de precipitação. A forma mais utilizada para aeração é a 
queda da água em cascata, por período que variam de um a dois 
segundos. 
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Radiação ultravioleta 
• A primeira vez que se observou o poder desinfetante da luz solar foi em 
1877. Constatou-se que as radiações de ondas curtas tinham poder de 
destruir os microrganismos. Atualmente, sabe-se que as ondas com 
comprimento em torno dc 265 nm (1 nm = 10-9 m) são as que apresentam 
maior eficiência germicida (Snicker et al 2000). 
• Em 1910 foi construído o primeiro sistema de desinfecção por ultravioleta 
(uv) em escala industrial em Marselha na França. Essa tecnologia, 
entretanto, não teve boa aceitação por causa da complexidade do sistema 
e do baixo Custo do cloro que também passou a ser aplicado na água para 
desinfecção (Snicker et al. 2000). 
• O interesse pelo processo foi retomado na década de 1950. Em 1990 havia 
aproximadamente 2 mil instalações de sistemas de abastecimento de água 
usando irradiação UV, nos países europeus. 
 
 
 
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Irradiação ultravioleta 
• O processo consiste em fazer incidir sobre uma película de água a energia 
eletromagnética emitida pela luz ultravioleta. Para boa eficiência, a água deve 
estar livre de partículas em suspensão ou material orgânico e inorgânico como 
compostos fenólicos, ácidos húmicos e ferro. Por isso, geralmente a água precisa 
passar por um pré-tratamento. 
As aplicações são voltadas especialmente para: 
• Combate a bactérias em águas subterrâneas, como a Escherichiacoli e as 
aeromonas; 
• Aplicação após filtração com uso de carvão ativado; 
• Substituição da pós-cloração 
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Ozônio 
• A capacidade desinfetante do ozónio foi detectada em l886. Em 1891 
foram realizados testes na estação de tratamento de água de 
Martinikenfelde, na Alemanha, que comprovaram a destruição de 
bactérias com aplicação dessa substância. Na Holanda, em 1893, 
começou a aplicação em larga escala e na França, em 1897, foi 
constituída a Compagnie des Eaux et de l’Ozone (Langlais et al. 1991 ). 
• Durante a Primeira Guerra Mundial as pesquisas de gases venenosos 
levaram ao desenvolvimento do cloro inexpansivo, o que possibilitou 
o uso dessa substância como desinfetante. Como o cloro era mais 
barato, passou a ser utilizado amplamente, inibindo o 
desenvolvimento do ozônio 
• Além de desinfetante o ozônio reduz odor e sabor, sendo utilizado 
também na oxidação do ferro e do manganês para eliminação da cor. 
Em meados dc 1960 observou-se o poder de coagulação do ozônio. 
Ele passou então a ser utilizado para controle de turbidez. 
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Membrana filtrante 
• O processo de separação por membranas consiste em fazer a água 
passar por uma membrana mediante a aplicação de pressão externa 
ou potencial elétric0. É um processo físico. Não ocorrem reações 
químicas ou biológicas. 
• O interesse inicial da utilização da membrana foi para dessalinização 
da água do mar, no início da década de I960, com aplicação da técnica 
da osmose reversa. Essa técnica consiste em fazer a água passar pela 
membrana mediante a diferença de densidade existente entre duas 
soluções aquosas (Hillis e Ennerdale 2001). 
• Na década de 1980 foram desenvolvidas técnicas, com uso de 
membranas com poros um pouco maiores, denominadas 
nanoñltraçà0. Nessa época, essa tecnologia foi utilizada para remoção 
de dureza em águas subterrâneas na Flórida, nos Estados Unidos, e 
para remoção de cor de águas provenientes de regiões de turfa na 
Noruega (Sorgini e Ashe 2001). 
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Membrana filtrante 
• O aumento da utilização da membrana filtrante se deu no início da 
década de 1990, com o desenvolvimento da membrana de separaçã0 
de partículas. Dependendo do tamanho dos poros dessas membranas 
elas podem ser de microfiltração (MF - 0,1 a ,2 μm) e ultrafiltração (UF 
- l3,2 a 18,1 nm) (Schneider e Tsutiya 2001). 
• Outra forma de aplicação das membranas filtrantes é a eletrodiálise. 
Nesse caso, a força motriz do processo de separação é a corrente 
elétrica. A purificação da água ocorre pela remoção de contaminantes 
iônicos. 
• As membranas filtrantes removem material particulado e coloidal 
assim como contaminantes: 
• Biológicos: Protozoários (Cryptosporindium, Giardia, 
Microsporindium), algas, bactérias e vírus. 
• Abióticos: turbidez, óxido de ferro e manganês, particulados, sílica 
particulada, etc 
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Membrana filtrante 
• As membranas filtrantes têm substituído sistemas Convencionais de 
tratamento nos países desenvolvidos, tendo em vista os limites mais 
rígidos estabelecidos pela legislação, quanto à presença de 
patógenos e de contaminantes químicos na água de abastecimento. 
• O maior problema do sistema de separação por membrana é a 
redução da vazão de entrada, em torno de 30%, causada pelos sólidos 
removidos. 
• Nos projetos essa redução precisa ser considerada. 
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PFOCESSO CONVENCIONAL 
• O processo convencional de tratamento da água bruta que ocorre em uma ETA é 
ilustrado na Figura a seguir: 
 
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PFOCESSO CONVENCIONAL 
• O processo convencional de tratamento e os tipos e dosagens de produtos 
químicos são definidos a partir da análise da água bruta feita em período de 
estiagem e de chuvas. 
• Os indicadores para identificação da capacidade de uma ETA são: 
• Capacidade Nominal: Vazão para a qual a ETA é projetada em condições 
normais de funcionamento; 
• Capacidade Máxima: Vazão máxima que pode produzir, mantendo seu 
efluente dentro dos padrões normais de potabilidade; 
• Tempo de Funcionamento: tempo para produzir o volume de água 
necessário para abastecimento da população por um dia. 
• Para redução do custo marginal de investimentos na construção da 
ETA, ela pode ser dividida em módulos, prevendo-se ampliações 
sucessivas que podem ser feitas para atendimento, sem sobrecarga, 
às necessidades de consumo. 
 
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• A seguir são descritas as principais operações que ocorrem em uma ETA 
que opera com processo convencional. 
1. Mistura rápida 
• Mistura rápida é a operação destinada a dispersar os produtos químicos aplicados 
na água, na canaleta de entrada dos floculadores. Para que ocorra a mistura a 
canaleta precisa ter dispositivos hidráulicos que causem turbulência na água.• Os produtos químicos são sais de alumínio e de ferro para coagulação, polieletrólitos 
para coagulação e floculação, cal hidratada para correção do pH e, em alguns casos, 
cloro para a pré-cloração. 
2. Floculação 
• Após a aplicação dos produtos químicos ocorrem a coagulação e a floculação. 
• O objetivo dessa etapa é aglutinar as impurezas contidas na água (elementos e 
compostos químicos, bactérias, protozoários e plânctons) em partículas maiores 
denominadas flocos, que serão removidos por sedimentação e/ou filtração. 
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2. Floculação 
O fenômeno da coagulação consiste na formação de flocos, a partir da união 
química das partículas coloidais o agrupamento dos flocos se chama floculação. 
Os flocos agrupados passam a ter densidade maior do que a da água, sendo por 
isso direcionados para o fundo quando a água fica em repouso na fase seguinte 
do tratamento. 
A mistura da água para formação dos flocos pode ser feita por meio de agitadores 
mecânicos, exigindo dispêndio de energia elétrica, ou por meio de chicanas de 
madeira que provocam desvios na trajetória da água, de maneira a provocar maior 
contato entre as partículas. 
3. Decantação 
Consiste no processo de retenção dos agrupamentos de flocos formados na etapa 
da floculação. Nessa etapa do tratamento, procura-se evitar ao máximo a 
turbulência na água para que haja deposição das partículas sólidas suspensas. 
A decantação é utilizada para águas com muita turbidez e cor. 
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3. Decantação 
Os decantadores podem ser do tipo: 
Escoamento horizontal a água entra no decantador por Cima e se desloca no 
sentido longitudinal com baixa velocidade, a fim de possibilitar a decantação dos 
flocos e evitar que o lodo depositado no fundo seja arrastado. O comprimento 
desse tipo de decantador é grande em relação às outras dimensões; 
Escoamento vertical a água entra por baixo do decantador e é encaminhada para a 
superfície do decantador. A profundidade é relativamente grande e a velocidade 
ascendente da água deve ser limitada para evitar o arrastamento de partículas. 
Conforme as condições de funcionamento os decantadores ainda podem ser 
Clássíco ou convencional: recebe a água floculada c ocorre apenas a 
sedimentação; 
Contato sólido: numa mesma unidade é feita a mistura dos produtos químicos, a 
coagulação, a floculação e a decantação; 
Escoamento laminar o decantador possui dispositivo para aumentar a eficiência 
da remoção dos flocos, como placas inclinadas ou tubos. 
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3. Decantação 
Os decantadores tem quatro partes: 
• Zona de entrada: entrada da água com anteparos suficientes para reduzir a 
velocidade da água; 
• Zona de sedimentação: com baixa velocidade a água passa pelo tanque de 
sedimentação propriamente dito. Essa zona indica o volume necessário do tanque 
de sedimentação; 
• Zona de lodo: recebe o material sedimentado; 
• Zona de saída: possibilita o escoamento com baixa velocidade do efluente 
devidamente isento de material suspenso. 
 
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