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Apresentação hormônios

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Hormônios de plantas 
Jeferson Dombroski 
Objetivos 
• Conceituar hormônios vegetais 
• Apresentar os principais grupos de hormônios vegetais 
– Estrutura química e síntese 
– Locais de síntese 
– Transporte 
– Funções 
– Uso agrícola 
Hormônios vegetais: conceito 
• O nome “hormônio” foi sugerido por semelhança ao efeito 
dos hormônios animais. Em animais, os hormônios 
apresentam: 
– Sítio de síntese localizado 
– Transporte na corrente sanguínea até um tecido alvo 
– A resposta fisiológica no tecido alvo é proporcional à concentração do 
hormônio. 
• Nem sempre os hormônios de plantas agem da mesma forma 
que os hormônios animais 
• Uma definição mais moderna seria: Hormônios de plantas são 
substâncias produzidas pelas plantas que influenciam 
processos fisiológicos sob baixas concentrações, contribuindo 
para a regulação desses processos. 
 
 
Hormônios: mecanismo de ação 
• Os hormônios agem como ligações entre mecanismos sensoriais 
(ou mecanismos disparados quando a planta atinge uma 
determinada fase do desenvolvimento), e mecanismos de resposta: 
– Mecanismo sensorial – percebe e monitora alterações ambientais, de 
temperatura, luz, água, etc. e provoca uma alteração na concentração de 
um determinado hormônio. 
– Mecanismo de resposta – dispara um efeito fisiológico, como abertura de 
estômatos, florescimento, brotação, enraizamento, etc. 
• Assim, hormônios agem como “sinais” ou “mensagens” que 
controlam os efeitos fisiológicos. Na verdade, quem controla o 
efeito fisiológico é o mecanismo sensorial. O hormônio só faz a 
ligação entre os dois mecanismos. 
Mecanismo 
sensorial 
hormônio Mecanismo 
de resposta 
Hormônios: mecanismo de ação 
• Um exemplo de mecanismo de ação é a resposta à falta de 
água nas raízes: 
– A falta de água é percebida no ápice das raízes , e há um aumento da 
produção de ácido abscísico (ABA) 
– O ácido abscísico é injetado no xilema e segue até as folhas 
– Nas folhas, o ácido abscísico dispara um mecanismo que provoca o 
fechamento dos estômatos 
Percepção da 
falta de água 
(nas raízes) 
Ácido abscísico 
(pelo xilema) Fechamento 
Dos estômatos 
(nas folhas) 
Principais grupos de hormônios 
• Os hormônios são classificados em grupos segundo as 
semelhanças químicas e funcionais. Os principais grupos são: 
– Auxinas 
– Citocininas 
– Giberelinas 
– Etileno 
– Ácido abcísico 
– Poliaminas 
– Jasmonatos 
– Brasssinosteróides 
– Ácido salicílico 
• Existem outros. Na nossa disciplina serão estudados os cinco 
primeiros 
AUXINAS: a descoberta 
• As auxinas foram descobertas ao se estudar 
o fototropismo (crescimento dos ápices em 
direção à luz) 
• É um sistema clássico: 
– Mecanismo sensorial – o meristema apical da 
parte aérea percebe a direção da luz 
– Hormônio – ácido indolacético (AIA), uma 
auxina, é transportado do meristema apical até 
a região de alongamento celular 
– Mecanismo de resposta – a parte sombreada 
da planta cresce mais. Isso faz com que o ápice 
se direcione para a fonte de luz 
Percepção da luz 
(no meristema apical) 
Ácido indolacético 
(pelo parênquima) Crescimento em direção à luz 
(na região de alongamento celular 
Auxinas: estrutura química 
• A principal auxina de 
plantas é o ácido 
indolacético (AIA) 
• O ácido indolbutírico 
também ocorre em 
plantas. Acredita-se que 
afete a formação de raízes 
Auxinas sintéticas 
• Existem substâncias que, quando aplicadas em plantas, 
produzem efeitos semelhantes aos das auxinas. São 
denominadas de auxinas sintéticas. 
• As substâncias, semelhantes a hormônios, mas que não foram 
produzidas naturalmente pela planta são denominadas de 
reguladores de crescimento, e são usadas para pesquisa ou na 
agricultura 
Auxinas sintéticas 
• 2,4-d – Herbicida, também usado em cultura de tecidos vegetais 
• Dicamba – Herbicida, também usado em cultura de tecidos vegetais 
• Picloram - Herbicida, também usado em cultura de tecidos vegetais 
• a-ANA – Usado para induzir o enraizamento em estacas 
 
Produção do ácido indolacético (AIA) em plantas 
• O AIA é sintetizado do triptofano ou indol, principalmente no ápice dos 
ramos, em primórdios foliares e folhas jovens, e em sementes em 
desenvolvimento, mas também pode ser sintetizado em folhas maduras. 
• A produção de AIA pelos órgãos diminui com a idade, ou seja, tecidos mais 
velhos produzem menos AIA. A exceção são as sementes, que apresentam 
aumento da produção de AIA até perto da maturação. 
• O elemento zinco (Zn) é necessário para a sua produção. Plantas 
deficientes em zinco apresentam baixas concentrações de AIA. 
• O elemento Boro (B) é necessário para a sua degradação. Plantas 
deficientes em boro podem apresentar toxidez por acumulação de AIA. 
 
Transporte do AIA 
• O transporte do AIA é feito de duas formas: 
– Transporte ativo (com gasto de energia), a partir do ápice em direção 
às raízes, pelas células do parênquima. 
– Transporte passivo (sem gasto de energia), a partir das folhas, pelo 
floema 
Transporte do AIA 
Funções das auxinas 
• Alongamento celular 
– Crescimento celular e alongamento do caule: estimula ou inibe, 
dependendo do órgão e da concentração. 
 
A auxina estimula o alongamento de segmentos de coleóptilos de aveia. Os segmentos 
acima foram tratados por 18 horas com água (esquerda) ou auxina (direita). Taiz e Zeiger, 
p. 452 
Funções das auxinas 
Curva típica de dose-resposta do crescimento induzido por AIA. Observe que, apesar da 
aplicação de AIA estimular o crescimento, se a dose for excessiva, ocorrerá inibição do 
crescimento. (Taiz e Zeiger, 2004, p. 465). 
• Alongamento celular 
– Crescimento celular e alongamento do caule: estimula ou inibe, 
dependendo do órgão e da concentração. 
 
Funções das auxinas 
• Controla a dominância 
apical. O AIA produzido no 
ápice provoca a inibição do 
desenvolvimento das 
gemas laterais: 
– A - Enquanto o ápice 
permanecer intacto, existe 
a tendência de que as 
gemas laterais não se 
desenvolvam. 
– B - Quando, porém, a 
planta é decapitada, uma 
ou mais gemas tendem a se 
desenvolver, normalmente 
logo abaixo do ápice. 
– C – Se o ápice é tratado 
com auxina, não ocorre a 
brotação lateral 
A 
B 
C 
(Taiz e Zeiger, 2004, p. 476). 
Funções das auxinas 
• Estimula o crescimento de frutos. O crescimento do fruto depende 
da auxina produzida nas sementes. O endosperma pode contribuir 
com auxina nos estágios iniciais do desenvolvimento dos frutos e o 
embrião em desenvolvimento pode ser a fonte principal de auxina 
durante os estágios seguintes. 
 
(Taiz e Zeiger, 2004, p. 478) 
Funções das auxinas 
• Tropismos: O AIA participa dos processos de resposta de 
ramos e raízes à luz e à gravidade. 
Fototropismo: 
O ápice da parte 
aérea cresce em 
direção à luz 
 
luz 
Fotografia em seqüência temporal de um 
coleóptilo de milho crescendo em 
direção de uma fonte unilateral de luz 
azul aplicada do lado direito. 
Funções das auxinas 
• Distribuição de auxina 
durante o fototropismo. 
• As plantas de 
Arabidopsis thaliana 
foram transformadas 
geneticamente, 
produzindo uma 
proteína que se colore 
de azul na presença de 
auxina. 
• Observar o acúmulo de 
auxina no lado 
sombreado (A). 
Luz de cima Luz pela direita 
Funções das auxinas 
• Gravitropismo: 
– O ápice das 
raízes cresce 
em direção do 
centro da Terra 
Funções das auxinas 
• Estimula a produção de etileno. Altas concentrações 
de auxina provocam o aumento da produção de 
etileno. 
– Um dos efeitos da aplicação de herbicidas auxínicos é a 
produção de etileno, e é o etileno liberado que provoca aqueda das folhas. 
– Acredita-se que alguns dos fenômenos mediados por auxinas 
sejam na verdade provocados pelo etileno. Esse pode ser o 
caso do estímulo à produção de raízes. 
Funções das auxinas 
• Rizogênese: estimula a 
formação de raízes em 
estacas caulinares. 
Formação de raízes adventícias. O pecíolo de violeta africana à esquerda foi colocado 
em solução contendo ANA por 10 dias. O da direita foi colocado em água. (Raven, 2001, 
p.654) 
Funções das auxinas 
• Diferenciação de 
tecido vascular: 
– estimula a formação 
de xilema e floema. 
Efeito de auxina na diferenciação do sistema 
vascular. Após o dano, a diferenciação do 
tecido vascular ocorre em torno da lesão. (Taiz 
e Zeiger, 2004, p. 479). 
Funções das auxinas 
• Atrasa a senescência (envelhecimento) e a abscisão (queda) 
de folhas, flores e frutos: 
– Se a produção de AIA por um órgão é alta, esse órgão é mais resistente 
ao envelhecimento e à queda. Quanto maior a produção de auxina, 
menos sensitivo o órgão é à ação do etileno, que é o hormônio 
responsável pela abscisão. 
– [Quando o órgão envelhece, também ocorre um pico da produção de 
etileno. 
• Movimentação de açúcares: 
– Órgãos com maior produção de AIA recebem mais açúcares, são 
drenos mais poderosos. 
Funções das auxinas 
• Formação e desenvolvimento do 
ovário: 
• A aplicação de auxinas induz a 
produção de frutos partenocárpicos, 
ou seja, produzidos sem a fecundação 
dos óvulos. 
Auxinas: uso agrícola 
• Como herbicidas: 
– Ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D - tordon) 
– Ácido 2,4,5 triclorofenoxiacético (2,4,5 T - agente laranja, usado na 
guerra do Vietnã) 
– Ácido 2-metóxi-3-6-diclorobenzóico (Dicamba) 
– Ácido 4-amino-3,5,6-tricloropicolínico (Picloram) 
 
• Como enraizadores: 
– Ácido indol-3-butírico 
– Ácido a-naftaleno acético 
 
• Para a indução e/ou a manutenção de frutos 
partenocárpicos. 
 
 
CITOCININAS 
• São substâncias derivadas da adenina, caracterizadas pela 
habilidade de induzir a divisão celular. 
• Citocininas naturais: 
– Iso-pentenil adenina 
– Zeatina 
– Ribosil-zeatina 
 
Thidiazuron 
 
 
 
 
CITOCININAS 
• Citocininas sintéticas: 
– 6-Benzilaminopurina 
– Cinetina 
– Thidiazuron 
Síntese e transporte 
• Local de síntese: 
– Na ponta de raízes, 
– Em sementes, durante o seu desenvolvimento, 
 
• Transporte: 
– Ocorre através do xilema, das raízes até os ramos. 
 
Funções das citocininas 
• Divisão celular: 
– Induz, em culturas de tecidos, na presença de auxinas. 
– Está presente em tecidos onde ocorre divisão celular ativa. 
• Estimula a expansão foliar: 
– A partir do aumento do volume celular. 
• Abertura estomática: 
– Aumenta, em algumas espécies. 
 
Funções das citocininas 
• Inibe o alongamento celular. A aplicação de citocininas inibe 
o alongamento de ramos. 
Efeito da aplicação de citocinina sobre o alongamento do caule em Osteospermum. 
Funções das citocininas 
• Senescência foliar: atrasa. 
 
Efeito de cinetina no atraso da 
senescência foliar em segmentos 
foliares de trigo (Triticum aestivum) 
(http://biologi.uio.no/plfys/haa/plfys/h
ormon/kinetin.htm) 
Funções das citocininas 
• Crescimento de gemas laterais: induz, quebrando a 
dominância apical. 
 
Ramos axilares em fumo transgênico com superprodução de citocininas. 
(http://jxb.oxfordjournals.org/content/53/369.cover-expansion e 
http://mok-web.hort.oregonstate.edu/research) 
Funções das citocininas 
• Morfogênese: promovem a iniciação de ramos, induzindo a 
neoformação de gemas caulinares. 
Funções das citocininas 
• Inibe a formação de raízes. 
– Em cultura de tecidos observa-
se que a presença de citocininas 
costuma inibir a formação de 
raízes. 
 
Plantas de fumo mutantes deficientes na 
produção de citocininas apresentam raízes 
maiores. 
Funções das citocininas 
• Desenvolvimento de cloroplastos: a aplicação leva ao 
acúmulo de clorofila e promove a maturação de etioplastos. 
Efeito de citocinina no desenvolvimento de plastídeos. (A) Micrografia de plastídeos de 
plantas crescidas no escuro, (B) Nas mesmas condições, ocorre formação de tilacóides 
em plastídeos após o tratamento com citocinina (ver seta). 
Funções das citocininas 
• Estimula o acúmulo de reservas orgânicas. 
– Tecidos com maior concentração de citocininas crescem mais. Parece 
que isso estimula o seu “poder de dreno”. 
– Experimentos com a aplicação de citocininas em folhas isoladas 
mostram que essas folhas acumulam mais reservas. 
Giberelinas 
• As giberelinas formam 
um grupo com mais de 
cem substâncias 
parecidas. Foram 
descobertas a partir de 
uma doença provocada 
pelo fungo Gibberella 
fujikuroi (Fusarium 
moniliforme). (Bakanae – 
doença da plantinha 
boba) 
• Esse fungo produz uma 
substância (GA3) bastante 
semelhante à giberelina 
mais ativa de plantas, 
que é o GA1. 
Via biossintética 
dos terpenos 
• As giberelinas são 
formadas a partir 
da via dos 
terpenos (via do 
mevalonato) 
• Giberelinas são 
diterpenos 
Giberelinas: síntese 
• São sintetizadas em tecidos 
jovens da parte aérea e em 
frutos em desenvolvimento. 
• Não se sabe ao certo se a 
síntese também ocorre em 
raízes. 
• São provavelmente 
transportadas no xilema e no 
floema. 
GA4 
GA3 
GA1 
Giberelinas: funções 
• Estimula a divisão e alongamento 
celular, estimulando o crescimento 
de ramos. 
– Esse efeito é especialmente percebido 
em plantas em roseta, como a alface e o 
repolho. Essas plantas apresentam 
entrenós curtos, devido à baixa 
produção de giberelinas. 
– Quando florescem, aumenta a produção 
de giberelinas, e as plantas mudam o 
hábito de crescimento, se alongando 
(pendoando). 
Efeito da adição de giberelina (GA3): plantas de repolho 
alongam os entrenós e florescem após aplicações de GA3 
Giberelinas: funções 
• Estimula a divisão e 
alongamento 
celular, estimulando 
o crescimento de 
ramos. 
Mutante anão de milho 
deficiente na produção de 
giberelina (dwarf), e após a 
aplicação de GA3. Na planta 
normal, a aplicação de GA3 
produz pouco efeito. 
Giberelinas: funções 
• Induz a germinação. 
– A aplicação de giberelinas (GA3) provoca o aumento da 
germinação especialmente em sementes que requerem luz ou 
vernalização, ou seja, com dormência embrionária. 
http://www.kew.org/msbp/what/knowledge/germination.htm 
Giberelinas: funções 
• Induz a quebra de reservas de sementes. 
– A giberelina está associada com a produção de enzimas após a 
germinação. 
– A estimulação da produção de -amilase (quebra amido) em grãos de 
cereais é bem documentada. 
– Nos cereais, a giberelina produzida pela plântula recém-germinada é 
transportada até a camada de aleurona, onde estimula a síntese 
dessas enzimas, que quebram o amido em glicose, que é transportada 
de volta ao embrião onde o nutre. 
– A giberelina também estimula a quebra de proteínas e de lipídeos de 
reserva. 
Giberelinas: funções 
• Induz a quebra de reservas de sementes: 
– Síntese de α-amilase em cereais (Taiz e Zeiger, 2004, p. 509) 
Giberelinas: funções 
• Promove o estabelecimento e o crescimento de frutos. 
– O crescimento de uvas sem sementes é aumentado pela aplicação de 
giberelinas exógenas. 
– Essa aplicação provoca o aumento do tamanho das uvas, o seu 
alongamento e aumenta o espaçamento das uvas no cacho. 
Efeito da aplicação de GA3 no 
crescimento de uvas 
Thompson. O cacho da 
direita foi aspergido com GA3 
durante o desenvolvimento 
dos frutos. (Taiz e Zeiger, 
2004, p. 489). 
Giberelinas: funções 
• Promove a indução de características juvenis.– Em plantas de Hedera Helix (hera), a aplicação de GA3 sobre plantas 
adultas as faz desenvolver folhas com aspecto juvenil. 
Giberelinas: uso agrícola 
• Giberelinas (GA3) – ProGibb 
– Retardar a queda de folhas e flores, aumentando o tempo de armazenamento 
– Estímulo da germinação de sementes 
– Aumento do tamanho de frutos como as uvas Thompson 
 
• Inibidores de síntese de giberelinas 
– Diminuir o tamanho das plantas em culturas de flores de vaso 
– Em cotonicultura é usado o PIX (cloreto de mepiquat) para diminuir o porte da 
planta e aumentar a carga de maçãs. 
 
• A-Rest – ancimidol. 
• Bonzi – paclobutrazol. 
• B-nine – daminozide. 
• Cycocel ou CCC - cloreto de chlormequat. 
• Sumagic – uniconazole. 
• Apogee - prohexadiona de cálcio. 
• AMO-1618. 
 
 
Giberelinas: inibidores de síntese 
• Efeito da aplicação de 
inibidores da síntese de 
giberelinas no alongamento 
de plantas de vaso. 
– Na figura acima (Gaillardia 
grandiflora), as duas plantas à 
direita foram aspergidas com 
inibidores de síntese de 
giberelinas, B-nine e cycocel. 
– Na figura abaixo, tratamento 
de Salvia leucantha com 
uniconazole. 
ETILENO 
• O etileno é um hormônio gasoso. 
• Como gás, não há mecanismos de transporte para o 
etileno, mas o seu precursor (ACC) pode ser transportado. 
• O etileno é considerado um hormônio de estresse, pois a 
sua produção aumenta quando a planta sofre estresse 
hídrico, mecânico ou térmico. 
• A produção do etileno também aumenta logo após a 
germinação e durante o envelhecimento das folhas 
(senescência) e a maturação dos frutos. 
Síntese de etileno em plantas 
Taiz e Zeiger, 2006, p.543. 
Presente em todas as células 
(S-adenosil metionina) 
Ácido aminociclopropano carboxílico (ACC) 
Estímulo à síntese de ACC 
Taiz e Zeiger, 2006, p.543. 
Estimula 
Inibe 
Inibição da síntese de etileno 
Taiz e Zeiger, 2006, p.543. 
Estímulo à síntese de etileno 
Taiz e Zeiger, 2006, p.543. 
Ação do etileno 
• A resposta das plantas 
ao etileno depende 
da ação de proteínas 
receptoras. 
• Se a atividade dessas 
proteínas for inibida, 
a resposta não ocorre 
• Assim, alguns efeitos 
do etileno, como a 
maturação de frutos, 
podem ser impedidos 
pelo uso de inibidores 
de ação 
Efeito de tiossulfato de prata na inibição da ação do etileno. O 
frasco à esquerda (TSP) contém tiossulfato de prata, um poderoso 
inibidor da ação do etileno, retardando a senescência floral. 
Inibição da ação do etileno 
Interação entre auxina e etileno 
• Quanto maior a quantidade de AIA produzida por um órgão, 
menos sensível ele é ao etileno, e vice-versa. 
– Em caso de estresse hídrico, caem primeiro as folhas mais velhas. 
Conforme o estresse aumenta (e aumenta a produção de etileno), 
caem as mais novas. Isso acontece porque as folhas mais velhas 
produzem menos AIA. 
• No final da vida de um órgão, como uma folha, flor ou fruto, 
há um aumento na produção de etileno, que coincide com 
níveis baixos de AIA. 
• A aplicação de auxinas (em alta concentração) sobre uma 
planta induz a produção de etileno. 
Funções do etileno 
• Liberação (ou indução) da dormência: 
– Existem espécies cuja germinação de sementes é 
estimulada pelo etileno, como em Striga sp. 
Existem outras espécies em que a germinação é 
inibida, e outras não são afetadas 
 
• Quebra de dormência de gemas laterais. 
– O etileno pode quebrar a dormência de gemas, 
sendo algumas vezes utilizado para promover o 
crescimento de gemas em batatas e outros 
tubérculos. 
 
• Promove a indução floral em bromeliáceas. 
– A aplicação de etileno promove a indução floral 
em algumas bromeliáceas, particularmente o 
abacaxi. 
Funções do etileno 
• Promove a formação de 
raízes e de pêlos 
radiculares. 
– A aplicação de etileno pode 
estimular a produção de 
raízes adventícias e de pelos 
radiculares em folhas, 
pedúnculos florais, caules e 
outras raízes. 
– Por outro lado, mutantes 
insensíveis ao etileno exibem 
redução na formação de 
pêlos radiculares. 
Efeito do etileno na formação de pêlos 
radiculares em plântulas de alface. A planta da 
direita foi tratada com 10 ppm de etileno por 
24 horas. 
Funções do etileno 
• Promove a senescência e a queda de flores (e folhas e frutos). 
– A maturação (senescência) de órgãos como folhas, flores e frutos é 
acelerada pelo etileno. 
– As flores produzem pouco AIA, assim, são os primeiros órgãos a cair 
(abscisão) em caso de aumento da concentração de etileno, por exemplo: 
• Estresse hídrico térmico ou mecânico 
• Locais fechados, onde ocorre acúmulo do gás, principalmente se houver frutos 
amadurecendo, material orgânico em degradação e fumaça. 
Exposição a 2 ppm de etileno. 
http://www.oardc.ohio-state.edu/joneslab/t07_pageview/Extension.htm 
Funções do etileno 
• Queda de flores, folhas e frutos 
– Existe, no pecíolo de folhas e frutos uma região particularmente sensitiva ao 
etileno, chamada de região de abscisão. 
– Nessa região a parede celular é digerida, e a folha cai 
Funções do etileno 
• Queda de flores, folhas e 
frutos 
– Formação da camada de 
abscisão em folhas de 
Impatiens balsamina. 
– Duas ou três camadas de 
células do pecíolo são mais 
sensitivas ao etileno, e sofrem 
degradação da parede celular. 
– Os protoplastos resultantes 
arredondam-se e aumentam 
em volume, resultando na 
separação da folha e do caule. 
 
Camada de abscisão 
Funções do etileno 
• Promove a maturação de frutos. 
– Muitos frutos respondem à aplicação de etileno 
amadurecendo. 
– Esses frutos são denominados climatéricos. 
– Nesses frutos, a aplicação de etileno provoca o amolecimento, 
causado pela digestão das paredes celulares, o aumento dos 
teores de açúcares solúveis, o desenvolvimento de cor, aroma, 
e a redução de taninos hidrolizáveis, que conferem o sabor 
acre (amarram) aos frutos verdes como o caqui e o caju. 
Frutos climatéricos 
• Climatério é um pico 
(aumento 
momentâneo) de 
respiração que 
ocorre em alguns 
tipos de frutos. 
• Junto com o pico de 
respiração ocorre 
um pico de 
produção de etileno 
• Nesses frutos, o 
etileno induz a 
maturação 
Taiz e Zeiger, 2006, p.546. 
Frutos climatéricos Frutos não climatéricos 
Maçã Citros 
Abacate Abacaxi 
Banana Morango 
Melão Melancia 
Manga Uva 
Pêssego Feijão de corda 
Pera Cereja 
Tomate 
Ameixa 
Caqui 
Figo 
Azeitona 
Taiz e Zeiger, 2006, p.546. 
Funções do etileno 
• Induz a epinastia. 
– Epinastia é a curvatura das folhas ara baixo, que ocorre quando o lado 
superior (adaxial) cresce mais do que o lado inferior (abaxial). 
– O etileno induz a epinastia e esse fenômeno pode ser observado em várias 
situações de estresse, como o estresse salino, a infecção por patógenos e o 
alagamento. 
Epinastia em tomate. http://www.oardc.ohio-
state.edu/joneslab/t07_pageview/Extension.htm 
Epinastia em girassol http://plantsinaction. 
science.uq.edu.au/edition1/?q=content/8-2-5-
nastic-movements 
Funções do etileno 
• Promove a formação de aerênquima. 
– Em locais inundados pode haver a formação de aerênquimas, que são dutos 
de ar em raízes, provocados pela degeneração da parede celular. 
– Nesse caso também o etileno parece estar envolvido. 
– A falta de oxigênio provoca o aumento da produção de ACC, que é 
transportado até a região da planta com disponibilidade de oxigênio. Nesse 
local o ACC é convertido em etileno e provoca a formação do aerênquima, o 
qual se desenvolve para baixo, na direção das maiores concentrações de ACC, 
levando o oxigênio até essas regiões, e provocando mais síntese de etileno. 
Formação de aerênquima emraízes de milho. A ausência de 
oxigênio promove a síntese de 
etileno, o qual provoca a 
formação de aerênquima. 
Funções do etileno 
• Promove o alongamento do caule em espécies aquáticas 
submersas. 
– Nessas plantas, o etileno promove o aumento da síntese de 
giberelinas e a diminuição da síntese de ácido abscísico, promovendo 
o alongamento do caule. 
Efeito da submersão sobre o 
crescimento de arroz de águas 
profundas. 
http://www.japanfs.org/en/pa
ges/029495.html 
Etileno: Uso agrícola 
• Substâncias liberadoras de etileno ou afins: 
– Ethrel, florel (ácido 2-cloroetilfosfônico – etephon ou etefon). 
– Carbureto (acetileno). 
 
• Usos: 
– Maturação de frutos climatéricos, principalmente a banana. 
– Indução de florescimento em abacaxizeiros outras bromeliáceas. 
– Forçar a abscisão de folhas e flores em algodão e limão Taiti. 
– Forçar a abertura de flores em algodão. 
 
• Substâncias inibidoras da síntese de etileno 
– ReTain (Aminoetoxivinilglicina -AVG) – para retardar maturação de maçãs 
e peras. 
 
• Substâncias inibidoras da ação do etileno 
– Tiossulfato de prata- atrasar a senescência de flores. 
– 1-metilciclopropeno (MCP) – conservação de frutos climatéricos. 
– CO2 – conservação de frutos climatéricos. 
Ácido abscísico 
• É sintetizado a partir do ácido mevalônico (ver giberelinas), 
• É produzido em resposta a estresses, particularmente o estresse 
hídrico. 
• Sementes também contêm ABA, que pode ser produzido pela planta-
mãe ou sintetizado na semente. 
• É transportado das raízes no xilema, e das folhas no floema. Existe 
alguma evidência de que pode chegar as raízes pelo floema e retornar 
aos ramos pelo xilema. 
 
 
Formas do ácido abscísico (ABA). Da esquerda para a direita: (s)-cis-ABA (forma 
ativa); (r)-cis-ABA (inativo nas respostas rápidas do ABA, mas ativo nas respostas 
lentas); (s)-2-trans-ABA (inativo, mas interconversível na forma ativa. 
(Taiz e Zeiger, 2004, p. 562). 
Funções do ácido abscísico 
• Inibe a germinação de sementes. 
– A aplicação de ABA reverte o efeito da aplicação de giberelinas 
Efeito de luz e reguladores de crescimento na germinação de sementes de alface 
http://www.riken.go.jp/engn/r-world/info/release/news/2003/feb/index.html 
Escuro 
Luz 
Funções do ácido abscísico 
• Inibe a germinação de sementes: 
– O ABA produzido em sementes em desenvolvimento impede a germinação 
de sementes dentro do fruto 
Germinação de sementes de milho mutante deficiente na síntese de ABA. As 
sementes germinam ainda na espiga. 
Funções do ácido abscísico 
• Inibe a quebra das reservas das sementes após a 
germinação. 
– A aplicação de ABA reverte o efeito da aplicação de giberelinas, 
inibindo a síntese de -amilase e de enzimas que provocam a quebra 
de lipídeos e proteínas de reserva. 
 
• Induz a síntese de proteínas. 
– O ABA provoca o acúmulo de substâncias de reserva em sementes. 
– Mutantes deficientes na produção de ABA apresentam baixo acúmulo 
de substâncias de reserva em sementes 
 
• Ajuda a preparar os tecidos das sementes para a desidratação. 
– Sementes de mutantes deficientes na produção de ABA não resistem 
à desidratação 
Funções do ácido abscísico 
• Sinaliza o estresse hídrico 
– O estresse hídrico provoca aumento do ABA, que leva ao fechamento 
estomático. 
Inibe a bomba 
De prótons 
Inibe a entrada de potássio 
Estimula a 
saída de 
cloro e 
potássio 
Uso agrícola do ácido abscísico 
• Não há um uso agrícola propriamente dito para o ácido 
abscísico 
• O ABA é usado em culturas de tecidos, em um processo 
denominado embriogênese somática (produção de sementes 
sintéticas), para impedir a germinação precoce.

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