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O INSS SENDO TRIBUTADO SOBRE FATURAMENTO DA EMPRESA SAS PLASTIC LTDA. (5)

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Curso de Ciências Contábeis 
 
 
Laís Calgaro 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DO INSS SENDO TRIBUTADO SOBRE O 
FATURAMENTO DA EMPRESA SAS PLASTIC LTDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caxias do Sul, Junho de 2013. 
 2 
 
 
LAÍS CALGARO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DO INSS SENDO TRIBUTADO SOBRE O 
FATURAMENTO DA EMPRESA SAS PLASTIC LTDA 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Faculdade da Serra Gaúcha 
– FSG como exigência do Estágio II para 
obtenção do título de bacharel em Ciências 
Contábeis. 
 
 
 
 
Nádia Castilhos 
 
 
 
 
Caxias do Sul 
2013 
LAÍS CALGARO 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DO INSS SENDO TRIBUTADO SOBRE O 
FATURAMENTO DA EMPRESA SAS PLASTIC LTDA 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado e aprovado pela Banca Examinadora 
em (dia) de (mês) de (ano). 
 
 
 
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Nome e Titulação 
 
 
______________________________________________ 
Nome e Titulação 
 
 
______________________________________________ 
Nome e Titulação 
 
 
 
 
 
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DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico este trabalho a minha mãe e ao meu 
pai que sempre me incentivaram e me 
motivaram ao longo de todas as etapas da 
minha vida, pela dedicação e empenho para a 
minha formação acadêmica, agradeço a 
paciência e a compreensão. Por fim, agradeço 
a Deus por tudo o que eu conquistei até então. 
 
 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
Quero agradecer primeiramente a meu amigo 
Alex Fiorentino, que me ajudou encontrando a 
empresa para a realização deste estudo, a 
minha orientadora Nádia, por toda a ajuda, 
dedicação, força e compreensão. 
 
 
 
 
 
 6 
RESUMO 
 
 
Esta pesquisa mensura o impacto do INSS sendo tributado conforme lei 12546/11, busca 
analisar e comparar a legislação atual de INSS sobre a folha de pagamento e sua desoneração. 
Verifica-se a aplicabilidade da desoneração dentro da SAS Plastic e se identificam os 
impactos inerentes à mudança da legislação da desoneração da folha de pagamento, onde os 
20% do INSS Patronal será substituído por um percentual estabelecido sobre o faturamento 
bruto da empresa, percentual que pode variar de 1,2 ou 3%, dependendo da classificação em 
código NCM. A proposta é fundamenta na Lei 12546 e na desoneração da folha de 
pagamento, sendo assim a discussão teórica aborda a contabilidade tributaria onde se enfoca a 
folha de pagamento, os impostos pagos sobre a mesma, a Nomenclatura Comum do 
MERCOSUL, as legislações de INSS vigentes e a nova lei propriamente dita. As principais 
referências teóricas são a Lei 12546/11, Latorraca, Código Tributário Nacional e Oliveira. 
Tendo em vista que o objetivo deste estudo é analisar os impactos da tributação do INSS 
sobre o faturamento, a pesquisa realizada é do tipo exploratória, o método é de estudo de caso 
e a abordagem utilizada na pesquisa é a qualitativa, uma vez que explora como é realizada, 
hoje, a tributação do INSS, tendo em vista a aplicação da nova lei. O levantamento de 
informações envolveu setores específicos dentro da empresa, como o setor de recursos 
humanos e o setor financeiro, além de pessoas atuantes em outras empresas, especialistas em 
tributação ou profissionais focados na área da folha de pagamento, a fim de coletar 
informações e expectativas quanto à lei. A coleta de dados se deu por meio de documentação. 
Com a coleta de dados obtivemos os seguintes resultados: a desoneração é um ponto positivo, 
reduz a carga tributaria da empresa, gera uma nova DARF e aplicada aos doze meses do ano 
há uma considerável economia, ou o equivalente a um mês de INSS. 
 
 
Palavras-chave: Desoneração Folha de Pagamento, Contabilidade Tributária, Folha de 
Pagamento, Tributação Folha de Pagamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SUMMARY 
 
This survey measures the impact of SOCIAL SECURITY taxed as 12546/11 law, seeks to 
analyze and compare the current SOCIAL SECURITY legislation on the payroll and its 
discharge. It turns out the applicability of the exemption within the SAS Plastic and identify 
the impacts inherent in the change of the legislation of exemption of payroll, where 20% of 
the SOCIAL SECURITY Employer will be replaced by a percentage established on the gross 
revenues of the company, a percentage that can range from 1.2 or 3% depending on rank 
NCM code. The proposal is based on the Law 12,546\11 payroll burden, so the theoretical 
discussion addresses the tax accounting with a focus on the payroll, taxes paid about the same, 
the types of taxes, the MERCOSUR common Nomenclature, the current SOCIAL 
SECURITY legislation and the new law itself. The main theoretical references are: 12546/law 
12, Latorraca, national tax code and Federal Constitution. Considering that the aim of this 
study is to analyze the impacts of taxation of INSS on billing, research is exploratory type, the 
method is the case study and the qualitative approach is a time that explores how is held today 
the taxation of SOCIAL SECURITY with a view to the implementation of the new law. The 
survey of information involves specific sectors within the company, the human resources 
sector, the financial sector, as well as people working in other companies or taxation expert 
with professionals focused on the payroll area for collecting information and expectations of 
the law. Data collection occurred through documentation. With the data we obtained the 
following results: the exemption and a positive point, reduce the tax load of the company, 
generates a new DARF and applied to the twelve months of the year there is a considerable 
savings, or the equivalent a month of SOCIAL SECURITY. 
 
Key words: Discharge. Payroll. Tax Accounting. Payroll. Payroll tax. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: SAS Plastic ................................................................................................................ 15 
Figura 2: Missão, Visão, Princípios e Valores. ........................................................................ 16 
Figura 3: Organograma Empresarial SAS Plastic .................................................................... 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1-IRRF/3 ....................................................................................................................... 30 
Tabela 2- INSS ......................................................................................................................... 31 
Tabela 3- Alíquotas Por Códigos FPAS ................................................................................... 32 
Tabela 4- Tributação ................................................................................................................. 33 
Tabela 5: CodigoNCM ............................................................................................................. 36 
Tabela 6: Faturamento 1 ........................................................................................................... 45 
Tabela 7: Faturamento 2 ...........................................................................................................45 
Tabela 8: Faturamento 95% Desonerado.................................................................................. 45 
Tabela 9:Base de Cálculo Desoneração.................................................................................... 47 
Tabela 10:Guia Antes da Desoneração ..................................................................................... 49 
Tabela 11: Guia Desonerada..................................................................................................... 49 
Tabela 12: Comparação OneradoX Desonerado ...................................................................... 49 
Tabela 13: Controle Faturamento ............................................................................................. 50 
Tabela 14:Controle Devolução Venda ..................................................................................... 51 
Tabela 15:Produto .................................................................................................................... 51 
Tabela 16: NCM 73181200 ...................................................................................................... 52 
Tabela 17:NCM 73181100 ....................................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
NCM - Nomenclatura Comum do MERCOSUL 
MP - Medida Provisória 
CTN - Código Tributário Nacional 
CNPJ - Cadastro Nacional Pessoa Jurídica 
PCP - Planejamento Controle e Programação da Produção 
CNC - Controlador Numérico Computadorizado 
INSS - Instituto Nacional da Seguridade Social 
ITR - Imposto Territorial Rural 
IPTU - Imposto Predial Territorial Urbano 
IRPF - Imposto de Renda Pessoa Física 
IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
IPI - Imposto sobre Produto Industrializado 
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
PIS - Programa de Integração Social 
COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 
CSLL - Contribuição Social sobre Lucro Líquido 
IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotivos 
ISSQN - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 
ICMS/ST- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços/ Substituição Tributária 
CLP - Consolidação da Legislação Previdenciária 
CLT - Consolidação das Leis de Trabalho 
IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte 
FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 
RAT - Risco Acidente de Trabalho 
SEBRA E - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte 
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
SESI - Serviço Social da Indústria 
SESC - Serviço Social do Comércio 
 11 
SEST - Serviço Social do Transporte 
FPAS - Fundo de Previdência e Assistência Social 
GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia 
SH - Sistema de Harmonização de Designação e Codificação de Mercadorias 
SRF - Secretaria da Receita Federal 
TIPI - Tabela de Incidência de IPI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13 
2. CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 15 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 21 
3.1 Contabilidade Tributária ................................................................................................. 21 
3.1.1 Tipos de Tributos ............................................................................................................ 23 
3.2 Faturamento..................................................................................................................... 26 
3.3 Folha de pagamento ........................................................................................................ 27 
3.4 Tributos sobre Folha de Pagamento ................................................................................ 29 
3.4.1 INSS Folha ...................................................................................................................... 31 
3.5 Legislação INSS Faturamento......................................................................................... 34 
3.6 NCM ................................................................................................................................ 35 
3.7 Desoneração da Folha ..................................................................................................... 36 
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................. 38 
4.1 Método(s) de pesquisa..................................................................................................... 38 
4.2 Delimitação da população ou do objeto de estudo e/ou amostragem ............................. 39 
4.3 Técnicas de coletas dos dados ......................................................................................... 40 
4.4 Técnicas de análise dos dados ......................................................................................... 41 
5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE DOS DADOS E/OU PROPOSTA DE 
INTERVENÇÃO ...................................................................................................................... 42 
5.1 Análise e interpretação dos dados ................................................................................... 42 
5.2 Análise e interpretação dos documentos ......................................................................... 48 
5.3 Proposta de intervenção .................................................................................................. 50 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 53 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 54 
APÊNDICE A – Roteiro da entrevista Especialistas ............................................................... 57 
APÊNDICE B – Roteiro da entrevista Funcionários SAS Plastic............................................ 58 
ANEXO I – Lista NCMs Enquadrados Lei 12.546 .................................................................. 59 
ANEXO II – Tabela Setores e Segmentos Enquadrados Lei 12.546 ....................................... 94 
 
 
 13 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Dentro do âmbito tributário das empresas, existem vários tributos, IPI, ICMS, CSLL, 
PIS, COFINS, IPTU, IRPJ, IPVA, ISSQN e outros, além do o INSS, que é tributado sobre a 
folha de pagamento. Em 2011 foi criada a Medida Provisória 540/2011, que estabelece que a 
contribuição patronal previdenciária (INSS Patronal) de 20% sobre o valor da folha de 
pagamento dos empregados e dos contribuintes individuais seja substituída por um percentual 
de contribuição, pré- estabelecido pelo Governo Federal, sobre o faturamento bruto da 
empresa. As empresas ainda continuam obrigadas a pagar as demais contribuições como o 
RAT (Seguro do Acidente de Trabalho), a contribuição para outras entidades (como SESI, 
SENAI, SENAC etc.), medida esta convertida em lei 12546/11. 
O presente estudo tem por objetivo analisar os impactos da tributação do INSS sobre o 
faturamento, conforme a lei 12546/11, em uma empresa do ramo de plásticos, a SAS Plastic. 
Esta análise aborda temas específicos como a legislação atual de INSS e a Lei 12546/11, 
estabelece um comparativo entre as duas legislaçõese verifica a aplicabilidade da nova Lei 
para a empresa. Tudo com o intuito de demonstrar o impacto do INSS sobre o faturamento 
bruto da empresa em relação à legislação atual e identificar os impactos inerentes à mudança 
da legislação da desoneração da folha de pagamento dentro da estrutura da empresa. 
Para isso, a presente pesquisa tem sua fundamentação teórica embasada na 
contabilidade tributária, nos tipos de tributo, no faturamento, na folha de pagamento, nos 
tributos sobre a folha de pagamento, na legislação INSS sobre faturamento, no NCM e a 
desoneração da folha de pagamento. 
O método de pesquisa é exploratório, visto que se busca uma maior familiaridade com 
a nova lei, aplica-se um questionário a pessoas diretamente envolvidas com a folha de 
pagamento dentro da empresa e também especialistas com foco na folha de pagamento. Por 
meio do estudo de caso busca-se identificar qual o impacto que a nova legislação de INSS 
sobre folha de pagamento causa de dentro da SAS Plastic. Os resultados e a coleta dos dados 
serão feitos na empresa e com os mesmos especialistas acima citados. 
 Tudo com o intuito de identificar as principais mudanças ocorridas com a nova lei, 
fazendo comparação entre as duas legislações do INSS e apontar mudanças dentro da 
entidade financeiramente, estruturalmente e contabilmente. E demosntar os malefícios e 
benefícios ocasionados pela desoneração da folha de pagamento dentro da empresa. 
 14 
Para desenvolver esta pesquisa será dividido em 5 capítulos sendo o primeiro 
introdução, onde é apresentada de um modo geral os objetivos da pesquisa, o problema 
apresentado, os métodos a serem utilizados para o desenvolvimento do trabalho. Segundo a 
contextualização onde é descrita a empresa na qual se aplicara a pesquisa, terceiro capitulo 
será desenvolvida a teoria na qual a pesquisa será embasada. No quarto se apresenta os 
métodos utilizados para desenvolver do trabalho, a população, a escolha dos modos de 
coleta de dados,o método utilizado para analise de dados. No quinto será descritos dados 
encontrados no desenvolvimento e aplicabilidade dos métodos do capitulo cinco e por fim o 
resultado de todo o trabalho desenvolvido na pesquisa. 
 15 
2. CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
 
A SAS Plastic Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. iniciou suas atividades em 02 
abril de 1991, devido à grande demanda por empresas da área plástica para atender ao setor 
moveleiro. A SAS Plastic focou seu negócio no ramo de injeção plástica. Localiza-se na 
Avenida 25 de julho, 3320, na cidade de Flores da Cunha, Rio Grande do Sul. Registrada no 
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) número 93929784/0001-18, e inscrição estadual 
048/0015538, a sociedade é composta por três sócios Ivanir Stuani, Josiele Stuani Preto e 
Ederson Stuani, aos quais competem as seguintes cotas R$ 56400,00, R$ 1800,00 e R$ 
1800,00 respectivamente. Sendo o capital social constituído de R$ 60000,00. 
 
 
 
Figura 1: SAS Plastic 
Fonte: SAS Plastic Indústria e Comercio de Plásticos, 2012 
 
A entidade procura atingir objetivos específicos dentro do negócio de soluções e 
acabamentos de produtos, para tanto utiliza alguns conceitos na realização destes: 
 
 
 
 
 16 
 
 
 
 Figura 2: Missão, Visão, Princípios e Valores. 
 Fonte: SAS Plastic Indústria e Comércio de Plásticos 
 
Caracterizando sua visão, em 2002 diversificou toda sua linha, firmou parcerias e 
participou de inúmeras feiras do segmento. Na busca por novos mercados, a SAS Plastic 
encontrou um novo nicho e passou a desenvolver produtos exclusivos para seus clientes. A 
partir desta iniciativa e das parcerias firmadas, em 2004 a empresa agregou o comércio de 
peças de metal e aumentou o seu mix de produtos e serviços. Entre 2006 e 2007, a empresa 
impulsionou suas vendas ao fornecedor com os chamados Kits de ferragens, o que aperfeiçoa 
o processo de montagem final do móvel. A partir de então, a SAS Plastic englobou em sua 
organização uma área específica para custos e desenvolvimento de novos produtos e investiu 
em pesquisas de mercado, atendimento qualificado aos clientes e representantes exclusivos 
para a marca. 
 
 
 
 
Sua missão é desenvolver, produzir e comercializar injetados plásticos, peças 
metálicas e ferragens, buscando a solidez dos resultados e a satisfação de clientes 
e funcionários. Suas principalidades e valores são: rentabilidade para sustentar e 
perpetuar o negócio, valorização do aprendizado contínuo, transparência, 
honestidade e ética nas ações, respeito ao meio-ambiente, posicionamento 
estratégico, soluções ágeis e um diferencial competitivo que consiste em 
comprometimento com a pontualidade e a qualidade. 
A empresa tem visão de ser referência nas soluções em fixação e acabamento de 
produtos para a indústria moveleira, na região Sul, até 2015. 
 17 
 
 
No final de 2012 e início de 2013, com término da entrega das máquinas, a empresa 
fez investimento de tecnologia na área de injeção e na embalagem de kits de ferragens; foram 
comprados quatro robôs para a instalação nas injetoras, que executam parte da atividades dos 
operadores das injetoras, conduzindo o galho dos produtos injetados até o triturador. Os 
trituradores também são melhorias feitas no setor de injeção. Anteriormente havia um setor 
que fazia a tritura do material ou o galho dos injetados e, hoje, cada injetora tem seu próprio 
triturador no qual o material é triturado logo após ser injetado, em seguida o sistema de 
alimentação por vácuo suga a matéria reabastecendo a injetora. Através da alimentação por 
vácuo, o sistema faz o reabastecimento da máquina de forma automática, essa atividade era 
desempenhada manualmente pelo operador da injetora. Ainda, nas injetoras, foram instaladas 
esteiras nas quais o produto acabado é transportado para uma mesa para ser escolhido. Por 
meio de padrões o material passa por uma inspeção e esse é separado conforme padrões de 
qualidade. 
No setor de matrizaria, foi adquirida uma furadeira radial na qual é feita a usinagem 
dos moldes para circulação da água interna e por sua vez seu resfriamento, anteriormente esse 
trabalho era terceirizado. Essas melhorias feitas no ano de 2012/2013 fizeram com que parte 
da mão de obra dos funcionários fosse eliminada, tendo, assim, mais tempo para o cuidado da 
qualidade dos produtos injetados (informação verbal).
1
 Hoje, a empresa é referência no 
mercado em que atua e busca a melhoria de seus produtos e serviços por meio de sua política 
de qualidade; conta com 68 colaboradores, divididos em cinco principais setores: 
administração, injeção (prensas e matrizaria), almoxarifado e carregamento, kits de ferragens, 
loja. 
 
1
 Dados fornecidos pelo Setor de Recursos Humanos em conversa realizada em 22 de agosto 2012. 
 
 18 
Esses setores podem ser visualizados no organograma a seguir: 
DireçãoDiretor
Administrativo
Injeção
Almoxarifado , 
Carregamento e
Expedição
Kits de ferragens Loja
Prensas
Matrizaria
 
Figura 3: Organograma Empresarial SAS Plastic 
Fonte: SAS Plastic Indústria e Comercio de Plásticos, 2012. 
 
Conforme divisão citada, o setor Injeção é composto por 24 pessoas, atua em dois 
turnos de trabalho de 180 horas mês, no qual operam 09 injetoras plásticas. Dentre os 
colaboradores deste setor são designadas as seguintes funções: auxiliar de produção, operador 
de injetora, gerente de produção, supervisor de produção, preparador de máquinas e os 
técnicos de Planejamento Controle e Programação da Produção (PCP). Na sessão da prensa é 
produzida parte das peças metálicas para a união com o materialplástico. A matrizaria é 
composta por três colaboradores que desenvolvem e prestam manutenção das matrizes para a 
injeção, sendo um operador de Controlador Numérico Computadorizado (CNC), um auxiliar 
de matrizeiro e um matrizeiro. Todos diretamente acompanhados pelo gerente de produção e 
supervisionados por um líder. 
O almoxarifado da empresa conta com dois colaboradores, um almoxarife e um 
controlador de almoxarifado, que guardam e separam os produtos de acordo com cada pedido, 
e encaminham para o setor de kits, caso o material seja separado em diversas ferragens, ou 
para o carregamento se o pedido for composto somente por um único material. A expedição é 
formada por três colaboradores, os quais recebem os produtos do setor de injeção de plástico 
para conferência e expedição, de acordo com o pedido de cada cliente. Quando existe sobra de 
material injetado, o mesmo fica no almoxarifado aguardando nova ordem de produção para 
liberação do mesmo. O setor de Carregamento, juntamente com a expedição, faz a 
 19 
conferência do pedido do cliente e libera para carregamento. Hoje a empresa realiza parte da 
distribuição dos produtos com frota própria, composta por um caminhão, uma Van Ducato e 
uma Fiat Estrada. A empresa conta com dois motoristas para realizar a entrega dos produtos, 
que são entregues, principalmente nas cidades de Caxias do Sul, Flores da Cunha, 
Farroupilha, Bento Gonçalves, Porto Alegre, Vacaria, Lagoa Vermelha e São Marcos, dentre 
outras. Eles também são responsáveis pela coleta de materiais, quando necessário, trocas, 
assistências ou devoluções. Para cidades como passo Fundo, Missões, Santa Maria e Rio 
Grande e demais cidades do Brasil, a empresa envia via seus produtos através de 
transportadoras. 
O setor Kit de Ferragens conta com 17 colaboradores, que fazem a separação das 
ferragens para montagem de móveis. Esse material é composto de acordo com o pedido do 
cliente, por isso, boa parte da separação do material é feita manualmente. A empresa possui, 
ainda, três máquinas embaladoras, que fazem a separação de peças pequenas como pregos, 
cavilhas e parafusos. Quando o material é maior, como dobradiças, puxadores, réguas 
metálicas e corrediças, a separação é feita manualmente pelos colaboradores em mesas. 
A Administração é composta por 12 pessoas que desenvolvem as seguintes funções: 
recursos humanos, financeiro, compras, custos, vendas, vendedor, faturamento, recepção, 
supervisor de vendas e diretor geral. 
A Loja situada junto à empresa (showroom) é para venda direta a clientes da cidade e 
região, realizada por um vendedor interno. A empresa conta também com um vendedor 
externo, contratado pela empresa, que realiza a venda dos produtos na região da serra. Para as 
demais cidades e regiões, as vendas são feitas por parceiros ou representantes que se 
localizam no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Paraná, 
Pernambuco, Bahia e Ceará. 
Dentro do mercado de atuação, a SAS Plastic destaca-se em qualidade de atendimento, 
credibilidade junto aos fornecedores e bancos, processo de seleção de fornecedores, qualidade 
de produto, desenvolvimento do produto (soluções personalizadas), agilidade na solução de 
problemas, pontualidade na entrega de pedidos, matrizaria própria e localização no pólo 
moveleiro da Serra Gaúcha. Todos esses fatores são pontos fortes para o bom desempenho da 
empresa. Os pontos fracos consistem na falta de poder de barganha com os fornecedores, 
preço dos Kits não competitivos com o mercado, falta de representantes comprometidos com 
o setor moveleiro e falta de mão de obra qualificada. 
Analisando o mercado externo, observam-se inúmeras oportunidades no segmento da 
injeção plástica, dentre as quais podemos destacar a substituição de peças metálicas por peças 
 20 
plásticas para a diminuição de custos, abertura de mercados de exportação, taxas de 
financiamentos acessíveis para compra de maquinário e crescimento do mercado de móveis 
planejados. Porém, pode-se perceber também, algumas ameaças como crise financeira, 
dificuldades de acesso ao crédito, concorrência desleal e forte atuação de concorrentes no 
pólo moveleiro da Serra Gaúcha. 
Visando incentivar os setores atingidos pela crise, a criação de novos empregos e o 
movimento das atividades comerciais o governo federal, através da Medida Provisória 
(MP)540/2011 convertida na lei 12.546/11, traz ao contribuinte a desoneração da folha de 
pagamento, na qual o INSS passa a ser calculado com base no faturamento e não mais pela 
base salarial paga em folha de pagamento de determinados produtos, conforme previsão legal, 
relacionados pela Nomenclatura Comum do Mercosul ( NCMs). 
Conforme Arruda (2012, p. 1), na exposição de motivos da MP 540/2011, o governo 
justificou a importância desta política pública da seguinte forma: 
A importância e a urgência da medida são facilmente percebidas em razão do 
planejamento tributário nocivo que tem ocorrido mediante a constituição de 
pessoas jurídicas de fachada com o único objetivo de reduzir a carga tributária, 
prática que tem conduzido a uma crescente precarização das relações de 
trabalho; bem como, em razão do risco de estagnação na produção industrial e 
na prestação de serviços nos setores contemplados. 
 
A expectativa da empresa é que ocorra a redução da carga tributária, uma vez que os 
objetivos do governo são a redução dos custos trabalhistas e, consequentemente, um estímulo 
à geração de empregos formais, à reestruturação de alguns setores atingidos pela crise, e à 
inovação tecnológica das empresas. Para tanto, faz-se necessário um estudo que acompanhe, 
através de demonstrativos, qual o real impacto da mudança tributaria que altera os 20% do 
INSS sobre a folha de pagamento, para um percentual sobre o faturamento da empresa. 
 
 
 
 
 
 21 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
3.1 Contabilidade Tributária 
 
 
A contabilidade tributaria é o ramo da contabilidade que estuda os impostos, as 
contribuições e os encargos apurados dentro de um período contábil de uma organização, 
conforme descreve Oliveira (2009, p.03): 
 
Esse ramo da contabilidade tem por objetivo o controle e o planejamento dos 
tributos gerados pelas operações e resultados empresariais, além da realização 
de análises a todas as implicações tributárias de cada transação relevante. 
 
A contabilidade tributária tem como objetivo aplicar a legislação tributária, apurando 
assim o resultado do exercício. 
Segundo Oliveira (2009, p.33/34): 
 
Pode – se entender Contabilidade Tributária como: Especialização da 
contabilidade que tem como principais objetivos o estudo da teoria e a 
aplicação prática dos princípios e normas básicas da legislação tributária; ramo 
da contabilidade responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas 
diversas atividades de uma empresa, ou grupo de empresa, adaptando ao dia-dia 
empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade às 
obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade ás possíveis sanções 
fiscais e legais. 
 
O artigo 96 do Código Tributário de 2011 estabelece que “a expressão “legislação 
tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as 
normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a 
eles pertinentes”. 
A contabilidade tributária ocupa-se da contabilização, por meio de lançamentos 
adequados, das operações das empresas que produzam o fato gerador dos tributos incidentes 
sobre lucros ou resultados que geram obrigações. Conforme Latorraca (2000, p.93): 
 
O fato gerador é,portanto, a situação descrita em lei que, uma vez ocorrendoconcretamente localizada no tempo e no espaço determina a transferência 
jurídica, em favor do Estado, da titularidade de certa quantia.Nesse momento,o 
 22 
sujeito que praticou o ato previsto em lei, ou encontrou-se na situação de fato, 
deixa de ser titular dessa mesma quantia. 
 
 Ele também define tributo segundo a legislação brasileira (artigo 3 do Código 
Tributário Nacional(CTN)): 
 
”tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, inst ituída em lei 
e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” 
 
A quantidade e variedade de tributos penalizam o custo da maioria das empresas, 
gerando um transtorno para o gerenciamento contábil de impostos, taxas e contribuições. 
Nesse ambiente, o contador precisa conhecer a legislação tributária aplicada na empresa na 
qual atua, devido a suas responsabilidades quanto à eficácia e a eficiência, pois pode ser 
responsabilizado por quaisquer falhas na interpretação ou aplicação das normas tributárias e 
por possíveis prejuízos que causar durante o exercício profissional. Para todos os efeitos 
legais, Oliveira (2009, p.197) caracteriza fraude conforme RT.72 da lei n°4.502/64: 
 
Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ao retardar, total ou 
parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou 
a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o 
montante do imposto devido, ou a diferir o seu pagamento. 
 
Além desta responsabilidade de emitir documentos e informações hábeis legais, o 
contador precisa de um plano estratégico. Oliveira (2009, p.189) descreve: 
 
Conjunto de atuações e procedimentos operacionais de uma empresa 
(especialmente os contábeis) que levaria a uma redução legal do ônus tributário 
empresarial, recolhendo exatamente o montante devido que foi gerado em suas 
operações, fazendo com que venha a obter um patamar superior de 
rentabilidade e competitividade. 
 
Esse instrumento recebe nome de planejamento tributário, como confirmamos através 
das palavras de Latorraca (2000 p.63): 
 
Costuma-se denominar de Planejamento Tributário a atividade empresarial que, 
desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos 
administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada 
uma das opções legais disponíveis. Objeto do planejamento tributário é, em 
última análise, a economia tributária. Cotejando as várias opções legais, o 
administrador obviamente procura orientar os seus passos de forma a evitar, 
sempre que possível, o procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal. 
 
 23 
 
3.1.1 Tipos de Tributos 
 
 
O planejamento tributário engloba ações de estratégias referentes aos tributos. Dentro 
destes pode-se destacar os impostos, as taxas e as obrigações acessórias. Considerando o Art.4 
do Código Tributário Nacional encontram-se as definições das espécies tributárias: 
 
Art.4 A natureza jurídica especifica do tributo é determinada pelo fato gerador 
da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
a denominação e demais características formais adotadas pela lei: 
a destinação legal do produto da sua arrecadação(CTN, Art.4, 2010). 
 
O Art. 16 do CTN 2012 define Imposto como o tributo cuja obrigação tem por fato 
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte. 
Sendo assim, podemos definir as seguintes espécies tributárias: 
a) Impostos (art.145, I da CF): 
Impostos sobre Importação segundo CTN Art.19 de 2010 é: 
O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos 
estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional. 
 
 Já o imposto de exportação é assim definido pelo CTN 2010 Art.23: 
 O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, 
de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes 
do território nacional. 
 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), Art.29 da CTN: 
De competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato 
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza,como 
definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do município. 
 
Além do imposto sobre propriedade Rural, o CTN em seu Art.32 descreve o Imposto 
sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana(IPTU): 
 
De competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana 
tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel 
por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na 
zona urbana do Município. 
 24 
 
Na transferência ou transmissão dos bem imóveis também ocorre incidência de 
imposto, o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos, sendo 
ele de competência do Estado e tendo como base de cálculo, o valor venal dos bens ou 
direitos transmitidos. 
Conforme foi citado, percebe-se que os bens imóveis são tributados, mas não somente 
eles, a Renda (IR) é igualmente tributada, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, 
conforme Art. 43 da CTN: 
 
Imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer 
natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou 
jurídica. 
 
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), ou seja, que tenham sido submetidos a 
qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade. Seu fato gerador pode 
ocorrer de três maneiras conforme Art.46 do CTN: 
 
I-O seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
II-A sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do 
Art.51; 
III-A sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
 
Sendo assim, o contribuinte então é o importador, o comerciante e o arrematante dos 
produtos apreendidos ou abandonados levados a leilão. 
Operações de crédito, câmbio, seguro e operações relativas a tributos e valores 
monetários também têm incidência de imposto, sendo de competência da União. O fato 
gerador se estabelece quando nas operações de crédito é entregue todo o montante ou parte 
dele ao interessado; no câmbio, quando ocorre a entrega da moeda nacional ou estrangeira ao 
interessado e nas operações relativas quando há emissão, transmissão, pagamento ou resgate 
destes. E, toma-se por base de cálculo, respectivamente, o montante da obrigação, o montante 
do prêmio nas operações relativas na emissão no valor nominal, mais ágio; na transmissão, o 
valor nominal ou de cotação em Bolsa ou no pagamento ou resgate. 
O Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS) é de competência do 
Estado. O fato gerador é a circulação da mercadoria ou serviço, ou seja, a troca de 
proprietário. O ICMS é regido pela não-cumulatividade, ou seja, compensa-se o que é devido 
em cada operação relativa à mercadoria, toma-se por base de cálculo o valor da operação e 
cabe ao Estado sua alíquota. 
 25 
O Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da 
Seguridade Social (COFINS) são de competência da União e têm o intuito de financiar a 
Seguridade Social, assim como o INSS. O cálculo mensal é sobre o faturamento, a primeira e 
aplicada a receita bruta, correspondem a alíquota respectivamente de 1,65% e 7,6% para 
empresas do lucro real e 0,65% e 3,00% para empresa do lucro presumido 
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é competência exclusiva da 
União e tem a finalidade de financiar a seguridade social. Tem por basede cálculo, em 
empresas do lucro real, o resultado antes da provisão para IRPJ e CSLL e, empresas do lucro 
presumido, a receita bruta somada aos ganhos de capital, os rendimentos auferidos em 
aplicações financeiras, desse valor aplica-se alíquota de 9%. 
 O Imposto Pago sobre Veículos Automotivos (IPVA) é de âmbito municipal e tem 
por base de cálculo o valor venal do veículo. O Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza 
(ISSQN), de competência municipal, tem como fato gerador qualquer serviço por empresa 
domiciliada na cidade, sendo o valor do mesmo a base de cálculo para a tributação. 
b) Taxas (art.145, II da CF): 
As taxas são outra forma de tributação que têm por objetivo custear o interesse 
público, ou seja, para que possa ser de uso de todos os cidadãos, como, por exemplo, higiene, 
limpeza de ruas, ordem, bem estar, direito individual. Segundo Amaro (2007 p.32,33), podem 
ser classificas da seguinte forma: 
 
Taxas de Policia 
O art.78 do Código Tributário Nacional define como poder de policia a 
”atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, 
interesse ou liberdade, regula a pratica de ato ou abstenção de fato, em razão de 
interesse público concernente á segurança, á higiene, á ordem, aos costumes, á 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas 
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, á tranquilidade 
pública ou ao respeito á propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”. 
Taxas de Serviço 
As taxas de serviço têm por fato gerador uma atuação estatal consistente na 
execução de um serviço publico específico e divisível, efetivamente prestado 
ou posto á disposição do contribuinte. 
 
c) Contribuição de Melhoria (art.145, III da CF). 
Contribuição de Melhoria descrita no Art.81 da CTN: 
 
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é 
instituída para fazer face ao custo das obras públicas de que decorra valorização 
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite 
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel 
beneficiado. 
 
 26 
Existem ainda outras figuras tributárias dentro das obrigações de uma organização 
empresarial, tais como: 
d) Contribuições Especiais (art.149 da CF): 
O pedágio que nada mais é que a cobrança de valor referente à utilização de vias 
conservadas pelo Poder Público. 
e) Empréstimos Compulsórios (art.148, I e II da CF): 
Os empréstimos compulsórios são uma reserva de recursos que podem ser utilizados 
em casos de calamidades e as contribuições sociais, que são o INSS propriamente dito. 
Dentro do planejamento tributário, além dos tributos propriamente ditos e acima 
descritos, observa-se outro fator importante, o faturamento que, por sua vez, é tomado por 
base no cálculo dos impostos como IPI, ICMS, PIS, COFINS, sendo que o controle do que é 
faturado é fundamental para um planejamento correto. Também é necessário salientar que 
para o planejamento atingir o máximo de exatidão deve-se lembrar dos encargos sociais 
atribuídos a folha de pagamento, que representam um custo para os empresários, pois além 
dos salários propriamente ditos, há inúmeros outros gastos que oneram a folha de pagamento. 
 
3.2 Faturamento 
 
 
No dicionário, faturamento significa ato de faturar, ou seja, fazer relação de 
mercadorias vendidas para enviar ao comprador. Dentro da empresa, o faturamento é a soma 
dos valores das faturas comerciais emitidas em determinado período de tempo, que pode ser 
diário, mensal ou anual. É também tratado como receita bruta de vendas ou receita total 
decorrente das atividades da empresa, isto é, das atividades para as quais a empresa foi 
constituída, segundo seus estatutos ou contrato social. 
Desta receita bruta, ainda pode-se deduzir IPI, ICMS/Substituição Tributaria 
(ICMS/ST), abatimentos concedidos e devoluções efetuadas no período contábil, isso em 
empresas optantes pela tributação do lucro real e do lucro presumido, assim, obtém-se a 
receita líquida. 
Já para as organizações tributadas pelo simples nacional, considera-se receita bruta o 
produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços 
prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas 
 27 
canceladas e os descontos incondicionais concedidos. A empresa que adotar tal regime 
paga guia única, na qual são incluídos ISS, PIS, COFINS, IRPJ, CLSS, IPI e ICMS. 
Conforme a lei da desoneração da folha, o conceito de faturamento é a receita bruta 
auferida da venda de bens e a receita de prestação de serviço, deduzindo a receita bruta das 
exportações, as vendas canceladas, os descontos concedidos, o ICMS/ST e o IPI, desse 
resultado é aplicado um percentual estabelecido pelo governo, de acordo com a NCM de cada 
produto, substituindo, assim, os 20% do INSS patronal existente na folha de pagamento. 
 
 
3.3 Folha de pagamento 
 
 
A folha de pagamento é um documento elaborado pela empresa, na qual se relaciona, 
além dos nomes dos funcionários, o montante das remunerações, os descontos ou abatimentos 
e o valor líquido que faz jus a cada empregado É um documento de emissão obrigatória para 
efeito de fiscalização trabalhista e previdenciária. Segundo Andreotto 2012: 
 
A empresa é obrigada a preparar a folha de pagamento da remuneração paga, 
devida ou creditada a todos os empregados a seu serviço, está obrigação esta 
prevista na lei n 8212/91 da Consolidação da Legislação Previdenciária CLP, 
assim como é instituída na Consolidação das Leis do Trabalho CLT, pela lei 
n°5454/43. 
 
Na contabilidade, folha de pagamento refere-se ao total pago aos funcionários para 
serviços prestados durante um determinado período de tempo. A contabilização é realizada 
pelo regime de competência, no qual são efetuados os lançamentos contábeis das despesas 
com os salários e encargos sociais incidentes. Na folha de pagamento existem também os 
Encargos Trabalhistas, que são valores pagos, mensalmente, diretamente ao empregado. São 
eles: Décimo Terceiro Salário, Adicional de Remuneração, Ausência Remunerada, Férias, 
Licenças, Repouso Semanal Remunerado, Feriado, Salário Família e Vale Transporte, entre 
outros. O salário propriamente dito é a contraprestação devida e paga diretamente pelo 
empregador a todo empregado, pelas horas trabalhadas. Integram este, também, as gorjetas, 
comissões, porcentagens, gratificações ajustadas, diárias de viagens etc. 
Conforme Oliveira (2006) compõem o adicional de remuneração: a prorrogação de 
horas de trabalho, denominada hora extra e seu valor mínimo de cobrança é 50% do valor da 
 28 
hora normal de trabalho; o adicional de insalubridade, contabilizado quando as funções 
desempenhadas pelo funcionário são consideradas atividades que exponham os empregados a 
agentes nocivos a saúde. Existem três graus de insalubridade: máximo, médio e mínimo e tem 
respectivamente o adicional de 40%, 20% e 10% do salário mínimo. São consideradas 
atividades perigosas, aquela que por sua natureza ou método de trabalho, impliquem contato 
com inflamáveis e explosivos. O empregado recebe 30% sobre o salário efetivo relativo ao 
adicional de periculosidade. Além destes, também o adicional noturno, período em que o 
trabalhador realiza suas funções entre às 22 horas de um dia até às 5 horas do dia seguinte, 
corresponde á 20% da hora diurna. 
A quota de salário-família é fixada pela previdência social. Tem direito a ela filhos de 
até 14 anos ou inválidos. O décimo terceiro salário é um beneficio correspondente a 1/12 do 
saláriomensal do colaborador, ou, de acordo com convenção coletiva da categoria, o 
beneficio pode ser pago em duas parcelas (30 de novembro e 20 de dezembro). 
 
No mês de dezembro de cada ano, a todo empregado será paga, pelo 
empregador, uma gratificação salarial, independentemente da remuneração a 
que fizer jus. 
§ 1º - A gratificação corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em 
dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente. 
§ 2º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida 
como mês integral para os efeitos do parágrafo anterior. (LEI 4090/62/1962, 
Art.1°). 
 
Ausência Remunerada é o nome dado às situações em que o funcionário pode faltar ao 
serviço sem ter seu dia descontado, como nas seguintes situações: doar sangue, tirar título de 
eleitor, casamento, falecimento de pais, cônjuge, companheiro, servidor ser estudante e não 
ter horário compatível. 
 As férias serão gozadas pelo empregado após 12 meses da vigência do contrato de 
trabalho, salvo a hipótese de férias coletivas, devem ser concedidas dentro dos 12 meses 
subsequentes à aquisição do direito. Conforme Oliveira (2006 p.169): 
 
A titulo de férias proporcionais, o empregado perceberá remuneração relativa 
ao período aquisitivo incompleto de férias, na proporção de 1/12(um doze avos) 
por mês ou fração igual ou superior a 15(quinze) dias de trabalho, observando 
sempre as faltas injustificadas no período aquisitivo. 
 
 Licença é o direito assegurado a todos os trabalhadores e, tem por objetivo, a 
remuneração do empregado durante um determinado tempo de ausência por motivos como 
maternidade, paternidade etc. 
 29 
O repouso semanal remunerado e feriado o trabalhador tem direito ao repouso 
remunerado de 11 horas, entre duas jornadas de trabalho, um descanso semanal de 24 horas 
consecutivas e aos feriados civis ou religiosos, de acordo com a tradição local. 
O vale transporte, o vale refeição e o auxílio farmácia, entre outros, são benefícios que 
o empregador pode oferecer a seus colaboradores como gratidão. 
Todos os fatores acima citados, compõem a folha de pagamento. Ela é um documento 
regido e elaborado pela lei, assim, toda e qualquer mudança na legislação deve ser repassada 
para a empresa, que terá prazo determinado para o cumprimento da mesma, sendo eles base 
de cálculo para a apuração dos tributos incidentes sobre a folha. 
 
 
3.4 Tributos sobre Folha de Pagamento 
 
 
Além das citações acima, outros encargos sociais e trabalhistas também devem ser 
calculados ou estimados pela empresa, de modo que se conheça a real dimensão do custo de 
mão de obra. 
O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) é o imposto cobrado sobre os 
rendimentos do trabalho assalariado pago, recolhido ao Governo Federal através da secretaria 
da Receita Federal, órgão do Ministério da Economia. Incide sobre os rendimentos do 
trabalho e tem como fato gerador o pagamento de salário, inclusive adiantamento de salário, 
indenização sujeita à tributação, ordenado, vencimento, pró labore, provento de aposentadoria 
etc. O imposto será calculado mediante a utilização da tabela progressiva mensal. 
Abaixo, temos um exemplo de Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto 
sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício de 2013, ano-calendário de 2012. 
 
 
 
 
 
 30 
Tabela 1-IRRF/3 
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ 
Até 1.637,11 
- - 
De 1.637,12 até 2.453,50 
7,5 122,78 
De 2.453,51 até 3.271,38 
15,0 306,80 
De 3.271,39 até 4.087,65 
22,5 552,15 
Acima de 4.087,65 
27,5 756,53 
 
Fonte: Receita Ferderal2012 
 
O FGTS, Fundo de Garantia do tempo de serviço, regido pela lei n°8036 de 1990, 
representa uma reserva constituída por depósitos realizados pelo empregador e transferidos à 
Caixa Econômica Federal, a ser utilizados nos seguintes casos: demissão do trabalhador sem 
justa causa, aposentadoria, término do contrato por prazo determinado, morte do trabalhador 
etc. O empregador, seja ele regido pelo regime tributário Simples Nacional, Lucro Real ou 
Lucro Presumido, deve depositar o valor correspondente a 8,00% de todos os pagamentos de 
natureza salarial referentes ao mês anterior. 
O Risco de Acidente de Trabalho (RAT) é o valor correspondente ao total das 
remunerações pagas ou creditadas aos segurados ou empregados avulsos em razão do grau de 
incidência dos riscos ambientais do trabalho, sendo 1,00% para risco leve, 2,00% para risco 
médio e 3,00% para risco considerado grave. 
E, por fim, sobre o total das contribuições das remunerações pagas ou creditadas, há os 
valores para os seguintes Fundos e Entidades: Sebrae 0,6%, Senai, Senac ou Senat 1,00%, 
Incra 0,2%, Salário Educação 2,5% e SESI, Sesc ou Sest 1,5%. 
 
 
 
 
 31 
3.4.1 INSS Folha 
 
 
INSS é a contribuição paga por cada empregado, filhado ao Instituto Nacional do 
Seguro Social, inclusive doméstico, e o avulso. De acordo com o salário determinado pela 
Previdência Social, podem ser de 8%, 9% ou 11%, dependendo do valor do salário 
contribuição. O INSS descontado dos Sócios nos três regimes de Tributação corresponde a 
11% do salário. 
 
Tabela 2- INSS 
TABELA VIGENTE 
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador 
avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2013 
Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) 
até 1.247,70 8,00 
de 1.247,71 até 2.079,50 9,00 
de 2.079,51 até 4.159,00 11,00 
Portaria Interministerial MPS/MF nº 15, de 10 de janeiro de 2013 
Fonte Ministério da Previdência Social. 
 
O INSS Patronal é a contribuição da empresa ao Instituto Nacional da Seguridade 
Social, para custeio da mesma. A contribuição é de 20% sobre o total das remunerações pagas 
ou devidas durante o mês, aos empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, 
além das demais contribuições como SESI, SENAC, Salário Família etc., que correspondem a 
5,8%. As contribuições patronais destinadas à Seguridade Social variam de acordo com a 
atividade desempenhada pela empresa. O FPAS (Fundo de Previdência e Assistência Social) 
definirá o percentual de contribuição, a base de incidência e o percentual destinado a 
contribuição à terceiros (Sesi, Sesc, Senat, INCRA,etc.). Empresas essas que adotam os 
regimes de tributação Lucro Real ou Lucro Presumido. 
 
 
 32 
Tabela 3- Alíquotas Por Códigos FPAS 
CÓDIGO DO FPAS 
ALÍQUOTAS (%) 
Prev. 
Social 
GILRAT 
Salário- 
Educação 
INCRA SENAI SESI SENAC SESC SEBRAE DPC 
Fundo 
Aeroviário 
SENAR SEST SENAT SESCOOP 
Total 
Outras Ent. Ou 
Fundos --- --- 0001 0002 0004 0008 0016 0032 0064 0128 0256 0512 1024 2048 4096 
507 20 Variável 2,5 0,2 1,0 1,5 --- --- 0,6 --- --- --- --- --- --- 5,8 
507 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,6 --- --- --- --- --- 2,5 5,8 
515 20 Variável 2,5 0,2 --- --- 1,0 1,5 0,6 --- --- --- --- --- --- 5,8 
515 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,6 --- --- --- --- --- 2,5 5,8 
523 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,7 
531 20 Variável 2,5 2,7 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 5,2 
540 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- --- --- 5,2 
558 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- --- 5,2 
566 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- 1,5 0,3 --- --- --- --- --- --- 4,5 
566 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,3 --- --- --- --- --- 2,5 5,5 
574 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- 1,5 0,3 --- --- --- --- --- --- 4,5 
574 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,3 --- --- --- ------ 2,5 5,5 
582 20 Variável --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 
590 20 Variável 2,5 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,5 
604 --- --- 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,7 
612 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,6 --- --- --- 1,5 1,0 --- 5,8 
612 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,6 --- --- --- --- --- 2,5 5,8 
620 20 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 1,5 1,0 --- 2,5 
639 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 
647 --- --- 2,5 0,2 --- --- --- 1,5 0,3 --- --- --- --- --- --- 4,5 
655 20 Variável 2,5 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,5 
680 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- --- --- 5,2 
736 22,5 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,7 
736 Cooperativa(1) 22,5 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,7 
744 Seg. Especial 2,0 0,1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,2 --- --- --- 0,2 
744 Pessoa Física 2,0 0,1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,2 --- --- --- 0,2 
744 Pes. Jurídica 2,5 0,1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,25 --- --- --- 0,25 
744 Agroindústria 2,5 0,1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,25 --- --- --- 0,25 
779 5,0 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 
787 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- 5,2 
787Cooperativa(1) 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,5 5,2 
795 Cooperativa 20 Variável 2,5 2,7 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,5 7,7 
825 --- --- 2,5 2,7 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 5,2 
833 --- --- 2,5 0,2 1,0 1,5 --- --- 0,6 --- --- --- --- --- --- 5,8 
876 20 Variável --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 
 
Fonte::Receita Federal do Brasil 
 
O INSS sobre férias não é tributado em caso de férias indenizadas e coletivas, porém o 
INSS sobre o 13° salário é tributado tanto para o empregado quanto para o empregador. 
Todas essas informações são repassadas para a GFIP, Guia de Recolhimento do FGTS 
e de Informações à Previdência Social, oferecendo informações para montar um cadastro de 
vínculos e remunerações dos segurados da Previdência Social. A permissão de benefícios 
pelo INSS está condicionada à comprovação do tempo de contribuição e das remunerações 
recebidas pelo trabalhador. Objetivo da GFIP é tornar ágil o acesso das informações 
referentes à vida laboral do segurado, desobrigando o mesmo de comprovar o tempo de 
contribuição no momento em que requerer seus benefícios. 
Nela devem ser informados os dados da empresa e dos trabalhadores, os fatos 
geradores de contribuições previdenciárias e valores devidos ao INSS, assim como as 
remunerações dos trabalhadores e valor a ser recolhido ao FGTS. 
 33 
Ficam desobrigadas a entregar a GFIP o contribuinte individual, sem segurado que lhe 
preste serviço; os órgãos públicos, em relação aos servidores estatutários filiados a regime 
próprio de previdência social; o empregador doméstico, que não recolher o FGTS para o 
empregado doméstico. 
Uma empresa, optante pelo Lucro Real e Presumido, teria, então, a seguinte carga 
tributária para sua folha de pagamento: 
 
Tabela 4- Tributação 
20% INSS PATRONAL 
1,23% RAT 
5,8% SENAI, SEBRAE, SESI, INCRA, 
SALARIO EDUCAÇÃO, ETC. 
8% FGTS 
TOTAL: 35% 
Fonte: A autora- Extraída do Conteúdo Folha de Pagamento 
 
O empregador enquadrado no Simples Nacional, Lucro Presumido ou mesmo Lucro 
Real é obrigado a descontar do funcionário, inclusive doméstico e trabalhador avulso, a 
contribuição previdenciária mediante a aplicação de percentuais sobre o salário recebido, 
limitado a um teto de salário estabelecido pelo INSS. 
Devido a essa tributação sobre a folha, a mão de obra informal acaba substituindo a 
mão de obra formal. Os encargos sociais e trabalhistas contribuem muito para essa elevação 
tributária, conforme afirma o artigo de Coriolano Almeida Carvalho( 2012 p.1): 
 
No Brasil, existe um grande número de trabalhadores informais, haja vista que, 
o custo para as empresas manterem seus empregados formalizados é alto, em 
razão dos encargos sociais que ultrapassam 102% sobre a folha de pagamento. 
 
Com a necessidade de amenizar essa situação, o governo criou a Normativa Provisória 
540/2011, que estabelece a desoneração da folha de pagamento, onde o INSS Patronal passa a 
ser, em alguns casos, substituído por um percentual estabelecido pelo governo e aplicado 
sobre o faturamento e não mais sobre os rendimentos do trabalho assalariado. 
 
 
 34 
3.5 Legislação INSS Faturamento 
 
 
Em 02 de agosto de 2011, o governo publicou a Normativa Provisória 540/2011 que, 
conforme artigo 2, estabelece: 
 
´´ No âmbito do Reintegra, a pessoa jurídica produtora que efetue exportação 
de bens manufaturados no País poderá apurar valor para fins de ressarcir parcial 
ou integralmente o resíduo tributário federal existente na sua cadeia de 
produção. 
§ 1o O valor será calculado mediante a aplicação de percentual estabelecido 
pelo Poder Executivo sobre a receita decorrente da exportação de bens 
produzidos pela pessoa jurídica referida no caput. 
§ 2o O Poder Executivo poderá fixar o percentual de que trata o § 1o entre zero 
e 3% (três por cento), bem como poderá diferenciar o percentual aplicável por 
setor econômico e tipo de atividade exercida. 
§ 3o Para os efeitos deste artigo, considera-se bem manufaturado no País 
aquele: 
I – classificado em código da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos 
Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 
2006, relacionado em ato do Poder Executivo; e 
II – cujo custo dos insumos importados não ultrapasse o limite percentual do 
preço de exportação, conforme definido em relação discriminada por tipo de 
bem, constante do ato referido no inciso I deste parágrafo”. 
Sendo assim afasta as contribuições previdenciárias patrimoniais previstas nos 
incisos I e III do artigo 22 da lei 8212 de 24 de julho de 1991: 
I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas 
a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores 
avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que 
seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de 
utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos 
serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador 
ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de 
convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação 
dada pela Lei nº 9.876, de 1999). 
III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a 
qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que 
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). 
 
 
A mesma estabelece a desoneração da folha de pagamento, atendendo às necessidades 
do governo. Foi convertida em forma de Lei 12.546 em 14 de dezembro de 2011. 
A lei estabelece que o INSS seja pago sobre o faturamento bruto das empresas, 
conforme publicado no Diário Oficial da União em 23 de julho de 2012: 
 
Para os fins da citada CPRB, considera-se receita bruta o valor percebido na 
venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia, bem como o 
ingresso de qualquer outra natureza auferido pela pessoa jurídica, 
independentemente de sua denominação ou de sua classificação contábi l, sendo 
irrelevante o tipo de atividade exercida pela empresa. Porém, não integram tal 
base de cálculo: a) as vendas canceladas; b) os descontos incondicionais 
 35concedidos; c) o valor do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI 
destacado em nota fiscal, e d) o valor do Imposto sobre Operações relativas à 
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS devido pelo vendedor 
dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário, desde 
que destacado em documento fiscal. 
 
A desoneração da folha não atinge todas as empresas, apenas determinados produtos 
industriais, identificados pelo código da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos 
Industrializados, a TIPI. As primeiras empresas a serem enquadradas foram dos ramos 
hoteleiro, call center e prestadoras de serviços de tecnologia de informação e comunicação. 
 
 
3.6 NCM 
 
 
A sigla NCM significa Nomenclatura Comum do MERCOSUL. É um código de oito 
dígitos estabelecidos pelo Governo Brasileiro para identificar a natureza das mercadorias e 
promover o desenvolvimento do comércio internacional. 
Este código foi adotado em janeiro de 1995 pelos países Argentina, Brasil, Paraguai e 
Uruguai, tendo como base o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de 
Mercadorias (SH), é um método de classificação das mercadorias com uma estrutura de 
códigos e respectivas descrições é formado por seis dígitos, permite que sejam atendidas as 
especificidades dos produtos, tais como origem, matéria constitutiva e aplicação. 
Como se pode observar no quadro abaixo, a sistemática de classificação dos códigos 
na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) obedece à seguinte estrutura: 
00 00 00 0 0 
 
Exemplo: Código NCM: 0104.10.11 
 
Exemplo: Código NCM: 3917.10.10 
 36 
 
Tabela 5: CodigoNCM 
39 Plásticos e suas obras 
17 Tubos e seus acessórios (por exemplo, juntas, cotovelos, flanges, uniões), de 
plásticos. 
10 Tripas artificiais de proteínas endurecidas ou de plásticos celulósicos 
10 De proteínas endurecidas 
Fonte: Tabela Incidencia Produtos Insdustrializados(TIPI) 
Este Sistema foi criado para promover o desenvolvimento do comércio internacional. 
A classificação fiscal de mercadorias é de competência da Secretaria da Receita 
Federal(SRF). 
 
 
3.7 Desoneração da Folha 
 
 
Desonerar significa livrar de ônus ou encargo. Neste contexto, o governo eliminou a 
contribuição tributária sobre a folha de pagamento e adota uma nova forma de contribuição 
previdenciária sobre a receita bruta das empresas, que contempla uma redução, um ônus da 
carga tributária dos produtos estabelecidos na TIPI, fazendo com que os mais variados 
setores da economia sejam beneficiados. Produtos esses listados na medida provisória 
540/2011 e lei 12546/2011. 
Esta substituição é exclusiva em relação ao INSS patronal, paga pelas empresas, todas 
as demais contribuições da folha de pagamento permanecem inalteradas, incluindo o FGTS e 
o INSS dos empregados. Somente as empresas com tributação pelo regime Simples Nacional 
não sofrem alterações com essa nova lei. 
A lei faz parte do plano Brasil Maior que tem como slogan “Inovar para Competir. 
Competir para Crescer”. Com este plano, o Governo Federal estabelece a sua política 
industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior para o período de 2011 a 2014. 
Foca um estímulo à inovação e à produção nacional, alavancando a competitividade das 
indústrias nos mercados interno e externo. 
O plano integra instrumentos de vários ministérios e órgãos do Governo Federal, cujas 
iniciativas e programas se somam num esforço abrangente de geração de emprego e renda 
para o povo brasileiro, conforme é descrito por por Carvalho (2012, p.1): 
 37 
 
Tais mudanças fazem parte do Plano Brasil Maior, conjunto de várias mudanças 
onde o governo brasileiro pretende dinamizar e tornar mais competitiva a 
economia brasileira e estimular as exportações. Mas vários setores já fizeram as 
contas e haverá aumento de suas contribuições, principalmente as que pouco 
exportam e estão com seus parques industriais mais robotizados, usando pouca 
mão de obra.. Com essas medidas o governo também espera que as empresas 
contratem mais empregados formais, evitando a terceirização. 
 
A desoneração é para reduzir encargos sobre a folha, incentivando a contratação de 
mão de obra formal
2
, bem como diminuir os custos de produção com o intuito de fomentar as 
exportações. 
 
 
 
2
 Mão de obra formal é a registrada. 
 38 
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
 
Este capítulo descreve os processos utilizados para a resolução do problema de 
pesquisa apresentado e a metodologia a ser aplicada para analisar os impactos da tributação 
do INSS sobre o faturamento na SAS Plastic, conforme a lei 12546/11. 
Metodologia é definida por Michel (2005, p.51): 
 
“Um caminho que procura a verdade em um processo de pesquisa, ou aquisição 
de conhecimento, um caminho que utiliza procedimentos científicos, critérios 
normatizados e aceitos pela ciência”. 
 
Este processo de pesquisa científica é assim descrito: “procedimento formal, como 
método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no 
caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.” (Marcolini; 
Lakatos, 2008, p.1). 
 
 
4.1 Método(s) de pesquisa 
 
 
Tendo em vista que o objetivo deste estudo é analisar os impactos da tributação do 
INSS sobre o faturamento, a pesquisa realizada é do tipo exploratória, conforme descreve Gil 
(1991, p.12), “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com 
vista a torná-lo mais explicito ou a constituir hipóteses”, Koche (1997, p.126) acrescenta que 
esse tipo de pesquisa é adotada nos casos em que ainda não são apresentadas teorias já 
desenvolvidas “nesse caso é necessário desencadear um processo de investigação que 
identifique a natureza do fenômeno e aponte as características essenciais das variáveis que 
deseja estudar”,sendo assim aborda-se a contabilidade tributária, os tipos de tributos 
existentes, a folha de pagamento, os tributos sobre a folha de pagamento, o faturamento das 
empresas, a legislação atual de INSS e a Lei 12546/11. 
Busca-se por meio do método de estudo de caso, analisar qual o impacto que a lei 
12546/11 causará dentro de uma indústria do ramo plástico, o que significa segundo Martins 
(2000, p.36): 
 39 
 
 
“...técnica de pesquisa cujo objetivo é o estudo de uma unidade que se analisa 
profunda e intensamente....o estudo de caso reúne o maior numero de 
informações detalhadas, por meio de diferentes técnicas de coleta de dados: 
entrevistas, questionários, observações, participante, entrevista em 
profundidade, levantamento de dados secundários, com o objetivo de aprender 
a totalidade de uma situação...” 
 
A abordagem utilizada na pesquisa é a qualitativa, uma vez que: 
 
“é apropriada para a avaliação formativa quando se trata de melhorar a 
efetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando é o caso da 
proposição de planos, ou seja, quando se trata solucionar as metas de um 
programa ou construir uma intervenção.” (Roescher; Becker; Melo, 2007, 
p.154) 
 
Geralmente, a pesquisa com abordagem qualitativa explora como é realizada hoje a 
tributação do INSS, tendo em vista a aplicação da nova lei que não terá mais por base os 20% 
do INSS tributado sobre a folha de pagamento, mas sim um percentual sobre o faturamento. 
 
 
4.2 Delimitação da população ou do objeto de estudo e/ou amostragem 
 
 
Aplicando a pesquisa do tipo exploratória, a abordagem qualitativa e o método de 
estudo de caso, faz-se necessário o levantamento das informações envolvendosetores 
específicos dentro da empresa, como o setor de recursos humanos, que fornece dados 
referentes à folha de pagamento e a tributações sobre a mesma, e o setor financeiro, que 
fornece dados referentes ao faturamento. Também são necessárias entrevistas a pessoas que 
trabalham voltadas para a área contábil e tributária e pessoas que são diretamente ligadas à 
empresa, como diretores e principais clientes. 
Este levantamento propicia uma análise quanto ao impacto desta nova legislação 
dentro da entidade, estabelece um comparativo entre as duas legislações, e verifica a 
aplicabilidade da legislação na desoneração da folha de pagamento. 
 
 40 
4.3 Técnicas de coletas dos dados 
 
 
Para a coleta de dados, o presente estudo utiliza-se do uso de técnicas específicas para 
cada grupo de pesquisa. O questionário será aplicado para membros dos escritórios de 
contabilidade, funcionários da empresa, diretores e pessoas que atuam na área tributária. 
Gil (1999) define o questionário como uma técnica de investigação composta por um 
número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo como 
objetivo o conhecimento de suas opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, 
situações e vivência, através de questões abertas, a partir das quais se possa consultar as 
expectativas positivas e negativas em relação à nova lei, enviadas via correio eletrônico. 
Entrevista é a técnica de obtenção de dados feita à população delimitada, mais 
precisamente a pessoas que atuam nos específicos setores dentro da empresa, através da 
elaboração de perguntas com o objetivo de obter dados necessários para responder à questão 
em pesquisa. 
Segundo Cervo e Berviam (1997, p.105), a entrevista é uma “conversa orientada para 
um objetivo definido: recolher, através de interrogatório do informante, dados para pesquisa”. 
Já, Para Ludkee Andre (1986), a coleta de dados por meio de entrevista permite a captação 
imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e 
sobre os mais diversos assuntos. 
A entrevista não será estruturada, assim possibilitará ao entrevistado a liberdade de 
responder a cada situação da forma que considerar mais adequada. Marconi e Lakatos (2002) 
mencionam que as perguntas abertas podem ser respondidas em ambientes de conversação 
informal. 
A coleta de dados também se dá por meio de documentação, a fim de agilizar o 
processo investigatório. De acordo com Carvalho (1988, p.157), a pesquisa documental é 
“aquela realizada a partir de documentos considerados científicos, autênticos, não fraudados; 
tem sido largamente utilizada nas ciências sociais e na investigação histórica, a fim de 
descrever/comparar fatos sociais, estabelecendo suas características ou tendências. Além das 
fontes primárias, os documentos propriamente ditos, utilizam-se as fontes chamadas 
secundárias, ou seja, os dados estatísticos, elaborados por institutos especializados e 
considerados confiáveis para a realização da pesquisa”. 
 
 41 
4.4 Técnicas de análise dos dados 
 
 
A análise de conteúdo é o método de análise adotado nesta pesquisa. Este método é 
considerado uma técnica para o tratamento de dados que visa identificar o que está sendo dito 
a respeito de determinado tema. Bardin (1977, p.42) define como: “um conjunto de técnicas 
de análise das comunicações, visando obter por meio de procedimentos sistemáticos e 
objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que 
permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições ou produção/ recepção 
(variáveis inferidas) destas mensagens. 
A análise de conteúdo presta-se tanto aos fins exploratórios, ou seja, de descoberta, 
quanto aos de verificação, confirmando ou não hipóteses ou suposições preestabelecidas, 
podendo ser tratadas grandes quantidades de dados. 
 42 
5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE DOS DADOS E/OU PROPOSTA DE 
INTERVENÇÃO 
 
 
5.1 Análise e interpretação dos dados 
 
 
Ante a mudança da lei 12546/2011, que trata da desoneração da folha de pagamento, 
será feita a comparação da carga tributaria de INSS antes e depois da desoneração da folha de 
pagamento, lei 12.546, e serão analisadas as percepções dos especialistas que foram 
submetidos às entrevistas estruturadas sobre o tema dessa pesquisa. 
A análise das respostas aos questionários aplicados aos funcionários responsáveis 
pelos setores diretamente ligados à desoneração da folha de pagamento, aos recursos humanos 
e ao financeiro da empresa foram norteadas pelos seguintes tópicos: impacto ocorrido na 
empresa com a aplicação da desoneração da folha de pagamento, avaliando as principais 
mudanças estruturais, financeiras e contábeis ocorridas com a aplicação da nova lei. O 
questionário também esteve direcionado a especialistas do assunto, escritórios de 
contabilidade, acessorias e profissionais atuantes na área tributária, observando aspectos como 
o cálculo da nova tributação, o impacto dentro das empresas e a forma como a tributação da 
empresa afeta a questão da desoneração da folha. 
Sendo assim, serão tratados como “entrevistado 1” o responsável pelo setor financeiro, 
e “entrevistado 2” o responsável pelo RH da SAS Plastic. Em contrapartida, serão chamados 
“especialista 1” o responsável pela contabilidade da SAS Plastic, “especialista 2” o escritório 
de contabilidade situado na cidade de Caxias do Sul e “especialistas 3 e 4” os representantes 
de escritórios situados na cidade de Flores da Cunha . 
No âmbito financeiro da empresa, a desoneração da folha causa, segundo o 
entrevistado 1, um impacto pouco perceptível, uma redução de menos de R$ 2.000,00, 
considerando o fato de que a empresa recolhe mais de R$ 20.000,00 de INSS. Com a 
desoneração da folha, a empresa começou a pagar menos contribuição ao INSS, na opinião do 
entrevistado 2, valor que não é tão grande se o considerarmos mensalmente, pois há uma 
redução em torno de R$ 2.000,00, mas se avaliarmos o valor anual percebemos que os 
 43 
números começam a ficar mais satisfatórios, o que significa um valor que gira em torno de R$ 
24 mil. 
Contudo, o entrevistado 1 considera um ponto positivo, pois é o começo de uma 
possível redução de encargos para as empresas. Já para o entrevistado 2, a desoneração é um 
ponto positivo, apesar de ser um valor mensal pequeno , mas se pensado para os 12 meses do 
ano significa uma grande economia. 
A principal mudança percebida pelos entrevistados 1 e 2, dentro da organização, foi o 
aumento das DARFS
3
. Os dois valores de INSS enquadrados na nova lei e aquele não 
enquadrado, são recolhidos em guias SEFIP
4
. separadas, o que acarretará em duas guias de 
recolhimento de INSS, uma com base na folha de pagamento e outra com base no 
faturamento. 
De acordo com os entrevistados 1 e 2, a empresa ainda não tem nenhuma estratégia 
elaborada em relação à questão de planejamento e controle na relação faturamento e 
devoluções, conforme a tributação sobre o faturamento, estabelecida em lei 
 Além da percepção quanto aos impactos da desoneração da folha de pagamento dos 
membros atuantes na empresa, também, através de profissionais inseridos no ramo tributário e 
nos escritórios de contabilidade, podemos identificar os principais aspectos da nova lei. E 
considerá-los positivos, de acordo com a percepção dos especialistas 1 e 4, pois contribui para 
a redução da contribuição devida, ou seja, reduz a carga tributária. O especialista 2, por sua 
vez, percebe que a situação atual é positiva, tendo em vista a relação faturamento x salário 
da empresa, uma vez que, se o faturamento sofrer aumento, poderá comprometer o benefício 
da

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