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N424 – Introdução à Construção Civil Profa. M.Sc. Maria Letícia C. L. Beinichis Curso – Arquitetura e Urbanismo UNIDADE II - As propriedades dos materiais de construção no contexto do projeto arquitetônico e da obra 02.01 - Metais: Tipos, obtenção, características e uso; 02.02 - Madeiras: Tipos, obtenção, características, uso e patologias; 02.03 - Tintas e vernizes: Tipos, obtenção, características, uso e patologias; 02.04 - Materiais cerâmicos: Tipos, obtenção, características e uso; 02.05 - Vidros: Tipos, obtenção, características e uso; 02.06 - Pedras: Tipos, obtenção, características e uso; 02.07 - Plásticos: Tipos, obtenção, características e uso; 02.08 - Produtos e fornecedores. Conteúdo Programático Patologia das Pedras Curso – Arquitetura e Urbanismo Patologia A Patologia dos revestimentos de pedra é a área de estudo responsável por diagnosticar as causas dos problemas identificados nos revestimentos que usam este material de construção, bem como proceder ao devido reparo conforme o problema e tipo de pedra, além de identificar ações que minimizem ou evitem a repetição da patologia. Patologia Os principais fatores motivadores de patologias em revestimentos são: • Especificação de material incompatível com o uso; • Técnicas de execução (assentamento) não coerentes com o tipo de revestimento; • Ausência de projeto detalhado ou detalhamento de projeto; • Falta de controle de qualidade na execução. Patologia Consequências das patologias • Perda de valor estética que caracteriza a pedra, em função de modificações que acontecem em sua superfície; • Perda da função resistente da pedra, devido à diminuição de sua massa ou de suas propriedades físicas, químicas e mecânicas. Patologia As patologias podem ser provocadas por • Agentes físicos – referem-se às características da pedra, suas propriedades físicas como resistência à abrasão, resistência mecânica, dureza, etc. São eles o vento, temperatura, gelo e cristalização e hidratação de sais. • Agentes biológicos – referem-se à ação de microorganismos, fungos, bactérias. Ocorrem por processos biofísicos e bioquímicos, que incluem ação de plantas e animais. Patologia • Agentes químicos – referem- se ao sistema de fixação das placas no substrato, as condições do meio em que as pedras se encontram e as técnicas de manutenção do revestimento. Eles ocorrem por dissolução e hidrólise (parte da estrutura da pedra se dissolve por ação da água e outros compostos químicos) e por oxidação e redução; As patologias podem ser provocadas por Patologia Os principais agentes agressores são Água – da chuva, da condensação da umidade do ar, que infiltra na pedra por capilaridade oriunda do solo. A ação da água pode provocar erosão, falta de aderência da pedra ao substrato e aumento do volume da pedra, notadamente as de origem sedimentar, o que tende a provocar microfissuras; Gases – atmosférico, de origem orgânica. A ação dos gases dos automóveis, poluição, ação biológica de fungos e bactérias e demais gases dispersos na atmosfera (dióxido de carbono e enxofre, etc) atacam de maneira corrosiva especialmente as pedras calcárias; Patologia Os principais agentes agressores são Sais solúveis – do processo construtivo, do terreno, do ar. Os sais solúveis, em geral os sulfatos e cloretos de sódio, potássio, cálcio e magnésio, entre outros, podem surgir a partir do ar contaminado que pode contê-los ou transportá-los para a superfície da rocha; a partir do solo que pode possuir esses sais e transportá-los à pedra por capilaridade; e em função de produtos de limpeza e conservação inadequados ao tipo de pedra. Patologia As principais patologias ou alterações mais frequentes encontradas nos revestimentos de pedra são 1. Modificações na coloração original Pode ocorrer por: Presença de minerais que quando alterados perdem suas características iniciais; Descoloração das placas de granito verde Ubatuba da fachada de edificação – incidência solar que modifica a coloração dos minerais, como pelo microfissuramento por dilatação térmica, que provocou a perda de CO2 dos minerais. Patologia 1. Modificações na coloração original Pode ocorrer por: Existência de minerais ferrosos que quando oxidados produzem manchas castanhas na superfície da pedra; Mancha amareladas pela liberação de oxido de ferro das placas de quartzito de fachada comercial. Patologia 1. Modificações na coloração original Pode ocorrer por: Acúmulo de sujeira na superfície que encarde e provoca uma aparência amarelada à pedra; Amarelamento por ceras ou películas de proteção ou impermeabilização da superfície da pedra. Patologia 2. Umidade Pode ocorrer por: • Característica da rocha escolhida – elevada porosidade, permeabilidade, constituição mineralógica imprópria e coloração (quanto mais clara, mais fácil é a visualização desse tipo de manchamento); • Existência de infiltrações de muros de arrimos, baldrames e/ou pilares, mal vedados ou impermeabilizados; Patologia 2. Umidade Pode ocorrer por: • Lavagem abundantes o que facilita a infiltração pelas juntas; • Percolação de água da chuva formando manchas. Manchas escuras de umidade em placa de granito de pilar externo em função de juntas mal executadas. Patologia 3. Minerais Secundários Pode ocorrer por transformação pela ação de ambiente agressivo ou produtos de limpeza reativos, que alteram os minerais originais da pedra. Mancha de ferrugem pela decomposição de minerais presentes no mármore a partir da reação com o meio externo. Patologia 3. Minerais Secundários Mancha de ferrugem na fachada de mármore branco, provavelmente em função da porta de ferro adjacente. Patologia 3. Minerais Secundários Placa de granito com provável presença de magnetita que ao reagir com o meio ambiente provocou os veios escuros na placa. Patologia 3. Minerais Secundários Revestimento de ardósia verde com manchas de ferrugem. Patologia 4. Argamassa As principais patologias associadas às argamassas são manchas, fissuramento e descolamentos das placas. O processo convencional de assentamento possui alguns problemas comuns: • Excesso de água da argamassa, que produz manchas escuras com aspecto molhado; Patologia 4. Argamassa • Impurezas de ferro no cimento e na superfície da areia, quando esta não é lavada, que por evaporação da água da argamassa penetram nos poros e fissuras da pedra. Manchas de umidade excessiva da argamassa (manchas escuras) e impurezas do material (manchas amarelas). Patologia 4. Argamassa • Carreação de sais solúveis (carbonatos) para a superfície da placa sob forma de manchas brancas (eflorescência) pelo uso da cal ou cimento de baixa qualidade. Manchas de ferrugem em mármore proveniente de impurezas de ferro no cimento e na areia da argamassa. Patologia 4. Argamassa Pontos de eflorescência de carbonato de cálcio em ardósia preta, a partir das juntas vertical e horizontal. Eflorescência de carbonato de cálcio em pedra Miracema. Patologia 5. Resina Aplica-se resina na reconstituição de quebras na superfície das placas, especialmente em rochas mais porosas, como os mármores, par preencher buracos superficiais. Como as resinas não tem a mesma natureza, cor ou textura da pedra, com o tempo ressecam e perdem a transparência e aderência à rocha. Mancha de resida usada como selante de superfície de placa de mármore travertino em fachada residencial. Patologia 6. Perda de Brilho Uma de suas características mais valorizadas,a possibilidade de tratamento que confira brilho à pedra, não se aplica a todo tipo de rocha. De acordo com o nível de resistência o brilho inicial se perde por desgaste abrasivo. Pedras como mármores, pedra-sabão e outras pedras pobres em quartzo tem pequena resistência ao desgaste. Perda de brilho em mármore por abrasão (escadaria de hotel). Patologia 7. Riscos A resistência ao risco é medido pela dureza da pedra. Pedra-sabão, ardósias, pedras calcárias (dureza entre 1 e 2) e mármores (dureza 3) são mais macias se comparadas a granitos e outras rochas ricas em feldspato (dureza 6) e quartzo (dureza 7). Essa patologia é particularmente mais incidente em áreas com elevado transito, como áreas comerciais e de uso comum (estações de trem, metrô, ônibus, aeroportos, etc). Degrau de mármore de escadaria desgastada e riscada. Patologia 7. Riscos Riscos em pedra ardósia utilizada em parede externa de residência. Patologia 8. Trincas e Fraturas Pode ocorrer por: Falta de cuidado no transporte antes do assentamento; Falta de cuidado no assentamento das placas de pedra, com a camada de revestimento irregular ou descontínua; Trinca em placas de granito causada por assentamento com camada de revestimento descontínua. Patologia 8. Trincas e Fraturas Juntas de dilatação insuficientes para suportar a dilatação térmica das placas; Patologia 8. Trincas e Fraturas • Escolha equivocada do tipo de pedra, não adequado ao ambiente. Por exemplo, pisos sujeitos a alto trafego de pessoas, cargas ou veículos com pedra de baixa resistência mecânica e ao impacto. Fratura por impacto em degrau de Gnaisse. Patologia 9. Falhas dos selantes Pode ocorrer por: Excesso de produto utilizado e falta de limpeza posterior; Mancha em granito por aplicação excessiva de selante na junta. Patologia 9. Falhas dos selantes • Falta de produto, provocando descontinuidade no rejuntamento o que propicia infiltração de água e surgimento de manchas de umidade. Mancha em escada de granito por infiltração em função de juntas seladas insuficientemente.
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